Tópicos | clemência

No Irã, um atleta da luta olímpica foi condenado à pena de morte. Acusado de assassinar um homem durante uma briga em 2015, o lutador Mehdi Ali Hosseini, 29 anos, será enforcado conforme as leis vigentes no país.

De acordo com a reportagem do jornal espanhol Marca, a própria família do atleta iraniano não acredita que Hosseini fique livre do enforcamento. No entanto, o atual vice-presidente da Federação Iraniana de Luta Livre e campeão olímpico de luta greco-romana em Londres-2012, Hamid Surian, entrou com pedido de perdão ao acusado junto às autoridades do país. Outras instituições internacionais, como a União Nacional pela Democracia no Irã e a Global Athlete, que reúne esportistas de todo o planeta, registraram apelo para que o país não participe mais de competições oficiais em órgãos como o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a União Mundial de Sanções da Luta Livre (UWW).

##RECOMENDA##

Este não é o primeiro caso de um atleta da luta olímpica punido com a pena de morte no país. Em setembro, o lutador Navid Afkari, 27 anos, foi condenado por matar um agente de segurança com golpes de faca durante protestos contra o governo iraniano em 2018, e acabou executado por enforcamento. O líder supremo da república islâmica, aiatolá Ali Khamenei, não ouviu o pedido de clemência de outras autoridades internacionais. Segundo a Anistia Internacional, só em 2019, o Irã cumpriu 260 sentenças de condenados à morte pela prática de crimes.

Os advogados de uma mulher americana que será executada na semana que vem enviaram nesta terça-feira (5) um pedido de indulto ao presidente Donald Trump, argumentando que ela foi violentada quando criança e sofreu transtornos mentais em função do trauma.

Lisa Montgomery, condenada à morte por ter matado uma mulher grávida para roubar seu feto, poderia tornar-se a primeira mulher executada pela justiça federal americana desde 1953.

Sem negar a gravidade dos fatos, seus familiares e advogados pediram ao presidente em fim de mandato que comutasse sua pena para prisão perpétua. Isso "enviaria uma mensagem importante sobre a necessidade de socorrer as vítimas de violência doméstica e de abuso sexual", argumentaram no pedido.

Segundo os advogados, "a vida [de Lisa Montgomery] foi repleta de um terror inconcebível": quando adolescente, foi vítima de estupros cometidos por seu padrasto e amigos, depois "vendida" a outros homens por sua mãe alcoólatra e violenta. Casada aos 18 anos com seu meio-irmão, ela teria sofrido mais abusos.

O governo republicano retomou as execuções federais em julho passado, após um hiato de 17 anos.

Considerando que o crime de Montgomery foi "particularmente hediondo", o juiz fixou a data de sua execução para 12 de janeiro, oito dias antes de Trump deixar a Casa Branca e o democrata Joe Biden tomar posse.

Em 2004, Montgomery queria ter um filho com seu novo marido, mas não conseguiu, pois ela havia feito a laqueadura das trompas alguns anos antes.

Ela então conheceu uma mulher grávida de oito meses em uma sala de bate-papo e foi até a casa dela no Missouri com o pretexto de comprar um cachorro. Em vez disso, ela a estrangulou antes de cortar seu útero e a deixou envolta em um poça de sangue.

Apesar de conseguir fugir com a bebê, que sobreviveu, foi presa no dia seguinte.

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, pediu nesta terça-feira (15) à China que mostre "indulgência" com o canadense condenado à morte por tráfico de drogas, após um veredicto que reavivou a crise diplomática entre os dois países.

"Falamos com o embaixador chinês no Canadá e pedimos clemência" para Robert Lloyd Schellenberg, disse Freeland a jornalistas durante uma visita a Sainte-Hyacinthe, Quebec.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, considerou na véspera "muito preocupante" que a China tenha optado por uma "aplicação arbitrária" da pena capital, comentários imediatamente descritos como "irresponsáveis" por Pequim.

Freeland recordou nesta terça a longa oposição do Canadá à pena de morte. "Não temos pena de morte no Canadá, acreditamos que é desumana e imprópria, e cada vez que se considera a pena de morte para um canadense a rejeitamos".

Perguntado se Pequim consideraria o pedido de clemência, o Ministério do Exterior disse que na China governa a lei.

E a porta-voz da pasta, Hua Chunying, Hua Chunying, explicou aos repórteres nestaa quarta-feira, citando a Constituição, que o tribunal e a promotoria "exercem uma autoridade judicial independente (...) e isso não será interferido por outros órgãos administrativos".

China e Canadá trocam acusações desde o mês passado, quando as autoridades canadenses prenderam a diretora financeira do gigante chinês das telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou.

Contra ela pesa um pedido de extradição dos Estados Unidos, devido a uma acusação de violação das sanções impostas ao Irã por Washington.

As autoridades chinesas prenderam dois cidadãos canadenses: o ex-diplomata Michael Spavor e o consultor Michael Kovrig.

Ambos foram detidos sob a acusação de ameaça à segurança nacional, e seu destino permanece incerto. Para observadores do caso, trata-se de uma medida de represália.

Depois, veio à tona o caso de Robert Lloyd Schellenberg, de 36 anos, detido em dezembro de 2014. Em novembro passado, Schellenberg foi sentenciado em primeira instância a 15 anos de prisão e a pagar uma multa de 150.000 iuanes (cerca de 19.000 euros). A Justiça chinesa rejeitou seu pedido de apelação.

Um mês depois, porém, o Supremo Tribunal da província de Liaoning considerou o veredicto excessivamente "indulgente" pela gravidade dos fatos e apelou da decisão.

Um novo julgamento foi organizado em Dalian, o qual permitiu à Promotoria apresentar novas provas e testemunhas, mostrando que Schellenberg estava conectado a uma rede criminosa internacional.

O grupo planejava enviar 222 quilos de metanfetamina para a Austrália. Schellenberg voltou a alegar inocência.

O réu contou ter escolhido o porto de Dalian para sua primeira visita à China como turista. Schellenberg acabou condenado à morte na segunda-feira.

O momento, a rapidez da nova sentença e as provas que apontam Schellenberg como um ator-chave na operação despertaram suspeitas entre os observadores do caso.

A Indonésia vai executar no domingo (18) o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas, informou hoje (16), em comunicado, a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch. Ele está preso desde 2003.

"O governo indonésio está preparando um pelotão de fuzilamento" para executar Moreira e cinco outros prisoneiros condenados à morte por tráfico de droga,  disse a organização.

##RECOMENDA##

De acordo com a ONG, a defesa de Moreira disse que o governo indonésio negou as solicitações do governo brasileiro para extraditar o preso, para que possa cumprir a sua pena de prisão no Brasil.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas e peritos da ONU já expressaram a sua preocupação pela aplicação da pena de morte em um caso de tráfico de droga, segundo a Human Rights Watch.

O presidente indonésio Joko Widodo apoia a pena de morte para os traficantes de droga e negou clemência para os prisioneiros, considerando que os traficantes destroem "o futuro da nação".

Em 2013, o governo indonésio acabou com uma moratória não oficial da pena de morte que durou quatro anos. No mesmo ano, as autoridades indonésias executaram um cidadão do Malaui acusado de entrar com um quilo de heroína na Indonésia.

A organização de defesa dos direitos humanos qualifica como odiosa a aplicação da pena de morte pelo governo indonésio e apela ao presidente para aboli-la no país.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando