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Por Caio de Freitas Paes, para a Agência Pública 

Pouco antes do atentado a bomba em Brasília (DF), na véspera do Natal de 2022, a Superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal já defendia um posicionamento firme quanto aos acampados em frente ao Quartel-General (QG) do Exército – onde o ato terrorista foi, afinal, planejado. “A dissolução do agrupamento humano em frente aos Quartéis Generais é medida imperiosa” para evitar problemas, “bem como para garantia da ordem pública, ainda mais em razão do evento da posse [do presidente Lula] que se avizinha”, é o que se lê em um despacho da PF emitido em 21 de dezembro, dois dias antes do atentado, obtido pela Agência Pública. O acampamento não foi desfeito conforme defendido pela PF e, na prática, dele partiram milhares de bolsonaristas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

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Semanas depois do despacho da PF, se confirmou que a mensagem da corporação não chegou ao Comando Militar do Planalto (CMP) e à Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). O motivo? Não era “atribuição” da PF, segundo revela outro documento obtido pela reportagem, expedido em 16 de janeiro passado – uma semana depois da invasão dos Três Poderes.

Nesse segundo despacho, o delegado na superintendência do DF, Daniel Carvalho Brasil Nascimento, argumenta que a PF “não tem atribuição para expedir Ofício ao Comando do EB [Exército Brasileiro] e/ou ao Comando da Polícia Militar para que as respectivas instituições cumpram seus deveres constitucionais” – no caso, a “dissolução” do acampamento golpista.

Nesse mesmo documento, o delegado explica também que o CMP e a PM-DF não foram oficialmente comunicados sobre a avaliação da PF “por se tratar de fato notório e de conhecimento amplo de todas as instituições públicas que o agrupamento humano estacionado em área militar federal de responsabilidade do Exército Brasileiro representava risco à Ordem Pública”.

A PM, por outro lado, garantia que havia feito sua parte para o desmonte do acampamento, planejando uma operação de retirada de ambulantes, barracas e energia elétrica do local. Tal posição foi comunicada em 29 de dezembro, dois dias antes da posse, quando o ex-comandante geral da PM-DF Fábio Augusto Vieira disse: “Tínhamos 500 policiais militares em condições, e o Exército desistiu da operação”.

“A despeito de todo o esforço e do aparato mobilizado pela Polícia Militar do Distrito Federal, face à demanda apresentada e ao apoio operacional solicitado pelo Exército Brasileiro, a referida Força, na ocasião, decidiu pela não realização da operação, possibilitando a permanência, continuidade e funcionamento do acampamento”, de acordo com um outro relatório da PM-DF sobre sua atuação no caso.

O material foi destinado à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no DF, braço do Ministério Público Federal (MPF) responsável pela defesa dos direitos constitucionais da população, que havia aberto uma apuração “para acompanhar manifestações políticas em face do resultado das eleições para Presidente da República e apurar eventuais atos antidemocráticos”.

Todos os documentos foram expedidos entre 4 de novembro de 2022 e 14 de fevereiro passado, mesmo período da ascensão do golpismo após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

À Agência Pública, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que, de acordo com o Comando Militar do Planalto, “não houve qualquer pedido oficial para desmobilização do acampamento” entre o início de novembro e o dia 8 de janeiro.

Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil

Monitoramento ineficaz e falta de coordenação

Os documentos revelam ainda o descompasso entre militares, forças de segurança distritais e a PF no fim do governo Bolsonaro para tratar da crise dos acampamentos – mesmo sendo constantemente cobrados por órgãos de controle.

A falta de coordenação ficou escancarada a partir da atuação desses órgãos em meio aos violentos protestos realizados após a prisão do falso cacique Xavante, em 12 de dezembro, e ao atentado a bomba no aeroporto de Brasília, na véspera de Natal.

Em 14 de dezembro, representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Comando da PM-DF, além do CMP, reuniram-se na sede da Procuradoria da República no Distrito Federal.

Na ocasião, relataram que “o acampamento dos manifestantes contrários ao resultado do pleito eleitoral” estava sendo “constantemente monitorado, inclusive para averiguação de possíveis atos criminosos atribuídos aos manifestantes e a pessoas que transitam no local”.

Ainda segundo o relato dessa reunião, o monitoramento era feito por órgãos de inteligência da SSP e da PM-DF, além de agentes da PF. Não há menção, porém, a atividades de inteligência por parte do CMP.

O encontro do dia 14 ocorreu dois dias depois do quebra-quebra bolsonarista após a prisão do pastor indígena José Acácio Serere Xavante, com queima de ônibus circulares e tentativa de invasão da sede da PF.

Segundo as autoridades da SSP-DF, da PM-DF e do CMP presentes na reunião, a notícia da prisão de Serere pela PF “chegou às forças de segurança do Distrito Federal com atraso”, o que, ainda de acordo com eles, “inviabilizou a adoção de medidas mais eficazes para a prevenção/contenção dos prováveis conflitos que dela adviriam”.

Não à toa, em 19 de dezembro, dias antes do ato terrorista arquitetado em frente ao QG do Exército, a PRDC recomendou aos órgãos de segurança que monitorassem – juntos e continuamente – “pontos de tensão que envolvam manifestantes políticos”.

A procuradoria ligada ao MPF pedia também a criação de um “canal direto de troca de informações, inclusive de inteligência”, para “antecipar riscos” e “evitar possíveis conflitos”. Segundo o material obtido pela Pública, os órgãos citados garantiram que havia constante troca de informações de inteligência, sem especificar quantos informes e relatórios haviam circulado entre eles nem quais as providências tomadas com base em tais informações.

Militares insistiram no “livre exercício de manifestações pacíficas”

Em 22 de dezembro, dois dias antes do atentado a bomba em Brasília, o então comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, tentou pôr panos quentes na crise. O general disse, por meio de ofício, que os militares mantinham constante “interlocução” com os acampados na frente do QG do Exército, “a fim de garantir o livre exercício de manifestações pacíficas”.

A posição do general não surpreende, pois o CMP foi o responsável por dar guarida para bolsonaristas em Brasília logo após o segundo turno das eleições. Em 4 de novembro, foi esse mesmo comando militar que autorizou, pela primeira vez, a entrada de um carro de som para embalar as manifestações golpistas em frente ao QG do Exército.

General Gustavo Henrique Dutra de Menezes estava à frente do Comando Militar do Planalto (CMP) à época dos ataques de 8 de janeiro. Foto: Exército Brasileiro

A órgãos de controle, o CMP havia dito que essa autorização referia-se “exclusivamente” àquela data, mas, quase duas semanas depois, Dutra simplesmente informou que “foi delimitada uma área dentro do Setor Militar Urbano (SMU) destinada como estacionamento e outra como área de acampamento” para os bolsonaristas – que pediam um golpe de Estado com intervenção militar, contestando a vitória de Lula.

“No que tange a supostas autorizações para protestos políticos, informo que não houve qualquer demanda ou providência nesse sentido”, disse o comandante militar do Planalto – ignorando, na prática, o caráter político mais que explícito do acampamento golpista.

À Agência Pública, o Comando Militar do Planalto afirmou que o “acampamento já estava sendo desmobilizado desde dezembro e, principalmente, a partir do dia 2 de janeiro”. Já em relação ao fracassado atentado a bomba em Brasília, os militares disseram que, “até o presente momento, nada comprova que o explosivo foi repassado [aos terroristas] no SMU”.

Para PF, Bolsonaro causou “acirramento dos ânimos”

Diferentemente do que sugerem ofícios dos militares, a situação no acampamento não era pacífica pelo menos desde o fim de novembro.

Segundo a PF, “o acirramento dos ânimos” já havia sido identificado no acampamento em 28 de novembro, com a chegada de um grupo de indígenas bolsonaristas, “acrescido do pronunciamento do atual Presidente da República” em 9 de dezembro. Foi quando Bolsonaro rompeu seu silêncio desde a derrota eleitoral ao dizer a seus apoiadores: “Nada está perdido”.

O despacho da PF assinado dois dias antes do atentado a bomba revela também que a corporação não conseguia mais monitorar plenamente o acampamento golpista na frente do QG do Exército.

“Com o incremento da hostilidade com as forças de segurança pública, em especial para com a Polícia Federal, acrescido do perfil violento apresentado no dia 12/12 [prisão de Serere Xavante]”, disse a PF, “o monitoramento aproximado [infiltrado] restou prejudicado”.

Mesmo assim, após a invasão dos Três Poderes, a corporação relata que “dispunha de informações [de inteligência] disponíveis em fontes abertas de redes sociais que indicavam a possibilidade de manifestação no dia 07 até 09 de janeiro”. A Pública revelou, inclusive, o uso do código “festa da Selma” pelos bolsonaristas nas redes sociais para coordenarem a invasão e a depredação do dia 8 de janeiro.

Por conta da iminência de protestos violentos em Brasília, o efetivo da PF no Distrito Federal “ficou empregado ininterruptamente do dia 07 até 09 juntamente com outras unidades de inteligência desta Polícia Federal”, o que incluía a Diretoria de Inteligência Policial (DIP) e o Comando de Operações Táticas (COT).

A corporação defendeu também que sua “ação preventiva resultou na pronta identificação de parte dos criminosos, bem como, por exemplo, na prisão de uma das líderes da organização criminosa que se encontrava foragida na cidade de Luziânia”, em Goiás – uma referência à prisão da bolsonarista Ana Priscila Azevedo no dia 10 de janeiro, pelo seu envolvimento na invasão dos Três Poderes.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria-Geral do governo do presidente Jair Bolsonaro, reforçou apoio a Sergio Moro para as eleições de 2022. Na coluna que assina no site My News, Carlos Alberto não poupou críticas ao citar Bolsonaro. Ele declarou que o chefe do Executivo traiu os eleitores.

"No entanto, despreparado e irresponsável, traiu as expectativas, traiu os eleitores e traiu o que disse na campanha. É o símbolo da traição pessoal e institucional. Traiu o Brasil da mesma forma que, no dia 8 de setembro, traiu aqueles que acreditaram na fanfarronice alardeada no dia 7. Mais um descarado embuste político", escreveu ele.

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Ainda na plataforma, o general disparou: "Patriotas são todos os cidadãos de bem nesse país. Populista não é de direita nem de esquerda. É simplesmente populista. Assim como Lula destruiu a esquerda, Bolsonaro está destruindo a direita". Essa não é a primeira vez que Carlos Alberto dos Santos alfineta abertamente Jair Bolsonaro.

No início deste mês, ele disse que o ex-juiz e também ex-ministro Sergio Moro é um forte destaque para o pleito eleitoral do ano que vem. "Eu acho Moro uma grande opção pro Brasil, porque as duas candidaturas que estão aí na frente [de Bolsonaro e Lula], com polarização de extremistas, já tiveram a sua oportunidade e se perderam na demagogia e no populismo. O Brasil não vai ganhar nada com uma campanha de extremos", afirmou Santos Cruz, à revista Veja.

Ex-ministro da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz usou o Twitter, nesta quinta-feira (28), para afirmar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem respeito com os brasileiros, nem noção institucional e do cargo que ocupa.

A avaliação do ex-aliado de Bolsonaro foi pela forma com que o presidente se posicionou diante da imprensa e da divulgação de que seu governo gastou R$ 15 milhões com leite condensado, além de um total de quase R$ 1,8 bilhão com outros alimentos. Nessa quarta (27), o presidente xingou à imprensa e mandou os jornalistas enfiarem o leite condensado no r***.

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Ao compartilhar um vídeo do momento, Santos Cruz escreveu: "VERGONHA. Vulgaridade. Sem noção institucional e do cargo. Falta de respeito com a população e o país que representa. Nada a ver com a necessidade de medidas de apoio às empresas, pessoas e reacão a comentários. Populismo barato. Não é exemplo nem caminho para solução".

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 A postura do presidente foi exposta quando encontrava aliados, no momento ele disse: "Quando vejo a imprensa me atacar dizendo que comprei 2 milhões e meio de latas de leite condensado, vai pra p*** que o pariu, imprensa de m****! É pra enfiar no r*** de vocês da imprensa essas latas de leite condensado". Ministros e parlamentares que estavam no local com Bolsonaro, aparecem rindo com as declarações do presidente.

Ex-ministro da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz usou o Twitter para disparar contra a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a necessidade do Brasil deixar de ser um "país de maricas" diante do combate à Covid-19.

Usando letras garrafais, Santos Cruz subiu o tom contra o seu ex-aliado e disse que os eleitores votaram por equilíbrio e união e não para "shows" constantes. 

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"CANSADO DE SHOW", começou o ex-auxiliar de Bolsonaro. "O Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção, privilégios. Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união.  Precisa de  seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito", emendou o general, que chegou a estar entre os assuntos mais comentados do Twitter após a fala.

A avaliação mais crítica do ex-ministro não foi a primeira exposta nesta semana. Há dois dias ele também comentou sobre a polêmica envolvendo a CoronaVac. "GANHOU DE QUEM? Vacina, qualquer que seja, é saúde pública. É para a população. Não é assunto particular. O trato tem ser técnico e dentro da lei. Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!", observou Santos Cruz.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse que o vídeo com defesa do golpe militar de 1964, divulgado numa rede social do Palácio do Planalto, foi publicado por engano por um funcionário e foi um equívoco, sem nenhum viés político ou ideológico. O ministro esteve nesta quinta-feira (13) na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), para dar explicações sobre o episódio, a pedido da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

“O vídeo chegou a um funcionário nosso, que repassou para um servidor da Secretaria de Comunicação, que é quem publica os materiais na rede da Secom. E ele disparou, interpretando que fosse algo relativo a uma campanha de divulgação da Previdência Social. Foi uma divulgação infeliz, uma infelicidade do funcionário, sem nenhum viés ideológico [...] Quando ocorre um erro desses num nível governamental, sempre tem essa consequência natural. Mas não tem nada de má-fé, de ideologia ou objetivo político envolvido na questão”, garantiu.

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Ainda segundo Santos Cruz, o funcionário que pôs o material no ar tem mais de 20 anos de serviço público e já passou por outros governos. Ele foi advertido, mas não formalmente punido.

“Eu conversei com ele e foi esclarecido o cuidado para que esse tipo de erro não seja cometido novamente. Ele foi orientado,[é] uma pessoa de bons princípios. A decisão de punir, formalmente ou não, é minha. Passei minha vida inteira sempre comandando gente, então tenho senso de justiça de saber até onde ir com as medidas disciplinares. Achei que não era o caso de medida disciplinar, mas de correção de rumo de serviço”, afirmou.

Outros temas

Os senadores se mostraram satisfeitos com as explicações e partiram para outros assuntos. O ministro falou sobre os problemas de infraestrutura do país e o andamento das parcerias público-privadas para resolver gargalos causados por pelo menos 14 mil obras paralisadas. Segundo ele, o governo tem trabalhado com base em três premissas essenciais para voltar atrair investimentos: estudos técnicos bem-feitos, contratos de longo prazo e ambiente honesto para os negócios.

Indagado pela senadora Eliziane sobre o recente corte orçamentário nas universidades, Santos Cruz afirmou que considera natural a politização do assunto e disse não ver nada de errado na reação de diversos setores.

“O corte que houve no setor foi no geral de 3,5%, que é algo que dá para ser compensado com a parte de gestão. Mas o assunto se politizou e tivemos as reações normais. A sociedade funciona assim. O dinamismo é esse e está tudo dentro da normalidade. O mundo está mudando, e essas reações são por conta da tecnologia. Nada do que aconteceu é absurdo, tudo em ordem. O que mostra uma maturidade enorme”, disse se referindo às manifestações de protesto por todo o país.

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), por sua vez, lembrou que projetos na área de infraestrutura, em geral, demandam grandes investimentos, que estão fora do alcance do Estado. Ele deu exemplo do que acontece com os produtores rurais.

“Os produtores rurais, por exemplo, são competitivos até a porteira da fazenda. Para ter produção, tem que ter infraestrutura. E quem faz a infraestrutura em qualquer lugar do mundo? Via de regra é o setor privado. O melhor legado do PT foi ter mostrado que dinheiro público também acaba. O dinheiro público é só no nome. Vem das pessoas físicas e jurídicas. E como se aumenta o PIB? Com investimentos. E como se tem investimento? Com segurança jurídica. E como se tem segurança jurídica? Com democracia, liberdade econômica e marco regulatório”, disse.

Roraima

Representantes de Roraima, Chico Rodrigues (DEM) e Telmário Mota (Pros) lamentaram a situação difícil pela qual passa o estado e pediram ajuda do governo federal em questões fundiárias e econômicas.

“É o estado com maior estoque de riqueza natural per capita do mundo, mas o mais pobre da Federação, com 63% de suas terras inviabilizadas. São 500 mil habitantes sentados na terra mais rica do país. Roraima está estagnada”, lamentou Telmário.

O general Santos Cruz reconheceu que Roraima é uma unidade da Federação com características peculiares. Só dispõe de 14% de suas terras para atividades produtivas e é o único estado que não está ligado ao sistema nacional de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, o que lhe obriga a comprar energia da Venezuela.

“A União ainda não passou para o governo todas as terras depois que deixou de ser território, há 30 anos. Isso significa que as pessoas não podem ter o título da terra. Por isso, os negócios ficam prejudicados. Os financiamentos agrícolas ficam prejudicados [...] Vamos tentar começar no máximo em setembro as obras do Linhão [de Tucuruí]. Também estamos tentando dar mais auxílio na questão da imigração, pois o problema venezuelano é um carga extra muito forte. E outro assunto é a atenção às comunidades indígenas para que não continuem dependendo de migalhas”, pontuou.

*Da Agência Senado

 

Ex-comandante do Exército, o general da reserva Eduardo Villas Bôas rebateu, nesta segunda-feira (6), os ataques do professor Olavo de Carvalho aos militares que integram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Villas Bôas não poupou o considerado ‘guru’ de Bolsonaro e disse que ele tem demonstrado “total falta de princípios básicos de educação, respeito, humildade e modéstia".

"Mais uma vez, o senhor Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e às FFAA [Forças Armadas], demonstrando total falta de princípios básicos de educação, respeito, humildade e modéstia", escreveu Villas Bôas em publicação no Twitter.

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Aprofundando a crítica, o ex-comandante do Exército também comparou Olavo ao intelectual que as ideias basearam a implantação do comunismo na Rússia, Leon Trótski.

"Verdadeiro Trótski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas brasileiros”, alfinetou Villas Bôas.

O militar completou que o professor “age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país”.

E diante dos últimos ataques diretos de Olavo ao ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, Villas Bôas argumentou ainda que o pensador não compreende os princípios militares. “A escolha dos militares como alvo é compreensível por sua impotência diante da solidez dessas instituições e a incapacidade de compreender os valores e princípios que as sustentam”, disse.

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O professor Olavo de Carvalho voltou a disparar contra os militares que compõem o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Neste sábado (4), em publicação nas redes sociais, Olavo chamou o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, de fofoqueiro e difamador.

“Vocês acham que o Santos Cruz tem capacidade para ler e analisar uma só página da minha filosofia? O que ele tem, sim, é a capacidade de fofocar e difamar pelas costas”, alfinetou o professor.

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Esta não é, contudo, a primeira vez que Olavo solta farpas contra Santos Cruz, que também já criticou o considerado ‘guru’ de Jair Bolsonaro. Em março, os dois trocaram críticas pelas redes sociais e a imprensa.

O general chegou a dizer, na ocasião, que nunca se interessou pelas ideias de Olavo e o chamou de desequilibrado. “Eu nunca me interessei pelas ideias desse sr. Olavo de Carvalho”, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo. “Por suas últimas colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões, inconsequente, o desequilíbrio fica evidente”, completou o ministro.

Neste sábado, Olavo não poupou os militares governistas - Jair Bolsonaro tem oito ministros de alta patente em seu governo. Para o professor, a pose de “respeitáveis” deles é apenas teatro.

“No tempo em que os militares tinham sua reputação emporcalhada pela mídia, era eu que os defendia, e era praticamente o único a fazer isso no jornalismo nacional. Agora eles se juntam a sua antigos difamadores para, em coro, emporcalhar a MINHA [sic] reputação. Sua pose de homens respeitáveis é puro teatro, pura maquiagem”, salientou Olavo.

“Os militares não são os monstros assassinos que os comunistas pintavam, mas muitíssimo menos são os santos heróis da pátria que eles mesmos pintam… Sinceramente, acho que qualquer aluno meu disputar vaga com um milico é aviltar-se”, acrescentou, ironizando.

Olavo de Carvalho ainda disse que “ocupando todas as vagas no governo, os milicos só provarão uma coisa: que antes disso eram uma tremenda mão-de-obra ociosa”.

Apontado como uma espécie de ‘guru’ do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o professor Olavo de Carvalho tem recebido uma enxurrada de críticas por parte de membros do governo, principalmente dos militares. Nesta terça-feira (26), Olavo usou as redes sociais para se defender e disparar alfinetadas contra os generais que integram a gestão Bolsonaro.

Na ótica de Olavo, “todos os corruptos e seus porta-vozes estão ansiosos para afastar o Bolsonaro de seus amigos mais fiéis: seus filhos e eu”.

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O professor ainda questionou a hierarquia de generais, sem citar nomes, diante do presidente. “Quem, neste país, ainda não notou que certos generais vêem o Bolsonaro como um capitão que lhes deve reverência, em vez de um presidente a quem devem obediência e respeito?”, indagou. E acrescentou: “Bolsonaro é uma alma boa e sincera no meio de vampiros, demônios e lobisomens”.

Entre os generais do governo Bolsonaro que expôs críticas contra Olavo está o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chamou ele de “desequilibrado”.

Ainda sobre as alfinetadas que vêm recebendo, Olavo de Carvalho ironizou: “Dos anti-olavistas dos anos 90, a única recordação ainda viva são as piadas que fiz sobre eles. O mesmo destino aguarda os de agora. Que cada um dê logo sua gozadinha diante do espelho, pois o fim da festa está próximo”.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo Jair Bolsonaro não terá marqueteiro nos moldes de gestões anteriores, mas profissionais para fazer planejamento de mídia. Para ele, o marketing de governo "não pode ser uma forma de expansão de ideologia".

Santos Cruz avalia que administrações passadas puseram a comunicação a serviço de um "projeto de poder" e anunciou a revisão de todos os contratos da área, estimados em até R$ 400 milhões apenas na Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).

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General da reserva do Exército e ex-secretário nacional de Segurança Pública, o ministro afirmou que a discriminação de oficiais das Forças Armadas para cargos-chave no governo parte apenas de quem tem "interesse político".

Veja abaixo o que ele pensa sobre alguns dos assuntos debatidos:

COMUNICAÇÃO DE GOVERNO - "Temos que tomar muito cuidado para o marketing de governo não ser uma forma de expansão de ideologia. Sou contra a divulgação de ideologia. Acho que, por filosofia, sempre foi assim em governos passados. Sou a favor da informação de qualidade pelo bem público e não pelo projeto de poder. Você deve usar tecnologia e as técnicas de comunicação para divulgar coisas válidas, não seu projeto de poder. Esse negócio de marqueteiro assumiu uma conotação tão negativa, parece uma especialidade em você enganar o cara. Uma coisa que era para fazer divulgação faz um marketing para mudar a realidade. Não, você tem que transmitir a realidade para a população."

CONTRATOS - "Eu vou rever todos os contratos da Secom. São cerca de R$ 400 milhões em valor de contrato, embora a execução, o gasto, possa ficar abaixo. O porta-voz é uma escolha pessoal do presidente. O general Otávio Santana do Rêgo Barros é uma pessoa preparada e treinada, era chefe do Centro de Comunicação Social do Exército e foi aproveitado. O uso das redes sociais é irreversível, a tecnologia chegou para ficar."

FUTURO DA EBC - "Não posso dizer agora qual é a solução. Qualquer solução tem que obedecer a um quadro de funcionários, a grande massa é concursada, tem que respeitar a legislação. A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) tem duas televisões, a NBR e a TV Brasil, oito rádios e um quadro de 2.025 funcionários. É um número gigantesco para, talvez, a penetração que tem, a expressão em termos de mídia. Ainda tenho que estudar todo o problema de orçamento e contratos. Acho que não tem nenhuma novidade em dizer que tudo isso será revisto, toda a estrutura, todo o quadro de pessoal. Tem que ver problemas patrimoniais, não é assim 'fecha a porta'."

MILITARES NO GOVERNO - "Tem muito essa discussão hoje. Eu sou de origem militar, o Rêgo Barros (porta-voz de Bolsonaro) é de origem militar, tem o Heleno (ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional). Agora até ex-militar está contando na matemática. Não presto atenção nisso. A sociedade aceita perfeitamente bem. Quem faz essa discriminação é alguém interessado politicamente em fazer. A sociedade quer que você governe de maneira limpa, sem corrupção, e entregue o benefício no serviço público. Quem está dirigindo, para ela não interessa. Interessa a prestação do serviço público de qualidade e de maneira honesta. Se a gente evitar viver aqueles dez anos de escândalos diários na primeira página que a gente viveu, é isso o que o pessoal quer. A sociedade quer um governo limpo, transparente."

EMENDAS PARLAMENTARES - "A emenda é uma coisa técnica, um direito que tem o parlamentar de desfrutar daquela emenda em benefício da base dele. Não deve ser instrumento de barganha política. As regras devem ser claras, e o parlamentar deve poder acompanhar a emenda que ele colocou no Orçamento em benefício do público dele, pela internet, e para que o público possa saber que emenda é essa, qual município e para que é, colocar uma ponte... Naquilo que for da minha alçada no trato de emendas vai ser absolutamente transparente. Talvez até vocês estejam acostumados com um ritmo de pagamentos de política antiga. Eu não pretendo que seja assim. A emenda foi criada não para beneficiar o parlamentar, mas a ponta da linha. A grande estrela é o público. Os interesses dos parlamentares são normais, mas você não pode retardar o benefício do público por conta de algum arranjo. Naquilo que depender de mim será 100% técnico e 100% transparente."

ONGs - "Precisamos ter um mapeamento completo de quantas ONGs tem, quais são os recursos utilizados, as fontes de recurso, a capacidade técnica e os resultados. Se eu lhe entrego uma quantidade de recursos públicos, sua responsabilidade não é só fazer a contabilidade correta. Eu também tenho que avaliar o resultado. Pode até existir uma boa tomada de contas, mas é deficiente a avaliação de resultado. Também temos que acompanhar a capacidade de quem não recebe recurso público. Por exemplo, se a ONG vai cuidar de meninas grávidas, mas não recebe recursos públicos, o Ministério da Saúde tem que saber que capacidade técnica essa organização tem. O problema não é de interferência. Mas quando usa dinheiro público, tem obrigação de prestar contas e explicar resultados."

ATAQUES NO CEARÁ - "Isso é ação terrorista. É o crime organizado fazendo ações de terror contra a população, destruindo patrimônio público. É crime bárbaro. A reação tem que ser muito forte. Lei a gente tem, mas precisa aplicar de maneira séria. Temos a tal da progressividade de pena. Uma mudança na progressão é uma coisa a ser ao menos pensada. O Estado tem o direito e a obrigação de colocar disciplina dentro do presídio. A sociedade toda tem responsabilidade, todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), por terem tolerado esse crescimento do crime organizado. O problema é maior do que o limite do governador Camilo Santana (PT)."

O governo do presidente Jair Bolsonaro espera "otimizar" o repasse de verbas públicas a organizações não-governamentais (ONGs), segundo afirmou em entrevista à TV Globo e ao portal G1 o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz.

O ministro disse na entrevista que o objetivo do governo "não é interferir na vida de organizações". "O objetivo é otimizar utilização do dinheiro para levar mais benefício na ponta da linha", comentou.

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Segundo a reportagem, Santos Cruz disse que, inicialmente, a Secretaria de Governo vai fazer um levantamento do número de ONGs em atividade no País e o campo de atuação de cada uma. Num segundo momento, de acordo com o ministro, será feita uma avaliação sobre a efetividade das ações prestadas pelas ONGs.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, na manhã desta segunda-feira (26), mais um militar que irá compor o seu governo. Desta vez, o capitão da reserva confirmou, como de praxe em publicação no Twitter, o General-de-Divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a titularidade da Secretaria de Governo.

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O general é o quarto militar a integrar a futura gestão federal e chegou a ser cogitado para compor a equipe do Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro. O atual chefe da Secretaria de Governo é o ministro Carlos Marun (MDB).

Carlos Alberto dos Santos Cruz é formado em engenharia civil e comandou as missões de paz da ONU no Haiti (2007 a 2009) e na República Democrática do Congo (2013 a 2015). Além disso, chegou a chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública no governo do presidente Michel Temer (MDB).

À frente da Secretaria de Governo, o general terá o papel de articulador entre o Congresso Nacional, Estados e municípios e a gestão Bolsonaro.

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