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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou nesta segunda-feira (8) que a pasta adotará medidas rígidas em relação ao caso de agressão de um casal negro em um supermercado em Salvador, na sexta-feira (5).

A pasta acionará Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Polícia Federal para discutir a regulamentação das empresas de segurança no Brasil. Também será acionado o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura para que sejam tomadas medidas sobre esse e outros casos semelhantes. Em outra frente, a pasta proporá a responsabilização penal das empresas por prática discriminatória.

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Ainda nesta segunda-feira está prevista uma reunião com a deputada Luizianne Lins, presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, para que seja dada “celeridade a projetos de lei que estão tramitando na Casa que tratam sobre práticas discriminatórias, que inclusive foram objeto da comissão de juristas negros”. 

Entenda o caso

Em imagens que circularam nas redes sociais neste fim de semana, um homem e uma mulher aparecem encostados em uma parede enquanto são agredidos e humilhados ao serem questionados sobre o suposto furto. Ao confirmar, a mulher diz que pegou sacos de leite em pó “porque sua filha está precisando”. 

Na noite de sábado (6), por meio do Twitter, o Carrefour afirmou que não havia sido possível identificar os agressores até aquele momento. No entanto, informa que demitiu a equipe de segurança e que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil para investigação dos fatos. 

Em um vídeo divulgado na mesma postagem, o diretor de Riscos, Prevenção de Perdas, Segurança e Qualidade da empresa, Claudionor Alves, argumentou que o episódio é “inaceitável”. 

“Duas pessoas foram covardemente agredidas na área externa da loja, e esse fato nos causou profunda indignação. É inaceitável que um crime como esse tenha ocorrido na área externa da nossa loja. Por isso, assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e equipe de prevenção, além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa, onde a violência aconteceu", disse o diretor.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), pediu providências judiciais após um caso de violência contra duas pessoas negras dentro de uma loja do Big Bompreço, que pertence ao grupo Carrefour, na última sexta-feira (5). O casal foi agredido e humilhado por supostos seguranças no estabelecimento que fica localizado no bairro São Cristóvão, em Salvador.

A parlamentar pede que o Carrefour seja responsabilizado por descumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2021. O documento foi assinado após a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, no estacionamento de uma unidade do grupo na cidade de Porto Alegre, em novembro de 2020. Hilton notificou o Ministério Público e a Defensoria do Rio Grande do Sul, a nível estadual e federal, além do Ministério Público do Trabalho, afirmando que existiu ''prática de novos casos de discriminação racial nas instalações da empresa".

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Em vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver um homem, identificado como Jeremias, e sua companheira encostados em uma parede. Além de serem xingados pelos seguranças, que não mostraram os seus rostos nas imagens, eles agrediram a mulher com tapas e o homem com vários golpes na cabeça. Em determinado momento, a mulher mostra que está segurando uma sacola que contém leite em pó e diz que é para a filha. 

Após a repercussão do vídeo, o diretor de prevenção da empresa, Claudionor Alves, emitiu um posicionamento no último sábado (6), através do Twitter, informando que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O grupo ainda informou que a equipe de prevenção e liderança foi demitida, e o contrato com a empresa responsável pela segurança externa foi rescindido.

Relembre outros casos de violências no Carrefour:

A repetição de violências contra pessoas negras em lojas do grupo têm causado uma série de críticas contra a postura da empresa e dos colaboradores que atuam na segurança das unidades.

Em novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado por seguranças até a morte na área externa do supermercado, no bairro Passo d’Areia, em Porto Alegre. Em 2022, mais um caso foi registrado na cidade, no qual um jovem negro foi imobilizado pela equipe de segurança da loja por suspeita de ter roubado chocolate no local. A equipe utilizou uma abordagem violenta. Um dos seguranças tentou conter o jovem com o pé no pescoço dele.

No final do segundo semestre de 2022, funcionários do grupo relataram casos de ofesensas raciais e assédio moral contra pessoas com deficiência durante o trabalho em uma loja de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Uma ação civil pública condenou o Carrefour a pagar R$ 400 mil em indenização por assédio moral organizacional, na época, o Carrefour afirmou que iria recorrer da decisão.

Neste ano, as mais recentes denúncias de racismo aconteceram em abril, quando uma professora negra tirou suas roupas em forma de protesto, após ser seguida por um segurança de um supermecado Atacadão, que pertence ao grupo, localizado em Curitiba, no Paraná. Em outro caso de racismo, o marido da Fabiana Claudino, bicampeã pela Seleção Brasileira de vôlei, Vinícius de Paula, relatou em suas redes sociais que uma atendente se recusou a atendê-lo. Ele disse que se dirigiu até um caixa preferencial vazio em uma unidade do grupo em Alphaville, no estado de São Paulo, e que a atendente disse que não poderia atendê-lo por ser preferencial, mesmo vazio, porém quando ele estava indo para outro caixa, percebeu que a funcionária permitiu que uma cliente branca, não preferencial, fosse atendida.

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