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Após movimento para atrasar a votação de um projeto de lei que exige regras de compliance de partidos políticos, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), quer retirar da proposta a previsão de punição a legendas que descumprirem programas internos de integridade. O parlamentar argumenta que a legislação não pode invadir a autonomia das siglas.

O projeto tramita na Casa e propõe uma série de normas para aumentar a transparência e evitar atos de corrupção nas legendas. No dia 9, o petista apresentou uma emenda que desidrata a proposta original e estabelece apenas a exigência de procedimentos de integridade nas legendas, mas sem detalhamento ou previsão de sanção.

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"É um projeto que não avança na fiscalização e abre espaço para interferência de órgãos da Justiça Eleitoral nos partidos", disse o senador. O PT, partido de Humberto Costa, é constantemente alvo de críticas por não punir dirigentes envolvidos em escândalos de corrupção como o Mensalão e a Lava Jato. Nas últimas eleições, o partido foi cobrado por aliados a elaborar uma "autocrítica" da legenda.

Para o parlamentar, mesmo com problemas internos, os partidos devem ter autonomia para delimitar seu funcionamento. "Quem vai julgar se o programa de integridade que o partido propôs foi cumprido ou não? Estimular delação interna é de um grau de subjetividade e, ao mesmo tempo, uma intromissão muito grande na vida partidária", declarou Costa.

Como o Estado mostrou no último dia 4, um bloco de senadores do PT, PSD, PROS e Podemos articulou para que o texto fosse apreciado pelo plenário do Senado antes de seguir para a Câmara. Com a emenda de Costa, o texto voltou à Comissão de Constituição e Justiça para nova análise. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por unanimidade, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje (20) um projeto de lei ( PLS 429/17) que obriga partidos políticos a cumprirem uma série de normas para aumentar a transparência e evitar atos de corrupção.

De autoria do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o texto altera a Lei dos Partidos Políticos para submeter seus representantes a programas de compliance, sistema de integridade amparado em regras de responsabilidade social e princípios éticos, sob pena de suspensão de recebimento do Fundo Partidário, pelo período de até 12 meses.

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Como foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ, caso não seja apresentado recurso para votação no plenário do Senado, a matéria seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados.

“Como qualquer pessoa jurídica, os partidos políticos também devem ter procedimentos e controles robustos, baseados nas melhores práticas nacionais e internacionais, a fim de evitar irregularidades e ilícitos, principalmente por lidarem com recursos públicos”, justificou Anastasia no projeto.

A ideia é que cada partido fique obrigado a prever o programa de integridade em seu respectivo estatuto.

O plano deverá reunir um conjunto de mecanismos internos de controle, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, além de uma estratégia para aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, política e diretrizes, com o objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e outros ilícitos praticados ou atribuídos ao partido.

Código de Conduta deverá ter três eixos

O Código de Conduta e Integridade previsto na proposta deverá ter três eixos: princípios, valores e missão do partido; orientações para a prevenção de irregularidades e de conflitos de interesses; e condutas vedadas aos integrantes ou colaboradores do partido.

O projeto estabelece ainda que o partido terá de oferecer, duas vezes ao ano, treinamentos específicos sobre legislação eleitoral, controles internos, governança, padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade.

Por fim, determina que a violação do programa de integridade passa a ser causa de cancelamento imediato da filiação partidária

“Não se trata de restringir a autonomia dos partidos políticos, mas exclusivamente de dotá-los de meios para que exerçam seu indispensável papel na sociedade, de instrumento para a atuação política do cidadão, com ética, transparência e responsabilidade em relação aos respectivos filiados e ao povo brasileiro”, defendeu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relator da proposta.

A fabricante do segmento de saúde Johnson & Johnson está com inscrições abertas para seu programa de estágio 2018. Serão aceitas candidaturas de estudantes de graduação previstas entre dezembro de 2018 e julho de 2020. O programa terá início em fevereiro de 2018. De acordo com o site de carreiras da empresa, os aprovados terão direito a assistência médica, assistência odontológica, seguro de vida e acidentes, desconto em produtos Johnson e estacionamento ou vale transporte.

Para participar, também é necessário que os candidatos tenham disponibilidade para 5 horas de estágio de segunda a sexta-feira, inglês avançado e possam trabalhar em São Paulo. Os estudantes aprovados atuarão na área de compliance, que é responsável por garantir a integridade do negócio nas interações com profissionais de saúde e com funcionários públicos. Para esta área, são aceitos estudantes de engenharias, administração, direito, farmácia, jornalismo, comércio exterior e cursos ligados á área de tecnologia.

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Já para as vagas da área denominada como “medical” na qual os estagiários deverão lidar com informações do mercado como tamanho, evolução, market share e concorrência, suportar pesquisas de mercado, fazer acompanhamento da evolução do mercado e dos dados da concorrência, recebe alunos dos cursos de administração, economia e engenharias.

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Protagonista do maior escândalo de corrupção da história do País, a Odebrecht foi obrigada a rever suas regras de conformidade para tentar se manter viva no mercado. Desde que o principal executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, foi preso, em meados de 2015, um batalhão de executivos foi recrutado para tentar mudar a cultura do grupo. Hoje, 49 diretores trabalham na aplicação de uma série de regras para moralizar a empresa, cuja imagem ficou bastante arranhada no mercado. Até o fim do ano, serão 60 pessoas nessa área.

Para bancar esse time, o grupo teve de aumentar em cinco vezes o orçamento da área de conformidade. Em 2015, esse setor consumia R$ 11,3 milhões dentro do grupo. No ano passado, dobrou para R$ 24,3 milhões e, neste ano, deve gastar R$ 64,8 milhões. "Isso não deve ser visto como um custo, mas como um investimento", afirma a chefe de compliance da holding Odebrecht S/A, Olga Pontes. Antes do atual posto, a executiva trabalhava na Braskem, empresa do grupo Odebrecht.

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Ela conta que, para formar o time de conformidade do grupo, contratou uma empresa de recrutamento internacional e que a disputa por uma vaga foi grande. "Para quem gosta do assunto, não existe melhor lugar no mundo para trabalhar neste momento." A executiva conta que os profissionais vieram de empresas renomadas, como o escritório internacional de advocacia Norton Rose Fulbright, Oi, Telemar e Fibria.

Um dos contratados foi Nir Lander, que passou a comandar a área de compliance da Odebrecht Óleo e Gás. Ele conta que o sistema aplicado na empresa é baseado em três elos: prevenção, remediação e detecção. O objetivo é criar regras e explicitar o que pode e o que não pode ser feito numa relação com os parceiros da empresa. "Por exemplo, qual o valor e qual o limite para um brinde de fim de ano; quais as normas numa relação com o agente público", destaca.

Nesse último caso, há uma série de maneiras e orientações que os funcionários devem seguir. Num almoço com um agente público, é preciso registrar o encontro, dizer quem vai participar e qual a pauta. "E cada um paga a sua conta", diz Lander. Ele destaca que seu trabalho é fazer com que essas regras sejam efetivas. Para isso, uma série de treinamentos são feitos para que os trabalhadores conheçam o negócio e os dilemas éticos de cada segmento. "O objetivo é criar novas práticas para garantir o ‘fazer certo’", diz Olga Pontes.

Para garantir a independência dos executivos na execução do plano, a área de conformidade passa a ser ligada aos Conselho de Administração de cada empresa (e não mais ao presidente executivo, como era até 2016). Além disso, houve aumento da participação de conselheiros independentes nos conselhos de administração. Até 2016, isso não ocorria. Agora, devem ser ao menos dois, ou 20% do total de conselheiros (o que for maior)

Três áreas ligadas à governança corporativa terão forte demanda por profissionais especializados neste ano: fiscalização da operação, adequação à legislação vigente (compliance) e gerenciamento de riscos. A perspectiva é de recrutadores consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo os executivos, esses ramos de atuação são fundamentais para atrair novos investimentos e consolidar a reputação das empresas e, por isso, tendem a demandar mais mão-de-obra.

Estudo da consultoria Deloitte feito com 84 empresas que atuam no País e têm faturamento acima de R$ 1 bilhão aponta que 55% não possuem equipes específicas para prevenir ou gerenciar situações que possam afetar seu desempenho. Entre as companhias que possuem um departamento estruturado, 42% o fizeram há menos de quatro anos. André Gargaro, sócio da consultoria, destaca que o mercado de capitais brasileiro vem amadurecendo e que discussões mais amplas sobre o assunto estarão cada vez mais no radar do investidor.

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O sócio da consultoria KPMG, Sidney Ito, tem a mesma visão: "Há dez anos, gerenciamento de riscos era um tema que ficava em níveis intermediários da gestão. Hoje, está na agenda da presidência, do conselho e dos acionistas."

Medidas como a Lei Anticorrupção, que entrou em vigor no ano passado, ajudaram a aquecer a demanda por mão de obra especializada. Na Michael Page, a busca por profissionais de compliance aumentou 30% entre 2013 e 2014, afirma o gerente executivo da recrutadora, Luis Granato: "As contratações aumentaram principalmente para o mercado financeiro".Ele dá um exemplo: "Todos os cinco principais bancos do País têm fortalecido seus departamentos de controle interno."

Escândalos de corrupção como o da Petrobras, deflagrado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal no ano passado, reforçam a necessidade de ampliar os mecanismos de fiscalização das operações nas companhias, "principalmente em empresas de capital aberto e que mantenham negócios com o governo", como destaca o diretor da recrutadora Hays, Rodrigo Soares.

Remuneração

A busca por estruturas mais sólidas de controles internos esbarra na falta de pessoal qualificado: "Há uma carência para suprir o setor de compliance. Às vezes, o profissional vem de outras áreas porque tudo ainda é muito novo", afirma Guilherme Prado, consultor de banking e compliance da Michael Page.

A remuneração de profissionais de auditoria, compliance e gestão de risco varia de acordo com o negócio e o porte da empresa. Nos níveis hierárquicos iniciais, ela está entre R$ 3 mil e R$ 8,5 mil, de acordo com a recrutadora Robert Half. A perspectiva é de que os salários para essas áreas aumentem em média entre 5% e 6% este ano, acompanhando a inflação.

Quem ocupa cargos dessa natureza, de acordo com os recrutadores, são profissionais maduros, com perfil analítico e que estejam preparados para lidar com informações sigilosas. Sua função é olhar para a gestão da empresa como um todo, e por isso a necessidade de conhecer profundamente o negócio. Também é necessário estar atento às mudanças na regulamentação para cada setor, de maneira a prevenir problemas.

CIOs e diretores jurídicos (CLO) têm muito a falar sobre ​​privacidade de dados, e-discovery e políticas para dispositivos móveis, só para citar alguns tópicos. Mas uma pesquisa recente do Gartner com 70 diretores jurídicos de grandes companhias nos Estados Unidos descobriu que mais de metade (51%) deles disseram não conversar com os CIOs mais do que uma vez por mês.

O relatório do Gartner recomenda que os CIOs e os diretores jurídicoss tenham reuniões frequentes e que abordem os assuntos em profundidade, para que possam construir um relacionamento melhor e compreender os requisitos, capacidades e as questões pendentes de lado a alado. Dos diretores jurídicos que conversam com seus CIOs mais do que uma vez por mês, disseram ter mudado suas estratégias jurídicas ou políticas corporativas após a conversa.

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O estudo descobriu ainda que os entrevistados consideram os CIOs importantes parceiros estratégicos. "A gestão de riscos é uma preocupação cada vez mais importante paraos diretores jurídicos , e eles reconhecem que ela requer uma participação significativa de TI", diz o relatório do Gartner.

Muitos diretores jurídicos se queixam de que "os CIOs não são envolvidos cedo o suficiente e com a profundidade suficiente em atividades como fusões e aquisições", diz o relatório.

Do outro lado, os CIOs, de um modo geral eles estão satisfeitos com o suporte da área jurídica às atividades padrão de TI, e menos satisfeitos com suporte para tecnologias específicas, tais como e-discovery e disputas litigiosas.

O chefe de departamento jurídico pode ainda ser a chave em vários aspectos dasorganizações: na promoção do respeito pela privacidade de dados, na explicitação das disposições sobre a descoberta de informação, na criação de políticas para o uso de dispositivos móveis da empresa. A relação correta entre CIO e os responsáveis jurídicos pode gerar estratégias mais fortes nestas áreas.

O Gartner recomenda a realização de reuniões regulares e frequentes entre o CIO e os chefes de departamento jurídico. De acordo com os resultados do estudo, nas empresas onde se verifica essa relação, os CIO têm adaptado as suas estratégias jurídicas e políticas de negócios seguindo as recomendações dessas equipas. Trata-se da de que há essa necessidade de conhecer os aspectos legais.

Janis O'Bryan, CIO da imobiliária Hudson Advisors, diz que ela se reúne com sua equipe jurídica regularmente para debater temas como os regulamentos da da SEC e regras de privacidade de dados globais.

O'Bryan acrescenta que mantém uma pessoa em sua equipe de TI é responsável por e-discovery. "Temos de lidar com os mutuários insatisfeitos e angustiados, com dívida, por isso estamos constantemente do apoio da nossa equipe jurídica", diz ela.

A chave para um melhor relacionamento TI-legal é a de quebrar barreiras linguísticas, diz O'Bryan.  A TI não deve apenas explicar questões de tecnologia para a área jurídica, mas também "se informar sobre os riscos e traduzir isso para linguagem de negócios para que a equipe jurídica possa entender."

O CIO está especializado em linguagem técnica e funda as suas análises no ponto de vista da tecnologia. Mas a área jurídica também têm a sua linguagem técnica. É preciso transpor as barreiras de linguagem entre as áreas.

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