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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados tiveram sucesso em associar o 7 de Setembro deste ano a um ato político em seu apoio. A um mês da data cívica, as menções no Twitter crescem acompanhadas de termos como "Bolsonaro" e "Copacabana" e hashtags sobre as eleições de 2022 - e praticamente ignoram a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. Os dados são do Monitor de Redes do Estadão, ferramenta lançada nesta quarta, 10, que acompanha o desempenho dos candidatos nas plataformas digitais.

Foram contabilizadas 155 mil menções no Twitter ao 7 de Setembro nos primeiros oito dias de agosto. Das 30 mensagens mais compartilhadas sobre o assunto, apenas uma não faz referência ao ato convocado pelo presidente em Brasília e na Praia de Copacabana, no Rio. Destas, 23 são favoráveis ao evento.

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O levantamento mostra ainda que a palavra "Bolsonaro" é a segunda mais frequente nas publicações referentes à data. Entre os termos mais usados, "bolsonaristas" e "fascismo" foram empregados quase sempre com menções negativas, o que indica mobilização de adversários de Bolsonaro, enquanto "povo" e "Forças (Armadas)" tiveram apelo positivo entre apoiadores do presidente, mostra a ferramenta.

Variação

A popularidade do 7 de Setembro variou ao longo da semana. O dia de maior impacto foi no sábado, 6 de agosto, quando influenciadores bolsonaristas criticaram uma declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, no dia anterior, de que o 7 de Setembro pode mostrar o "tamanho do fascismo no Brasil".

Já a oposição entrou na pauta principalmente no dia 2, quando deputados e páginas de esquerda repercutiram uma notícia da revista Veja que relatava a suspeita de órgãos de inteligência sobre ataques com viés golpista.

Outros assuntos que mobilizaram os perfis na rede foram o convite de Bolsonaro a chefes de Estado a acompanhar o processo eleitoral no País, a mudança de local do ato no Rio de Janeiro - o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) diz desconhecer o pedido - e a ação judicial do partido Rede no STF questionando essa medida. O monitor do Estadão encontrou indícios de ação automatizada e perfis inautênticos tuitando sobre o ato bolsonarista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais uma pesquisa eleitoral divulgada nesta quarta-feira (10), mostra a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) liderando as intenções de voto em Pernambuco. Ela é seguida pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL).

Segundo levantamento da Potencial Inteligência, se o primeiro turno fosse hoje, Marília ganharia com 29,4% dos votos e disputaria o segundo turno contra Anderson, que aparece com 15,5%. A ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), figura em terceiro lugar com 12,8% das intenções de voto.

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Danilo Cabral (PSB) é o quarto colocado com 11,8% e Miguel Coelho (União Brasil) em quinto, com 8,9%. Os demais candidatos não atingiram 1% da preferência dos eleitores. Os indecisos somam 7% e outros 10,1% pretendem votar nulo ou branco.

Segundo lugar acirrado

Como a margem de erro da pesquisa é de 3,1 pontos percentuais, a disputa pelo segundo lugar está apertada. Anderson, Raquel, Danilo e Miguel - empatados em segundo lugar, se considerarmos a margem de erro, brigam para ver quem, até então, deve disputar o segundo turno com Marília.

Segundo o Diário do Poder, a Potencial ouviu mil eleitores entre os dias 4 e 8 de agosto deste ano, em 76 municípios pernambucanos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os números PE-06509/22 e BR-05358/22.

Os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas presidenciais apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) planos para transferência de renda parecidos, ao mesmo tempo que ressaltaram a importância do equilíbrio das contas públicas. A Corte recebe planos e esboços de programas de governo desde a semana passada. Os presidenciáveis são obrigados a apresentar um documento com suas ideias ao Tribunal.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o compromisso de criar um "Bolsa Família ampliado" e o presidente Jair Bolsonaro (PL) quer instituir o Auxílio Brasil de R$ 600 - mesmo valor que é prometido pelo petista em discursos recentes. Já Ciro Gomes (PDT) propõe um programa de renda mínima universal.

Em comum, Lula, Ciro e Bolsonaro também falam em revisão ou reforma tributária. A pauta também aparece nos planos de Felipe d’Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (UP) e Pablo Marçal (PROS), que discute na Justiça sua candidatura com o partido, que já declarou apoio ao ex-presidente Lula.

BOLSA FAMÍLIA

Assim como Bolsonaro, Lula também prevê um programa de transferência de renda "ampliado" e compatível "com as atuais necessidades da população". O documento protocolado pela campanha no TSE refere-se às "diretrizes de um plano de governo". Apesar de não citar o valor dos repasses, o petista já criticou o prazo de validade do Auxílio Brasil e indicou o retorno de um Bolsa Família permanente no mesmo valor. Paralelo ao plano de Ciro, Lula também propõe a criação gradual de um sistema universal de renda básica.

Em discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ontem, o petista disse que é "preciso fazer uma reforma administrativa" (mais informações na pág. A10). Entre 2003 e 2014, em parte do período com o PT no governo federal, foram contratados 234.988 servidores públicos. Entre 1995 e 2002, no período de Fernando Henrique Cardoso, foram 51.613.

No evento, Lula também disse que a reforma tributária será encampada no início de um eventual governo e afirmou que é preciso aumentar a taxação sobre patrimônio. "Alguém vai ter de pagar a conta e o mais rico vai ter de pagar."

TABELA DO IR

Em minuta de plano de governo que ainda não chegou ao TSE, Bolsonaro diz que vai corrigir a tabela do Imposto de Renda. Conforme divulgado pelo jornal O Globo e confirmado pelo Estadão, o candidato à reeleição pretende ampliar a isenção do IR para quem recebe até R$ 2,5 mil.

O esboço do plano indica um reajuste salarial a servidores públicos, proposta que ensaiou executar ainda em 2022. No plano, o presidente também prometeu uma reedição do Auxílio Brasil, no valor da R$ 600 - o benefício tem previsão para acabar em dezembro.

Em evento em São Paulo ontem, Bolsonaro preferiu falar de sua pauta de costumes. "As nossas escolhas decidem o nosso futuro", afirmou o presidente em um curto discurso de pouco mais de dois minutos.

PLEBISCITO

Protocolado ontem, o plano de Ciro está fundamentado no que chama de Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND). Ele propõe que as principais reformas passem nos primeiros seis meses de governo em formato de plebiscito popular. O candidato sugere ainda que o País pode crescer de forma "econômica e sustentável" com um pacto entre os setores público e privado em torno de metas. Para combater o desemprego, a campanha de Ciro propõe a criação de um programa de renda mínima universal, englobando o Auxílio Brasil, seguro-desemprego e aposentadoria rural.

Enquanto esperam o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni), prevista para esta terça-feira (9), segundo o Ministério da Educação (MEC), estudantes usam as redes sociais de forma bem-humorada na tentativa de diminuir a ansiedade. Enquanto a lista de pré-selecionados não sai, o LeiaJá reúne alguns memes. Confira:

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanhará o presidente Jair Bolsonaro em almoço na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira (8), de 13h às 15h. O compromisso é o único previsto na agenda do ministro desta segunda, divulgada pouco antes do fechamento deste texto.

Além de Bolsonaro, a federação também negocia encontros com outros candidatos à Presidência da República.

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Já há tratativas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) também serão chamados.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu em seu discurso de retomada das atividades do Judiciário nesta segunda-feira, 1º, que a realização das eleições em outubro será "um dos momentos mais sensíveis" do regime democrático brasileiro. O ministro ainda cobrou tolerância dos candidatos para que a disputa seja marcada por estabilidade e o ano se encerre "sem incidentes".

"O Supremo Tribunal Federal anseia que todos os candidatos aos cargos eletivos respeitem os seus adversários, que não são seus inimigos; confia na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar o ciclo de 2022", disse.

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Esta foi a primeira manifestação pública do ministro após dezenas de entidades defenderem a democracia, em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas durante evento com embaixadores no Palácio do Planalto.

A dois meses de passar o controle da Corte para a ministra Rosa Weber, Fux realizou nesta segunda seu penúltimo discurso como presidente, caso não haja novos atritos com o governo que venham a demandar manifestações. A defesa do processo eleitoral foi uma das marcas da fala do ministro diante das investidas recentes.

"Felizmente, nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo, mercê de ostentar no seu organismo uma Justiça Eleitoral transparente, compreensível, e aberta a todos aqueles que desejam contribuir positivamente para a lisura do prélio eleitoral", afirmou.

O ministro dedicou parte do tempo da sessão para cobrar dos candidatos respeito e ponderação nas declarações durante a campanha para evitar conflitos, como o que vitimou o petista Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), após um apoiador de Bolsonaro invadir a tiros sua festa de aniversário com tema do PT .

"Nunca é demais renovar ao país os votos de que nós, cidadãos brasileiros, candidatos e eleitores, permaneçamos leais à nossa Constituição Federal, sempre compromissados para que as eleições deste ano sejam marcadas pela estabilidade institucional e pela tolerância", destacou em outro momento.

Assunto presente na maioria dos eventos envolvendo autoridades do Judiciário, as urnas eletrônicas e o processo eleitoral também foram firmemente defendidos por Fux. Assim como o Supremo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trocará de comando durante o período de campanha.

O ministro Alexandre de Moraes assume no próximo dia 14 o cargo do atual presidente da Corte, Edson Fachin. Os dois tribunais firmaram parcerias de cooperação para combater a desinformação e devem continuar a atuar em parceria. O ministro parabenizou Fachin "pela singular destreza com que tem comandado" a Corte Eleitoral e estendeu os elogios a Moraes.

"Nesse contexto de pluralidade e de interdependência, a prosperidade do nosso Brasil - seja qual for o resultado das urnas - exige que, ao longo de todo esse processo, sejamos capazes de exercer e de inspirar nos nossos concidadãos os valores da civilidade, do respeito, e do diálogo", disse. "Afinal, vivemos em Estado Democrático de Direito, em que todos têm garantidas pela Constituição as liberdades de se manifestar e de expressar suas divergências, sem censuras ou retaliações", completo.

O ambiente hostil da pré-campanha se refletiu em trechos do discurso de Fux: "O período eleitoral naturalmente desperta as nossas paixões, mas forçoso ter em mente que o exercício dessas liberdades exige respeito e responsabilidade para com o próximo e para com o país". Como fez em seus últimos discursos, o ministro destacou o papel do Supremo na defesa da Constituição e das instituições.

Como de praxe, o discurso ainda apresentou um apanhado das principais pautas do semestre, que terá discussões importantes sobre regras eleitorais e o teto de gastos da administração pública - este último já figura como um dos principais pontos dos planos de governo de alguns candidatos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometem revogar a regra.

A pesquisa Simplex/CBN, divulgada nesta segunda-feira (1º), chama atenção para os 47,1% dos eleitores que não sabem em quem votar para representar Pernambuco no Senado. Entre os candidatos, Teresa Leitão (PT) assume a liderança na disputa com 12,1%. 

O concorrente do PL, Gilson Machado Neto, alcançou 8,5%, enquanto André de Paula (PSD) obteve 6,5%. Carlos Andrade Lima (União Brasil) e Eugenia Lima (PSOL) ficaram abaixo de 1%.

Destaque também para 14,1% dos eleitores que disseram votar em branco ou nulo. Outros 10,8% não responderam ao estudo. 

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A pesquisa ouviu 1.067 eleitores por telefone entre os dias 18 e 22 de julho. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais. 

Os primeiros políticos que pediram registro de candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declararam, juntos, ter mais de R$ 5,6 milhões em dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira, guardados em casa. Dos 757 candidatos registrados até a sexta (29), na Corte, 78 disseram ter quantias em dinheiro vivo. Desses, 28 têm ao menos R$ 50 mil em cédulas.

O resultado ainda parcial do registro de candidaturas mostra que o patrimônio desses políticos é de R$ 668,5 milhões em bens, entre imóveis, automóveis, aeronaves e participação em empresas.

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A informação sobre os bens é feita por meio de autodeclaração e a Justiça Eleitoral não submete o patrimônio apresentado por candidatos à averiguação. Em alguns casos, porém, o Ministério Público Eleitoral pode entender que há prejuízo à interpretação do eleitor sobre o candidato e oferecer denúncia por falsidade ideológica.

Não é considerado crime deixar cédulas guardadas em casa. Altas quantias, porém, costumam gerar dúvidas sobre a origem dos recursos.

Patrimônio

Na lista dos que inauguraram o registro de candidatura neste ano, o que apresentou o maior patrimônio em espécie foi o vereador do Rio de Janeiro Luciano Vieira (PL), que tentará uma vaga de deputado federal: R$ 1 milhão. Quando se elegeu para a Câmara Municipal, em 2020, declarou R$ 770,2 mil, no somatório de todas as posses. Agora, os bens declarados pelo vereador somam R$ 7,6 milhões. Um aumento de cerca de dez vezes em apenas dois anos. Ele não foi localizado ontem.

Em segundo lugar, aparece o candidato a deputado federal Elio Lacerda (Patriota-MG), com R$ 511 mil em dinheiro declarados. Depois dele, Sargento Hamilton (Patriota-MG), postulante à Assembleia Legislativa, com R$ 400 mil em espécie. Os montantes em espécie declarados variam de R$ 1 milhão a R$ 40. O candidato que declarou ter R$ 40 é o advogado Edney Duarte Jr. (Novo), que pretende concorrer a um assento na Assembleia paulista. Também postulante ao cargo de deputada estadual pelo Novo em São Paulo, Carol da Banca disse ao TSE ter R$ 200 em espécie.

Nas eleições de 2018, 2.540 candidatos declararam, somados, R$ 313 milhões em espécie, de um total de R$ 24,2 bilhões em bens. Pela primeira vez, em razão da Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD), os bens declarados, como imóveis e carros, passaram a não ser detalhados pelo TSE. A base de dados permite apenas uma consulta genérica, sem qualquer referência a endereços e modelos, por exemplo.

O deputado Helio Lopes (PL-RJ) disse, na eleição de quatro anos atrás, não ter nada em seu nome. Desta vez, declarou à Justiça dois terrenos de R$ 18 mil cada. Já Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do partido na Câmara, disse ter perdido patrimônio de uma eleição para outra. Os R$ 3,9 milhões em bens passaram a ser R$ 1,2 milhão. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), candidato à reeleição, declarou R$ 122 mil, ante R$ 102 apresentados em 2018.

Os últimos movimentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) podem colocar sua candidatura em risco, segundo advogados eleitorais ouvidos pelo Estadão. De acordo com especialistas, candidatos podem ser punidos por atos cometidos antes mesmo do registro de suas candidaturas.

Na semana passada, Bolsonaro convocou embaixadores e diplomatas ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, para repetir a tese não comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é alvo de fraudes. A pedido de um grupo de procuradores da República, uma investigação vai apurar se o encontro foi um ato político e quais implicações ele pode ter na candidatura à reeleição do presidente.

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Nesta segunda (25), o PL informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o encontro de Bolsonaro no Alvorada se tratou de "ato de governo", em "agenda oficial do presidente", e não "ato de campanha".

Abusos

A advogada eleitoral Juliana Bertholdi afirmou que casos de abuso do poder econômico, abuso do poder de autoridade e utilização indevida dos meios de comunicação social cometidos antes da formalização da candidatura podem levar a uma ação tão logo ela seja oficializada. "Registrou é candidato, e já pode ter a ação de investigação judicial eleitoral em seu desfavor."

Um processo como esse pode levar à cassação do registro do candidato ou mesmo do diploma, se julgado após as eleições. Nesse último caso, a pessoa não pode assumir o mandato. Em 2019, o plenário do TSE manteve a cassação dos diplomas da senadora eleita Selma Arruda (MT), de seu primeiro-suplente, Gilberto Possamai, e da segunda-suplente da chapa, Clerie Mendes, pela prática de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos no período da pré-campanha.

"Hoje, há uma falsa impressão por parte dos pré-candidatos de que uma série de ilícitos eleitorais, quando cometidos no período anterior ao do registro, não seriam passíveis de ação de investigação judicial eleitoral", disse a advogada e professora de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Vânia Aieta.

Segundo a jurista, as condutas irregulares no período pré-eleitoral podem ocorrer antes da convenção partidária e no momento entre o evento e o registro da candidatura. Ela cita alguns casos frequentes que poderiam ser considerados ilícitos: candidatos que oferecem algum benefício, como cesta básica, aos eleitores, e uso de mídia para burlar as normas da propaganda.

Desinformação

O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, coordenador-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), citou resolução do TSE, aprovada após o caso do deputado estadual eleito em 2018 Fernando Francischini (União Brasil-PR), cassado por ataques às urnas eletrônicas. No encontro com os embaixadores, Bolsonaro repetiu acusações sem provas sobre fraudes no processo eleitoral.

Um artigo da resolução do TSE que trata de condutas ilícitas em campanha eleitoral proíbe "a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinja a integridade do processo eleitoral".

"Quem fizer isso fica sujeito a uma ordem para parar de fazer sob pena de multa, sem prejuízo da apuração por abuso do poder e abuso dos meios de comunicação, que pode levar à cassação de mandato. Eles (TSE) vedaram os ataques à urna eletrônica, que era o que o Francischini tinha feito. Cabe no caso do Bolsonaro."

Há quatro anos, Francischini foi o candidato mais votado para deputado estadual no Paraná, com quase 428 mil votos. No dia da eleição, ele fez uma transmissão ao vivo na qual disse que duas urnas eletrônicas estavam fraudadas e não aceitavam votos em Bolsonaro. Disse, ainda, que os equipamentos tinha sido recolhidos.

Segundo o TSE, a suposta apreensão de urnas não ocorreu. A Justiça Eleitoral disse que um eleitor apertou as teclas 1 e 7 para votar em Bolsonaro, mas a tela mostrava que o voto era para governador. A acusação não foi comprovada.

A busca dos partidos por candidatos a deputado federal passa longe da afinidade ideológica ou programática. Dirigentes das siglas nos Estados fazem leilão para atrair nomes com bom potencial e oferecem até dinheiro. O valor do "passe" pode chegar a R$ 1 milhão, fora o que será destinado à campanha. Mesmo candidatos sem chance de vencer, mas com alguma capacidade de atrair votos, estão na mira das legendas.

Se antes os partidos podiam se coligar e a soma de todos os votos dados ao grupo ajudava a conquistar uma vaga na Câmara, a partir desta eleição a sigla só poderá contar com seus próprios candidatos. Assim, os votos dos que não ganham a eleição são fundamentais para as "estrelas" da chapa conseguirem uma cadeira de deputado federal.

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Durante sete meses, o Estadão conversou com dirigentes partidários, deputados, suplentes, advogados, procuradores eleitorais e cientistas políticos e colheu evidências de um mercado de compra de candidaturas. No diagnóstico de especialistas, esse vale-tudo na busca por chapas competitivas corrói a importância das siglas, dificulta coalizões e faz a representação política ser pautada por interesses privados.

Presidente do PMN em Minas Gerais, Agnaldo Oliveira admite que negociatas são comuns e envolvem dinheiro, além do Fundo Partidário: "O cara não tem expressão, tem 25 mil votos, não ganha eleição em partido nenhum. E diz ‘quero vender esses votos’. Vou para o seu partido, quanto você me dá de dinheiro?".

Esse tipo de candidato é conhecido como "escadinha": aquele que entra na disputa só para empurrar as estrelas do partido para cima, para alcançarem na soma final os votos necessários e se elegerem.

O advogado Marcus Alves, que atua na recriação da velha UDN, partido conservador pré-ditadura militar, tem experiência nesse mercado e afirma que as ofertas não se restringem a recursos do fundo eleitoral, verba legal para financiamento das campanhas. "Hoje o candidato virou uma pedra preciosa. O cara que teve uma votação boa está cobrando para entrar no partido."

Ele conta que conversou com um candidato que teve 90 mil votos para federal em SP e negocia com três siglas. Uma ofereceu R$ 600 mil, outra R$ 800 mil. Ele quer R$ 1 milhão.

"Os candidatos que tiveram muitos votos estão se valorizando. Quem teve 80 mil votos vale ouro. Pede dinheiro para colocar no bolso, fora o fundo eleitoral. Isso é no Brasil todo", afirmou Marcus Alves.

Na disputa de 2018 no Distrito Federal (DF), o advogado Paulo Fernando Melo obteve 31 mil votos, distante da média de 73 mil que os eleitos conquistaram. O resultado, porém, tornou o neófito um "candidato" muito cortejado para 2022. Quatro partidos disputaram seu passe: PP, PTB, PL e Republicanos. Ele admite que recebeu oferta de dinheiro, mas diz que, no seu caso, são "recursos para campanha".

"Sempre oferecem. Não é caixa 2, não. É dentro do fundo (eleitoral), para aqueles 45 dias de campanha. Isso aí é normal oferecer. Uns oferecem menos, outros mais. O dinheiro por si só não elege, né? Já vi muitos candidatos gastarem milhões e não ganharem", contou o pré-candidato, que decidiu fechar com o Republicanos.

PEREGRINAÇÃO. Dirigente do Avante no Amapá, Adail Barriga foi do Oiapoque ao Javari em busca de candidatos. Percorreu principalmente igrejas evangélicas e centros comunitários porque nesses espaços existem possíveis candidatos, com potencial de voto mensurável. Todo esforço é para conquistar apenas uma das oito cadeiras a que o Amapá tem direito na Câmara dos Deputados.

"Nossa estratégia é essa, para montar uma nominata à altura e em condições de fazer um federal e uma bancada de estaduais. Não adianta a gente colocar aquelas pessoas que serviam de laranja, para complementação de uma chapa. Não vai ser mais viável nesta eleição. Temos que colocar pessoas que tenham potencial de voto", afirmou.

Barriga também vai lançar um candidato ao Senado. A escolha do nome não tem relação alguma com o programa do partido. Como o principal concorrente à vaga é o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Congresso, ele buscou um evangélico para se contrapor. Alcolumbre ganhou a rejeição de parte dos religiosos ao segurar a indicação do pastor André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Qual é a jogada? Eu peguei um evangélico e joguei para o Senado. Estou jogando ele na frente para dar abertura para os meus candidatos (a deputado federal) entrarem na igreja", explicou.

CATÁSTROFE. O cientista político Fernando Pignaton, representante brasileiro da Associação Internacional para Pesquisa e Intervenção Social (Aifris), com sede na França, diz que a seleção de candidatos e a lógica partidária são catastróficas para o País. "A reforma política não tratou da qualidade da vida partidária. Os partidos não ganharam relevância e não têm um projeto de desenvolvimento nacional que aglutine. A falta de uma cultura partidária sangra a capacidade de o País se desenvolver, de tocar grandes projetos", afirmou.

Ainda na avaliação de Pignaton, o cenário beneficia tão somente "caciques" partidários: "Esse vale-tudo na composição das chapas não muda a qualidade do debate e da representação política. E, sem partidos fortes, a negociação vai continuar deputado a deputado. Não facilita uma coalizão".

Oferecer dinheiro para que um candidato entre no partido não é ilegal, desde que a fonte não seja o Fundo Partidário, o fundo eleitoral ou caixa dois. Procuradores do Ministério Público Eleitoral admitem que crimes ocorrem nessa fase das eleições. Entretanto, passam muito abaixo do radar dos investigadores, focados nas principais campanhas ao Executivo.

A corrida para deputado federal é a mais importante para as siglas. A cada quatro anos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define quanto elas têm direito a receber de Fundo Partidário com base na quantidade de deputados federais eleitos. Somados os últimos 4 anos, o valor chegou a R$ 3,8 bilhões. O União Brasil, legenda que nasceu do casamento do DEM com o PSL, já recebeu R$ 66,8 milhões do fundo entre janeiro e maio deste ano, maior valor entre os partidos. Juntos, eles emplacaram 81 deputados na disputa de 2018.

A conta é simples. Quem eleger mais deputados federais terá uma fatia maior. Os 5% restantes são divididos igualmente por todos os partidos. Como mostrou o Estadão, o fundo bilionário financia luxos pessoais de políticos, como viagens de jatinho, e despesas gerais das siglas. Não à toa a eleição de 2018 teve um número recorde de candidatos: 8.067 para as 513 vagas.

A menos de um mês para o prazo final de registro das candidaturas, sete presidenciáveis ainda não anunciaram seus candidatos a vice. Dos 12 políticos que vão disputar o Palácio do Planalto, apenas Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Felipe D’ávila (Novo) e Vera Lúcia (PSTU) já fecharam suas chapas. Os partidos têm até o próximo dia 15 de agosto para apresentar as candidaturas, mas as convenções partidárias que validam os nomes devem ser realizadas até dia 5.

Pelas regras eleitorais, sem indicar um candidato a vice-presidente, um partido não pode participar da eleição presidencial. Desde 1985, quando começou a redemocratização, três vices já assumiram a Presidência de forma definitiva: José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer.

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No diagnóstico do analista político Creomar de Souza, da Universidade de Brasília (UnB), a indefinição a essa altura é resultado da polarização da disputa. "A dificuldade em definir vices está vinculada ao fato de que o sistema político se cristalizou em torno de duas variáveis principais: as candidaturas de Lula e Bolsonaro e a corrida por cadeiras no Legislativo", observou. "As candidaturas de menor tração tornaram-se até aqui pouquíssimo atraentes em termos de construção de coalizão", completou.

O ex-ministro Ciro Gomes foi oficializado pelo PDT como candidato a presidente na última quarta-feira, mas sem apresentar o vice. Ele disse que busca uma mulher para compor a chapa. O presidente do partido, Carlos Lupi, tem dito que vai esperar até o último momento para atrair partidos para a aliança de Ciro, que aparece em terceiro nas pesquisas de intenção de voto. No entanto, o cenário mais provável é de uma chapa apenas com integrantes do PDT. Suely Vilela (PDT), ex-reitora da Universidade de São Paulo (USP), é uma das cotadas para ser vice.

Já a pré-candidata do MDB a presidente, senadora Simone Tebet, tem o apoio do PSDB e do Cidadania. Há um acordo para que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) seja o candidato a vice. Os tucanos, no entanto, seguram o anúncio de Tasso como vice porque ainda esperam como contrapartida que o MDB apoie Eduardo Leite (PSDB) para o governo do Rio Grande do Sul. Simone terá sua candidatura confirmada no próximo dia 27 de julho, quando está prevista a convenção do MDB.

Pré-candidato pelo União Brasil, Luciano Bivar não conseguiu o apoio de nenhuma sigla. A solução deve vir do próprio partido: a senadora Soraya Thronicke (União-MS) é o nome mais cotado. Resultado da fusão entre DEM e PSL (ex-sigla do presidente Jair Bolsonaro) e dona do maior fundo eleitoral, a sigla tem dado prioridade às disputas para governador e para a Câmara.

André Janones (Avante), Pablo Marçal (PROS), Eymael (DC), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) também ainda não têm vice.

Lula foi o primeiro a se movimentar para fechar um acordo para selar o vice. Desde o final de 2021, o petista negociou um acordo para ter o ex-tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) a seu lado. Na quinta-feira, 21, o PT oficializou a chapa.

O ex-governador já disputou duas vezes o Palácio do Planalto, em 2006, quando perdeu para Lula no segundo turno, e em 2018, quando ficou em quarto lugar. Nas duas eleições, fez diversas críticas ao PT, lembrando escândalos de corrupção envolvendo o partido e a condução das gestões petistas na economia.

Em mensagem divulgada no Twitter na quarta-feira, 20, Lula explicou sua escolha. "Muita gente estranha minha aliança com o Alckmin. Eu li em um livro do Paulo Freire que a gente tem que juntar os divergentes para derrotar os antagônicos. E é isso que vocês precisam saber. Nós vamos consertar esse país", afirmou. Além do PSB e do próprio o PT, Lula tem o apoio do PCdoB, PV, Solidariedade, PSOL e Rede.

Braga Netto

Já Bolsonaro escolheu um nome próximo a ele. O general Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa, deve ser confirmado como vice no domingo, 24, no Rio, na convenção do partido. O presidente também deve ter o apoio do Republicanos, Progressistas e PSC. O militar coordena o plano de governo de Bolsonaro. Segundo o líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), o ex-ministro tem experiência de planejamento e estratégia e deve ter uma atuação ativa no governo caso Bolsonaro seja reeleito. "Sempre esteve presente e atuante, não será diferente como vice", disse.

O cientista político Bruno Carazza avalia que os perfis de vice escolhidos por Lula e Bolsonaro atendem a estratégias diferentes. "Lula buscou sinalizar uma ampliação de apoios para além da esquerda. Bolsonaro, por sua vez, opta por sedimentar a associação com os militares e, caso reeleito, minimizar os riscos de impeachment, como aconteceu com Mourão", observou.

Carazza também disse que a demora em completar as chapas sinaliza a falta de viabilidade dos candidatos. "A demora na definição do vice nas chapas desses candidatos revela uma dificuldade em construir alianças políticas e sociais em torno de seus projetos de poder".

Vera Lúcia, que irá representar o PSTU na disputa pelo Palácio do Planalto, vai ter a colega de partido Raquel Tremembé como vice. O Novo vai ter Luiz Felipe D’Ávila como candidato a presidente e o deputado Tiago Mitraud (MG) como vice.

Parlamentares oriundos das Forças Armadas na Câmara divulgaram, nessa terça-feira (12), uma relação dos candidatos a cargos eletivos ligados ao grupo - ao todo serão 56, de acordo com o levantamento.

Os nomes disputarão desde à Presidência da República, como o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu provável pré-candidato a vice, Walter Braga Netto (PL), à vagas na Casa, no Senado, nas Assembleias Legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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"Nós relacionamos todos os candidatos que chegaram ao nosso conhecimento, e que vão se disponibilizar no próximo pleito", disse o deputado General Peternelli (União-SP) ao Broadcast Político.

O PL, partido pelo qual Bolsonaro busca a reeleição neste ano ao lado de Braga Netto, tem 21 nomes. O Republicanos é a segunda sigla que mais teve adesão de candidato oriundos das Forças Armadas, com 11 nomes. Entre eles, o ex-ministro da Infraestrutura e aliado do presidente Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, que disputa o governo de São Paulo.

Entre as demais legendas, o PTB tem 4 nomes; União Brasil 3; Podemos 2; Pros 2; Patriotas, PMB, PSDB, DC, PP, PSD e PRTB têm 1 candidato cada. "São vários partidos, são vários pensamentos. Acredito que todos eles com o mesmo foco. O foco no bem comum, que é o que a nossa própria constituição prevê. Defendendo os interesses da população e os aspectos que nós julgamos essenciais na política como as questões tributárias. Transparência, e participar efetivamente de todas as discussões", completa.

O LinkedIn é uma plataforma virtual que possibilita a candidatura de diversos profissionais que buscam vagas de emprego. Desse modo, recrutadores de empresas avaliam o perfil profissional dos candidatos e sua atividade na plataforma. Por isso, é imprescindível o cuidado ao se posicionar acerca de temas polêmicos, que costumam gerar debate na sociedade.  

 Aguinair Matias, Analista de RH Pleno do Grupo Ser Educacional, pontua que o LinkedIn, por ser uma grande rede social voltada ao profissional moderno, permite a interação entre pessoas diversas. E tais interações podem influenciar a carreira de forma positiva ou negativa. 

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“Percebe-se que a plataforma permite discussões que podem se chocar com valores sociais e isso provoca a vontade de expor opinião alheia. Contudo, vale ressaltar que, ao usar o LinkedIn para fins de trabalho/carreira profissional, se faz necessário analisar tal posicionamento. Isso porque não se posicionar, não te torna uma pessoa sem opinião própria, você apenas não irá gerar discussões. Porém, deve-se sempre ter empatia e respeito pelo próximo para evitar práticas intolerantes”, declara. 

Segundo Aguinair, é evidente que a postura profissional nas redes sociais pode aproximar ou afastar o candidato de seu objetivo. Para solucionar isso, ela acredita que é necessário promover uma mudança de comportamento nas redes sociais, visando propor uma interação entre os usuários de modo construtivo com a valorização do debate e de diferentes pontos de vista.

Já para a Especialista em RH e Vendor Management Juliana Pavão, a abordagem e a análise realizadas na seleção costumam ser diferentes, de acordo com o tipo de vaga e o modelo de contrato.

“Se estou buscando um freelancer, um contractor, alguém para uma demanda pontual, as competências técnicas são o principal e o perfil é secundário, ou nem importa, em alguns casos. Se estou buscando alguém para o quadro de funcionários da empresa, o perfil é tão importante quanto as competências técnicas”, afirma. 

Em relação ao contrato com uma empresa, Juliana ressalta que precisa estar atenta a violências e crimes cometidos por alguém mascarados como "opinião". Ela acrescenta que uma pessoa abertamente agressiva contra algum grupo de pessoas que não se sente intimidada pelo alcance das redes sociais e escolhe insultar pessoas, ser racista, LGBTfóbica ou misógina. Essa nunca terá o perfil que procura em uma candidatura, independentemente da vaga.  

A especialista comenta que observa os comentários e curtidas dos candidatos no Linkedln. E que não considera para o processo seletivo pessoas que ferem qualquer direito humano em comentários de publicações nas redes sociais. Juliana relembrou um caso que ocorreu quando estava recrutando para um cargo administrativo.

De acordo com ela, um candidato havia feito comentários misóginos em um post sobre desigualdade salarial entre homens e mulheres, e a ausência de mulheres em cargos de liderança. Ele argumentou que “é cientificamente comprovado que homens exercem melhor cargos de liderança porque têm menos medo de correr riscos e desenvolvem melhor o raciocínio lógico”.

Juliana conta que a líder do setor para o qual o indivíduo se candidatou era uma mulher e ele foi imediatamente desconsiderado. É preciso tomar cuidado para não deixar que nossos valores pessoais nos guiem nesse tipo de decisão, mas também é preciso entender que certas coisas não são uma questão de 'opinião polêmica'", conclui.

Após a aplicação do Exame de Ordem XXXV, bacharéis em direito, que realizaram a prova neste domingo (3), usaram as redes sociais para comentar a primeira etapa do certame. De forma bem-humorada, os participantes da 35ª edição falaram sobre o desempenho. Confira:

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A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (31) uma reunião com representantes de partidos políticos para a apresentação do plano de segurança para proteção aos candidatos à Presidência da República. O encontro para 'alinhamento estratégico' será realizado na sede da PF em Brasília a partir das 11h30.

A medida faz parte da chamada Operação Policial de Proteção aos Presidenciáveis, que teve início em março. A PF é responsável pela segurança dos presidenciáveis durante o processo eleitoral.

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Na corrida eleitoral de 2022, são pré-candidatos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), Ciro Gomes (PDT), Luciano Bivar (União Brasil), Luiz Felipe d'Avila (Novo), Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU) e Leonardo Péricles (UP).

Em um primeiro momento, os partidos foram contatados para que fosse informado à corporação se possuíam candidatos à presidência e dar inícios às tratativas de segurança.

Em abril, foi instituído o Curso de Proteção à Pessoa, para servidores da PF e convidados, com o objetivo de formar operadores para as equipes de segurança dos candidatos à Presidência da República nas eleições de 2022.

O curso teve duração de 20 dias, sendo realizado entre 2 e 20 de maio, diz a corporação.

O prazo para a convocação dos candidatos inscritos na lista de espera para o primeiro processo seletivo de 2022 do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) termina às 23h59 (horário de Brasília) da próxima quinta-feira (26).

No total, foram ofertadas 66,5 mil vagas no primeiro processo seletivo de 2022 do Fies e, segundo o Ministério da Educação (MEC), para todo o ano de 2022 serão 110 mil vagas. Inicialmente, a convocação seria feira até o dia 4 de maio.

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De acordo com o MEC, a decisão de ampliar o prazo final de convocação da lista de espera do Fies 2022/1 tem como objetivo promover maior ocupação das vagas ofertadas pelo programa. Além disso, nesta edição não será realizado o processo de preenchimento de vagas remanescentes, o que também contribuiu para a prorrogação da data.

O que é o Fies

O Fies é um programa do MEC que concede financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos ofertados em instituições de ensino que aderiram ao programa. Para concorrer a uma das oportunidades do Fies, é preciso ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010.

O movimento #MeToo contra o assédio sexual está finalmente reformulando a cultura política sexista na França, onde dois candidatos nas eleições legislativas de junho foram forçados a se retirar por acusações ou condenações de violência contra mulheres.

Embora no espaço de 10 dias dois candidatos tenham renunciado, em plena pressão da mídia, especialistas e ativistas consideram que ainda há um longo caminho a percorrer em um país onde o escândalo Dominique Strauss-Kahn (DSK) estourou há uma década.

Na semana passada, Taha Bouhafs, de 25 anos, militante da esquerda radical, anunciou a retirada de sua candidatura a deputado, pouco antes de uma investigação interna de seu partido, França Insubmissa, sobre supostas agressões sexuais a mulheres, ser tornada pública.

Jérôme Peyrat, de 59, também renunciou na quarta-feira pelo partido centrista do presidente Emmanuel Macron, por uma condenação de setembro de 2020 a uma multa de 3.000 euros em um caso de violência conjugal.

Embora ambos os casos tenham provocado reações indignadas, especialmente nas redes sociais, de feministas e políticos da oposição, Peyrat, ex-assessor dos ex-presidentes Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e Macron, recebeu o apoio de seu partido até a reta final.

O líder do partido de Macron, Stanislas Guerini, gerou, inclusive, indignação ao minimizar a condenação. Peyrat "é um homem honesto, não acho que seja capaz de exercer violência contra as mulheres", disse à rádio FranceInfo.

"A cobertura da mídia da violência sexista e sexual evoluiu nos últimos anos a favor das mulheres", estima Mérabba Benchikh, doutora em Sociologia, que destaca "maior visibilidade de algumas denúncias contra eleitos, candidatos ou dirigentes políticos".

Para a especialista, "o surgimento e uso - facilitado e excessivo - das redes sociais são um elemento de primeira leitura", assim como a "quarta onda feminista que tem trabalhado para denunciar atos de violência contra as mulheres", como o MeToo.

- Precedente DSK -

Em dez anos, as reações aos escândalos de supostos estupros, agressões ou assédio sexual por políticos mudaram.

Em 2011, DSK, o então diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e favorito para concorrer nas eleições presidenciais de 2012, foi preso em Nova York acusado de estupro. Seu partido socialista o defendeu abertamente. Mas desde então, a atitude mudou.

Personalidades como o ex-ministro de Transição Ecológica de Macron, Nicolas Hulot, acabaram se aposentando da vida pública após acusações de estupro ou assédio sexual.

Mas não é uma regra. O presidente centrista nomeou Gérald Darmanin ministro do Interior em 2020, apesar de ele enfrentar uma queixa por estupro. A Promotoria pediu em janeiro que o caso fosse arquivado.

Quase 300 mulheres de círculos políticos e universitários pediram em novembro passado o "afastamento dos autores de agressões sexuais e sexistas".

Certos grupos feministas também pedem que os políticos acusados sejam afastados enquanto a investigação durar, até o veredito.

O chefe de Estado centrista descarta a opção, alegando o princípio da presunção de inocência.

Embora Alice Coffin, feminista e assessora ecológica em Paris, considere que a situação mudou no que diz respeito à lei do silêncio na época do DSK, ressalta que um "contexto em que as coisas se resolvem" também não foi alcançado.

"Normalmente, deveria haver ação imediata. Estamos em algum lugar no meio", acrescenta.

Nessa linha, Fiona Texeire, cofundadora de um observatório sobre agressão sexual na política, considera que “a verdadeira vitória virá quando os partidos não investirem mais em ninguém acusado de sexismo ou violência sexual”.

Para Benchikh, apesar de várias organizações políticas terem criado "unidades de escuta e de denúncias", ainda há divergências quanto às ações.

"O campo político francês, por natureza androcêntrico e sexista, há muito exclui as mulheres", avalia a especialista, que destaca a ruptura com essas relações de dominação, embora esteja em sua "fase inicial".

Na última terça-feira (26), a organização Todos Pela Educação promoveu o Encontro Educação Já 2022. Na ocasião, a instituição convidou e questionou, previamente, os candidatos à Presidência da República sobre as propostas eleitorais para a Educação Básica brasileira. Participaram da dinâmica Lula (PT), que foi representado, presencialmente, por Aloizio Mercadante, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo), André Janones (Avante), todos de maneira remota, e Jair Bolsonaro (PL), que foi o único pré-candidato que não enviou plano educacional. Confira:

Lula (PT)

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Na apresentação das propostas petistas, Mercadante ressaltou os feitos do partido, durante as gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "Aplicamos 208% de aumento real na verba para a Educação (...) além de ter vinculado os recursos da Educação aos royalties do petróleo, ao Fundo Social do Pré-sal", ressaltou.

Além disso, foi exposto os avanços, no que se refere aos programas de alfabetização e acesso ao ensino superior, através da Lei de Cotas, e teceu críticas ao atual governo. "Nós temos que retomar o MEC, a Educação pública, nossas parcerias para colocar a Educação como a grande prioridade histórica desse país", finalizou.

Ciro Gomes (PDT)

No vídeo enviado, o pré-candidato afirma que os planos para a Educação básica brasileira serão os mesmos aplicados no Ceará, que conta com "a universalização da creche em tempo integral e aplicação da alfabetização na idade certa". Ciro explicou que o modelo de creche integral "estimula o desenvolvimento das faculdades motoras e intelectuais das crianças" e, para as mais carentes, "uma alimentação correta e balanceada".

Já a aplicação da alfabetização na "idade certa", de acordo com o pedetista, garante que os alunos tenham um aprendizado de maior qualidade, sem ficarem atrasadas em relação a outros alunos, o que é a maior causa de evasão". Ele também expôs, caso eleito, que haverá valorização e qualificação dos profissionais da Educação e implementação no ensino médio do modelo "minha escola, meu emprego, meu negócio".

João Doria (PSDB)

Também por meio de vídeo, o ex-governador de São Paulo e candidato ao cargo de presidente da república apresentou iniciativas educacionais, como aulas de inglês desde os primeiros anos do ensino fundamental nas escolas de todo o país. "Crianças falando inglês mudam a sua autoestima, melhoram a sua empregabilidade e criam oportunidade para atividade empreendedora", alegou.

Na apresentação, Doria defendeu o Novo Ensino Médio, iniciado em 2022, o qual realçou que é "um exemplo a ser seguido". “Ele [Novo Ensino Médio] oferece agora ao jovem a chance de estudar ao mesmo tempo em que conquista a sua profissão técnica", disse. Assim como Ciro Gomes, o ex-governador de São Paulo prometeu valorização dos profissionais da área e escolas em tempo integral.

Simone Tebet (MDB)

Atual senadora pelo Mato Grosso do Sul, e professora universitária, Simone Tebet disputa sua primeira eleição presidencial. Nos planos educacionais, Tebet afirma que seu compromisso como Chefe do Executivo será com as crianças e jovens. Meu compromisso com a educação passa por colocar acima de tudo criança e jovem no orçamento federal e na transversalidade, e acabar com essa desculpa esfarrapada de que Ensino Básico de estados e municípios", frisou.

Ademais, a pré-candidata falou sobre a formação superior dos professores. Em sua análise, os cursos de pedagogia devem retornar a ser "de responsabilidade das universidades públicas e presencial". Outro ponto do plano de Simone Tebet é a implantação do ensino integral, principalmente, no ensino fundamental, anos finais, e médio. "As nossas crianças e jovens não podem querer sair da sala de aula."

André Janones (Avante)

O deputado pelo estado de Minas Gerais e advogado André Janones apresentou proposta para mudar a "situação caótica" em que se encontra a Educação no país a partir de quatro pilares:

"Condições dignas para os profissionais da Educação, através de aperfeiçoamento e valorização salarial, mudança no sistema de financiamento estudantil, melhoria significativa na estrutura física, com disponibilização de laboratórios de informática, de ciência, quadras escolares, transporte público de qualidade para poder levar esses jovens até o ambiente escolar com tranquilidade, segurança".

Um dos últimos pilares principais do plano de governo está a indicação de um ministro da Educação que tenha familiaridades com a área e não apenas conhecimento técnico sobre o assunto. Alguém, de acordo com o pré-candidato, com sensibilidade para enxergar a população "como pessoas, como gente, e não apenas números".

Felipe D'Ávila (Novo)

Como meta governamental, o cientista político afirmou que pretende colocar o país no top 20 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) nos próximos oito anos. "Para isso, precisamos ter a meta doméstica, que é atingir no Enem, no Ensino Médio, uma média sete", expôs. Para ele, essa média será alcançada a partir da implementação de iniciativas como o Centro Comunitário da Paz (Compaz) e Pacto pela Educação, ambos já conhecidos em Pernambuco.

Como política de valorização dos professores, D'Ávila falou sobre a necessidade de ter um curso especial para transformar a carreira do professor numa das carreiras mais desejadas do Brasil". Nessa questão, o presidenciável salienta três medidas.

"A primeira: exigir que aqueles que quiserem ingressar no magistério, na pedagogia, terão de estar no top 20% do Enem. Nenhum país do mundo melhorou a educação, não criando uma barra alta para ingressar na carreira. Segundo, precisamos ter curso em tempo integral para os professores. E terceiro, é preciso ter, sim, um exame de ingresso na carreira que entenda o lado prático, o lado pedagógico da carreira, porque senão não vamos ter bons professores na sala de aula", pontuou.

Candidatos do concurso público para técnicos administrativos em Educação, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que será aplicado neste domingo (24), devem usar máscara no local de provas. De acordo com a universidade, o item é obrigatório e participantes que comparecerem sem ele não poderão acessar o local da avaliação.

Além disso, a instituição de ensino superior ressalta que o decreto do Governo de Pernambuco, que desobriga o uso de máscaras em locais fechados, não vale para escolas e áreas de ensino, por isso, a obrigatoriedade do equipamento de proteção individual.

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Este certame oferta 61 oportunidades, que são divididas em áreas como Técnico em Enfermagem, Assistente Social, Psicólogo e Tecnólogo em Produção Audiovisual. Segundo a UFPE, o processo seletivo contabilizou 15.992 candidaturas.

Recentemente, o pré-candidato ao Palácio do Planalto e ex-presidente Lula (PT), defendeu o direito das mulheres ao abordo no Brasil. No evento que aconteceu na terça-feira (5), o petista ainda classificou o assunto como “uma questão de saúde pública”. Ao mesmo tempo que a temática é delicada, ela é polêmica e tende a ser muito cara aos concorrentes de cargos Executivos, sobretudo ao Planalto Central. 

Desta forma, a cientista política Letycia Raila, explicou que o tema é muito caro aos candidatos por conta dos valores da sociedade majoritariamente com costumes judaícos-cristãos. “É muito complicado trazer isso para uma eleição, principalmente no Planalto Central, tendo em vista a sociedade que temos. Geralmente os candidatos evitam essas pautas mais polêmicas porque eles têm muito mais a perder do que ganhar falando disso”, afirmou. 

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Ao defender a legalização do aborto no Brasil, o ex-presidente ressaltou que as mulheres pobres morrem tentando fazer o aborto porque é proibido. “Então, a mulher pobre fica cutucando o seu útero com agulha de crochê, fica tomando chá de qualquer coisa. Numa cidade chamada Jabaquara, na Bahia, eu conheci uma mulher que usa fuligem do fogão à lenha, colocando na vagina para ver se abortava”, argumentou. 

“A madame pode fazer um aborto em París, pode ir para Berlim procurar uma boa clínica e fazer um abort. Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, enquanto, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito sem ter vergonha”, ousou o ex-presidente. 

No entanto, após ser alvo de críticas, Lula minimizou a fala sobre aborto. “A única coisa que eu deixei de falar, na fala que eu disse, é que sou contra o aborto. Eu tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. O que eu disse é que é preciso transformar essa questão do aborto numa questão de saúde pública”, disse, à rádio Jangadeiro BandNews.

->> Lula defende o aborto como uma questão de saúde pública

Dentre os concorrentes à presidência, além de Lula, Ciro Gomes (PDT) foi outro que se mostrou favorável à legalização em declarações anteriores quando, em 2019, chegou a afirmar que “aborto é uma tragédia humana, social, moral, religiosa, mas eu acho que o Estado não tem nada que se meter para agravar essa tragédia, a não ser para proteger, para agasalhar, para aconselhar, para arranjar alternativas de adoção”. “No fundo, quem deve decidir isso é a mulher. Acho que ela tem direito ao respeito a seu próprio corpo”, disse Ciro Gomes, em entrevista à BBC Brasil em 2019.

Para ela, a fala de Lula defendendo o aborto é muito impactante. “Hoje, a gente já consegue ver dentro do Congresso uma bancada evangélica muito grande, e o número de evangélicos no País tem crescido progressivamente nos últimos 20 anos. Com certeza, essa é uma fala que traz impacto em muitas vertentes tanto dentro da sociedade, quanto trazendo uma ferramenta para que o governo consiga rivalizar bastante esse ponto”. 

“Temos um governo muito ligado a pautas religiosas evangélicas, e quando a oposição traz essa fala sobre o aborto, a rivalidade pode ser construída. Essa rivalidade e inflamação de discurso é uma ferramenta que o presidente [Bolsonaro] utiliza bastante e tem dado muito certo com a sua base eleitoral”, completou a especialista. 

A afirmação de Letycia vai de encontro, naturalmente, à posição do presidente da República sobre as pautas de costume. Com a descriminalização do aborto até a 24 semana (seis meses) de gestação na Colômbia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a reforçar, em publicação no Twitter, não ser a favor da medida. “Que Deus olhe pelas vidas inocentes das crianças colombianas, agora sujeitas a serem ceifadas com anuência do Estado no ventre de suas mães até o 6º mês de gestação, sem a menor chance de defesa. No que depender de mim, lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças”, publicou. 

Em 2017, Doria chegou a afirmar em uma ping-pong à Época ser contrário ao aborto. “Sou contra, exceto em casos em que mulheres estupradas devam ter o direito ao aborto. Fora disso, deve-se preservar a lei como está”. Em outras matérias, ele afirma que o PSDB é progressista. 

Já Sergio Moro, sempre que vai falar sobre aborto, foge do tema abordando pelo ponto de vista jurídico, como falou em uma live do YouTube da Necton Investimentos em agosto de 2020 ao ser questionado sobre o caso da menina de 10 anos que foi vítima de estupro e realizou um aborto. “Essa interrupção foi realizada nos termos da lei. A lei autoriza em caso de risco à vida da mãe e em caso de estupro. Foi um procedimento legal. Algumas pessoas discordam em absoluto, mesmo nessas circunstâncias. Outras entendem que são circunstâncias razoáveis. Eu sou um seguidor da lei, basicamente”. 

Ao salientar o conservadorismo da sociedade, a especialista explicou que “qualquer coisa que fuja desse padrão judaíco-cristão acarreta revolta”. Com relação aos votos, ela pontuou que, às vezes, “o eleitor concorda com a proposta econômica, mas discorda da questão do valor, que está intimamente ligado a uma questão de caráter para o eleitor”. “A partir do momento que você usa esses valores não-cristãos, isso pode acarretar numa quebra de expectativa do eleitor que é cristão e votaria num partido de esquerda, que no momento está sendo representado pelo Lula”, detalhou.

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