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A apresentação de duas "múmias" descritas como corpos de seres não humanos no Congresso do México, na terça-feira (12), causou espanto e fez com os memes se multiplicassem em todo o mundo. Os dois "espécimes", que o ufólogo e jornalista mexicano Jaime Maussan disse terem sido encontrados no Peru, eram de estatura pequena e cor calcária; cada um tinha mãos com três dedos e o que pareciam ser cabeças encolhidas ou ressecadas.

"É a rainha de todas as evidências", disse Maussan. "É isso: se o DNA está nos mostrando que eles são seres não humanos e que não há nada parecido com isso no mundo, nós deveríamos considerar isso como tal." Mas ele alertou que ele ainda não queria se referir aos corpos como "extraterrestres".

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Os corpos aparentemente dessecados teriam sido encontrados no subsolo do arenoso deserto costeiro peruano de Nazca. A área é conhecida por figuras gigantescas e enigmáticas escavadas na terra e vistas apenas de uma perspectiva aérea. A maioria atribui as Linhas de Nazca a antigas comunidades indígenas, mas as formações capturaram a imaginação de muitos.

Em 2017, Maussan fez alegações semelhantes no Peru, e um relatório do Ministério Público do país concluiu que os corpos eram, na verdade, "bonecos fabricados recentemente, que foram cobertos com uma mistura de papel e cola sintética para simular a presença de pele".

O relatório acrescenta que as figuras são quase certamente feitas pelo homem e que "não são restos mortais de alienígenas ancestrais que tentaram apresentar". Os órgãos não foram divulgados publicamente na época, por isso não está claro se são os mesmos apresentados ao congresso do México.

Universidade nega

Durante sua apresentação, o ufólogo e comunicador do México afirmou que os dois corpos encontrados no Peru tinham mais de mil anos segundo pesquisa realizada pelo Laboratório Nacional de Espectrometria de Massa com a Universidade Nacional Autônoma do México. No entanto, o laboratório afirmou posteriormente em comunicado que o trabalho de datação por carbono-14 naquele laboratório "visa apenas determinar a idade da amostra que cada utilizador traz e em nenhum caso tiramos conclusões sobre a origem das referidas amostras".

O laboratório universitário que realizou os testes "desassocia-se de qualquer uso, interpretação ou subsequente deturpação dos resultados que fornece", disse o instituto. "Em nenhum caso tiramos conclusões sobre a origem dessas amostras."

Na quarta-feira (13), Julieta Fierro, uma pesquisadora do Instituto de Astronomia da Universidade Nacional Autônoma do México, estava entre aqueles que expressaram ceticismo, dizendo que muitos detalhes sobre as figuras "não fazem sentido".

Da mesma forma, como o laboratório da universidade, ela acrescentou que as alegações dos investigadores de que a sua universidade endossou a sua suposta descoberta eram falsas, e observou que os cientistas precisariam de tecnologia mais avançada do que os raios X que alegavam usar para determinar se os corpos alegadamente calcificados eram "não humanos".

"Maussan fez muitas coisas. Ele diz que conversou com a Virgem de Guadalupe", disse ela. "Ele me disse que os extraterrestres não falam comigo como falam com ele, porque eu não acredito neles." A cientista acrescentou que pareceu estranho que eles extraíram o que certamente seria um "tesouro de uma nação" do Peru sem convidar o embaixador peruano.

No mesmo sentido, Antígona Segura, uma das principais astrobiólogas do México, questionou as afirmações de Maussan. "Estas conclusões simplesmente não são apoiadas por evidências", disse o Dr. Segura, que colabora com o Nexus for Exoplanet System Science, uma iniciativa da Nasa para procurar vida em mundos distantes. "A coisa toda é muito vergonhosa."

(Com agências internacionais)

Vem série nova por aí! Rodrigo Lombardi está no elenco de uma nova produção do Globoplay sobre vampiros e lobisomens, na qual interpretará um cientista e trabalhará em um laboratório.

Segundo informações da colunista Anna Luiza Santiago, Alanis Guillen, a famosa onça de Pantanal, e Milhem Cortaz também estão no elenco. A série terá vários idiomas diferentes, o que faz sentido pela presença da franco-brasileira Alli Willow e do ex-Malhação Pedro Alves, fluente em francês. Além deles, a portuguesa Laura Dutra também estará presente.

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As gravações já começaram na Serra da Canastra sob a direção de Patricia Pedrosa.

A diabetes, um problema de saúde global, cresce significativamente, superando a maioria das doenças, de acordo com um alerta publicado nos periódicos científicos Lancet e Lancet Diabetes & Endocrinology nesta quinta-feira (22). As estimativas projetam que, sem uma estratégia de mitigação eficaz, mais de 1,3 bilhão de pessoas viverão com diabetes até 2050, uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo.  

Os pesquisadores avaliam que fatores estruturais e sociais desempenham um papel importante na formação dos resultados e cuidados com o diabetes. Os pesquisadores projetam que nenhum país deve testemunhar um declínio nas taxas de diabetes padronizadas por idade nas próximas três décadas, com as regiões mais afetadas da Oceania, Norte da África e Oriente Médio atingindo níveis de diabetes superiores a 20% em muitos países, juntamente com Guiana no Caribe.

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Apesar do aumento da conscientização e dos esforços multinacionais contínuos, o cenário epidemiológico da doença é afetado por questões como a desigualdade geográfica vivenciada por países de baixa e média renda e racismo estrutural 

Os artigos publicados destacam como a carga global cada vez maior do diabetes é ainda mais exacerbada pela desigualdade em grande escala na prevalência, doença e morte. As estimativas indicam que mais de três quartos dos adultos com a doença crônica viverão em países de baixa e média renda até 2045, dos quais menos de um em cada dez receberá tratamento abrangente. Da mesma forma, em países de alta como os Estados Unidos, as taxas de diabetes são quase 1,5 vezes maiores entre os grupos étnicos minoritários - como indígenas americanos e nativos do Alasca, negros, hispânicos e asiáticos em comparação com as populações brancas.  

COVID-19

As análises apontam que pessoas de comunidades marginalizadas em todo o mundo têm menos probabilidade de ter acesso a medicamentos essenciais, como insulina e novos tratamentos - têm pior controle de açúcar no sangue e têm menor qualidade de vida, além de expectativa de vida reduzida. Além disso. A pandemia da Covid-19 ampliou a desigualdade do diabetes globalmente. Pessoas com a doença tiveram 50% mais chances de desenvolver infecções graves e duas vezes o risco de morte em comparação com pessoas sem o problema. Diante desse cenário, os autores destacam intervenções que demonstraram potencial na redução das desigualdades de acesso a cuidados para a doença.  

“O diabetes continua sendo uma das maiores ameaças à saúde pública de nosso tempo e deve crescer intensamente nas próximas três décadas em todos os países, faixas etárias e sexos, representando um sério desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo”, disse a líder dos estudos e pesquisadora do Fleischer Institute for Diabetes and MetabolismShivani Agarwal, em comunicado.

A pesquisadora argumenta que o foco central e a compreensão da desigualdade do diabetes são vitais para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU). As metas incluem reduzir as doenças não transmissíveis em 30% em menos de sete anos e minimizar os efeitos cada vez mais negativos sobre a saúde das populações marginalizadas e a força das economias nacionais nas próximas décadas.  

 

A cientista política, historiadora e jornalista Lucia Hippolito morreu na manhã desta quarta-feira (21) no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Há 11 anos, ela foi acometida pela Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune, e perdeu os movimentos do corpo. Em 2022, retirou um tumor no útero, mas o câncer teve metástase para o pulmão.

Lucia foi apresentadora do programa CBN Rio e comentarista do Jornal da CBN. Também atuou como comentarista política na Globonews e na Rádio Globo.

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Ela é autora de livros como De raposas e reformistas: o PSD e a experiência democrática brasileira (1945-64), Política: quem faz, quem manda e quem obedece, em coautoria com João Ubaldo Ribeiro, e Por dentro do governo Lula.

Em 6 de novembro de 1935, o cientista Lemos Monteiro, especialista do Instituto Butantan, em São Paulo, morreu de febre maculosa. O médico tinha 42 anos e perdeu a vida para a doença uma semana após apresentar os sintomas. À época, ele tentava produzir uma vacina contra a infecção, e tinha contato constante com carrapatos em laboratório. A notícia foi amplamente divulgada pela imprensa local e publicada, na íntegra, pelo Estadão.

A febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, é uma infecção febril rara e que pode chegar a ser grave. O problema, em humanos, é que a evolução da doença é rápida e a letalidade por chegar a 50%, caso não seja tratada. Essa infecção é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada do carrapato.

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As reportagens da época, e mesmo o Instituto Butantan, reconhecem que as circunstâncias da infecção e da transmissão da doença tanto em Lemos, como em seu assistente, Edson Dias, que também adoeceu, não são claras até hoje. Lemos Monteiro trabalhava com doenças infecciosas consideradas mais infecciosas e graves, como varíola, coqueluche e tuberculose.

Dois anos antes de morrer, o pesquisador entrou para uma comissão do Departamento de Saúde do Estado de São Paulo que tinha como objetivo criar maneiras de prevenir a febre maculosa, tendo como um dos objetivos a produção da vacina. 

Segundo Carlos Jared, que hoje é pesquisador no Butantan trabalhando no prédio batizado em homenagem a Lemos Monteiro, a ideia era usar os próprios carrapatos transmissores, triturados em laboratório, na produção do imunizante contra as bactérias do gênero Rickettsia. O documento do Butantan diz que dois pesquisadores foram infectados, mas não especifica como. 

As hipóteses consideram que, ao manipular o material, os cientistas produziram aerossóis (partículas em suspensão no ar) que seriam capazes de carregar a bactéria; ou que o contato de fragmentos dos carrapatos com pequenas feridas nas mãos poderiam ter provocado a transmissão. Uma terceira hipótese é o contato das mãos com os olhos.

Pesquisadores acabaram de identificar uma nova espécie de crocodilo que conviveu com dinossauros no interior de São Paulo durante o Cretáceo, há pelo menos 66 milhões de anos. O réptil, batizado de Titanochampsa iorii devido ao porte avantajado, foi reconhecido com base em um fóssil de parte do crânio achado pela primeira vez na década de 1950, em Monte Alto, na região de São José do Rio Preto.

O tamanho do animal foi calculado em até 7 metros, o que o torna o maior crocodilo do Neocretáceo brasileiro, por isso o gigante ganhou o apelido de "Terror das Águas". A partir desta sexta-feira, 16, o fóssil ficará exposto ao público no Museu de Paleontologia de Monte Alto.

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Autor principal de um artigo científico sobre a descoberta que foi publicado em edição recente da revista internacional

Historical Biology, o paleontólogo Thiago Schineider Fachini, do Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), explicou que o Titanochampsa tem características distintas dos crocodiliformes fósseis já encontrados do Período Cretáceo.

"A conclusão de que é uma espécie nova resulta de uma análise da morfologia geral do crânio de Titanochampsa, tendo sido observadas feições inéditas, permitindo a definição de que se trata de uma espécie ainda não registrada do Cretáceo brasileiro", disse.

A pesquisa vai prosseguir na tentativa de estabelecer os parentescos e o contexto paleoambiental do novo crocodiliforme - as condições do ambiente em que o animal vivia. Titanochampsa significa "crocodilo titânico", uma alusão ao seu grande porte e por ter sido confundido com titanossauro por muito tempo. O epíteto específico "iorii" é uma homenagem ao pesquisador Fabiano Vidori Iori por seus trabalhos na região de Monte Alto e pela prévia identificação do material.

Pesquisadoras da Universidade Federal do Tocantins (UFT), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e do Centro Universitário Luterano de Palmas (Celp/Ulbra) desenvolveram um xampu sustentável e com propriedades antioxidantes a partir do extrato da mangabeira, planta nativa brasileira comum em estados como Tocantins, Sergipe e Piauí. A fórmula não conta com lauril sulfato de sódio, agente limpante comumente utilizado em xampus, que enfraquece a fibra capilar. As conclusões estão publicadas na edição de sexta (21) da revista “Brazilian Journal of Biology”.

As pesquisadoras partiram da análise de extratos da casca, caule e folha da mangabeira, observando propriedades que poderiam ser aproveitadas para a produção de cosméticos. O extrato da folha se mostrou ideal à produção do xampu, cuja fórmula foi criada para ser simples, passível de reprodução pelas comunidades extrativistas que sobrevivem da venda sazonal da mangaba, fruto da mangabeira.

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O uso de outras partes da planta para a produção de cosméticos pode gerar mais fontes de renda à comunidade, além de aproximar o consumidor da natureza e promover a sustentabilidade. “As comunidades extrativistas têm uma visão diferente da indústria, aproveitando só o que precisam e com maior consciência ambiental. Além disso, você não precisa ficar extraindo compostos derivados do petróleo para produzir artigos sintéticos”, explica a autora principal do estudo, Juliane Farinelli Panontin.

O artigo deriva de sua tese de doutorado, em que também foi criado um sérum a partir do caule da mangabeira, que é rico em antioxidantes e pobre em saponina, composto com propriedades detergentes. Já as folhas da mangabeira, usadas para o xampu, contam com grande quantidade de saponina e antioxidantes, sendo ideais para limpar e proteger os cabelos.

O xampu é tão eficiente quanto o comercial, mas com a vantagem de não utilizar o lauril sulfato de sódio, agente limpante comum no mercado e que gradualmente enfraquece os fios de cabelo. Porém, ele não produz tanta espuma, o que pode gerar a sensação de que não está cumprindo seu papel — um dos pontos que Panontin visa melhorar em um próximo momento da pesquisa. “Agora, a gente queria realmente ajudar a comunidade a implantar essa mini-indústria, além de melhorar a formação do xampu e tentar deixá-lo com mais espuma”, conclui.

Fonte: Agência Bori

A China pode desistir da estratégia de 'covid zero' em um futuro próximo e conviver com o vírus, afirmou um renomado cientista do país, em um sinal de que as autoridades do país estão repensando a abordagem estrita da pandemia.

O país que detectou o primeiro caso do vírus em 2019 é um dos poucos que mantém a estratégia de tolerância zero, com confinamentos rígidos diante de surtos pequenos, e permanece fechado à maior parte das viagens internacionais.

A estratégia chinesa contra a Covid-19 "não pode continuar para sempre e a meta de longo prazo da humanidade é coexistir com o vírus" a um nível tolerável de mortes e contágios, escreveu nas redes sociais o cientista Zeng Guang.

Zeng foi diretor científico do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China e um dos responsáveis pela resposta inicial do país à Covid-19.

Mas o cansaço com interrupções na vida cotidiana, assim como a luta de Hong Kong, uma cidade semiautônoma, para conter um grande surto da variante ômícron, provoca questões sobre a sustentabilidade da abordagem chinesa.

Zeng disse que as ações da China impediram o caos inicial de infecções em massa registrado em alguns países ocidentais, mas que a baixa taxa de contágios agora é um "ponto fraco" porque poucas pessoas desenvolveram a imunidade natural.

Também considera que os países ocidentais mostram uma "coragem louvável" ao explorar como conviver com o vírus e que a China deve "observar e aprender, embora ainda não exista a necessidade de abrir as portas do país no auge da pandemia mundial".

"No futuro próximo, no momento indicado, teremos apresentar o roteiro para uma coexistência chinesa com o vírus", escreveu Zeng na plataforma Weibo.

Os comentários de especialistas são raros na China, e outros que no passado questionaram a abordagem "covid zero" sofreram represálias, como Zhang Wenhong, atacado nas redes sociais e investigado por plágio após um comentário no Weibo simlar ao de Zeng, em julho.

O comentário de Zeng não provocou grande repercussão até o momento na rede social.

Uma futura nova pandemia ameaça ser "pior" que a atual, advertiu nesta segunda-feira (6) a cientista britânica Sarah Gilbert, uma das criadoras da vacina contra a Covid-19 Oxford/AstraZeneca, que pediu mais investimentos em pesquisas para que o planeta esteja melhor preparados para a possibilidade.

"Esta não será a última vez que o vírus ameaçará nossas vidas e meios de subsistência. A verdade é que o próximo pode ser pior. Pode ser mais contagioso, ou mais mortal, ou as duas coisas", afirmou Gilbert de acordo com trechos de um discurso que será exibido nesta segunda-feira à noite pela BBC.

O discurso é parte da Conferência Richard Dimbleby, que conta todos anos com discursos de personalidades do mundo das ciências, artes e empresarial.

Esta professora da Universidade de Oxford, que ajudou a criar uma vacina contra o covid-19 que atualmente é aplicada em mais de 170 países, pedirá que os avanços científicos conquistados na luta contra o coronavírus não sejam "perdidos" por falta financiamento.

"Não podemos permitir uma situação na qual, depois de passar por tudo que passamos, descubramos que as enormes perdas econômicas que sofremos significam que ainda não há fundos para a preparação a uma pandemia", ela deve afirmar.

Gilbert também falará sobre a variante ômicron, contra a qual o Reino Unido intensificou a campanha de vacinação e retomou a obrigatoriedade do uso de máscaras nos transportes públicos e no comércio.

Ela explicará que a variante "contém mutações já conhecidas que aumentam a transmissibilidade do vírus" e que "os anticorpos induzidos pelas vacinas, ou pela infecção com outras variantes, podem ser menos eficazes para prevenir o contágio com a ômicron".

"Até que saibamos mais, nós devemos ser prudentes e adotar medidas para frear a propagação desta nova variante", recomenda.

Para frear a propagação, o governo britânico anunciou no fim de semana que os viajantes com destino ao Reino Unido terão que apresentar um teste negativo para covid-19 antes de embarcar.

Também devem ser submetidos a um teste de PCR nos dois dias seguintes à chegada, com isolamento até a divulgação do resultado.

O Reino Unido, um dos países mais afetados da Europa pela covid-19, com mais de 145.500 mortes desde o início da pandemia, anunciou no domingo que tem 246 casos confirmados da variante ômicron, contra 160 no sábado.

Na última quarta-feira (28), foi realizada a primeira observação de uma luz proveniente da parte de trás de um buraco negro, localizado há 800 milhões de anos-luz de distância. A grande questão se dá porque o objeto cósmico deforma o espaço, dobra a luz e torce os campos magnéticos em torno de si próprio. Esse acontecimento foi previsto por Albert Einstein (1879 – 1955), com a Teoria da Relatividade.

A descoberta foi feita a partir de pesquisas para identificar mais sobre as diversas características de um buraco negro. Todo e qualquer material que cai no objeto cósmico serve como combustível para alimentar as fontes de luz contínuas próximas ao buraco negro. Assim é formada a região conhecida como coroa, que acaba superaquecendo a milhões de graus e cria um plasma magnético.

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O feito foi realizado por Dan Wilkins, astrofísico da Universidade de Stanford, que teve o estudo publicado na revista científica Nature. De acordo com o professor da Escola de Humanidades e Ciências de Stanford, Roger Blandford, há 50 anos, quando os cientistas especulavam sobre a relação entre campos magnéticos e buracos negros, eles não sabiam que, tempos mais tarde, seria possível observar com os próprios olhos a teoria de Einstein sendo aplicada.

Apesar do estudo, ainda estão programadas outras pesquisas para entender melhor o funcionamento dos buracos negros. Uma das instituições responsáveis por isso é o observatório de raios-x da Agência Espacial Europeia, o Athena (Telescópio Avançado para Astrofísica de Alta Energia). Wilkins também integra o projeto para auxiliar na composição da estrutura astronômica.

 

 

A Lei Estadual 15.717/2005 instituiu em São Paulo o Dia do Físico, em 19 de maio A data é uma alusão ao ano de 1905 (19/05), considerado o “Ano Maravilhoso”, época em que o físico Albert Einstein (1879 – 1955) publicou quatro artigos essenciais para o avanço científico, com desdobramentos por todo o século XX, até os dias de hoje. Uma das teses mais conhecidas é a Teoria da Relatividade.

Rogério Toniolo é físico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e conta que Einstein é certamente um dos maiores cientistas do mundo, “pois contribuiu fortemente para o entendimento da natureza em domínios que vão das partículas elementares até a cosmologia.” Toniolo lembra que os trabalhos de Einstein referentes à relatividade e física quântica mostram que existem fenômenos contra intuitivos, que desafiam o senso comum. 

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Dentre os primeiros trabalhos do cientista alemão, está a tese de doutorado sobre o movimento browniano, fundamental no desenvolvimento da teoria atômica da matéria, e a descoberta da equivalência entre massa e energia, que teve papel importante no desenvolvimento do uso da energia nuclear. Além do estudo acerca do efeito fotoelétrico, e como a luz reage durante o contato com a matéria. Este último, teve seu reconhecimento no prêmio Nobel de Física em 1921.

De acordo com o professor, a relação entre Einstein e o estudo da relatividade começou com uma pesquisa sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento, que mais tarde seria apelidada de "teoria da relatividade restrita". Em 1926, o físico teórico apresentou a teoria geral da relatividade, que estuda a relação entre espaço, tempo e gravidade. “Inicialmente houve uma forte desconfiança da comunidade científica. Os efeitos contra intuitivos previstos na relatividade tornaram a teoria um objeto de curiosidade do público em geral o que, naturalmente, gerou desconforto. Por estas razões, a relatividade pode ser considerada um dos seus maiores trabalhos”, conta. 

As descobertas de Einstein estão atreladas diretamente ao desenvolvimento científico, como o estudo acerca da equivalência entre matéria e energia, através da famosa fórmula: e = mc². “Essa descoberta teve papel importante no desenvolvimento da geração de energia nuclear e na criação da bomba atômica, no final da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)”, explica.  O professor Toniolo lembra que o advento da bomba atômica moldou a geopolítica mundial, cujas consequências estão presentes até o dia de hoje. “Einstein inicialmente defendia o desenvolvimento da bomba, pois existia o risco de que a Alemanha nazista a desenvolvesse primeiro. Após os ataques nucleares ao Japão, pondo um fim à guerra, Einstein assumiu seu arrependimento por ter influenciado o presidente americano Roosevelt sobre a necessidade do desenvolvimento de armas atômicas, concretizado pelo projeto Manhattan”.

Legado de Einstein

Além de possuir grande influência no cenário das teorias físicas, Einstein foi referência em um dos quadros mais famosos do pintor surrealista Salvador Dali, “A Persistência da Memória” (1931). “Acabou se tornando um símbolo para a Teoria da Relatividade, por conta das figuras de relógios deformados, escorrendo sob a ação da gravidade. Embora tivesse interesse pela relatividade, Dali afirmou mais tarde que a inspiração para o quadro foi a visão de pedaços de queijo camembert derretido, que acabou usando para simbolizar a fluidez do tempo”, explica.

  O professor Toniolo conta que Einstein também é referência para vários personagens fictícios de cientistas, pela sua aparência de vovô simpático, de cabelos e bigode brancos, e assim ficou sendo como a personificação simbólica da física. Suas obras influenciaram gerações de estudiosos e seu legado é permanente. “Mesmo após de sua morte, há mais de 60 anos, em 1955, Einstein frequentemente volta aos noticiários quando uma de suas previsões teóricas é comprovada”, analisa.

A física brasileira e professora da Universidade de Chicago, Angela Villela Olinto, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências, título que a coloca ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela, Charles Darwin e outras figuras célebres da história e da ciência. Pioneira nos estudos da física de astropartículas, Olinto também foi a primeira mulher a dar aula no departamento de Física da instituição norte-americana. A integração na academia ocorreu na primeira semana de maio.

Em seguida, Olinto integrou a Academia Nacional de Ciências, que, só neste ano, elegeu 120 membros, sendo 59 mulheres, maior número já eleito em um único ano.

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A cientista é formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e possui doutorado em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Na faculdade me interessei por física de partículas e, no doutorado, pela astrofísica. Do pós-doutorado em diante, me dediquei a construir este novo campo que reúne as duas áreas de meu interesse anterior", diz Olinto sobre seu interesse pelas astropartículas, em entrevista à Exame.

Tendo ingressado no MIT nos anos 80, diz que na época não havia nenhuma cientista em seu departamento, apenas colegas homens, num turma com mais de 60 pessoas. A especialista é considerada líder no novo campo da “física das astropartículas”, que são partículas que compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar.

Em 2018, além das aulas e pesquisa, a brasileira assumiu o posto de diretora do departamento de astropartículas da Universidade de Chicago. Ela também participou da criação de um dos maiores laboratórios de observação de partículas energéticas construído na Argentina, o Observatório Pierre Auger. Angela participou fornecendo o apoio teórico para as observações e pesquisa.

O projeto, iniciado em 2010, acabou não sendo lançado por ser de alto custo. Em 2017, o grupo de cientistas conseguiu financiamento da Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) para a criação de balões com telescópios para observar os feixes de luz na atmosfera e raios de alta energia.

O Observatório Espacial do Universo em um Balão de Superpressão (EUSO-SPB) foi desenvolvido com 80 pessoas de 13 países. O balão de alta pressão tem a dimensão de um campo de futebol. Durante o próximo lançamento, em 2023, o segundo balão ficará 100 dias no espaço enviando dados.

 

Um cientista nuclear iraniano descrito como o guru do programa nuclear iraniano foi baleado na rua em uma cidade perto de Teerã.

Mohsen Fakhrizadeh foi emboscado na cidade de Absard, 70 km a leste de Teerã. Quatro agressores abriram fogo depois que testemunhas ouviram uma explosão. Os esforços para tentar salvar Fakhrizadeh falharam e seu guarda-costas também foram feridos.

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O Ministério da Defesa iraniano confirmou a morte de Fakhrizadeh em um comunicado. "Durante o confronto entre sua equipe de segurança e os terroristas, Mohsen Fakhrizadeh ficou gravemente ferido e foi levado ao hospital", disse o comunicado.

"Infelizmente, a equipe médica não conseguiu reanimá-lo e, há poucos minutos, esse importante cientista, após anos de esforço e luta, atingiu um alto grau de martírio."

Fakhrizadeh foi identificado pelo primeiro-ministro de Israel em uma apresentação pública em 2018 como o diretor do projeto de armas nucleares do Irã. "Lembrem-se desse nome, Fakhrizadeh", disse Binyamin Netanyahu durante a apresentação.

Na época, ele acusou o Irã de esconder e expandir seu conhecimento sobre armas nucleares, dizendo que a inteligência israelense havia obtido informações sobre um depósito de meia tonelada de material nuclear do país.

O ataque foi confirmado pela TV estatal iraniana, mas depois negado pela Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) antes de ser confirmado pelo ministério da Defesa.

Fotos do suposto local do ataque também apareceram nos sites de notícias iranianos. As forças de segurança bloquearam a avenida onde ocorreu o ataque. Um porta-voz dos militares israelenses disse: "Não comentamos sobre notícias na mídia estrangeira". O gabinete do primeiro-ministro de Israel disse que não comentaria "sobre tais relatos".

Os relatos confusos da mídia iraniana refletem as altas tensões dentro do país, em meio a relatos de que a inteligência israelense e o serviço secreto receberam luz verde para organizar ataques a instalações nucleares iranianas antes que Donald Trump deixe a Casa Branca.

O ataque acontece uma semana depois de uma visita do secretário de Estados americano, Mike Pompeo, a Israel, e de uma não confirmada e histórica viagem do premiê israelense Binyamin Netanyahu a Arábia Saudita.

Muitas autoridades iranianas acreditam que Trump, em conjunto com Israel e a Arábia Saudita, está determinado a enfraquecer ou antagonizar o Irã antes da transferência do poder nos EUA em 20 de janeiro.

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, disse que está disposto a se juntar novamente ao acordo nuclear com o Irã e suspender algumas sanções econômicas, desde que o Irã volte a cumprir o acordo, especialmente sobre seus estoques excedentes de urânio enriquecido.

Israel e a Arábia Saudita querem que os EUA permaneçam fora do acordo e continuem com uma política de sanções econômicas.

Fakhrizadeh está em uma lista de nomes de autoridades que sofreram sanções dos EUA, e era considerado o principal detentor do conhecimento iraniano sobre o programa nuclear do país.

Brigadeiro-general do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e professor de física na Universidade Imam Hussein, que forma integrantes da Guarda Revolucionária, Fakhrizadeh era considerado um homem envolto em mistério.

Até abril de 2018, nenhuma fotografia dele estava disponível publicamente e, após a morte de vários outros cientistas nucleares, uma camada adicional de sigilo e segurança foi colocada em torno dele, em um esforço para protegê-lo contra assassinos do serviço secreto de Israel.

Ele assumiu o comando do Centro de Pesquisa de Física do Irã em 1988 e, em seguida, tornou-se chefe de pesquisa do Instituto de Física Aplicada, de onde o programa secreto de pesquisa nuclear do Irã foi conduzido.

Ele nunca havia sido entrevistado por um membro da AIEA, órgão de vigilância nuclear da ONU, mas foi citado em seus relatórios. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um grupo de cientistas detectou pela primeira vez a existência de uma armadura biomineral em um inseto, uma espécie de formiga cortadora de folhas e endêmica na América Latina, que se protege dos ataques das formigas soldados.

Este tipo de armadura são características por exemplo dos crustáceos, como as lagostas, e outros animais marinhos, como os ouriços.

A Acromyrmex echinatior é uma formiga trabalhadora de classificação superior que coleta pedaços de folhas frescas da rua, uma vez que mastigadas pelas simples operárias, servem para o cultivo de fungos, alimento das larvas.

Mas tanto este cultivo como as larvas são alvos de outras formigas predadoras, como as pertencentes a "casta dos soldados de tamanho grande" da espécie Atta Cephalotes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (24) na Revista Nature Communications.

Enquanto estas têm "potentes mandíbulas enriquecidas com zinco" e medem cerca de 10 mm, as Acromyrmex Echinatior, de 6 mm, conseguem se defender, explicam seus autores, os microbiólogos chineses Hongjie Li, e o norte-americano, Cameron R. Currie, da Universidade de Wisconsin-Madison.

Seu corpo é "coberto de uma fina capa branca", composta de carbonato de cálcio e enriquecida com magnésio, disse Currie à AFP. Os pesquisadores consideram que esta armadura "melhora a rigidez de seu exoesqueleto", equipado com pontas.

Para comprovar, os autores do estudo reproduziram vários exemplares desta espécie impedindo a formação da armadura e os confrontaram com umas Atta Cephalotes em "experiências de agressão, imitando as 'guerras de formigas' por um território".

Neste caso, "os soldados Atta as dispersaram rapidamente", segundo Currie. Em um cenário diferente, ao repetir o mesmo experimento com formigas dotadas de armaduras, seu adversário perde em quase todos os duelos.

Esta proteção também pode ser útil diante de alguns patógenos, como as infecções que transmitem alguns fungos. Os pesquisadores constataram que sem a armadura, as formigas expostas a tais adversidades morriam em torno de quatro dias, enquanto as demais resistiram até seis dias com a armadura.

Os autores do estudo acreditam que este fenômeno poderá existir também em outras espécies de insetos menos conhecidas.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, designou nesta segunda-feira (9) os cientistas que coordenarão a luta de seu governo contra a pandemia de Covid-19, em um anúncio para destacar qual será a prioridade quando iniciar seu mandato em 20 de janeiro.

O comitê será liderado pelo epidemiologista e ex-comissário da FDA (Agência Federal de Alimentos e Medicamentos) David Kessler, o ex-secretário de Saúde Pública Vivek Murthy e a professora de Saúde Pública da Universidade de Yale Marcella Nunez-Smith, de acordo com um comunicado divulgado pela equipe de transição de Biden.

O comitê terá dez membros, de imunologistas e epidemiologistas a especialistas em biodefesa e autoridades de Saúde Pública.

Pouco antes, o laboratório americano Pfizer e a empresa alemã BioNTech anunciaram que a vacina que desenvolvem em conjunto mostrou 90% de eficácia para evitar contágios de Covid-19 durante os testes da fase 3, notícia celebrada por cientistas, políticos e mercados.

Biden, que disse ter recebido a notícia de maneira antecipada no domingo à noite, felicitou "os brilhantes homens e mulheres que ajudaram a produzir este avanço e a nos dar uma razão para sentir esperança", mas advertiu que o fim da batalha contra a Covid-19 "ainda está a vários meses de distância", destacando a importância de continuar usando máscara.

"O MERCADO FINANCEIRO SOBE MUITO, VACINA EM BREVE. INFORME 90% EFETIVO. QUE GRANDE NOTÍCIA!", tuitou o presidente Donald Trump minutos depois do anúncio da Pfizer, que provocou um salto nas Bolsas europeias.

O coronavírus provocou mais de 237 mil mortes nos Estados Unidos, e os casos crescem de forma exponencial em todo país.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, que contabiliza os casos, os novos contágios nos Estados Unidos superam há vários dias a marca de 100 mil a cada 24 horas. O número de infectados se aproxima de 10 milhões, sem sinais de desaceleração.

A pandemia continua sendo "uma das batalhas mais importantes que nossa administração enfrentará, e a ciência e os especialistas me informarão", afirmou Biden no comunicado.

O comitê científico ajudará a criar a estratégia para combater a propagação do vírus, assim como garantir que uma vacina segura seja distribuída de maneira eficiente, protegendo a população de risco.

O presidente eleito prometeu elaborar um plano de ação que será aplicado logo após a posse. E anunciou que, ao lado da vice-presidente eleita, Kamala Harris, receberá informações nesta segunda-feira da equipe científica sobre o vírus.

Biden falará depois sobre a pandemia e a recuperação da economia, duramente afetada pelo coronavírus.

O cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em uma entrevista virtual ao Financial Times que pode levar até cinco anos para o novo coronavírus ser controlado. A pandemia já atingiu mais de quatro milhões de pessoas e matou cerca de 300 mil em todo o mundo.

Para Soumya Swaminathan a ‘demora’ pode ser influenciada por fatores como mutações. Pois embora seja desenvolvida uma vacina eficaz, as alterações genéticas acabam desvalidando a possível proteção. "Não temos uma bola de cristal", pontuou.

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"Eu diria que em quatro ou cinco anos podemos estar controlando a situação", disse Swaminathan. Ele ainda frisou que a pandemia pode piorar, mas garantiu que neste momento é importante seguir as recomendações sanitárias e manter o isolamento indicado pela organização.

"Ele não tem equilíbrio psicológico para governar um país", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente Bolsonaro. A declaração foi feita pelo petista, em vídeo, além de ter sido compartilhada por ele mesmo em suas redes sociais. Lula fala que o atual presidente está fazendo pouco caso dos cientistas, pesquisadores e médicos, diante o enfrentamento ao novo coronavírus.

"É um comportamento que ele acha que está falando para o público que ele acha que é dele - quem sabe que é para um público que faz parte dos milicianos", aponta o petista. Além disso, Lula salienta que para Bolsonaro mandar o povo voltar a trabalhar e sair nas ruas, o governo tem que orientar as pessoas sobre os devidos cuidados e responsabilidades das empresas e do poder público.

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"Tem que ter um certo critério no comportamento e na fala do presidente. Ele não pode fazer essas falas 'jocosas' como fazia o primeiro ministro da Inglaterra e como fazia Donald Trump, tratando com falta de respeito a ciência e as pessoas que querem ficar em casa", afirma Lula.

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A higienização das mãos é um cuidado importante de saúde muitas vezes negligenciado. No entanto, com o surgimento do novo coronavírus (SARS-COV-2), patógeno causador da Covid-19, todo o mundo passou a se preocupar com a limpeza das mãos como forma de se proteger da pandemia.

Lavar corretamente as mãos com água e sabão segue sendo a maneira mais indicada para matar os agentes causadores de doenças, mas nem sempre as condições são favoráveis para isso. Foi a preocupação com as condições para limpeza das mãos por parte de profissionais de saúde que motivou a criação, no ano de 1966, do álcool gel, produto altamente procurado no momento pelo seu potencial auxílio no combate à contaminação por coronavírus. A invenção e patente do produto significaram um grande avanço para a sociedade, no entanto, poucas pessoas conhecem sua origem e quem o criou.

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Lupe Hernandez estudava enfermagem na cidade de Bakersfield, localizada no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Percebendo a falta de água e sabão à disposição dos profissionais que atuavam no segmento de saúde, a estudante de origem latina começou a buscar uma solução de limpeza que fosse portátil e de fácil utilização na falta de uma pia, por exemplo. O produto criado por Lupe Hernandez, segundo o professor de química Josinaldo Lins, é composto por etanol, o álcool etílico que conhecemos, em uma concentração de varia de 60% a 80%, menos volátil que em concentrações mais altas, e também por um composto chamado carbopol, que age como espessante que torna o produto gelatinoso.

Uso do álcool gel foi intensificado com a pandemia do coronavírus. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

“Alguns apresentam fragrância, porém isso não influencia na sua ação germicida”, explicou o professor, uma vez que “a eliminação de germes se deve ao fato destes apresentarem em sua estrutura uma camada de gordura, na qual o álcool adere, e feito isso, o produto penetra na estrutura interna do microorganismo e o mata”. Josinaldo Lins destaca a importância da descoberta de Lupe Hernandez, pois em condições de difícil acesso a meios que permitam uma boa lavagem das mãos, que é a melhor escolha sempre, o álcool gel supre essa necessidade. “Se não tem água corrente, se o fornecimento de água não é adequado, se não tem sabão ou detergente a cada vez que vamos ao banheiro ou a outro lugar da casa ou do trabalho que seja usado para higiene pessoal, temos que ter uma alternativa, e essa é o álcool em gel. Claro que não substitui a lavagem tradicional das mãos, com água e sabão, e também tem restrições de uso, o uso excessivo pode irritar a pele”, afirmou o educador.

Com os avanços que a descoberta representou no acesso da sociedade à boa higiene das mãos, era de se esperar que existisse um grande volume de informações a respeito da pessoa que possibilitou essa descoberta. No entanto, não foi bem isso que aconteceu: pouquíssimas informações a respeito da vida e história de Lupe Hernández são conhecidas e puderam ser resgatadas para esta reportagem.

“Eu lembro de ter lido em uma matéria que nos Estados Unidos há meio que uma política de não haver o reconhecimento de que latinos têm protagonismo em determinadas áreas para que haja aquele conceito do ‘all american’, ou seja, todos são americanos, para afirmar que todos são americanos no final das contas. A gente vê uma pessoa que tem uma importância imensurável, que só foi reafirmada agora, em tempos dessa pandemia, só que infelizmente ela não teve o tratamento necessário. Não se sabe nem se ela recebeu os direitos, os royalties por ter inventado o álcool gel”, criticou o professor Josinaldo, quando perguntado sobre a ausência de informações acerca de Lupe Hernandez.

A memória de Lupe Hernandez enfrenta, ainda, outra barreira de preconceito para que sua criação tenha o reconhecimento merecido. Vale ressaltar que, além de latina, trata-se também de uma mulher na ciência, ambiente historicamente hostil às mulheres. Lupe não foi a primeira e infelizmente muito menos a última mulher a sofrer com a falta de reconhecimento por suas descobertas científicas, como evidencia a fala de Rita Moura, doutora em ciências biológicas, professora de genética e diretora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE). “Como geneticista me vem à mente um exemplo memorável, a descoberta feita na década de 40 pela Bárbara McClintock ao estudar grãos de milho quanto ao fenótipo e aspectos genéticos relacionados, na Cornell University. Ela inferiu que os resultados do seu trabalho indicavam a ocorrência de elementos genéticos móveis. Seu trabalho quebrou muitos paradigmas na genética e só foi reconhecido 30 anos depois. Ela recebeu o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1983, bem como outros prêmios. Poucos a conhecem além daqueles que estudam genética, mesmo ela tendo dado uma contribuição científica que a colocou no mesmo patamar de Gregor Mendel”, contou Rita, que costuma citar a história de Bárbara, que a emociona, quando sente que precisa inspirar alunas e futuras cientistas.

A falta de reconhecimento e apoio às mulheres nas ciências não é um fato que ficou no passado. Rita cita diversos problemas que as mulheres ainda enfrentam em suas carreiras como pesquisadoras para conseguir desempenhar seus trabalhos, conciliar a profissão com a família e obter o devido crédito pelos seus feitos. “A preocupação das mulheres não é só com a diminuição da produtividade, mas também com a forma de conciliar suas atividades com o período de gestação, em particular para aquelas que fazem experimentos que utilizam drogas em sua rotina. Com relação à redução da produtividade, ela irá naturalmente acontecer pelo menos no primeiro ano de vida de seu filho e para voltar a crescer exigirá uma dedicação extrema. A alta cobrança das mulheres pesquisadoras nesse sentido, ocasiona a ocorrência de ansiedade e muitas vezes faz com que elas passem a questionar se vale a pena se dedicar à carreira científica”, disse a doutora.

As cobranças que as mulheres que optam pela vida acadêmica sofrem durante o exercício de seu trabalho e também fora dele, especialmente se elas forem mães, também estão entre as dificuldades impostas pela sociedade às cientistas. “As mulheres são julgadas no ambiente de trabalho, inclusive por colegas do sexo feminino que se mostram impiedosas com as colegas que deixam de acompanhar o filho ao médico, ir à abertura dos jogos na escola e viajam para ficar alguns meses em instituições em outros estados ou no exterior, mesmo que de forma esporádica. Quando a mulher está à frente da pesquisa coordenando, os resultados em geral ao serem divulgados e repercutidos, eles são muitas vezes creditados ao trabalho da equipe. Diferente dos trabalhos coordenadas por homens, cujos resultados de imediato geram grande visibilidade ao coordenador”, declarou Rita.

Quando questionada sobre questões ligadas à nacionalidade e origem étnica na ciência, a diretora do Instituto de Ciências Biológicas da UPE destacou as diferenças estruturais para a produção de conhecimento e pesquisa em diferentes países, e como isso pode levar ao preconceito dentro da comunidade científica. “No Brasil, fazer ciência tem sido um ato de resistência considerando que nos últimos quatro anos as perdas de investimentos relativas às pesquisas não afetaram apenas o ritmo dos trabalhos, atingiram também a autoestima dos estudantes de pós-graduação. Esta realidade aumenta a distância que já existe quanto à credibilidade da pesquisa feita no Brasil. Contudo, é importante dizer que no Brasil temos excelentes pesquisadores, incluindo os pós-graduandos, os quais se empenham enormemente para mudar essa realidade quanto às condições de trabalho e a valorização profissional. E por último dizer que o desafio para nós mulheres na pesquisa foi e ainda continua sendo maior, mas que é transponível e que podemos e devemos continuar lutando para transformar essa realidade”, afirma Rita Moura.

A falta de informações sobre Lupe Hernandez e seu legado afeta também a sua história de vida. Mesmo após uma longa busca por artigos científicos, notícias e pesquisadores em universidades que pudessem informar coisas básicas como quando Lupe Hernandez nasceu e quando (e se) morreu, nossa reportagem não conseguiu obter mais dados sobre ela, além dos que já foram citados.

A UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Recife informa que, devido ao grande aumento no número de casos confirmados do Coronavírus no Brasil, a urgência e a alta demanda em identificar a diversidade dos vírus, a cientista Jaqueline Góes precisou adiar a sua vinda ao Recife. O evento estava marcado para esta sexta-feira (13).

A decisão, tomada em conjunto com a Instituição de Ensino, visa também preservar todo o corpo discente, docente e inscritos na palestra, uma vez que Pernambuco teve casos da doença confirmados e que há indicações para evitar a realização de eventos com grande número de pessoas.

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Assim como a Jaqueline Góes, a UNINASSAU Recife pede desculpas pelo decorrido e informa que, em breve, teremos uma nova data para a palestra.

Da assessoria de imprensa

Uma pesquisa da Universidade de Buffalo, em Nova York, comprovou através de análises que o dito popular “antes só, do que mal acompanhado” é difundido com razão. Do ponto de vista da saúde, o estudo publicado pela Journal of Family Psychology aponta que estar sozinho acarreta menos problemas.

Os cientistas examinaram como a qualidade de um relacionamento na transição da juventude para a fase adulta pode mexer com a saúde. Eles levaram em consideração temáticas como a satisfação e a hostilidade do companheiro.

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Segundo o levantamento, aproximadamente um terço dos jovens experimentam mudanças significativas em suas relações ao longo de um período de dois anos. Assim, também foram avaliadas perguntas sobre crítica, apoio, bondade, carinho, compromisso e questionamentos sobre o comportamento fora do relacionamento.

Com os resultados, eles perceberam que, quanto mais as pessoas conviviam em relacionamentos de ‘alta qualidade’ ou quanto mais rápido os relacionamentos de baixa qualidade acabavam, melhor era a saúde.

O bem-estar é constatado de forma relativamente rápida com relacionamento de alta qualidade. Do outro lado, os efeitos prejudiciais são notados em relação aos de baixa qualidade, especialmente naqueles longos e considerados ‘ruins’ . 

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