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As ruas do Recife foram ocupadas, nesta quarta-feira (1º), por nações e terreiros de religiões de matriz africana para a celebração sagrada da 17ª Caminha de Terreiros de Pernambuco. O evento, que acontece em todo início de novembro, marca a abertura do mês da consciência negra, e levanta como tema principal a luta contra a discriminação religiosa e o racismo. A concentração acontece na Avenida Alfredo Lisboa, no Marco Zero, localizado no bairro do Recife, e a caminhada segue até o Pátio de São Pedro, no bairro de São José, também no centro da cidade, onde é celebrada a Jurema, tradição religiosa que faz parte de várias religiões afroameríndias do nordeste brasileiro. 

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A caminhada chega na sua 17ª edição contando com o apoio dos poderes executivo e legislativo, e levando uma multidão de fiéis às ruas, como explica o coordenador de cerimonial, Demir da Hora. “[A celebração serve para] abrir o mês da consciência negra, e sempre naquela luta contra o racismo, contra a intolerância religiosa, e dando mais atenção à cultura afro em geral, à religiosidade afro. A gente vive em um país laico onde a cultura negra é a mais escanteada, por causa de preconceito, discriminação, e a caminha de terreiro veio justamente pra isso, para abrir espaço com a cultura afro, com a religiosidade afro. Você vê um mar de gente de branco passeando pela cidade do Recife, essa é a marca principal da caminhada de terreiros, para mostrar a força que tem a religião afro-brasileira", comenta da Hora. 

Demir da Hora. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

O trajeto tradicional da caminhada perpassa ruas importantes do centro da cidade, mesmo havendo alguns bloqueios atuais determinados pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), devido às obras na ponte 12 de setembro, conhecida como Ponte Giratória. A caminhada, no entanto, deverá passar pelas avenidas Guararapes e Dantas Barreto, no bairro de Santo Antônio, para terminar no Pátio de São Pedro. 

Dedicação e fé na caminhada 

Há 17 anos que a Caminhada de Terreiros de Pernambuco é coordenada por Mãe Elza de Yemanjá, que é a responsável pela articulação e realização das celebrações no Recife, concentrando terreiros e nações de maracatu de todo o estado. “Nós vamos hoje comemorar as datas votivas exatamente a questão antirracista. A caminha é isso, é combater racismo, é trazer cultura de paz, é falar com outros credos. Muita gente envolvida, os budistas, os batistas, os Fé Bahá'í, os espíritas, candomblé, Jurema e Umbanda, as religiões estão todas muito ‘linkadas’ a esse combate. Existe um fórum, chamado Diálogos, que traz esse recorte de viabilizar políticas públicas que combatam realmente o racismo, que tragam recortes pra população negra e de terreiro. A caminha é esse misto de emoção”, comentou. 

Mãe Elza de Yeamanjá. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Ela contou a origem da caminhada, e de onde veio a necessidade de reafirmar as religiões de matriz africana na cidade. “A prefeitura [do Recife] tinha esse movimento com a igualdade racial, os governos tinham, e falaram aos terreiros da necessidade de celebrar religiosamente a questão da abertura do mês da consciência negra. E aí, nós estávamos na reunião, e eles perguntaram ‘como a gente faria isso?’, e eu disse ‘por que não ir às ruas? Por que não fazer uma caminhada?’. E aí a ideia pegou todo mundo, congelou todo mundo. Hoje nós temos um decreto, uma lei, que diz que a gente celebra o mês da consciência negra, ou seja, os terreiros celebram, sempre com um tema primordial, que é contra o racismo e contra a discriminação religiosa”, relatou a Ialorixá. 

Conquistas das religiões 

Mãe Elza ainda falou das conquistas alcançadas pelas religiões de matrizes africanas por meio de leis e estatutos criados e sancionados pelo governo do estado. “Estamos esperando essa política começar a compreender todo o entorno. Muito importante que agora temos o estatuto de igualdade racial no estado, sancionado por Raquel Lyra (PSDB). E é isso, é batalhar, correr atrás das políticas voltadas à população de terreiro”, afirmou. 

Caminhada tomou as ruas do Recife. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

A caminhada concentra cerca de 40 a 45 mil pessoas, com a participação de milhares de terreiros de todo o estado. “A cada ano se compreende melhor o processo. É importante frisar que estamos falando de racismo, e os terreiros desacreditaram no governo. Então esses terreiros se fecharam em copas, até compreender que de fato é preciso estar na rua, reclamando seus direitos, para poderem ser ouvidos pelos governos. Agora eles estão chegando mais, se aproximando mais”, disse Mãe Elza. 

A passeata reúne representações de terreiros de Caruaru, Petrolina, Gravatá, Goiana, Limoeiro, Carpina, Catende, além dos municípios da Região Metropolitana do Recife. 

Homenageados 

A cerimônia de início da caminhada contou ainda com homenagens feitas a personalidades de terreiros e de outros poderes, como o judiciário, além de políticos que estão à frente dos debates pela causa racial no legislativo. Estiveram presentes na celebração as deputadas estaduais Dani Portela (PSOL), Rosa Amorim (PT), e o deputado estadual João Paulo (PT). 

Dani Portela (PSOL). Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

São 11 pessoas homenageadas, entre elas três pessoas de terreiro que foram escolhidos no momento da cerimônia. Ainda foram nomeados: o advogado Évio Silva Junior; o senador Humberto Costa (PT-PE); duas juízas, entre elas Luciana Maranhão; o deputado federal Carlos Veras (PT-PE); o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Tomas; Fábio Sotero, da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (AMANPE); entre outros. 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março.

O projeto que deu origem à lei é de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP) e foi aprovado no Congresso Nacional no último dia 21 de dezembro.

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O texto sancionado está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (6), e é assinado também pelas ministras da Cultura, Margareth Menezes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Anitta visitou, nessa segunda-feira (1º), o seu Pai de Santo Sérgio Pina, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Em passagem pelo Brasil após passar por cirurgia em razão de uma endometriose, a cantora retornou ao terreiro de Candomblé, que é sua casa espiritual quando está no país. O babalorixá publicou duas imagens do último atendimento, no qual aparece ao lado da artista, do irmão de Anitta, Renan Machado, e de outros amigos. 

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"Fim de um ciclo início de outro. Desejo aos meus filhos vida longa com sucesso!!!", escreveu Sérgio Pina na legenda da publicação. Anitta, que nunca escondeu a sua religião, tem sido mais aberta sobre a sua crença nos ritos da matriz africana. É a segunda vez que a carioca é vista com os trajes tradicionais do Candomblé, apesar de ter sofrido comentários negativos e de cunho intolerante quando surgiu usando trajes de ìyáwò. 

Nas redes sociais, Anitta vinha compartilhando que passou por momentos difíceis em sua vida pessoal, e que os problemas foram acentuados pelos problemas de saúde. A cantora descobriu a endometriose nove anos após o início dos sintomas e precisou fazer uma pausa.  

Em julho, a fluminense comunicou que passaria pelo procedimento cirúrgico por causa da doença crônica, que afeta algumas mulheres e causa dores abdominais, cólicas fortes, incômodos durante as relações sexuais, entre outros sintomas. Ela deve continuar no Brasil para sua recuperação, no Rio de Janeiro. 

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Com o tema "sou uma, mas não sou só", o povo de terreiro sai em cortejo pelas ruas da área central do Recife na sua 15ª caminhada. O evento, que marca o início do mês da Consciência Negra na capital pernambucana, começou a sua concentração às 14h no Marco Zero.

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A saída aconteceu às 17h, sendo puxada por baianas e cantos aos orixás, e será encerrada às 20h desta quarta-feira (03).

Mãe Elza, coordenadora da Caminhada dos Terreiros, declara que este é um ano atípico, “mas nós enfrentamos a pandemia e estamos aqui dizendo não ao racismo e não a discriminação religiosa”. Para ela, o povo de terreiro não poderia deixar de estar nas ruas neste mês da Consciência Negra.

“A gente tinha que estar nas ruas e dizer que este mês é importantíssimo, mas não é o único mês que se pode discutir o negro e a negra no Brasil”, salienta. 

Sobre o tema da caminhada, ela destaca que é importante juntar as pessoas contra a intolerância, seja ela de qualquer religião. “Deus não tem religião. Ele está aqui para todos e neste momento ele nos abençoa. Nesta caminhada nós temos judeus, cristãos, todos juntos dizendo não a discriminação religiosa”, diz.

Chacon Viana, coordenador do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira do Recife, aborda que a Caminhada dos Terreiros vem para abrir um mês que é muito difícil, “mas também para provar que as pessoas precisam entender que a gente busca novas possibilidades para o nosso povo, cobrando mais respeito, emprego e cidadania. Precisamos estar juntos, independente de crença, Deus é um só e o inimigo está em todos os cantos”, aponta.

Participando pela décima vez do cortejo, a pedagoga Iramires Aragão, 55 anos, assevera que para desconstruir o preconceito é preciso que o povo preto seja visto. 

“É tempo de aquilombar-se mais do que nunca e nos mostrar. A gente só vai conseguir quebrar essa raiva e esse preconceito que existe se formos vistos. É tempo de estarmos nas ruas mostrando nossa estética a partir das nossas vestes, dos nossos cabelos e dizer que estamos aqui, somos de santo e trago a minha ancestralidade”, acentua.

Ela reforça ainda a pertinência do tema desta 15ª caminhada e garante que Jesus Cristo está presente em todos os lugares. “Ele disse que onde tiver mais de uma pessoa falando meu nome, eu estarei presente. A gente só fala de amor, só fala em Cristo e eu estou aqui para agradecer”, pontua

Quando falamos em São Cosme e São Damião lembramos, na hora, da tradição de distribuir doces para as crianças no dia 27 de setembro. Na família da jornalista Aline Monteiro, isso acontece há muitos anos. A mãe fez uma promessa a esses santos pela saúde dos filhos e, desde então, oferece guloseimas para os pequenos no mês de setembro. A promessa acabou e Aline ainda vai para rua dar continuidade à tradição que a mãe começou anos atrás.

"Hoje em dia já não é mais a promessa, mas a gente continua a tradição. Acredito que mais em agradecimento, à perpetuação, à repercussão da fé que continua. E claro, pedindo mais e mais saúde", conta Aline.

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Mas você sabe como começou esse hábito? Ou até mesmo quem foram esses santos para quem tantas pessoas fazem promessas?

O professor Agnaldo Cuoco Portugal, do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB), explicou que, na religião católica, Cosme e Damião eram dois irmãos gêmeos, considerados curandeiros - médicos na comunidade onde viviam. 

Para o catolicismo, não havia nenhuma ligação entre os irmãos e as crianças ou a distribuição de doces. Essa prática veio da associação que os escravos fizeram de Cosme e Damião a orixás da umbanda e do candomblé: os Ibejis, filhos gêmeos de Xangô e Iansã.

O professor explicou que, como havia muita repressão na época da escravidão no Brasil aos cultos africanos, os negros precisavam adorar suas divindades sempre associando a algum santo católico. E foi isso que aconteceu com são Cosme e são Damião.

"Naquela época, os escravos africanos não tinham a possibilidade de cultuar os seus orixás, as suas divindades livremente. Eles tinham que fazer essa associação com alguns santos católicos, pra não serem perseguidos. A tradição de dar doces tem a ver com esses dois orixás crianças que foram associados a Cosme e Damião", explica o professor.

Agnaldo Cuoco disse ainda que muitas dos nossos costumes hoje têm relação com a religião, que é um traço muito marcante no Brasil. Locais sagrados, festas e tradições estão sempre muito ligadas a uma história religiosa.

"A religião tem um papel de raiz, de fonte de vários elementos da cultura. Permite a você marcar o dia, por exemplo. Esse dia especial, que está ligado a tal coisa. Ou os lugares, tal lugar é especial, é um templo, é uma catedral, é um terreiro, é uma casa de santo. Então, a religião está ligada à cultura de diversas maneiras", resume o professor.

Em 1969, a religião católica alterou o dia de são Cosme e são Damião para o dia 26 de setembro para não chocar com a data que se celebra são Vicente de Paula. Mas, pela tradição, a maioria das pessoas ainda comemora no dia 27.

Denunciando intolerância religiosa e racismo institucional, uma servidora pública do município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, foi às redes sociais relatar que descobriu ser alvo de denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na última quarta-feira (22). Elayne Viana, de 31 anos, que é psicóloga e coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) Vila Roca e candomblecista, foi denunciada por “fazer rituais da sua religião” no ambiente de trabalho, durante o expediente. 

Na queixa, foi anexada uma foto de Viana, na qual ela aparece utilizando o turbante e uma guia. A guia é um colar utilizado pelos filhos (abiãs) de um determinado ilê ou casa de candomblé, e que representa o orixá “guia” de determinada pessoa de fé. No Brasil, a liberdade de culto e expressão é direito constitucional garantido, acobertado também através da Lei 9.459/2007 de Intolerância Religiosa. 

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LeiaJá teve acesso ao documento que formalizou a denúncia ao MPPE. O denunciante solicitou anonimato, justificando que é uma pessoa que trabalha no CRAS. A priori, a denúncia foi feita somente à ouvidoria do órgão, mas no dia seguinte a gerente de Elayne soube do pedido ao MP. 

“A coordenadora Elaine, do CRAS VILA ROCA, no município do Cabo de Santo Agostinho, tem feito no ambiente de trabalho e no horário de trabalho rituais de sua religião. Sempre compostos por velas, incensos, imagens, flores. Não suportamos mais. E isso quando se encontra no local. A mesma nunca cumpriu horário de trabalho, nem de chegada, nem de saída, muitas vezes quando vai para o almoço não retorna. Um absurdo”, diz a queixa. Elayne nega qualquer comportamento inadequado além da manifestação individual de sua fé.

Elayne Viana, de 31 anos, alega ser vítima de racismo institucional. Foto: Reprodução/Instagram

Também ex-presidente do Conselho de Igualdade Social do Cabo, a denunciada afirma estar ciente dos próprios direitos e também possuir articulação com o Movimento Negro de Pernambuco. Elayne, já sob orientação, deve argumentar racismo na resposta ao Ministério Público, que deve ser feita pela Secretaria de Programas Sociais do município, dentro de um mês. “Me informaram que vão construir uma resposta ao MP, dentro do prazo de 30 dias, e a resposta que será construída será com base na intolerância religiosa e racismo institucional”, contou Elayne ao LeiaJá.  

E continuou: “É um caso explícito de racismo institucional, religioso e intolerância religiosa. Até quando nós de comunidades tradicionais vamos precisar passar por isso? Começa com uma denúncia e depois levamos uma pedrada na rua. Isso quando não morremos”. 

LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho no sábado (25), para entender como a gestão deve se manifestar em seu retorno à denúncia; e também com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em busca de um esclarecimento sobre como as questões de manifestação religiosa dos servidores públicos do estado são cobradas, uma vez que a denúncia foi aceita pela instituição.

O MPPE respondeu que "a manifestação encontra-se na Promotoria de Justiça na Defesa do Patrimônio Público do Cabo de Santo Agostinho porque a questão apresentada diz respeito a possíveis faltas funcionais por descumprimento da carga horária". 

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Um pastor foi indiciado, nessa quarta-feira (24), pelo crime de intolerância religiosa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ). O acusado postou um vídeo nas suas redes sociais onde quebrava alguidares - peça utilizada em rituais e trabalhos religiosos -, garrafas de oferendas e ofendia a religião do candomblé. 

Segundo a polícia, após o vandalismo o dirigente do terreiro de candomblé registrou o fato na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e as diligências começaram. Os agentes analisaram o vídeo em que o pastor quebrou oferendas, ofendeu a religião e ouviram depoimentos da vítima e do autor e realizaram perícia. 

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O caso ocorreu dia 7 de janeiro. No vídeo o pastor afirma estar praticando o ato “em nome de Jesus”. A investigação constatou que o fato foi motivado por intolerância religiosa e o acusado foi indiciado pelo crime.

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O Dia Mundial da Religião é comemorado nesta quinta-feira (21). No Brasil, a data também celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi instituído em 2007 pela Lei n° 11.635/2007, em homenagem a Iyalorixá dos Santos, também conhecida como Mãe Gilda, vítima de preconceito religioso.

Mãe Gilda foi uma ativista social que participou de inúmeros movimentos para melhorar o bairro Nova Brasília de Itapuã, em Salvador (BA). Por pertencer ao candomblé, ela recebeu diversos ataques, como agressões físicas e verbais, de devotos da Assembleia de Deus. Mãe Gilda morreu em 21 de janeiro de 2000, com a saúde fragilizada pelos acontecimentos.

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O ocorrido com Mãe Gilda ilustra a intolerância religiosa, preconceito ainda presente nos dias de hoje. A psicóloga e bacharel em direito Doné Conceição d'Lissá, de Duque de Caxias (RJ), da religião candomblé Djeje Mahim, relata que, nos últimos dez anos o templo religioso que lidera foi alvo de ataques. "Foram vários incêndios provocados e três carros incendiados. Fomos alvos de tiros, e, no último ataque, ficamos um ano inteiro sem poder funcionar, porque foi tudo destruído", lembra.

Apesar de o Ministério Público e a Delegacia Local agirem diante do ocorrido, não foi possível identificar os autores dos crimes. "Acredita-se que a motivação foi devido à intolerância religiosa, que eu chamo de racismo religioso, pois se não tivéssemos professando em uma religião de negros, muito provavelmente não teríamos tanta animosidade", declara Doné.

De acordo com a Legislação Brasileira, o preconceito religioso tem crime previsto na Lei de nº 9.459/1997, que pode resultar em pena de até três anos de reclusão e pagamento de multa.

A origem da intolerância religiosa e como deve ser combatida

No Brasil, o sincretismo religioso atua por meio do catolicismo português e as tradições africanas e indígenas. "Historicamente, houve desde o princípio da formação da sociedade brasileira, a violência religiosa por imposição das crenças dos colonizadores, primeiramente aos povos indígenas e, depois, aos africanos, que se tornaram escravos em nosso país", destaca o doutor em Teoria do Direito e Teologia e professor da Faculdade Arnaldo de Belo Horizonte (MG) Luciano dos Santos.

De acordo com dados registrados pelo Disque 100, número criado para denúncias de violação aos Direitos Humanos, em 2019, os casos de preconceito religioso tiveram aumento de 56%. Os praticiantes de religiões de matriz africana foram os que mais registram queixas. Segundo Santos, as agressões surgem pela sensação de ameaça, insegurança e tentativa de intolerantes para garantir a verdade defendida por determinada crença.

O teólogo lembra que muitas das agressões não partem da religião, mas do fiel e da maneira como ele interpreta a doutrina religiosa. "O fundamentalismo representa a atitude do crente, que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista. A partir deste posicionamento, o fiel que se sente portador de uma verdade absoluta não consegue viver e conviver com outra verdade, tendo por efeito a intolerância religiosa", explica.

Por conta do preconceito religioso, o indivíduo despreza aqueles que possuem outras crenças e se comporta de maneira agressiva. "Por resultado prático, surgem os conflitos religiosos e suas vítimas, como exemplo, o aumento das agressões verbais e físicas com os praticantes do candomblé e da umbanda na sociedade brasileira", descreve Santos.

Desde 1890, o Brasil é considerado um estado laico, ou seja, imparcial em relação às questões religiosas, o que concede ao cidadão brasileiro o direito de escolher qualquer crença. "Nenhum cidadão é obrigado a seguir uma religião ou tornar-se vítima por viver uma religião diferente de seu grupo social. A liberdade religiosa é um direito e faz parte da dignidade humana. É uma garantia inviolável à liberdade de consciência e de crença", afirma o teólogo.

Segundo Santos, para superar esse preconceito, é necessário o diálogo social de maneira civilizada, que visa criar uma cultura de paz e respeito, diante do pluralismo religioso. Isso possibilitaria o respeito a todas as crenças. O teólogo explica que parte dessa educação deve vir dos líderes religiosos, que devem educar os seus fiéis a respeitar a crença do próximo. "O diálogo é um dos caminhos privilegiados para o aprendizado com o diferente. Entendemos que a família e a escola devem promover a permanente educação ao diálogo, e o compromisso ao respeito às liberdades de crenças dos indivíduos", recomenda.

O ano de 2021 começou nesta semana, deixando a catástrofe que foi 2020 para trás. A cartomante Paulina de Oxoce jogou as cartas e fez as previsões do que pode acontecer neste novo ano. Segundo diz as cartas, 2021 deve ser de renovação, com bastante mulheres grávidas - principalmente famosas. 

Mas o que a maioria da população brasileira espera, que é a vacinação contra a Covid-19, não deve acontecer no início do ano. O país deve ficar sem a vacinação de todos até o meio deste ano.

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Além disso, Paulina diz que as cartas mostram que os brasileiros devem esperar por muitos casos de corrupção que devem ser revelados. Confira Essas e outras questões previstas e explicadas pela cartomante.

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No dia em que os católicos celebram Nossa Senhora da Conceição também é o momento para adeptos da religião de matriz africana cultuarem o orixá Iemanjá. Nesta terça (8), a 43ª Panela de Iemanjá leva o sincretismo religioso e as homenagens à uma das mais cultuadas divindades do panteão dos orixás à praia do Pina, na Zona Sul do Recife, a partir das 19h.

A partir das misturas das culturas e religiões trazidas do continente africano, com as culturas européias, a figura de Maria foi associada a diferentes orixás. Em Pernambuco, Nossa Senhora da Conceição é associada a Iemanjá, entidade das águas e fertilidade, representada como sereia e sempre trajando vestimentas na cor azul. 

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A celebração desta terça (8) começa com o toque para Iemanjá, na Tenda Espírita José Maria José, localizada na Avenida Encanta Moça, no bairro do Pina, sob condução do pai de santo Josimar Salvador. Em seguida, o evento segue para a praia onde serão colocadas as panelas com oferendas à divindade.

Serviço

43ª Panela de Iemanjá 

Terça (8) - 19h

Toque na Tenda Espírita José Maria José (Avenida Encanta Moça - Pina), seguida de celebração na praia do Pina

Gratuito

 

Anitta usou seu perfil oficial no Twitter, na madrugada desta sexta (13), para pedir respeito por sua religião: o candomblé. Após rumores de que ela estaria escondendo uma suposta raspagem nos cabelos por motivos religiosos, a cantora decidiu falar sobre suas escolhas espirituais e pedir pelo fim da intolerância religiosa.

A artista já havia desmentido, nas redes sociais, que teria raspado os cabelos por conta de uma obrigação religiosa mas decidiu voltar ao tema aproveitando para criticar o jornalismo tendenciosos. “As notícias tendenciosas que fazem pra fazer parecer que estou escondendo minhas crenças só me faz ter mais vontade de falar sobre o assunto. Até mesmo quando tentam provocar dizendo que eu só devo aparecer no barracão uma vez ou outra.... (ai ai viu... rs)", disse.

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Dentro do candomblé, Anitta é ekedi, pessoa designada a auxiliar os orixás quando em terra; em grande parte das linhas candomblecistas ekedis não precisam raspar os cabelos. A cantora aproveitou o ensejo para pedir respeito por sua religião e falar sobre intolerância religiosa. “Sempre frequentei os dois (candomblé e igreja católica) até me identificar mais com o candomblé e seguir me dedicando o quanto posso dentro da minha rotina. Mas tenho curiosidade, respeito e admiração por todas as religiões e gostaria que todos também tivessem com a minha".

Uma atriz, educadora social e candomblecista, moradora de Olinda, perdeu a guarda da filha de nove anos após o pai da criança ter denunciado que a menina sofria de maus tratos. O Conselho Tutelar foi acionado e providenciou o afastamento da criança de sua mãe após receber as denúncias. Segundo a defesa da mulher, o caso tem caráter de intolerância religiosa, uma vez que o denunciante colocou a religião praticada pela mãe, o Candomblé, como um dos motivos para que a filha deixasse sua casa. 

Segundo a advogada da mulher, Camila Antero, o pai da criança teria feito afirmado ao Conselho Tutelar que a menina estava sofrendo de maus tratos na casa da mãe, sendo agredida pelo padrasto e que estaria com os dentes infestados de larvas. Além disso, o homem também colocou a religião da família, o Candomblé,  como motivo para que a menina se afastasse da mãe. “Ele disse que não tem nada contra a religião mas que acha que não é um lugar para criança estar”, disse em entrevista ao LeiaJá. 

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Ainda de acordo com Camila, o pai da menina teria afirmado que os rituais da religião de matriz africana envolvem a ingestão de sangue animal, e por esse motivo, não concorda que a filha frequente o terreiro. Tal prática, no entanto, não é verdadeira. “Existe uma questão que afeta nosso povo, nós somos do Candomblé e foram veiculadas inverdades com caráter de intolerância religiosa”. A advogada afirmou que exames dentários foram realizados na criança comprovando que sua saúde bucal estava íntegra. 

No entanto, um pedido de guarda foi deferido ao pai da criança sem que a outra parte - a mãe e até mesmo a criança -,  tenha sido ouvida, conforme explica Camila. Um pedido de revogação dessa guarda já foi apresentado e o processo corre em segredo de Justiça. O LeiaJá tentou contato com o Conselho Tutelar, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria. 

Por nota, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) disse que, ao atuar na ação, baseou-se em indícios de provas e documentos de informações de negligência apresentados pela parte interessada. "Não foi alegado nos autos da ação que a criança sofria maus-tratos por frequenter terreiro de candomblé", diz o MPPE.

O órgão destacou que o processo segue tramitando em segredo de Justiça para decisão final da guarda, que pode confirmar ou reverter a decisão provisória. O MPPE requisitou no parecer um estudo social do caso por equipe multiprofissional do Tribunal de Justiça. "Eventuais questionamentos religiosos não foram absolutamente levados em consideração e nem serão, para a decisão da ação de guarda. O que será levado em consideração é o bem-estar da criança", reforçou o Ministério Público. A mãe da menina também foi procurada mas encontra-se em um ritual religioso e, sendo assim, não foi possível contactá-la. 

Mãe Terezinha Bulhões é uma das mais antigas iyalorixás e juremeiras de Pernambuco. Aos 90 anos de idade, ela continua se dedicando a seus trabalhos espirituais e sociais e consolidou-se como uma das mais importantes referências das tradições de matriz africana e indígena no Estado. Nesta quarta (7), dia de seu nonagésimo aniversário, a iyá recebe, como homenagem, o lançamento do documentário Mãe Terezinha Bulhões, Um Mar de Amor no Coração do Recife. 

O média metragem que conta a trajetória de Mãe Terezinha tem roteiro e direção assinados por Alexandre L’Omi L’Odò. O objetivo do documentário é deixar registrados a história e memória dessa liderança religiosa, que não havia recebido nenhum registro oficial até então. O filme tem produção da Angola Filmes e realização do Quilombo Cultural Malunguinho e a Casa das Matas do Reis Malunguinho e dá início ao projeto Mourão que não bambeia, que visa salvaguardar a memória e história oral do povo de terreiro de Pernambuco. 

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Em entrevista ao LeiaJá, Alexandre L’Omi L’Odò falou sobre a relevância desse trabalho. “Mãe Terezinha Bulhões é uma iyalorixá das mais antigas de pernambuco que tem um trabalho ininterrupto de benefício social, então ela não pode ter sua memória apagada. Respeitada e considerada, a história dela tem que ser contada. Ela é esse mar de amor mesmo, porque ela é doce, ela é essa representação de Iemanjá, uma mulher acolhedora, uma grande mãe, uma grande instrutora, orientadora de inúmeras vidas. Então, por isso, ela é digna de todas as homenagens para além de ser uma pessoa que leva à frente as insígnias religiosas do candomblé e da Jurema Sagrada, ela é um patrimônio vivo, ela é um depoimento vivo da diáspora africana e da resistência indígena no Brasil". 

O lançamento do filme acontece com exibição e apresentações de maracatu e coco, além do ‘’parabéns’ à Mãe Terezinha. A festa acontece na Praça da Vila das Lavadeiras, bairro de Areias. A produção pede que os visitantes façam o uso de máscaras individuais e álcool em gel, em respeito às normas sanitárias de segurança contra o coronavírus. O acesso ao local será restrito a 100 pessoas, de acordo com decretos governamentais relativos à pandemia. 

Serviço

Lançamento do documentário e aniversário de 90 anos de Mãe Terezinha Bulhões

Quarta (7) - 19h

Praça da Vila das Lavadeiras, Areias/Recife

Gratuito

*Lotação máxima de 100 pessoas

Na última sexta-feira (14), a Justiça de São Paulo devolveu à manicure Kate Ana Belintani a guarda de sua filha, retirada após uma denúncia ter sido feita pela iniciação da adolescente ao Candomblé, sob alegação de maus-tratos. O caso aconteceu na cidade de Araçatuba, interior do estado. 

A menina de 12 anos ficou com sua avó materna depois da denúncia anônima levar à perda da guarda. A avó, que é evangélica, também teria feito uma denúncia alegando que a menina era maltratada e sofria abusos sexuais. 

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As denúncias levaram conselheiros tutelares e policiais militares ao terreiro Ilê Axé Egbá Araketu Odê Igbô, onde mãe e filha estavam e tentaram explicar que não podiam deixar o local durante a realização do ritual. Mesmo assim elas foram levadas ao Instituto Médico Legal (IML), onde os exames não identificaram hematomas ou lesões. 

Decisão judicial 

Em seu depoimento, a adolescente afirmou que participava do ritual por vontade própria, fato que foi levado em consideração pelo juiz junto ao exame de corpo de delito e a uma manifestação do Ministério Público contra a retirada da guarda. Assim, o parecer determinou que a garota poderia voltar para casa. 

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A mãe que perdeu a guarda de sua filha adolescente após denúncias de maus-tratos porque a menina estava fazendo sua iniciação no Candomblé se pronunciou e prometeu recorrer da decisão. O caso aconteceu na cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo (SP).

“Estou tentando de todas as formas trazer ela para casa. Não consigo mais dormir. Só choro esperando ela voltar para casa", disse a mulher em uma entrevista à TV Tem. Ela também afirma acreditar que o juiz que decidiu pela perda da guarda não sabia que a motivação das denúncias de maus-tratos era de origem religiosa.

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A jovem estava com a cabeça raspada, o que faz parte do rito religioso de iniciação, mas segundo a mãe a menina estava de acordo com tudo e consentiu o corte. Atualmente, ela está sob os cuidados de sua avó materna, que é evangélica. 

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--> TSE resiste a proposta de punir abuso de poder religioso

Por levar a filha ao candomblé e permitir que a adolescente de 12 anos passasse por um ritual de iniciação na religião africana, que envolve raspar a cabeça, a mãe perdeu a guarda de sua filha. A ação foi movida pelo Conselho Tutelar de Araçatuba, interior de São Paulo, que recebeu denúncias feitas, inclusive, ela avó materna da garota, que é evangélica.

A mãe da adolescente garante que era um sonho da filha ser "feita" para o santo, que é quando o novo adepto fica 21 dias recluso no terreiro, tomando banhos de ervas e sendo exposto a fundamentos da religião. Essa feitura de santo é para a purificação do e que o novo candomblecista entre em contato com o axé, que na língua iorubá significa força ou poder, e renasça com os seus ancestrais.

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Segundo o UOL, no dia 23 de julho, o Conselho Tutelar de Araçatuba recebeu uma denúncia anônima dizendo que a jovem era vítima de maus-tratos e abuso sexual. Por conta dessas denúncias, o conselho e a Polícia Militar foram até o terreiro. No local, a adolescente confirmou que não sofria qualquer tipo de abuso e que estava passando por um ritual para se tornar filha de Iemanjá.

As autoridades não levaram em consideração a declaração da menor e a levaram, juntamente com a sua mãe, para a delegacia, só podendo sair do local depois que a jovem passou por um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, que não encontrou nenhum tipo de hematoma ou lesão.

Mesmo assim, familiares que não concordam com a religião escolhida pela adolescente, fizeram outras denúncias, registrando um boletim de ocorrência, apontando que a adolescente estava sendo mantida à força no terreiro e sob condições abusivas.

Depois disso, novamente policiais e conselheiros foram até o terreiro, mas não encontraram a adolescente lá - que já tinha passado pela purificação. Não desistindo, os familiares denunciaram o caso à promotoria, alegando que houve lesão corporal por causa do cabelo raspado.

Na Justiça, conseguiram transferir a guarda da menor para a avó materna. "O pior de tudo é que em nenhum momento ouviram minha filha ou a mim. Simplesmente a tiraram de mim. Eu nunca a obriguei a nada, esse sempre foi o sonho dela. Ela está chorando a todo momento, me liga de dez em dez minutos querendo vir para casa", alega a mãe.

O UOL revela que o Conselho Tutelar da cidade e os familiares que entraram na Justiça para conseguir a guarda da adolescente não quiseram falar sobre os fatos. Há uma semana, mãe e filha só se falam por telefone.

Embora a volta das celebrações nos templos religiosos de Pernambuco esteja autorizada nesta segunda-feira (22), a maioria dos líderes prezou pela segurança dos fiéis e decidiu estender o retorno presencial dos cultos. Antes de reabrir as portas, as igrejas, centros e terreiros pretendem adaptar-se às recomendações sanitárias como a disponibilização de álcool 70% e distanciamento adequado.

O arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife (AOR), dom Fernando Saburido, já havia informado que a retomada das atividades das igrejas católicas foi adiada para o próximo domingo (27). No documento, ele destaca a necessidade de tempo hábil para garantir "higienização adequada, reorganização de bancos para maior espaçamento e outras questões práticas que garantam a segurança". Dentre as recomendações estão o uso de máscaras, a restrição de contato entre os presentes e a entrega da hóstia na mão dos fies.

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Preocupada com a adequação de todo protocolo de segurança, a Federação Espírita de Pernambuco (FEP) ainda não decidiu a data para retornar com as atividades presenciais. Desse modo, a FEP segue com palestras e estudos apenas nos ambientes virtuais.

Parte do núcleo evangélico, a Igreja Episcopal Carismática informou que também não reabre nesta segunda e vai aproveitar o período para finalizar a reforma do seu principal templo, a Catedral da Trindade, no bairro do Espinheiro, na Zona Norte. Entretanto, cada igreja tem a autonomia garantida para voltar a receber fieis, desde que cumpra as principais medidas para evitar o contágio. A expectativa é que a reabertura geral seja ao término das obras, no fim de julho.

Líder de um dos principais terreiros do Grande Recife, o babalorixá Ivo de Xambá, garante que apenas pequenos rituais, com quantidade reduzida de fieis, estão sendo feitos sob todos os cuidados necessários, como uso de máscaras e álcool 70%. Sem promover encontros virtuais, Ivo lamenta que os toques de santo e os cocos estejam suspensos temporariamente. Ele não estipulou data para reabertura, mas conta que segue atento à evolução da pandemia para que a volta seja segura.   

Uma confusão entre Leo Dias e os fãs de Anitta conseguiu levantar, nas redes sociais, uma importante discussão a respeito do candomblé. Após uma notícia dada pelo colunista gerar conflito com os seguidores da cantora, ele publicou alguns vídeos no qual comentava sobre a religião de matriz africana, da qual a funkeira é adepta, e o debate colocou o candomblé entre os assuntos mais comentados do Twitter. 

Na última quarta (20), Anitta se pronunciou a respeito de notícias veiculadas na imprensa dando conta de que ela e a mãe teriam brigado e por esse motivo, a matriarca do clã ‘Larissa’ teria saído de casa. A nota foi dada por Leo Dias, explicando que a mãe da cantora não estaria de acordo com seu estilo de vida. Em seguida, o colunista também fez vídeos, porém, muito irritado e dando uma bronca nos fãs de Anitta.

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Nos vídeos, Leo, aos gritos, diz que ‘obrigou’ Anitta a dizer a verdade sobre o caso e que assim foi feito. Ele também pediu que os fãs da artista o deixassem em paz, pediu que Anitta parasse de mandar mensagens para ele e teceu comentários sobre a religião dela: “Quero desejar sorte e sucesso e muito caminho nessa religião dela e que ela comece a praticar a fé dela para o bem. Todo mundo que é dessa religião sabe que eu respeito. Meu respeito máximo pelo candomblé que faz o bem, não o que usa  caminho do mal. Porque eu não concordo e não acredito. E até hoje eu não conheço o candomblé vegano”.  

As colocações de Dias sobre a religião de matriz africana, no entanto, pegaram muito mal e tanto o nome dele quanto o candomblé em si foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter. A discussão sobre intolerância religiosa, preconceito e racismo foi inevitável. Confira alguns dos comentários: “Dormi por 11 horas e acordei perdido e lendo  ‘candomblé vegano’,’ candomblé bem e mal’. A cura para a intolerância é o conhecimento”;  “Esse Léo Dias é muito babaca. Totalmente sem nexo meter a religião no meio e outra, a maldade não está na religião e sim nas pessoas”; “Se estudasse um pouquinho mais saberia que não existe candomblé do mal e do bem. Candomblé é candomblé,o mau está no Coração do homem”. 

A tradicional Festa de Iemanjá, celebrada anualmente no dia 2 de fevereiro em Salvador, agora é oficialmente Patrimônio Cultural da cidade. O título foi concedido neste sábado (1º), pela prefeitura da capital baiana, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). 

"A Festa de Iemanjá leva a imagem de Salvador para o Brasil e o mundo. Esse é um título extremamente justo, e o bacana é que esse evento acontece às vésperas da celebração, realizado amanhã (02), embelezando e enriquecendo ainda mais o Rio Vermelho e a primeira capital do Brasil", afirma o prefeito de Salvador ACM Neto.

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O processo para tornar a Festa de Iemanjá Patrimônio Cultural de Salvador foi registrado em novembro de 2019, sob o nº 1002/2019, visando a inscrição da festa no Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações da FGM. A notificação de abertura do processo, assinada por Fernando Guerreiro, presidente da FGM, foi publicada no Diário Oficial do Município no dia 19 de novembro. 

O pedido partiu da OAB-BA e teve a declaração de anuência da Colônia de Pescadores Z1, responsável pela realização da festa. Para abertura do processo, a equipe técnica da Diretoria de Patrimônio e Humanidades consultou os pescadores do Rio Vermelho.

O registro é assegurado por meio da lei 8550/14 e constitui ações de valorização e reconhecimento da festa. O cortejo é realizado no meio do mar, com várias embarcações que levam presentes à Iemanjá e vem sendo promovido por pescadores desde a década de 1920.

*Com informações da assessoria 

A Prefeitura do Recife realizará, nesta terça-feira (21), no Museu da Abolição, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, a 1ª Mostra de Saúde dos Terreiros: práticas de cuidado na saúde. O encontro faz referência ao Dia Nacional de Combate ao Racismo Religioso, presente no calendário brasileiro desde 2007. A data traz o marco da resistência pela liberdade de culto de religião de matriz africana no Brasil.

Das 8h30 às 12h, a mostra contará com apresentações culturais, discussões sobre as religiões de maior expressividade no culto afro-brasileiro, como Candomblé, Jurema e Umbanda, além de pensar estratégias de combate ao racismo religioso na saúde.

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O encontro é promovido pela Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife, através da Coordenação da Política de Saúde da População Negra, e pela Secretaria de Assistência Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife, através da Gerência de Igualdade Racial. Os principais objetivos são o reconhecimento dos terreiros como espaços de promoção à saúde e o resgate de histórias africanas e afro-brasileiras. Além disso, a Mostra de Saúde nos Terreiros busca desconstruir imagens estigmatizadas do negro e de suas manifestações culturais e religiosas.

A coordenadora da Política de Saúde da População Negra do Recife, Kéthully Silva, explica que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o preconceito com os cultos afro-brasileiros como racismo religioso, e não apenas intolerância religiosa. “A religiosidade praticada pela população negra é muitas vezes demonizada. Há muito mais violência direcionada às religiões de matriz africana e afro-brasileira do que direcionada às demais religiões que seguem um padrão eurocêntrico. E não se trata apenas de uma aversão à religiosidade em si, mas sim uma coisificação das tradições africanas e afro-brasileiras, não ferindo somente a religiosidade, mas toda população negra, sendo um resquício do racismo”.

*Da assessoria

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