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O uso constante do cigarro é responsável por uma lista enorme de problemas. O tabagismo pode comprometer a saúde das pessoas, causando até 17 tipos de câncer, além de outras doenças, como aponta o médico oncologista Sandro Cavallero, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), e membro da diretoria nacional da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), de acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o tabagismo também faz parte do grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa.

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Sandro Cavallero diz que o câncer de pulmão é o mais comum entre fumantes e que 90% dos casos têm origem no consumo do tabaco. “Vamos lembrar que o câncer de pulmão, incluindo traqueia e brônquio, atinge mais de 30 milhões de brasileiros por ano. E o pior: mais de 80% desses pacientes morrem”, afirma.

Segundo o oncologista, o tabaco também causa envelhecimento precoce da pele, mau hálito, estraga os dentes e deixa o fumante sem fôlego. “Além, é claro, de doenças cardiorrespiratórias, cardiovasculares, metabólicas e muitas outras doenças graves são causadas pelo cigarro”, acrescenta.

Sandro Cavallero alerta sobre os prejuízos do tabagismo e explica que eles são cumulativos, ou seja, quanto mais tempo uma pessoa fuma, ela se torna ainda mais suscetível a sofrer doenças futuramente. Ele também acrescenta que o risco de um fumante ativo ter câncer é 80 vezes maior em comparação com alguém que não tem contato com cigarro.

O oncologista explica que o câncer de pulmão também pode ser desenvolvido em pessoas que não possuem o hábito de fumar. Apesar de o tabagismo ser um fator de risco para o surgimento da doença, existem outros fatores, como obesidade, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada, exposição ao sol e a substâncias cancerígenas, entre outros.

“Os fumantes passivos também são vítimas do tabaco. Quase 13% das pessoas que morrem por causa do câncer de pulmão nunca colocaram um cigarro na boca. São pessoas que convivem com fumantes. O risco de um fumante passivo ter câncer de pulmão chega a ser 25% maior do que o risco de alguém que não tem contato com cigarro”, complementa.

Em tempos de pandemia, para quem faz uso excessivo do cigarro e de outros produtos à base do tabaco, os cuidados precisam ser intensificados. Sandro ressalta que o fumante já tem os pulmões comprometidos e são órgãos muito afetados pela covid-19, sendo uma combinação muito perigosa. De acordo com o oncologista, um estudo realizado na China mostrou que as chances de progressão da doença até a morte foram 14 vezes maiores entre pessoas com histórico de tabagismo em comparação aos não fumantes.

“Os cuidados necessários começam pela prevenção à covid-19: usar máscara, manter o distanciamento, higienizar sempre as mãos com água e sabão ou com o álcool gel 70%. Também é recomendado reduzir ou parar de fumar”, orienta.

Sandro Cavallero explica que o cigarro provoca dependência física e psicológica e que é um dos vícios mais difíceis de largar. Entretanto, afirma que é possível se livrar desse hábito com ajuda especializada. O oncologista diz que o tratamento se baseia na terapia cognitivo-comportamental e no uso de medicamentos.

Sandro afirma que parar de fumar é uma das principais recomendações para quem quer ter uma vida mais saudável e reduzir o risco de doenças graves. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos cânceres podem ser evitados se adotarmos hábitos saudáveis. Evitar a obesidade, o sedentarismo e o álcool, ter uma boa alimentação e, especialmente, não fumar são atitudes fundamentais para viver mais e com qualidade”, finaliza.

Em Belém, há o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante, da Sespa, que oferece o atendimento multidisciplinar necessário. O Cratf funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

Endereço: Unidade de Referência Presidente Vargas (Av. Presidente Vargas, 513).

Telefone: (91) 3242-5645.

Por Isabella Cordeiro.

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O dia 31 de maio é o Dia Internacional de Combate ao Fumo, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e visa colocar em pauta os prejuízos do cigarro, que são inúmeros e afetam de modo constante os fumantes e os quem vivem a sua volta. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), morrem, por dia, 443 pessoas por tabagismo no Brasil. Esse número alarmante reforça a necessidade urgente do combate ao fumo.

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A pneumologista Fátima Amine diz que, antes de tudo, é necessário entender que todas as formas de consumir o tabaco são prejudiciais, inclusive o narguilé e o cigarro eletrônico. “Segundo a OMS, uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde a uma exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros”, explica a médica.

O Inca afirma que os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são tão prejudiciais quanto os cigarros convencionais, não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina, o que pode causar doenças respiratórias. Somado ao risco de intoxicação, há também o risco de explosão, podendo causar danos físicos e materiais.

Além disso, Fátima frisa que, ao ser um fumante, todos os sistemas e órgãos do corpo são afetados, e diversas doenças podem ser desenvolvidas, tais como AVC (acidente vascular cerebral), infarto do miocárdio, enfisema, infertilidade, câncer de pulmão, de estômago, entre outras.

A coordenadora executiva Ana Paula Santos parou de fumar há dez anos, e diz que foi em busca da qualidade de vida. “Pedalava, fazia academia, reduzi o consumo de industrializados, me alimentava melhor e então caí na real que não adiantava nada disso, se continuasse fumando e absorvendo inúmeras substâncias químicas, através do cigarro”, conta Ana Paula.

O processo de combate ao cigarro foi complicado, mas Ana Paula afirma que conseguir parar de fumar foi libertador: “Conseguir frequentar qualquer lugar sem me preocupar onde poderei fumar é libertador, assim como aprender a lidar com o nervosismo e a ansiedade. O cigarro foi minha companhia em situações desse tipo durante muitos anos. Ele traz companhia, acalma e depois a gente vê que existe uma vida normal sem ele. É possível”.

Tanto a pneumologista quanto a coordenadora executiva afirmam que parar de fumar é difícil, mas é um caminho viável e necessário. “Seja forte e corajoso. Não vou mentir, pois é sofrido tentar parar. Não sei qual a crença de quem vai ler esse texto, mas nessas horas ter um lado espiritual fortalecido é fundamental para trazer renovo depois de um dia difícil”, aconselha Ana Paula.

A médica Fátima pontua que a luta contra o tabagismo deve ser feita com ajuda profissional, e citou o programa CRATF – Centro de Referência em Abordagem e Tratamento de Fumante -, oferecido pela Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), para todos os residentes na Região Metropolitana de Belém. O serviço tem como objetivo central preparar os fumantes para largar o fumo, fornecendo atendimento e acompanhamento médico, psicológico, enfermagem, nutricional, assistência social e odontológica.

O centro se encontra na URES – Presidente Vargas, número 513, e pode ser contatado pelo telefone (91)3242-5645.

Por Roberta Cartagenes e Haroldo Pimentel.

O Dia Mundial sem Tabaco, comemorado hoje (31), foi instituído em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre os danos que o tabagismo pode causar na saúde. Até então, existiam diversos comerciais em todas as mídias que exaltavam o ato de fumar mas, a partir do final dos anos 1980,  essas peças publicitárias foram proibidas e as embalagens de cigarros começaram  a estampar alertas sobre as consequências do fumo.

O tabagismo pode ser responsável por diversos danos respiratórios e mudanças no olfato, paladar, queda do rendimento do fôlego e secreção matinal. Segundo o pneumologista João Carlos de Jesus, o fumante não costuma associar essas causas ao cigarro e até se acostuma com elas. A médio prazo, o indivíduo desenvolve algum grau de enfisema pulmonar e bronquite crônica que impacta na respiração e no rendimento de atividades físicas. “Com o tempo, as consequências também surgem nas atividades básicas do dia a dia e passam a necessitar do uso de oxigênio. Por último, a longo prazo, é aumentado o risco de câncer de pulmão”, alerta.

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Além do baixo rendimento em atividades físicas, o fumante também pode ter consequências negativas na vida sexual. “Além disso, envelhecem mais rapidamente, ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo”, explica o oncologista Rafael De Cicco.

De acordo com Cicco, vários tipos de câncer possuem ligação direta com o cigarro, como os tumores de pulmão, boca, laringe, garganta, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemias. “Quem fuma tem risco seis vezes maior de desenvolver um câncer de boca ou garganta, por exemplo. Por isso é importante parar de fumar e com isso diminuir esses riscos de desenvolver essas doenças tão sérias”, recomenda o oncologista.

O fumo também pode causar danos à visão. “Além da irritação dos olhos, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença degenerativa da retina que tem o cigarro como um dos seus principais vilões”, comenta o oftalmologista, Daniel Kamlot. 

O coração é outro órgão afetado pelo tabagismo. A cardiologista Alessandra Gazola detalha que além dos vasos sanguíneos ficarem irritados e gerar uma lesão inflamatória, eles também ficam mais rígidos, o que pode causar uma hipertensão arterial, responsável pelo aumento de pressão. “Dentre outras complicações, o paciente pode desenvolver angina, infarto agudo do miocárdio, aneurisma e trombose”, descreve.  

As gestantes fumantes possuem riscos maiores na gravidez, como casos de  descolamento de placenta e hemorragias uterinas. “Além de afetar o desenvolvimento do bebê, aborto espontâneo, partos prematuros, morte perinatal e síndrome da morte súbita, em lactantes. Os filhos de fumantes também podem apresentar quadros de doenças respiratórias na infância e ao longo da vida adulta”, destaca a ginecologista e obstetra Anne Caroline Andrade. 

A pediatra Paula Sellan lembra que crianças expostas ao fumo possuem maiores chances de desenvolver bronquiolite de forma mais grave. “Até mães que não fumam, mas que são expostas ao tabagismo passivo podem ter filhos com maior incidência de problemas respiratórios na infância. Essas crianças também têm maior risco de morte súbita nos primeiros meses de vida”, explica.

De acordo com a psicóloga Elisangela Paes Leme existem vários gatilhos que podem dar início ao ato do fumo. “Na adolescência, pode ser uma maneira de ser aceito num grupo; a ideia de que fazer algo proibido para criança pode levá-lo a ser reconhecido como ‘adulto ou descolado. O problema é que a pessoa fica viciada. Ou seja, não é um recurso saudável para resolver os problemas”, complementa. 

Elisangela afirma que parar de fumar, exige muita determinação e vontade de enfrentar o vício. O tabagista precisa buscar por um médico psiquiatra para ajudar com medicamentos na compulsão e um psicólogo para desenvolver a resiliência emocional e identificar as causas psíquicas que desencadearam a compulsão. “Quando a dependência química e emocional não é tratada e o fumante só tem o vício como recurso para se acalmar, qualquer problema da vida pode desequilibrar. A vida é um misto entre ganhar e perder. Por isso, aprender a lidar com os sentimentos e superar as frustrações torna-se fundamental”, sugere.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora nesta segunda-feira (31) o Dia Mundial sem Tabaco com a campanha "Comprometa-se a parar de fumar”, visando a promover uma mobilização global para combater o hábito de fumar. Cada país, cada setor da sociedade e instituições ajudam a sensibilizar as pessoas de que fumar faz mal à saúde e que é fundamental deixar o hábito.

Com esse objetivo, a Fundação do Câncer lançou em seu site a cartilha Prática para Parar de Fumar, que orienta a população sobre os malefícios do tabaco. “O que a gente fez foi uma cartilha com algumas dicas para aqueles que fumam, mostrando a importância de parar de fumar e o mal que esse hábito faz à saúde da própria pessoa e dos outros. A OMS fez uma relação de 100 razões para motivar as pessoas a pararem de fumar”, disse à Agência Brasil o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni.

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A cartilha deixa claro que o tabagista é um dependente químico. “É um dependente da nicotina, e a gente entende isso como uma doença”, ressaltou o médico. É preciso que o fumante se convença de que precisa de ajuda, se conscientize disso e, depois, tome a decisão de parar. “Não é simples. A gente entende isso pela própria dependência”, afirmou.

Maltoni explicou que a dependência da nicotina ocorre, inclusive, com abstinência. Por isso, é muito importante ter apoio de quem está próximo, da família, dos amigos. Para os dependentes, ele recomendou que não devem ter vergonha mas, ao contrário, precisam exteriorizar a vontade de parar de fumar, porque obterão ajuda.

Mudança de hábitos

Uma das principais recomendações para a pessoa deixar de fumar é a mudança de hábitos, porque existe todo um cenário externo que facilita o hábito de fumar. Tomar um cafezinho após o almoço é um deles. A cartilha ajuda, indicando mudanças. Em vez do café, por exemplo, beber água. “Enfim, fazer alguma coisa diferente daquilo que leva a pensar ou ter vontade de fumar. Criar hábitos saudáveis, como alimentação adequada, exercícios físicos, tomar bastante líquido”, disse o médico.

Luiz Augusto Maltoni destacou também que tanto no sistema privado, quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), há orientações sobre locais e gente treinada para ajudar quem quer deixar de fumar. O Disque Saúde atende pelo número 136. De maneira geral, as abordagens iniciais são feitas por profissionais da saúde que conversam, compreendem o grau de dependência do fumante e definem qual o melhor caminho a seguir.

Segundo o médico, o passo inicial costuma ser uma abordagem cognitiva comportamental, sugerindo mudança de hábitos, o que, na maioria das vezes, é feito em grupo. “É interessante, porque se trocam experiências, um ajuda o outro”. Depois, as reuniões vão se espaçando, até que a pessoa consegue parar.

Em alguns casos, é preciso que se acrescente tratamento medicamentoso, que é feito de duas formas: ou pela reposição de nicotina, por meio de adesivos ou de goma de mascar, “e aí vai reduzindo a dose, sempre com orientação médica”, ou ainda com uso de antidepressivo, também disponível no SUS. Maltoni reforçou que o tabagista é um dependente químico e deve ser tratado com o carinho que merece, entendendo que não é simples parar de fumar e que, muitas vezes, as pessoas que tentam parar acabam falhando em uma primeira vez.

“Mas devem insistir, porque a gente sabe que, com o número de tentativas, a pessoa acaba conseguindo, porque vai depender da vontade, do apoio, do grau de dependência que tinha. Mas é possível”. Tomar consciência do mal que o fumo representa também para as pessoas que cercam o fumante é um incentivo. “Procurando ajuda, consegue parar”.

O médico lembrou que, qualquer que seja a forma que tenha, a nicotina é uma substância altamente viciante e, uma vez tragada, em segundos ela atinge o sistema nervoso central e provoca dependência química. “E faz abstinência, como ocorre com o álcool e outras drogas”.

Experiência

De linguagem direta e clara, a cartilha está disponível no site da Fundação do Câncer ou diretamente no link http://app10.cancer.org.br/93/parar-de-fumar. A publicação ajuda o fumante a deixar a dependência do tabaco, que ainda afeta 9,8% da população brasileira. Além disso, contém a ansiedade, esclarece os males que a dependência química da nicotina traz e mostra os benefícios que o indivíduo tem em sua saúde, horas, dias e semanas após deixar o vício.

A cartilha propõe ainda uma reflexão sobre os fatores negativos da dependência do cigarro, entre eles o cheiro forte, o gosto na boca e o fato de o produto causar diversas doenças que podem levar à morte.

Sueli Fátima Perestrelo, 59 anos, fumou durante quase 30 anos e só depois desse tempo deixou a dependência do cigarro. Ela disse à Agência Brasil que está há cerca de dez anos sem fumar. "Eu fiz tratamento três vezes para parar de fumar. Só na terceira consegui. O que me ajudou a parar de fumar foram as reuniões. Escutando depoimentos, conversando com um e com outro é que você consegue parar”.

Maria Vera deixou o cigarro há oito anos, depois de fumar mais de 30 anos. Ela afirmou que estava querendo parar há muito tempo. “Tentei várias vezes. Parava, depois voltava”. O fato de ter filhos e, depois, netos, influenciou na decisão de Maria Vera abandonar de vez o cigarro. “Prejudica as crianças. Uma coisa foi se juntando à outra. E como eu já estava querendo parar, deixei de vez. Determinei que não ia fumar mais e parei. É difícil. Tem que ter muita força de vontade”, explicou. “Teve época em que engordei demais, devido à ansiedade que o cigarro causa, e descontei na comida. Mas depois voltei ao normal”. 

Uma carga com cerca de 9.300.000 (nove milhões e trezentas mil) unidades de cigarros foi apreendida na última quarta-feira (17), no município de Salgueiro, localizado no Sertão de Pernambuco, por circular sem nota fiscal. A operação contou com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Tarefa contra Roubos e Furtos de Cargas de Pernambuco.

Segundo a Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), foi constatado que o material, avaliado em mais de R$ 1.200.000 não era roubada ou furtada, mas estava circulando com uma nota fiscal irregular.

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Os cigarros foram autuados pela polícia, mas liberados após o dono da carga pagar aproximadamente R$ 500.000 de multa e imposto, referente à sonegação.

A partir desta terça-feira (19), entra em vigor o novo Regulamento para a Qualidade do Ar da cidade de Milão, na Itália, que, entre outros pontos, proíbe a prática de fumar em locais onde haja a presença de pessoas a menos de 10 metros de distância.

Também está proibido fumar em pontos de ônibus, em áreas verdes, em parques voltados para as crianças, locais de práticas esportivas - como estádios e ginásios - e cemitérios. Até 1º de janeiro de 2025, porém, ainda será permitido fumar ao ar livre em locais isolados seguindo as regras atuais. Depois disso, fumar em público em qualquer situação será proibido.

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Com isso, Milão se tornou a primeira cidade da Itália a impor regras bastante restritivas para os fumantes - e o plano para diminuir a poluição local é ainda mais amplo. Por exemplo, a partir de 2023, serão proibidos os aquecedores movidos a diesel em prédios, que deverão ser substituídos por combustíveis renováveis.

Também os distribuidores de combustíveis fósseis serão obrigados a disponibilizar pontos de recarga de energia elétrica para veículos a partir do mesmo ano. Caso haja impossibilidade técnica, a empresa deverá fazer a instalação em uma área pública.

Segundo o assessor para Mobilidade, Marco Granelli, à época da discussão da lei, a medida "tem um duplo significado porque ajuda a reduzir o PM10 [um dos tipos de índice de poluição do ar], mas faz também uma operação de prevenção da saúde".

Milão, assim como toda a região da Planície Padana, é uma das cidades com os piores índices de qualidade de ar da Itália e sofre constantemente com o problema. O tema sobre a poluição atmosférica voltou aos holofotes também durante a pandemia de Covid-19 por conta de dúvidas ligadas se esse fator influenciou na maior quantidade de casos em toda a região da Lombardia.

No entanto, a conclusão de um estudo da Fundação Internacional Menarini sobre a questão apontou que a poluição do ar é uma "aliada" do coronavírus Sars-CoV-2, mas não é um vetor capaz de difundir e transportar o vírus.

Da Ansa

Uma carga roubada de 553 maços de cigarro foi recuperada e três homens que estavam com a mercadoria foram detidos nesta segunda-feira (23), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. O flagrante foi realizado em uma ação integrada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (BOPE-PM).

Policiais receberam informações de que um furgão havia sido roubado e realizaram buscas até localizar o veículo estacionado na Feira Livre de Afogados. Ao chegarem ao local, foram avistados três homens descarregando a mercadoria e parte dela estava dentro de um carro.

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Um dos homens tentou fugir do local, mas foi alcançado por policiais militares. O trio foi encaminhado ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, para a adoção dos procedimentos legais.

*Da assessoria.

Com o objetivo de proteger a saúde pública e o meio ambiente, a Câmara Municipal de Milão, na Itália, aprovou o novo "Regulamento para a Qualidade do Ar", que vai proibir a partir de janeiro o fumo ao ar livre em alguns pontos da cidade.

Em uma reunião realizada por videoconferência, as novas restrições foram aprovadas com 25 votos a favor, oito contra, quatro abstenções e dois ausentes.

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Em nota, o Palazzo Marino, sede da prefeitura de Milão, explicou que definiu as "prioridades" e os "prazos" das ações destinadas para "melhorar a qualidade do ar" e o "meio ambiente" da cidade italiana.

Uma das mais importantes diretrizes diz respeito aos cigarros. A partir do dia 1º de janeiro de 2021, a capital da Lombardia proibirá o fumo em estruturas esportivas, cemitérios, parques, pontos de ônibus e estações de trem, inclusive ao ar livre.

Os moradores de Milão só poderão fumar em suas próprias residências ou em áreas isoladas. Entretanto, a partir de 2025, a proibição será alargada para todas as áreas públicas externas.

Desta forma, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, cumpre uma promessa que havia feito em janeiro deste ano, de aplicar restrições mais severas até chegar a proibição total do fumo ao ar livre até 2030.

Da Ansa

A PNS 2019, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (18), estimou que 11,3% da população pernambucana, ou 800 mil pessoas, consumiam algum produto derivado do tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional. O levantamento detectou também que 715 mil pernambucanos com mais de 18 anos, ou 10,1% do total, fumavam diariamente, sendo 13,2% homens e 7,5%, mulheres. A média de consumo é de 11,2 cigarros por dia. Além disso, de acordo com a pesquisa, 9,5% dos adultos pernambucanos e 12,9% dos recifenses com mais de 18 anos fumavam cigarros industrializados, o maior percentual do Norte e Nordeste em ambos os casos.

A proporção de pessoas que fumam todos os dias é ainda maior no Recife, com 11,6%, a maior proporção das capitais do Norte/Nordeste e o quinto maior montante das capitais brasileiras. A média é de 14,2 cigarros por dia, atrás apenas do Rio de Janeiro e Porto Alegre. Pernambuco tem, ainda, 23,8% de adultos ex-fumantes e 48,2% de fumantes que tentaram abandonar o cigarro nos 12 meses anteriores à pesquisa. Entre os que tentaram parar de fumar, 16,2% procuraram o aconselhamento de um profissional de saúde.

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Nos domicílios, 10,1% dos não-fumantes pernambucanos estavam expostos à fumaça de tabaco. As mulheres não-fumantes estavam mais expostas (10,8%) do que os homens (9,1%). Já entre os não-fumantes que trabalhavam em ambientes fechados, 8,8% estavam expostos ao fumo passivo, os homens (9,9%) mais do que as mulheres (7,8%).

19,1% dos pernambucanos ingerem bebidas alcoólicas ao menos uma vez por semana

Na população pernambucana com 18 anos ou mais de idade, 22,2% costumam consumir bebida alcoólica ao menos uma vez por mês e 19,1%, no mínimo uma vez por semana, abaixo da média nacional, de 26,4%. No Recife, esses percentuais crescem para 34,2% e 28,5%, respectivamente. O consumo abusivo de álcool no mês anterior ficou em 15,5% da população, mas foi maior entre homens (24,8%) do que entre mulheres (7,9%).

A pesquisa também investigou se as pessoas com 18 anos ou mais de idade que conduziram carro ou motocicleta ingeriram bebidas alcoólicas logo antes de dirigir em ao menos uma

ocasião no período de referência. Entre os pernambucanos, 14,6% consumiram bebida alcóolica e dirigiram em seguida, o quinto menor percentual do país e o menor do Nordeste.

*Do IBGE.

Investigações da polícia de Stafford, no Reino Unido, concluíram que quatro crianças, de oito, seis, quatro e três anos, morreram em um incêndio causado pelos pais, que dormiram enquanto fumavam, em fevereiro do ano passado. O pai Christofer Moulton e a mãe Natalie Unitt chegaram a ser presos por negligência e homicídio culposo, mas foram liberados por falta de provas.

As camas de Siblings Riley Holt, de oito anos; Keegan Unitt, de seis; Tilly Rose Unitt, de quatro, e Olly Unitt, de três, pegaram fogo em contato com os cigarros acesos. O investigador Leigh Richards conta que um cinzeiro foi encontrado derretido entre as molas do colchão. Muitas bitucas e outro cinzeiro cheio estavam espalhados pela casa e ao lado da cama, complementa.

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De acordo com o Metro, o pai das crianças disse em depoimento que uma caldeira foi responsável pelo início das chamas e que ainda tentou chegar ao local onde estavam os filhos. Assim como o Chistofer, Natalie conta que acordou com o fogo. O inquérito também destaca que o serviço social já havia orientado aos pais para não fumar dentro da residência.

Policiais rodoviários apreenderam 300 mil maços de cigarros contrabandeados, que estava sendo transportado em um caminhão baú. A ação foi realizada na Rodovia Marechal Rondon, em Sorocaba, São Paulo, nesta última terça-feira (6).

Uma equipe do 3º Batalhão  de Polícia Rodoviária (BPRv) realizava uma fiscalização quando abordou o motorista do caminhão. No compartimento de carga, os policiais localizaram os 300 mil maços de cigarros contrabandeados. 

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Os oficiais não encontraram nenhuma documentação fiscal e o motorista do veículo informou que estaria transportando a carga do Paraná para a capital paulista. 

Além dos itens apreendidos, os policiais ainda constataram que o veículo utilizado estava com as placas de identificação alteradas, configurando dublê. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia da Polícia Federal de Piracicaba. 

A liga de futebol belga proibiu o fumo durante todas as partidas de futebol em todas as divisões na tentativa de conter a propagação do coronavírus. O veto entrará em vigor no dia 16 e pretende garantir que os torcedores usem máscaras na maior parte do tempo, anunciou a organização, nesta terça-feira, em um comunicado.

A entidade considerou que fumar não é um bom motivo para que as pessoas não usem máscaras e considerou que as áreas para fumantes em estádios são de alto risco de contágio de Covid-19.

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A Bélgica permitiu o retorno dos torcedores aos estádios de futebol em meados de setembro, diante de uma pandemia que causou a morte de 10 mil pessoas no país.

Stijn Van Bever, diretor de comunicação da liga, anunciou a autorização de no máximo 9,2 mil torcedores nos maiores estádios que recebem jogos do campeonato.

A nona rodada da primeira divisão do campeonato belga será disputada a partir do dia 17, após os jogos da Liga das Nações. Com 19 pontos, o Sporting Charleroi lidera a competição, seguido por Brugge (18 pontos) e Standard Liège (17).

Durante ação realizada na noite de dessa segunda-feira (31), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) apreenderam uma carga de 70 mil maços de cigarro paraguaio, em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Um homem de 46 anos transportava os produtos em uma van e foi detido na ação conjunta, apesar de ter tentado fugir em alta velocidade pela contramão.

A perseguição teve início após o motorista desobedecer a ordem de parada dos agentes do Grupo de Patrulhamento Tático da PRF, que realizavam uma fiscalização no Km 95 da BR 423. A polícia observou o veículo em alta velocidade, e após o descumprimento da ordem, acompanhou a movimentação suspeita. Um cerco foi montado com a participação da Polícia Militar.

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O veículo finalmente foi parado já na Cohab 2, dentro da cidade. Durante abordagem, o motorista declarou que a carga havia sido comprada em Arapiraca, no interior de Alagoas, e seria comercializada em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Federal de Caruaru, e também a mercadoria, para averiguação. 

Segundo os agentes, a carga é avaliada em cerca de R$ 350 mil. Dentro do compartimento de carga do veículo, haviam 140 caixas de cigarro.

O ponto final teve dia: 15 de maio foi quando Josélia Leite, de 51, e o filho Lucas Sousa, de 21, resolveram abandonar juntos o tormento do cigarro. Outro roteiro em comum na história desses brasilienses é que iniciaram o vício muito jovens. Ela, com 20. Ele, com 16. "Parei principalmente para que o Lucas não seguisse com esse vício. Não queria ser esse exemplo pra ele." Cada dia, desde aquela data, é uma luta para que o ponto final não se transforme em vírgula. Eles se conscientizaram porque tiveram informações que os efeitos do tabagismo, além de outros prejuízos à saúde, poderiam representar fatores de risco durante a pandemia do novo coronavírus.

Neste sábado (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, eles completam três meses e 14 dias de força de vontade e de certeza da decisão. "Às vezes, eu sinto muita falta. Mas me sinto bem melhor, e muito feliz porque o Lucas também parou", diz a servidora pública que chegou a fazer tratamento para parar de fumar pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. "Ainda bem que conseguimos parar. Naquele dia, acabaram os cigarros e, no dia seguinte, não tocamos mais em uma carteira. Antes, a sensação era de fadiga constante", lembra o rapaz. A história deles, de repetição de comportamento em relação ao vício, é considerada comum entre os especialistas, cada vez mais preocupados com a fragilidade dos adolescentes diante das ofertas de cigarro tradicional, e de outros produtos como os com sabor, eletrônico e o narguilé.

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A psicóloga Vera Borges, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), chama a atenção para o fato de que os mais jovens acabam sendo seduzidos por propagandas frequentes e estratégias do mercado. "Os jovens ficam com ideia de que esses produtos alternativos fazem menos mal à saúde e que poderiam ajudar a parar de fumar. E isso não é verdade. Devemos ficar atentos às novas artimanhas das empresas tabagistas para conquistas de novos públicos."

A especialista reitera que a nicotina provoca dependência química que faz com que o usuário do tabaco se exponha também à covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. "Ser fumante causa prejuízo a qualquer momento. Mas agora ainda mais. As pessoas levam a mão à boca, por exemplo. Uma vez fumante, a pessoa tem o risco aumentado de desenvolver a forma mais grave da doença pela fragilidade respiratória que o hábito de fumar provoca".

O momento da pandemia fez como que as pessoas diminuíssem o acesso aos serviços de saúde, em função do momento. "Estamos estimulando que haja mais unidades de saúde pública dispostas a fornecer serviços de apoio aos fumantes. Pelo diagnóstico que fizemos, alguns estados têm fornecido serviços virtuais, individuais e também ao ar livre. Estamos nos reinventando para atender mais". A especialista entende que o país é um dos líderes no combate à doença, mas a venda dos produtos em redes sociais, por exemplo, é um inimigo. "Conseguimos avançar bastante e o Brasil é um modelo por ter uma política de controle desde a década de 1980. Tínhamos uma taxa de prevalência (no uso do cigarro) em torno de 34%. Na última pesquisa, temos 9,8% dessa prevalência."

O pesquisador André Szklo, também do Inca, ressalta que há uma tendência de crescimento de consumo de jovens nas últimas pesquisas e que é necessário fiscalizar as ações da indústria do tabaco e da aplicação da leis de combate. Ele recorda a importância de uma resolução da Anvisa que proíbe a exposição de cigarros ao lado de doces. "É um conjunto de causas que leva os mais jovens a experimentar o produto. Uma pesquisa que realizei mostra que nove em cada 10 adolescentes que tentam comprar o produto conseguem fazer isso no mercado. É uma porta aberta para eles avançarem na dependência". No Brasil, é proibido a venda de cigarros a menores de 18 anos.

Outra observação do pesquisador é que tem crescido a compra de cigarros eletrônicos. No Brasil, é proibido, mas vendido de forma clandestina, "Faz tão mal quanto o cigarro convencional. O narguilé, que é legalizado, é muito usado entre os jovens e com capacidade alta de gerar dependência."

André Szklo entende que os pesquisadores estão atentos ainda ao histórico das relações da covid-19, com jovens e o uso do cigarro. "A situação do isolamento social, estresse e o contato com adultos fumantes expõem o jovem. Em breve, teremos dados a respeito disso no Brasil em trabalho desenvolvido pela Fiocruz". Para ele, é necessário que haja uma conscientização deste público sobre os efeitos em um grupo com menos temor, incluindo prejuízos como mau hálito, diminuição de fôlego e impactos a questões estéticas e saúde sexual. Um artigo recente publicado no Journal of Adolescent Health, neste ano, avalia que o uso do cigarro eleva a possibilidade que adolescentes desenvolvam formas graves da covid-19.

Aos 25 anos, José Ricardo Oliveira havia deixado de fumar, mas a pandemia fez com que ele retomasse o vício , mantido desde os 19. Era um habitual usuário de narguilé. "Infelizmente, não consegui manter a distância da carteira de cigarro. Acho que foi o estresse do momento."

Além do estresse, a psicóloga Juliana Gebrim entende que as pressões sociais recrutam novos fumantes com tantos apelos da indústria. "Jovens passam por fase de identificação social e sensação de pertencimento. Muitas vezes, drogas lícitas e ilícitas são oferecidas para essas pessoas que estão mais vulneráveis e precisam de aceitação maior no meio em que vivem".

Por outro lado, para Andréa Oliveira, a luta foi árdua. Três anos de terapia, apoio da família e amigos, e a "certeza do que queria" fizeram com que ela, hoje com 42 anos, deixasse o vício no cigarro definitivamente em 2018. A comerciante, por causa da pandemia, tem ficado mais tempo no apartamento em que vive, na cidade de Valparaíso de Goiás (GO). "Visitar" a janela do apartamento não a desperta para o que era um hábito adquirido desde os 17 anos, acompanhada do maço de cigarros, o isqueiro e o cinzeiro.

"A janela não é mais um problema. Mas tenho consciência de que preciso ficar vigilante. A ansiedade desses dias me deixa abalada. Acho que vou precisar procurar ajuda de novo." O período de pandemia deve gerar atenção especial tanto para quem já deixou como para quem busca abandonar o tabagismo, segundo especialistas.

A neuropsicóloga Juliana Gebrim entende que momentos como esse podem prejudicar a saúde mental. "É preciso atenção porque a pandemia pode ser, sim, um desvio no caminho de pessoas que estavam pensando em largar o cigarro. A pandemia pode exacerbar questões de transtornos de ansiedade e também o desenvolvimento de doenças como a depressão. O isolamento provoca muito a exposição de algumas emoções que são conectadas pelo uso do cigarro", explica. A especialista detecta que as situações de tristeza e de insegurança poderiam fazer com que a pessoa volte a fumar.

Mesmo dentro de casa não é possível, no entender dela, que a circunstância de isolamento desencoraje para a prática do vício, em vista de que o ato está relacionado à impulsividade ativada por "gatilhos", que são as situações ou eventos que desencadeiam a vontade de fumar. Por isso, segundo a especialista, é necessário que as pessoas trabalhem as emoções. "Somente em um processo de muita autoconsciência a respeito do prejuízo para outras pessoas faria com que o fato de estar em casa, por si só, faça com que alguém evite o cigarro".

São considerados raros os casos em que as pessoas conseguem se livrar do vício sozinhas. "Mas mesmo assim temos que ficar atentos para os episódios em que as pessoas trocam uma compulsão por outra, que também poderá acarretar diferentes prejuízos."

Os tratamentos para os vícios no cigarro podem ser lentos e requerem paciência para as pessoas e o cuidado permanente com recaídas. "A psicoterapia, a psicologia e outros campos da saúde podem ajudar muito as pessoas que têm o vício. Fazemos primeiramente terapia de redução de danos e encontramos caminhos para circundar o alvo para encontrar a cura definitiva", afirma a profissional. 

Nem todo o consumo de cigarro ocorre de forma legalizada e essa é uma preocupação dos pesquisadores no tema. Os jovens ficam também à vontade para comprar onde não há avisos de proibição. Cigarros clandestinos são vendidos principalmente em periferias brasileiras por preços ainda mais em conta. Para colaborar com políticas públicas, uma parceria entre o Instituto Nacional de Câncer e a Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) tem identificado há dois anos o uso de marcas ilícitas no Brasil por intermédio do lixo coletado. Os parâmetros usados para a classificação foram identificação de registro da marca na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e advertências sanitárias frontal, posterior e lateral na embalagem em acordo com a legislação nacional.

Ao todo, 11 profissionais da companhia de limpeza (entre garis de gravimetria e pesquisadores) atuam por parte da empresa com um centro de pesquisas aplicadas. “Com a parceria com o Inca, descobrimos que esses cigarros eram consumidos em áreas mais carentes”, diz a microbiologista Bianca Quintaes, da Comlurb.

A pesquisadora Alessandra Machado, do Inca, afirma que se trata de uma pesquisa inédita no Brasil de rastreio em prol da saúde de áreas mais necessitadas. “Estimamos agora não apenas pelo que o fumante diz, mas pelo que o lixo mostra. Nessa amostra, percebemos que mais de 90% dos produtos ilegais é de uma marca paraguaia. Não sabemos sobre o conteúdo do produto que entra ilegalmente no país. Entendemos que colaboramos para que áreas mais carentes, como a zona norte, dá pistas do que poderia ser implementado. Fatores socioeconômicos interferem no consumo e faz mais vítimas.” A iniciativa mostra que todas as pistas podem ser importantes para uma luta que faz mais do que fumaça aos mais jovens.

 

Na manhã desta terça-feira (18), uma equipe do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) apreendeu cerca de 300 mil maços de cigarros contrabandeados, na Rodovia Castelo Branco, em Boituva, São Paulo. 

Na abordagem, o motorista apresentou notas fiscais referente a carga transportada, mas foi constatado pela polícia que se tratava de notas falsas. A BPRv encontrou os maços no compartimento de carga.

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Questionado o suspeito confessou que havia adquirido a carga na cidade de Toledo, Paraná e a levaria até São Paulo. O homem foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal de Sorocaba, permanecendo à disposição da Justiça.

Doenças no pulmão, língua, garganta e esôfago. Essas são algumas das consequências do vício em cigarro. Recentemente, com a pandemia do coronavírus, os fumantes passaram a fazer parte do grupo de risco, pois eles estão sujeitos a desenvolver formas mais graves de Covid-19.

Com a saliva que se junta na boca do fumante, há também a presença de substância tóxicas do cigarro, que quando engolidas, podem promover uma mutação celular, explica o cirurgião oncológico Leonardo Sardou, da Rede Silvestre de Saúde.

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O início do isolamento social fez com que Lucas Felipe da Silva (23), autônomo e estudante de biomedicina, repensasse seus hábitos. Colocando em prática o primeiro conselho do especialista de que a primeira atitude é parar de fumar, o estudante comemora dois meses desde que cortou o tabagismo da sua rotina.

Lucas afirma já ter percebido mudanças em seu estado de humor, principalmente no início da nova tentativa, da qual a quarentena foi aliada. ‘’Fumava muito por conta de bares e festas que frequentava, com a paralisação por conta do coronavírus, deixei de sair, ver amigos e socializar, assim fui parando’’, comentou.

O mesmo aconteceu com Guilherme Henrique Gonçalves (24), autônomo, que também largou o cigarro durante a quarentena. Ele afirma que o isolamento social o ajudou na decisão e, com a ajuda de exercícios físicos, conquistou um resultado positivo.

"Sabia que não conseguira apenas parar de fumar sem preencher esse tempo com alguma atividade, então decidi que essa era a hora de treinar em uma academia’’, conta.

Além dos exercícios físicos, o médico oncologista ainda indica gomas e adesivos para aqueles que desejam parar de fumar. "Essas substâncias agem como bloqueadoras do sistema nervoso, fazendo com que a falta da nicotina seja mais tolerável’’, explica.

Quanto a propensão e exposição ao coronavírus, Sardou alerta que o tabagismo é fator que predispõe a doença tromboembólica. Como a covid afeta principalmente os pulmões, o hábito de fumar torna as pessoas mais predispostas a desenvolver formas graves da doença. 

"O cigarro não facilita que haja contágio, mas aumenta a probabilidade de lesão mais grave para quem está com covid19 e é tabagista", afirma. 

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Três carretas cheias de cigarros contrabandeados foram apreendidas pela 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), que agiu em conjunto com a Polícia Civil, na noite dessa terça-feira (21), em Tamandaré, Litoral Sul de Pernambuco. Segundo a polícia, houve troca de tiros e um suspeito acabou sendo baleado e encaminhado para um hospital de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

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Uma pistola calibre 40, um revólver calibre 38 e uma embarcação que recebia a mercadoria em alto mar e fazia o translado para caminhões foram apreendidos. Onze pessoas foram detidas e encaminhadas para a Delegacia de Tamandaré, onde medidas cabíveis foram tomadas.

Nesta quinta-feira (4), Fátima Bernardes bateu um papo com a atriz Juliana Paes. Conversando com a apresentadora do Encontro em videochamada, por causa do novo coronavírus, Juliana revelou ao vivo que deixou de fumar durante a quarentena. Ela também disse que ficou bastante reflexiva ao tomar a decisão.

"Nunca fui uma fumante enlouquecida, porque a gente se preocupa, se cuida. Então nunca fui aquela pessoa que fuma um maço por dia, mas fumava aquele tabaco natural. Me enganando, achando que estava sendo mais saudável. A gente tinha acabado de entrar na quarentena. No dia 20 de março, me atacou uma bronquite, junto com sinusite, junto com tudo", disse.

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Mesmo com a crise respiratória, Juliana disse que estava fumando de nariz entupido. "Pensei: 'o que estou fazendo comigo?", contou. "Eu achei que fosse ser fácil, porque estou em casa. O convívio social convida muito para os vícios. Mas como a ansiedade tomou conta da gente nessa quarentena. Apesar de estar em um lugar privilegiado, morando em uma casa grande, com espaço e natureza em volta, fui tomada de momentos de grande ansiedade", pontuou.

Os fumantes que quiserem largar o vício do cigarro já podem recorrer a um aliado digital e gratuito. O bate-papo do assistente virtual da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está ar no site da instituição. A nova plataforma está programada para atender os dependentes da nicotina por meio do chat que deve auxiliar os usuários a deixarem o fumo ou diminuírem a quantidade diária.

Elaborado com base na inteligência artificial, o conteúdo do sistema atua como uma conversa virtual com os fumantes. No bate-papo, o dependente pode enviar dúvidas e receber ajuda para o tratamento. Por meio do programa, os interessados em deixarem o vício recebem aconselhamento e orientação de como repor a nicotina com chicletes ou adesivos. A plataforma funciona 24 horas por dia, entre segunda-feira e sábado. Além de ser acessível pelo computador, o programa está disponível para tablets e smartphones.

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A SBC ainda ressalta que os fumantes, em sua grande maioria, têm menor capacidade no aparelho respiratório e podem integrar o grupo de risco da Covid-19. Dados da entidade apontam que mais de mil pessoas morrem em decorrência de doenças relacionadas ao cigarro.

Preocupada com o tabagismo, considerado o maior risco controlável para doenças cardiovasculares e principal causa de óbitos no Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou uma ferramenta que utiliza inteligência artificial para ajudar as pessoas que desejam se livrar do vício e parar de fumar, tendo em vista que no atual período de isolamento social, muitos indivíduos até ampliam o uso do tabaco, o que é bastante negativo para a saúde.

De acordo com o Cardiômetro da SBC, o fumo ocasiona mais de mil mortes por dia. Além disso, fumantes têm de duas a três vezes maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), doença isquêmica do coração e doença vascular periférica, e de 12 a 13 vezes mais risco de ter doença pulmonar obstrutiva crônica.

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Estudo feito pelo Centro de Pesquisa e Educação para Controle do Tabaco da Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, revela que tanto o tabagismo quanto o uso de cigarros eletrônicos aumentam a gravidade das infecções pulmonares e os fumantes têm 2,25 vezes mais chances de complicações graves decorrentes da covid-19 do que os não fumantes.

Assistente virtual

Para ajudar no enfrentamento da crise e transmitir à população que existem medidas que podem ser adotadas para parar de fumar ou, pelo menos, reduzir esse consumo de tabaco, a SBC disponibilizou em seu site um assistente virtual (chatbot), que simula um ser humano conversando com a pessoa interessada.

A coordenadora de ações relativas ao tabagismo da SBC, Jaqueline Scholz, explicou que já usava o programa de mensagens no tratamento do tabagismo e resolveu adaptá-lo para que a SBC consiga captar a pergunta do paciente e o que ele quer saber, direcionando-a para uma resposta mais adequada. “Como se fosse uma coisa mais interativa. Essa inteligência artificial usou o meu conhecimento adquirido ao longo de muitos anos no tratamento de fumantes, e transferiu para esse sistema. Espero que isso possa ajudar as pessoas nesse momento em que o isolamento é necessário, quanto menor a circulação melhor, mas que elas possam tomar uma providência nas suas casas ou onde estiverem”. 

A ferramenta oferece técnicas para cada estágio do fumante. “O chatbot vai respondendo e orientando o paciente nesse sentido. Ele vai tendo essa interação e a gente espera poder responder boa parte das perguntas”. Segundo Jaqueline, o trabalho já está bem desenvolvido e poderá atender as pessoas de forma satisfatória.

O Brasil conta, atualmente, com cerca de 20 milhões de fumantes.  “A gente tem que ajudar essa massa crítica, principalmente agora, com essa pandemia (do novo coronavírus), em que os fumantes agravam o fator de risco. A SBC está dando os instrumentos para as pessoas possam saír dessa condição de risco, não só pela covid, mas pela saúde como um todo. O cigarro abrevia a vida, está relacionado a inúmeras outras doenças e, com certeza, o melhor que o fumante pode fazer pela saúde dele é deixar de fumar”, disse a cardiologista.

Substâncias nocivas

Na avaliação do clínico-geral José Veríssimo Júnior, especialista em prevenção e tratamento da dependência química, além da nicotina, o tabaco tem milhares de substâncias químicas nocivas à saúde, que atingem principalmente o sistema cardiorrespiratório, gerando dificuldades respiratórias, circulatórias e de pressão arterial. “Também são responsáveis pelo câncer na garganta, pulmão e da bexiga, que é um tipo de câncer quase que exclusivo de fumantes”, observou.

O tabaco também age no metabolismo, gerando em muitos casos a perda de peso. Veríssimo destacou que o fumante tem o seu sistema imunológico afetado, permitindo assim a ação de outras doenças, como a covid-19. Segundo ele, “parar de fumar não é difícil”. “A combinação de remédios, que não alteram o sono ou o apetite, com acompanhamento psicológico, é muito eficaz”. Grupos como Tabagistas Anônimos ou instituições como o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) têm programas que também podem ajudar aos interessados que desejam parar de fumar.

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