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Depois de atender 1,5 mil crianças e adolescentes carentes e enviar dois alunos à Escola Bolshoi, em Santa Catarina, e três ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Projeto Vidançar foi obrigado a deixar o local onde funciona há oito anos no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Sem ajuda financeira, o projeto agora pede ajuda para continuar a atender 200 crianças e jovens da comunidade.

A gestora do projeto, Ellen Serra, explica que o grupo está sem patrocínio desde janeiro e que o aluguel da sala onde funcionava dobrou. “Nós estávamos no espaço na Nova Brasília havia dois anos. Era um lugar legal, de fácil acesso aos moradores e aos visitantes, bem na entrada da comunidade. Só que a proprietária dobrou o valor do aluguel, de R$ 1,5 mil para R$ 3 mil, inviabilizando a gente de pagar porque estamos sem recurso nenhum”, declara.

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Segundo Ellen, a situação do projeto é dramática. Eles nem têm recursos para pagar os professores enquanto o novo apoio financeiro não sair. “Conseguimos um apoio da Secretaria Municipal de Cultura, mas só vai começar a entrar em julho”, explica. De acordo com ela, essa ajuda será suficiente para pagar apenas três professores e um funcionário.

O projeto negociou um espaço novo, no Centro de Referência da Juventude, que funciona no Alemão. No entanto, ainda é necessário equipar a sala para as atividades de dança. “Nós vamos para lá na terça-feira, vamos começar mesmo sem os equipamentos para não parar as atividades, e a gente vai captar recursos para poder instalar o espelho, as barras, o piso, todo o material necessário para as aulas”, acrescenta.

Vaquinha

A captação está sendo feita por meio de uma “vaquinha virtual”. O Projeto Vidançar oferece aulas de balé clássico e contemporâneo para a faixa de 4 a 18 anos e de hip hop e dança de rua para crianças e jovens de 6 a 23 anos, além de aulas de teatro.

Aos 8 anos, Maria Eduarda Silva Macedo, descobriu a paixão pelo balé no projeto. “O projeto Vidançar é muito importante pra mim. Foi lá que descobri que amo balé e aprendi e aprendo a dançar através dos professores. Eu sei que é muito importante para muitas crianças também, por isso não podemos deixar acabar”, diz.

Matheus Correia, de 17 anos, faz hip hop e viu no projeto a oportunidade de que precisava para alcançar o sonho de dançar profissionalmente. “Eu nunca tive acesso à dança em qualquer outro lugar, porque as escolas eram pagas. Mas sempre tive esse sonho de poder dançar, em qualquer lugar que fosse, para que eu pudesse desenvolver o meu sonho. O projeto Vidançar estava se apresentando na minha escola, daí eu encontrei eles e fui começar a fazer as aulas. Conheci meu professor e daí comecei a desenvolver o meu talento”, recorda.

Matheus é um dos dançarinos que participou hoje (27) do espetáculo Os Opostos se Atraem, que fala da dualidade entre balé e hip hop, onde as diferenças podem transformar-se em grande aprendizado e soma. A apresentação única, na Cidade das Artes, foi a primeira do grupo em um palco profissional.

*Colaborou Cynthia Pereira, repórter do Radiojornalismo EBC

O delegado Fábio Asty, da 45ª Delegacia de Polícia (Complexo do Alemão), disse nesta quarta-feira, 3, que já esperava que algum policial fosse ferido na operação e declarou que a ação foi exitosa. Na ação, o delegado titular da Delegacia de Combate às Drogas, Felipe Curi, foi ferido no ombro e atingido por uma segunda bala que parou no colete. A bala atravessou o ombro de Curi, mas ele passa bem.

"A polícia tem sofrido constantes ataques no Complexo do Alemão por causa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Sofremos ataques diários em todos os momentos que estamos fazendo o nosso trabalho. E hoje não foi diferente. Nós já esperávamos isso. Tivemos bastante resistência", disse. "Mas contamos com aeronaves, veículos blindados e policiais que atuaram de forma bastante efetiva e conseguimos ter essa boa resposta. O Complexo do Alemão é uma área extremamente conflagrada e é claramente esperado que haja um policial ferido."

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Procurado pela reportagem, o delegado Curi disse por telefone estar em casa e afirmou estar bem. "Graças a Deus", disse várias vezes.

Dois supostos criminosos também foram feridos. Dos alvos dos 47 mandados de prisão que seriam cumpridos nesta quarta-feira, 13 já eram procurados por outros crimes. Dez pessoas foram presas.

O policial negou que a ação, a dois dias da abertura da Olimpíada, possa trazer algum clima de tensão na cidade e afirmou que a operação não teve a ver com os Jogos. "A operação foi feita isolada, só no complexo. Pelo contrário, a operação vai trazer uma sensação de calmaria inclusive para a população que mora no local."

Segundo Asty, o objetivo da ação foi preventivo, "para evitar que o aumento da resistência contra as forças de pacificação pudesse tomar um potencial que atingisse não só o trabalho dos policiais das UPPs como os moradores". "Esperamos ter agora, com essas apreensões de drogas, armas e as lideranças presas, a positividade (sic) dessa ação."

O delegado também afirmou que escolha da data da operação foi "de toda a Segurança Pública" e foi "bem planejada". "O êxito da operação demonstra isso."

Segundo apurou a reportagem, porém, policiais eram contrários à realização da ação. Um agente disse, sob anonimato, que não houve planejamento.

Um policial militar morreu na madrugada desta segunda-feira, 9, após ser baleado na cabeça, na noite deste domingo, 8, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. O soldado Evaldo César Silva de Moraes Filho, de 27 anos, trabalhava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

De acordo com o 16º Batalhão da Polícia Militar (Olaria), o soldado estava a bordo de seu carro e chegava ao local para trabalhar, quando foi alvejado por traficantes. O policial foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na zona norte, mas não resistiu.

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De acordo com informações do comando da UPP do Alemão, Moraes Filho foi baleado na Avenida Central, via que dá acesso à base principal da UPP. O policial era noivo e não tinha filhos. Ele estava na corporação desde março de 2014. Ainda não há informações sobre o sepultamento.

"Uma ação de varredura está em andamento com o objetivo de localizar os criminosos responsáveis pela morte do militar. O policiamento na região está reforçado por agentes de outras UPPs e do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) das UPPs", informou a assessoria da UPP, por meio de nota.

Ataques

Esta é a terceira vítima de um tiroteio no Alemão em menos de 24 horas. Na noite de sábado, 7, a moradora Elaine Cristina, de 35 anos, foi morta por uma bala perdida durante confronto entre traficantes e policiais.

Elaine chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. No mesmo episódio, um agente da PM levou um tiro de raspão, foi socorrido e recebeu alta médica na manhã deste domingo.

Vitrines do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as obras de urbanização no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, foram superfaturadas em R$ 139,5 milhões, aponta relatório de fiscalização preparado pela Controladoria-Geral da União (CGU).

O superfaturamento, segundo o documento, equivale a 24,47% do valor total contratado para as obras: R$ 710 milhões. O valor inicial contratado foi de R$ 493,3 milhões. Só o teleférico, símbolo do novo Alemão, teve o desvio, identificado pela auditoria, de R$ 14,8 milhões.

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Uma das empreiteiras acusadas, a Construtora Norberto Odebrecht, negou ter cometido ilegalidade. As demais negaram-se a comentar as denúncias ou não responderam ao pedido de entrevista.

O relatório, de 2013, foi anexado ao inquérito aberto no ano passado pela Superintendência da Polícia Federal no Rio para investigar a prática de sobrepreços nos contratos e suspeitas de fraude no processo de licitação. O Ministério Público Federal abriu inquérito civil público para acompanhar a apuração. Em nota, a PF informou que não comenta investigações em andamento.

A auditoria encontrou valores superfaturados nas obras do teleférico, no transporte de cargas, na destinação dos resíduos da construção civil, nas demolições e nas obras de drenagem pluvial e esgoto sanitário. Também foram verificados sobrepreços nos gastos com aluguel social, indenizações de benfeitorias e compra de imóveis para quem teve de ser removido do Alemão. A CGU detectou ainda a inserção indevida de despesas com impostos no custo final da obra, o que gerou superfaturamento.

O Complexo do Alemão é formado por 30 favelas onde vivem, segundo o Censo 2010 do IBGE, 60,5 mil pessoas. As obras foram iniciadas em 2008, com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na ocasião, apresentou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como "a mãe de PAC". Na inauguração do teleférico, em julho de 2011, já presidente, Dilma classificou o sistema como símbolo máximo do programa.

Parâmetros

Os valores pagos pelas obras foram inflados na Bonificação e Despesas Indiretas (BDI), segundo o relatório. Trata-se de uma taxa, que inclui despesas com impostos e o lucro do construtor, aplicada sobre o custo do empreendimento, para chegar ao valor final da obra ou serviço. A CGU detectou porcentuais acima dos parâmetros estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que resultou em pagamentos superfaturados.

O teleférico teve superfaturamento de R$ 14,8 milhões - incluindo o sobrepreço de R$ 4,7 milhões na instalação de estacas das fundações das cinco estações e das torres que sustentam os cabos. O sobrepreço ocorreu pela não adoção do porcentual de BDI diferenciado para a construção do sistema de transportes. A Secretaria de Obras do Estado do Rio e o Consórcio Rio Melhor, formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Delta, usaram porcentual de 29%. Para a CGU, o correto seria 12%, conforme exigência do TCU. A obra custou R$ 210 milhões, no total.

O teleférico está no centro da investigação sobre o suposto conluio entre as empresas que venceram a licitação, em 2008. A PF apura se o Consórcio Rio Melhor e os consórcios concorrentes Manguinhos e Novos Tempos, liderados pelas construtoras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, respectivamente, trocaram documentos entre si. As empresas são acusadas de formar cartel em obras da Petrobras.

A Construcap, firma que participou da concorrência, denunciou suposto direcionamento do processo e acerto prévio. O Consórcio Manguinhos venceu a licitação para o PAC da favela do mesmo nome, na zona norte. O Novos Tempos ficou com a Rocinha, favela na zona sul da capital fluminense. O delegado Helcio Assenheimer pediu ajuda à Operação Lava Jato, que investiga a atuação das empreiteiras e do governo federal em obras e licitações.

Construtoras

A empreiteira Odebrecht afirmou que não cometeu ilegalidade. "A Odebrecht nega a participação em qualquer ação ilícita", disse em nota. Procuradas, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez também informaram que não comentariam a investigação. A OAS e a Delta, que faziam parte do consórcio que realizou obras de urbanização no Complexo do Alemão, não responderam aos e-mails enviados da reportagem.

Em nota, a CGU disse que os trabalhos ainda estão em andamento e por isso não se manifestará sobre o relatório. O documento foi enviado ao Ministério das Cidades, que não se pronunciou sobre as suspeitas de desvio. Na semana passada, o ministério afirmou apoiar a apuração de qualquer suspeita. A Secretaria de Obras do Estado do Rio não respondeu à reportagem.

Quase oito anos após o começo das obras, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investiu R$ 1,4 bilhão em recursos da União, Estado e município no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, mas entregou apenas 53% das unidades habitacionais que planejara. No projeto inicial, estava prevista a aplicação de R$ 495 milhões, em valores da época. O início dos trabalhos foi em 7 de março de 2008, quando a então ministra da Casa Civil e hoje presidente da República, Dilma Rousseff, foi apresentada como a "mãe do PAC" pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia na comunidade.

As redes de esgoto e de água tiveram os maiores avanços, embora o teleférico chame mais atenção, mesmo tendo sido fechado em pelo menos 11 ocasiões no ano passado por causa dos tiroteios entre bandidos de quadrilhas rivais e entre bandidos e policiais.

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O Complexo do Alemão é formado por 30 favelas onde vivem 60,5 mil pessoas, segundo o Censo 2010 do IBGE. O planejamento do PAC divulgado ainda em 2007 estabelecia a construção de 1.716 unidades habitacionais. Mas até agora foram entregues 920, de acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), responsável por coordenar a execução dos trabalhos do PAC.

A licitação para as obras de urbanização planejadas pelo PAC nos complexos de favelas do Alemão, Rocinha e Manguinhos é alvo de investigação da Polícia Federal no Rio. Na quarta-feira, o delegado responsável pela apuração, Helcio William Assenheimer, solicitou informações à Operação Lava Jato. Ele investiga se houve conluio entre as empresas líderes dos consórcios vencedores dos contratos. O Consórcio Rio Melhor, liderado pela empreiteira Odebrecht, é investigado em um outro inquérito sobre superfaturamento de R$ 127,4 milhões nas obras do PAC no Alemão.

Problemas estruturais

Parte das moradias entregues estão com problemas estruturais, como vazamentos, infiltrações e rachaduras. Um desses apartamentos pertence a Maria de Fátima dos Santos, 49 anos. A dona de casa mora no Condomínio Poesi, na Estrada do Itararé, um dos acessos ao conjunto de favelas, para onde famílias removidas foram levadas. Ela enfrenta problemas desde a mudança para a nova moradia. O principal é na tubulação, que retorna esgoto pelo ralo da pia na cozinha. "Os problemas começaram dois meses após me mudar."

Maria precisou deixar sua quitinete - de três cômodos, onde vivia com os quatro filhos - no Morro do Adeus para a construção de uma das torres do teleférico, em agosto de 2010. A obra custou R$ 210 milhões e foi inaugurada em julho de 2011.

Na estação Itararé, no alto da favela Nova Brasília, funciona a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que atende a comunidade. Quem chega ao local em uma das 152 gôndolas do teleférico vê um prédio bem acabado pela frente. "Basta dar a volta pelos fundos para ver a área do Capão abandonada, com esgoto a céu aberto, lixo, ratos, baratas e focos de mosquito da dengue", afirmou o diretor da Associação de Moradores da Nova Brasília, Alan Luiz Santos.

"Só fizeram bonito na parte baixa do morro", reclamou a ambulante Maria Luiza Gomes, 50 anos. Uma parede da casa dela foi demolida com a casa do vizinho, na Nova Brasília. O argumento para colocar o imóvel abaixo era de que a obra de saneamento passaria ali. "Até hoje sofro na cozinha com o mau cheiro do valão. Mas o serviço de água e coleta de lixo melhorou." Desde o início das obras, foram instalados 38,3 mil metros de rede de esgoto, 20 mil metros além do que estava previsto. Também foram construídos 38,3 mil metros de rede de água e 27 mil metros de drenagem, segundo dados oficiais.

Segundo a Emop, o Capão é uma área de risco e famílias tiveram de ser removidas com a demolição de algumas casas. "Está prevista a remoção dos entulhos em uma complementação do PAC 1", informou o órgão em nota, embora o Ministério das Cidades tenha divulgado que a área não integra a "intervenção de urbanização" realizada com recursos do PAC no Alemão.

Promessas

Alguns dos projetos considerados prioritários não saíram do papel, como o Parque Serra da Misericórdia, previsto para ser construído no alto da serra, entre o Morro do Juramento e os Complexos do Alemão e da Penha. A promessa em 2007 do então secretário estadual de Obras Luiz Fernando Pezão, hoje governador do Estado do Rio, era de que o espaço ficaria no estilo do Parque do Flamengo, "com muito verde, área de lazer e um lago". No fim de 2010, a prefeitura do Rio publicou decreto transformando a Serra da Misericórdia em parque urbano, para receber áreas de lazer, quadras poliesportivas, equipamentos de ecoturismo, esportes de aventura, ciclovias e trilhas. A prefeitura informou que o projeto foi cancelado e transferido para o governo do Estado. A Emop, por sua vez, anunciou que não há projeto para o Parque da Misericórdia. O Ministério das Cidades, em nota, sustenta que o parque não faz parte das intervenções do PAC.

Na área de educação, os recursos do PAC foram responsáveis pelas 5 mil vagas no Colégio Estadual Tim Lopes, que homenageia o jornalista assassinado por traficantes no Complexo do Alemão em 2002. O acesso a unidades de ensino foi o principal responsável pelo aumento do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do complexo de favelas.

Com o projeto das UPPs abalado pelo avanço do tráfico, a violência é crescente na região. Os relatos de tiroteio são praticamente diários e têm afetado a área de educação. No ano passado, 35 escolas municipais situadas na região administrativa onde o Alemão está inserido tiveram de fechar pelo menos uma vez por causa da violência, segundo a Secretaria Municipal de Educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A semana de intensos tiroteios deixou mais um morador ferido no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Uma mulher não identificada foi atingida por uma bala perdida durante troca de tiros na madrugada desta quarta-feira (19). Ela foi socorrida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo do Alemão. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da moradora.

Segundo informações da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, houve confronto entre policiais e traficantes na localidade conhecida como "Beco da Vovó". A ocorrência foi registrada na 45ª Delegacia de Polícia (Alemão).

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Na Rua Canitar, uma das principais do Complexo, moradores relataram disparos na noite de terça-feira e também na manhã desta quarta. Na segunda-feira, tiros também foram ouvidos em várias localidades do Complexo.

De acordo com o jornal Voz da Comunidade, que circula no Complexo do Alemão, 21 moradores ficaram feridos, e 19 foram mortos durante confrontos nas comunidades do Complexo desde o início do ano. Já entre PMs, afirma o jornal comunitário, foram 13 feridos e dois mortos.

Na Vila Cruzeiro, comunidade vizinha ao Alemão e pertencente ao conjunto de favelas da Penha, o policiamento foi reforçado na noite de terça-feira. A medida foi tomada depois que policiais em patrulhamento entraram em confronto com traficantes no fim da tarde e à noite.

Pelas redes sociais, moradores relatavam ouvir tiros de diversos calibres e também granadas. O Batalhão de Operações Especiais reforçou o policiamento da região. Não há informações sobre feridos.

Policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão (zona norte) foram atacados por criminosos na manhã deste domingo (2). O Comando de Polícia Pacificadora (CPP) informou que os PMs faziam uma ronda de rotina na localidade Largo do Bulufa quando foram alvos de disparos, por volta as 10 horas. Segundo o CPP, os policiais não revidaram e escaparam. O policiamento foi reforçado depois do ataque, mas os autores dos disparos ainda não foram presos. Não houve feridos. Policiais do Batalhão de Policiamento de Choque (BP Choque) fazem buscas na região.

Um rapaz de 18 anos morreu após ser baleado nas costas durante um tiroteio no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. O jovem foi atingido na localidade Pedra do Sapo, por volta de 10h30 desta quinta-feira, 23. De acordo com informações da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), PMs da unidade patrulhavam a região quando começou uma troca de tiros com criminosos.

O jovem chegou a ser levado para o Hospital Estadual Getulio Vargas, na Penha, zona norte, mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha. De acordo com policiais, foram apreendidas com o jovem uma pistola calibre 380, munições e um rádio transmissor. As armas utilizadas pelos PMs da UPP serão encaminhadas para a perícia. Policiais civis realizam diligências em busca de informações para a solução do caso.

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Pelas redes sociais, moradores trocavam informações sobre os tiroteios. Muitos voltavam do trabalho. Alguns relataram que granadas foram lançadas nas comunidades.

Um policial militar lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, foi atingido por um tiro durante confronto com traficantes na noite de domingo, 5. Desde o fim da semana passada, a região revive uma rotina de tiroteios intensos. A bala ficou alojada no colete à prova de balas do soldado, que acabou tendo apenas uma luxação no tórax. Ninguém foi preso na ação.

O fim de semana foi de muitos confrontos em comunidades com UPPs. No próprio Complexo do Alemão, policiais que faziam patrulhamento no Largo do Bulufa foram alvo de bandidos por volta das 8h, informou a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP). Outras UPPs do complexo enviaram reforços para o local e houve troca de tiros. Ninguém foi preso e não há informações de feridos. Durante toda a manhã, moradores de diversas localidades do complexo relataram pânico nas redes sociais com os intensos tiroteios.

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Na comunidade Parque Proletário, no Complexo da Penha, também na zona norte, os tiros também provocaram medo entre moradores. Uma equipe da UPP da comunidade Parque Proletário foi atacada por criminosos na Rua Laudelino Freire e houve confronto. Os agentes pediram reforço das UPPs da Chatuba e de Vila Cruzeiro. Buscas estão sendo realizadas pela região para localizar os autores dos disparos. Não há registros de feridos.

A última ocorrência aconteceu na UPP Macacos, em Vila Isabel, também na zona norte. Uma base avançada da UPP instalada em um contêiner na localidade do Cruzeiro e uma viatura da Polícia Militar foram baleadas. Segundo o comando da UPP o policiamento foi intensificado e estão sendo realizadas buscas na região. Também não há notícia de feridos.

Uma criança de apenas 3 anos foi atingida por uma bala perdida em mais uma troca de tiros no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, nesta segunda-feira, 29. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o menino levou um tiro na perna esquerda e, após receber os primeiros socorros em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi transferido para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na zona norte. O quadro de saúde da criança é estável, mas não há previsão de alta, de acordo com a SMS.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), no entanto, não tinha informações sobre feridos durante as duas trocas de tiros registradas no Complexo do Alemão nesta segunda. De acordo com o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, policiais foram recebidos a tiros por volta das 8h30 por criminosos armados na localidade conhecida como Areal. Um novo confronto foi registrado na região por volta das 10h.

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Nas redes sociais, muitos moradores publicaram mensagens falando sobre tiroteios no Complexo do Alemão nos últimos dias.

Ainda de acordo com o CPP, buscas estão sendo realizadas ao longo desta segunda-feira na tentativa de localizar os responsáveis pelos disparos.

Teleférico

Por conta do tiroteio, a circulação do teleférico do Complexo do Alemão foi interrompida por cerca de dez minutos, por volta das 10h30. A partir desta segunda, o sistema terá o horário de funcionamento ampliado, passando a operar de segunda a sexta-feira, das 6h às 20h, e aos sábados das 8h às 18h. O teleférico não funcionará aos domingos e feriados. Antes, o sistema operava das 8h às 20h durante a semana e das 10h às 18h aos sábados.

Morreu na manhã desta terça-feira (5) o policial militar Marcelo Soares Silva do Reino. Lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, na zona norte do Rio, ele havia sido baleado na manhã do último sábado (2) durante um patrulhamento no complexo de favelas. Um grupo de agentes passava pelo Beco do Flipper em direção à Rua Joaquim de Queiroz quando foi alvo de um atirador escondido, segundo o comando da UPP.

O PM foi socorrido e levado em estado grave para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte. Estavam sendo feitas buscas pelo atirador, não identificado. Ele usava um colete à prova de balas no momento em que foi atingido.

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Na sexta-feira passada (1°), uma equipe da UPP Nova Brasília também foi atacada a tiros por volta das 11h, quando os agentes patrulhavam a localidade conhecida como Chuveirinho. Os policiais não revidaram e ninguém ficou ferido.

O Complexo do Alemão tem quatro UPPs, instaladas em 2012. Desde 2 de abril o conjunto de favelas passa por um processo de reocupação por 270 homens do Comando de Operações Especiais (COE), que envolve o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Batalhão de Choque, o Batalhão de Ações com Cães e o Grupamento Aeromóvel. Não há data definida para a saída dos agentes.

Um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, na zona norte do Rio, foi baleado por volta das 10h30 deste sábado (2), durante patrulhamento no complexo de favelas. Um grupo de agentes passava pelo Beco do Flipper em direção à Rua Joaquim de Queiroz quando foi alvo de um atirador escondido, segundo o comando da UPP.

O PM foi socorrido e, ao meio-dia deste sábado, estava internado em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha (zona norte). Estavam sendo feitas buscas pelo atirador, não identificado.

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Na sexta-feira, 1º, uma equipe da UPP Nova Brasília também foi atacada a tiros por volta das 11h, quando os agentes patrulhavam a localidade conhecida como Chuveirinho. Os policiais não revidaram e ninguém ficou ferido.

O Complexo do Alemão tem quatro UPPs, instaladas em 2012. Desde 2 de abril o conjunto de favelas passa por um processo de reocupação por 270 homens do Comando de Operações Especiais (COE), que envolve o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Batalhão de Choque, o Batalhão de Ações com Cães e o Grupamento Aeromóvel. Não há data definida para a saída dos agentes.

Para Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo de Jesus Ferreira, morto aos 10 anos no dia 2 de abril no Complexo do Alemão, o retorno "doloroso" à casa onde a família morava antes da tragédia foi apenas um dos momentos difíceis enfrentados durante a reconstituição do crime, na última sexta-feira (17). Terezinha conta que, na ocasião, reconheceu o policial que ela afirma ter matado Eduardo entre um dos onze PMs que, encapuzados, também participaram da reprodução simulada.

"Foi horrível. Eu cheguei a ver porque foi ele que disse que poderia me matar assim como matou meu filho", contou. "Vi pela touca, ele é um negro, alto. Foi muito doloroso", recordou a mãe de Eduardo.

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Ela afirma que ainda não foi informada pela Polícia Civil sobre a data de uma possível acareação na qual possa reconhecer o PM diante dos investigadores. Mas, quando esse dia chegar, ela espera fazer duas perguntas - e adiantou que não perdoará o policial.

"Eu quero fazer duas perguntas a ele: a primeira é se ele não tem filhos, se ele não é pai", disse. "Aí eu vou fazer a segunda pergunta a ele: se perdoá-lo traria meu filho de volta. Se ele tiver condição de trazer meu filho de volta, eu perdoo ele. Ele é um monstro. O que ele fez não tem perdão", desabafa Terezinha.

Hospedada com a família em um hotel custeado pelo Governo do Estado desde que voltou do Piauí, onde Eduardo foi enterrado no último dia 6, Terezinha lembra que o regresso ao Areal, localidade onde a família morava no Alemão, foi "muito ruim". "Foi muito doloroso. Quando eu cheguei perto de casa, eu desabei no choro, não aguentei".

Terezinha foi uma das testemunhas ouvidas pelos investigadores da Delegacia de Homicídios da capital fluminense durante a reconstituição. A irmã de 14 anos de Eduardo também participou da reprodução simulada. De acordo com o delegado titular da especializada, Rivaldo Barbosa, foram remontadas com os policiais as condições de luminosidade e temperatura verificadas no exato momento em que Eduardo foi baleado, às 17h30. "Nós vamos esperar o laudo dos peritos e eles têm de 15 a 45 dias para nos dar esse laudo", declarou Barbosa na última sexta-feira (16).

A Polícia Civil fará nesta sexta-feira (17) no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, a reconstituição do caso de Elizabeth de Moura Francisco, de 40 anos, morta no dia 1º de abril na localidade de Alvorada. De acordo com a delegada Patrícia Aguiar, a reprodução deve começar às 8h.

O plano da Delegacia de Homicídios (DH) é realizar a reconstituição das mortes do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos - assassinado no dia 2, na localidade do Areal - e do ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora de Nova Brasília, Uanderson Manoel da Silva - morto em setembro de 2014 - na mesma data, mas o titular da DH da capital fluminense, delegado Rivaldo Barbosa, ainda não tem essa definição.

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Na noite desta quarta-feira, 15, a mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, deve ser ouvida na DH, após retornar do Piauí, onde enterrou o corpo do filho na cidade de Correntes. Ela, os quatro policiais da UPP do Alemão e oito do Batalhão de Choque que participaram da ação no Areal devem participar da reconstituição.

O policial militar suspeito de ter atirado contra o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, na localidade Areal, no Complexo do Alemão, voltou a dizer à Polícia Civil que disparou um tiro - o último dos três efetuados por policiais na ação da qual participava - após PMs terem sido atacados por traficantes na favela. Ele e mais outros dois soldados da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão compareceram nessa terça-feira (14), à Delegacia de Homicídios, intimados por investigadores. Todos tiveram licença médica renovada na segunda-feira (13), por mais oito dias, quando passarão por reavaliação médica, e estão afastados da corporação. Os depoimentos, juntos, duraram quatro horas.

Segundo o advogado Rafael Abreu Calheiros, responsável pela defesa dos quatro PMs da UPP e mais 10 do Batalhão de Choque que participaram da mesma ação, todos os policiais que prestaram depoimento ontem mantiveram a versão da troca de tiros dita na primeira vez que falaram à Polícia Civil. Eles afirmaram que criminosos disparavam na direção deles com pistolas calibre 40.

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"A duvida agora é se eles teriam condições de reconhecer o meliante", disse Calheiros, sobre a possibilidade de ser chegar à identidade de um dos supostos traficantes. De acordo com a defesa, nenhum PM admitiu ter atirado contra Eduardo. "Primeiro, porque eles não viram nenhum menino. Há dúvida se foram policiais (que dispararam contra o garoto) ou se foram armas dos meliante".

Questionado sobre o laudo da necrópsia apontando que o projétil que atingiu Eduardo tinha "alta energia cinética", o que remete a um fuzil (arma utilizada pelos policiais), Calheiros defende que bandidos podem ter atirado a curta distância. "A curta distância, faz tanto estrago quanto o fuzil".

Todos os PMs defendidos por Calheiros vão participar da reconstituição do caso, cuja data ainda será definida pela DH. Segundo Calheiros, investigadores demonstraram estar "esclarecidos" após os depoimentos prestados ontem, o que não descarta que eles sejam ouvidos novamente, mesmo depois da reprodução simulada. Calheiros reforço que a defesa vai manter a linha de que o disparo, se comprovado ter partido da arma do policial, foi fruto de um "erro acidental", provocado pela situação de troca de tiros. "Ele teve vontade de se defender, defender a própria vida. Ele só quis reagir à ação de um criminoso", sustenta o advogado.

A Polícia Civil ouvirá novamente cinco ou seis policiais militares dos 11 que já prestaram depoimento por terem participado da ação que resultou na morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, no Complexo do Alemão, na quinta-feira passada. Entre eles está o soldado que admitiu a possibilidade de ter atirado contra o menino à 8ª Delegacia de Polícia Judiciária das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). "Fizemos o pedido à PM e esses policiais estão vindo", disse o titular da Divisão de Homicídios (DH), delegado Rivaldo Barbosa.

O PM da UPP do Alemão suspeito de ter atirado em Eduardo deveria ter prestado o segundo depoimento à DH nesta quinta-feira, 9, mas, de licença médica, não havia comparecido à delegacia até as 19 horas. O PM estava lotado na UPP havia pouco mais de três anos.

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O comando da PM afastou oito policiais envolvidos na ação. De acordo com a Polícia Civil, quatro policiais da UPP, na dianteira do grupo, e oito do Batalhão de Choque participavam de uma patrulha quando, segundo o relato dos PMs, foram surpreendidos por criminosos na localidade do Areal, onde Eduardo foi baleado.

O caso da morte do menino, segundo Barbosa, ainda tem "pendências" que devem ser resolvidas com esses testemunhos e novos depoimentos da irmã de Eduardo, de 14 anos, a mãe da criança e moradores da comunidade. Os pais de Eduardo ainda estão no Piauí, onde o corpo do menino foi enterrado na última segunda-feira, no município de Correntes.

De acordo com o delegado assistente Alexandre Herdy, cerca de 25 depoimentos de 16 pessoas já foram prestados à DH. O delegado também confirmou que o tiro que atingiu o menino tinha "alta energia cinética", o que aponta para um disparo de fuzil.

Os policiais militares das Unidades de Polícia Pacificadora de três favelas do Complexo do Alemão vão passar por avaliação psicológica durante treinamento de reciclagem. O programa foi iniciado depois da morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, no último dia 2, atingido por um tiro de fuzil na cabeça. Dois policiais militares pediram atendimento psicológico após da ação que terminou com a morte da criança.

"Não estamos dizendo que os policiais estão fora de controle, que há uma epidemia. O policial que está com problema, sintomas de estresse pós traumático, tem todo o direito de procurar atendimento", afirmou o comandante da Polícia Militar, Alberto Pinheiro Neto, ao explicar que a intenção da avaliação é "entender o pensamento do policial em situação de risco" para reformular o treinamento.

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Pinheiro Neto se recusou a informar o nome dos dois PMs da UPP que estavam na ação em que Eduardo foi morto. Segundo ele, os dois serviam de guia para equipes do Comando de Operações Especiais (COE) que se deslocavam na favela. "Não houve operação policial. Mas um simples deslocamento no terreno para a tropa se estabelecer em outro ponto", afirmou o comandante. Ele evitou comentar detalhes da investigação, como se houve confronto com traficantes ou se os policiais estão sendo investigados por alteração de provas - os cartuchos foram recolhidos no local em que Eduardo foi morto.

Ao contrário do governador Luiz Fernando Pezão, que disse que haveria reocupação do Complexo do Alemão, Pinheiro Neto afirmou que as UPPs estão sendo reorganizadas. "Estamos iniciando um freio de arrumação no processo de ocupação", afirmou.

A avaliação é de que as tropas estavam "fragilizadas", sem bases policiais seguras e sob forte estresse por causa dos constantes ataques. "Nós verificamos que em algumas UPPs havia medo, desconfiança entre a polícia, entre a comunidade. Isso é preocupante. Onde há medo, onde há desconfiança, não há como se fazer política de proximidade", afirmou o chefe do Estado Maior, coronel Robson Rodrigues. "O treinamento somente para a polícia de proximidade fragilizava o policial, expunha-o a risco, ao estresse e nessa situação as reações não são bem controladas."

O treinamento que se iniciou é voltado para a autoproteção. Segundo Pinheiro Neto, o foco é em como progredir nas áreas, como utilizar ambiente para se proteger, a maneira adequada de conduzir a arma, e a maneira adequada de avaliar o alvo. "O policial bem treinado, consciente das ações, protegido no terreno e com boa estrutura de trabalho, seu nível de estresse diminui. O risco operacional diminui".

Inicialmente, 320 policiais do Morro do Alemão passarão pelo treinamento nos próximos 45 dias, em turmas de 60. Depois, outros 340 agentes da UPP da Nova Brasília e 320 da Fazendinha passarão pela reciclagem.

Oito policiais militares que participavam da ação no Complexo do Alemão no momento da morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foram afastados temporariamente de suas atividades pelo comando da PM, informou o porta-voz da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, major Marcelo Corbage. Parte deles era lotada na Unidade de Polícia Pacificadora e outra parte no Batalhão de Choque. Ao todo, 11 policiais já foram ouvidos na Delegacia de Homicídios. "Estamos em um momento difícil", disse Corbage. "A solução só se dá com apoio de todos, com a população residente, com as forças de segurança e com as autoridades."

Em paralelo às investigações da Polícia Civil foi aberto um inquérito policial militar para apurar o envolvimento dos PMs que participaram da ação.

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No total, 16 pessoas já prestaram depoimento à Polícia Civil no caso. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios da capital fluminense, delegado Rivaldo Barbosa, outros policiais militares serão ouvidos, e alguns poderão prestar um segundo depoimento.

O delegado afirmou que uma reconstituição conjunta para os casos de Eduardo e de Elizabeth de Moura Francisco, de 40 anos, morta na quarta-feira, 01, também no Complexo do Alemão, será marcada depois que os pais do garoto voltarem do Piauí, onde o corpo do menino foi enterrado nesta segunda-feira, 6.

"Vamos nos empenhar para dar uma resposta", disse o delegado, que se reuniu nesta terça-feira, 07, com lideranças comunitárias do Complexo do Alemão. Barbosa disse que a Polícia Civil coletou algumas cápsulas de projéteis no local do crime, que estão sendo analisadas na investigação.

Os investigadores não descartam a hipótese de que tenha havido um tiroteio no momento em que Eduardo foi atingido. A mãe dele, Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, garante que o filho foi baleado por um PM - e que saberia reconhecer o autor do disparo.

O corpo de Eduardo de Jesus Ferreira, 10 anos, morto no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, foi velado na casa de sua tia Maria de Lourdes Lopes, de 48 anos, em Corrente (872 km de Teresina), no Piauí. O sepultamento ocorreu por volta das 17 horas no cemitério local. A mãe do menino, Terezinha de Jesus Ferreira, denunciou que está recebendo ameaças de morte, mas disse que não se calará sobre a morte do filho.

Terezinha não especificou de quem partiu as ameaças e estimulou as mães que perderam os filhos da mesma forma a denunciar os casos. Ela voltou a afirmar que o filho não foi morto por uma bala perdida e disse que a foto que circula nas redes sociais, de um garoto segurando um fuzil, não é de Eduardo.

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A coordenação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) afirmou no domingo que Eduardo foi baleado durante confronto entre policiais e traficantes do Alemão. Terezinha contradiz a versão e afirma que o filho foi morto por um policial quando brincava na porta de casa, na localidade de Areal.

Houve uma grande comoção no velório. A tia da criança passou mal, desmaiou e teve de ser atendida no hospital. Terezinha disse que volta ao Rio para acompanhar o desenrolar das investigações sobre a morte do seu filho e depois pretende voltar a morar no Piauí. "Vou lutar até o fim para ver esse policial atrás das grades", finalizou.

A família do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto com um tiro no conjunto de favelas do Alemão, resolveu voltar a morar no Piauí, por causa da violência do Rio de Janeiro. O corpo de Eduardo chegou em Teresina no início da manhã desta segunda-feira, 6, ficou por cerca de 1h em uma funerária na capital do Piauí e seguiu para Corrente, a 872 Km ao sul de Teresina, onde será sepultado.

"A polícia foi truculenta e sempre agiu de forma truculenta no Alemão. Nunca fomos ameaçados por bandidos, mas sempre pela polícia. São soldados destreinados, saem atirando em quem estiver pela frente, sem perguntar. Tanto tempo na vida vivendo em um lugar perigoso assim, nos conforta chegar em nossa terra", desabafou José Maria, pai de Eduardo.

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A família pretende passar alguns dias em Corrente e só voltará ao Rio para resolver algumas pendências. Terezinha de Jesus Ferreira, mãe do garoto, falou que quer voltar a morar no Piauí. "Vou voltar, porque eu quero justiça e depois eu vou embora. Não quero ficar nesse lugar maldito", disse Teresina de Jesus afirmando que volta ao Rio para resolver algumas coisas e depois vai embora para o Piauí. Ela disse ainda que seu outro filho, o irmão de Eduardo, sempre pedia que a família voltasse a morar no Piauí.

O velório acontece na residência de uma das tias de Eduardo e o sepultamento estava previsto para as 17 horas no cemitério do município.

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