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Uma equipe de cientistas internacionais utilizou o telescópio espacial James Webb, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), para detectar um composto de carbono encontrado pela primeira vez fora da Terra. Conhecida como cátion metila (CH3+), a molécula é importante porque auxilia na formação de moléculas mais complexas baseadas em carbono e está associada ao surgimento da vida.

A cátion metila foi detectada em um sistema estelar jovem que é conhecido como d203-506 e tem um disco protoplanetário - conjunto de matérias espaciais que geralmente orbitam uma estrela. O local fica a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Nebulosa de Orion, região espacial entre 1.500 e 1.800 anos-luz do Sistema Solar da Terra.

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Segundo a Nasa, a descoberta pode ajudar cientistas a entender como a vida se desenvolveu na Terra e como ela poderia se desenvolver em outras partes do universo. Para a agência, o telescópio abriu novas portas para o estudo da química interestelar orgânica (matérias que contêm carbono). E essa é "uma área de grande fascínio para muitos astrônomos".

As descobertas, que são do programa PDRs4ALL Early Release Science, foram publicadas na revista Nature.

O telescópio James Webb e as particularidades do sistema d203-506

As capacidades únicas do telescópio James Webb o tornam um observatório ideal para procurar por moléculas de cátion metila, afirma a Nasa. Isso porque ele é ultrassensível e tem alta resolução espacial e espectral, fatores determinantes para detectar moléculas tão sensíveis quanto esta.

"Esta detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH3+ na química interestelar", disse Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica que fez a descoberta.

A estrela do sistema d203-506, onde a molécula foi encontrada, é uma "pequena anã vermelha". Além disso, o sistema é rodeado por uma forte luz ultravioleta (UV) de estrelas quentes, jovens e massivas.

Os cientistas acreditam que a maioria dos discos de formação de planetas passa por um período de intensa radiação UV, uma vez que as estrelas tendem a se formar em grupos que geralmente incluem estrelas massivas produtoras desse tipo de luz.

O ponto curioso, no entanto, é que espera-se que a radiação UV destrua moléculas orgânicas complexas como a CH3+ - o que não aconteceu neste caso.

A equipe prevê que a radiação UV pode, então, fornecer a fonte de energia necessária para a formação da CH3+. Uma vez formada, ela passa por reações químicas adicionais para construir moléculas de carbono mais complexas.

Em termos gerais, a equipe acredita que as moléculas que eles veem em d203-506 são bem diferentes dos discos protoplanetários típicos. Em particular, eles não conseguiram detectar nenhum sinal de água.

"Isso mostra claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um disco protoplanetário. Na verdade, pode desempenhar um papel crítico nos primeiros estágios químicos das origens da vida", diz Olivier Berné, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Toulouse, principal autor do estudo.

A Fórmula 1 tem como meta zerar a sua emissão de poluentes até 2030. Para isso, diversas medidas estão sendo desenvolvidas, sendo uma das principais a busca por um combustível 100% sustentável até 2026. A organização do Grande Prêmio de São Paulo quer antecipar essas marcas e pretende neutralizar todas as emissões até 2025.

Com o objetivo definido, diversas atividades devem ser repensadas e remodeladas. Para ser net zero, a organização terá de zerar as emissões líquidas de carbono, sejam elas produzidas de maneira direta ou indireta por todos os envolvidos no evento. A compensação, por sua vez, busca anular as emissões com ações ecológicas, como plantio de árvores e reciclagem de materiais.

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"Levamos muito a sério a ideia da sustentabilidade. Nossa governança em relação ao meio ambiente, diversidade e inclusão não é só papo. Primeira coisa é você poder medir o seu impacto, para isso contratamos uma consultoria para de fato conseguir a neutralização. O mais importante é reduzir as emissões, a geração de lixo e temos várias iniciativas para isso", explica ao Estadão o CEO do GP de São Paulo de Fórmula 1, Alan Adler.

Entre as iniciativas citadas por Alan Adler, há três medidas que o CEO entende serem fundamentais e que envolvem não apenas a direção do evento, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e as equipes, mas o público que comparece às atividades do fim de semana.

"Reutilizar, reaproveitar e educar. Educar faz parte disso. Transformar em questões sociais, impor a destinação correta. O objetivo é chegar em 2025 totalmente zero. A gente quer 2025, a Fórmula 1, até 2030, com uso de um tipo de combustível renovável", afirmou Alan Adler, que também valoriza a posição do País como um polo ecológico relevante para o futuro. "O Brasil tem uma posição privilegiada. Nesta crise de combustível vimos isso. Diria que o Brasil tem bastantes oportunidades", pontua Adler.

De acordo com a organização do GP brasileiro, durante a edição de 2021 do evento foi feito um diagnóstico da coleta de resíduos que ditará as mudanças sustentáveis das temporadas seguintes.

ALIMENTOS

No Autódromo de Interlagos, são distribuídas caixas tetrapak de água, que serão após seu uso recicladas, transformadas em telhas e destinadas a comunidades locais. Sobras de alimentos serão destinadas a diferentes instituições. O lixo orgânico gerado no GP deste ano será transformado em adubo a ser usado por hortas vizinhas. A equipe das cozinhas montadas para atender o público em Interlagos foram treinadas para dar a destinação correta a esses resíduos. Cada tonelada de lixo orgânico gera 100 quilos de fertilizantes. Outros 90 integrantes de uma cooperativa fazem a coleta de itens recicláveis.

NAS PISTAS

Cerca de 10 mil pneus utilizados nas barreiras de proteção de todo o Autódromo de Interlagos serão triturados após o fim de semana, e o material resultante será devolvido ao mercado. O mesmo ocorre com os óleos utilizados pelos carros durante o fim de semana. Pela primeira vez, a organização coletou todos os óleos utilizados nos carros e fará novo refino.

Focada na compensação das emissões de carbono no evento deste ano, a organização também promove parcerias para obter créditos e adquirir unidades de estocagem de carbono originados na capital paulista e para a preservação da Floresta Amazônica.

A Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês), uma agência das Nações Unidas, anunciou nesta sexta-feira (7) um acordo para que o setor alcance a neutralidade de carbono até 2050.

Representantes dos 193 países-membros reunidos para a assembleia da Icao, com sede em Montreal, chegaram a "um acordo histórico sobre uma ambiciosa meta coletiva de longo prazo de neutralidade de carbono até 2050", publicou a organização no Twitter.

"É um resultado excelente", disse uma fonte diplomática europeia à AFP, especificando que "apenas quatro países, incluindo a China, expressaram reservas".

O papel do transporte aéreo é fundamental na crise climática.

Atualmente responsável por entre 2,5% e 3% das emissões globais de CO2, o setor encontra dificuldade em mudar para a energia renovável, mesmo que a indústria da aviação e as empresas de energia estejam trabalhando duro neste intuito.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) disse que as companhias aéreas estão sendo "fortemente encorajadas" a adotar a meta climática, um ano depois que a organização endossou a mesma posição em sua própria assembleia geral.

"Esperamos iniciativas políticas muito mais sólidas em áreas-chave de descarbonização, como o incentivo à capacidade de produção sustentável de combustível de aviação", disse o diretor geral da Iata, Willie Walsh.

Segundo as companhias aéreas, criar uma aviação livre de emissões de carbono implica um investimento de US$ 1,55 trilhão entre 2021 e 2050.

"A comunidade global da aviação saúda este acordo histórico", afirmou o brasileiro Luis Felipe de Oliveira, diretor do Conselho Internacional de Aeroportos, que representa 1.950 aeroportos em 185 países.

"Este é um momento decisivo no esforço para descarbonizar o setor de aviação, já que governos e indústria estão agora se movendo na mesma direção, com uma estrutura política comum", disse ele em comunicado.

- Acordo não vinculante -

O acordo, no entanto, ficou aquém de satisfazer algumas organizações não governamentais, que lamentaram o fato de o mesmo não ter ido suficientemente longe e que não seja juridicamente vinculante.

Os aviões atraem críticas particularmente duras porque apenas cerca de 11% da população mundial voa a cada ano, de acordo com um estudo de 2018 amplamente citado.

Além disso, metade das emissões das companhias aéreas vem do 1% dos principais viajantes, disse ele.

"Este não é o momento para o acordo de Paris da aviação. Não vamos fingir que uma meta não vinculativa reduzirá as emissões de carbono da aviação a zero", criticou Jo Dardenne, da ONG Transporte e Meio Ambiente.

O ativista também expressou decepção com os ajustes considerados pelos delegados ao programa de redução e compensação de carbono do setor, conhecido como Corsia.

Durante a reunião de 10 dias, a Rússia também buscou, mas não conseguiu, votos suficientes para ser reeleita para o conselho de governo da organização da ONU, responsável por garantir o cumprimento dos regulamentos da aviação.

Moscou foi acusada de violar as regras internacionais ao não devolver centenas de aviões que alugou, conforme exigido pelas sanções impostas após a invasão da Ucrânia em fevereiro.

Esta foi a primeira Assembleia Geral da Icao desde o início da pandemia de covid-19, que levou a indústria da aviação ao limite financeiro.

Em 2021, o número de passageiros aéreos foi apenas metade dos 4,5 bilhões de 2019, um aumento de 60% em relação a 2020.

O setor espera em 2022 atingir 83% de seu número de passageiros de três anos atrás e voltar a ser lucrativo em 2023.

O governo federal publicou nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da União (DOU) um decreto para regulamentar as regras do mercado de baixo carbono no país. Ele estabelece procedimentos para a elaboração de planos setoriais de mitigação das mudanças climáticas para diversos setores da economia e também institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa. A medida atende a uma determinação da legislação ambiental.

Em vigor desde 2009, a legislação que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima diz que cabe ao governo editar norma com os procedimentos para os planos setoriais “visando a consolidação de uma economia de baixo consumo de carbono” para atender metas gradativas de redução de emissões de gases do efeito estufa em decorrência da atividade humana.

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Essa política deverá ser aplicada - considerada a especificidade de cada setor - na geração e distribuição de energia elétrica, no transporte público urbano e nos sistemas modais de transporte interestadual de cargas e passageiros.

Além desses setores, ela também tem que ser feita na indústria de transformação e na de bens de consumo duráveis, nas indústrias químicas fina e de base, na indústria de papel e celulose, na mineração, na indústria da construção civil, nos serviços de saúde e na agropecuária.

Emissão de gases

Segundo o decreto, caberá aos Ministérios do Meio Ambiente e da Economia o papel de propor esses planos com metas gradativas para a redução das emissões, mensuráveis e verificáveis, consideradas as especificidades dos agentes setoriais, levando em conta, dentre outros critérios, os níveis de emissão de gases.

O texto afirma que os setores envolvidos terão um prazo de 180 dias, a partir da publicação do decreto, para indicar “proposições para o estabelecimento de curvas de redução de emissões de gases de efeito estufa, considerado o objetivo de longo prazo de neutralidade climática”. O prazo poderá ser prorrogado igual período.

Ainda de acordo com o texto, os planos deverão ser aprovados por um comitê interministerial que trata da mudança do clima e do crescimento verde.

Já o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Sinare) tem por finalidade ser uma “central única de registro de emissões, remoções, reduções e compensações de gases de efeito estufa e de atos de comércio, de transferências, de transações e de aposentadoria de créditos certificados de redução de emissões”, que, pelo decreto, deverá ter mecanismos de integração com o mercado regulado internacional.

Também caberá aos dois ministérios elaborar regras sobre o registro, padrão de certificação, credenciamento de certificadoras e centrais de custódia e a implementação, a operacionalização e a gestão do Sinare.

Foi anunciado, na manhã desta quarta-feira (16), o Plano de Descarbonização de Pernambuco. O governador Paulo Câmara (PSB) assinou um decreto formalizando o compromisso com a neutralidade de emissões de carbono até 2050 e criou o Comitê Estadual Pernambuco Carbono Neutro (CEPEN) para apoiar e monitorar a implementação do plano. O anúncio ocorreu durante a abertura da I Conferência Internacional de Resíduos Sólidos  (Cirsol), que acontece no auditório do Museu Cais do Sertão, no Recife.

“Pernambuco foi o primeiro Estado a fazer o inventário dos gases de efeito estufa. Estamos com isso totalmente mapeado e agora temos a oportunidade de iniciar nosso Plano de Descarbonização, carbono neutro até 2050”, afirmou Paulo Câmara.

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O Plano de Descarbonização de Pernambuco é uma estratégia para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para evitar o aumento do aquecimento global e suas consequências. As medidas envolvem os setores de energia e indústria, transportes, resíduos e agricultura, floresta e outros usos do solo.

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, o plano foi construído com o apoio da União Europeia. “Também tivemos apoio das universidades brasileiras e das nossas instituições, que traçam uma linha até 2050, como prevê o painel da ONU da emergência climática, de neutralizar as nossas emissões, modificando os processos produtivos da indústria, do setor de serviços e de setores governamentais, gerando qualidade, cuidando do meio ambiente e criando empregos verdes para a nossa população”, disse.

A abertura da Cirsol reuniu estudantes, comunidade acadêmica, científica e profissionais que atuam na área de resíduos sólidos no Brasil e no mundo. A conferência continua até a próxima sexta-feira (18). O evento também pretende estimular a discussão sobre resíduos sólidos de forma multissetorial, com o intuito de gerar ações que resultem em impacto positivo para o cumprimento dos compromissos assumidos com a Agenda 2030 da ONU. O plano de ação da ONU reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas, visando promover uma vida digna para os seres humanos sem comprometer o meio ambiente e as próximas gerações.

Participaram do evento os secretários estaduais Ana Elisa Sobreira (Mulher), Geraldo Julio (Desenvolvimento Econômico) e Tomé Franca (Desenvolvimento Urbano e Habitação); os reitores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Marcelo Carneiro Leão; do Instituto Federal de Pernambuco, José Carlos de Sá; da Universidade de Pernambuco, Pedro Falcão; e da Universidade Católica de Pernambuco, Pedro Rubem.

Também estiveram presentes a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão – representando o prefeito João Campos; o deputado estadual Wanderson Florêncio; a representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil, Katyna Argueta; o embaixador da missão da Suécia no Brasil, Anders Wollter; os presidentes do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente, Ana Paula Rodrigues; da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado, Fernando Jucá; da Associação Comercial de Pernambuco, Tiago Carneiro; da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Carlos Lima Filho; o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota; e o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, Leonlene de Sousa Aguiar.

Com informações da assessoria.

A economia de baixo carbono, destinada a conter as emissões de gases de efeito estufa, tem ganhado cada vez mais espaço pelo mundo. Para precificar o mercado, países têm criado o chamado mercado de carbono, um mecanismo que permite a venda de créditos por nações que limitam as emissões desses gases para nações com maiores dificuldades de cumprir as metas de redução.

A precificação do mercado de carbono tem potencial de direcionar a demanda dos consumidores e investidores para produtos que emitem menos gases de efeito estufa e estimular investimentos em projetos e tecnologias mais limpas.

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O instrumento que viabiliza esse mercado é a compra e venda de créditos excedentes de redução de emissões.  Assim, países que limitaram as emissões além da meta podem vender esse excesso para outras nações que estão emitindo acima do esperado. 

Legislativo

O tema tem sido discutido na Câmara dos Deputados com o PL 528/2021, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). A proposta quer assegurar a diminuição da emissão de gases do efeito estufa, freando o aquecimento global. 

Segundo o relator deputado Bosco Saraiva (Solidariedade-AM), essa regulamentação deverá evitar burocracias desnecessárias para um mercado em expansão. A medida deve ainda evitar custos de transação excessiva:

“A lógica é permitir que as emissões de gases de efeito estufa tenham sua precificação em nossa economia a partir de processos mercadológicos tendo de um lado os setores da economia que tenham a obrigação de compensar suas emissões e de outro setores da economia que tenham a capacidade de fornecer ativos de carbono para a compensação necessária”.

Na avaliação de Bosco Saraiva, a proposta de precificação “tem potencial de direcionar a demanda dos consumidores e investidores para produtos menos intensivos em emissões e estimular investimentos em projetos e tecnologias mais limpas”.

Acordo de Paris

A proposta do mercado de carbono começou a ser delineada com o Protocolo de Quioto, assinado em 1997. Mas apenas com a aprovação do Acordo de Paris, em 2015, foi estabelecido um mecanismo para assegurar que o crescimento da temperatura global média seja abaixo de 2 graus Celsius (⁰C), na comparação com níveis pré-industriais, cabendo a cada país signatário estabelecer e determinar quais serão suas Contribuições Nacionais Determinadas (NDC). 

Atualmente, o Brasil já dispõe de normas legais que preveem a existência dos ativos de carbono. Entre eles estão a Convenção Quadro Sobre Mudança Climática das Nações Unidas; o Protocolo de Quioto; a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e o Código Florestal.

Entretanto, apesar da existência de normas legais que determinam a existência dos ativos de carbono na legislação brasileira, ainda não há legislação específica para tratar sobre as transações com os ativos de carbono.  

Segundo o autor do PL 528/2021, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), os governos arrecadaram mais de US$ 45 bilhões em precificação de carbono em 2019. Dados do Banco Mundial mostram que as iniciativas de precificação de carbono cobrem cerca de 21,5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, com 64 iniciativas implementadas ou em estudo.

Os preços de comercialização variam entre US$ 1 e US$ 137 por tonelada de gás carbônico (CO²) equivalente, sendo que mais de 51% das emissões cobertas por sistemas de precificação de carbono têm preço médio de US$ 10 por tonelada de CO² equivalente.

“O Brasil é um país com ampla capacidade natural de gerar ativos ambientais, principalmente créditos de carbono, passíveis de transações nacionais e internacionais. O não aproveitamento das oportunidades e capacidades de nosso país é um desatendimento ao comando de nossa Constituição Federal, naquilo em que trata expressamente do desenvolvimento econômico, social e ambiental, além dos tratados internacionais e da legislação pátria”, justificou o parlamentar ao propor a matéria.

Mercado voluntário

Além do mercado de carbono, também ocorrem negociações de ativos de carbono em mercado voluntário de redução de emissões, baseado na necessidade de as entidades privadas demonstrarem seus compromissos ambientais com a sociedade e com seus clientes, independentemente destas instituições estarem atreladas a uma obrigação legal de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Indústria

Com objetivo de apontar elementos para a reflexão sobre a governança de um mercado de carbono no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou um estudo com análise de experiências internacionais do mercado de carbono. O documento apresenta iniciativas da União Europeia, do México, do Western Climate Initiative (WCI) no Canadá e Califórnia, do Japão e da Coreia do Sul.

Dentre os principais pilares apontados no estudo estão liderança no Executivo, descentralização, criação de novas estruturas, organização dos sistemas de compensação, interface com o setor privado e formas de interação com setores não regulados.

O estudo mostra que, nos países analisados, o sucesso na implementação de programas duradouros esteve associado a três elementos: governos com forte capacidade de articulação com o setor privado, vontade política para avançar na agenda climática como um tema de Estado e não de governo, além de um sistema de relato obrigatório de emissões.

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta terça-feira (14) o estudo Mercado de Carbono: Análise de Experiências Internacionais. O documento apresenta iniciativas da União Europeia, do México, do Western Climate Initiative (WCI) no Canadá e Califórnia, do Japão e da Coreia do Sul. O objetivo é apontar elementos comuns que possam ser úteis para a reflexão sobre a governança de um mercado de carbono no Brasil.

Os principais pilares apontados no estudo para mercados de carbono estão liderança no Executivo, descentralização, criação de novas estruturas, organização dos sistemas de compensação, interface com o setor privado e formas de interação com setores não regulados.

De acordo com dados do Banco Mundial, as iniciativas de precificação de carbono cobrem cerca de 21,5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, com 64 iniciativas implementadas ou em estudo. Os preços de comercialização variam entre US$ 1 e US$ 137 por tonelada de CO² equivalente, sendo que mais de 51% das emissões cobertas por sistemas de precificação de carbono têm preço médio de US$ 10 por tonelada de CO² equivalente.

O estudo mostra que, nos países analisados, o sucesso na implementação de programas duradouros esteve associado a três elementos: governos com forte capacidade de articulação com o setor privado, vontade política para avançar na agenda climática como um tema de Estado, e não de governo, com um sistema de relato obrigatório de emissões.

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o mercado regulado de carbono precisa ser planejado com uma estrutura de governança adequada para que seja viável e atrativo a investimentos. O objetivo do estudo, que foi entregue a representantes do governo e parlamentares, é subsidiar os debates da regulamentação desse mercado.

Os cinco mercados analisados têm modelos de governança distintos e, portanto, com graus diferentes de descentralização. Os programas que nascem com o desafio de integrar jurisdições de países diferentes, como o sistema de comércio de carbono europeu (EU-ETS) e a WCI, apresentam maior grau de descentralização.

De acordo com o documento, todos os programas estudados têm um ou mais entes privados em sua estrutura de governança. A função mais frequente atribuída a um ente privado é a verificação dos relatos, que é feita total ou parcialmente por ele nos cinco modelos.

A segunda função mais frequente é a de plataforma de comércio de permissões, que é executada por bolsas de valores na União Europeia e Coreia do Sul, por uma empresa privada na WCI e que, potencialmente, também será executada pela bolsa de valores no México.

Recife aparece entre as 88 cidades mais sustentáveis do mundo, avaliadas na mais recente divulgação da “Lista A”, promovida pelo Carbon Disclosure Project (CDP), que atua com iniciativas para reduzir a emissão de carbono e atenuar as mudanças climáticas. Além da capital pernambucana, a cidade do Rio de Janeiro é a única outra brasileira a aparecer na lista.

O CDP avalia as cidades com base nos relatórios de reporte de dados referentes ao ano de 2019. A análise destaca o compromisso das cidades em destaque com a transparência no repasse de informações e com referência às iniciativas de posicionamento sustentável. 

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“Essas cidades continuam a intensificar suas ações e ambições ambientais, sabendo que precisamos construir resiliência com urgência e reduzir rapidamente as emissões para proteger o planeta, a economia e os cidadãos”, declara o detalhamento do projeto.

Segundo a Prefeitura do Recife, desde 2013, a cidade informa seus dados ao CDP e, ao longo dos anos, conseguiu evoluir da categoria B para a A. A classificação alcançada este ano foi concedida porque a capital atendeu aos critérios de ter elaborado dois Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), uma Análise de Vulnerabilidade e Riscos Climáticos, um Plano de Redução de Emissões e um Plano de Adaptação Climática com metas de redução de emissões de GEE.

“Temos nos empenhado em minimizar e adaptar os impactos da mudança do clima ao meio ambiente e continuaremos assumindo novos desafios para reduzi-los cada vez mais. A pontuação máxima reflete o protagonismo das ações implantadas pela Prefeitura do Recife para posicionar a cidade frente aos impactos provocados pelas mudanças climáticas", ressalta o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Neves Filho.

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife reporta seus dados ambientais através da Plataforma Unificada de Reporte CDP-ICLEI, feita para a troca entre os “Governos Locais pela Sustentabilidade”. É por meio desta plataforma que as cidades medem e reportam dados ambientais importantes, tais como suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), vulnerabilidades relacionadas ao clima e ações para reduzir as emissões e se adaptar aos riscos. 

Ainda segundo a prefeitura, a meta da cidade é de conseguir reduzir a zero a emissão de carbono até o ano de 2050, conforme o Acordo de Paris. Até 2030, o ideal é que a emissão seja reduzida pela metade.

A gigante da tecnologia Apple prometeu, nesta terça-feira (21), que todas as suas operações, incluindo processos de fabricação, serão neutras em carbono até 2030, mais um passo para combater as mudanças climáticas.

A empresa, cujas operações corporativas já são neutras em carbono, garantiu que o impacto climático de qualquer dispositivo vendido será nulo.

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A Apple disse que reduzirá as emissões em 75% até 2030 e que os 25% restantes serão compensados com "soluções inovadoras de eliminação de carbono".

Essas operações incluem investimentos em projetos para restaurar as savanas do Quênia e um manguezal na Colômbia, com o objetivo de eliminar, ou armazenar, carbono.

"As empresas têm uma grande oportunidade de ajudar a construir um futuro mais sustentável, nascido da nossa preocupação comum com o planeta que compartilhamos", disse o CEO da Apple, Tim Cook.

A gigante da tecnologia disse que mais de 70 fornecedores se comprometeram a usar 100% de energia renovável em sua produção para a Apple.

O Google anunciou na última segunda-feira (6) que, até 2020, 100% de todos os seus produtos serão livres de carbono e incluirão materiais recicláveis. A decisão faz parte do compromisso de sustentabilidade da empresa e vai atingir gadgets como os telefones Pixel e o Google Home Mini.

A empresa informou que desde 2018, começou a publicar relatórios ambientais de seus produtos, o que ajudaria a entender exatamente de que são feitos, como são construídos e enviados. "De 2017 a 2018, nossas emissões de carbono para remessas de produtos diminuíram em 40%", afirma Anna Meegan, chefe de sustentabilidade e hardware de consumo da companhia.

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Ainda voltado para a sustentação do meio ambiente o Google lança o Power Project, que pretende levar um milhão de Nest termostatos, que economizam energia e dinheiro, para as famílias em situação de vulnerabilidade até 2023. 

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Na noite desta sexta-feira (27), no Teatro Guararapes, em Olinda, o cantor Lenine apresenta o show da turnê "Em Trânsito". O mais novo trabalho do artista pernambucano traz parcerias em músicas exclusivas, como os compositores Lula Queigora, Ivan Lins e João Cavalcanti.

Além das releituras de alguns álbuns anteriores, o público pernambucano vai curtir um repertório recheado de inéditas, destaque para "Leve e suave" e "Intolerância". O LeiaJa.com listou algumas canções imortalizadas por Lenine.

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Paciência

Magra

Hoje eu quero sair só

Simples assim

Todas elas juntas num só ser

Dois olhos negros

O silêncio das estrelas

Cientistas criaram acidentalmente um novo tipo de carbono que pode tornar as baterias em nossos telefones, tablets e laptops mais seguras, potentes, rápidas de carregar e duráveis.

Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pela Universidade Lancaster e pela Universidade de Jilin, na China, anunciou o novo material, chamado OSPC-1, na revista científica Angewandte Chemie.

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Esse novo carbono apresenta um potencial excepcional, capaz de armazenar mais do que o dobro de íons de lítio e, portanto, de energia, na mesma velocidade média de carregamento. Outra grande vantagem do OSPC-1 é sua segurança, pois o material não cria dendritos.

Estas são fibras metálicas que podem se formar quando o lítio fica preso na superfície do grafite. Se os dendritos se acumulam e alcançam o cátodo, eles são capazes de causar curto-circuito nas baterias e fazê-las explodir em chamas.

O OSPC-1 também pode ser muito mais duradouro que o grafite. A equipe de cientistas testou mais de 100 ciclos de carga e descarga e não encontrou sinais de deterioração na bateria.

No entanto, o grafite é o padrão da indústria porque é muito barato para produzir e pode ser facilmente obtido. Os pesquisadores reconhecem que o OSPC-1 seria mais caro, pelo menos inicialmente.

Portanto, eles acreditam que as aplicações iniciais mais prováveis do novo material ​​seriam para situações em que a segurança é a consideração primordial - como em satélites espaciais e aeronaves.

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A China conseguiu antecipar a meta de reduzir as emissões de carbono de 2020 para 2018. O representante especial de mudanças climáticas da China, Xie Zenhua, afirmou que o país asiático tinha reduzido em 46% as emissões de carbono por unidade do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2017, alcançando antes do previsto o objetivo fixado entre 40% e 45% para 2020. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27).

Xie disse que isso foi possível graças ao esquema implementado em Pequim e Xangai, em que as empresas que produzem mais de sua cota permitida de carbono poderão comprar novas cotas que poluem menos.

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A China, conforme o Acordo de Paris, tem que reduzir as emissões de carbono por unidade do PIB entre 60% e 65% até 2030, com relação aos seus níveis de 2005.

As emissões de carbono da energia aumentaram em 2017 pela primeira vez em três anos, afirmou a Agência Internacional de Energia nesta quinta-feira (22), prova de que os esforços mundiais para combater as mudanças climáticas estão sendo insuficientes.

O forte crescimento econômico aumentou a demanda global de energia em 2,1% no ano passado, informou a IEA, com sede em Paris, em um relatório.

Cerca de 70% dessas necessidades adicionais foram atendidas pelos combustíveis fósseis petróleo, gás e carvão, elevando as emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia em 1,4%, após três anos permanecendo estáveis. O resto da demanda foi coberto principalmente por energias renováveis.

"O aumento significativo das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia em 2017 nos diz que os esforços atuais para combater as mudanças climáticas estão longe de ser suficientes", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, em comunicado.

"Por exemplo, houve uma desaceleração dramática na taxa de melhoria na eficiência energética global, à medida que os formuladores de políticas colocaram menos foco nessa área", disse. Mas o aumento global nas emissões de CO2 mascarou grandes melhorias em alguns países, incluindo os Estados Unidos, um grande poluidor.

De fato, os EUA tiveram a maior queda nas emissões, ajudada por uma maior implantação de energias renováveis. As emissões também diminuíram na Grã-Bretanha, no México e no Japão, disse a AIE.

A humanidade terá consumido nesta quarta-feira, dia 2 de agosto, o total dos recursos que o planeta pode renovar em um ano, e viverá de crédito até 31 de dezembro, calcula a Global Footprint Network. A ONG destaca que esse momento chega cada vez mais cedo todos os anos.

Esta quarta-feira é o "Dia de Sobrecarga da Terra" ("overshoot day", em inglês): "A partir dessa data, a humanidade terá consumido o conjunto dos recursos que o planeta pode renovar em um ano", escreveram a Global Footprint e o WWF (World Wildlife Fund) em um comunicado conjunto.

Para seus cálculos, a Global Footprint leva em conta em particular a pegada de carbono, os recursos consumidos pela pesca, a pecuária, os cultivos, a construção e a utilização de água.

Em 2016, o "Dia de Sobrecarga da Terra" ocorreu em 3 de agosto. Embora o ritmo de progressão tenha reduzido um pouco nos últimos seis anos, esta data simbólica "continua avançando de maneira inexorável: este dia passou do final de setembro em 1997 a 2 de agosto neste ano", destacam as ONGs.

"Para satisfazer nossas necessidades, hoje deveríamos contar com o equivalente a 1,7 planeta", detalham.

"O custo deste consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão dos solos, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies. Viver de crédito só pode ser algo provisório porque a natureza não conta com uma jazida para nos prover indefinidamente", ressaltam o WWF e a Global Footprint.

As emissões de gases de efeito estufa "representam apenas 60% da nossa pegada ecológica mundial", lembram. Segundo as duas organizações, "sinais animadores" indicam, no entanto, que "é possível inverter esta tendência".

Apesar do crescimento da economia mundial, "as emissões de CO2 vinculadas à energia não aumentaram em 2016, pelo terceiro ano consecutivo", ressaltam. "Isto pode ser explicado pelo grande desenvolvimento das energias renováveis para produzir eletricidade".

A comunidade internacional se comprometeu na Conferência de Paris sobre o clima (COP21), em dezembro de 2015, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de limitar o aquecimento global.

Levando em conta os dados científicos mais recentes, a Global Footprint recalcula a cada ano a data do "Dia de Sobrecarga" para os anos passados, desde que este "déficit ecológico" começou a se aprofundar, no início dos anos 1970.

Há uma chance de 5% de limitar o aquecimento global médio abaixo de dois graus Celsius, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o clima de 2015, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.

E as chances de atingir a meta preferencial de 1,5º C, também prevista no pacto assinado por 196 países, é de apenas 1%, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change. Uma equipe de especialistas baseada nos Estados Unidos usou projeções de crescimento populacional para estimar a produção futura e as emissões de carbono relacionadas com a queima de combustíveis fósseis.

Com base nesses dados, "a provável variação de aumento da temperatura global é de 2º C a 4,9º C, com uma média de 3,2º C e uma chance de 5% de que será inferior a 2º C", ​​escreveram. Seus cálculos não foram baseados em previsões do pior cenário de uso inalterado de energia, disse a equipe, e abrangiam os esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis.

No entanto, não preveem a possibilidade de uma mudança súbita e maciça para as energias renováveis. "Alcançar o objetivo de menos de 1,5º C de aquecimento exigirá que a intensidade do carbono decline muito mais rápido do que no passado recente", escreveu a equipe. As nações do mundo concluíram anos de complicadas negociações há dois anos ao assinarem o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

Elas se comprometeram a manter o aquecimento global "bem abaixo" de 2º C em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial e a lutar para limitar o aumento das temperaturas abaixo de 1,5º C, em uma tentativa de evitar a subida do nível dos mares, as secas, as tempestades e outros efeitos climáticos.

O painel de ciência climática da ONU recomenda um corte de 40-70% nas emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis fósseis até 2050 em relação aos níveis de 2010. O Acordo de Paris é menos preciso, buscando apenas que as emissões atinjam seu auge "o mais rápido possível".

A ONU estima que a população mundial aumentará de cerca de 7,5 bilhões hoje para 11,2 bilhões até 2100, aumentando a pressão sobre os recursos energéticos.

Foi lançado, nesta segunda-feira (26), o Plano de Redução de Gases de Efeito Estufa (GEE). Por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e apoio da Organização das Nações Unidas, um documento de 96 páginas foi elaborado com medidas a serem adotadas na cidade com o intuito de combater as mudanças climáticas. 

Alguns setores entrarão nesta ação e a escolha foi feita em observação a função e grau de importância. São eles: transporte e mobilidade urbana, resíduos e saneamento, energia e desenvolvimento urbano sustentável. 

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De acordo com a secretária de meio ambiente e sustentabilidade do Recife, Inamara Mélo, foram utilizados três inventários com dados que quantificam as emissões do Recife. Os números podem identificar quais setores mais contribuem para as alterações do clima na cidade. 

Inventários

Ainda não foi publicado, mas o documento 2016 - que traz dados dos dois anos anteriores - já está concluído. Em 2014, a conclusão foi de uma emissão de 3.175.075 tCO2e - significa toneladas de CO2 equivalente e inclui não apenas o dióxido de carbono, como também outros gases de efeito estufa convertidos em CO2. Já os dados de 2015 apontam 2.908, uma redução de 8%. 

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, a metodologia utilizada desta vez difere das anteriores. O novo método não inclui as emissões resultantes da utilização de biocombustíveis (etanol e biodiesel). A mudança se deu devido à revisão da metodologia adotada pelo Iclei - rede global de Governos Locais pela Sustentabilidade.

Copa do Mundo contribuiu negativamente

De acordo com os dados, fa Copa do Mundo FIFA 2014 promoveu um crescimento de 4,3% (128.828 tCO2e) nas emissões desses gases. Esse número foi comparado ao ano de 2013. O acréscimo se deu, principalmente, pelo aumento de números de voos, afinal o transporte aéreo emitiu 714.106 tCO2 (49% do setor) em 2014, enquanto no ano anterior a quantidade foi de 595.207 tCO2e (31% do total do setor). 

O setor de eletricidade contribuiu em 25,2% do total das emissões nos anos 2014 e 2015. Neste tipo de serviço houve uma redução de menos de 8% das emissões em uma relação entre os dois anos. Isso aconteceu pela queda no consumo dos recifenses.

Em relação às emissões em todo o Brasil, a capital pernambucana representou, nos anos de 2014 e 2015, aproximadamente 0,1% de todo o país e apresenta queda, de acordo com a Secretaria. 

O Acordo de Paris para o combate às mudanças climáticas entra nesta sexta-feira, 4, em vigor em tempo recorde, menos de um ano depois de ter sido fechado na capital francesa por 195 países, com o desafio de acelerar e incrementar suas ações, a fim de evitar os piores impactos do aquecimento global.

A rapidez na adoção, até esta quinta-feira por 94 países, cria um momento de empolgação diante de um problema complexo. As emissões de gases de efeito estufa precisam cair, mas continuam subindo, enquanto o planeta está cada vez mais quente - a expectativa é de que 2016 vai bater o recorde, pelo terceiro ano seguido, como o mais quente desde o início dos registros.

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Ao mesmo tempo, novos cálculos confirmam que as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) -, compromissos que cada país ofereceu como contribuição ao acordo, ao serem somadas, ficam bem aquém do necessário para limitar o aquecimento do planeta a menos de 2°C até o fim do século. Estão mais distantes ainda do 1,5°C, valor mais desejado para evitar danos aos países mais sensíveis à mudança do clima.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) fez nesta quinta-feira, 3, o alerta de que o mundo só vai alcançar a meta dos 2°C se fizer um corte adicional de 25% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação ao que já estava previsto para ser reduzido. O dado consta do Gap Report, relatório que todo ano mede a lacuna entre as ações que a humanidade está tomando para diminuir a quantidade de gases que é lançada na atmosfera e o quanto de fato precisaria ser feito.

Pela conta, em 2030 todos os países juntos deveriam emitir no máximo 42 gigatoneladas de CO2 equivalente (a soma de todos os gases de efeito estufa convertidos em dióxido de carbono), mas, considerando o ritmo de ações atuais e os compromissos assumidos pelos países junto ao Acordo de Paris, a emissão do mundo estará entre 54 e 56 gigatoneladas. Com isso, a temperatura subiria de 2,9°C a 3,4°C até 2100, na comparação com os valores pré-industriais.

A rápida entrada em vigor do acordo passa um sinal claro a quem ainda não o ratificou, mas também a empresas, mercado financeiro e setores que de algum modo estão ligados ao problema, que o mundo está comprometido de verdade a resolvê-lo. A expectativa é de que também acelere ações justamente para fazer a conta fechar.

Marrakesh.

Na próxima segunda-feira, começa em Marrakesh a 22.ª Conferência do Clima da ONU, que terá a missão de dar o pontapé inicial nesse processo. Será a primeira oportunidade para as partes que já ratificaram o Acordo de Paris começarem a decidir como se dará sua adoção. Desse grupo fazem parte os dois maiores emissores do planeta - China e Estados Unidos - e também pesos pesados na discussão, como Índia, União Europeia e Brasil.

Na prática, porém, a entrada em vigor, comemorada como um arroubo de vontade política até então inédita nas negociações de clima - principalmente quando Estados Unidos e China tomaram a dianteira do processo -, não significa que imediatamente os países começarão a adotar novas medidas para cumprir suas metas.

O acordo passa agora por um processo burocrático para definir algumas regras do jogo e só então torná-lo de fato operacional. É preciso definir, por exemplo, o conjunto de informações que os países terão de apresentar quando forem comunicar suas NDCs; como será o monitoramentos dos resultados; como se dará o mecanismo de mercado e o financiamento.

A verdade, afirma o embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho, negociador-chefe da delegação brasileira, é que não se esperava que o acordo entraria em vigor tão rápido. Quando foi fechado, em dezembro do ano passado, se considerava que isso só ocorreria em 2020.

"A entrada em vigor marca um momento político favorável e demonstra consenso da comunidade internacional sobre a urgência de ações que devem ser tomadas para combater a mudança do clima", disse nesta quinta em coletiva à imprensa. Mas não quer dizer que a pressa não foi importante, ressalta. Segundo ele, vai acelerar os trabalhos de implementação.

Para Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima, o principal ganho da entrada em vigor é justamente que a partir de segunda já haverá o primeiro espaço formal para começar a regulamentação. "Quase cem países já ratificaram. Isso vai impor um censo de responsabilidade para tirar o Acordo de Paris do papel." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pernambucano Lenine volta ao Estado com a turnê ‘Carbono’. O cantor vai se apresentar no Teatro Guararapes, em Olinda, no dia 4 de novembro. Os ingressos já estão disponíveis para venda e podem ser adquiridos nos seguintes pontos de venda: balcão do teatro, Livraria Jaqueira e no site Ingresso Rápido, aos valores de R$ 55 a R$ 160.

Na apresentação de lançamento da turnê em Pernambuco, no mês de outubro de 2015, Lenine tocou suas novas músicas, mas também cantou vários sucessos, como Paciência, Leão do Norte e Magra. O artista esteve em Pernambuco no Carnaval deste ano, quando apresentou a sua turnê no Marco Zero e em outubro, quando lançou o seu novo projeto. O novo trabalho de Lenine foi gravado de janeiro a março de 2015, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Amsterdã, com lançameno ao álbum em abril do mesmo ano.

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Lenine

4 de novembro | 21h30

Teatro Guararapes (Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N - Salgadinho, Olinda)

Ingressos: balcão a partir de R$ 55 (meia), platéia especial R$ 80 (meia) e platéia normal R$ 70 (meia)

O 27º Prêmio da Música ocorreu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (22), e homenageou o cantor Gonzaguinha. Artistas como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Lenine e João Bosco subiram ao palco para lembrar canções de grandes sucessos do artista, que faria 71 anos neste ano.

O evento promoveu prêmios para várias categorias da música brasileira e o cantor pernambucano, Lenine, com o álbum Carbono, foi vencedor da noite, como melhor cantor, na categoria "Pop/rock/reggae/hip-hop/funk".

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Confira abaixo a lista completa dos vencedores do 27º Prêmio da Música Brasileira:

 

Canção popular

Melhor cantor: Roberto Carlos (‘Primeira Fila’)

Melhor álbum: ‘Do tamanho certo para o meu sorriso’, de Fafá de Belém, produtores Felipe Cordeiro e Manoel Cordeiro

Melhor grupo: Jamz (‘Insano’)

Melhor cantora: Fafá de Belém (‘Do tamanho certo para o meu sorriso’)

Melhor dupla: Chitãozinho e Xororó (‘Tom do Sertão’)

Especiais

Álbum em língua estrangeira: ‘Cauby Sings Nat King Cole’, de Cauby Peixoto, produtor Thiago Marques Luiz

Álbum infantil: ‘Para Ficar Com Você’, de Palavra Cantada, produtores Paulo Tatit e Sandra Peres

Álbum eletrônico: ‘Gaia Musica – vol. 1’, de Dj Tudo e Sua Gente de Todo Lugar, produtor DJ Tudo

Álbum projeto especial: ‘Café no Bule’, de Zeca Baleiro, Naná Vasconcelos e Paulo Lepetit, produtores Zeca Baleiro, Naná Vasconcelos e Paulo Lepetit

Melhor DVD: ‘Loucura – Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues’, de Adriana Calcanhotto, direção de Gabriela Gastal

Álbum erudito: ‘Sinfonia nº12, Uirapuru e Mandu-Çarará’, de Villa-Lobos, interpretado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, produtor OSESP

Regional

Melhor cantor: Xangai (‘Xangai’)

Melhor cantora: Elba Ramalho (‘Cordas, Gonzaga e Afins (Sagrama e Encore)’)

Melhor dupla: Almir Sater e Renato Teixeira (‘AR’)

Melhor álbum: ‘Cordas, Gonzaga e Afins (Sagrama e Encore)’, de Elba Ramalho, Produtores: Sergio Campello e Tostão Queiroga

Melhor grupo: Ilê Aiyê (‘Bonito de se Ver’)

Pop/rock/reggae/hip-hop/funk

Melhor cantor: Lenine (‘Carbono’)

Melhor álbum: ‘A Mulher do Fim do Mundo’, de Elza Soares, produtor Guilherme Kastrup

Melhor grupo: Titãs (‘Nheengatu – ao vivo’)

Melhor cantora: Gal Costa (‘Estratosférica’)

Categoria melhor canção

‘Antes Do Mundo Acabar’, de Zeca Baleiro e Zélia Duncan, intérprete Zélia Duncan (CD ‘Antes do mundo acabar’);

Categoria revelação

Simone Mazzer (‘Férias em Videotape’)

Instrumental

Melhor álbum: ‘Tocata à Amizade’, de Tocata à Amizade, produtores Yamandu Costa e Rogério Caetano

Melhor solista: Hamilton de Holanda (‘Pelo Brasil’)

Melhor grupo: Tocata à Amizade (‘Tocata à Amizade’)

Categoria projeto visual

Tereza Bettinardi por ‘Dancê’, de Tulipa Ruiz

Categoria arranjador

Guinga por ‘Porto da Madama’, de Guinga

Categoria MPB

Melhor álbum:‘Dois Amigos, um século de música’ de Caetano Veloso e Gilberto Gil, produtores Caetano Veloso e Gilberto Gil

Melhor cantor: Caetano Veloso (‘Dois Amigos, um século de música’)

Melhor cantora: Virginia Rodrigues (‘Mama Kalunga’)

Melhor grupo:Dônica (‘Continuidade dos Parques’)

Categoria samba

Melhor álbum: "Antes do mundo acabar", de Zélia Duncan, produtora Bia Paes Leme

Melhor cantor: Alfredo Del-Penho ("Samba Sujo")

Melhor cantora: Zélia Duncan ("Antes do mundo acabar")

Melhor grupo: Moacyr Luz e Samba do Trabalhador ("Moacyr Luz e Samba do Trabalhador – 10 anos e outros sambas")

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