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Nos últimos anos, o mês de novembro tem sido acompanhado pelas expectativas de promoções da Black Friday, tanto por parte dos consumidores, como pelos varejistas. Criada nos anos 1990 nos Estados Unidos, a data ocorre na última sexta-feira do mês, logo após o Dia de Ação de Graças celebrado em 25 de novembro.

A Black Friday chegou ao Brasil em 2010 e hoje é uma grande aposta para aquecer as vendas do varejo. Segundo dados da empresa de análise de mercados Neotrustas, as vendas da Black Friday de 2020 passaram de 5,1 bilhões, valor que representa um aumento de 31%, em comparação ao ano anterior.

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Embora seja um período em que muitas pessoas aguardam para realizar suas compras, alguns cuidados se mostram necessários.

O professor de direito na Universidade Guarulhos (UNG), advogado e coordenador da comissão de Direito do Consumidor da OAB-Guarulhos, Ageu Camargo lembra que o consumidor deve, por meio de ferramentas disponíveis na internet, realizar uma pesquisa para saber qual foi o preço daquele produto no decorrer do ano. “Deste modo, o consumidor poderá saber se o desconto ofertado é real ou não”, afirma.

Para não cair em armadilhas, a melhor decisão, segundo Camargo, é comprar apenas o necessário e evitar as famosas compras por impulso. Além disso, é de extrema importância pesquisar a reputação da loja escolhida. “O site ‘Reclame Aqui’ é uma boa ferramenta nesta tarefa”, aconselha.

Camargo destaca que em casos de golpes, o consumidor deve registrar reclamações em sites como http://consumidor.gov.br ou Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCOM). “Caso não haja resolução do problema, o consumidor poderá procurar o Juizado Especial Cível”, explica.

Por conta da pandemia de Covid-19, o executivo de finanças André Aragão orienta o consumidor a evitar compras parceladas no cartão de crédito, pois embora aumente o poder de aquisição, em várias ocasiões pode causar endividamento. “Quando a loja oferece o parcelamento sem juros, cabe ao consumidor avaliar se o valor da parcela não irá comprometer seu orçamento. Caso seja oferecido desconto no pagamento à vista, essa modalidade torna-se mais interessante”, ressalta.

De acordo com Aragão, um grande aprendizado deixado pela crise sanitária foi o fato de muitas pessoas passarem a ter mais consciência na hora de realizar suas compras. “Hoje não se sabe mais se no mês seguinte o salário está garantido, e assim as pessoas evitam se endividar com a compra de itens que não são essenciais”, pontua.

 Segurança Digital  

Além de cuidados com os preços, o período de Black Friday também exige maior atenção para possíveis ataques virtuais. O analista de dados, professor e CEO da Startup de análise de dados e business intelligence Dadoteca, Claudio Bonel, recomenda a utilização de senhas diferentes para os diversos tipos de acessos na internet. “Usar a mesma senha em todos os seus aplicativos facilitará a ação do criminoso pois, uma vez que ele descobre uma senha, ele tentará a mesma nos seus demais aplicativos, inclusive nos aplicativos de acesso ao seu banco”, alerta.

Segundo Bonel, ao utilizar modalidades como Pix, é importante verificar se o pagamento está destinado para a pessoa correta. “Criminosos estão burlando o QR Code, de modo que ao realizar a leitura, o pagamento vai para a conta do criminoso. Portanto antes de concluir o pagamento, confira os dados do destinatário”, comenta.

Outro cuidado apontado por Bonel é sempre desconfiar de premiações e sorteios, aos quais a vítima não tem certeza de ter participado. “Desligue o telefone, faça você mesmo a ligação para a empresa ou pessoa que supostamente oferece algo. Esse golpe é um dos mais comuns para roubo de senhas do WhatsApp. Cuidado”, descreve.

Além disso, essa mesma desconfiança deve ser aplicada, caso a pessoa receba mensagens de alguém conhecido, mas com pedidos diferentes do costume, como transferência de dinheiro. “Ligue ao destinatário para se certificar que o contato é real”, orienta Bonel.

Caso a pessoa se torne vítima de algum desses crimes, Bonel afirma que é de extrema importância juntar provas e denunciar em uma delegacia de polícia. “É um crime relativamente novo, porém as autoridades estão preparadas para te atender, bem como você está respaldado por leis bem rigorosas”, finaliza.

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