Tópicos | Censo Escolar 2020

O Censo Escolar 2020, em sua segunda etapa, registrou respostas de 72.710 escolas de educação básica de um total de 179.533 unidades de ensino espalhadas por todo País. Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep), o levantamento mede a reposta educacional relacionada à pandemia do novo coronavírus no Brasil.

As escolas têm até 7 de abril para enviarem suas respostas por meio do Sistema Educacenso. Os resultados estão previstos para serem divulgados em junho.

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Os dados coletados na pesquisa, por meio do formulário, servirão para a elaboração de medidas e estratégias mais eficazes para diminuir as consequência da crise sanitária no ensino. Segundo o Inep, 47,3 milhões de estudantes foram matriculados na educação básica em 2020.

Os dados coletados servirão, também, para o Inep ter um parâmetro da situação dos estudantes. Serão identificados, por exemplo, alunos que tinham sido aprovados, reprovados, além dos que evadiram ou faleceram.

Mudança de data

Inicialmente marcada para maio, a data de referência da pesquisa foi adiantanda para março levando em consideração o quadro epidemiológico do País que interrompeu as atividades presenciais na maioria das escolas. Diferentemente da segunda etapa, que avalia as escolas no contexto pandêmico, a primeira fase apurou a situação antes da crise sanitária da Covid-19 e por isso não reflete as consequências da pandemia.

O Censo Escolar 2020, o Indicador de Regularidade do Docente (IRD) que avalia a permanência dos professores nas escolas nos últimos cinco anos, aponta que os docentes têm permanecido como professores da mesma escola por mais tempo. O percentual de escolas na faixa média-alta do indicador passou de 42,6% em 2019 para 45,8% em 2020, um aumento de 3,2 pontos percentuais (p.p).

Também foi possível observar um aumento para a faixa alta do indicador, passando de 10,1% em 2019 para 13,1% em 2020, uma elevação de 3,0 p.p. Quanto mais tempo o professor permanece no quadro funcional de uma instituição, melhor ele conhece a escola e mais contribui na relação com os alunos e com a comunidade atendida.

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O percentual de escolas privadas na faixa alta do indicador é o maior em comparação com as outras redes. O Censo 2020 mostra que a regularidade dos docentes nas escolas privadas tem sido cada vez maior, o que elevou o percentual de escolas na faixa alta do IRD de 16,0%, em 2019, para 20,4% em 2020., um crescimento de 4,4 p.p.

Já o percentual de escolas da rede pública na faixa alta do IRD cresceu 2,7 p.p., passando de 8,6% para 11,3%. De qualquer forma, o maior percentual tanto de escolas privadas quanto das públicas está localizado na faixa médio-alta do indicador, onde nas escolas privadas, em 2020, foi de 49,3% e 44,9% nas públicas. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 29 de janeiro, e fazem parte da primeira etapa do Censo Escolar 2020. Como a autarquia alterou a data de referência do Censo Escolar 2020, de maio para março, devido à pandemia do novo coronavírus, os resultados da pesquisa retratam a situação das escolas em um contexto anterior à crise sanitária, não refletindo, ainda, seu impacto na educação.

O período de preenchimento das informações referentes à segunda etapa (Situação do Aluno), está aberto no sistema Educacenso até o dia 7 de abril. A divulgação dos resultados finais está prevista para junho de 2021.

Com informações do Inep

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta sexta-feira (29), que o Censo Escolar 2020 indicou estabilidade das principais características da educação básica brasileira no período anterior à pandemia da Covid-19. Os dados levantados fazem parte da primeira etapa da pesquisa estatística e destacam-se a disponibilidade das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras.

Conforme o levantamento, na educação infantil, a internet está presente em 96,8% das escolas particulares, enquanto na rede municipal, o percentual é de 66,2%. No ensino fundamental, este é a que menos dispõe de recursos tecnológicos, como lousa digital (9,9%), projetor multimídia (54,4%), computador de mesa (38,3%) ou portátil (23,8%) para os alunos ou mesmo internet disponível para uso dos estudantes (23,8%).

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O censo ainda aponta que em alguns quesitos, as escolas da rede estadual estão mais equipadas com recursos tecnológicos do que a rede privada. A disponibilidade de recursos tecnológicos nas escolas estaduais de ensino médio é maior do que nas do ensino fundamental: 80,4% das unidades têm internet banda larga e o percentual de computadores de mesa para alunos é de 79,3%.

Acerca das matrículas, o Censo Escolar 2020 revela a existência de 179.533 escolas de educação básica no Brasil. Foram registradas 47,3 milhões de matrículas no nível básico, cerca de 579 mil matrículas a menos em comparação com 2019, uma redução de 1,2% no total. Ao avaliar a distribuição das matrículas por dependência administrativa, percebe-se uma dominância da rede municipal, que detém 48,4% das matrículas na educação básica. A rede estadual, responsável por 32,1% das matrículas em 2020, é a segunda maior. A rede privada obtém 18,6% e a federal tem uma participação inferior a 1% do total de matrículas.

Apesar do crescimento das matrículas na educação infantil nos últimos anos (8,4% de 2016 a 2019), há uma queda de 1,6% de 2019 para 2020. Essa redução foi ocasionada principalmente pela rede privada, que teve queda de 7,1% no último ano. Os decréscimos foram de 6,9% na creche e de 7,2% na pré-escola. Já a rede pública apresentou crescimento da matrícula na educação infantil de 0,5%, na qual foi observada uma queda de 0,5% na creche, compensada pelo aumento de 1,2% na pré-escola.

No ensino fundamental, foram registradas 26,7 milhões de matrículas, 3,5% a menos do que em 2016. A queda no número de matrículas foi maior nos anos iniciais (4,2%) do que nos anos finais (2,6%) dessa etapa educacional. De acordo com o censo, a rede municipal é a principal responsável pela oferta dos anos iniciais do fundamental (68,1% das matrículas) e, nos anos finais, apesar do equilíbrio entre as redes municipais (43,0%) e estaduais (41,4%), há variações em relação a esse aspecto, a depender da unidade da Federação.

Em relação ao ensino médio, foram contabilizadas 7,6 milhões de matrículas no ensino médio em 2020: um aumento de 1,1% em relação a 2019. Esse crescimento interrompe a tendência de queda observada nos últimos anos, com uma redução de 8,2% entre 2016 e 2019. As matrículas da educação profissional também subiram 1,1%. Já o número de matrículas da educação de jovens e adultos (EJA) segue em tendência de queda, com 8,3% menos matrículas em relação a 2019.

O Censo Escolar aponta que o número de matrículas da educação especial chegou a 1,3 milhão em 2020, um aumento de 34,7% em relação a 2016. Nesse caso, o levantamento se refere aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas habilidades/superdotação em classes comuns ou em classes especiais exclusivas. Considerando apenas os alunos de 4 a 17 anos da educação especial, o Censo revela que o percentual de matrículas de incluídos em classe comum também aumenta gradativamente, passando de 89,5%, em 2016, para 93,3%, em 2020.

Segundo a pesquisa, o percentual de alunos não aprovados (que reprovaram ou abandonaram a escola) em um dado ano letivo impacta diretamente no atraso escolar. O censo mensura esse fator pela taxa de distorção idade-série e também pelo tempo que os alunos permanecem na educação básica. No levantamento de 2020, observa-se uma forte correlação entre os dois indicadores para uma mesma etapa de ensino e uma tendência geral de piora com o avanço das etapas.

Em 2020, foram registrados 2,2 milhões de docentes na educação básica brasileira. O ensino fundamental concentra a maior parte dos professores: 1.378.812 (63%). Do total de docentes que atuam nos anos iniciais do fundamental, 85,3% têm nível superior completo. Em todas as etapas de ensino da educação básica, as mulheres são maioria (96,4% na educação infantil, 88,1% nos anos iniciais do ensino fundamental, 66,8% nos anos finais do ensino fundamental e 57,8% no ensino médio).

Do total de 188.361 gestores declarados nas 179,5 mil escolas em 2020, 85,6% são diretores e 14,4% possuem outros cargos. As mulheres ocupam 80,6% dos cargos de diretoria. Quando observada a escolaridade, o percentual de diretores que completaram o ensino superior é de 88,2%. Sobre o vínculo institucional com a escola, 77,4% dos diretores da rede pública são concursados, efetivos ou estáveis; 21,1% possuem vínculo de contrato temporário e 1,4% são contratados via Carteira de Trabalho. Apenas 0,2% é terceirizado.

O impacto do período pandêmico na Educação

Em 2020, por causa da pandemia, o Inep alterou a data de referência do Censo Escolar de maio para março. Esses resultados da pesquisa, portanto, ainda não refletem o impacto da crise sanitária na Educação. “O Censo Escolar 2020 terá importância crucial na compreensão das consequências causadas pelo novo coronavírus na educação a partir da segunda etapa da pesquisa, quando será apurada a Situação do Aluno”, disse, em nota, o presidente do órgão, Alexandre Lopes.

O diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno Sampaio, explicou como será o processo de levantamento relativo ao período pandêmico. “Serão coletadas informações inéditas para identificar como as escolas e as redes de ensino responderam aos desafios impostos pela pandemia no ano letivo de 2020. O Inep desenvolveu um novo questionário, específico para a coleta de informações sobre as estratégias adotadas pelas escolas, a fim de continuar ensinando e avaliando os estudantes da educação básica”, informou, por meio de nota, o diretor.

Os dados acerca do impacto da pandemia na Educação serão coletados a partir do dia 22 de fevereiro deste ano e publicados na divulgação dos resultados da etapa complementar do Censo Escolar, em junho. Confira todos os resultados da pesquisa e mais detalhes através do site do Inep.

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