Um ambiente de trabalho adequado que apóie o trabalhador parece ser um factor de interferência no desempenho, como bem retratou Stephen P.Robbins ao apresentar em seu livro alguns “segredos” em Gestão de Pessoas. Sobre este assunto, ele apresentou o caso de dois professores, um com todas as condições necessárias para ministrar as suas aulas – um número de alunos mais restrito, equipamentos modernos, material escolar suficiente e disponível, aulas de apoio, um computador por aluno, dentre outros recursos que facilitavam o desempenho e aprendizado. Enquanto que, os recursos do outro professor eram bem mais limitados, possuía mais obstáculos como, um número bem maior de alunos, uma sala muito pequena, o material escolar insuficiente e inadequado etc. Qual foi, então, o resultado de ambos? O primeiro professor foi bem mais eficiente no final do ano escolar, teve um melhor desempenho!
Os recursos de apoio interfere no sucesso do trabalho?
O resultado no trabalho poderá, então, ser facilitado ou dificultado mediante os recursos que a empresa oferece ou não para apoiar o trabalhador. Mesmo um colaborador motivado poderá sentir as consequências de não ter em seu trabalho as ferramentas necessárias para apoiá-lo. Apesar de ser uma situação óbvia, esta tem sido uma verdade negligenciada pelas empresas, e muitas vezes não considerada quando se faz a avaliação do desempenho deseus colaboradores.
Comoavaliar o desempenho?
O sistema comum que é utilizado pelas empresas para avaliar o desempenho dos colaboradores é através da função (f) de interação entre a “capacidade”(C) e a “motivação” (M), ou seja, se a capacidade ou motivação não estiverem nos níveis adequados, certamente afetarão negativamente o desempenho do coladorador. Para explicar esta função, Robbins exemplifica com a situação de um atleta empenhado que possui poucas capacidades, mas que tem melhores resultados do que os seus concorrentes mais preparados, no entanto, mais preguiçosos. Considera ainda que, nesta equação falta uma peça fundamental para o desempenho que é a “oportunidade” (O). Para Robbins, “Desempenho” é igual a função “capacidade”(C) x “motivação (M) x “oportunidade” (O)= f(CxMxO). Isto que dizer que, poderá haver vontade e capacidades do colaborador, mas poderá haver também oportunidades ou obstáculos da empresa que facilite ou dificulte o seu desempenho.
O que fazer quando não há um bom desempenho?
Como dito anteriormente, não podemos avaliar apenas a motivação ou as competências técnicas do colaborador quando ele não alcança o desempenho esperado. É preciso observar se há obstáculos no ambiente de trabalho que não lhe permite ter um bom desempenho. Será que o seu colaborador tem o apoio necessário para desenvolver as suas funções? Será que o seu colaborador tem materiais, equipamentos, recursos adequados para desenvolver o trabalho? Será que o seu colaborador tem disponíveis todas as condições de trabalho favoráveis para ajudá-lo a desenvolver as suas atividades? Sim, é importante que haja procedimentos claros, informações suficientes para tomar decisões, tempo e prazos adequados para realizar o trabalho, colegas que colaborem, dentre outas condições semelhantes que o ajude a fazer um bom trabalho. Portanto, um ambiente de trabalho favorável é um das coisas mais importantes do que apenas a motivação e a capacidade do seu colaborador paraobter um alto desempenho. Pense nisso!
* Robbins, Stephen P. “O Segredo na Gestão de Pessoas – Cuidado com as Soluções Milagrosas”, 1ª ed., Lisboa: Centro Atlântico, 2008.
Cibelli Pinheiro -27/07/2021
Trabalho sem Fronteiras