Tópicos | Christiane Yared

Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Christiane Yared (PL-PR) fez um dos discursos mais duros até agora na Câmara contra o projeto do governo que afrouxa punições no trânsito. "Quanto custa uma? Eu não sei o valor de uma cadeirinha. Sei quanto custa um caixão, eu paguei o caixão do meu filho. Eu sei quanto custa choro, flores." Seu filho, Gilmar Souza Yared, foi morto em 2009, após o carro do ex-deputado estadual José Carli Filho, que se apresentou à Justiça no último dia 28, atingir o veículo. Agora no Congresso, a deputada federal pelo Paraná diz "lutar por vidas". "Até pedi a líderes (dos partidos) que sugerissem o meu nome (para a relatoria da proposta na Casa)."

O que mudou com a morte?

##RECOMENDA##

Mudou tudo. Eu era uma empresária conhecida no Paraná. Trabalhei 30 anos nessa empresa e, graças a Deus, era bem-sucedida e em uma madrugada fui acordada por dois agentes federais que traziam a informação da morte do meu filho. No IML, não deixaram meu esposo reconhecer o corpo. Falaram que nunca tinham visto nada igual e ele não dormiria mais na vida. Depois, recebi no cemitério um caixão lacrado. Normalmente (depois disso), a gente não quer fazer mais nada da vida, as famílias se desmancham. No dia que o enterrei, disse a ele que não ia enterrá-lo, ia plantá-lo. Criei uma ONG. Já dei quase 3 mil palestras na ânsia de tentar diminuir essas mortes no trânsito.

Como a senhora avalia o projeto do presidente Jair Bolsonaro?

O que sugerimos ao presidente é saídas. Vi que houve pressa na apresentação desse projeto e ele não vai passar do jeito que está no Congresso porque nós ali estamos na defesa desse trânsito mais seguro. Para alguns pontos já temos até projetos apresentados, como os 40 pontos na carteira para motoristas profissionais.

E nos demais pontos?

A preocupação é realmente com segurança. Com relação ao farol aceso de dia, é importantíssimo. A gente viu aí uma redução de 15% das mortes nas estradas, nas rodovias no País. E quanto à cadeirinha, o valor é completamente irrisório, se for comparar a um terreno no cemitério, a um caixão, ao tempo de choro e flores. Então trouxemos essa realidade para o plenário. E também vimos com preocupação a questão dos dez anos para renovar a habilitação. Veja o meu caso: o jovem que matou o meu filho, aos 18 anos teve a habilitação concedida. Quando fez a renovação estava com 23; quando fez 26, era um drogado, tinha problema sério com alcoolismo e histórico de pontos assustador na carteira. E continuava dirigindo. Matou duas pessoas. Vejo com preocupação, não a renovação da carteira, mas a renovação dos exames médicos. É um país que não tem responsabilidade... "Ah não, cada pai é responsável pelo seu filho", dizem. A gente vê por aí todos os dias, basta parar na frente de uma escola para ver como os pais são responsáveis: as crianças chegam todas soltas, às vezes 3, 4 no carro, naquela folia. E se houver um acidente, uma colisão na traseira do carro, essas crianças serão ejetadas para fora. Depois não adianta chorar. Se morreu, tem de enterrar. E se ficar sequelas, o País inteiro paga a conta. A cada dez leitos no Brasil, sete são ocupados com acidentados de trânsito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de ser considerada da base de apoio do governo Temer, a deputada Christiane Yared (PR) diz ser contrária à aprovação da Reforma da Previdência por penalizar, principalmente, as mulheres. “Não deixarei, de forma alguma, que uma mudança como esta retroceda os curtos passos que conseguimos dar em benefício das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros. Tenho certeza que o texto, se aprovado, penalizará ainda mais nós, as mulheres”, ressaltou. 

A parlamentar declarou, nesta quarta (15), que não pode aceitar que os trabalhadores sejam penalizados com duras medidas apresentadas no texto original da proposta. “Na área rural, responsável por 80% da economia do Paraná, as mulheres vivem 5 anos menos que os homens. Delas, 97,6% realizam exclusivamente atividades domésticas. Já os homens, apenas 48,22%. Elas dedicam, em média, 28,01 horas semanais a esse trabalho”, contou.

##RECOMENDA##

Yared também reforçou que as mulheres ocupam postos de trabalho muito mais precários que os dos homens e que sofrem com a segunda e até a terceira jornada. “Os números revelam que 90,6% das mulheres realizam tarefas domésticas enquanto apenas 51,35% dos homens as fazem”, disse se baseando no IBGE/PNAN de 2014. 

Ela ainda citou, em seu pronunciamento, o relatório do Fórum Econômico Mundial no qual frisa que com as atuais políticas públicas de igualdade de gênero, o Brasil poderá levar 170 anos para alcançar a equidade social e econômica entre mulheres e homens. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando