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Terminou nesta quinta-feira (23) o segundo julgamento de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo Boldrini, assassinado em 2014 quando tinha 11 anos. O júri reunido na cidade de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, considerou o médico culpado. A juíza Sucilene Engler Audino, que presidiu o tribunal, fixou a pena em 31 anos e oito meses em regime fechado.

O novo julgamento se iniciou na manhã de segunda-feira (20) e se encerrou após quatro dias de depoimentos e argumentações da defesa e da acusação. A sentença começou a ser lida às 19h desta quinta-feira. Ainda cabe recurso da decisão.

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Boldrini voltou ao banco dos réus depois que seu primeiro julgamento, realizado em 2019, foi anulado no 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ/RS), em dezembro de 2021. No primeiro júri, Boldrini havia sido condenado a 33 anos e oito meses, também em regime fechado.

Na época, além de Boldrini também foi julgada e condenada a ex-mulher e madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, condenada a 34 anos e sete meses de prisão em regime fechado por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A amiga de Graciele que ajudou no crime, Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, recebeu a pena de 22 anos de prisão em regime fechado pelos crimes por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Evandro Wirganovicz, que foi o responsável por cavar a cova onde Bernardo foi enterrado, recebeu a pena de nove anos e em regime semiaberto aberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.

A morte de Bernardo

Bernardo Boldrini morava em Três Passos e desapareceu no dia 4 de abril, quando tinha 11 anos. Após 10 dias de buscas, seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova dentro de uma propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen. Já no dia em que o corpo de Bernardo foi encontrado, Leandro e Graciele foram presos: ele apontado como autor intelectual e ela como executora do crime.

Além de Leandro e Graciele, também participaram do crime Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Ela ajudou diretamente Graciele a cometer o crime enquanto ele foi o responsável por preparar a cova onde o menino foi enterrado na cidade vizinha. Todos eles foram condenados no júri realizado em março de 2019.

Por que um novo julgamento

Apesar de ter sido condenado em seu primeiro julgamento, Boldrini conseguiu que o mesmo fosse anulado após questionar a posição do promotor durante seu interrogatório. No dia 20 de agosto de 2020 foram protocolados no 1º Grupo Criminal do TJ/RS os embargos infringentes para anular o júri Leandro, Graciele e Evandro.

Em um primeiro momento os pedidos foram negados, entretanto desembargador Jayme Weingartner Neto apresentou uma nova posição em sentido contrário atendendo parcialmente os pedido dos três. A decisão do magistrado determinava um novo julgamento de Boldrini, um novo júri para Evandro e que a confissão de Edelvânia e Graciele fosse levada em conta como uma forma de atenuar a pena.

No dia 10 de dezembro o pedido de Leandro foi analisado pelo colegiado do Grupo Criminal, e quatro dos sete desembargadores acompanharam o entendimento do relator, o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, que decidiu acolher o recurso de Boldrini pela anulação do julgamento.

"A acusação, contando com a complacência da magistrada, não se limitou a formular perguntas, senão que, em dado momento (mormente depois de orientado o acusado a não as responder), se valeu da oportunidade da realização de questionamentos, contestando declarações anteriores prestadas pelo réu, fazendo alusão a dados informativos que, no seu entender, as contrariavam, afirmando que esse não falava a verdade", afirmou na época.

O desembargador entendeu que a postura do Ministério Público (MP/RS) não respeitou o direito ao contraditório.

A enfermeira Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Boldrini, disse que a morte do garoto, em abril de 2014, foi acidental e não premeditada. Graciele prestou depoimento nesta quinta-feira (14) no quarto dia do julgamento do caso, que ocorre no Fórum de Passos, no Rio Grande do Sul. Segundo a madrasta, Bernardo teria morrido pela ingestão excessiva de remédios.

No depoimento, Graciele também inocentou o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, pela morte. "Pensei em contar para ele muitas vezes. Mas tive medo da reação", disse. Boldrini, Graciele, uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, são acusados pela morte do garoto de 11 anos, em 4 de abril de 2014. O corpo de Bernardo foi encontrado 10 dias depois em uma cova em Frederico Westphalen, a 430 quilômetros de Porto Alegre.

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O pai de Bernardo depôs no dia anterior e negou participação no crime. "Eu digo quem matou, foi a Graciele e a Edelvânia", destacou durante a sessão.

A madrasta contou que Bernardo pediu para ir com ela a Frederico Westphalen e tomou em casa um remédio para enjoo. Graciele disse que o menino estava agitado e ela, então, deu Ritalina para ele, mas a criança continuou inquieta. Segundo contou, ela jogou a bolsa no banco de trás, onde Bernardo estava, e mandou o garoto tomar mais remédio, mas não viu o quanto Bernardo ingeriu.

Em seu depoimento, ela disse que, ao chegar a Frederico Westphalen, encontrou-se com a amiga Edelvânia e trocaram de carro. Nesse momento, contou, Bernardo estava imóvel no banco de trás, babando e sem pulso. Ela, então, viu que faltavam "cinco ou seis remédios na cartela". Graciele negou que tenha dado uma injeção letal no menino.

Emocionada, a madrasta afirmou à juíza que Edelvânia queria levar o garoto, já desacordado, ao hospital, mas a enfermeira admitiu que preferiu esconder o corpo. "Eu pensava: o que as pessoas vão pensar? Vão me prender. Vou ficar longe da minha filha", disse a enfermeira. Bernardo, então, teria sido enterrado em uma cova aberta em meio à mata.

Edelvânia também depôs nesta quinta. Ela negou a compra de soda cáustica, que teria sido jogada no corpo do menino no momento em que cavava a cova, mas confessou que teria comprado a pá utilizada para fazer o buraco. Segundo ela, a morte de Bernardo não foi premeditada pela madrasta. Edelvânia também negou a autoria do crime. "Não matei o Bernardo", disse.

Passada uma hora de questionamentos, Edelvânia sentiu-se mal e desmaiou. Foi socorrida e atendida por uma enfermeira e um médico, que atestaram pressão arterial alta.

O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, foi interrogado em seguida e negou as acusações. "Não sabia de nada disso, fiquei sabendo pela mídia, escutei pelo rádio de dentro do meu caminhão que a minha irmã tinha levado a polícia até o local onde ele foi enterrado", disse.

O julgamento do caso entrou na fase de debates na noite desta quinta-feira.

3º dia

O médico Leandro Boldrini, pai de Bernardo Boldrini, de 11 anos, morto por superdosagem de medicamento sedativo, disse em depoimento na quarta-feira (13) que a madrasta do garoto foi a mentora do crime. A criança foi morta em abril de 2014 em Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul.

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O júri popular começou na segunda-feira e deve terminar só no fim da semana. O réu acrescentou que não se preocupou com o sumiço do menino no dia 4 de abril de 2014, data da morte, porque Bernardo costumava ir para a residência de amigos jogar videogame.

Antes, o promotor Ederson Vieira mostrou extratos de ligações do réu na época do crime, citando um espaçamento de quase um dia sem ligar para o filho desaparecido. Hoje, a madrasta Graciele Ugulini, que se manteve em silêncio até agora, será ouvida.

2º dia

O segundo dia de julgamento dos quatro acusados de assassinar o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, no interior do Rio Grande do Sul, contou com o depoimento de seis testemunhas, durante oito horas de sessão. A primeira a falar, na manhã de terça-feira (12) foi a vizinha da família Boldrini, Juçara Petry, por quem Bernardo tinha um carinho especial e a quem tratava como mãe.

Durante as declarações, Juçara se emocionou várias vezes ao se lembrar do garoto e, antes de prestar depoimento, solicitou à juíza a retirada dos quatro réus da sala, o que foi aceito. Nas declarações, a vizinha ressaltou que, na companhia do marido, incentivava a aproximação de Bernardo com o pai dele, o médico Leandro Boldrini, acusado pela morte. Também afirmou que costumava ajudar o garoto com os deveres da escola e que havia escutado pedidos de socorro do menino.

Durante o depoimento, ela recordou as vezes em que Bernardo chegou em sua casa mal vestido. "Ele chegava da escola com a roupa suja e não tinha outra, então eu lavava a roupa dele, colocava um pijama e, no outro dia, o levava para a empresa, e lá ele ficava comigo, fazia os temas", disse a empresária. Juçara depôs por cerca de 3 horas.

À tarde, a psicóloga de Bernardo prestou depoimento. Ariane Schmitt afirmou que atendeu o garoto em seis consultas. A primeira sessão ocorreu em 2011, depois que mãe do menino, Odilaine Uglione, se suicidou. A psicóloga comentou sobre medicamentos de uso controlado que o menino costumava carregar e que administrava por conta própria. Para Ariane, Leandro Boldrini é um homem "tangencial, periférico, sem vínculo e empatia".

Durante a sessão, vídeos de Bernardo se trancando em um armário e segurando uma faca enquanto era filmado pelo pai foram exibidos para os jurados.

Uma das testemunhas afirmou que ouviu a própria madrasta de Bernardo, a enfermeira Graciele Ugulini, também acusada pelo crime, reclamar que "não aguentava mais o guri, que tinha de internar em um colégio e que dinheiro ela tinha pra dar um fim no guri", disse Andressa Wagner, ex-secretária de Leandro Boldrini, aos jurados.

Andressa também contou que Graciele pedia que ela "expulsasse" o garoto do consultório médico do pai. Já a testemunha elencada pela defesa de Leandro Boldrini, a ex-babá do menino Lori Heller respondeu apenas a questionamentos pontuais e 15 minutos após as primeiras declarações passou mal e teve de deixar a sessão com pressão alta.

1º dia

Começou na segunda-feira (11) o julgamento dos acusados pela morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos. A sessão começou às 9h30 no Fórum da cidade de Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul, O julgamento é conduzido pela juíza Sucilene Engler.

O menino foi assassinado em abril de 2014 e o corpo foi encontrado 10 dias depois, enterrado e envolto em um saco plástico. O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, foram presos pelo crime, assim como Edelvânia e Evandro Wirganovicz. O grupo responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Além disso, Leandro Boldrini responderá pelo crime de falsidade ideológica.

A primeira etapa da sessão foi a escolha dos jurados e, logo depois, a delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg Machado, começou a depor. O depoimento durou cerca de quatro horas e meia e Caroline respondeu a todas as questões feitas pela juíza, promotores e advogados.

A policial explicou que a hipótese de assassinato ganhou força com os depoimentos sobre abandono e descaso do pai e da madrasta em relação a Bernardo. Durante a declaração, a delegada afirmou que considera a confissão de Edelvânia uma prova que, associada a outras, ajudaram na sua convicção do crime e ressaltou que "em nenhum momento Edelvânia foi coagida", disse.

A delegada Cristiane de Moura, de 44 anos, também prestou depoimento.

O caso

Bernardo desapareceu no dia 4 de abril de 2014. O corpo foi encontrado no dia 14, enterrado em um matagal, em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de Três Passos. A polícia prendeu a madrasta, Graciele Ugulini, o pai de Bernardo Leandro Boldrini, a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, como suspeitos do crime.

A investigação apurou que o garoto era rejeitado pela madrasta, sofria com o descaso pai e havia pedido à Justiça para morar com outra família. Por acordo proposto pelo pai e aceito por Bernardo no início daquele ano, haveria uma tentativa de reaproximação familiar. Foi nesse período que o menino foi assassinado.

A Justiça do Rio Grande do Sul confirmou, em segunda instância, a condenação de Leandro Boldrini por um erro médico cometido em uma cirurgia para a retirada de cálculos na vesícula. Boldrini é um dos réus pela morte de seu filho, Bernardo, de 11 anos, em abril de 2014.

O corpo do menino foi encontrado às margens de um córrego na cidade gaúcha de Frederico Westphalen, vizinha de Três Passos, onde ele morava com o pai e a madrasta, Graciele Ugulini, ambos réus no processo, ao lado de mais duas pessoas. Boldrini ainda responde por ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

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No caso do erro médico, o médico foi considerado negligente pelo desembargador Paulo Roberto Lessa Franz. O magistrado concluiu, a partir dos laudos periciais, que o médico não levou em consideração as queixas da paciente no pós-operatório. "Mesmo tendo reclamado sintomas que demandavam a necessidade de maiores cuidados, o requerido simplesmente deu alta hospitalar para a paciente. Tal conduta, manifestamente negligente e imperita, implicou na evolução do quadro para uma infecção generalizada que quase a levou a óbito", asseverou Franz. Seu voto foi seguido por dois outros desembargadores. A decisão foi tomada ainda em julho, mas só veio a público no dia 3 de setembro.

Em fevereiro de 2009, Beloni Maria Linhar Junbeck se submeteu a uma videocolicistectomia para a retirada de um cálculo vesicular no Hospital de Caridade de Três Passos. O cirurgião responsável pelo procedimento era Leandro Boldrini, que trabalhou ao lado de outra médica, a anestesista Jeane Cristina Ribeiro Rino Guimarães, também condenada no processo.

Segundo o relato de Beloni, dois dias após o procedimento, ela precisou ser novamente internada, dessa vez em uma UTI do município porque sentia fortes dores no local da cirurgia. Não havendo melhora do quadro clínico, a paciente foi então transferida para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde, após uma cirurgia de emergência, foi informada que, durante a operação para a retirada das pedras vesiculares, seu esôfago foi perfurado no procedimento de intubação.

Beloni, que receberá indenização pelas sequelas do problema, sofreu com descolamento de pele das suas costas em razão do longo tempo em que permaneceu deitada durante os dois meses de recuperação. Após a alta, a paciente teve a dieta controlada por uma equipe de nutricionistas durante um ano e, ao final do período de observação, precisou submeter-se a uma nova cirurgia, dessa vez para reconstruir o esôfago atingido na primeira operação.

Os médicos e a clínica de anesteseologia responsáveis pelos procedimentos foram condenados a pagar, solidariamente, pouco mais de R$ 10 mil por danos materiais emergentes, R$ 70 mil por danos morais e R$ 50 mil por danos estéticos, além de uma pensão mensal vitalícia para a paciente no valor de um salário mínimo. O Hospital de Caridade de Três Passos, que havia sido considerado culpado pela primeira instância, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça.

A Justiça acatou pedido do Ministério Público e determinou nesta quarta-feira, 20, a reabertura da investigação que apurou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo Boldrini, de 11 anos, assassinado em 2014 no Rio Grande do Sul. Na época, a polícia apontou que Odilaine havia se suicidado, versão que sempre foi contestada por sua família. Ela era casada com Leandro Boldrini, acusado de envolvimento na morte de Bernardo.

A decisão de reabertura do caso é do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos. "Verifica-se que merece deferimento o pedido de desarquivamento do inquérito policial apresentado pelo Ministério Público. Os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações acerca da morte", destacou o magistrado

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Odilaine morreu com um tiro na cabeça em 10 de fevereiro de 2010, no consultório de Boldrini, na cidade gaúcha de Três Passos, quatro anos antes de o filho ser assassinado.

A Polícia Civil encerrou o caso como sendo suicídio. Entretanto, a família de Odilaine, através de sua mãe, Jussara Uglione, e do advogado Marlon Taborda, iniciaram uma série de levantamentos desde a morte do menino,cujo um dos réus é o próprio pai, Leandro Boldrini. Odilaine morreu no consultório de Leandro, depois de uma discussão.

Perícias contratadas pela mãe de Odilaine, Jussara Uglione, levantam uma série de dúvidas sobre o trabalho policial: da ausência de resíduos de pólvora em sua mão até a possibilidade de sua carta de despedida ter sido escrita por outra pessoa. O último laudo obtido pelo advogado de Jussara, Marlon Taborda, indica que uma ex-secretária de Boldrini teria escrito a carta.

A investigação que apurou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos - assassinado em abril de 2014, no Rio Grande do Sul -, deve ser reaberta. Nesta segunda-feira (18), o Ministério Público solicitou à Justiça que o inquérito policial seja retomado.

Odilaine teria se suicidado com um tiro na cabeça em 10 de fevereiro de 2010, na cidade gaúcha de Três Passos, quatro anos antes de o filho ser assassinado. Na época, a Polícia Civil encerrou o caso como sendo suicídio. Entretanto, a família de Odilaine, por meio de sua mãe, Jussara Uglione, e do advogado Marlon Taborda, iniciaram uma série de levantamentos desde a morte do menino, cujo um dos réus é o próprio pai, Leandro Boldrini.

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Odilaine morreu no consultório de Leandro, depois de uma discussão. Perícias contratadas por sua família estão levantando uma série de dúvidas a cerca do trabalho policial, que vão desde a ausência de resíduos de pólvora em sua mão até a possibilidade de sua carta de despedida ter sido escrita por outra pessoa. O último laudo obtido por Taborda dá conta de que quem produziu o bilhete encontrado após a morte de Odilaine teria sido uma ex-secretária de Leandro.

Com o objetivo de confrontar o que foi investigado pela polícia e as novas provas produzidas por peritos provados, o MP solicitou a reabertura do caso. Dentro do pedido está a requisição de uma nova perícia grafoscópica e a reconstituição da briga dentro do consultório de Leandro.

O pedido está sendo analisado pelo Judiciário. Se for deferido, os autos do inquérito policial serão encaminhados à polícia para novas diligências.

A família de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, assassinado em abril de 2014, levantou um novo indício para tentar reabrir o inquérito que investigou o suposto suicídio da mulher. Saques de R$ 55 mil foram feitos em uma de suas contas na véspera do crime. Odilaine foi encontrada morta com um tiro na cabeça no consultório do então marido, Leandro Boldrini, em 2010.

Desde o desfecho da investigação sobre a morte de Bernardo - que indiciou Boldrini, sua atual mulher, Graciele Ugulini, a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz - por envolvimento no assassinato do menino, a família de Odilaine tenta reabrir a investigação sobre a morte.

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Supostas incoerências na investigação policial e a suspeita de falsificação em uma carta de despedida foram apresentadas à Justiça pelo advogado da família, Marlon Taborda, como indícios de que Odilaine não se suicidou, mas foi assassinada.

Agora, o advogado diz que encontrou uma atividade suspeita em uma das contas bancárias da mãe de Bernardo. Ao analisar um extrato do Banco do Brasil, a família verificou que no dia 8 de fevereiro de 2010 foram retirados R$ 55 mil em três saques de R$ 15 mil e um de R$ 10 mil. Os saques foram feitos na agência de Três Passos, cidade onde a família morava.

"Esta descoberta é uma nova prova, porque é um fato acontecido na época e que até hoje não era sabido. Juridicamente se enquadra na previsão legal para reabrir uma investigação. Ele acaba com o argumento da autoridade policial da época, de que não havia prova (de que Odilaine pudesse ter sido assassinada)", explica Taborda.

O advogado informou que o extrato já foi encaminhado à autoridade policial. "Por que ela faria quatro saques? É um elemento substancial para a reabertura da investigação. Não sabemos quem fez os saques. Consideramos estranho eles terem sido realizados dois dias antes da morte", diz o advogado.

Segundo ele, pedidos de extratos também foram feitos a outros bancos em que Odilaine era correntista, mas ainda não houve retorno. A reportagem tentou sem sucesso contatar a Polícia Civil de Três Passos para comentar o pedido de reabertura.

A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou por unanimidade, nesta quinta-feira, 7, pedido de liberdade de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, morto no Rio Grande do Sul em abril de 2014, aos 11 anos. Boldrini é acusado de participar do assassinato do filho com a mulher, Graciele Ugulini, a amiga do casal Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz.

Os ministros mantiveram a decisão de novembro de 2014 que determinou que Boldrini permanecesse preso. Na época, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido de habeas corpus.

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Nesta quinta-feira, o STJ também negou o pedido da defesa de Boldrini para que o julgamento fosse transferido da cidade de Três Passos, onde a família residia, para o município vizinho de Frederico Westphalen, onde o corpo de Bernardo foi enterrado. Os advogados do médico defendem que o clamor popular e a pressão pública podem influenciar o andamento do processo. A defesa de Boldrini deve recorrer novamente, agora ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O pai de Bernardo foi preso em abril de 2014. Indiciado pela polícia, acabou denunciado pelo Ministério Público. Boldrini, Graciele e Edelvânia respondem por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Wirganovicz responde por ocultação de cadáver.

A avó materna do menino Bernardo Uglione Boldrini, Jussara Uglione, de 73 anos, descreveu o pai do garoto, o médico Leandro Boldrini como "uma pessoa fria e calculista" que seria capaz de planejar um crime, durante depoimento à Justiça, no Foro de Santa Maria, nesta quinta-feira (30). Também afirmou acreditar que a filha, Odilaine, mãe do garoto, não se matou, conforme concluíram a Polícia e o Ministério Público. Confirmou, ainda, ter ouvido de uma babá que o neto foi vítima de uma tentativa de asfixia, pela madrasta, Graciele Ugulini. E revelou ter sido agredida por Boldrini, com um chute no tornozelo, em uma das três viagens que fez a Três Passos para ver o neto.

Jussara foi a 25ª e última testemunha de acusação a depor no processo movido pelo Justiça contra o médico Leandro Boldrini, pai, a enfermeira Graciele Ugulini, madrasta, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, presos desde abril, e o motorista Evandro Wirganovicz, preso desde maio, acusados de planejamento, execução ou participação no assassinato de Bernardo. O corpo foi encontrado em um matagal de Frederico Westphalen, a 80 quilômetros da casa da família, que fica em Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul.

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Leandro e Evandro alegam inocência. Graciele admite que o garoto morreu quando estava com ela, mas diz que por ingestão excessiva de medicamentos. Edelvânia contou que esteve com a madrasta e o garoto, mas sem participar do "evento morte".

Antes de ser casado com Graciele, Boldrini havia sido casado com Odilaine, mãe do garoto, que se suicidou dentro da clínica do médico em fevereiro de 2010. Por não concordar com a conclusão da polícia, a família pediu reabertura da investigação. A Justiça ainda não se pronunciou. Das 47 testemunhas arroladas pela defesa, 24 prestarão depoimento em Três Passos, nos dias 26 e 27 de novembro. As outras 23 serão ouvidas em outras localidades, em datas a serem marcadas.

O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda pediu à Justiça a reabertura da investigação da morte da mãe do menino Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione, com base em análise do processo feita por peritos particulares contratados pela família. A alegação é de que, ao contrário do que concluiu a investigação policial, Odilaine não se suicidou, mas foi assassinada dentro da clínica do marido, o médico Leandro Boldrini, de quem estava se separando, em fevereiro de 2010.

A morte de Odilaine foi o primeiro ato de uma tragédia familiar. Logo depois, Boldrini casou-se novamente, com a enfermeira Graciele Ugulini. Em abril deste ano, Bernardo, filho do primeiro casamento, foi encontrado morto em um buraco cavado em um matagal de Frederico Westphalen, a 80 quilômetros da casa onde vivia com o pai e a madrasta, em Três Passos. Boldrini, Graciele e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estão presos e respondem a processo por crimes como planejamento ou execução do assassinato e ocultação de cadáver.

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A morte de Bernardo, que tinha 11 anos, reacendeu na avó, Jussara Uglione, mãe de Odilaine, o desejo de esclarecer de vez o que houve com a filha, já que sempre desconfiou da conclusão do inquérito que apontou suicídio. Na primeira tentativa de reabrir o caso, o advogado alegou que, conforme o laudo pericial, o cadáver tinha vestígios de pólvora na mãe esquerda, enquanto Odilaine era destra, e lesões no antebraço direito e lábio inferior. Por entender que não havia prova nova, o juiz da comarca de Três Passos, Marcos Luís Agostini, negou o pedido em julho deste ano, sustentando que a própria perícia havia explicado que a mão esquerda, na qual a pólvora foi encontrada, não segurava a arma, mas auxiliava a direita, e as lesões relatadas haviam sido provocadas por punções feitas no hospital, na tentativa de salvar a mulher.

Os peritos particulares, da empresa Sewell, de São Paulo, apontaram contradições que levaram Taborda a pedir novamente a reabertura da investigação. "O laudo afirma que ela foi vítima de arma de fogo disparada por terceiro, que o tiro não foi disparado por arma encostada ao corpo, mas à queima-roupa", diz o advogado. Com base nas informações dos peritos, Taborda também demonstra convicção de que haveria alguma marca de pólvora na mão direita e de que a trajetória da bala, na cabeça, seria diferente se Odilaine tivesse efetuado o disparo. A polícia continua assegurando que não há prova nova que justifique outra investigação. A Justiça deve decidir em 30 dias se aceita ou rejeita o novo pedido.

A mulher do réu Evandro Wirganovicz prestou um depoimento contraditório durante a manhã desta quinta-feira (18) no Fórum de Frederico Westphalen, no norte do Rio Grande do Sul. Luciane Saldanha é casada com Wirganovicz, acusado de ter cavado o buraco para ocultar o cadáver do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. Ele é irmão de Edelvânia Wirganovicz, que confessou detalhes do crime à Polícia Civil gaúcha.

Em uma hora de depoimento, Luciane Saldanha afirmou que Evandro Wirganovicz saiu para pescar, dois dias antes do crime, em um rio próximo de onde a cova foi aberta. Esta versão não tinha sido alegada à polícia. Além disso, Luciane havia relatado à investigação que estava desconfiada do marido estar pescando durante a noite. Porém, hoje à Justiça, a versão foi novamente rechaçada.

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Luciane Saldanha também disse ter sido pressionada por policiais a mentir para amenizar a pena do marido. "Eles (os policiais) diziam para eu confessar que ele fez o buraco. Eles diziam que se eu não confessasse que ele fez o buraco ele ia pegar mais tempo de cadeia", disse. Durante depoimento, ela ainda sustentou que acredita na inocência do marido e garantiu que o vínculo com a cunhada Eldevânia Wirganovicz terminou depois da divulgação do crime.

A audiência foi presidia pelo juiz Jairo Cardoso Soares e terminou por volta das 12h30 desta quinta-feira,. Ao todo, foram ouvidas oito testemunhas do processo. Estiveram presentes os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, que respondem como réus ao processo junto do pai do garoto, Leandro Boldrini, e da madrasta, Graciele Ugulini.

Em abril deste ano, Bernardo foi encontrado morto em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros da residência da família, que fica em Três Passos. O garoto tinha 11 anos. Foram acusados de planejamento, execução e participação no crime o pai do menino Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Os quatro estão presos preventivamente até serem julgados.

A gravação de uma audiência de conciliação feita em fevereiro deste ano revela que o menino Bernardo Boldrini foi ao fórum de Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul, pedir para mudar de casa e que o pai, o médico Leandro Boldrini, mostrou-se disposto a manter a guarda do filho. Diante da manifestação do médico, a Justiça deu 90 dias para a reconciliação familiar, com a concordância do Ministério Público. Em abril, antes de o prazo se esgotar, Bernardo foi encontrado morto. Depois da investigação policial, o Ministério Público acusou o pai, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz de terem tramado ou participado do crime. Todos estão presos e são réus de processo na Justiça.

O áudio, resgatado pelos peritos do telefone do próprio Leandro, foi exibido pelos veículos do Grupo RBS e pela TV Bandeirantes nesta terça-feira, 09. Participaram da audiência o médico, uma advogada dele, o juiz Fernando Vieira dos Santos e a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira.

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Logo no início, ao explicar a convocação que fizera aos demais, o juiz revela surpresa por ter sido procurado por Bernardo, então com dez anos, no Fórum. "É uma coisa que nunca tinha me acontecido", diz. Ao longo da conversa, relata suas percepções, em frases como "acho que ele se sente esgotado", "ele se sente desvinculado afetivamente" e "é aquela situação de abandono afetivo" e, dirigindo-se ao médico, pergunta o que ele acha das alternativas de o garoto morar com um casal vizinho, que o acolhia quase diariamente, ou com a avó materna, que mora em Santa Maria.

"Eu acho que esse guri deve ficar na minha casa, como meu filho, como uma coisa natural", responde Leandro, em atitude que contribuiu para a autorização para a tentativa de reconciliação. Vizinhos narraram posteriormente que o acordo havia deixado Bernardo muito feliz.

Na mesma conversa com o juiz, o médico reconhece a amizade do casal de vizinhos, e revela que a mãe de Bernardo, Odilaine, que se suicidou em 2010, "não tinha um relacionamento saudável" com a mãe dela e avó do menino. Questionado, o médico afirma que a alternativa de Bernardo ir morar com a avó seria a pior das alternativas.

Sete testemunhas arroladas pela acusação do caso Bernardo Boldrini prestaram depoimento à Justiça de Três Passos nesta segunda-feira, 08, e confirmaram que o garoto, encontrado morto em 14 de abril deste ano, era submetido a pressões psicológicas, descaso, provocações e situações de abandono pelo pai, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta Graciele Ugulini.

A retomada das audiências ocorreu no período em que Bernardo poderia estar comemorando os 12 anos, que teria completado no sábado, se estivesse vivo. A comunidade não esqueceu e encheu as grades da casa onde ele vivia de flores e cartazes manifestando saudade e pedindo Justiça. O Ministério Público acusou o pai e a madrasta e mais os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz pelo crime.

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Uma das testemunhas, a secretária da clínica de Leandro, Andressa Wagner, revelou que a madrasta chegou a falar em "dar um fim" no garoto ou interná-lo e que havia orientação para impedir o acesso de Bernardo ao local. A babá Elaine Wentz revelou que o pai e a madrasta chegaram a usar palavrões para se referir à mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, que se suicidou em 2010, e queimaram as fotos dela. Graciele, em um acesso de raiva, chegou a acusar o menino de ter matado a mãe e querer matar o casal. Outra babá, Lori Heller, que cuidou de Bernardo quando a mãe dele era viva, disse que Leandro trabalhava bastante e sempre pedia para ela cuidar bem de Bernardo.

O empresário José Carlos Petry e sua mulher Juçara Petry, contaram que o garoto ia para a casa deles diversas vezes por semana, se queixava de não poder brincar com a irmã, filha do pai com a madrasta, de comer muitos ovos e recebia roupas emprestadas por eles para dormir.

Professora do Colégio Ipiranga, no qual Bernardo estudava, Simone Müller, relatou que o pai e a madrasta não foram à escola procurá-lo no dia do desaparecimento. Uma funcionária do colégio, Rosane Neuhaus, recordou que na semana em que desapareceu Bernardo havia recebido a promessa de que ganharia um aquário e demonstrava alegria por isso.

O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda, representante de Jussara Uglione, avó do menino Bernardo Uglione Boldrini, vai pedir pela segunda vez a reabertura do inquérito que investigou a morte da mãe do garoto, Odilaine Uglione. Depois de ver a primeira solicitação rechaçada pela Justiça de Três Passos (RS) em julho deste ano, a família entende que um fato novo, a gravação de uma briga entre o garoto, o pai dele, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta Graciele Ugulini, pode convencer o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a rever o caso.

"Há uma espécie de confissão subliminar na frase 'teu fim vai ser igual ao da tua mãe'", acredita o advogado, referindo-se a palavras ditas pela madrasta a Bernardo durante a discussão. O vídeo gravado pelo casal durante a briga, em agosto do ano passado, resgatado pela perícia do celular de Leandro e encaminhado ao processo, revela detalhes da falta de harmonia na casa do médico e faz referências que podem ajudar a Justiça a chegar a uma conclusão sobre a trágica história do garoto.

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Em 2010, Odilaine morreu dentro do consultório de Leandro. O inquérito policial concluiu que ela se suicidou. Pouco tempo depois Leandro se casou com Graciele. A relação conflituosa da nova família formado pelo médico é resumida no vídeo tornado público esta semana por emissoras do Grupo RBS, com versão resumida na quarta-feira e ampliada nesta Quinta-feira.

Em abril deste ano, Bernardo, que já tinha uma meia irmã de pouco mais de um ano, foi encontrado morto em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros da residência da família, que fica em Três Passos. O garoto tinha 11 anos. Acusados de planejamento e execução e participação no crime, Leandro, Graciele e mais os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estão presos preventivamente e são réus do processo, que não tem data para ser julgado.

O primeiro pedido de reabertura da investigação da morte de Odilaine foi rejeitado pelo juiz Marcos Luís Agostini em 28 de julho deste ano. Ao alegar que o que correu pode ter sido homicídio e não suicídio, o advogado relatou que o corpo tinha lesões no antebraço direito e lábio inferior e vestígios de pólvora na mão esquerda, lembrando que a vítima era destra.

O juiz, porém, entendeu que não havia fato novo que justificasse a retomada do caso. Para isso, citou a conclusão de que a mão direita segurava o revólver auxiliada pela esquerda e que as lesões no antebraço foram decorrentes de punções venosas feitas no hospital na tentativa de salvar a vida de Odilaine.

Vídeo

Divulgado pelos veículos da RBS na internet nesta quinta-feira, 28, o vídeo de 13 minutos com a quase toda a sequência da briga familiar entre o garoto Bernardo Boldrini e seu pai, o médico Leandro Boldrini, e sua madrasta, Graciele Ugulini, tem poucas imagens porque o celular ficou sob um cobertor a maior parte do tempo.

Mas o áudio mostra o garoto gritando desesperadamente, soluçando e recebendo ameaças da madrasta. Nos diálogos, o casal também ofende Odilaine, provocando protestos de Bernardo - que é repreendido pelo pai, que não ergue a voz em nenhum momento. A gravação também mostra Graciele humilhando o garoto diversas vezes.

A delegada Caroline Bamberg Machado revelou que o menino Bernardo Uglione Boldrini, assassinado em abril, aos 11 anos, sofria ameaças e humilhações da madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, e do pai, o médico Leandro Boldrini, dentro da casa da família. As declarações da delegada foram feitas nesta terça-feira (26), em duas rápidas entrevistas, antes e depois dela prestar um depoimento de quatro horas e meia ao juiz Marcos Luis Agostini, em Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul.

O depoimento da delegada, responsável pela investigação do caso e pela descoberta do corpo, no dia 14 de abril, foi o primeiro da série de 77 que o juiz vai tomar na fase de instrução do processo. Como o tempo ficou escasso, 22 das 33 testemunhas que seriam ouvidas durante o dia foram dispensadas e terão audiências remarcadas para outras datas. As outras dez falariam em sessão que avançará durante a noite, sem horário para acabar.

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O inquérito da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público acusaram Leandro de ser o mentor do crime, Graciele de ser executora do plano e a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o motorista Evandro Wirganovicz de cumplicidade. Todos estão presos. O pai e a madrasta recorreram ao direito de não ir à audiência. Os irmãos Wirganovicz foram e ouviram vaias e palavrões de um grupo de dezenas de pessoas que faziam orações e pediam justiça diante do fórum.

Ao falar com os jornalistas, a delegada confirmou que um novo vídeo, extraído pelos peritos do celular de Leandro depois de ter sido apagado e encaminhado ao processo na semana passada, tem imagens de uma briga familiar que reforça a acusação policial. "(O vídeo) mostra como o Bernardo era tratado dentro de casa", destacou a policial, que qualificou as cenas de "impactantes" e, sem descrevê-las, disse que há "ameaças de morte" e "maus tratos" ao garoto.

Em outra cena também recuperada pelos peritos e citada pela delegada, o menino segue orientação do pai, toma um medicamento não identificado e fica "grogue". Algumas transcrições obtidas pela imprensa dão ideia do material citado pela delegada. Durante a briga, segundo o jornal Correio do Povo, a madrasta chega a dizer que aconteceria com Bernardo o mesmo que aconteceu com a mãe dele, que se suicidou em 2010.

Já o portal G1 cita a frase "vamos ver quem vai primeiro para baixo da terra", também de Graciele, e a reação do pai em meio à discussão, ofendendo o filho e mandando que ele se calasse. Os advogados de Leandro e Graciele não se manifestaram até o final do dia.

A Justiça vai ouvir inicialmente as testemunhas que moram em Três Passos. Depois vai convocar as que residem em outras cidades. Ao todo, estão arroladas para prestar depoimento 25 testemunhas da acusação e 52 de defesa. Ao final serão tomados os depoimentos dos réus e colhidas as alegações finais das partes. O juiz decidirá então pela absolvição, condenação ou encaminhamento para o Tribunal do Júri. Não há data prevista para o final do processo.

A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou o habeas corpus pedido pela defesa dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, presos preventivamente sob acusação de participação na morte e ocultação de cadáver do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (7) por 2 votos a um no caso de Evandro, e por unanimidade, no caso de Edelvânia.

O juiz convocado Fábio Vieira Heerdt, relator dos recursos contra decisão de primeiro grau, que já havia negado a liberdade aos irmãos, entendeu que "a prisão é necessária, pelo menos neste momento processual, para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal".

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O crime que chocou o País ocorreu no dia 4 de abril. Segundo a acusação, a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, acompanhada de Edelvânia, aplicou uma injeção letal no garoto e, com ajuda da amiga, enterrou o corpo em um matagal de Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de Três Passos, onde fica a casa da família, em buraco que havia sido aberto por Evandro.

O Ministério Público também sustenta que o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, foi mentor do plano. Todos os participantes teriam interesses financeiros. O médico e a madrasta nos bens que Bernardo herdaria da mãe, que se suicidou em 2010. E os irmãos no pagamento prometido por Graciele.

Leandro e Evandro negam envolvimento com o crime. Graciele admite que o garoto morreu em suas mãos, mas sustenta que o motivo foi ingestão acidental de medicamentos em excesso. Edelvânia assegura que não participou do "evento morte".

O juiz Marcos Luís Agostini, da Comarca de Três Passos, negou o pedido de desarquivamento do inquérito policial que investigou a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, nesta segunda-feira (28). A decisão considerou que a reabertura da investigação só poderia ser autorizada se houvesse uma prova que alterasse a conclusão anterior e destacou que nem mesmo o Ministério Público, órgão acusador, vislumbrou isso.

O pedido havia sido feito pela defesa de Jussara Uglione, mãe de Odilaine e avó de Bernardo, que afirmou que a mulher não teria se suicidado, como indicou a investigação policial, mas sido assassinada. Alegou que o corpo tinha lesões no antebraço direito e lábio inferior e vestígios de pólvora na mão esquerda, lembrando que a vítima era destra. Também levantou suspeição sobre o perito responsável pela necropsia, por ser sogro de um primo do médico Leandro Boldrini, pai do menino, de quem Odilaine estava se separando à época, em 2010.

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O juiz entendeu que não há prova de amizade ou vínculo de familiaridade entre o perito e Leandro e, para sustentar sua decisão, citou a conclusão de que a mão direita segurava o revólver auxiliada pela esquerda e que as lesões no antebraço foram decorrentes de punções venosas feitas no hospital na tentativa de salvar a vida de Odilaine.

O menino Bernardo Boldrini, de 11 anos foi assassinado em abril deste ano. Ele desapareceu no dia 4 e o corpo foi encontrado no dia 14. O Ministério Público acusou o pai, Bernardo Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, como mentores do crime, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o motorista Evandro Wirganovicz como auxiliares. Também afirmou que todos tiveram entre suas motivações interesses financeiros. De acordo com o MP, o pai e a madrasta queriam assegurar a parte que caberia a Bernardo da herança da mãe e os dois ajudantes pelo pagamento oferecido pelos mentores. Os quatro estão presos. Leandro diz que é inocente. Graciele admite que o menino morreu em suas mãos, mas por ingestão acidental de medicamentos em excesso. Edelvânia sustenta que não participou do "evento morte", mas só da ocultação do cadáver. Evandro nega participação no crime.

O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda pediu que a Justiça quebre o sigilo bancário do médico Leandro Boldrini e de seus irmãos, Paulo e Vilson, desde que o corpo de seu filho, Bernardo Boldrini, de 11 anos, foi encontrado, no dia 14 de abril.

Representante da avó materna do garoto, Jussara Uglione, Taborda acredita que a eventual comprovação de saques reforça a tese de que o assassinato do garoto teve motivações financeiras. O casal supostamente ficaria com os bens que Bernardo herdaria da mãe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Em depoimento à polícia, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, presa sob suspeita de matar Bernardo Boldrini, de 11 anos, admitiu que ela e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, jogaram soda cáustica no garoto e enterraram o corpo.

O depoimento foi divulgado neste domingo (20), pelo Fantástico, da Rede Globo. "Se ela não desse um fim nele agora, quando ele fizesse 18 anos ia destruir tudo o que eles tinham", afirmou. Já Graciele, em depoimento, negou. "Nunca tive a intenção de fazer uma coisa dessas."

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de Três Passos (RS) incluiu o motorista Evandro Wirganovicz entre os réus acusados de homicídio triplamente qualificado do menino Bernardo Uglione Boldrini nesta sexta-feira (13), acolhendo aditamento à denúncia inicial recebido do Ministério Público na Quinta-feira (12).

Até então, Evandro era réu somente por ocultação de cadáver.

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