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O Congresso Nacional inaugura, nesta terça-feira (12), a instalação da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção. O evento de abertura será realizado às 14h, com a presença de seu presidente, o deputado federal Coronel Meira (PL). 

A Frente tem como objetivo apresentar proposições para a melhoria da fiscalização de parlamentares, intercâmbio regular de informações, bem como, contribuir para o desenvolvimento de legislações sólidas e ativas, além de acompanhar o processo legislativo no Congresso Nacional, quanto a projetos que dispõem sobre a melhoria das legislações de combate à corrupção. 

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A imagem de divulgação da inauguração da frente é peculiar por ter em sua arte uma estrela vermelha dentro de um sinal de “proibido”. A estrela vermelha é o símbolo que representa o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula. 

Imagem: Divulgação 

A Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção também prevê o acompanhamento dos assuntos relacionados às ações dos Movimentos Populares e Organizações da Sociedade Civil e a realização de reuniões com parlamentares para debater propostas sobre o tema, além de estimular e apoiar a formação de Frentes Parlamentares nos Legislativos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, proporcionando apoio a programas e ações governamentais, visando estabelecer uma política nacional de combate à corrupção. 

Segundo o deputado Coronel Meira, a frente deverá ser apoiada por seus membros “para que tenham cada vez mais sucesso nas ações de combate à corrupção. Queremos proporcionar as ferramentas necessárias para a formação de uma massa crítica, que possua conhecimento amplo e um plano de ação claro e eficaz,” enfatizou.  

Além de Meira, a mesa diretora será composta pelo primeiro vice-presidente, deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) e pela segunda vice-presidente, deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). As coordenadorias estaduais e regionais serão ocupadas por outros membros da Frente.

 

A governadora eleita em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), criticou a atual gestão do Governo de Pernambuco a partir de uma operação realizada pela Polícia Federal para apurar um possível caso de corrupção na Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, a Operação Lácteos. A investigação apontou um possível desvio de verba de R$ 8,5 milhões, somente em 2020. “Isso tem que mudar. Meu compromisso é criar o Programa de Combate à Corrupção no primeiro ano de governo e reabrir a Delegacia de Combate à Corrupção”, afirmou a tucana, no Twitter. 

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A Operação Lácteos foi deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria Geral da União, nesta quarta-feira (30), e apreendeu carros de luxo, dinheiro, laptops e celulares. O objetivo é desarticular uma organização criminosa relacionada a um laticínio do Estado. Os crimes investigados são de estelionato, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra saúde pública, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos de reclusão.

De acordo com a corporação, empresários impossibilitados de terem as empresas contratadas por não atenderem os requisitos legais, obtiveram por meio de uma cooperativa de fachada, contratação milionária com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, no âmbito do Programa Alimenta Brasil, na celebração de convênios para a execução do Programa Leite de Todos, que tem por finalidade incentivar a produção pecuária familiar local e reduzir os riscos de insegurança alimentar e nutricional. 

Parte dos recursos destinados à cooperativa e incorporado os valores desviados ao patrimônio dos integrantes, após atos de lavagem de dinheiro. A investigação teve início a partir do recebimento de Relatório de Fiscalização do Tribunal de Contas de Pernambuco, com indícios de desvio de verbas públicas que apontou, apenas em 2020, um prejuízo aproximado de R$ 8,5 milhões. Os convênios em que teriam ocorrido essas fraudes totalizam recursos da ordem de R$ 192 milhões, dos quais cerca de R$ 153 milhões são de origem do governo federal.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Águas Belas/PE (2), Gravatá/PE (4), Garanhuns/PE (1), Itaíba (5), Passira (1), Pesqueira (1), Recife (17), Olinda (2), Belo Jardim (02) e Frei Miguelinho (01). E conta com a participação de 123 policiais federais e 9 auditores da CGU. 

O desvio de recursos por empresários relacionados a grandes laticínios prejudica o fortalecimento dos pequenos produtores de leite, privando-os da esperada transferência de renda e da geração de oportunidades. A atuação compromete o abastecimento de famílias em situação de vulnerabilidade social que deveriam ser beneficiadas com a distribuição gratuita de leite.

 

Fim do foro privilegiado, decretação da prisão em segunda instância e medidas eficazes de transparência e fiscalização na administração pública foram algumas das ações defendidas por senadores e debatedores para o combate efetivo à corrupção no país. O tema foi tratado durante audiência pública da Comissão de de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC), nesta segunda-feira (24), que discutiu a corrupção e a possibilidade de facções criminosas estarem ligadas a crimes da administração pública tendo como base declarações dadas à Polícia Federal pelo empresário mineiro Marcos Valério, condenado no caso do Mensalão. Valério foi convidado para a audiência mas não compareceu.

  O autor do requerimento para realização da audiência, senador Eduardo Girão (Podemos-CE), disse que o Brasil precisa “jogar luz em algo que está na sombra” e seguir pelo caminho da transparência e eficiência na gestão pública. Ao elogiar avanços obtidos pelas forças-tarefas como a Lava Jato e a de combate ao Mensalão, Girão defendeu que o Congresso fique atento a matérias que focam no enfrentamento ao mau uso do dinheiro público.   

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"Este Senado Federal, que hoje é muitíssimo questionado pela população — e eu não tiro a legitimidade da população com relação a isso —, já aprovou o fim do foro privilegiado há cinco anos [PEC 10/2013]. Para mim a grande blindagem à corrupção no Brasil e à impunidade é o foro privilegiado. Está na Câmara dos Deputados. Falta o presidente da Câmara [deputado Arthur Lira] tirar da gaveta e votar, e eu acho que o Brasil dará um passo fantástico rumo ao fortalecimento de princípios e valores éticos no nosso país". 

Para Girão, o enfrentamento e o controle não são difíceis de se executar, já que, conforme observou, os mecanismos dos processos de corrupção já são bastante conhecidos no Brasil: licitações direcionadas, contratos superfaturados e empréstimos injustificáveis. O senador ainda criticou o que chamou de “arbitrariedades” cometidas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que, na sua visão, não tem contribuído para o bom funcionamento da República.   

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) reforçou as críticas e também saiu em defesa da aprovação do fim do foro privilegiado. De acordo com ele, a aprovação pelo Congresso de projeto que institua a prisão após condenação em segunda instância ajudará a reduzir a sensação de impunidade "tão presente no Brasil". 

 "Se nós tivermos a aprovação da prisão após condenação em segunda instância, como é comum na maioria dos países, nós evitaremos a impunidade, que tem beneficiado tanta gente. Porque a prisão após condenação em segunda instância vigorou de maneira intercalada desde a Constituição de 1988 por 21 anos.   Recursos protelatórios  Relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o desembargador federal João Pedro Gebran Neto também criticou "os inúmeros recursos protelatórios possíveis" na Justiça brasileira.   

 "É imprescindível, para que nós tenhamos combate à criminalidade em geral, não só à corrupção, à lavagem de dinheiro, mas a todos os crimes, que, depois de julgado no primeiro grau e no órgão colegiado, que é um tribunal, as penas passem a ser executadas. E por que isso é necessário? Porque a prisão historicamente tem duas finalidades: uma finalidade especial, que é destinada para aquela pessoa que cometeu o crime responder por ele — essa finalidade é a prevenção especial —, mas tem uma outra finalidade da pena, e não sou eu que falo, são os historiadores, são os juristas já de décadas, de séculos, que é a prevenção geral, para que a sociedade tenha a percepção de que há efetividade na jurisdição criminal, ou seja, de que quem comete crime vai preso", afirmou.   

O desembargador ainda saiu em defesa das delações premiadas feitas pela Operação Lava Jato, ao argumentar que foram validadas em sua grande maioria pelo STF, e disse não concordar com a decisão da Corte de ter considerado parcial a atuação do então juiz e senador eleito Sérgio Moro (União-PR). 

"Eu julguei processos em relação à suspeição do juiz Sergio Moro. Tive compreensão diferente da do Supremo Tribunal Federal. Prevaleceu a dele", disse ao responder questionamentos do senador Lasier e da deputada Carla Zambelli (PL-SP). 

Transparência e fiscalização 

Para o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário, o país precisa atuar em três eixos para o combate a corrupção: capacidade de detectar e investigar, execução de medidas preventivas e sanção das penalidades. 

 Rosário disse que no passado um dos grandes problemas que facilitavam a corrupção na administração pública era a falta de transparência em relação ao financiamento de estatais, como Petrobras e BNDES. Segundo o ministro, os órgãos de controle não tinham acesso a informações como o valor total investido e as condições contratuais de empresas que recebiam recursos públicos. Ele citou como exemplo obras estruturais em países como Cuba e Venezuela. 

 Ele lembrou que, desde a Operação Lava Jato até os dias de hoje, a evolução no combate  à corrupção está elencada na implementação da Lei das Estatais (Lei 13.303, de 2016) e nas medidas de transparência e fiscalização adotadas em relação às contratações públicas que representam quase 15% dos gastos públicos do país. Rosário citou ainda como evolução a Lei de Leniência (Lei 12.846, de 2013) com a devolução de ativos, a exigência de servidores capacitados e a fiscalização destes.   

"Por isso é tão importante que a sanção ocorra, porque ela tem esse aspecto importante de ser até um elemento preventivo. Porque quando as pessoas veem os outros sendo sancionados a gente passa a se preocupar com as reais consequências e passa a tomar cuidado, e muitas vezes alguns vão deixar de executar. Outros vão criar mecanismos mais apurados para continuar corrompendo. Mas muitos, quando verificando que [para] o caso descoberto ocorre real punição, a gente vai ter aí uma diminuição desse processo", disse.   

Emendas especiais

O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) criticou o que chamou de retrocessos na legislação de fiscalização, transparência e penalidade como a recente mudanças na Lei de Improbidade (Lei 14.230, de 2021) e a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 105, que autoriza a transferência direta a estados, municípios e Distrito Federal de recursos de emendas parlamentares individuais ao Orçamento. Além disso, citou a falta de transparência no chamado orçamento secreto, cujos gastos são definidos por meio das emendas de relator, no âmbito da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Para Styvenson, os temas precisam de uma análise profunda, tanto pelo Legislativo quanto pelos órgãos de controle. 

 A jurista e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon disse que durante sua carreira enfrentou a dificuldade de combate à corrupção. Segundo ela, práticas irregulares eram recorrentes nos tribunais de Justiça o que, na sua avaliação, ajuda a perpetuar a engrenagem de atos fraudulentos na administração pública. Ela deu exemplos de situações que vivenciou como procuradora, ministra do STJ e corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eliana Calmon destacou que a legislação e a instituição de novas ferramentas de fiscalização e transparência fizeram com que as investigações, apurações e penalizações evoluíssem. No entanto, considerou que muitas fraudes cometidas hoje têm em sua origem as emendas parlamentares.   

   "Eu dizia sempre: o ovo da serpente está — e aí os senhores vão me desculpar — nesta Casa, está no Poder Legislativo, através das emendas parlamentares, porque o mapeamento vinha a partir das emendas parlamentares, com já tudo arregimentado com as concorrências públicas cujos editais eram feitos dentro das empresas que iam fazer a obra. Porque isso a Polícia Federal encontrou dentro das empresas, sendo gerados os editais de concorrência. E aí foram mapeando o dinheiro que sai a partir dessas emendas e que vai sendo distribuído para as empresas, para os parlamentares, até chegar à ponta que é o quê? O engenheiro que faz a medição da obra. Tudo!", afirmou. 

 Investigações 

O coordenador de Repressão à Corrupção da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Fabiano Emídio de Lucena Martins, disse que atualmente 11% dos inquéritos de todas as investigações da Polícia Federal referem-se a desvio de recursos públicos e combate à corrupção na administração pública, somando 5.874 inquéritos. Martins esclareceu que a corporação tem pautado sua atuação em dois pilares: proatividade e assertividade. Segundo ele, o número de operações aumentou nos últimos três anos.   

"Tivemos, no último triênio, já que eu estou falando de dois anos e meio aproximadamente, na Coordenação de Repressão à Corrupção, um aumento de 24% das operações especiais e comuns de combate à corrupção na Polícia Federal em relação ao triênio anterior. Se nós compararmos 2016 a 2019 e 2020 a 2022, nós estamos falando aí de um aumento de 24% nas operações de combate à corrupção — informou.   Para ampliar o combate à corrupção no país, o coordenador-geral de Articulação Institucional do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Edson Fábio Garutti Moreira, citou o estímulo à criação e à articulação das unidades de combate e enfrentamento à corrupção nas polícias civis e a execução do Programa Nacional de Prevenção à Corrupção (PNPC) e do Programa Nacional de Contratação Pública (PNCP). Segundo ele, as iniciativas do Executivo ampliam o combate ao crime no país e buscam atender convenções internacionais das quais o Brasil faz parte, além de ampliar requisitos para possibilitar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).   

No entanto, Moreira ressaltou que há muitos anos a Polícia Federal tem identificado a participação do crime organizado e de facções criminosas cada vez mais em crimes comuns, o que demanda mais aprimoramento e investimento nas investigações.   

"Elas praticavam tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico de órgãos, e a gente está vendo cada vez mais essas facções criminosas de caráter violento adentrando em crimes como o estelionato. Então, aqueles estelionatos pelo WhatsApp, pelo Pix estão forrados de organizações criminosas por trás. Por quê? Perceberam que é muito mais fácil, muito menos arriscado. Então, no âmbito da Rede-Lab [Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro] e da Renaccor [Rede Nacional de Polícias Judiciárias no Combate à Corrupção] a gente está tendo algumas iniciativas para tentar mapear essa questão do Pix, garimpo ilegal de ouro — têm sido vistas organizações criminosas de cunho violento fazendo a segurança de garimpos ilegais — e pirâmides financeiras", detalhou.

*Da Agência Senado

O governador Paulo Câmara comanda, nesta quarta-feira (9), a abertura da Semana de Combate à Corrupção, com a instituição da Comissão de Ética Pública Estadual (CEP). Evento está marcado para acontecer às 15h.

Ao lado da secretária da Controladoria-Geral do Estado, Érika Lacet, o governador fará ainda o lançamento de uma campanha institucional para incentivar a ética e a integridade na administração de Pernambuco. O evento será transmitido via internet pelo canal do Governo de Pernambuco no Youtube.

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Fora do Ministério da Justiça depois de pedir demissão, Sergio Moro foi contratado para dar aulas sobre combate à corrupção, lavagem de dinheiro e Estado de direito. A disciplina ministrada pelo ex-juiz será voltada para estudantes de pós-graduação, com duração prevista de 20 horas. 

Há alguns meses, circulava a informação de que Moro havia sido chamado para lecionar no Centro Universitário de Brasília (Uniceub), mas só agora a contratação foi confirmada. Segundo o Correio Braziliense, por enquanto as aulas devem ocorrer a distância e apenas nas terças-feiras, com as primeiras aulas agendadas para começar em setembro.

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Esta quinta-feira (4) marca a passagem dos dez anos de assinatura da Lei Complementar nº 135, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa, que proíbe a eleição a cargos públicos de candidatos condenados por decisão transitada em julgado ou por órgãos colegiados da Justiça.

A lei foi criada com grande apoio popular, a partir da iniciativa de juristas, e chegou a somar 1,6 milhão de assinaturas. A proposta começou a ser articulada no fim da década de 1990 pela Comissão Brasileira de Justiça e Paz, ligada à Igreja Católica, e foi apresentada ao Congresso Nacional em setembro de 2009.

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“Foi uma das poucas propostas de iniciativa popular que conseguiram se concretizar em uma legislação. O processo de coleta de assinaturas foi uma mobilização da sociedade civil bastante importante, em resposta aos escândalos de corrupção que iam acontecendo com a reiterada tentativa de pessoas condenadas em concorrer a cargos eletivos”, lembra Guilherme France, coordenador de pesquisa da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional.

“Essa lei é de extrema importância. Ao longo dos anos tem impedido que vários candidatos ou políticos avancem na carreira e consigam obter mandato, seja qual for o cargo público”, afirma Gil Castelo Branco, secretário-geral do Contas Abertas, site especializado que acompanha a aplicação de recursos públicos.

O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Carlos Queiroz, acompanhou a tramitação da lei no Congresso Nacional, aprovada por unanimidade no Senado. Ele lembra que essa lei era esperada desde a promulgação da Constituição Federal (1988) e considera que a “Ficha Limpa vem cumprindo a sua missão” e tem funcionado como “bloqueio” para candidatos com condenações na área cível ou criminal.

Manoel Galdino, diretor executivo da Transparência Brasil, concorda que a lei tem sido “efetiva em barrar candidatos”, mas afirma que “ainda há certa impunidade” a crimes praticados por políticos e gestores públicos por “pouca fiscalização” do uso de recursos públicos, especialmente nos níveis estaduais e municipais.

O baixo acompanhamento é grave, em sua opinião, porque ainda “existe muita discricionaridade por parte dos gestores do Poder Executivo de como usar recursos públicos, que podem direcionar para favorecer empresários e desviar”.

Galdino entende que a diminuição da corrupção também depende da presença da imprensa, da atuação da sociedade civil organizada e da população. “O eleitor acaba não recompensando adequadamente os gestores que são honestos e competentes”, acrescenta.

Para Castelo Branco, do Contas Abertas, “uma lei só não faz verão” e “o ideal é que o combate à corrupção fosse política de Estado, envolvendo os Três Poderes”. Ele espera a aprovação de um conjunto de leis e a adoção das 70 medidas de combate à corrupção propostas ao Congresso Nacional antes da eleição de 2018.

Em sua avaliação, “nos últimos anos houve retrocesso no combate à corrupção”, e outras leis podem desestimular delitos e desvio de dinheiro público se houver garantia de punição. “A corrupção é uma doença social. O corrupto é um sociopata. Ele não tem remorsos, mas ele faz análise de riscos”.

Percepção da corrupção

“O correto seria estender a ficha limpa para todas as instituições que recebam recurso público de algum modo”, acrescenta Antônio Carlos Queiroz (Diap), que há mais de 30 anos acompanha o dia a dia do Congresso. Ele lamenta, por exemplo, o fato de ter “gente com condenação judicial exercendo liderança partidária fora do Parlamento”.

“Chama a atenção o fato de figuras com comprovado envolvimento de corrupção continuarem desempenhando papéis-chave dentro de partidos políticos”, diz Guilherme de France, da Transparência Internacional. “Isso demonstra que os partidos políticos ainda estão longe de se adequar a normas de transparência, probidade e democracia”.

France prevê que impunidade e retrocesso no combate a ilegalidades praticadas por políticos podem piorar a imagem que os brasileiros têm do próprio país. A Transparência Internacional mede em 180 países o Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Nos últimos cinco anos, o Brasil cai seguidamente no índice. Em 2019, o Brasil ocupou a 106ª posição no grupo de países avaliados.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, cumpre nesta terça-feira, 28, agenda no Rio de Janeiro. Por volta das 10h, ele falou por poucos minutos em um evento do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos. O tema foi cooperação internacional, combate à corrupção e ao crime organizado.

O encontro, fechado para a imprensa, ocorreu em um hotel na praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. O ministro seguiu para a 7ª Vara Federal Criminal, onde fará uma visita institucional ao juiz Marcelo Bretas, relator da Lava Jato no Estado.

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O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) afirmou em Plenário nesta segunda-feira (14) que o combate à corrupção pode ser duramente atingido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamentos que devem ocorrer até o final do ano.

Entre as ações que estarão na pauta do Supremo, Alvaro Dias mencionou a que questiona a legalidade do cumprimento da pena de prisão a partir da segunda instância de decisão, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Ele chamou a atenção para o fato de que, se houver alteração nesse posicionamento, não apenas os chamados criminosos do colarinho branco serão beneficiados.

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“São estupradores, são sequestradores, narcotraficantes, assassinos de toda natureza, assaltantes de toda espécie. Poderão ser beneficiados no grande 'saidão', porque seriam, segundo prognósticos, cerca de 170 mil beneficiados, se houver alteração de entendimento, da parte do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

Além disso, acrescentou Alvaro Dias, caberá ao STF confirmar ou não decisão liminar do presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, que proibiu, sem autorização judicial, o uso de informações do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em inquéritos para apurar crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Por fim, continuou o senador, o Supremo deve se reunir para analisar liminar do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu os auditores da Receita Federal de investigarem 133 autoridades.

*Da Agência Senado

 

Deputado federal e coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri (DEM-SP) afirmou que falta postura de presidente a Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista ao LeiaJá, Kataguiri argumentou que isso tem trazido prejuízos econômicos ao país. 

“Sem dúvida [Bolsonaro não tem postura de presidente]. Ele deixa isso muito claro e, inclusive, traz prejuízos econômicos para o país, mesmo com a aprovação da reforma previdenciária e a estimativa de crescimento de 3% no início do ano, a instabilidade política do presidente não traz boas perspectivas”, observou o parlamentar. 

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Questionado sobre porque, então, o MBL tinha ido às ruas pedir votos para a eleição de Bolsonaro em 2018, Kim justificou que opção foi de um “voto útil” e “anti PT”. E ponderou, ainda, que o presidente mudou suas bandeiras depois que foi eleito e isso tem feito com que ele e outras lideranças do movimento disparem críticas constantes contra a atuação de Bolsonaro. 

“O que mudou [após a eleição] foi o Bolsonaro, o discurso dele que deixou de lado as promessas de campanha, principalmente as anticorrupção, para beneficiar o próprio filho. Ele tem usado o cargo para blindar alguém da família”, observou, citando as mudanças no antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão que identificou as movimentações bancárias atípicas de funcionários do gabinete do agora senador e então deputado estadual, Flávio Bolsonaro (PSL), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

“O discurso do combate à corrupção já foi abandonado pelo governo há muito tempo, o novo Coaf é um exemplo disso. Abandonou o discurso para proteger o próprio filho”, emendou, alfinetando. 

Apesar disso, Kim disse, ainda, que sua crítica hoje são às pautas do governo e não à instituição ou às pessoas. E ressaltou acreditar que dá tempo do presidente, “se ele quiser”, reverter o quadro de avaliação negativa da gestão com ações propositivas até o fim do ano. “Ele tem ministros em posições chaves que são competentes, que fazem um bom trabalho”, considerou. 

O senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) afirmou, nesta terça-feira (28), que é contra a vinculação do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Economia. Para o emedebista, a manutenção do Coaf sob a tutela da pasta da Justiça e Segurança Pública, de Sérgio Moro, reforça o combate à corrupção no Brasil.

“A atuação do Coaf - que entre outras atribuições faz o rastreamento de transações financeiras atípicas e suspeitas -, foi decisiva para a apuração de operações como o Mensalão e a Lava Jato. De modo que a vinculação dele ao Ministério da Justiça e Segurança Pública reforça a importância do combate à corrupção e a lavagem de dinheiro no País”, argumentou Jarbas.

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A postura do senador se contrapõe a transferência que foi aprovada pela Câmara dos Deputados em uma votação apertada na semana passada. O destaque da MP que previa a manutenção do Coaf no Ministério da Justiça foi rejeitado pelos deputados por 228 votos a 210.

O Senado vota hoje o texto da Medida Provisória 870 que promove a reforma administrativa do governo. Há uma expectativa de que a Casa Alta reverta a mudança feita pela Câmara. Contudo, a postura pode atrasar a tramitação do texto da MP que vence na próxima segunda-feira (3) e qualquer alteração obrigaria a proposta a ser analisada novamente pelos deputados antes da sanção.

Temendo a alteração, o governo já se posicionou defendendo a aprovação da MP no Senado do jeito que ela saiu da Câmara. Caso caduque, a estrutura governamental volta a ser de 29 ministérios. Atualmente são 22 pastas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) publicou hoje (17) no Diário Oficial da União portaria em que cria escritórios regionais de dedicação exclusiva ao combate à corrupção, cada um composto por 100 advogados públicos.

Com isso, advogados públicos que atuavam em casos de corrupção espalhados pelas diversas varas do país ficarão agora concentrados nos chamados Grupos Regionais de Atuação Proativa (Graps), atuantes em cada uma das cinco procuradorias regionais da União e com 100 integrantes dedicados exclusivamente ao tema.

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Os Graps terão duas frentes principais de atuação, segundo a AGU: o combate à improbidade administrativa e a recuperação de ativos.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira (5), que agora é possível conceder o pagamento de 13º para beneficiários do Bolsa Família. Segundo o presidente, a possibilidade se tornou viável após um “árduo” combate às fraudes no programa considerado carro chefe do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“No passado, o PT negou no Senado o 13º para o Bolsa Família. Hoje, com árduo trabalho no combate às fraudes, como vereadores e o caso de um animal doméstico chamado gato ‘Billy’, recebendo indevidamente, temos meios para implementar esta medida para os verdadeiros necessitados”, declarou, em publicação no Twitter, alfinetando o PT.

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A confirmação do 13º nacional para o Bolsa Família, promessa de campanha de Bolsonaro, aconteceu durante uma transmissão ao vivo feita pelo presidente no Facebook na noite dessa quinta (4). Na ocasião, ele disse que a verba sairá justamente do combate à fraude.

"De onde virá o recurso? Do combate à fraude. Existe muita fraude. Então vamos continuar esse trabalho muito cansativo porque tem que pegar um a um, fazer cruzamentos, mas está dando resultado e o 13º está garantido para o pessoal do Bolsa Família no final do ano", chegou a declarar.

O presidente Jair Bolsonaro discursa nesta terça-feira (22), pela primeira vez, depois de eleito, no exterior. Ele participa da abertura da 39ª edição do Fórum Econômico Mundial, que reúne a elite política e econômica global, em Davos, na Suíça. Em um discurso de 45 minutos, vai destacar a disposição do Brasil na abertura econômica, no combate à corrupção e no compromisso com a democracia.

Bolsonaro chegou nessa segunda (21) a Davos acompanhado dos ministros da Economia, Paulo Guedes; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

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“Queremos mostrar que o Brasil tomou medidas para que o mundo restabeleça confiança, que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo, sem viés ideológico, que nós podemos ser um país bom para investimentos, e, em especial, para o agronegócio” disse ao chegar.

Imagem externa

Bolsonaro quer mostrar ainda que a economia brasileira está se modernizando, com abertura comercial, segurança jurídica para os investidores externos e reformas estruturais.

Na noite desta terça-feira, o presidente tem jantar com o fundador do Fórum Econômico Mundial, professor Klaus Schwab.

Nesta quarta (23), Bolsonaro participa de jantar fechado com os presidentes da Colômbia, Iván Duque; do Equador, Lenín Moreno; do Peru, Martín Vizcarra; e da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada. Os cinco presidentes latino-americanos assistirão a uma apresentação do presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella.

Quinta-feira (24), está prevista a participação do presidente num almoço de trabalho sobre a globalização 4.0, que trata da quarta revolução industrial proporcionada pela tecnologia e é o tema do Fórum Econômico Mundial este ano.

Depois, a comitiva retorna a Zurique, de onde embarca de volta para Brasília, chegando à capital federal na sexta-feira (25).

Ministros

Os ministros terão agendas paralelas em Davos. Paulo Guedes tem previstas reuniões com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e encontros com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo; com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Roberto Moreno, e com o secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional, John Denton. O ministro da Economia também se encontrará com o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin.

Guedes também pretende reunir-se com empresários das áreas de infraestrutura, logística, energia e tecnologia e representantes de fundos de investimentos e fundos soberanos. Nos encontros, o ministro informará que a equipe econômica trabalha numa agenda calcada em quatro pilares: reforma da Previdência, privatizações, reforma administrativa e abertura comercial.

Segundo o Ministério da Economia, Guedes informará que o Brasil pretende dobrar os investimentos (público e privados) em pesquisa, tecnologia e inovação, nos próximos quatro anos, e a corrente de comércio – soma de importações e exportações – de 22% para 30% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país).

A abertura comercial defendida por Guedes ocorreria de forma gradual, acompanhada de um programa de desburocratização e de redução de impostos para empresas. Essa diminuição de tributos seria financiada por privatizações e pelas reformas que reduzirão os gastos públicos nos próximos anos.

O PPS e o movimento Livres entraram, nesta terça-feira (13), com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), contra a extinção da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). A medida está prevista pela nova lei pernambucana, sancionada pelo governador Paulo Câmara do último dia 7, que prevê a criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

Para o presidente estadual do PPS, deputado federal Daniel Coelho, não há sentido algum na extinção de um órgão que execute um serviço tão essencial para a sociedade.

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“A população apoia as ações da polícia no sentido de combater a corrupção, de prender aqueles que estão desviando os recursos, tirando dinheiro que iria para a saúde, a educação e a segurança. Não há sentido algum na extinção de um órgão que tem realizado tão importante”, destacou o parlamentar.

Liderança do Livres no Estado, Karla Falcão, acredita que "a extinção da Decasp por meio de uma tramitação acelerada na Alepe, que não seguiu o devido processo legislativo, afastou a sociedade civil da discussão de uma medida que, da forma como foi aprovada, provoca um retrocesso inconstitucional no combate à corrupção em nosso Estado”.

“A extinção de uma delegacia que resultou em 49 prisões por crimes de corrupção não pode ser vista como um avanço em nenhum lugar do mundo”, considerou. 

Líder da bancada da oposição na Câmara Municipal do Recife, o vereador Rinaldo Junior (PRB) apresentou um projeto que propõe à elaboração de uma política municipal de combate à corrupção. A matéria está em tramitação na Casa. O parlamentar também é autor da proposta que garantiu a Lei Nº 18.511/2018, sancionada recentemente pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), que proíbe a concessão de incentivos fiscais para empresas envolvidas em corrupção.

“A classe política tem a obrigação de tirar esse tema do discurso e ir para a prática”, declarou Rinaldo, em discurso na Câmara nessa terça-feira (25), para anunciar a apresentação da proposta.

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“A população não aguenta mais corrupção. Por isso desejamos o engajamento de vossas excelências porque temos uma oportunidade de por fim a esse câncer que acaba com o país, com a sociedade, com a saúde, com a educação, com os postos de trabalho. Esse câncer chamado corrupção”, completou.

Além da política de combate à corrupção e a impunidade dos agentes públicos, o vereador também apresentou um projeto que institui o Dia Municipal de Combate à Corrupção no Recife.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) presenciou, na manhã desta terça-feira (14), a condução coercitiva da Polícia Federal contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB). Ele estava sendo levado para a sala da polícia no Aeroporto Santos Dumont e Bolsonaro, que estava no local para embarcar para o Espírito Santo, defendeu que "a corrupção seja combatida com radicalismo". 

"Esperamos que a Polícia Federal continue fazendo este grande trabalho. A corrupção tem que ser combatida com radicalismo mesmo", declarou, em vídeo publicado no Twitter. 

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O peemedebista e seu filho, o empresário Felipe Picciani, são alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, deflagrada nesta terça. Felipe foi preso. Segundo a PF, os presos na operação de hoje são investigados pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 

A democracia é mais eficaz diante do combate à corrupção do que um regime de ditadura militar. Ao menos é o que indica um levantamento feito pelo Movimento Acredito em parceria com a Ideia Big Data durante o mês de outubro em todo o país. A região que mais endossa a tese é o Nordeste. Segundo dados da pesquisa, 58% dos entrevistados nordestinos têm essa visão contra 23% que enxergam ditaduras militares como sendo mais efetivas. Já 25% acreditam que os dois regimes conseguem combater a corrupção com o mesmo nível de efetividade.

Em um panorama geral, esse índice muda alguns pontos percentuais: 55% dos entrevistados acreditam na democracia, 22% nas ditaduras e 23% em ambos os sistemas de governo. Já quando o assunto é o combate à violência, 46% acreditam que a democracia seja mais eficiente, contra 32% que confiam mais no regime militar. Os dados também revelam que as respostas pró-democracia são mais comuns entre jovens e mulheres. Para a amostra foram ouvidas 2.000 pessoas.

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“O brasileiro ainda acredita que o caminho é pela política. Isso é bom. Apesar das crises e turbulências da nossa jovem democracia há um sentimento compartilhado de que é com mais e não menos participação que teremos uma democracia mais efetiva. Esse sentimento, principalmente entre os jovens, nos dá esperança de superar essa crise muito em breve”, argumentou o cofundador e líder em Pernambuco do Movimento Acredito, Felipe Oriá.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse nesta quinta-feira (30) que vai discutir com a Secretaria-Geral da Mesa Diretora qual o encaminhamento que dará ao projeto de iniciativa popular que trata das dez medidas de combate à corrupção. Ele adiantou que há duas possibilidades: seguir direto para o plenário, em regime de urgência, ou ser despachado para análise dos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

Nessa quarta (29), o projeto foi devolvido ao Senado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), depois da validação das assinaturas que deram origem à proposta, pela CCJ da Câmara.

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Questionado sobre a polêmica em torno das modificações que foram feitas pelos deputados no teor da proposta, o senador argumentou que essa é atribuição do Congresso Nacional. Eunício disse que cabe à sociedade e aos outros entes públicos fazer propostas, mas a decisão final é dos parlamentares.

“Os projetos que entram aqui nunca saem como entraram. Isso é legítimo, isso é correto, é parte da nossa atividade, é finalidade da nossa atividade parlamentar emendar, modificar, ampliar, reduzir, aprovar ou rejeitar proposituras que venham da sociedade civil, do governo ou de qualquer outro ente, ou até mesmo de companheiros nossos parlamentares”, disse.

Alterações

O projeto que trata das medidas anticorrupção foi aprovado pela Câmara em novembro do ano passado e encaminhado ao Senado. No entanto, em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux suspendeu a tramitação da matéria, anulando todas as fases percorridas pelo projeto, inclusive as diversas alterações promovidas pelos deputados até a votação final na Casa, na madrugada de 30 de novembro.

No entanto, em fevereiro, Fux decidiu arquivar o processo que anulava as mudanças no projeto original, após acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a Casa recontasse as assinaturas de apoio ao projeto. Para que um projeto de iniciativa popular seja válido, é necessária a adesão mínima de 1% do eleitorado, distribuído por pelo menos cinco estados, com no mínimo 0,3% dos eleitores em cada um.

A conferência, feita pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora, apontou 1.741.721 assinaturas no projeto. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há hoje no país 144,08 milhões de eleitores e, portanto, foi alcançado o número mínimo de assinaturas para um texto de iniciativa popular, que seria 1,44 milhão.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), irá encaminhar ainda nesta quarta-feira (29) ao Senado o texto aprovado pela Casa em novembro sobre as medidas de combate à corrupção.

Nessa terça (28), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), validou a conferência das assinaturas feita pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM) e reconheceu que a proposta atende aos requisitos para um projeto de iniciativa popular.

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Para Maia, não há necessidade de haver outra votação do texto pelo plenário da Câmara. “Se as assinaturas e o rito estão confirmados, e do ponto de vista técnico, a votação foi realizada de forma correta, não faz sentido ter outra votação, que seria, do meu ponto de vista, até ilegal", frisou Maia.

O projeto já estava tramitando no Senado quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux ordenou, em dezembro, o seu retorno à Câmara. Rodrigo Maia fez, então, um acordo com Fux para que a Câmara recontasse as assinaturas do projeto. O presidente da Casa determinou, em fevereiro, que o trabalho fosse executado pela SGM e atestado pela CCJ.

Com informações da Agência Câmara.

 

 

O Projeto de Lei 4.850/16, mais conhecido como projeto anticorrupção, será analisado por uma comissão especial na Câmara dos Deputados. De iniciativa popular e encabeçada pelo Ministério Público Federal (MPF), a matéria estabelece dez medidas contra a corrupção, de combate a crimes contra o patrimônio público e o enriquecimento ilícito de agentes públicos.

O colegiado, criado por determinação do presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA), vai ser instalado na próxima quinta-feira (16) e contará com a participação de 29 membros titulares e o mesmo número de suplentes. Segundo Maranhão, a criação da comissão especial é uma exigência da sociedade, já que a proposta obteve mais de 2,2 milhões de assinaturas de apoio. 

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"Tomamos uma decisão que vai ao encontro da sociedade. Combate à corrupção é tudo aquilo que a sociedade cobra de cada um de nós. Entregamos para os parlamentares a possibilidade real de nós termos esse movimento consolidado e o Brasil, a partir dessa crise, e a partir dessa decisão que tomamos, no futuro, será um outro País. Estamos apostando no futuro", ressaltou.

O projeto prevê a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes políticos, aumento das penas de crimes hediondos para corrupção de altos valores, aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal, celeridade nas ações de improbidade administrativa, entre outras. 

Além da proposta do MPF, a comissão também vai analisar os 20 anteprojetos em tramitação na Casa que tratam de iniciativas similares e que foram incluídos no texto.

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