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O Vasco anunciou nesta terça-feira que contratou estudos para avaliar a possibilidade de se tornar clube-empresa no futuro. Está no radar do time repetir o caminho do Cruzeiro, que se enquadrou na constituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), elaborada por lei aprovada neste ano.

O pontapé inicial foi dado em reunião realizada na noite de segunda-feira, na qual o Conselho de Beneméritos e Conselho Deliberativo deram permissão à atual diretoria administrativa para contratar estes estudos.

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De acordo com o Vasco, os estudos envolvem "a elaboração de parecer jurídico sobre a operação, incluindo proposta de Estatuto Social da SAF; o detalhamento e valoração dos contratos e ativos ligados ao futebol que seriam transferidos do clube para a SAF; a estrutura administrativa e de governança da SAF; a estrutura e receitas do clube após criação da SAF".

A ideia já vinha de algumas semanas dentro do clube. No fim de novembro, a diretoria administrativa pediu formalmente aos Conselhos permissão para avaliar a constituição da SAF. A SAF é um tipo societário criado pela Lei n.º 14.193, de 6 de agosto de 2021, que permite a um clube constituir empresa para cuidar do futebol, com regime tributário simplificado e normas de governança que visam uma gestão mais profissional e transparente.

"O Vasco entende que a criação da SAF é a medida mais adequada para se obter, a um só tempo, o saneamento das finanças do clube e a realização de investimentos no futebol, pois esse regime jurídico oferece instrumentos para captação de recursos financeiros a um custo inferior do que aquele hoje disponível para o clube no mercado", disse a diretoria, em comunicado.

O presidente Jorge Salgado informou que o clube também vai criar uma comissão para acompanhar o projeto SAF, com a participação de conselheiros, beneméritos e membros da diretoria.

"A constituição da SAF é um passo fundamental para que o Vasco recupere a capacidade de investir no futebol e também equilibre suas finanças em definitivo. Nossa indústria vai passar por um processo inexorável de profissionalização com rápida transformação. Aqueles que se organizarem primeiro terão uma importante vantagem competitiva, principalmente um Gigante do tamanho do Vasco que é um clube nacional com potencial extraordinário. Vamos trabalhar duro para apresentar o melhor projeto do mercado", declarou o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta segunda-feira a lei que permite aos clubes de futebol se transformarem em empresas, na forma de Sociedades Anônimas do Futebol, mas vetou uma série de incentivos para a implementação da medida, como previa o projeto de lei aprovado pelo Congresso, em julho. Bolsonaro deixou de fora da lei, por exemplo, os dois artigos que instituíam e regulamentavam o Regime de Tributação Específica do Futebol.

Segundo a explicação da Presidência sobre o veto, a proposta acarretaria em renúncia de receita, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que estivesse acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, o que viola regras constitucionais, orçamentárias e fiscais.

De autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa e do Congresso, o projeto que resultou na nova lei cria o Sistema do Futebol Brasileiro, com a tipificação da Sociedade Anônima do Futebol, e estabelece normas de governança, controle e transparência.

O texto também institui meios de financiamento da atividade futebolística, mas esse capítulo também sofreu vetos do presidente, ficando na regra final a permissão para a emissão de debêntures, que serão denominadas "debêntures-fut", mesmo assim sem o incentivo tributário no recolhimento do Imposto de Renda desenhado pelos parlamentares.

O governo ainda vetou trechos sobre a divulgação de dados dos clubes-empresas de futebol na internet e o artigo que autorizava a Sociedade Anônima do Futebol e o clube ou pessoa jurídica original a captar recursos incentivados em todas as esferas de governo, podendo usar esses recursos para o pagamento de dívidas trabalhistas.

A nova lei e os respectivos vetos presidenciais foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira.

O modelo de clube-empresa adotado pela grande maioria dos clubes das cinco principais ligas de futebol da Europa pode ser um espelho para os times brasileiros, apontou um estudo elaborado pela consultoria Ernst & Young. O documento mostrou que 96% das 202 equipes da primeira e segunda divisões das ligas da Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália são entidades privadas, enquanto que no Brasil, onde o projeto que incentiva os times brasileiros a saírem do modelo de associação civil para empresa, limitada ou sociedade anônima está parado no Senado, apenas três clubes dos 40 que disputam a Série A e B têm formato empresarial.

Com base em uma ferramenta que consolida dados e informações da indústria do esporte, o documento analisou as estruturas jurídicas e societárias dos clubes brasileiros e europeus e as legislações e regulamentações sobre o projeto clube-empresa nesses mercados.

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O cenário das principais ligas europeias é o seguinte: na França, Inglaterra e Itália, todos os clubes da primeira e segunda divisões são empresas, enquanto que na Espanha o porcentual é de 90% e na Alemanha, de 86%. Vale ressaltar que na Espanha, França e Itália, essa transformação ocorreu de forma obrigatória, por meio de lei.

"Tornar-se empresa pode ser a solução para muitos casos. O projeto do clube-empresa é um meio e não um fim da profissionalização dos clubes. A empresa exige uma governança diferenciada, uma gestão mais profissional em sua essência. Isso seria uma solução principalmente para os clubes com problemas financeiros", explicou ao Estadão Pedro Daniel, diretor-executivo da EY e um dos responsáveis pela análise.

No entanto, ainda há importantes clubes europeus que permanecem no modelo associativo. Os principais são os gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona, que só não foram obrigados a adotar o formato empresarial porque se mantêm sustentáveis financeiramente, ou seja, são rentáveis. Isso também ocorreu com Osasuna e Athletic Bilbao.

O estudo aponta que além da mudança para a gestão empresarial, outros aspectos foram importantes para a transformação e o desenvolvimento das ligas europeias, como a implementação do fair play financeiro e a centralização da negociação dos direitos de transmissão. Essas mudanças já aconteceram há algum tempo, entre o final dos anos 1990 e o começo deste século.

CENÁRIO NO BRASIL - No Brasil, dos 40 clubes que disputam a primeira e segunda divisões do Campeonato Brasileiro, somente três possuem formato empresarial: Botafogo-SP, Cuiabá e Red Bull Bragantino. O América-MG também está na fase final do processo para se tornar clube-empresa. Os demais são associações sem fins lucrativos. Atualmente a legislação brasileira não determina a forma jurídica que os clubes devem adotar, portanto eles podem optar por qualquer modelo previsto na lei. Em termos tributários, as associações estão sujeitas à isenção nos impostos federais, bem como ao pagamento de Imposto de Renda e contribuição social, enquanto que clubes com a forma jurídica de empresa precisam recolher PIS/Cofins e o Imposto de Renda sobre o lucro de acordo com o regime escolhido.

Executivo da EY, Pedro Daniel avalia que o Brasil tem potencial para atrair investimentos estrangeiros, mas que, para isso, é necessário regular o mercado para trazer segurança jurídica e financeira aos investidores. Ele considera que o projeto clube-empresa pode provocar uma "mudança estrutural no futebol brasileiro" e ser "uma alavanca para a profissionalização da indústria do futebol".

"Nós somos um celeiro interessante, temos um câmbio desvalorizado, o que permite uma empresa ter produção em real e vender em euro. Mas o investidor se sente inseguro de fazer isso. Se você quiser comprar um clube na Premier League, por exemplo, você passa por uma sabatina, uma curadoria. Aqui no Brasil não existe isso. É um cenário nada propício para investimento externo. Quanto mais risco, mais atrativo a gente fica para aventureiros", analisou.

"Estamos falando de um mercado dos clubes da Série A que faturam pouco mais de R$ 5 bilhões e têm um endividamento de quase R$ 8 bilhões. A gente vê a cada quatro ou cinco anos um novo refinanciamento tributário sendo elaborado. A gente vê notícias todos os dias de salários atrasados, baixa regulação de fair play financeiro. Caso não se crie essa situação, o cenário permanece", complementou o diretor da EY.

O projeto clube-empresa (PL 5082/16), cujo relator é o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), foi aprovado na Câmara no final de novembro de 2019. Desde então, está parado no Senado Federal. A pauta esfriou por conta da pandemia de covid-19. A expectativa é de que seja votado no primeiro semestre deste ano. Ao texto será agrupado o PL 5516/19, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e que prevê a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), possibilitando a migração de gestão associativa para a empresarial.

O Figueirense é um exemplo a não ser seguido e um alerta para quem busca o modelo empresarial de que é preciso se blindar de gestões desastrosas. O clube tenta se reestruturar após passar por uma experiência malsucedida ao optar pela criação de uma empresa limitada para administrar seu futebol, o Figueirense Ltda, e vender 95% de sua participação para a holding Elephant Participações Societárias S/A, que, em teoria, colocaria dinheiro e profissionalizaria a administração, mas quase levou o clube ao rebaixamento à Série C. A empresa atrasou salários e deixou de pagar comida e transporte para as categorias de base. O contrato, que tinha duração de 20 anos, foi rompido em dezembro de 2019. Em março do ano passado, o time catarinense anunciou acordo com uma multinacional responsável pela reestruturação financeira da equipe.

Ano passado, o Estadão mostrou que as 20 equipes da Série A do Campeonato Brasileiro afirmaram ser favoráveis aos projetos. Contudo, apenas Botafogo e Atlético Goianiense mostraram-se adeptos à migração de suas gestões.

REFERÊNCIA - O modelo alemão é considerado uma referência positiva, por ter exigido que mais de 50% das ações dos clubes fiquem sob domínio da associação, isto é, dos sócios da agremiação, que dão a palavra final nas decisões e elegem o presidente. Em 1998, a Bundesliga permitiu aos clubes que se transformassem em empresas desde que fossem controlados majoritariamente por suas associações. Atualmente, 75% dos clubes da primeira e segunda divisões "terceirizam" a gestão do futebol para entidades empresariais.

A regra 50+1, de acordo com a Liga Alemã, visa proteger os clubes de proprietários que busquem apenas o lucro, além de salvaguardar os costumes e valores dos clubes e de seus torcedores. As exceções são Bayer Leverkusen, Wolfsburg e Hoffenheim, controlados 100% por empresas, o que é permitido pela liga sob a condição de que o investidor tenha apoiado o time de forma substancial e contínua por mais de 20 anos.

Uma das potências na Europa, o Bayern de Munique se manteve no controle da maioria das ações e destinou ações minoritárias a três empresas: Adidas, Allianz e Audi. Todas têm cadeiras no conselho administrativo e cada uma possui 8,33% das ações do clube bávaro.

Esse mecanismo evita que o fracasso financeiro da empresa gestora leve o clube à falência, o que já aconteceu na Itália com a Fiorentina, que teve que recomeçar sua trajetória na quarta divisão. "O modelo alemão funcionou lá porque eles discutiram que estrangeiros não dominassem o futebol local e eles têm uma economia forte o suficiente para conseguir fazer isso", sintetiza Pedro Daniel.

INVESTIDORES - Com exceção da Inglaterra, as demais ligas possuem predominantemente investidores nacionais. Na Itália, Espanha e França os proprietários nacionais, em sua maioria (58%) possuem algum vínculo pessoal com o clube ou são empresários da região. 33% dos times que estão constituídos como empresas são controlados por estrangeiros, sendo que 39% dos investidores de equipes que disputam a primeira divisão investem em outros esportes.

Dos 34 clubes controlados por estrangeiros nas cinco principais ligas, 44% pertencem majoritariamente a empresários americanos ou chineses. Considerando as duas divisões, 64 times possuem investimento externo. Destes, metade são de investidores dos Estados Unidos ou da China.

O perfil dos investidores se dividem em: mecenas locais (Rennes e Villarreal); torcedores que se unem como acionistas minoritários (Sevilla e Real Sociedad); fundos de investimentos ou pessoas físicas (Wolverhampton e Milan); empresas que buscam por meio da visibilidade e atratividade gerada pelo esporte como espaço de marketing fortalecer e expandir suas marcas (Leicester City e Red Bull); investidores com foco em desenvolver relações políticas e de negócios por meio do futebol (PSG e Sheffield United); e o cross ownership (City Group), modelo em que investidores adquirem mais de um clube em mercados com diferentes características de forma a implementar um "ecossistema produtivo do futebol" considerando formação, captação, venda de direitos e performance esportiva.

Ficou para 2020 a votação no Senado do projeto que visa estimular os clubes a se tornarem empresas. A previsão é que o texto chegue ao plenário em fevereiro, quando os parlamentares voltam do recesso de fim de ano. O período de descanso servirá para o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) chegarem a um consenso sobre as duas propostas que tramitam em Brasília.

Pedro Paulo foi relator do projeto aprovado na Câmara dos Deputados há duas semanas. Rodrigo Pacheco tem um projeto parecido que tramita no Senado. Ambos dizem que falta pouco para o entendimento. O presidente do Senado, Davi Alcalumbre (DEM-AP), já avisou aos dois parlamentares que colocará para votação assim que houver um único texto, juntando as principais propostas de cada um. Os três são do mesmo partido.

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O senador sugere a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), uma estrutura societária específica para os clubes se tornarem empresas. Pedro Paulo acredita que é possível adaptar o modelo vigente empresarial para o mundo da bola. "Queremos incorporar elementos do texto do senador para o projeto que já foi aprovado pela Câmara. Estamos bem alinhados e acredito que na volta do recesso vamos colocar para votação", informou Pedro Paulo ao Estado.

Rodrigo Pacheco vai na mesma linha e lembra de dois pontos convergentes. "A atração de recursos disponíveis do mercado para atividade futebolística depende, essencialmente, de dois fatores: revisão do modelo associativo dos clubes e incentivo ao direcionamento de recursos privados."

No texto do deputado, produzido a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os clubes-empresas poderão refinanciar suas dívidas com a União, com desconto que pode chegar a 95% em cima de multas e encargos. Pacheco criou as debêntures-fut. Debêntures são títulos de dívida que uma empresa lança no mercado para captar dinheiro. Quem compra se tornar credor.

O projeto informa que o time que captar recursos por meio de debênture-fut deverá alocá-los no desenvolvimento de atividades ou no pagamento de gastos, despesas ou dívidas relacionadas às atividades ligadas ao clube.

Os dois projetos têm cinco destaques em comum: acionista de um clube-empresa não poderá ser acionista de outro clube; obrigatoriedade da criação de um conselho administrativo independente, com membros sem qualquer vínculo no clube; pessoa jurídica que tiver mais de 5% do capital social da empresa será rigorosamente fiscalizada; ausência de punição caso a dívida não seja paga e projeto social com dedução no imposto de renda.

TRANSPARÊNCIA - Os dois projetos prometem aumentar a fiscalização sobre dirigentes e empresários e atrair investidores. O modo é idêntico: disponibilizar balanços financeiros periódicos na internet e abrir as contas dos clubes-empresas para auditorias independentes. Ambos também têm como principal objetivo colocar fim às dívidas dos times que hoje, somadas, passam dos R$ 7 bilhões. Para isso, creem que só o modelo empresarial ajudará nessa transformação.

A adesão aos modelos é voluntária. Tanto um quanto o outro concordam que o governo não deve mais subsidiar o futebol nacional e seria um erro perdoar mais uma vez os déficits dos clubes. Nem um nem outro prevê alguma punição para o clube que se tornar empresa e não pagar a dívida negociada. No texto do Pedro Paulo há a informação de que a dívida volta para o número anterior ao acordo, sem descontos em cima de juros, que podem chegar a 95%.

O modo de arrecadação tributária também é o mesmo: criação de imposto único de 5% em cima da receita bruta para saldar o Imposto de Renda, a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e o Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

No projeto aprovado na Câmara houve uma emenda em que o valor de tributação de 5% poderá ser reduzido a 1% caso os clubes incentivem a formação de categorias de bases do futebol feminino e o incentivo ao esporte em comunidades carentes. No texto de Rodrigo Pacheco há também uma cláusula que prevê dedução no imposto para investimento em projetos sociais, o Programa de Desenvolvimento Educacional e Social.

O plenário da Câmara dos Deputados votará nesta terça-feira (26) o projeto clube-empresa, que incentiva os times brasileiros a saírem do modelo de associação civil para empresa, limitada ou sociedade anônima. Entre os benefícios estão a renegociação das dívidas, a carga tributária menor em relação a uma empresa comum e a promessa de maior atração de investimentos.

"Os clubes da Série A juntos representam dívida de quase R$ 7 bilhões. A dívida é grande e cresce de forma acelerada. Seja ela com o governo ou privada. De 2017 para 2018 cresceu 8%. É um problema particular do futebol brasileiro", disse o relator do projeto, o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), em entrevista ao Estado.

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O projeto conta com apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e na terça-feira da semana passada ganhou caráter de urgência com 329 votos favoráveis. Com isso, a proposta não precisou passar por comissões e teve apressada a votação em plenário. Pedro Paulo acredita que o projeto deverá ganhar emendas e evitou fazer prognósticos de quando poderá entrar em vigor - a expectativa é que em 2020 os clubes já possam migrar.

Se aprovado na Câmara, o projeto vai para o Senado, onde o ex-atacante Romário (Podemos-RJ) será o relator. Depois, será sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.

O texto foi elaborado durante quase quatro meses. Nesse período a comissão destinada ao projeto conversou com presidentes de clubes, atletas, empresários e a proposta sofreu alterações. Uma delas foi a tributação especial para os clubes.

"Vamos trabalhar uma carga tributária simplificada. Será um pouco maior do que um clube sem fins lucrativos, mas cerca de 40% menor do que uma empresa tradicional. Isso vai permitir maior competição internacional e que o clube faça caixa. São medidas que estão sendo colocadas em lei para que o clube possa sobreviver. Queremos atacar dívida e trazer investimento", disse Pedro Paulo.

Denominada Simples-Fut, a nova tributação faria o clube recolher 5% da receita bruta para saldar o Imposto de Renda, a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e o Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), uma alíquota mais favorável do que a exigida para as demais empresas. Se o projeto for aprovado, as equipes brasileiras de futebol poderão parcelar débitos em até 150 meses, com a comodidade de reduzir as multas em 70% e os juros em 40%. Porém, para poder pleitear a recuperação judicial, será preciso apresentar um plano completo de reestruturação.

"Essa ideia de dar uma oportunidade de Associações Sem Fins Lucrativos migrarem para clube-empresa e sobreviver não é nova. Quando olhamos o cenário internacional, o futebol brasileiro está muito abaixo do seu potencial", disse.

Outro benefício, segundo o relator, é que o clube ao se tornar empresa passará a ser responsabilizado por eventuais deslizes financeiros. "Quando vira empresa o que está em conta é o patrimônio. O investidor passa a ser sócio e isso já faz diferença muito grande. Na maioria das vezes os dirigentes, salvo algumas exceções, não têm nenhuma responsabilidade, tomam decisões que geram endividamento e isso não provoca nenhuma responsabilidade para os clubes. Como empresa eles terão que responder com o patrimônio deles. Terão que dar satisfação aos conselhos, porque o dinheiro das pessoas estará em jogo."

Apesar do otimismo com a aprovação da novidade, alguns clubes criticam o andamento rápido e pedem um debate mais abrangente sobre as medidas propostas. A Comissão Nacional de Clubes da CBF se reuniu duas vezes na sede da entidade neste ano para discutir o assunto. Na segunda, emitiram um comunicado conjunto manifestando preocupação com diversos pontos do projeto e pedindo mais tempo para discussão. O deputado minimizou a questão. "A gente pode ouvir, pegar sugestão, mas, na hora de decidir, quem decide é a política, não um ou outro cartola."

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