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No ano passado, foi apresentado apenas um work in progress de "Mundo Invisível", coletânea de curtas rodados por cineastas (nacionais e estrangeiros) que revelavam aspectos de São Paulo que passam despercebidos pela maioria das pessoas. Mesmo assim, foi uma sessão marcada pela emoção, pois o idealizador da Mostra de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, então recém-falecido, surgiu na tela como ator em dois dos dez episódios.

A emoção deverá se repetir nesta segunda, quando "Mundo Invisível" será finalmente exibido como um produto acabado - ganhou, inclusive, mais um curta, "Kreuko", de Beto Brant e Cisco Vasques, inédito até então. Como acontece em filmes com histórias dirigidas por várias mãos, predomina a irregularidade. Mas é a partir dessa pluralidade que surge sua força maior.

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Além de Brant, o filme tem episódios dirigidos por Manoel de Oliveira, Jerzy Stuhr, Guy Maddin, Gian Vittorio Baldi, Marco Bechis, Wim Wenders, Maria de Medeiros, Theo Angelopoulos, Atom Egoyan e Laís Bodanzky.

Em "Do Visível ao Invisível", de Oliveira, Leon Cakoff se encontra com o amigo Ricardo Trêpa (neto do diretor), na Avenida Paulista. Eles tentam conversar, mas a cada instante são interrompidos pelo celular um do outro, que insiste em tocar. Finalmente, decidem conversar por telefone para enfim se comunicar. Fino observador, Oliveira mostra que, na era das comunicações, o homem não consegue mais dialogar da forma mais simples.

Cakoff retorna no mais complexo e certamente mais particular para ele dos episódios: "Yerevan - O Visível", dirigido por Atom Egoyan. Trata-se da história de um homem que vai a Yerevan, capital da Armênia, para resgatar a trajetória de seu avô desaparecido. Ele se posiciona praça principal com um cartaz e uma série de fotos, na esperança de alguém reconhecer o avô.

A narração, em off, é do próprio Cakoff que, como Egoyan, é de origem armênia. Exercício de memória, no qual indivíduo e história se mesclam em depoimento comovente, o episódio traz um dos mais belos testamentos deixados pelo criador da Mostra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

MUNDO INVISÍVEL

Cinemateca - segunda, 21h

Reserva Cultural - 3ª, 17h30

MIS - 4ª, 14 h

Itaú Frei Caneca - 5ª, 22h25

É a segunda vez de Sergei Loznitsa no Brasil e a primeira em São Paulo. Antes da retrospectiva na Mostra Internacional de Cinema, já houve outra de sua obra documentária e ficcional no Recife. Loznitsa ficou amigo do curador - o crítico e cineasta Kleber Mendonça Filho. Ele viu o filme de Kléber, "O Som ao Redor"? "Só a metade, porque deu pane no sistema digital e a projeção foi interrompida." Estava gostando muito. Loznitsa conversa com a reportagem num hotel da Alameda Santos. Fica lisonjeado quando o repórter lhe transmite o elogio de Andrei Andreiévitch Tarkovski. O filho do grande diretor disse que Loznitsa é o autor que melhor espelha o que é hoje a Rússia pós-comunista. "Ele disse mesmo isso?", Loznitsa pergunta.

A Mostra exibe agora seus documentários e as duas ficções. Pela primeira, "Minha Felicidade, My Joy", ele ganhou o prêmio da crítica da Mostra em 2010. Pelo segundo, "In the Fog, Na Neblina", venceu o prêmio da crítica de Cannes, em maio. "Não faço filmes para ganhar prêmios, mas é muito bom obter reconhecimento", admite. Ser um crítico do regime do czar Vladimir Putin cria problemas. "Quando apresentei Minha Felicidade ao comitê de financiamento do cinema, eles foram logo dizendo que desistisse. O filme não ganharia um centavo do comitê." "My Joy" foi feito com dinheiro da Alemanha e Ucrânia, onde ele nasceu. "In the Fog" ganhou dinheiro na Rússia somente depois de haver sido filmado.

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Loznitsa reside em Berlim, mas filma na Rússia. Embora não se sinta em perigo, admite que a trajetória de muitos oposicionistas de Putin tem sido interrompida à bala. Por que, depois de um filme sobre a Rússia pós-comunista, outro sobre a Rússia ocupada pelos alemães, durante a 2.ª Grande Guerra? "A história da ocupação e da resistência foi sempre mal contada pelo cinema e pela historiografia oficial, mas explica muita coisa que se passou depois, no contexto do stalinismo e da Guerra Fria", ele resume.

Há dez anos Loznitsa sonhava adaptar o romance do bielo-russo Vasyl Bykov. No país ocupado, um homem suspeito de ser agente duplo vai ser executado, mas um de seus captores (são dois) é atingido por um tiro. Como em "Minha Felicidade", Loznitsa cria uma metáfora poderosa. Durante boa parte da narrativa, o personagem carrega um morto. E há a neblina do título. O peso morto - que evoca o Richard Burton de "Amargo Triunfo", mas Loznitsa diz que não viu o filme famoso de Nicholas Ray - e a neblina configuram uma crítica à maneira como os russos ainda veem a 2.ª Guerra. Vem do livro?

"Digamos que estejam lá, como muitas outras coisas que também coloquei no filme. Mas não estão na mesma ordem nem têm a mesma importância. Como adaptador, escolhi o que me interessa para falar de temas que considero relevantes. As escolhas morais, o comprometimento é que movem." Loznitsa demorou em torno de um ano e meio para fazer cada filme. Quando escreve o roteiro, ele já pensa na filmagem - e na edição. Sua estética privilegia o plano-sequência. "Quando os resistentes emergem da florestas, eu poderia fazer a cena cheia de cortes, mas prefiro o plano-sequência. O que ele me dá? A concentração do tempo."

Seu próximo filme, na Bielo-Rússia, de novo após a 2.ª Guerra, será sua experiência mais radical. "Vou contar várias histórias sem um protagonista." Será um projeto de risco. "Poderei afundar, com meus investidores. Mas estamos excitados, e a as pessoas que vão fazer o filme comigo estão acreditando no projeto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

NA NEBLINA

Cine Sabesp - segunda, 21h40

Faap - terça, 15h

Espaço Itaú Frei Caneca - 4ª, 21 h; 5ª, 14 h.

Se não estivessem juntos no set para trabalhar, seria possível dizer que o encontro dos integrantes da equipe de "Gonzaga - De Pai para Filho", que estreia nesta sexta-feira, se tratava de uma reunião do fã-clube de Luiz Gonzaga (1912-1989). Por coincidência, tanto o diretor Breno Silveira (de "2 Filhos de Francisco"), quanto os atores principais Chambinho do Acordeon e Julio Andrade têm estreita ligação com o Rei do Baião ou são seus admiradores de longa data.

"O Gonzaga frequentava a casa do meu avô, que era político em Pernambuco", relembra Silveira, que levou sete anos para concretizar o filme idealizado por Maria Hernandez. Chambinho, que interpreta no filme o cantor em sua fase áurea da carreira, também é sanfoneiro e aprendeu a tocar músicas de Luiz Gonzaga com 8 anos de idade. Já Andrade, que vive Gonzaguinha (1945-1991), filho do protagonista, já ganhou uns trocados cantando músicas de seu personagem em bares.

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Ao mesmo tempo em que narra a trajetória de Gonzaga, o longa mostra a complicada relação do músico com seu primogênito, criado pelos amigos Xavier (Luciano Quirino) e Dina (Silvia Buarque), pois o pai estava ocupado fazendo shows pelo Brasil. A volta à questão da paternidade não é um acaso na filmografia de Breno Silveira, que também tocou no assunto em "À Beira do Caminho", lançado neste ano. "Alguém falou que a gente faz eternamente o mesmo filme. Acho que estou neste contexto", assume o cineasta.

As famílias de Gonzaguinha e de Rosa Gonzaga, filha adotiva do sanfoneiro, não se bicavam, mas acabaram se unindo durante a produção. "Eles não se falavam. Então, a gente combinou um jantar e juntou todos depois de 15 anos. Hoje, eles voltaram a se frequentar, voltaram a ser uma família", orgulha-se Silveira.

Fiel à história de Luiz Gonzaga, o filme mostra o início da carreira do Rei do Baião, desde a época em que era adolescente em Exu, no sertão de Pernambuco, quando fugiu de casa para esquecer um amor proibido - a filha de um coronel (Domingos Montagner), que não aprovava o romance - e foi servir o Exército. Em cada uma das três fases, o papel fica à cargo de Land Vieira, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima, respectivamente. As informações são do Jornal da Tarde.

Estão abertas as inscrições para a 16.ª Mostra de Cinema de Tiradentes 2013, marcada para o período entre 18 e 26 de janeiro. Serão selecionados filmes para a Mostra Aurora, dedicada aos primeiros ou segundos longas de novos diretores.

O concurso, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores, vai premiar com R$ 50 mil a obra vencedora. As inscrições podem ser realizadas até o dia 31 deste mês. Não há restrição de formato, entretanto, somente serão aceitos filmes com duração superior a 60 minutos e realizados em 2012.

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Mais informações, como fichas de inscrições, podem ser obtidas no site www.mostratiradentes.com.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os amantes do cinema devem ficar atentos para as estreias desta semana. De comédia ao suspense, ou da animação à aventura, tem filmes para todos os gostos.

Imagine uma mulher de 40 anos, que, ao acordar, pensa que tem 25? Com direção de Sylvie Testud, “A vida de outra Mulher” (França, 2011) faz a personagem principal, interpretada por Juliette Binoche, viver uma história de amor que já acabou e agora pode ser reconquistada a partir de uma "volta ao tempo" sentimental.

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Já para quem gosta de suspense, ele está no ar com “Atividade Paranormal 4” (Estados Unidos), dos diretores Henry Joost e Ariel Schulman, que dá continuidade à trama repleta de ação e terror.

Em plena época em que os EUA vivem uma eleição presidencial, o filme “Os candidatos” (Estados Unidos, 2012) trata sobre o tema, só que através da irreverência de uma comédia política entre dois candidatos à presidência americana.

“O gato do rabino”  (França, 2011), com direção de Joann Sfar, é uma animação que tem com cenário a Argélia, e conta a história de um gato rabino que aprendeu a se comunicar depois de comer um papagaio. Ele se converte ao judaísmo na intenção de conquistar a mulher que tanto ama.

Adrenalina e aventura podem ser encontradas em “Relação explosiva” (Estados Unidos, 2012), dos diretores David Palmer e Dax Shepard. A trama aborda a história de um ex-piloto de fuga de proteção e sua testemunha, que decide ajudar a namorada à conseguir um trabalho em Los Angeles. Assim, ele acaba perseguido por sua antiga gangue e a “aventura” toma conta da tela.

Serviço

A vida de outra mulher
Salas/Horários
Rosa e Silva 3. 18h50, 21h15.

O gato do rabino
Salas/Horários
Cinema da Fundação. 14h10 (qui), 16h20 (qua), 16h30 (dom), 18h20 (qua), 18h30 (dom), 18h40 (ter), 19h (qui), 20h30 (dom), 20h40 (ter).

Os candidatos
Salas/Horários
Box 1. 13h40, 15h40, 17h40, 20h, 22h10 (exceto dom).
Recife 2. 13h15, 15h10, 17h05, 19h20, 21h15.

Relação explosiva
Salas/Horários
Box 9. 14h20, 16h40, 19h10, 21h35 (exceto dom).
Recife 7. 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h.

A partir deste mês, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) sorteará 50 pares de ingressos para o cinema aos clientes que estiveram com o pagamento da conta de àgua em dia. A oferta é válida para os usuários da Região Metropolitana do Recife (RMR) e os sorteiros serão realizados até dezembro.

Para participar, o cliente (pessoa física) não pode ter nenhum débito com a Compesa e deve estar com o cadastro atualizado. O sorteio será feito automaticamente. Os ingressos valem para qualquer seção nos cinemas UCI Kinoplex, que possui salas de exibição nos shoppings Recife, Tacaruna e Plaza Casa Forte.

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Após cada sorteio, os ganhadores devem se dirigir à loja de atendimento na Rua da Aurora, 777, no bairro da Boa Vista, para retirar os ingressos. Ele funciona de segunda a sexta, das 8 às 17h. Para pegar os convites, basta apresentar um documento de identidade oficial com foto, como o RG ou a carteira de habilitação.

CINE ROSA E SILVA – Além dos 50 pares de ingressos que serão sorteados até o final do ano, a Compesa já oferece para os seus clientes outro benefício dentro do Clube de Vantagens da empresa. Quem estiver com a conta de água em dia tem direito a um desconto de 50% no ingresso para assistir a qualquer filme no Cine Rosa e Silva, localizado no bairro dos Aflitos, no Recife. 

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O Classificação Livre desta semana traz uma reportagem especial sobre o filme “Gonzaga – de pai pra filho”, que conta a história dos músicos Luiz Gonzaga (o rei do Baião) e Gonzaguinha. A equipe do programa conversou com o diretor do longa, Breno Silveira, e com os atores que vivem os dois personagens principais dessa história.

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Para os que curtem rock, o Classificação Livre traz uma matéria sobre os shows de Evanescense e The Used, que se apresentaram no Chevrolet Hall, em Olinda, na última semana. A banda americana comandada pela pianista Amy Lee está em turnê mundial, comemorando os 15 anos de carreira.

O programa ainda traz os trailers dos filmes “As vantagens de ser invisível” e “Os candidatos”, que estreiam nas telonas na próxima sexta-feira (19), e a agenda cultural do fim de semana. Produzido pela TV LeiaJá, em parceria com o Núcleo de Comunicação Social da UNINASSAU, o Classificação Livre é apresentado por Binho Aguirre e Ingrid Resgala. Você confere um novo programa toda quarta-feira aqui, no portal LeiaJa.com.

Será realizada nesta segunda-feira à noite no Teatro Municipal do Rio a cerimônia de premiação do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2012.

Na categoria longa de ficção, concorrem "Assalto ao Banco Central", de Marcos Paulo; "Broder", de Jefferson De; "Bruna Surfistinha", de Marcus Baldini; "O Homem do Futuro", de Cláudio Torres; e "O Palhaço", de Selton Mello. Entre os documentários, foram indicados: "À Margem do Lixo", de Evaldo Mocarzel; "As Canções", de Eduardo Coutinho; "Diário de uma Busca", de Flávia Castro; "Lixo Extraordinário", de João Jardim; "Quebrando o Tabu", de Fernando Grostein Andrade; e "Rock Brasília", de Vladimir Carvalho.

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Fernando Trueba já perdeu a conta das vezes em que esteve no Brasil, mostrando seus filmes. São documentários musicais, animações, dramas premiados como "Belle Époque", que passou aqui como "Sedução" (e ganhou o Oscar de filme estrangeiro). O novo filme que traz o diretor ao Festival do Rio é "O Artista e a Modelo". Começou a nascer em 1996, há 16 anos. Naquela época, Trueba escreveu a sinopse sobre um velho artista desiludido dos homens e das guerras. A ação situa-se em 1943. A mulher e ele acolhem na casa - e escondem - uma jovem que vira sua modelo. Ele retoma o gosto pela arte e pela vida.

"Inspirei-me em muitos artistas, de Picasso a Henry Miller, embora meu protagonista seja um escultor. É curioso, mas carregava esse filme comigo há muito tempo, só achava que não estava preparado para viajar na intimidade deste velho. Não se trata de uma comédia, mas de algo mais profundo, uma investigação. Sobre o quê? Não queria fazer um filme cheio de frases feitas sobre a arte. Queria mostrar meu artista com as mãos na massa, sujas de barro."

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Ele conta que Jean Rochefort foi sua primeira escolha para o papel. "Tinha dois ou três nomes assinalados, mas Jean sempre foi o número um." Suas mãos foram dubladas por Michel Brigand, um escultor francês. "Jean brincava porque ele era alguns meses mais novo - dizia que era um menino." A jovem é Aida Folch, bela e talentosa. Claudia Cardinale tem um papel destacado. "Claudia é maravilhosa. E tem estado muito ativa nos últimos tempos. Saiu do meu set diretamente para o novo Manoel de Oliveira, O Gibão e a Sombra (NR: que estará na Mostra de São Paulo). Claudia filmou com todos aqueles grandes diretores. Luchino Visconti, Federico Fellini, Mauro Bolognini, Mario Monicelli, mas também Henry Hathaway e Richard Brooks. É uma grande contadora de histórias. Você pergunta por Hathaway em Madri, com quem filmou aquela história sobre o circo e ela desanda a falar. Sobre Visconti, tem histórias maravilhosas. E é um encanto de pessoa."

O velho que reaprende a viver é um personagem que não é novo. "Não precisa ser o sexo, às vezes é o neto que estimula um idoso ou uma idosa a viver. As pessoas só precisam de estímulos." O filme ganhou o prêmio de direção em San Sebastian. "Tive ótimas críticas, mas vou lhe dizer. Não filmo por prêmios. O que me interessa são as pessoas, seus sentimentos." E a diversidade de gêneros e estilos? "Não é premeditado. Não digo vou fazer desse jeito, ou aquele filme. Eu me adapto sempre ao que me parece a melhor maneira de contar a história. Alguém dirá que não tenho estilo, mas sei por que filmo e o que filmo, e há coerência em meu trabalho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 6.ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte começa no próximo dia 18, na capital mineira, estendendo-se até o 23. O evento exibirá 126 filmes realizados nos Estados Unidos, Filipinas, Chile, Canadá, Portugal e Uruguai, além de produções brasileiras e terá entre os destaques de sua programação, também, retrospectivas dedicadas a Léos Carax e Nicolás Pereda e ao coletivo mineiro Teia. O Cine BH, como é conhecido, promoverá exibições de filmes em diversos espaços, como o Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Cine Humberto Mauro, o Sesc Palladium, Usiminas Belas e o Instituto Inhotim, em Brumadinho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bonito filme esse uruguaio "A Vida Útil", que aqui recebeu o subtítulo de "Um Conto de Cinema". Não deixa de ser mesmo uma espécie de conto. É um filme para cinéfilos, mas vai além disso. Dirigido por Federico Veiroj, tem como protagonista o personagem Jorge (Jorge Jellinek, crítico de cinema na vida real), dirigente da Cinemateca de Montevidéu. Jorge contracena com Martinez, interpretado por outro crítico, Martinez Carril, que de fato presidiu a Cinemateca durante muitos anos.

O filme é em preto e branco e ressoa como aquelas narrativas intimistas de François Truffaut. O cenário principal é a própria Cinemateca de Montevidéu. De passagem: é uma das mais antigas e completas da América Latina. Tem mais de 50 anos de existência e, durante o frenético século 20, com sua bipolaridade política, recebeu muitas cópias vindas de países socialistas. A solidariedade comunista existia e dela a Cinemateca se beneficiou. Isso faz com que tenha um belo acervo em seu depósito. Várias vezes emprestou cópias ao Brasil para mostras e retrospectivas.

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Em "A Vida Útil", a Cinemateca conhece mais um dos seus períodos de crise cíclica. Não tem público. Não tem dinheiro. Na história, há dois ciclos em cartaz, um do cinema uruguaio contemporâneo, outro do diretor português Manoel de Oliveira. Quem se interessa? As salas são ocupadas por gatos pingados. Promove-se uma coleta entre os espectadores, pois a instituição já não consegue nem mesmo pagar o aluguel. Para completar, uma fundação patrocinadora anuncia sua saída, pois não pode pôr dinheiro bom em causas deficitárias. Novos tempos. Tristes tempos.

Em meio a essa crise, Jorge, aos 45 anos, cai de amores por Paula, uma professora de Direito que às vezes aparece por lá para ver um filme. Ela é meio esquiva e Jorge a procura na própria faculdade. Lá, ele protagoniza uma das cenas mais interessantes e passa-se por professor, citando Mark Twain. Cada um entenda como quiser a alusão. Para Jorge, tem efeito libertador.

Apesar de centrado na Cinemateca e nesse assunto que só parece interessar aos aficionados, A Vida Útil vai além da intimidade da sala escura e seus ratos de filmes. Promove uma interessante discussão entre cinema e vida, a partir justamente daqueles que se dedicam profissionalmente aos filmes. Um crítico também é um ser vivente e, se as coisas não vão bem para sua profissão, nada melhor que arrumar uma namorada. No fundo, é a discussão do papel do cinema em nossa vida. E da nossa vida na maneira como vemos o cinema. Leve, bem-humorado e inteligente, "A Vida Útil" não deve passar despercebido em nosso circuito. Pelo menos não deveria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A VIDA ÚTIL

Direção: Federico Veiroj.

Gênero: Drama (Uruguai/ 2010, 70 min.).

Classificação: Livre.

Cotação: Bom.

Na noite de abertura do Festival do Rio, a diretora artística do evento, Ilda Santiago, havia agradecido antecipadamente ao esforço de sua equipe, dizendo que a maioria das sessões seria em digital e todos os cuidados estavam sendo tomados para garantir a excelência técnica. Pelo visto, os cuidados não foram suficientes e, em apenas dois dias de Première Brasil, na sexta-feira e no sábado, pelo menos três exibições foram interrompidas para ajustar imagem e som. É um problema que extrapola o Festival do Rio. Diz respeito ao mercado como um todo, que se aparelha para o que já é irreversível - dentro de um par de anos, garantem especialistas, todas as projeções serão em digital. O mercado brasileiro está aparelhado para isso?

Maior vitrine da produção brasileira, a Première Brasil bate o próprio recorde e este ano apresenta 73 títulos divididos em diferentes seções e formatos - curtas e longas, ficções e documentários, retratos e música. No sábado à noite, passou o melhor filme até agora - "Meu Pé de Laranja Lima", que Marcos Bernstein adaptou do livro famoso de José Mauro de Vasconcelos. Ator de Walter Hugo Khouri (em "A Garganta do Diabo"), José Mauro virou um autor de muito sucesso nos anos 1960, cujos livros, e especialmente "O Meu Pé de Laranja Lima", vendem bem até hoje. Os críticos quase sempre foram duros com ele, deplorando menos a estrutura melodramática do que o apelo ao sentimentalismo.

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"Meu Pé de Laranja Lima" foi filmado por Aurélio Teixeira e deu origem a duas novelas de televisão. Marcos Bernstein, roteirista de "Central do Brasil" (com João Emmanuel Carneiro) e diretor de "Do Outro Lado da Rua", demorou uma década - dez anos! - para concretizar o projeto. No palco do Cine Odeon BR, cercado pela equipe, ele disse que seu filme mudou muito ao longos dos anos. De narrativa de época virou drama contemporâneo, a verba encurtou, foram muitos percalços, mas o que não mudou foi a dedicação de atores e técnicos que deram o melhor de si.

O filme recria o básico do livro - a história do garoto sofredor, que apanha do pai e conversa com a árvore do título -, mas resulta em outra coisa na tela. Por mais que José Mauro de Vasconcelos dissesse que Zezé, o pequeno protagonista de "Meu Pé de Laranja Lima", não era ele, havia elementos autobiográficos na história, sim, e a adaptação de Bernstein os realça. O filme é sobre esse garoto que tem uma imaginação muito fértil e que vira escritor. Ele ganha de um amigo, o Portuga, a caneta com a qual escreve sua primeira história. Realiza o rito de passagem numa cena memorável - que não está no livro nem no filme antigo -, correndo contra o trem num desejo de superação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filme "Infância clandestina", do diretor Benjamín Ávila, foi selecionado nesta sexta-feira para representar a Argentina na disputa do Oscar, informou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas argentina.

Sandrine Kiberlain, que tem a melhor cena de Os Infiéis - a terapeuta que discute fidelidade com seus pacientes viciados em sexo -, faz uma participação episódica como M. de la Faublaise em Polissia. Antes que você se pergunte por que diabos a palavra está grafada errada, é bom ir logo esclarecendo que o longa francês que estreia nesta sexta-feira trata de abusos e violências cometidos contra crianças e adolescentes, daí o título.

Essa garotada que ainda nem sabe escrever direito vai parar na brigada da polícia francesa que investiga a violência contra menores justamente por isso. Desde muito cedo estão sendo confrontados com a violência do mundo. Sandrine e Karin Viard estão no elenco e são conhecidas do público brasileiro. Outros atores e atrizes também, mesmo que o espectador eventualmente não saiba dizer seus nomes. O importante é destacar que se trata de mais um longa escrito, dirigido e interpretado por Maïwenn.

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Quem? Maïwenn Le Besco ganhou no ano passado o prêmio do júri no Festival de Cannes, justamente pelo filme que agora estreia. O próprio presidente do júri, o ator Robert De Niro, destacou que a qualidade da interpretação havia sido decisiva para o reconhecimento. Maïwenn é bela, de uma beleza particular - não especialmente sexy, mas tem um belo corpo, olhos luminosos e um sorriso contagiante. Na entrevista por telefone, ela submete o repórter a uma dura prova. Maïwenn não é agressiva, mas é vaga. Tende a falar por monossílabos. Diante de perguntas cruciais - por que quis abordar o universo da infância e da adolescência -, responde: "Não sei".

Mas ela fornece indicações. "Foi um assunto que sempre me interessou. Você abre os jornais, assiste à TV e é raro o dia que não encontra informações sobre abuso e violência contra menores. Eles são sempre a parte frágil. Mas não queria abordar o assunto do ponto de vista da família ou da escola. A atividade da polícia me parecia o ideal. Eles fazem um trabalho investigativo, poderia me colocar do ângulo desses homens e mulheres. Ao mesmo tempo, eles não podem, ou não devem, se envolver exageradamente. Só que é difícil manter a distância quando uma criança olha para você buscando ajuda."

Bordas. Maïwenn já havia feito antes Le Bal des Actrices, O Baile das Atrizes, um longa nos limites do documentário e da ficção, tratando do universo da interpretação. Como é, ou o que é ser atriz? O que é representar? Um tanto desse limite, um cinema das bordas, volta em Polissia. Maïwenn quer captar e colocar na tela a urgência das brigadas de policiais. Sempre um caso novo para investigar - novas vítimas, novos algozes. Mas se você pergunta por que, ela diz: "Não sei".

No filme, Maïwenn reservou-se o papel da fotógrafa que vai fazer um trabalho de pesquisa junto à equipe de policiais. Ela ganha autorização para acompanhá-los. "Sim", ela concorda. Há algo de metafórico na ideia de olhar esse mundo de fora, e fazendo com que sua personagem seja o fio condutor do público. A fórceps, é possível arrancar alguns detalhes. Maïwenn gosta de séries policiais investigativas, muito populares na TV norte-americana. Não escreve pensando especificamente em atores, mas quando eles estão a bordo, ela não se importa que os diálogos sejam adaptados ao estilo, ou à persona, de cada um.

Ela se entusiasma um pouco mais quando o repórter fala que esse tipo de realismo epidérmico, realçando a urgência, é o forte de Polissia. Passa um sentimento de coisa verdadeira. "É gentil de sua parte", ela diz. E acrescenta - "Era o que queria."

Polissia - Direção: Maïwenn. Gênero: Drama (França/2011, 127 minutos). Classificação: 14 anos.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Brasil já teve sua primeira animação em 3D, no ano passado, e em 2013 vai ganhar o primeiro filme em live action em 3D - ou, em bom português, com atores reais em cena. Recém-concluídas, as filmagens da comédia "Se Puder... Dirija!", do diretor Paulo Fontenelle e com Luiz Fernando Guimarães como principal nome do elenco, foram todas no Rio, e contaram com a presença de dois especialistas importados de Los Angeles pela produtora Total Filmes.

Em explosão nos Estados Unidos, a tecnologia engatinha no Brasil. O diretor de fotografia e estereógrafo é Pedro Guimarães, carioca que mora nos EUA desde 1994 e trabalhou em filmes como o da cantora Katy Perry, "Part of Me", e em clipes de música e produções para TV (o mercado está em expansão e já existem três canais que só exibem 3D). Ele trouxe para ser o foquista o experiente Bobby Settlemire, que vem da série "Piratas do Caribe" e com quem havia feito o DVD oficial da última Copa do Mundo, em 2010.

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"Desde Avatar (2009), a tecnologia estourou, e ainda está avançando por lá. A cada três meses, evolui. Estamos usando aqui as mesmas câmeras red epic d'O Espetacular Homem Aranha, de Prometheus", conta Guimarães, que foi parar nos EUA por ser filho de diplomata. "Nos últimos cinco anos, só trabalhei com 3D. Aprendi fazendo e agora estamos passando esse know-how para a equipe brasileira. Acho que é a primeira comédia em live action em 3D no mundo."

Diretor, diretores de arte e fotografia, todo o time envolvido estudou bastante a técnica na fase de pré-produção (o uso de duas câmeras unidas numa só estrutura, para a criação da profundidade e a ilusão de ótica que caracteriza o 3D, o monitoramento das imagens, etc.) e se planejou para conseguir filmar tudo em um mês, o que se cumpriu.

A intenção é que o 3D torne ainda mais engraçadas as cenas cômicas de Luiz Fernando Guimarães (João, um manobrista que se desdobra entre o trabalho e o filho pequeno) e sua trupe - ele contracena principalmente com Leandro Hassum, Eri Johnson e com o espevitado menino Gabriel Palhares, de 5 anos, que faz seu filho.

João é um pai ausente que esquece que precisa buscar o filho na casa da ex (Lavínia Vlasak). Decide pegar emprestado no estacionamento o carro de uma cliente cativa (Barbara Paz) para chegar mais rápido. A partir daí, nada mais dará certo. O filme é um dia na vida desse pai, que, além da criança, ainda tem de carregar o cachorro dele para cima e para baixo no carro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ROMA (AFP) - O filme "César deve morrer", dos irmãos Taviani, que ganhou o Urso de Ouro em fevereiro, em Berlim, foi selecionado para representar a Itália no Oscar, anunciu a Associação Nacional da Indústria Cinematográfica (ANICA).

"Estamos contentes, mas é a penas o início de uma linda viagem, ainda resta muito caminho a percorrer", comentaram os irmãos Paolo e Vittorio Taviani antes de viajar a Nova York, onde participarão em um festival de cinema.

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O longa dos cineastas é uma adaptação livre de "Júlio César", de Shakespeare, interpretada por detentos de verdade da prisão de alta segurança Rebbibia, perto de Roma.

A cerimônia da 85ª edição do Oscar acontecerá em 24 de fevereiro de 2013.

Há uma cena de Gonzaga em que o rei do baião, interpretado por Adélio Lima, retruca para o filho, com quem briga: "Você não tem o direito de me humilhar assim". Luiz Gonzaga Jr., que nesse momento está estourando (na arte), acusa o pai de haver virado palhaço dos militares. Explodem acusações e ressentimentos.

Algo vai se passar nesta quinta-feira à noite na tela do Cine Odeon, no coração da Cinelândia, em pleno centro do Rio. A autoproclamada capital audiovisual da América Latina estará iniciando seu festival de cinema. Até o dia 11, quando serão anunciados os vencedores da mostra competitiva Première Brasil, o Rio sedia o evento que, mais uma vez, deverá primar pelo gigantismo. Serão 400 filmes de 60 países, distribuídos em 20 mostras, em 25 locais de exibição. Programas para todas as tribos e gostos. Muitos convidados nacionais e internacionais.

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Tudo isso começa a rolar na sexta-feira para o público. A sessão de abertura é para convidados, que vão assistir a "Gonzaga - De Pai para Filho", o novo Breno Silveira. Talvez seja injusto com o diretor de "2 Filhos de Francisco", que virou, anos atrás, com mais de 5 milhões de espectadores, o fenômeno que todo mundo sabe. O ano não está sendo bom para o cinema brasileiro. Apenas um filme - "E Aí, Comeu?", com Bruno Mazzeo -, superou a marca de 2 milhões de espectadores. O próprio Silveira, com seu filme com músicas de Roberto Carlos ("À Beira do Caminho"), ainda não fechou 200 mil espectadores.

Havia a expectativa de que as canções do Rei fossem um atrativo tão forte que o público lotaria as salas. Apesar do boca a boca, o denso "À Beira do Caminho" é rotulado de filme triste, portanto, difícil, num mercado que gosta de rir e que, se é para chorar, prefere as maldades de Carminha na novela "Avenida Brasil", à espera da punição exemplar que lhe aplicará o autor João Emmanuel Carneiro. Gonzaga é outra coisa. Um grande filme popular, centrado na relação complicada entre dois gigantes da música brasileira - o sanfoneiro Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha.

Silveira aposta de novo na equação 'música + emoção', que tanto o atrai. O filme possui qualidades extraordinárias - elas passam pelo elenco que inclui os três intérpretes de Lua, mais Júlio Andrade, impressionante como Gonzaguinha. Possui também, e vamos ver até que ponto ela será uma força, a máquina da Globo, que vai transformar a promoção do filme numa peça-chave da comemoração do centenário de nascimento de Gonzagão, em 12 de dezembro. "Gonzaga" estreia em 26 de outubro. Silveira diz que nunca fez nada tão grande em sua carreira e, mesmo assim, ressalta. "Nem três filmes dariam conta do gigante que é Gonzagão. Ele é um mito que não para de crescer, uma das raízes da cultura, não só da música brasileira."

Première Brasil - aberta por "Entre Vales", de Philippe Barcinski -, Première Latina, Perspectivas do Cinema Mundial, Midnight Movies, Mundo Gay serão apenas algumas das mostras. O festival terá seções dedicadas ao cinema inglês e ao português, com a pré-estreia da obra-prima "Tabu", de Miguel Gomes (mas ele virá somente para a Mostra de São Paulo). Haverá uma retrospectiva dedicada ao príncipe do terror, John Carpenter. Jeremy Irons lidera a lista de convidados internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FESTIVAL DO RIO 2012

Abertura quinta, 20 h, no Cine Odeon, com "Gonzaga - De Pai para Filho". De 27/9 a 11/10. www.festivaldorio.com.br

O debate Ideias Online recebe, em sua sexta edição, a atriz e roteirista Bruna Lombardi e o cineasta Cláudio Assis. Os temas são o cinema autoral no Brasil e a contribuição das linguagens experimentais para filmes de entretenimento. O encontro ocorre nesta terça, às 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil, na Rua Álvares Penteado, 112. A mediação será feita pelo jornalista Xico Sá. O objetivo do Ideias Online, que vai até dezembro, é refletir sobre a relação entre arte contemporânea e cultura digital. A participação é gratuita e as senhas devem ser retiradas com uma hora de antecedência na bilheteria. Mais informações pelo tel. (011) 3113-3651. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) disse que pedirá nesta terça-feira aos ministérios da Justiça e da Cultura que suspendam a exibição do filme Ted, de Seth MacFarlane, que estreou sexta-feira.

Protógenes assistiu ao filme com o filho Juan, de 11 anos. "Fiquei chocado e indignado com esse filme. Ele passa a mensagem de que quem consome drogas, não trabalha e não estuda é feliz", disse Protógenes.

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O deputado, também delegado da Polícia Federal, criticou os ministérios da Justiça e da Cultura por terem liberado o filme para maiores de 16 anos. "Não poderia ser liberado nem para 16 nem para 18 anos. Esse filme não pode ser liberado para idade nenhuma. Não deve ser veiculado em cinemas", afirmou. Protógenes disse que, como deputado, pedirá explicações dos dois ministérios sobre a liberação do filme.

O deputado postou sua indignação com o filme no Twitter. O assunto repercutiu na internet e ficou entre os trending topics de Brasília, São Paulo e Rio, entrando na lista de temas mais falados no País nesta segunda-feira (24). Houve uma enxurrada de respostas e críticas.

Protógenes disse que o filme "endossa atitudes criminosas, satiriza o consumo de drogas e de álcool e instrui o espectador a não estudar e a não trabalhar". Segundo o deputado, é "um filme agressivo". Ele afirmou que, ao conversar com o filho sobre o filme, outras crianças ao lado disseram: "Tio, estamos sabendo, aquilo é maconha". Ele lembrou que acompanhava o filho, mas havia crianças sozinhas.

Ted é uma comédia que mostra a amizade entre um homem e seu urso de pelúcia da infância à idade adulta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A dobradinha pernambucana formada pelos diretores Marcelo Gomes e Marcelo Lordello dividiu, na noite dessa segunda-feira (24), o principal prêmio das mostras competitivas do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Pela categoria de melhor longa-metragem de ficção, os cineastas receberam R$ 250 mil.

Com a trama Era Uma Vez Eu, Verônica, Marcelo Gomes apresentou o universo particular de uma médica recém-formada que vive uma crise existencial, revelando questionamentos universais sobre a profissão, as relações afetivas e o cotidiano em uma cidade grande, Recife, capital de Pernambuco.

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Para Gomes, o empate na disputa pelo melhor longa-metragem reforça a força do cinema pernambucano e os ingredientes que têm possibilitado os destaques que essas produções conquistaram. “É prova de que o cinema pernambucano está se renovando, acho que tem uma garra muito grande e o desejo de fazer cinema, uma vontade de refletir sobre o que é viver fora do eixo Rio-São Paulo. O Brasil não é uma Via Dutra. É mais do que isso”, avaliou.

Ambicioso, Marcelo Gomes, que elenca a garra e o diálogo entre os cineastas pernambucanos e a lei de fomento estadual como ingredientes do sucesso, acrescentou que os diretores e produtores entram, a partir de agora, em nova fase.

“Temos que atingir as salas do Brasil todo. Esse é o grande desafio. Acho que tantos os distribuidores quanto os exibidores têm de acreditar no nosso cinema e o governo fomentar a ida às salas de exibição no Brasil inteiro. A gente precisa formar plateias porque o nosso cinema é o espelho da nossa cultura, nossa identidade. Este país só vai reconhecer sua cultura fortemente quando tiver um cinema forte e que combata o Batman. Espero que Verônica tire o Batman de cartaz”, disse, aos risos.

O filme de Marcelo Gomes também foi vencedor do prêmio de júri popular, como melhor longa-metragem de ficção, e recebeu as premiações oficiais de melhor roteiro, melhor fotografia, melhor trilha sonora e melhor ator coadjuvante pela atuação de W.J. Solha. Era Uma Vez Eu, Verônica também foi vencedor do Prêmio Vagalume, de cinema para cegos.

O prêmio oficial de melhor longa-metragem de ficção, compartilhado com o diretor Marcelo Lordello que dirigiu Eles Voltam, reforçou a renovação do cinema pernambucano. Lordello apresentou um filme que retrata problemas sociais cotidianos ao longo da  história de uma menina de 12 anos, vivida pela atriz Maria Luiza Tavares, e seu irmão mais velho, que vivem experiências e aventuras no retorno para casa, depois de serem deixados na estrada por seus pais, durante uma viagem em família.

Lordello comemorou a vitória com a certeza de ter conseguido registrar o alerta para questões sociais que o filme aborda, como as desigualdades presentes no país. “Acho que estamos mandando o recado. É meu primeiro longa e vamos continuar a fazer cinema que quer tocar as pessoas e seguir arriscando”.

Pouco antes de correr para abraçar o filho que esperava ansioso pela comemoração, o diretor acrescentou que a divisão da premiação com outro pernambucano revela a força do setor no estado. “Estamos falando de uma edição do festival que teve vários filmes pernambucanos premiados. Isso é prova de que foi ótimo”.

Eles Voltam também foi vencedor do prêmio da crítica, como melhor longa-metragem geral. As atrizes Elayne de Moura e Maria Luiza Tavares receberam o prêmio de melhor atriz coadjuvante e melhor atriz.

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