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O Comitê Olímpico Russo recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra a suspensão imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) no mês passado, por ter incorporado conselhos esportivos ucranianos. O tribunal divulgou nesta segunda-feira que registrou o recurso, mas não definiu prazo para um veredicto.

A disputa jurídica não deverá afetar os atletas russos que se classificarem para os Jogos Olímpicos de Paris no próximo ano. O COI já havia anunciado que os esportistas do país poderiam competir na França, desde que recebam convite direto das federações de cada modalidade, em um processo que não passa pelo comitê russo.

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A última rusga entre a Rússia e o COI foi provocada pela incorporação, pelo organismo russo, dos conselhos desportivos de quatro regiões da Ucrânia. Ao anunciar a sanção, o COI afirmou que a ação "constitui uma transgressão da Carta Olímpica porque viola a integridade territorial do Comitê Olímpico da Ucrânia".

A Rússia fez um movimento semelhante em 2016 para incorporar conselhos desportivos na região da Crimeia, que tinha sido anexada pelo país dois anos antes. Naquela ocasião, o COI não anunciou nenhuma suspensão. Na Olimpíada de Tóquio, em 2021, os atletas russos não puderam competir em nome do país nem exibir seus símbolos nacionais, como hino e bandeira, mas a sanção foi uma resposta ao histórico de uso de substâncias proibidas. Por anos, a Rússia operou um programa de doping patrocinado pelo Estado.

A Corte Arbitral do Esporte divulgou que o apelo russo pede que o comitê olímpico do país seja reintegrado "beneficiando-se de todos os direitos e prerrogativas concedidos pela Carta Olímpica". Com a punição, o comitê russo perde o direito de uma parte dos direitos de transmissão da Olimpíada e patrocínio, o que equivale a milhões de dólares no ciclo olímpico de quatro anos. Autoridades russas trabalham juridicamente ter acesso aos recursos que não estão sendo pagos devido às sanções econômicas provocadas pela guerra na Ucrânia.

A Rússia é uma potência olímpica. Nos Jogos de Tóquio, os atletas russos terminaram na quinta colocação no quadro de medalhas, com 20 ouros, 28 pratas e 23 de bronze. O Brasil ficou em 12º lugar, com 7 medalhas de ouro, 6 de prata e 8 de bronze.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta quinta-feira (12), por meio de um porta-voz, a suspensão "com efeito imediato" do Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob sua autoridade cinco organizações regionais ucranianas.

Esta decisão priva a instância russa, automaticamente, de financiamento do COI, mas não tem consequências em uma eventual presença de atletas russos sob bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

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De acordo com a mesma fonte, esse tema em específico será decidido pelo COI "no momento apropriado".

Para a entidade olímpica, que mudou a ordem do dia de seu comitê executivo e renunciou à análise do programa esportivo dos Jogos de Los Angeles de 2028, trata-se de aplicar sanções à "violação", por parte da Rússia, da "integridade territorial" defendida pela Carta Olímpica, afirmou o porta-voz Mark Adams.

No dia 5 de outubro, o Comitê Olímpico Russo integrou, "unilateralmente", entre seus membros diversas organizações esportivas de províncias ucranianas do leste do país (Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia) ocupadas pelo Exército russo.

Após o anúncio do COI, o Comitê Olímpico Russo denunciou o que chamou de decisão "política" e "contraproducente" da mais alta entidade olímpica.

"O COI tomou uma nova decisão contraproducente e claramente por uma motivação política", reagiu o comitê russo, em seu canal no Telegram.

Lembrou, ainda, que "os atletas russos, cuja maioria ainda está injustificadamente excluída das competições internacionais, não se veem, de forma alguma, afetados por essa decisão".

O governo ucraniano reagiu na sequência, celebrando a decisão.

"O esporte não pode estar separado da política quando um país terrorista comete um genocídio contra a Ucrânia e utiliza os esportistas como propaganda", declarou o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak.

O COI mantém sob sanção o esporte russo e bielorrusso desde que, no final de fevereiro de 2022, o Exército russo invadiu a Ucrânia. O ato foi considerado uma violação da trégua olímpica durante os Jogos de Inverno de Pequim 2022. Nesse sentido, recomendou-se às federações internacionais a proibição de todas as competições em território russo, assim como a presença de qualquer símbolo oficial da Rússia, seja o hino, seja a bandeira.

Já sua posição a respeito da participação de atletas russos e bielorrussos (por serem aliados de Moscou) em competições internacionais mudou. Passou da exclusão, em um primeiro momento, para a possibilidade de reingresso, decidida em março passado. As condições para essa participação são que isso ocorra em provas individuais, os atletas compitam sob bandeira neutra e não tenham apoiado "ativamente a guerra na Ucrânia".

Até o momento, o COI ainda não decidiu se os atletas dessas duas nacionalidades poderão participar dos Jogos de Verão de Paris 2024, ou dos Jogos de Inverno de Milão, dois anos depois.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou às federações internacionais que autorizem atletas com passaporte da Rússia e de Belarus a participarem de competições internacionais como atletas neutros em modalidades individuais. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27) pelo comitê executivo do COI, que ainda decidirá se os atletas russos e bielorrussos poderão ou não disputar a Olimpíada de Verão de Paris (2024) e a de Inverno na Itália (2026).

A proibição de atletas de Rússia e Belarus em competições estava em vigor desde fevereiro do ano passado, em decorrência da invasão militar russa na Ucrânia.  Ao retornarem aos torneios internacionais, os atletas russos e bielorrussos voltarão a ter chances de classificação para Paris 2024.

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Em coletiva nesta terça (27), o presidente do COI Thomas Bach defendeu o retorno de russos e bielorrussos às competições.

“Vemos isso quase todos os dias em vários esportes, principalmente no tênis, mas também no ciclismo, em algumas competições de tênis de mesa.”, afirmou o dirigente na sede da sede da entidade, em Lausanne (Suíça). "Em nenhuma dessas competições incidentes de segurança aconteceram", completou Bach,

De acordo com a agência de notícias Reuters, Bach disse ainda que a política não pode fazer parte das competições esportivas e que os atletas não devem ser punidos por seus passaportes.

Com a aproximação dos Jogos de Paris 2024, é cada vez mais intensa a campanha da Ucrânia para que atletas da Rússia e Belarus sejam excluídos do maior evento esportivo do planeta. Recentemente, o Mundial de Boxe Feminino, que terminou no último domingo (26) – com ouro da baiana Beatriz Ferreira, nos 60 quilos - sofreu boicote de potências como Estados Unidos, Canadá, Suécia e Grã-Bretanha, contrários a participação de russos e bielorrussos.

Segundo a Reuters, nesta terça (27)  mais de 300 esgrimistas escreveram a Bach para pedir ao COI que reconsiderasse a permissão do retorno,  chamando de "erro catastrófico" caso Rússia e Belarus possam voltar às competições.

A presidência ucraniana elevou o tom nesta segunda-feira (30) contra o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o acuso de ser um "promotor da guerra", depois que a entidade anunciou que examina a possibilidade de autorizar a participação de atletas russos sob uma bandeira neutra nos Jogos de Paris-2024.

"O COI é um promotor da guerra, do assassinato e da destruição. O COI observa com prazer a Rússia destruir a Ucrânia e oferece em seguida à Rússia uma plataforma para promover o genocídio e encorajar mais assassinatos", escreveu no Twitter o conselheiro da presidência ucraniana, Mykhaylo Podolyak.

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"Obviamente, o dinheiro russo que compra a hipocrisia olímpica não tem o cheiro do sangue ucraniano. Certo, sr. Bach?", acrescentou, em uma referência direta ao presidente do COI, Thomas Bach.

Desde a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, a Ucrânia pede a exclusão dos cidadãos da Rússia e de Belarus, um país aliado do Kremlin, dos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris.

Mas o COI afirmou na semana passada que "examina" a possibilidade de autorizar a participação dos atletas russos e bielorrussos, que estão vetados da maioria das competições internacionais desde o início do conflito, sob uma bandeira neutra.

A possibilidade provocou indignação na Ucrãnia.

Na sexta-feira, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky criticou a "hipocrisia" do COI e convidou Bach a visitar Bakhmut, um dos pontos mais violentos da guerra com a Rússia,

No domingo, ele afirmou que enviou uma carta ao presidente francês Emmanuel Macron para pedir que os atletas russos sejam excluídos de Paris-2024.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta terça-feira, a 'adoção' de mais 11 refugiados, que vão participar da preparação do ciclo para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Com isso, o número total é de 52 atletas beneficiados com o projeto da entidade.

A Olimpíada na capital francesa será a terceira edição a ter uma equipe de refugiados, repetindo Rio-2016 e os Jogos de Tóquio, disputados no ano passado. Entre os refugiados estão quatro vindos da Síria, três do Afeganistão e um de Etiópia, Marrocos, Irã e Camarões.

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Três deles buscam vaga no judô, dois no taekwondo, ciclismo e atletismo, além de mais um no boxe e outro na luta olímpica.

Veja a lista com os atletas, com os países de origem e onde irão treinar: Mohamad Akkash (judô - Síria/Alemanha); Yahya Al Ghotany (taekwondo - Síria/Jordânia); Masomah Ali Zada (ciclismo - Afeganistão/França); Mohammad Amin Alsalami (atletismo - Síria/Alemanha); Eyeru Gebru (ciclismo - Etiópia/França); Fouad Idbafdil (atletismo - Marrocos/França); Adnan Khakan (judô - Síria/Alemanha); Iman Mahdavi (luta livre - Irã/Itália); Cindy Ngamba (boxe - Camarões/Reino Unido); Abdullah Sediqi (taekwondo - Afeganistão/Bélgica) e Nigara Shaheen (judô - Afeganistão/Canadá).

"Apoiar refugiados e populações deslocadas continua sendo uma prioridade fundamental para o COI e faz parte da Recomendação 11 da Agenda Olímpica 2020+5. A crise global de refugiados continua a ser uma questão premente e urgente, com mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo atualmente deslocadas de suas casas. Diante disso, a missão do COI é mais relevante do que nunca", escreveu a entidade em uma nota nas suas redes sociais. "A Fundação Olímpica dos Refugiados (ORF, sigla em inglês) se baseia nesse compromisso, gerenciando os bolsistas atletas refugiados e a equipe olímpica de refugiados do COI em Paris 2024."

Falta pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) está preocupado com a disseminação da variante Ômicron, da Covid-19, entre os atletas que vão disputar a competição.

A ideia da entidade é não ter "desfalques" em Pequim por causa de casos de Covid-19 entre os competidores. Nesta segunda-feira, o diretor do COI, Christophe Dubi, revelou um certo receio com o aumento considerável de casos positivos.

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"Minha principal preocupação é o aumento do número de casos entre atletas. Obviamente, não gostamos de perder alguns atletas semanas antes das Olimpíadas, após eles se prepararem por muitos meses", disse Dubi, à RTS, da Sérvia. "Queremos organizar um evento incrível, com a presença de todos os grandes atletas do mundo", enfatizou.

Apesar do temor por caso da nova onda que assola o mundo, Dubi deu voto de confiança às autoridades chinesas após ouvir do governo chinês que a covid-19 está "controlada" e a segurança para a competição será uma das maiores da história no quesito. Os Jogos de Inverno serão realizados entre 4 e 20 de fevereiro.

"O governo chinês nos lembrou em várias ocasiões, e novamente na sexta-feira passada, que estamos avançando no combate à Covid-19. Eles estão muito confiantes. Eles montaram uma bolha sanitária extremamente sofisticada que mantém todos os participantes dentro dela. Os atletas praticamente não terão contato com o mundo exterior e farão um teste PCR todos os dias."

O Comitê Olímpico Internacional (COI) afirmou nesta quinta-feira (2) que fez nova videoconferência com a tenista chinesa Shuai Peng, no dia anterior, e revelou que marcou um encontro pessoal entre a atleta e o presidente da entidade, Thomas Bach, em janeiro de 2022, na Suíça.

"Compartilhamos a mesma preocupação que muitas outras pessoas e organizações sobre o tema do bem-estar e a segurança de Shuai Peng, mas nós optamos por uma abordagem muito humana e centrada na pessoa", afirmou a entidade olímpica em um comunicado, sem divulgar gravações de áudio ou imagens da conversa com a tenista. "Oferecemos um apoio muito grande, seguimos em contato regular com ela e marcamos um encontro presencial para janeiro."

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A ex-número 1 do mundo nas duplas estava desaparecida desde o começo de novembro, poucos dias depois de acusar o ex-vice-primeiro-ministro da China, Zhang Gaoli, de 75 anos, de forçá-la a fazer sexo. A principal suspeita foi a de que a tenista poderia estar sofrendo represálias ou intimidações por conta da denúncia realizada.

Há cerca de duas semanas, Thomas Bach, conseguiu o primeiro contato de um interlocutor estrangeiros com Peng, falando com a atleta pela primeira vez por videoconferência. Desta vez uma equipe da entidade conduziu a segunda videoconferência de meia hora, na qual a tenista "parecia em segurança e bem, levando em consideração a situação difícil em que se encontra".

Como em seus comunicados anteriores sobre o caso, o COI não faz referência às acusações de agressões sexuais que Peng apresentou no início de novembro contra um ex-dirigente do governo chinês. Não pediu esclarecimentos sobre o tema nem garantias sobre as liberdades de movimentos da atleta.

A postura, vista por muitos como uma maneira de manter a relação com a China, que será a sede em Pequim dos Jogos Olímpicos de Inverno dentro de dois meses (4-22 fevereiro de 2022). "Existem diferentes formas de garantir seu bem-estar e segurança. Adotamos uma abordagem muito humana e centrada na pessoa para lidar com a situação", justificou o COI, defendendo o contato direto com o regime chinês. "Como trata-se de uma participante de três Jogos, o COI aborda suas preocupações diretamente com as organizações esportivas chinesas".

"Recorremos à 'diplomacia discreta' que, dadas as circunstâncias e a experiência de governos e outras organizações, é considerada o meio mais promissor de reagir de maneira eficaz neste tipo de caso humanitários", acrescentou a entidade.

A proposta de realizar uma Copa do Mundo de futebol a cada dois anos preocupa o Comitê Olímpico Internacional (COI), que apelou para que as negociações sobre o tema sejam mantidas e ampliadas. A entidade afirmou estar "muito preocupada" com o impacto que um Mundial bienal possa ter sobre outras modalidades esportivas, bem como no bem estar dos jogadores e no aumento das modalidades masculinas, já que afetaria a "igualdade de gênero".

"Diversas federações internacionais de outros esportes, federações nacionais de futebol, clubes, jogadores, associações de jogadores e treinadores expressaram fortes reservas e preocupações em relação aos planos de gerar mais receitas pela Fifa", explicou o COI em um comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira.

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"O COI partilha dessas preocupações e apoia os apelos dos atores do futebol, das federações esportivas internacionais e dos organizadores de grandes eventos para uma consulta mais ampla, inclusive com os representantes dos atletas, o que obviamente ainda não aconteceu", prosseguiu a entidade.

Nesse sentido, o COI exigiu mais discussões sobre os planos para a realização da competição. As propostas da Fifa serão votadas em dezembro deste ano pelas 211 associações membros e o presidente Gianni Infantino, também membro do COI, viajará pelo mundo para reunir apoios para a ideia, que tem sido liderada pelo ex-treinador do Arsenal, o francês Arsène Wenger.

O plano recebeu duras críticas de várias federações continentais e nacionais, grupos de jogadores e torcedores, não sendo claro se poderá seguir em frente. Há poucos dias, a Uefa destacou a sua preocupação com o impacto da realização de uma Copa do Mundo a cada dois anos, incluindo a "diluição" do valor da competição, bem como o risco de os jogadores trabalharem muito e o futebol feminino sofrer.

Por outro lado, clubes, ligas e confederações europeias e sul-americanas estão confiantes de que podem impedir o plano, independentemente do resultado de uma votação, dado que representa "uma divisão prejudicial no cenário internacional".

A Fifa está fazendo várias mudanças no seu modelo de negócio. Há poucas semanas, foi revelada a intenção de considerar a possibilidade de transferir os seus negócios comerciais da Suíça para os Estados Unidos com o objetivo de aumentar a fonte de receita.

CONVITE - A Fifa convidou os treinadores de todas as 211 seleções masculinas filiadas à entidade para uma reunião sobre seus planos para uma Copa do Mundo bienal e um novo calendário de partidas internacionais. As videoconferências para os técnicos serão realizadas nesta semana e serão conduzidas por Arsène Wenger, que tem o cargo de chefe de Desenvolvimento Global do Futebol da entidade.

"A contribuição de um técnico de uma seleção masculina é essencial. As oportunidades de estarmos juntos são poucas e raras, mas devemos aproveitar essas ocasiões, pois esse diálogo nos ajuda a proteger o lugar único que o futebol tem no mundo e torná-lo verdadeiramente global", afirmou Arsène Wenger.

Várias lutas de boxe em disputa por medalhas na Olimpíada do Rio de 2016 foram manipuladas por árbitros e jurados "cúmplices e complacentes", revelou uma investigação independente encomendada pela Associação Internacional de Boxe (Aiba). A constatação é um duro golpe para a modalidade e ameaça ainda mais sua permanência nos Jogos. Existe forte pressão para que o boxe seja retirado e o próprio presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, já se mostrou favorável a isso.

Richard McLaren, chefe do trabalho feito a pedido da Aiba, disse em relatório que a primeira das três fases da investigação analisou a arbitragem e o julgamento no Rio, onde ocorreram decisões polêmicas em várias lutas. Mas respinga em Londres-2012. "As sementes disso foram plantadas anos antes, começando pelo menos desde os Jogos Olímpicos de 2000 até os eventos em torno de 2011 e Londres-2012", disse McLaren, em entrevista em Lausanne, na Suíça.

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Não há um número final de quantas lutas poderiam ter sido afetadas. A investigação identificou "cerca de 11, talvez menos, e isso contando aqueles que sabemos que foram manipuladas, lutas problemáticas ou lutas suspeitas", disse McLaren, referindo-se à disputa por um lugar no pódio.

O relatório acrescentou que oficiais seniores da Aiba usaram seu poder para selecionar árbitros e juízes e transformaram a comissão, que deveria garantir que eles fossem designados de forma justa, em "um mero carimbo de borracha."

Segundo McLaren, os árbitros e jurados selecionados geralmente "sabiam o que estava acontecendo" ou então eram "incompetentes" e estavam dispostos a ignorar os sinais de manipulação, e os eventos classificatórios para a Olimpíada do Rio foram usados para filtrar árbitros e juízes honestos.

Árbitros e jurados foram informados sobre quem deveria vencer uma luta pela manhã antes de um dia de lutas na Olimpíada, inclusive em uma área "protegida de olhares indiscretos", continuou McLaren.

Durante a Olimpíada de 2016, dois resultados se destacaram: a derrota do irlandês Michael Conlan para o russo Vladimir Nikitin e a vitória do francês Tony Yoka sobre o britânico Joe Joyce. Depois que os juízes concederam a luta a Nikitin, Conlan mostrou-lhes o dedo médio e acusou a Rússia e a Aiba de corrupção.

A Aiba foi suspensa como órgão regulador olímpico do boxe em maio de 2019. A qualificação e a realização do torneio nos Jogos de Tóquio no verão foram organizadas por uma força-tarefa do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A Aiba é liderada pelo empresário russo Umar Kremlev desde dezembro e diz que reformou a forma como as lutas são julgadas desde 2016, quando o ex-presidente Wu Ching-Kuo estava no comando. "A Aiba contratou o professor McLaren porque não temos nada a esconder", disse Kremlev em um comunicado. "Devemos agora examinar cuidadosamente o relatório e ver quais medidas são necessárias para garantir a justiça."

Nenhum dos árbitros ou jurados de 2016 estava em seus cargos para a Olimpíada deste ano em Tóquio, após todos terem sido suspensos pela Aiba.

AMEAÇA - Em fevereiro de 2018, Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, ameaçou retirar o boxe dos Jogos Olímpicos. Motivo: a indicação para que o casaque Gafur Rakhimov assumisse a presidência da Aiba interinamente, após Wu ter sido afastado em dezembro de 2017 por má gestão financeira.

Apesar de nunca ter sido processado, Rakhimov é apontado como o líder de uma organização criminosa chamada de "Os Ladrões". Ele também tem seu nome em investigações por roubo, lavagem de dinheiro, extorsão, suborno e tráfico de armas.

HISTÓRICO - Os problemas envolvendo resultados em lutas de boxe no mundo olímpico são antigos. Em 1988, o norte-americano Roy Jones Jr. perdeu o ouro em Seul para sul-coreano Park Si-Hun por decisão dividida dos jurados: 3 a 2. Na contagem dos golpes após os três rounds, o americano somou 86 contra 32 do asiático, que, constrangido após o resultado, chegou a levantar o braço de Jones no pódio.

Em 1999, em Houston, Estados Unidos, o peso pesado cubano Felix Savón se recusou a disputar a final do Mundial por não concordar com vários veredictos em lutas anteriores de seus compatriotas. O tricampeão olímpico se dirigiu ao ringue, com a bandeira de seu país, mas apenas deu uma volta, cantando o hino cubano e deixou o ginásio.

Essas polêmicas fizeram a Aiba mudar várias vezes a forma de indicar um vencedor por pontos. No início, o sistema era o mesmo do profissional: dez pontos para o vencedor do round e nove ou menos para o perdedor. Depois, passaram a contar os golpes que efetivamente atingissem o adversário, mas o sistema também não agradou. Em Londres-2012, as notas dos jurados passaram a ser apresentadas ao final de cada round. Já em Tóquio, voltou a ser utilizado o sistema de dez pontos para o vencedor o assalto.

A Executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) suspendeu até o fim de 2022 o Comitê Nacional da Coreia do Norte pela não participação nos Jogos de Tóquio-2020, no Japão, que foram realizados neste ano, segundo anunciou nesta quarta-feira o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach.

Caso algum atleta do país se classifique para os Jogos Olímpicos de Inverno, marcados para acontecer Pequim, na China, em fevereiro do ano que vem, a Executiva do COI ficará responsável por decidir sobre a participação no evento.

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"O Comitê da Coreia do Norte foi o único que não participou dos Jogos de Tóquio. Com isso, violou a Carta Olímpica e descumpriu com a obrigação que tinha de enviar uma delegação de atletas", justificou Bach.

Em 6 de abril, o Departamento de Esportes da Coreia do Norte anunciou que não enviaria representantes à capital japonesa para protegê-los do contágio da covid-19.

Com a suspensão, o Comitê Olímpico norte-coreano fica impedido de se beneficiar dos programas de ajuda oferecidos pelo COI e de participar da divisão das receitas dos Jogos de Tóquio, "já que não contribuiu para seu êxito", disse o presidente da entidade.

Segundo o COI, as garantias de preservação da saúde foram oferecidas à Coreia do Norte e outros países, incluindo o envio de vacina", que foram recusadas pelo regime local.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) recebeu nesta semana um pedido para a exclusão das provas que envolvam cavalos nos Jogos Olímpicos. A solicitação foi feita pela ONG Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais) e é motivada por casos de maus-tratos sofridos pelos animais na Olimpíada de Tóquio. O principal deles envolveu a treinadora Kim Raisner, da equipe alemã do pentatlo moderno.

A pentatleta Annika Schleu, da Alemanha, despontava como favorita ao ouro. Porém, na prova de hipismo, não conseguiu saltar com o cavalo Saint Boy, que já havia recusado prosseguir a atividade com a russa Gulnaz Gubaydullina, campeã mundial em 2017. Nas provas de saltos do pentatlo moderno, os competidores não têm conhecimento prévio sobre o animal que usarão, restando apenas 20 minutos antes do início da prova para conhecer e se adaptar ao cavalo.

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Diante do problema e consequente fracasso em terminar os saltos, Annika Schleu se desesperou, sendo fotografada aos prantos e vista por alguns dando chicotadas em excesso no cavalo. Descontente, sua treinadora Kim Raisner agrediu Saint Boy com um soco. Ela foi expulsa da Olimpíada e do quadro da União Internacional do Pentatlo Moderno (UIPM) e denunciada, junto à pentatleta, por crueldade com os animais e cumplicidade a atos cruéis pela Associação Alemã para a Proteção dos Animais (Deutscher Tierschutzbund).

"O mundo ficou chocado quando a competidora alemã, visivelmente irritada, Annika Schleu, foi filmada esporando e chicoteando o cavalo Saint Boy depois de ele se recusar a entrar no percurso. A treinadora de Schleu, Kim Raisner, foi então flagrada agredindo o cavalo. Ela foi corretamente expulsa da Olimpíada, mas multas e suspensão não são o suficiente para proteger os cavalos de treinadores que cometam agressões similares", afirma trecho do pedido enviado ao COI. "Os Jogos Olímpicos são notórios por atletas humanos, não pela habilidade de aterrorizar e machucar cavalos que não escolheram competir e ao mesmo tempo fazem todo o trabalho, algumas vezes custando suas vidas", complementa Ingrid Newkirk, presidente da ONG.

A UIPM promete revisar a prova de hipismo do pentatlo moderno. Com a mudança programada para os Jogos de Paris-2024, em que a modalidade sofrerá uma drástica redução no tempo de suas atividades, observa-se ambiente propício para novas mudanças. A diminuição do circuito dos saltos e redução da altura dos obstáculos estão no radar.

Além do problema observado na disputa do pentatlo moderno, outras duas situações levantaram questionamentos ao longo dos Jogos na capital japonesa. O primeiro foi na prova de cross country, no CCE (Concurso Completo de Equitação), em que Jet Set, montado pelo cavaleiro suíço Robin Godel, sofreu uma ruptura de ligamento, perto do casco do membro inferior direito - lesão considerada irreversível - e foi sacrificado. Mais tarde na prova individual de saltos do hipismo, o cavalo Kilkenny teve um sangramento na narina, mas o irlandês Cian O'Connor prosseguiu na prova. Dois dias depois, na prova por equipes, o cavaleiro voltou a usar o animal e sofreu uma queda.

O hipismo compõe o programa olímpico desde a segunda edição na era moderna, em Paris-1900. A Alemanha é o país com mais conquistas da modalidade, somando 28 ouros, 14 pratas e 14 bronzes. O Brasil já conquistou um ouro e dois bronzes.

A Olimpíada de Tóquio acabou no domingo, mas Rayssa Leal segue brilhando. A jovem skatista ganhou nesta quinta-feira o prêmio Visa Award, que é concedido ao atleta que melhor representou os valores olímpicos nos Jogos, segundo votação popular. A honraria é entregue pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em parceria com um dos seus patrocinadores.

"Visa e COI parabenizam Rayssa Leal por ter mostrado que a amizade e a esportividade aos seus oponentes tem maior significado do que ganhar a medalha de ouro", anunciou a entidade responsável pela organização da Olimpíada. Em Tóquio, a skatista de apenas 13 anos faturou a prata na modalidade street.

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O prêmio celebra a amizade, a inclusão, a aceitação e a coragem, valores que foram "exemplificados" por Rayssa, segundo o COI. A brasileira foi escolhida em votação popular, no próprio site oficial da Olimpíada. "Do início ao fim, a brasileira demonstrou verdadeiras qualidades de espírito esportivo. Ela se manteve próxima das suas adversárias, deu abraços e comemorou enquanto elas faziam suas performances na Olimpíada pela primeira vez", registrou o comunicado da premiação.

"Mesmo quando Nishiya Momiji finalmente derrotou Rayssa no dia da medalha de ouro, a brasileira expressou o verdadeiro poder do espírito olímpico ao correr para ser a primeira a abraçar a rival japonesa e dar os parabéns", afirmou.

Como prêmio, Rayssa ganhou a oportunidade de escolher uma instituição para receber uma doação de US$ 50 mil (cerca de R$ 260 mil). Pelas redes sociais, ela afirmou que vai direcionar o valor para a ONG Social Skate, da cidade de Poá, em São Paulo.

"Hoje fui reconhecida, como a atleta que mais representou os valores Olímpicos durante os Jogos! E, como prêmio, iremos ajudar a @ongsocialskate, que transforma a vida de várias crianças através do Skate! Obrigada pelos votos galerinha! Essa conquista é nossa! Juntos somos mais fortes!", declarou a jovem skatista.

A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya está "em segurança" no Japão - informou o Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta segunda-feira (2), um dia após a atleta denunciar que foi forçada a abandonar os Jogos Olímpicos e voltar para seu país por criticar sua federação nacional.

"O COI e a Tóquio-2020 falaram diretamente com a atleta Krystsina Tsimanouskaya ontem (domingo)", disse o diretor de Comunicações do COI, Mark Adams, nesta segunda-feira.

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"Ela nos garantiu que estava bem e em segurança. Ela passou a noite em um hotel no aeroporto" de Tóquio-Haneda, e o COI planeja se encontrar com ela nesta segunda-feira para descobrir suas intenções e "apoiá-la", detalhou Adams.

Vários países europeus ofereceram asilo à velocista.

"As autoridades japonesas acabam de confirmar que a atleta Krystsina Tsimanouskaya recebeu nossa oferta de asilo", afirmou o ministro tcheco das Relações Exteriores, Jakub Kulhanek, no Twitter.

Autoridades de Polônia e Eslovênia também disseram terem oferecido asilo à atleta.

Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) estão trabalhando no caso, revelou Adams.

O Japão continuará, por sua vez, "a cooperar estreitamente com as organizações envolvidas e tomará as medidas cabíveis", tratando este caso "de acordo com a lei", declarou o porta-voz do governo japonês, Katsunobu Kato, nesta segunda-feira, sem dar mais detalhes.

Os ministros das Relações Exteriores e da Justiça do Japão, bem como a polícia local, não quiseram comentar o caso, nem o ACNUR. A AFP buscou contato com várias embaixadas de países ocidentais no Japão sem obter uma resposta.

Na noite de domingo (1º), Tsimanouskaya denunciou que foi forçada por seu técnico, Yuri Moiseyevitch, a deixar os Jogos Olímpicos e que, mais tarde, funcionários do Comitê Olímpico de Belarus acompanharam-na até o aeroporto para que voltasse para seu país.

Poucos dias antes, a atleta havia criticado duramente a Federação de Atletismo de seu país por obrigá-la a participar do revezamento 4x400 metros. Inicialmente, ela teria de correr as provas de 100 e 200 metros. Segundo Tsimanouskaya, a imposição se deveu ao fato de dois outros velocistas bielorrussos não terem passado nos controles antidoping.

Em entrevista à mídia digital por.tribuna.com, Tsimanouskaya disse que estava "com medo" de ser presa, se voltasse para a Belarus, e pediu a intervenção do COI.

O incidente ocorre no momento em que o governo do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, reprime opositores, jornalistas e militantes, para tentar impedir o movimento de protesto deflagrado em 2020 contra sua reeleição para um quinto mandato.

Nesta quarta-feira (28), a agenda olímpica do Brasil nas olimpíadas de Tóquio terá como destaque o futebol masculino. A seleção entra em campo pela terceira rodada da competição, de olho nos três pontos que podem encaminhar a classificação. O dia ainda conta com as meninas do handebol e o clássico mundial entre Brasil e Rússia no vôlei masculino. 

Confira a agenda completa

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Vela - 470 - Masculino (00:05h)

Finn - Masculino (00:05h)

49er - Masculino (00:05h)

RS:X - Feminino  (00:15h)

Natação - 4x200m livre masculino final (00:26h)

Canoagem Slalom - C1 feminino (00:50h)

Tiro com arco - Marcus Vinícius D'Almeida (BRA) x Patrick Huston (GBR) (01:24h)

Canoagem Slalom - K1 masculino (01:50h)

Boxe - Keno Marley (BRA) x Chen Daxiang (CHN) (02:12h)

Vela - Nacra 17 - Misto (02:35h)

470 - Feminino (02:35h)

49er FX - Feminino (02:50h)

Tênis - L. Stefani e L. Pigossi (BRA) x Mattek-Sands e Pegula (EUA) (03:40h)

Futebol - Arábia Saudita x Brasil masculino (05:00h)

Tênis - L. Stefani e M. Melo (BRA) x Stojanovic e Djokovic (CRO) (06:40h)

Natação - 100m livre masculino classificatória (07:02h)

Ginástica Artística - Final do individual geral masculino (07:15h)

Badminton - Kanta Tsuneyama (JAP) x Ygor Coelho (BRA) (07:20h)

Handebol - Brasil x Espanha masculino (07:30h)

Natação - 200m medley masculino (08:15h)

4x200 livre feminino (08:34h)

Tênis de mesa - Hugo Calderano (BRA) x Dimitrij Ovtcharov (ALE)

Vôlei - Brasil x Rússia masculino (09:45h)

Rúgbi - Canadá x Brasil feminino (21:30h)

Ciclismo BMX - corrida masculina (22:00H)

corrida feminina (22:21h)

Remo - Skiff simples - Masculino (23:00h)

Handebol - Espanha x Brasil feminino (23:00h)

Judô - Rafael Buzacarini (BRA) x Toma Nikiforov (BEL) (23:25h)

O caminho para os Jogos de Tóquio foi repleto de obstáculos, entre o histórico adiamento do ano passado devido à pandemia, os vários contratempos e a proibição quase total da presença de espectadores.

Esta é uma seleção feita pela AFP dos episódios mais significativos dos Jogos de Tóquio, programados para acontecer de 23 de julho a 8 de agosto (de 24 de agosto a 5 de setembro para os Jogos Paralímpicos):

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- 2013: lágrimas de alegria

Em 8 de setembro de 2013, Tóquio foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020. O país comemorou e os apresentadores de televisão chegaram a chorar de emoção. Na época, muitos temiam que o acidente nuclear de Fukushima, resultado do gigantesco terremoto e tsunami de 2011, arruinasse o projeto olímpico. O governo apostou no sucesso do que chamou de "Jogos da Reconstrução".

- 2015: passo em falso

Em julho de 2015, o primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou uma revisão completa do projeto do novo estádio olímpico, após críticas por seu custo elevado (US$ 2,4 bilhões). Os planos da arquiteta iraquiano-britânica Zaha Hadid foram cancelados e a obra passou para o projeto do japonês Kengo Kuma.

Outro contratempo aconteceu em setembro de 2015: o Comitê Organizador teve que renunciar ao primeiro logotipo dos Jogos por ser muito parecido com o de um teatro de Liege (Bélgica), cujo criador recorreu à justiça.

- 2019: demissões e onda de calor

Em 19 de março de 2019, o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, de 71 anos, anunciou sua renúncia, oficialmente por sua idade. Mas ele estava sob pressão desde a revelação, em janeiro daquele ano, de uma acusação na França por suspeita de suborno de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2013 em apoio à candidatura de Tóquio.

No mês seguinte aconteceu outra demissão, a do ministro responsável pelas Olimpíadas, Yoshitaka Sakurada, que havia cometido várias gafes em seis meses no cargo.

Em meados de 2019, as altas temperaturas e a umidade extrema em Tóquio foram uma tortura para os atletas durante os eventos-teste para os Jogos Olímpicos. No início de outubro, o COI decidiu transferir a maratona olímpica para Sapporo, 800 quilômetros ao norte da capital japonesa.

- 2020: adiamento e aumento dos custos

Em 24 de março de 2020, em plena expansão da pandemia do coronavírus, o COI anunciou o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021, um fato inédito em tempos de paz.

Os Jogos, que mantêm o nome 'Tóquio-2020', serão "um testemunho da derrota do vírus", afirmou na ocasião Shinzo Abe.

Os custos extras do adiamento e das medidas anticovid provocaram a disparada do orçamento de Tóquio-2020 (um adicional de US$ 2,79 bilhões), para um total de mais de US$ 15 bilhões.

- Janeiro de 2021: novas dúvidas

Com o número recorde de infecções pelo novo coronavírus no Japão, o governo do país decreta estado de emergência em 11 departamentos, incluindo Tóquio e sua grande periferia, medida que foi suspensa em 21 de março.

O governo e os organizadores insistem que o evento seguirá adiante, mas as pesquisas indicam que a maioria dos japoneses deseja o adiamento ou cancelamento dos Jogos.

- Fevereiro 2021: escândalo sexista

O presidente do comitê organizador, Yoshiro Mori, causou um escândalo ao afirmar que as mulheres falavam demais nas reuniões, algo que era "irritante" para este ex-primeiro-ministro de 83 anos. Após um pedido de desculpas desajeitado, ele renunciou em 12 de fevereiro.

Ele foi substituído pela ministra responsável pelos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto.

- Março de 2021: proibição de público estrangeiro

Em 18 de março, um tabloide japonês revelou que o diretor artístico de Tóquio-2020, Hiroshi Sasaki, havia sugerido um ano antes fantasiar de porco, na cerimônia de abertura dos Jogos, a comediante japonesa e estrela das redes sociais Naomi Watanabe, dando a entender um suposto excesso de peso.

Sasaki pediu desculpas e renunciou ao cargo.

No dia 20 de março foi aprovada a proibição de espectadores procedentes do exterior por riscos sanitários.

No dia 25 de março começou o revezamento da tocha olímpica em Fukushima (nordeste), inicialmente sem público e em clima deprimente.

- Junho-julho de 2021: um conturbado sprint final

Em 15 de junho, os organizadores dos Jogos publicam regras sanitárias reforçadas para os atletas, com punições que podem gerar até a desclassificação da competição, caso violem as normas.

Em 8 de julho, enquanto a crise sanitária aumenta em Tóquio, os organizadores optam por Jogos praticamente a portas fechadas (vetando inclusive o público local). O governo reinstaura o estado de emergência na capital até 22 de agosto. Os primeiros casos positivos de covid-19 em atletas são registrados na Vila Olímpica e alguns atletas são obrigados a desistir dos Jogos por causa da doença.

A quatro dias da cerimônia de abertura, um dos compositores musicais da festa, Keigo Oyamada, é obrigado a renunciar após a divulgação de entrevistas antigas nas quais admitia que praticou bullying contra pessoas com deficiência quando era estudante.

Na véspera da abertura, o diretor da cerimônia, Kentaro Kobayashi, é demitido por outro episódio do passado. No caso por uma piada feita há duas décadas sobre o Holocausto.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 decidiram banir a postagem de fotos de atletas se ajoelhando durante o evento em seus perfis oficiais. Segundo informações exclusivas do jornal inglês The Guardian, a mensagem foi compartilhada pela alta cúpula na noite de quarta-feira (manhã de quarta no Brasil), mencionando especificamente o jogo entre Grã-Bretanha e Chile, válido pela primeira rodada do futebol feminino.

A partida realizada em Sapporo nesta quarta-feira ficou marcada pela imagem dos dois times se ajoelhando antes do apito inicial. O ato antirracista e contra o ódio online foi visto na TV e seguido pelas seleções dos Estados Unidos, da Suécia e da Nova Zelândia. Apesar disso, o gesto não esteve presente em nenhum dos perfis oficiais de Tóquio-2020 e nem do COI. As páginas de Facebook e Twitter dos Jogos, assim como a do Instagram, com mais de 500 mil seguidores, não cobriram o momento.

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O insider do jornal inglês considerou a decisão estranha, já que a organização responsável pela Olimpíada celebra imagens icônicas de protesto, como a dos americanos Tommie Smith e John Carlos erguendo seus punhos fechados na edição de 1968, na Cidade do México. Os atletas dos 200 metros ficaram famosos ao fazerem o gesto dos "Panteras Negras" durante a cerimônia do pódio e protestarem contra o tratamento injusto dado aos negros nos Estados Unidos.

Recentemente, o COI relaxou a Regra 50, que proibia os atletas de fazer qualquer tipo de "demonstração ou propaganda política, religiosa e racial em qualquer local, arena ou outras áreas Olímpicas". O protesto pacífico é permitido aos participantes, desde que feito sem interrupções e com respeito aos competidores. Sanções ainda são previstas para aqueles que protestarem no pódio.

A decisão de se ajoelhar foi apoiada pelo chefe de delegação britânico, Mark England. "Certamente, o time de futebol feminino tem uma opinião muito forte sobre o abuso online, sobre o racismo, a campanha 'Kick It Out' (que busca igualdade e inclusão no futebol) e sobre se ajoelhar, e nós as apoiamos totalmente nisso", afirmou. England adicionou que todos ficaram "enojados" com a situação envolvendo a seleção inglesa após a derrota na final da Eurocopa.

O COI não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Apenas o presidente, o alemão Thomas Bach, durante uma entrevista coletiva, deu uma resposta breve quando perguntado sobre o ato de britânicas e chilenas. "É permitido. Não é uma violação da Regra 50. Isso é o que está expressivamente permitido nessas diretrizes".

Um dia depois de fazer a sua primeira aparição pública desde sua chegada ao Japão, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, se encontrou nesta quarta-feira, em Tóquio, com o primeiro-ministro japonês Yoshide Suga. Na reunião, que também teve a presença de Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador, o dirigente afirmou que cerca de 85% dos atletas e dos oficiais da Vila Olímpica estarão vacinados ou imunizados para os Jogos de Tóquio-2020, que começarão no próximo dia 23.

"Cerca de 85% de atletas e oficiais que vão viver na Vila Olímpica e quase 100% dos membros do COI e funcionários do COI estão vacinados ou imunes. O porcentual de membros vacinados da mídia internacional é entre 70% e 80%", afirmou Bach, em um comunicado oficial enviado à imprensa logo após a reunião com as autoridades japonesas.

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O presidente do COI voltou a agradecer o esforço do governo do Japão para receber a Olimpíada de Tóquio-2020 em meio à pandemia do novo coronavírus.

"Eu gostaria de expressar meu respeito e gratidão ao governo e à população do Japão por nos receber. Faltam nove dias para a cerimônia de abertura para as Olimpíadas de Tóquio. Atletas de todo o mundo estão chegando ao Japão. Os Jogos vão unir o mundo em nossa diversidade. Eles vão nos mostrar que somos mais fortes juntos em nossa solidariedade", disse Bach.

A Vila Olímpica, reservada para os competidores se hospedarem durante os Jogos de Tóquio-2020, abriu as portas na última terça-feira. Cerca de 11 mil representantes de mais de 200 países usarão as instalações até o final do evento, marcado para 8 de agosto.

Os primeiros atletas brasileiros entrarão na Vila Olímpica somente a partir desta quinta-feira. Por enquanto, apenas o chefe de missão da equipe nacional, Marco Antônio La Porta, que também é vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), já adentrou o prédio reservado à delegação. João Victor Oliva, do hipismo adestramento, será o primeiro a se hospedar no local.

O surfista brasileiro Gabriel Medina não desiste da ideia de levar sua esposa para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021. O líder do ranking da WSL já veio a público algumas vezes questionar o Comitê Olímpico Brasileiro, voltou a reclamar nesta quinta-feira (8) por meio das suas redes sociais.

"Eu realmente pedi que a Yasmin fosse comigo como os outros atletas do surfe também estão levando uma pessoa com eles. A gente tem o direito de escolher, e todos estão levando pessoas que não são treinadores, nem coaches, assim como a Yasmin também não é. Eu comecei o ano viajando com ela, e ela faz parte do meu staff, me acompanhando nas viagens. A única coisa que eu quero fazer é continuar viajando com o meu time com quem está me ajudando de verdade", disse Medina em uma série de vídeos publicados no seu instagram.

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O surfista alega que procurou diretamente o presidente do COB, Paulo Wanderley, mas que não teve uma solução para o seu questionamento. Em junho deste ano, quando Medina tornou público a sua reclamação, o COB afirmou em nota que o surfista havia acordado com a entidade que levaria o treinador Andy King e que ele seria credenciado, A entidade também aponta que por conta da pandemia o acesso a 'familiares e amigos' ficou mais restrito. 

"Não quero um tratamento especial, não quero levar uma pessoa a mais, só quero viajar com uma pessoa que tem me ajudado de verdade. É por isso que estou me sentindo prejudicado. Liguei para o presidente, liguei para as pessoas de lá e ninguém conseguiu me ajudar com isso. Assim é o meu staff e assim vai continuar até o fim do ano", finalizou.

A pouco menos de 50 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 - adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus -, marcada para 23 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta terça-feira a lista do time de refugiados para o evento no Japão. São 29 atletas convidados, um número quase três vezes maior do que o da estreia da delegação, com 10 representantes no Rio-2016.

"Parabéns a todos. Falo em nome de todo o Movimento Olímpico quando digo que mal podemos esperar para conhecê-los pessoalmente e vê-los competir em Tóquio. Quando você, a Equipe Olímpica de Refugiados do COI e os atletas de comitês olímpicos nacionais de todo o mundo, finalmente reunidos em Tóquio em 23 de julho, enviarão uma mensagem poderosa de solidariedade, resiliência e esperança ao mundo. Você é parte integrante de nossa comunidade olímpica e damos as boas-vindas de braços abertos", disse o alemão Thomas Bach, presidente do COI, aos refugiados selecionados.

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O time é para o COI uma mensagem de solidariedade aos 80 milhões de refugiados em todo o mundo. A entidade dá suporte a 55 atletas com status de refugiados reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), sendo que 29 deles foram selecionados para competir em Tóquio.

O time de refugiados vai estar presente em 12 modalidades: atletismo, badminton, boxe, canoagem, ciclismo, judô, caratê, tae kwon do, tiro, natação, levantamento de peso e wrestling (luta olímpica). Entre os selecionados está o judoca congolês Popole Misenga, que mora no Brasil e pela segunda vez vai ser acolhido pela delegação brasileira. Ele também esteve na estreia nos Jogos do Rio-2016.

A delegação do time de refugiados vai ser a segunda a desfilar na abertura da Olimpíada, no estádio Nacional, em Tóquio, logo depois da Grécia, fundadora dos Jogos na antiguidade. Os atletas refugiados vão competir sob a bandeira do COI e vão escutar o hino olímpico no pódio caso sejam campeões.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, agendou para o dia 12 de julho uma visita ao Japão, que receberá duas semanas depois os Jogos Olímpicos.

De acordo com John Coates, vice-presidente do COI, a ida do alemão vai fazer parte das "operações de coordenação" para a abertura do megaevento esportivo, programada para 23 de julho.

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Essa será mais uma tentativa de Bach para conseguir pisar em solo japonês. No início deste mês, a visita do ex-esgrimista alemão ao país asiático foi adiada por conta da prorrogação do estado de emergência e o aumento de casos do novo coronavírus na nação sede das Olimpíadas.

Segundo o cronograma, Bach deveria desembarcar em Hiroshima em 17 de maio, por ocasião da passagem da tocha olímpica, e depois viajar até Tóquio para reuniões com representantes do governo e membros do comitê organizador.

Assim como Bach, Coates também pretender ir para o Japão, mas no dia 15 de junho. O vice-líder do COI quer participar dos últimos preparativos para os Jogos Olímpicos.

O Japão passa por uma nova onda de infecções e as autoridades estão sendo fortemente criticadas pelo ritmo lento da campanha nacional de vacinação.

Os organizados das Olimpíadas, no entanto, afirmam que medidas rígidas, como controles regulares e a proibição de torcedores estrangeiros, vão garantir a segurança do megaevento.

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