Tópicos | cargo comissionado

O ex-vereador Dilson Batista, que apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegava a fazer vídeos satíricos criticando a gestão do prefeito João Campos (PSB), foi convidado para ocupar um cargo na Procuradoria Geral do Recife, com um salário de R$ 9 mil. 

Batista utilizava o jargão “esse prefeito é um pai” em seus vídeos, se referindo às facilidades conseguidas por ter uma relação mais próxima com o prefeito da cidade. Em seus vídeos, ele encenava uma pessoa que conseguia cargos fáceis no gabinete da capital, como “apanhador de placas que caem dos carros nas ruas alagadas do Recife quando chove”.  

##RECOMENDA##

Dilson teve o mandato de vereador cassado depois que o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) apontou fraudes nas cotas destinadas às mulheres por seu partido.

[@#video#@] 

 

A Câmara Municipal do Recife publicou um memorando que cobra o envio das certidões de antecedentes criminais dos servidores comissionados dos gabinetes dos vereadores. A determinação foi oficializada na sexta (28), quatro dias após um dos assessores de Felipe Francismar (PSB) ser morto a tiros quando tentava roubar a arma de um vigilante. 

O documento adverte aos servidores que as remunerações poderão ser bloqueadas caso a lista de certidões não seja enviada até 10 de agosto. Os documentos solicitados aos comissionados são: 

##RECOMENDA##

- Certidão de antecedentes criminais do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco; 

- Certidão de antecedentes criminais da Polícia Federal; 

- Certidão de antecedentes criminais da Secretaria de Defesa Social; 

- Certidão negativa do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco; 

- Certidão negativa do Tribunal de Contas da União; 

- Certidão da Junta Comercial de Pernambuco; 

- Certidão da Receita Federal; 

- Certidão de quitação eleitoral; 

- Qualificação cadastral do eSocial. 

Assessor com mandado de prisão é assassinado

Na última segunda (25), André Alexandre Xavier dos Santos Júnior, de 25 anos, morreu baleado quando tentava roubar armas na sede do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife.  

Ele foi nomeado assessor do vereador Felipe Francismar (PSB) em fevereiro deste ano e recebia um salário líquido de R$ 9.980. André tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio desde janeiro e acumulava passagens por assalto a banco e roubo de armas. 

Um segundo suspeito conseguiu fugir do local. O vigilante Valmir José da Silva trabalhava na empresa e foi morto na troca de tiro. 

A esposa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), Paola Silveira, que já chegou a homologar candidatura à Câmara dos Deputados pelo mesmo partido, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 530.319,82 em conta corrente. No entanto, ela foi uma das beneficiárias do Auxílio Emergencial do governo federal em 2020. 

Na época, mesmo ocupando um cargo comissionado, recebeu quatro de sete parcelas do benefício, somando R$ 1.800. Ao justificar o recebimento, ela informou que seria “uma coisa muito burocrática” cancelar a adesão ao benefício depois de ter sido indicada a um cargo no Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 

##RECOMENDA##

“Pesquisei e realmente vi que o cancelamento era uma coisa muito burocrática e isso, se possível, era bem complicadinho mesmo para fazer o cancelamento. O tempo passou e a nomeação não saiu”, contou, em um vídeo obtido pelo jornal O Globo, relatando que a nomeação aconteceu em 20 de outubro. O auxílio começou a ser pago em abril de 2020. 

Ela alegou, ainda, que achava que por estar empregada em um cargo federal, deixaria de receber o auxílio “automaticamente”. Ela disse ter ficado surpresa quando recebeu uma parcela em novembro, e chegou a dizer que pesquisaria como devolver o valor. 

Candidatura

Paola usa o sobrenome de Daniel Silveira para concorrer a um cargo na Câmara, apesar de ter declarado ser solteira no registro da candidatura na Justiça Eleitoral. 

O deputado foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de oito anos de prisão por incitar atos com pautas antidemocráticas no Brasil, mas recebeu um indulto individual (perdão) do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Antes do perdão, ele havia sido preso em flagrante por crime inafiançável após determinação do STF, do ministro Alexandre de Moraes, sobre divulgação de notícias falsas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), editou um decreto tirando cargos da área social do Ministério da Cidadania e remanejando mais de 30 cargos comissionados subordinados a Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte e padrinho de casamento do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). 

Com a reestruturação, a secretaria passa dos 80 para 111 cargos comissionados. Segundo o UOL, a Secretaria Nacional de Assistência Nacional de Assistência Social, responsável pela coordenação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e pela gestão do Fundo Nacional de Assistência Social, teve o quadro reduzido de 68 para 64 cargos.

##RECOMENDA##

 A Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi), responsável por monitorar a efetividade das políticas adotadas e combater fraudes em programas, saiu de 38 para 34 cargos. 

O Ministério da Cidadania aponta que as mudanças têm como objetivo restabelecer o quadro de funcionários da Secretaria Especial do Esporte. Além disso, assegura que "continuará trabalhando sistematicamente para fortalecer os programas sociais e estabelecer uma rede de proteção para a população mais vulnerável do país".

Investigações apontam que parentes da segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Cristina Valle, retiraram R$ 2,1 milhões em mais de 4 mil saques de R$ 500, enquanto estavam lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro (sem partido) - no período em que o atual senador exercia o cargo de deputado estadual do Rio de Janeiro.

O Ministério Público aponta que dez integrantes da família Resende formava um dos grupos da "organização criminosa". Esses investigados sacaram, em média, 83% dos salários recebidos da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). 

##RECOMENDA##

Documentos obtidos pelo O Globo mostram que, sempre próximo às datas de pagamento desse núcleo na Alerj, o valor de R$ 500 era sacado várias vezes e no mesmo dia das respectivas contas.

Os documentos revelam que das 9.859 operações de saque feitas entre 2007 e 2018, 4.294 foram no valor de R$ 500, o equivalente a 44% de todas as operações feitas.

A suspeita é de que 10 pessoas da família da ex-esposa de Bolsonaro sacaram, em média, 83% dos salários recebidos. Segundo o MP, os familiares "sacavam quase a integralidade dos salários recebidos na Alerj para repassar os valores em espécie a outros integrantes da organização criminosa".

Os extratos bancários do "núcleo Resende" mostram que as operações de saques eram mais comuns na primeira quinzena dos meses, momento em que parte dos integrantes recebia o salário que correspondia às funções que desempenhavam no gabinete de Flávio. Quase dez mil saques foram analisados pelo Ministério Público. 

O documento obtido pelo O Globo mostra que no dia 10 de abril de 2008, por exemplo, Ana Maria de Siqueira Hudson, Fátima Regina Dias Resende, Francisco Siqueira Guimarães Diniz, Juliana Siqueira Guimarães Vargas, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Guimarães Diniz fizeram, da mesma forma, dois saques na quantia de R$ 500.

Ao longo do período em que essas pessoas foram sendo exoneradas, os saques, antes constantes, do valor de R$ 500, reduziram drasticamente. O site mostra que nos casos de Fátima Regina Dias Resende e de Ana Maria Siqueira Hudson, por exemplo, as contas bancárias ficaram praticamente sem movimentação após a exoneração do cargo.

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, indicou para representar a pasta em Pernambuco uma amiga próxima que não tem experiência em saúde ou gestão pública. Paula Amorim teve a nomeação para o cargo comissionado com salário de cerca de R$ 10 mil efetivada em 15 de junho. As informações são da Folha de S.Paulo.

A assessoria do ministro disse que Pazuello e Amorim são amigos "há cerca de 30 anos, apresentados por conhecidos em comum" e que a nomeação dela se baseou na relação de confiança e amizade.

##RECOMENDA##

O ministério argumenta que a experiência na área de saúde não é pré-requisito para o cargo. Ela foi escolhida, de acordo com a assessoria, por sua capacidade de articulação no estado. 

Paula Amorim é administradora de empresas. A chegada dela não teria agradado os servidores do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco. Profissionais, em anonimato, informaram que a falta de familiaridade dela com temas de saúde pública tem gerado entraves decisórios.

A nova representante da pasta em Pernambuco disse à Folha que não estava trabalhando antes de assumir o posto. Ela disse ter sido assessora de um governador, sem esclarecer a quem se referia e quando isso ocorreu. Amorim afirmou não ter havido problemas desde que assumiu.

O núcleo estadual é responsável por coordenar esforços com secretarias municipais e do estado. A coordenadora diz ter recebido a ordem para interagir mais com as prefeituras. Ela substituiu uma enfermeira que estava há quase três anos no cargo.

Pazuello tem modificado uma série de cargos e chefias nos estados. No Ministério da Saúde, mais de 20 postos foram assumidos por militares da ativa e da reserva.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou na manhã desta quarta-feira (1º), uma ação civil pública contra o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e a secretária de Educação, Maria da Conceição do Nascimento. O órgão pede que os agentes públicos sejam condenados por utilizar recursos públicos para pagar serviços particulares prestados nas casas da família do prefeito.

O MPPE também apresentou um pedido cautelar para bloquear parte dos bens dos réus a fim de assegurar o pagamento das multas previstas na Lei de Improbidade Administrativa em uma eventual condenação. 

##RECOMENDA##

No caso específico de Sérgio Hacker, o MPPE identificou práticas de improbidade que causaram enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação aos princípios da administração pública. Isso por conta da nomeação de Mirtes Renata Santana de Souza e Marta Maria Santana Alves, mãe e avó - respectivamente - do Miguel Otávio Santana da Silva, cinco anos, que morreu após cair do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no Recife, local onde morava a família do prefeito e onde as mulheres trabalhavam.

Mirtes e Marta constavam na folha de pagamento da Prefeitura de Tamandaré como cargo comissionado, mas na verdade prestavam serviço para Hacker e sua esposa Sarí Corte Real, acusada pela morte do pequeno Miguel.

Inclusive, só com a repercussão do caso foi que o poder público tomou ciência dessa corrupção que acontecia em Tamandaré. "Embora nomeadas para cargos na Prefeitura de Tamandaré, elas jamais prestaram serviços à administração municipal. Durante os anos de 2017 a 2020, o prefeito utilizou, para serviços particulares na sua residência, o trabalho de servidoras públicas, recusando-se a pagar pelas empregadas e repassando o ônus ao contribuinte", ressaltam os promotores de Justiça Camila Spinelli Regis de Melo e Ivan Renaux de Andrade.

Os gastos públicos com as funcionárias somaram R$ 193.365,20 (valores corrigidos) no período de 2017 a 2020. Em documento apresentado, a Prefeitura de Tamandaré alega que o prefeito devolveu os valores aos cofres públicos e que, por isso, não haveria lesão ao erário. O MPPE aponta que isso não afasta a prática de ato de improbidade administrativa e que torna a ocorrência incontroversa.

Já em relação à secretária Maria da Conceição do Nascimento, as investigações mostram que ela, no papel de ordenadora de despesas do Fundeb, foi omissa quanto à existência de uma servidora fantasma na sua Secretaria.

Com o ajuizamento da ACP o processo se encontra sob análise do Juízo da Comarca de Tamandaré, que analisará as medidas cautelares previstas na Lei de Improbidade Administrativa requeridas pelo MPPE. O pedido inclui a decretação de indisponibilidade de bens do prefeito Sérgio Hacker no valor de R$ 580.095,60, equivalente à multa de três vezes o dano causado ao município; já para a secretária, a sanção é de R$ 145.128,02, o dobro da lesão causada pelos gastos com a servidora lotada na Secretaria de Educação.

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, nomeou a sobrinha do secretário-geral do Ministério Público da União, Eitel Santiago, para ocupar o cargo de Relações Internacionais dentro da presidência do Conselho Nacional do Ministério Público, com salário de R$ 9.216,74. O secretário é considerado como braço direito do procurador.

Isadora Santiago é a quarta pessoa nomeada na atual gestão de Aras na PGR que possui um vínculo familiar ou afetivo com alguém da cúpula do Ministério Público.

##RECOMENDA##

Segundo publicado pelo UOL, a advogada Ana Laura Pires de Sá Espínola, que trabalhou com o pai de Augusto Aras, Vinícius Salomão de Aquino, amigo de so secretário Eitel, e a advogada Fernanda Monteiro Bronzeado, que é filha da prima de Aras, são os nomes dos nomeados para os cargos comissionados que estão conectados familiarmente. 



 

Sem concurso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, nomeou a sobrinha do seu braço direito para cargo comissionado no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ele contratou Isadora Santiago que é sobrinha do secretário-geral do Ministério Público da União (MPU), Eitel Santiago.  

A nomeação foi publicada no Diário Oficial em uma portaria da CNMP, em 12 de dezembro de 2019. Com formação em Relações Internacionais, Isadora Santiago ocupa cargo na presidência do conselho com salário de R$ 9.216,74. 

##RECOMENDA##

Além da sobrinha do secretário-geral da MPU, foi identificado pelo portal UOL, pelo menos quatro cargos comissionados na nova gestão da PGR, com algum nível de parentesco ou vínculos de amizade. Como a advogada Ana Laura Pires de Sá Espinola, que atuou em processos judiciais com o seu pai, Roque Aras, na Bahia.

Já Eitel, secretário-geral MPU, empregou o advogado Vinícius Salomão, amigo de seu filho Rodrigo Clemente, e a advogada Fernanda Monteiro Bronzeado, filha do amigo e promotor aposentado do Ministério Público da Paraíba, Valério Costa Bronzeado. 

A procuradoria não quis responder questionamento sobre as contratações, mas informou que os cargos comissionados “são de livre nomeação e exoneração em todas as esferas da administração pública”.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) enviou recomendação ao vereador Carlos José Mendes da Silva, o Galego da Farmácia (PSB), do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, para que exonere sua namorada, que ocupa cargo comissionado em seu gabinete. O site da transparência da Câmara de Vereadores confirma que Ingrid Sthefanne Nascimento da Silva está no gabinete do namorado e recebe salário bruto de R$ 12 mil.

 De acordo com o MPPE, o vereador confirmou o fato, mas alegou que não se caracteriza nepotismo, "em virtude do vínculo de namoro, por não haver parentesco por afinidade". Ingrid disse ao órgão que ocupa cargo comissionado de assessora parlamentar, com salário de R$ 8,4 mil. Ela declarou ter o segundo grau completo e nenhuma experiência profissional anterior.

##RECOMENDA##

 Para o Ministério Público, os elementos indicam que a escolha da mulher não se deu por motivo de formação profissional. Segundo a promotora Alice de Oliveira Morais, que assina a recomendação, o vínculo de namoro denota que o vereador não tem isenção para ser chefe da investigada ou exigir o cumprimento de deveres em igualdade de condições em relação aos demais servidores.

 "(...) afigura-se imoral que determinado agente público nomeie para ocupar cargo comissionado, com elevada remuneração, no seu próprio gabinete,  pessoa com a qual mantém vínculo afetivo de namoro", escreve Morais. Ela lembra que, em caso similar, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) decidiu em julgado mantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, havendo circunstâncias que quebrem os princípios da moralidade e impessoalidade administrativa, como uma relação de namoro, está caracterizada a prática de ato de improbidade administrativa, sendo devido o afastamento do cargo da pessoa beneficiada.

 A promotora pede que Ingrid Sthefanne Nascimento da Silva seja exonerada de imediato. O texto também recomenda que Galego da Farmácia se abstenha de nomear para cargos comissionados pessoas com quem mantém vínculo afetivo ou parentes próximos.

 O vereador tem 10 dias para informar se vai acatar a recomendação. Em caso de recusa, o MPPE acionará a justiça pela prática de improbidade administrativa. 

Irmão - Ao que parece, a prática é de família. O vereador Vicente Mendes da Silva Neto, Neto da Farmácia (PDT), irmão de Galego da Farmácia, também é investigado por caso semelhante.

 Segundo o MPPE, Vicente teria nomeado sua nora, Larissa Oliveira de Arruda,para cargo comissionado em seu gabinete. Ela estaria recebendo um salário bruto de R$ 9.040, segundo o site da transparência.

 Neto da Farmácia disse ao órgão que ela é namorada de seu filho e que não estaria caracterizado o crime de nepotismo. Larissa confirmou ser namorada do filho do vereador há cerca de quatro anos. Ela está concluindo o terceiro grau, não fez curso técnico e não trabalhou anteriormente.

 O MPPE também recomendou a exoneração imediata de Larissa. O vereador tem 10 dias para informar se acata a recomendação.

 O pai de Carlos José Mendes e de Vicente José Mendes Neto foi vereador da cidade. O avô paterno, Vicente Mendes, foi prefeito do Cabo por três vezes, além de vereador e presidente da câmara. O prédio da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho tem o nome de Casa Vicente Mendes. Em seu Instagram, Galego da Farmácia lembra ter parentesco com diversos ex-vereadores como Marcos Mendes, Nelson Mendes, Chico Mendes, Airton Lucena e Barbosa. O LeiaJá não conseguiu contato com os investigados.

A Prefeitura de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), pagou oito diárias para a noiva do prefeito Demóstenes Meira (PTB), Taty Dantas, em viagens a São Paulo nos meses de setembro e novembro. A informação consta no Portal de Transparência da cidade. Outro fato curioso é que o prefeito também fez a mesma viagem e recebeu a ajuda de custo municipal. Segundo o LeiaJá apurou, o período coincide com o início do namoro entre os dois, agora noivos.

Na justificativa, o empenho diz que a despesa foi paga para a "servidora em virtude da sua ida a São Paulo para tratar de assuntos de interesse do município". Na mesma página, contudo, no campo em que é listado o quadro de servidores municipais em 2018 não é possível encontrar o nome de Tatiana Dantas da Silva.

##RECOMENDA##

Os registros das diárias são de 10 de setembro, 7, 14 e 28 de novembro. A primeira foi no valor de R$ 1,5 mil (correspondente a duas diárias e meia), já as três seguintes foram de R$ 1,3 mil. Somando o valor utilizado para o prefeito e a noiva, a prefeitura gastou R$ 12,2 mil em diárias, para o pagamento de despesas durante as viagens. O dinheiro, segundo o Portal de Transparência, foi oriundo do Gabinete do Prefeito. 

[@#galeria#@]

Demóstenes Meira e Taty Dantas ganharam notoriedade pelo país desde o último dia 17 de fevereiro, quando o prefeito enviou áudios para grupos de aplicativo de troca de mensagens exigindo a presença dos servidores cargos comissionados em uma prévia carnavalesca em que a noiva faria um show.

As mensagens do prefeito foram consideradas uma ameaça ao emprego dos comissionados. Meira chegou a dizer que gravaria vídeos para verificar depois quem eram as pessoas que tinham atendido a convocação dele para prestigiar a apresentação da noiva.

A postura do prefeito repercutiu negativamente pelo Brasil e levou o petebista a ser alvo de uma investigação criminal por parte do Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval, uma vez que o município ainda não tem uma Lei Orçamentária para 2019 em vigência.

Meira ainda passou a ser alvo de um pedido de impeachment, que teve a abertura do processo acatada na Câmara dos Vereadores de Camaragibe, e deve levar cerca de 45 dias para ser concluído.

Outro lado

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Camaragibe informou, em nota, que Tatiana Dantas integra a equipe municipal desde 1º de setembro. De lá para cá, ela já passou pelos postos de assessora especial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e secretaria institucional do Gabinete do Prefeito - cargo que exige, segundo o comunicado da gestão, o “acompanhamento do prefeito em viagens e reuniões”. Atualmente Tatiana é secretária de Assistência Social.

Sobre as viagens, a prefeitura explicou que ao lado de Meira, “Tatiana foi responsável por auxiliar na captação de recursos para o município, bem como assessorá-lo em planejamento dos projetos futuros a serem implementados na cidade”.

“Tais deslocamentos foram realizados especificamente para reunião com os representantes do programa de lixo subterrâneo, em Itu; visita ao Centro de Segurança Integrada (CSI) da cidade de Guararema, para entender o funcionamento do sistema, a fim de buscar inserir a iniciativa em Camaragibe; e visita às escolas públicas municipais em Campos do Jordão, para entender a funcionalidade do sistema educacional utilizado no no local”, detalha a nota.

“Além disso, também foram feitas reuniões para planejar a revitalização completa da Rua Eliza Cabral, visita nas praças sustentáveis em Guararema e visita às escolas da Região Metropolitana de São Paulo a fim de conhecer a Lousa Digital”, acrescenta a prefeitura.

Quanto a ausência do nome da noiva do prefeito entre os servidores da cidade no Portal de Transparência, a assessoria de imprensa informou que o site “está em processo de atualização”. “As equipes estão realizando uma força tarefa para finalizar a incremento dos novos dados do órgão municipal”, justificou em nota.

Por fim, a prefeitura ressaltou ainda que mesmo tendo um relacionamento amoroso entre Tatiana e o prefeito, “todas as viagens foram feitas exclusivamente de forma institucional”.

Após ser acatada a denúncia que pede o impeachment do prefeito de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Demóstenes Meira (PTB), foi criada na Câmara dos Vereadores da cidade, nesta terça-feira (26), uma comissão para avaliar o processo e definir se dará prosseguimento com a convocação do prefeito para a sua defesa e a posterior votação do impeachment ou se não há argumentos plausíveis para a cassação e o assunto será arquivado.

O grupo é formado pelos vereadores Roberto Medeiros, que será o presidente do colegiado, Délio Júnior, escolhido para ser o relator do pedido, e Leandro Lima. Os três terão cinco dias, a partir de 12 de março, quando serão retomados os trabalhos legislativos após o Carnaval, para se posicionar.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, logo após ser escolhido para guiar as atividades do colegiado Roberto da Loteria, como é conhecido, exclamou que o povo havia vencido o embate criado entre os parlamentares na expectativa de punir o prefeito. “Acho incrível um vereador defender o prefeito onde cerca de 160 mil camaragibenses querem o impeachment. Aqui venceu o povo, que pressionou os vereadores a tomarem uma posição. Agora é preciso continuar agindo para quem sabe tirar esse prefeito do cargo”, disparou.

Com o ânimo enaltecido, após a sessão tumultuada, o vereador ainda disse que a corrupção está com os dias contados na cidade. “Vamos seguir os procedimentos de acordo com o que diz o regimento e seguindo aquilo que é legal. A corrupção acabou em Camaragibe. Está na hora de dizer um basta a corrupção”, declarou o presidente da comissão que também deixou claro que pretende agira para tirar o prefeito cargo, ou seja pela efetivação do impeachment.

A estimativa da comissão é de que, após a defesa do prefeito ser oficializada, o grupo se reúna para o relator apresentar o resultado final da investigação. Todo o processo deve durar cerca de 60 dias. A Prefeitura de Camaragibe ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A denúncia

O pedido de impeachment aponta que o cometeu crime de responsabilidade ao utilizar a máquina pública para promover sua noiva, Taty Dantas, e "ameaçar de forma velada" os servidores em cargo comissionado. Demóstenes Meira ficou conhecido no país por ter exigido que os servidores de cargo em comissão participassem de um bloco da cidade no último dia 17, onde Taty Dantas, que também secretária de Assistência Social da cidade, fez um show.

Após isso, Meira passou a ser investigado criminalmente pelo Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. E o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval, uma vez que o município ainda não tem uma Lei Orçamentária para 2019.

A advogada-geral da União, Grace Mendonça, assinou nesta segunda-feira (10) parecer que determina estabilidade às empregadas gestantes e adotantes do momento da gestação até seis meses após o parto ou adoção de criança para as ocupantes de cargos comissionados na administração pública.

O parecer modifica decisão anterior da Advocacia-Geral da União (AGU), em que prevalecia o entendimento de que as ocupantes de cargos comissionados não usufruiriam de tal estabilidade.

##RECOMENDA##

O novo entendimento foi elaborado pela Consultoria-Geral da União, órgão da AGU responsável pelo assessoramento jurídico da União, a pedido de outra unidade da Advocacia-Geral, a Consultoria Jurídica junto ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

A discussão foi motivada por uma decisão judicial que determinou ao Ministério da Previdência Social (atual Secretaria de Previdência) que pagasse indenização a uma servidora exonerada de cargo em comissão durante o período em que usufruía de licença adotante.

Segurança jurídica

No parecer, a AGU observa que o novo entendimento deve ser adotado não só porque resguarda de forma mais eficaz valores constitucionais, como o da proteção à família, mas também para evitar que a União seja acionada em outras ações judiciais.

O Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) já entenderam, em julgamentos recentes, que a estabilidade assegurada às gestantes e adotantes deve ser garantida a todas servidoras públicas, independentemente da natureza do vínculo mantido com a administração pública e mesmo que ocupem apenas cargos comissionados.

Poder vinculante

De acordo com o portal da AGU, o parecer do Advogado-Geral da União adquire caráter normativo e vincula todos os órgãos e entidades da Administração Federal quando aprovado pelo Presidente da República e publicado juntamente com o despacho presidencial.

De outro lado, ainda de acordo com a AGU, o parecer não publicado no Diário Oficial da União obriga apenas as repartições interessadas e os órgãos jurídicos da AGU ou a esta vinculados, a partir do momento em que dele tenham ciência.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando