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Em sua última reunião de 2022, nesta quinta-feira (8), a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) aprovou projeto que cria a Política Nacional de Educação Digital. O PL 4.513/2020 foi aprovado na forma do substitutivo do senador Jean Paul Prates (PT-RN) e seguiu para análise da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O texto estabelece ações para ampliar o acesso à tecnologia em cinco frentes: inclusão digital, educação digital, capacitação, especialização digital e pesquisa digital.

Para instituir a futura Política Nacional de Educação Digital, o projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para que currículos da educação básica tratem das competências digitais a partir do ensino fundamental. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em agosto de 2022.

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Na CCT do Senado, o relator foi o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que apresentou um texto alternativo, após ouvir entidades e especialistas em um debate em novembro.

Entre as modificações, Prates propôs a substituição da expressão “mercado de trabalho” por “mundo de trabalho”, considerando que as relações de trabalho, quando entendidas a partir da dimensão educacional, extrapolam a concepção estrita dos mercados. Além disso, a proposta passou a prever, em diversos dispositivos, a necessidade de que a política de educação digital considere a questão das vulnerabilidades sociais e econômicas, priorizando os menos favorecidos, e expresse uma perspectiva inclusiva, que considere as diferenças e eventuais necessidades específicas.

Direitos digitais

O projeto determina o ensino de computação, programação, robótica e outras competências digitais em todos os níveis de escolaridade. Também inclui as demandas da educação digitalizada à Política Nacional do Livro.  Em consonância com o debate internacional sobre inclusão digital, em particular com a proposta da Comissão Europeia de declaração sobre os direitos e princípios digitais, Jean Paul Prates acrescentou ao projeto de lei referência explícita aos direitos digitais, com o desenvolvimento de mecanismos de conscientização a respeito dos direitos sobre o uso e o tratamento de dados pessoais, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, à promoção da conectividade segura, e à proteção dos dados da população mais vulnerável, em especial, crianças e adolescentes.

O texto estabelece que a Política Nacional de Educação Digital será regulamentada pelo Poder Executivo e deverá estar prevista no Plano Plurianual e nas leis orçamentarias. A proposta se estrutura em cinco eixos voltados para a inclusão digital da população: educação digital nas escolas; ações de capacitação do mercado de trabalho; e incentivo à inovação, pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Inclusão

No seu primeiro eixo, o PL 4.513/2020 sugere a criação de plataforma de recursos digitais de acesso gratuito para promover a inclusão digital, o letramento e a cidadania, visando atender às necessidades de diferentes grupos populacionais.

O segundo eixo da proposta é voltado para a Educação Digital Escolar. Entre as várias iniciativas sugeridas está a de promover a inovação pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem, com reforço de competências analíticas e críticas, por meio da promoção de projetos e práticas pedagógicas no domínio da lógica, algoritmos e programação, além de ética aplicada ao ambiente digital, letramento mediático e cidadania na era digital.

A Política Nacional de Educação Digital também determina a formação de professores da educação básica e do ensino superior em competências digitais e uso de tecnologias. E inclui entre os objetivos do programa a promoção e divulgação da robótica e do letramento digital.

Ensino interativo

No terceiro eixo, voltado para a Qualificação Digital, o projeto sugere a implantação de uma rede nacional de apoio ao ensino interativo a distância, com a oferta de cursos on-line, principalmente com vídeos e plataformas interativas, e o oferecimento de minicursos aos trabalhadores.

O eixo voltado para a Especialização Digital prevê, entre outras coisas, a implantação de rede de cursos de mestrado e programas de doutorado especializados em competências digitais. Essas competências seriam aplicadas a um conjunto de setores específicos, tais como indústria, agricultura, saúde, engenharia de reabilitação e tecnologias de apoio, turismo e construção.

Já o eixo denominado Pesquisa Digital propõe o incentivo a novas atividades nas áreas de computação científica, ciências e tecnologias quânticas, inteligência artificial e mídia digital, com ênfase em quatro áreas principais: ciberinfraestrutura avançada; centros de computação e comunicação, incluindo computação quântica; sistemas de computação e redes, incluindo big data, computação nas nuvens e internet das coisas; e sistemas de informação e inteligência, incluindo inteligência artificial (IA) e computação centrada no indivíduo em relação aos meios digitais.

Capital humano

Pela proposta, a implementação da Política Nacional de Educação Digital obedecerá a Plano Plurianual (PPA), com vigência até o ano de 2030, prevendo a instalação ou melhoria de infraestrutura de tecnologias da informação e comunicação (TIC) e investimentos necessários em infraestrutura de tecnologia digital para as instituições de ensino público, com base em padrões de excelência em educação digital, de modo a viabilizar o desempenho digital de conectividade, capital humano, uso de serviços de internet, integração de tecnologia digital e serviços públicos digitais.

Financiamento Jean Paul Prates indicou fontes de recurso para o financiamento da Política Nacional de Educação Digital. Além das dotações orçamentárias da União, estados, municípios e do Distrito Federal, e de doações públicas ou privadas, o texto do relator prevê a utilização, a partir de 1º de janeiro de 2025, dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Isso porque a lei que rege o fundo já estabelece que, na aplicação de seus recursos, será obrigatório dotar, até 2024, todas as escolas públicas brasileiras, em especial as situadas fora da zona urbana, de acesso à internet em banda larga, com velocidades adequadas.

“Dessa maneira, não comprometemos a meta legal imposta, e reforçamos o caráter de articulação da Política Nacional de Educação Digital com os outros programas de conectividade em curso”, explica Prates em seu relatório.

O senador sugeriu também a aplicação de recursos do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), que poderiam ser utilizados, por exemplo, para o desenvolvimento de plataformas e repositórios de conteúdos digitais voltados à educação. Ele ainda delimitou as responsabilidades e colocou “freios de arrumação” em termos de parcerias público-privadas, que demandarão regulamento específico.

Certificação

O processo de certificação dos cursos deverá ser tratado em regulamento e poderá ser simplificado, cumprindo prazo inferior a três meses. Além disso, as soluções desenvolvidas no contexto da Política Nacional de Educação Digital estarão submetidas aos mecanismos de promoção e proteção da inovação descritos na Lei 10.973, de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo.

Avaliação

O projeto altera a Lei 9.449, de 1997, para acrescentar, entre as finalidades do Inep, a de propor instrumentos de avaliação, diagnóstico e recenseamento estatístico do letramento e da educação digital no país.

Outra mudança é proposta para a Lei do Fies (Lei 10.260, de 2001) e prevê que, entre os cursos superiores elegíveis para obtenção de financiamento por estudantes, poderá ser concedida prioridade aos programas de imersão de curta duração em técnicas e linguagens computacionais previstos na legislação relativa à Política Nacional de Educação Digital.

Livros

O texto altera também a lei que rege a Política Nacional do Livro (Lei 10.753, de 2003), ao incluir, na definição do artefato livro, a publicação de textos convertidos em formato digital, magnético ou ótico — inclusive os distribuídos por meio da internet, sem que seja preciso haver transferência de posse ou de propriedade — ou impressos no sistema braile. Também retira a restrição hoje existente a que livros em meio digital, magnético e ótico sejam equiparados a livros apenas para uso de pessoas com deficiência visual; e equipara a livros também os equipamentos cuja função exclusiva ou primordial seja a leitura ou a audição de textos em formato digital.

O projeto estabelece, finalmente, que a Política Nacional de Educação Digital é complementar em relação a outras políticas nacionais, estaduais, distritais ou municipais de educação escolar digital, de capacitação profissional para novas competências, bem como de ampliação de infraestrutura digital e conectividade, e não implica encerramento ou substituição dessas políticas. Em adição, prevê que, para a execução da política de educação digital, poderão ser firmados convênios, termos de compromisso, acordos de cooperação, termos de execução descentralizada, ajustes ou instrumentos congêneres com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal, e com entidades privadas.

Legado

O presidente da CCT, senador Rodrigo Cunha (União-AL), elogiou o trabalho do senador Jean Paul Prates e da deputada Angela Amin (PP-SC), autora do projeto. Ao apontar a relevância da proposta para a gestão pública, Rodrigo Cunha disse que a coleta de dados é até mais valiosa do que a exploração de recursos como o petróleo, por exemplo.

"Nova política não é ter cabelos pretos e 20 anos [de idade], é ter uma postura diferente, e isso passa necessariamente por gestão, que passa também, necessariamente, por gestão de dados. Estamos buscando atrelar educação à tecnologia, então, esse projeto é um legado para o país", declarou.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) classificou o texto como “o pontapé inicial” para o aperfeiçoamento das políticas digitais no Brasil. Ele elogiou o empenho dos especialistas que ajudaram na elaboração da proposta, bem como os mudanças sugeridas por Jean Paul Prates no seu substitutivo.

"É um projeto fantástico, maravilhoso, que vamos estudar e discutir ainda mais na Comissão de Educação, onde também sou membro", adiantou.

Despedindo-se da comissão, já que seu mandato no Senado termina em 2022, Jean Paul Prates agradeceu aos colegas, observando que a CCT realizou nove sessões entre maio e setembro, com 79 proposições analisadas. Foram 56 projetos de outorgas de rádios, quatro projetos de lei, nove emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e cinco requerimentos, disse. Ao elogiar o ritmo dado à comissão pelo senador Rodrigo Cunha, Jean Paul Prates ressaltou a importância do apoio recebido, especialmente nesse fim da legislatura.

"Agradeço por todas as palavras, que nos dão força para continuar nessa missão. Isso nos anima a continuar nessa toada de buscar assuntos cada vez mais desafiadores e complicados". Angela Amin participou da reunião da comissão. Ela destacou o apoio dos senadores ao PL 4.513/2020.

Outorgas de rádios

Nesta quinta-feira, a CCT também rejeitou duas outorgas de rádios comunitárias: Uma para a cidade de Duas Estradas (PB), outra para Eugenópolis (MG). Os relatórios dos Projetos de Decreto Legilativo (PDLs) 297/2013 e 157/2019 foram apresentados, respectivamente, pelos senadores Jean Paul Prates e Styvenson Valentim (Podemos-RN). Ambos argumentam que as propostas não atenderam às formalidades estabelecidas em lei.

No pedido de outorga para a cidade de Duas Estradas, Jean Paul aponta que, a partir de julho de 2012, a diretoria da Associação Comunitária Mundo Melhor passou a ser composta por Valdenis Silva dos Santos, diretor-geral, e Jeilson Felix Marinho, diretor de operações. Ambos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocuparam respectivamente os cargos de 2º tesoureiro e 1º tesoureiro do Partido Social Democrático (PSD), no município de Duas Estradas, entre 27 de setembro de 2011 e 27 de setembro de 2015. Adicionalmente, Jean Paul completa que Jeilson Felix Marinho foi eleito suplente de vereador em 2012, o que se configura em vinculação vedada pela Lei 9.612, de 1998, que instituiu o Serviço de Radiodifusão Comunitária.

No relatório contrário ao PDL 157/2019, Styvenson afirma que a primeira outorga de autorização dada à Associação de Comunicação Cultural de Eugenópolis para executar serviço de radiodifusão foi promulgada em 22 de novembro de 2002, por meio do Decreto Legislativo 325, daquele ano. A autorização durou três anos, expirando em 22 de novembro de 2005. O senador explica que o pedido prevê a renovação somente a partir de 22 de novembro de 2012, resultando numa lacuna de sete anos durante a qual a autorização não esteve vigente. Isso contraria a Lei 4.117, de 1962 (Código Brasileiro de Telecomunicações – CBT), que exige renovações por períodos sucessivos, explica o parlamentar.  Fonte: Agência Senado

A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) aprovou nesta quinta-feira (1) o relatório do senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre a implantação das redes móveis de quinta geração (5G) no Brasil — política pública acompanhada neste ano pelo colegiado.

O parlamentar sugeriu a apresentação de três projetos para estimular o acesso à internet em áreas rurais; incentivar o compartilhamento de infraestrutura entre distribuidores de energia elétrica e empresas de telecomunicações; e garantir a participação da CCT na sabatina de indicados para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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Segundo Jean Paul Prates, as áreas rurais enfrentam uma “grande disparidade no acesso à internet na comparação com as áreas urbanas”. No primeiro projeto de lei, o relator sugere a desoneração de taxas e contribuições incidentes sobre a infraestrutura de telecomunicações instalada no campo.

Pela proposta, seriam zeradas as taxas de fiscalização destinadas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), à Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) e à Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). O benefício valeria apenas para estações rádio base e repetidoras do Serviço Móvel Pessoal localizadas em áreas rurais.

O segundo projeto de lei remunera as distribuidoras de energia pelo compartilhamento de infraestrutura com empresas de telecomunicações. De acordo com o relator, 45 milhões de postes poderiam ser usados simultaneamente pelos dois setores com uma economia potencial de R$ 13 bilhões por ano.

Pela proposta, as receitas auferidas com o compartilhamento de infraestrutura de suporte e com o direito de passagem permaneceriam integralmente com as empresas cedentes. Não haveria, por exemplo, o repasse de percentual para garantir a redução do preço da tarifa de energia paga pelo consumidor final.  Em contrapartida, o compartilhamento da infraestrutura seria obrigatório.

“Tal proposta não chega a ser significativa para o consumidor de energia elétrica, pois a receita advinda do compartilhamento de postes é equivalente a pouco mais que 2% da receita total das distribuidoras”, argumenta Jean Paul.  A terceira proposta é um projeto de resolução para mudar o Regimento Interno do Senado. De acordo com a matéria, os indicados para compor o Conselho Diretor da Anatel não seriam mais sabatinados pela Comissão de Infraestrutura (CI), mas sim pela CCT.

“Entendemos que a arguição pública de indicados, que ocorre atualmente na CI, com todo o respeito àquele colegiado, trata-se de equívoco que precisa ser ajustado, uma vez que a comissão especializada no Senado para tratar dos assuntos relativos às comunicações é a CCT”, pondera Jean Paul Prates.

Indicações Além das três sugestões legislativas, a CCT aprovou duas indicações ao Poder Executivo. A primeira delas sugere a participação de um representante do Legislativo nas reuniões do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape). Vinculado à Anatel, o grupo tem representantes dos ministérios das Comunicações e da Educação, além de empresas vencedoras da licitação na faixa de frequência de 26 GHz. Uma das atribuições do Gape é propor sugestões para a conexão de escolas públicas de educação básica.

A segunda indicação ao Executivo diz respeito à ampliação da concorrência na licitação dos blocos nacionais, que na última rodada resultou em um ágio médio de 12%. Na disputa pelos blocos regionais, o ágio foi bem superior e alcançou os 5.600%.

“Tal diferença se justifica porque havia apenas três concorrentes no mercado brasileiro em condições de disputar os quatro lotes nacionais ofertados, enquanto nos blocos regionais havia doze interessados para somente sete lotes”, explica Jean Paul Prates.

A sugestão do relator é de que a Anatel passe a adotar nas próximas licitações, quando possível, o método de leilão combinatório de múltiplas rodadas. Segundo Jean Paul Prates, esse modelo é utilizado em países como Estados Unidos, Reino Unido, Áustria, Austrália, Canadá, Dinamarca, Irlanda, Holanda e Suíça. No Brasil, o método adotado na implantação das redes 5G foi o de leilão ascendente aberto com múltiplas rodadas.

*Da Agência Senado

 A campanha Nacional de vacinação contra a Poliomielite se estenderá até o dia 9 de setembro. Com isso, senadores da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) pediram que as famílias levem as crianças para serem vacinadas contra a Poliomielite. 

Segundo o Ministério da Saúde em 2021 apenas 67% do público alvo tomou as três doses iniciais da vacina, que está disponível no Brasil há dez anos. Dessa forma, ela deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de idade. Em relação a dose de reforço, apenas 52% das crianças foram imunizadas. 

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O senador Wellington Fagundes (PL), pediu que as famílias levem suas crianças para se vacinarem. “Brasil é um país tradicional, né? Na campanha de vacinação quem não se lembra do Zé Gotinha? Então para tranquilidade da população e até para também informar a todos os pais devem procurar os postos de saúde pra vacinar os seus filhos, né? A poliomielite é uma doença muito grave e que pode matar, pode deixar sequelas eh imagináveis, então é muito importante a vacinação”. 

Já o senador Jean Paul Prates (PT), lamentou a desinformação ao redor do tema. “Zé Gotinha essa altura é o Zé Gotinha de choro porque a situação de criação de fake news e de anti-informação sobre vacinas no Brasil está no ponto mais alto de sua história. Temos que repelir todos nós. Qualquer informação equivocada e principalmente informações maldosas teorias de conspiração malucas. A gente já viu aí falando que implanta chipe falando que contamina agora até a 5G”. 

 Por fim, o ministério orienta que em caso de perca da comprovante vacinal, deve-se procurar o posto de saúde onde as vacinas foram aplicadas para resgatar o histórico e fazer a segunda via.   

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) prometeu buscar uma solução para evitar o encerramento das atividades do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), determinada por um decreto de dezembro do ano passado do governo federal. O tema foi tratado numa audiência pública na manhã desta segunda-feira (25) pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT). 

O parlamentar informou que vai entrar em contato com outros senadores e com os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Marcus Pontes, da Ciência, Tecnologia e​ Inovações (MCTI), para tentar uma solução alternativa. Para ele, não tem sentido liquidar a instituição se ainda for possível captar recursos na iniciativa privada para viabilizá-la. Segundo Izalci, é necessário buscar uma saída que tenha incentivo do governo por se tratar de um setor estratégico para o país.  

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"Isso é assunto de Estado e precisa ser levado a sério. O Ceitec é fundamental para o Brasil e não tem lógica liquidar. Se não tem investimento de imediato, vamos buscar uma solução. Liquidar é a decisão mais equivocada a ser tomada", afirmou. 

Criado em 2008 e sediado em Porto Alegre, o Ceitec é uma sociedade de economia mista (S.A.) de capital fechado e atua no segmento de semicondutores. É considerado o mais avançado centro de microeletrônica da América Latina, desenvolvendo e fabricando chips, etiquetas eletrônicas e sensores. 

Ajuda  

O presidente da associação que representa os funcionários (Acceitec), Silvio Luís dos Reis Santos Junior, e o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social Miguel Rossetto pediram ajuda do Congresso e defenderam a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 558/2020, que susta os efeitos do decreto do presidente da República que determinou a dissolução da companhia. A proposta é assinada pelos senadores Jaques Wagner (PT-BA), Jean Paul Prates (PT-RN), Humberto Costa (PT-PE), Paulo Paim (PT-RS) e Zenaide Maia (Pros-RN). 

Miguel Rossetto destacou ainda que o Congresso Nacional já corrigiu erros deste e de outros governos passados e lembrou que o Legislativo já impediu até que a Embrapa fosse extinta. 

"Não podemos minimizar a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de sustar temporariamente o processo de liquidação do Ceitec. Significa que a própria corte de contas reconhece a inexistência de fundamentos que justifiquem a liquidação e reconhece também os prejuízos que isso pode causar ao país", acrescentou.

Setor estratégico

Com 40 anos de experiência em microeletrônica, o engenheiro e físico Sérgio Bampi alegou que o Centro Nacional de Tecnologia é muito mais que uma simples empresa, mas parte de uma estratégia de política industrial e tecnológica do Estado brasileiro. 

Ele acredita que há a necessidade de atrair parceiros privados para o setor. No entanto, afirma que quando o governo opta por liquidar de forma abrupta a empresa, dá uma sinalização errada e inviabiliza qualquer tipo de parceria. Ainda segundo ele, não se pode levar em conta somente fluxo de caixa. 

"Não se mede eficiência de empresa que produz ciência e tecnologia somente pelo seu faturamento. Veja o orçamento Embrapa. Não se mede a importância dela pelo que ela fatura menos o que ela custa, que dá negativo. No entanto, todo o setor agropecuário brasileiro reconhece a importância das mais de cem unidades de pesquisa da Embrapa pelo país. E o Ceitec nada mais é que uma unidade de pesquisa eletrônica", avaliou. 

Empresa deficitária

A secretária especial do Programa de Parcerias e Investimentos do Ministério da Economia, Martha Seillier, esclareceu que o Ceitec sempre foi muito dependente do Tesouro Nacional, com resultados líquidos negativos ano após ano. Segundo ela, a empresa não arca com custos administrativos e de produção, nunca sequer chegou perto de ter um equilíbrio financeiro e estudos apontam não haver perspectiva para isso. 

"No auge de sua receita, a instituição arrecadou R$ 7 milhões no ano, mas teve R$ 80 milhões de despesa. Ou seja, só obtém menos de 10% do que precisa para desempenhar suas atividades"

Conforme a representante do governo, os números também revelam baixa produtividade e ineficiência. No auge do registro de depósito de patentes, menos de dez foram depositadas por ano. Segundo Martha Seillier, governar é fazer escolhas e, diante do grande esforço do governo de respeitar a responsabilidade fiscal, é preciso avaliar a relação custo-benefício da estatal. 

"É injustificado colocar R$ 80 milhões por ano para investir numa fábrica que depende cada vez mais de recurso público. De qual brasileiro, de qual política pública a gente vai retirar para continuar investindo no Ceitec?", indagou. 

A integrante do Ministério da Economia reconheceu que nem toda estatal foi criada para dar lucro. Em relação à comparação com a Embrapa, ela esclareceu que se trata de uma instituição totalmente voltada para a pesquisa. E, a cada um real investido nela, 13 reais retornam para a sociedade. 

"E quanto investido na Ceitec voltou para a sociedade? Temos que precificar essas coisas. Estamos falando de recursos públicos, de dinheiro do pagador de imposto", argumentou. 

Processo regular

O consultor jurídico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Júlio Cesar Ferreira Pereira, informou que todo o procedimento de liquidação foi e está sendo feito de maneira correta. O TCU recomendou a suspensão do procedimento não por haver suspeita de irregularidade, mas para melhor conhecimento dos ministros.

Da Agência Senado

 

Os possíveis impactos da abertura de capital dos Correios, anunciada em maio, serão discutidos em audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), na próxima quarta-feira (19). A reunião atende a requerimento do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), e está marcada para acontecer às 9h, na sala 19 da Ala senador Alexandre Costa.

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A abertura de capital seria uma alternativa à privatização da companhia. Ao justificar o pedido da audiência, Eduardo declara ser fundamental que o Senado acompanhe esse processo desde a fase de planejamento, de modo a garantir que a medida “seja benéfica a todos os brasileiros”.

Entre os convidados para o debate estão o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Juarez Cunha; e o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), Maurício Salvador.

*Da Agência Senado 

*Da Agência Senado 

 

O Sindicato dos Professores (Sinpro) de Pernambuco, através de nota enviada à imprensa, informou que recebeu uma denúncia, que o Colégio Damas, localizado na Zona Norte do Recife, desrespeitou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). De acordo com a nota, o desrespeito se deu pela alteração do calendário escolar durante os jogos da Copa do Mundo.

Segundo o Sinpro, as aulas, que seriam ministradas nos dias de jogos, foram realocadas para os sábados. O Sindicato ainda alertou que o calendário 2014 e eventuais reposições de aulas, devido aos jogos da Seleção Brasileira e da Arena Pernambuco, só deverão ser acordados obrigatoriamente, entre o Sinpro Pernambuco e o Sinepe, em mesa de negociação da CCT 2014/2015, sendo vedadas negociações individuais entre professores e donos de escolas.

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A reportagem do Portal LeiaJá entrou em contato com a assessoria de imprensa do colégio, porém a instituição não quis se posicionar e solicitou que entrássemos em contato com a presidência do Sintepe. Sobre o assunto, o presidente do Sintepe, José Ricardo Diniz relatou que, a princípio, não haverá mudança e que é conveniente usar o bom senso. “Não estamos discutindo a questão do calendário escolar! Os professores terão suas férias normalmente. Quanto aos jogos do Brasil, a Secopa pediu que levássemos em consideração a mobilidade." disse Diniz.

 

A análise do projeto de lei que institui o marco civil da internet ficou para a próxima semana. A matéria tramita no Senado, conjuntamente nas comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Constituição e Justiça (CCJ). Um pedido de vistas coletivo adiou a discussão para a próxima terça-feira (22).

Na CCT, o presidente do colegiado e relator do projeto, senador Zezé Perrella (PDT-MG), apresentou relator para manter o texto encaminhado pela Câmara dos Deputados, com ajustes de redação. "Resolvi não mexer no projeto. Se não é o ideal, é o projeto possível. No meu entendimento, ficou muito bom e vai ajudar nas relações dos usuários e provedores na internet", considerou.

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Já na CCJ, onde o mérito não é julgado, o relator, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que não há vícios de legalidade ou constitucionalidade na matéria, por isso recomendou a aprovação da proposta com duas emendas de redação, apresentadas pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). "O marco civil deixa bem claro que a legislação brasileira deve ser respeitada por todos os provedores atuantes no país. É uma obra legislativa que preservará a natureza plural da internet, com respeito aos direitos humanos e à dignidade da pessoa", disse.

Além dos dois colegiados, o texto deve passar também pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). A matéria tramita em regime de urgência constitucional.

A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CCT) aprovou, nesta semana, o Projeto de Lei (PL) que torna crime a utilização não autorizada de sinais de TV por assinatura, o popular Gatonet. A proposta prevê que quem for pego utilizando aparelhos para interceptar ou codificar este tipo de serviço sem autorização das operadoras poderá ser punido com até dois anos de detenção.

Este foi o primeiro passo. Agora, o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avaliará os aspectos jurídicos e constitucionais do PL. Em sequência, será enviado para a Câmara dos Deputados, sem passar pelo Plenário do Senado.

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O projeto deixa claro os deveres dos assinantes de TV paga e reforça que a utilização adequada dos serviços deve ser realizada por equipamentos certificados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Um levantamento divulgado em agosto pela Business Bureau estima em 7 milhões o número de lares conectados de maneira irregular no País, uma quantidade maior que a base de assinantes da operadora Sky, de 5,2 milhões de clientes.

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