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A pandemia de gripe causada pelo coronavírus (Covid-19) e a briga entre os gigantes do mercado petrolífero Arábia Saudita e Rússia trouxeram caos às bolsas de valores, derrubando os negócios de muitos investidores ao redor do mundo. 

Um termo técnico em especial vem chamando a atenção durante os pregões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa): o “Circuit Breaker”. O procedimento, que suspende todas as negociações quando o mercado financeiro apresenta oscilações bruscas, teve que ser acionado em quatro oportunidades entre a semana passada e esta segunda-feira (16). De acordo com o professor do curso de Direito da Universidade Guarulhos (UNG), Victor Pegoraro, além de permitir que não haja mais prejuízos durante as sessões, o mecanismo funciona também como um amenizador de tensões. “O Circuit Breaker evita maiores perdas por parte dos investidores e que eles tomem decisões sobre compra e venda de ativos influenciados pela ansiedade”, destaca.

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O recurso Circuit Breaker é posto em prática quando o índice Ibovespa, que é o mais importante indicador do desempenho do mercado financeiro no Brasil, sofre quedas maiores que 10%. Nesta situação, o mecanismo é acionado e suspende os trâmites por 30 minutos. Se o indexador seguir em baixa após este intervalo e chegar aos 15%, o procedimento volta a ser ativado e interrompe a sessão por uma hora. No caso de as ações continuarem em declínio e atingirem 20% de queda, o Circuit Breaker será colocado em prática pela terceira vez e a suspensão será então pelo tempo determinado pela B3, companhia formada em 2017 na fusão entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), Bovespa e a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).

Acionado no Brasil em momentos críticos nos anos de 1997, 1998, 1999, 2008 e 2017, o “Circuit Breaker” pode ser considerado um indício de que as perspectivas não são positivas em relação ao mercado financeiro do Brasil. Segundo Pegoraro, as oscilações e baixas repentinas podem interferir diretamente no cotidiano da população com o enfraquecimento da economia do país. “Quedas bruscas refletem o péssimo desempenho médio das maiores empresas durante as negociações, o que demonstra uma fragilidade da economia como um todo", considera. Ainda de acordo com o especialista, impactando no nível de renda da população, de empregos disponíveis, de arrecadação da máquina pública dentre outros indicadores socioeconômicos”, completa.

Instantes após leilão de abertura, o mecanismo de circuit breaker foi acionado na B3, com o Ibovespa cedendo 11,65%, aos 75.247,25 pontos. Trata-se da terceira vez esta semana que os negócios são paralisados, o que é algo histórico na Bolsa brasileira.

Além da paralisação dos negócios à vista, o Ibovespa futuro continua sem negociação desde as 9 horas, quando o índice caía 5,18%, aos 76.365 pontos.

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A aversão a risco nos mercados parece que veio para ficar e o que se vê é um movimento generalizado de perdas nas bolsas mundiais, onde várias já entraram em bear market, inclusive o Ibovespa. Depois de a Organização Mundial de Saúde (OMC) declarar que o coronavírus é uma pandemia, o medo entre investidores agravou-se após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspender viagens da Europa para o país.

No Brasil, os casos confirmados da epidemia só estão aumentando, levando o Ministério da Saúde a traçar um cenário de contágio em espiral do coronavírus a partir da semana que vem. Além disso, internamente, há riscos fiscais e políticos que estão no radar.

O Ibovespa futuro iniciou os negócios com forte perda e já travando os negócios com queda de 5,18%, aos 76.365 pontos, atingindo o limite de baixa. O dólar à vista, por sua vez, bateu R$ 5,00 e o Banco Central já realizou dois leilões de moeda à vista. As quedas na Europa e nos índices futuros norte-americanos aceleraram depois que o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de depósito em -0,50%. Esse clima deve contaminar a Bolsa brasileira, que pode ter seu terceiro circuit breaker acionado na semana, algo, se confirmado, histórico para uma semana.

Quando isso acontece, a negociação fica suspensa por 30 minutos. Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios são interrompidos por uma hora.

O circuit breaker permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento das ordens de compra e de venda. Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 7,64%, a 85.171,13 pontos.

Já bear market ocorre quando da máxima à mínima no ano a oscilação dos índices acionários supera 20% de baixa. Na B3, o teto de referência é o fechamento de 23 de janeiro. Naquela ocasião, o Ibovespa atingiu seu recorde em mais de 40 anos de existência, alcançando os 119.527,63 pontos e, oficialmente entrou nesse sistema na segunda-feira, dia 9, quando marcou 86.067,20 pontos.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, a quinta-feira pode ser o pior dia para os mercados, sobretudo para os domésticos, que tendem a sofrer mais em relação ao exterior, como já vem acontecendo nos últimos dias. Além da tensão por conta das preocupações com a disseminação do coronavírus no mundo, o estrategista ressalta que o ambiente interno também não ajuda a limitar as perdas, ao fazer referência à decisão de ontem do Congresso.

Ontem, o Parlamento derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que eleva o limite de renda familiar per capita para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O governo estima um impacto de R$ 217 bilhões em uma década com a derrubada do veto, sendo R$ 20 bilhões apenas este ano. "Já tem as preocupações por conta do coronavírus e, internamente, as coisas não ajudam", diz Laatus.

"Os congressistas tiveram uma atitude irresponsável ainda mais neste momento. De onde vai tirar esse dinheiro?", questiona Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.

Ao contrário da queda na faixa de 6%, o minério fechou em alta. No entanto, Monteiro ressalta que neste momento isso não significa nada, no sentido de impulsionar os negócios. "Não resolve nada, com as bolsas despencando e ADRs caindo mais de 10%, da Petrobras, em Nova York", cita. Os ADRs da Vale também cedem no pré-mercado norte-americano.

Os negócios na B3, a Bolsa de Valores brasileira, foram suspensos nesta quarta-feira, 11, após queda de 10,11% do Ibovespa, quando o indicador marcava 82.887,24 pontos, depois de a Organização Mundial de Saúde declarar pandemia do novo coronavírus. É a segunda vez que o mecanismo de circuit breaker é acionado na Bolsa de Valores brasileira nesta semana.

A negociação ficará suspensa por 30 minutos. Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios são interrompidos por uma hora.

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O circuit breaker permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento das ordens de compra e de venda.

Na hora em que entrou no circuit breaker, Petrobras ON cedia 12,47% e Petrobras PN, 12,67%. A mineradora Vale recuava 10,29%. As principais quedas do índice estavam com Azul PN (-21,28%), Gol PN (-19,21%) e CSN ON (-17,40%).

Esta é a 19ª vez que o mecanismo é acionado desde sua adoção em 1997. Na segunda-feira, o Ibovespa caiu 12,17%, a maior baixa em mais de 20 anos. Antes disso, a última ocasião em que o circuit breaker foi ativado ocorreu em 18 de maio de 2017, por causa da Delação da JBS.

A China vai lançar um sistema de circuit breaker para suas bolsas a partir de 1º de janeiro, na última iniciativa de Pequim para tentar reduzir a volatilidade financeira e melhorar o sentimento dos investidores após o forte período de turbulência verificado no meio do ano.

Com o uso do sistema, os negócios no mercado acionário chinês vão ser interrompidos por 15 minutos sempre que o índice CSI 300 subir ou cair 5% ou mais antes das 14h45, pelo horário local. A proposta inicial havia sido de uma suspensão de 30 minutos. Já oscilações de 7% do índice vão levar à suspensão das transações pelo resto do dia, segundo comunicado divulgado pela Bolsa de Xangai em sua página na internet.

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O anúncio do sistema foi feito em conjunto pelas bolsas de Xangai e de Shenzhen e pela Bolsa de Futuros Financeiros da China.

O CSI 300, que reúne 300 ações listadas em Xangai e Shenzhen, servirá de referência para o sistema de circuit breaker. As regras do novo sistema foram aprovadas pela Comissão Regulatória de Valores Mobiliários da China (CSRC, na sigla em inglês). Fonte: Dow Jones Newswires.

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