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Em Selembao, um bairro pobre de Kinshasa, não há energia elétrica. À luz da lua, uma atleta da luta livre enumera as técnicas que utiliza, invocando os espíritos de seus ancestrais para ajudá-la a "enfeitiçar" seus adversários e vencer os "combates".

Com uma peruca vermelha e um bastão com "poderes místicos", Ornella Lukeba, conhecida nos ringues como "Maitresse Libondans", dedica a vida à "luta livre vodu", uma mistura de esporte e entretenimento, originária da República Democrática do Congo (RDC).

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Como na luta livre tradicional, os participantes competem imitando lutas violentas. Mas na RDC, os lutadores também recorrem a rituais e à magia.

Segundo os participantes, a 'luta livre vodu' é julgada por técnica, valor e "magia". Há poucas regras, exceto entreter o público e quebrar tabus.

"Maitresse Libondans", de 28 anos, garante que só sobe ao ringue se os seus antepassados lhe garantirem a vitória. Ela também costuma mostrar os seios para hipnotizar os adversários.

Segundo contou à AFP, ela venceu sua última luta ao forçar sua adversária a "chupar seus seios".

As origens precisas do esporte, praticado nos bairros mais pobres de Kinshasa, não são claras. Os lutadores entrevistados dizem que simplesmente seguiram o exemplo dos mais velhos.

Mas alguns especialistas dizem que esses confrontos místicos remontam à década de 1970 e à lendária luta de boxe "Rumble in the Jungle" entre Muhammad Ali e George Foreman, de 1974, em um estádio da capital do país, que na época ainda era o Zaire.

Antes de sua luta, a lutadora sussurra feitiços sobre uma série de cervejas que bebe com outros participantes e organizadores, sentada em uma rua movimentada e escura. De repente, seus olhos se arregalam. Os espíritos chegaram e, em poucos minutos, ela enfrentará um adversário chamado Masamba.

Ao redor de um ringue dilapidado montado no pátio da escola local, cerca de 200 pessoas se reúnem para assistir o espetáculo.

- Espetáculo total -

A entrada custa 3.000 francos congoleses (US$ 1,24 ou R$ 6) para adultos e 1.500 para crianças. Cigarros passam de mão em mão, homens bebem licores locais e uma banda de música dá ritmo ao show sob aplausos e gritos do público.

No primeiro combate, um lutador vestido de mulher vence seu adversário com um feitiço e lança chamas no ringue.

Depois é a vez de "Maitresse Libondans". Ela arranca a peruca e começa a desfilar na frente do adversário ao som da banda. Seu combate contra Masamba é difícil. Eles lutam com braços e pernas. Se revezam no chão e imitam agressões sexuais entre aplausos e risos da plateia.

A lutadora abaixa a camisa, mostra os seios para o adversário e para o árbitro, que começam, como possuídos, a chupar seus mamilos freneticamente.

Ao som de trompetes e trombones, a dupla começa a dançar, quase hipnotizada, e ela sai vitoriosa do ringue, muito aclamada.

Naquela noite, o combate final foi vencido por um oficial do exército congolês, vestido com um tutu rosa e um top apertado.

- "O templo da morte" -

Muitos lutadores afirmam viver dos ganhos de seus combates. As recompensas podem chegar a vários milhares de dólares para eventos maiores.

A maioria complementa sua renda trabalhando como curandeiros tradicionais.

"Pantera", outro lutador de Selembao, afirma que as pessoas vêm de longe em busca de suas curas. Ele não participou do combate desta noite, porque a renda foi pequena.

O homem de 48 anos, com o rosto coberto de talco, realiza rituais em seu "templo", decorado com figuras e velas, onde se lê nas paredes "templo da morte" e "demônio negro".

Ele lança encantamentos e coloca um cigarro na boca de uma estatueta, que aspira a fumaça e depois a cospe.

Os ritos tradicionais e o cristianismo estão profundamente enraizados na RDC. Às vezes eles se misturam, mas nem todo mundo vê esses "magos" com bons olhos.

"Algumas pessoas têm medo de mim", diz "Maitresse Libondans". Mas "também tenho muitos fãs", acrescenta.

Um funcionário do alto escalão da ONU condenou, nesta sexta-feira (7), a violência contra as mulheres na República Democrática do Congo (RDC), onde 31.000 casos de estupro e agressão foram registrados apenas no primeiro trimestre, o que "encarna a desumanidade dos homens", declarou.

A violência de gênero "é generalizada em partes do leste do Congo, entre populações deslocadas de Ituri", disse em entrevista coletiva o responsável da ONU para assuntos humanitários, Martin Griffiths. “Não quero repetir as estatísticas e histórias do cotidiano dessas mulheres e jovens que são vítimas do comportamento imprudente daqueles que controlam suas vidas, mas isto vai além do imaginável."

Nos três primeiros meses de 2023, a organização registrou 31.000 casos de violência de gênero, o que, segundo Griffiths, é bem inferior à realidade, devido ao baixo número de denúncias. Se o ritmo atual se mantiver, “chegará ao número extraordinário de 125 mil casos neste ano”, previu.

"A RDC encarna, para mim, a natureza espantosa da desumanidade dos homens. Temos que alertar para este problema, porque ele não acontece apenas naquele país", ressaltou Griffiths.

As inundações e deslizamentos de terra provocados pelas fortes chuvas que atingiram o leste da República Democrática do Congo deixaram quase 400 mortos, segundo um balanço divulgado neste domingo (7). O número ainda pode aumentar, à medida que mais corpos são encontrados.

"Encontramos mais de 390 corpos", disse Thomas Bakenga, administrador do território de Kalehe, onde ficam as as localidades afetadas, às margens do lago Kivu na fronteira com Ruanda.

Intensas chuvas atingem, desde quinta-feira (4), a região de Kalehe, na província de Kivu do Sul, o que provocou a cheia dos rios e deslizamentos de terra que destruíram as aldeias Bushushu e Nyamukubi.

O balanço de mortos aumenta rápido. Na véspera, Bakenga anunciou que havia pelo menos 203 mortos. "Desde quinta-feira, encontramos corpos a cada minuto e os enterramos", acrescentou.

Em Nyamukubi, a encosta de um morro também desabou. Na quinta-feira, o local havia recebido uma feira, explicou Bakenga.

"Parece o fim do mundo. Procuro os meus pais e os meus filhos", lamentou-se chorando Gentille Ndagijima, de 27 anos.

A jovem perdeu os dois filhos, suas duas irmãs e seus pais. Seu marido ficou ferido e está hospitalizado.

"Não tenho família e não tenho casa. Agora tenho que buscar onde dormir", relatou.

Pelo menos 132 corpos foram encontrados nesse povoado, detalhou o administrador regional. Outros 142 em Bushushu e 120 flutuando no lago Kivu, próximo à ilha de Idjwi.

A República Democrática do Congo é um dos maiores países da África e um dos mais pobres do mundo, assolado pela corrupção e pela violência na parte oriental.

- Luto Nacional -

Os desabrigados precisam de tudo. Bakenga disse que "o governo provincial enviou um barco repleto de alimentos, lonas e medicamentos".

O panorama, porém, segue sendo desolador. Há povoados inteiros submersos, casas destruídas e campos devastados.

O governo central decretou um dia de luto nacional na segunda-feira (8).

Roger Bahavu, outro dos afetados em Nyamukubi, contou à AFP que perdeu toda sua família.

"Sou motorista. Havia voltado do trabalho, estacionei minha moto em casa e saí para ver os meus amigos. Quando voltei, minha casa, minha moto, e os membros da minha família haviam desaparecido" relatou.

Isaac Habamungu, membro da Cruz Vermelha local, disse que há muitos corpos. "Estamos atolados", advertiu.

"Acreditamos que muitos corpos terminaram no lago (...) Nos perguntamos como vamos cuidar disso", acrescentou, explicando que não tem sacos para cadáveres nem financiamento para suas atividades.

A catástrofe aconteceu dois dias depois das inundações que deixaram pelo menos 131 mortos e destruíram milhares de casas na vizinha Ruanda.

No sábado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em visita ao Burundi que as tragédias são uma nova "mostra da aceleração da mudança climática e suas consequências dramáticas para países que não são responsáveis pelo aquecimento" do planeta.

Os especialistas afirmam que os fenômenos meteorológicos extremos ocorrem com maior frequência e intensidade devido à mudança climática.

O papa Francisco criticou o "colonialismo econômico", nesta terça-feira (31), durante visita à capital da República Democrática do Congo (RDC), onde foi recebido com fervor, na primeira etapa de uma viagem pela África que também o levará ao Sudão do Sul.

Diante de políticos e diplomatas e acompanhado pelo presidente congolês, Felix Tshisekedi, o pontífice argentino fez um forte apelo contra a "ganância" e a depredação dos recursos naturais.

"Não toque na República Democrática do Congo, não toque na África. Pare de sufocá-la, porque a África não é uma mina para explorar ou uma terra para saquear. Deixe a África ser protagonista de seu próprio destino", declarou Francisco em um discurso no palácio presidencial em Kinshasa.

"Depois do colonialismo político, desencadeou-se um 'colonialismo econômico', igualmente escravizador. Assim, este país, abundantemente depredado, não consegue se beneficiar suficientemente de seus imensos recursos", disse o religioso de 86 anos.

Com riquezas como cobre, cobalto, ouro, diamantes, urânio, coltan e estanho, a RDC tem uma história marcada por colonialismo, escravidão e abusos.

"O veneno da ganância ensanguentou seus diamantes. É um drama diante do qual o mundo economicamente mais avançado tende a fechar os olhos, os ouvidos e a boca. Este país e este continente merecem ser respeitados e ouvidos", acrescentou o bispo de Roma, em seu aclamado discurso.

O papa iniciou nesta terça uma visita de quatro dias à RDC, um enorme país da África central que conquistou a independência da Bélgica em 1960 e onde a Igreja Católica teve grande influência política.

Desde o meio da manhã, os moradores de Kinshasa tinham começado a se reunir em torno do aeroporto internacional, onde o avião do papa aterrissou às 14h35 locais (10h35 em Brasília).

Ao som de cânticos, tambores, fanfarras e outros instrumentos típicos, a multidão foi aumentando na medida em que as horas se passavam, cada vez mais densa e impaciente.

No trajeto de cerca de 25 km até o centro da cidade, o comboio oficial foi recebido por dezenas de milhares de pessoas que se aglomeravam nas principais avenidas desta grande cidade de aproximadamente 15 milhões de habitantes.

"Não queria perder a oportunidade de vê-lo de frente", declarou à AFP Maggie Kayembe, uma mulher com cerca de 30 anos. "Onde quer que ele vá, ele sempre reza pela paz, e paz é o que necessitamos de verdade", acrescentou.

Inicialmente prevista para julho de 2022, a visita foi adiada devido às dores no joelho que afetam Francisco, que utiliza uma cadeira de rodas em seus deslocamentos, assim como pelos problemas de segurança em Goma, no nordeste do país, etapa da viagem que foi cancelada.

- Violência e Pobreza -

Em sua 40º viagem internacional desde que assumiu o papado em 2013, e a quinta ao continente-mãe, o pontífice argentino pediu que se silenciem as armas em um país abalado pela violência e no qual dois terços de seus 100 milhões de habitantes vivem com menos de 2,15 dólares por dia.

O país africano enfrenta há vários meses o ressurgimento do grupo armado M23, que conquistou amplas faixas do território de Kivu Norte, na fronteira com Ruanda, que o governo da RDC acusa de interferência.

Nesse sentido, Francisco encorajou os esforços de paz, nos quais Angola e Quênia estão tentando promover iniciativas, e enfatizou que "não podemos nos acostumar com o sangue que corre neste país há décadas".

Dirigindo-se às elites locais, Francisco pediu ainda "eleições livres, transparentes e credíveis".

O país prevê a realização de eleições em 20 de dezembro, cinco anos depois das contestadas eleições de 2018, que permitiram a chegada ao poder de Felix Tshisekedi, agora candidato à reeleição.

"Não devemos nos deixar manipular ou comprar por quem quer manter o país na violência, explorá-lo e fazer negócios vergonhosos", disse Francisco em seu discurso no palácio presidencial.

- Vigília e missa multitudinária -

Durante a noite, dezenas de milhares de pessoas devem participar de uma vigília de oração no aeroporto N'dolo de Kinshasa, onde passarão a noite, antes de uma grande missa na quarta-feira, com a previsão de mais de um milhão de fiéis.

Com 52 milhões de católicos, a ex-colônia belga representa o futuro para o catolicismo, que está perdendo fiéis na Europa e na América Latina.

Na sexta-feira, o papa viajará para Juba, capital do Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo e um dos mais pobres do planeta, onde permanecerá até 5 de fevereiro.

Um ponte desabou no momento em que estava sendo inaugurada na República Democrática do Congo. Durante a cerimônia, várias autoridades do país se reuniram sobre a construção, mas foram surpreendidos pela quebra da estrutura, que se partiu em duas partes.

Rapidamente, pessoas chegaram ao local e conseguirram resgatar as autoridades que caíram junto com a armação. O momento foi registrado e circula na internet.

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A ponte, com menos de dois metros de largura, foi construída para ajudar os moradores a atravessar o rio durante o período chuvoso, de acordo com informações da Africa Facts Zone.

Confira o momento do acidente:

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse neste domingo que ficou "indignado" com o incidente fatal envolvendo as forças de paz da ONU na República Democrática do Congo (RDC), na fronteira com Uganda, que custou a vida de duas pessoas.

Guterres manifestou-se "triste e consternado" com o incidente, ocorrido na localidade de Kasindi. Ele expressou "com a maior firmeza a necessidade de estabelecer responsabilidades por esses fatos", e considerou conveniente "a prisão dos militares envolvidos nesse incidente e a abertura imediata de uma investigação", indicou seu vice-porta-voz, Farhan Haq.

Militares da Brigada de Intervenção da força da ONU (Monusco) "abriram fogo por razões não explicadas e forçaram a entrada do posto fronteiriço", informou a missão da ONU na RDC.

Ao amanhecer em um bairro operário de Kinshasa, um motorista para e entrega um punhado de notas a um policial de trânsito. A cena é comum na movimentada capital da República Democrática do Congo (RDC), onde a polícia costuma extorquir dinheiro dos cidadãos para compensar seus baixos salários.

Mas, ao contrário de alguns de seus colegas menos escrupulosos, Cécile Bakindo não pede dinheiro. O motorista parou espontaneamente para agradecê-lo por sua integridade.

"Sou muito querida", declara esta mulher que prefere não revelar a idade e usa boina, luvas brancas e um colete laranja fluorescente sobre o uniforme azul marinho. "Recebo muitos presentes".

Conhecidos como "roulages", os agentes de trânsito da metrópole de cerca de 15 milhões de habitantes têm fama de corruptos.

Não é incomum vê-los apreender a chave de um carro ou remover a placa sob o pretexto de infrações, muitas vezes fabricadas, na esperança de receber dinheiro em troca.

Os motoristas estão tão cansados desse comportamento que policiais honestos rapidamente se tornam modelos, incentivados e recompensados.

Em um cruzamento movimentado, Bakindo sorri enquanto dirige o tráfego de um enxame de motocicletas e veículos de transporte público, apelidados de "espírito da morte".

De repente, uma pessoa para e entrega dinheiro. "Ela é muito legal", diz Paciente Kanuf, um mototaxista de 32 anos que compra combustível perto do cruzamento. "Tem um coração amoroso", diz.

"Mentalidade"

Em outro cruzamento no centro da cidade, um capitão de polícia alto, de fala mansa e óculos escuros desfruta da mesma celebridade e reputação de incorruptibilidade.

Jean-Pierre Beya, de 64 anos, dirige o trânsito no mesmo local há 15 anos. Se um entra no cruzamento de forma perigosa, é advertido.

Segundo Isaac Woto, taxista de 45 anos, Beya e Bakindo são conhecidos em toda Kinshasa.

"Eles são sérios", diz Woto, enquanto "os outros estão apenas atrás do dinheiro".

A corrupção é endêmica na RDC, que ocupa a 169ª posição entre 180 países no ranking da ONG Transparência Internacional.

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Chicago e Antuérpia, juntamente com a Universidade Católica do Congo, os subornos representam cerca de 80% da renda dos agentes de trânsito em Kinshasa.

O assédio aos motoristas é a causa de quase todos os acidentes nos cruzamentos e de 65% dos engarrafamentos, de acordo com esse estudo. Em 2015, cada delegacia de polícia teria arrecadado uma média de US$ 12.120 por mês em propinas.

A soma é alta em um país onde quase três quartos de seus 90 milhões de habitantes vivem abaixo da linha da pobreza e onde os policiais de menor patente ganham cerca de 100 dólares por mês, segundo Beya.

Entrevistada em uma rua de Kinshasa, uma policial de trânsito que pediu para não ser identificada negou que cobrar suborno fosse costume, embora tenha dito que policiais e políticos de alto escalão se permitem dirigir perigosamente com impunidade.

O capitão Beya, por outro lado, não acredita que a pobreza seja a causa do assédio policial.

"Todos nós recebemos o mesmo salário. O problema é a mentalidade", diz.

Os moradores apreciam Beya, dão gorjetas e cumprimentam-no quando passam.

"Isso não é corrupção", diz o policial, afirmando que os presentes não alteram em nada sua imparcialidade. "Se você faz as coisas com respeito e cortesia, você vai conseguir alguma coisa", aponta.

Questionado sobre o assunto, um porta-voz da polícia preferiu não comentar.

O assassinato bárbaro de Moïse Mugenyi Kabagambe é mais um capítulo da violência que muitos refugiados sofrem cotidianamente no Brasil. O País tem um histórico de receber pessoas de outras nacionalidades, mas elas também sofrem com violência, racismo e desigualdade social. Neste sábado, manifestações foram convocadas em São Paulo e no Rio para pedir justiça.

A comunidade congolesa na capital paulista promete comparecer em peso e alguns relatam que o crime revela o quanto esse povo africano ainda sofre com discriminação, xenofobia e racismo. "Eu sofri muito preconceito. Um chefe meu pedia para eu dançar no trabalho. As pessoas imitam nosso sotaque ou perguntam se dormíamos com leões", conta Prudence Kalambay, que está há 14 anos no Brasil como refugiada.

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"Muitas pessoas estão querendo ir embora por causa desse crime. Somos vistos como bichos, infelizmente. Que culpa eu tenho de ser mulher africana, ou ter nascido na República Democrática do Congo? Não tenho vergonha disso, tenho orgulho do meu tom de pele. Mas por que nos matar? Qual a diferença de uma pessoa branca ou preta?", questiona.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), desde 2016 foram contabilizados 858 refugiados do Congo vindos para o Brasil, a maioria para São Paulo e Rio de Janeiro. Como os números oficiais passaram a ser tabulados apenas em 2016, a estimativa é que exista pelo menos o dobro de refugiados congoleses por aqui.

A liderança no ranking de refugiados no Brasil neste período é de venezuelanos, com 57.025 pessoas. Depois vem Senegal (3.487), Haiti (2.848), Síria (2.364), Angola (1.336) e Cuba (1.293). Já Guiné-Bissau (605) e Nigéria (465) estão abaixo do número de pessoas da República Democrática do Congo.

 

No Rio, os congoleses estão concentrados em Brás de Pina, na zona norte, mas na capital paulista estão mais dispersos, principalmente na zona leste e na região central, em bairros variados. Vieram para o Brasil fugindo da guerra em um país que tem enorme riqueza mineral, mas péssima distribuição de renda e um dos piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo.

"Eu escolhi o Brasil por causa das novelas da Globo. Não estava programado para mim. Mas me apaixonei por isso e decidi vir para cá. A maioria que vem é intelectual, com diploma de professor, fala outros idiomas... Mas só consegue trabalho como ajudante, pois não valorizam a nossa formação. Ser artista então é mais complicado ainda. Quem tem tom de pele mais claro tem mais chance que a gente", lamenta Prudence, que está pedindo ao governo brasileiro permissão para trazer sua mãe do Congo e até agora não foi atendida. "Ela está doente, queria poder ajudar."

Claudine Shindany tem formação em comunicação, trabalhou para a Unicef, e veio para o Brasil porque estava sendo perseguida na República Democrática do Congo. "A gente está trabalhando para sobreviver. Existe a barreira da língua, então quando chega isso já é um problema. Só algumas pessoas que estudaram aqui conseguem ter algum cargo melhor. A primeira coisa que vão te oferecer é no setor de limpeza. Eu conheço jornalistas que trabalhavam aqui fazendo faxina", conta.

Ela relata muitos episódios tristes que já presenciou ou sentiu na pele. "Eu nunca fui discriminada em outros lugares, mas aqui no Brasil sofri preconceito. Na época eu nem sabia que isso existia. Eu como mãe, irmã, tia, prima, sofro em dobro. Me coloco no lugar dessa mãe que perdeu o filho. Ela escapou das bombas e do estupro, mas aí chega em um país para reconstruir sua vida e encontra essa morte cruel do filho. O país que acolhe tem a responsabilidade de dar segurança e oferecer uma vida digna", diz.

Ambas reforçam que ter carteira de trabalho assinada é raro, até para aqueles que possuem formação com ensino superior, e que o maior problema é encontrar moradia. Mesmo que consigam dinheiro para pagar um aluguel, os proprietários muitas vezes demonstram preconceito e não querem fazer negócio. A saída para alguns é se manter com auxílios do governo, que são irrisórios. "É tão complicada a questão da moradia que a maioria acaba indo para pensões, ocupações ou favelas", diz Claudine.

Fluxo ocorre por situação de guerra

Luiz Fernando Godinho, porta-voz oficial da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), explica que os refugiados congoleses têm características étnicas e forte ligação religiosa. "Eles procuram manter suas tradições, fazem seus casamentos típicos e possuem vínculo forte com a igreja, mas também apresentam uma diversidade. O fluxo de congoleses se dá 100% por causa da situação de guerra no país."

Ele lamenta o crime bárbaro que ocorreu com Moïse e diz que a agência tem procurado apoiar a família em tudo que for necessário. "Foi terrível o que aconteceu e nos causa uma comoção muito grande. Mas é muito importante não generalizar essa situação. O Brasil tem um histórico de proteção e acolhimento que não condiz com esse fato. O que aconteceu no Rio é um episódio que não representa a relação dos brasileiros com os refugiados", afirma.

Neste sábado, às 10h, diversos movimentos sociais vão participar do ato em memória de Moïse. Em São Paulo ele será realizado na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). "Todos os congoleses estão se mobilizando para essa manifestação. Porque isso pode acontecer comigo hoje, com você amanhã. O primeiro sentimento é de raiva. A gente não se sente segura, não é o primeiro que foi espancado. Já tivemos outros episódios e nenhuma delas era bandido", desabafa Claudine.

Um possível agressor que espancou o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 25 anos, na última semana, foi à 34ª Delegacia de Polícia (Bangu), nesta terça-feira (1º), e disse ser uma das pessoas que agrediu o congolês. O suspeito, sem a identidade revelada, afirmou que “teme pela vida” e que “não queria matar o homem, por isso não bateram na cabeça”. Ele também é um dos funcionários do Quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde Moïse trabalhava e foi assassinado.

Kabagambe tinha ido ao local que trabalhava como garçom, sem contrato, cobrar duas diárias ainda não pagas, quando foi amarrado e espancado até a morte.

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“A gente não queria tirar a vida de ninguém, nada disso era porque ele era negro ou de outro País”, afirmou o suspeito ao SBT Rio.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito esteve na unidade na manhã desta terça-feira (1º), e já foi encaminhado para prestar depoimento pelos agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Acompanhado por duas irmãs e um advogado, a família do suspeito o pressionou para se entregar por temer pela sua integridade física. O caso segue em sigilo e ainda sem mandados de prisão expedidos até a publicação desta matéria.

De acordo com o homem que não foi identificado, Moïse tentou agredir um senhor dentro do quiosque e três homens tentaram evitar, iniciando uma sessão de espancamento. A versão, no entanto, é diferente do que a família do congolês conta após ter visto nas imagens de segurança a vítima cobrando o valor de duas diárias de trabalho e sendo atacado por cinco homens.

Segundo o suspeito, ele tentou se entregar à Polícia duas vezes desde a noite do acontecido, no dia 24 de janeiro, mas que o órgão “não aceita”. “Disseram que não tinha nada contra mim”. Ele também afirmou que a agressão foi feita por “impulso”. “Ninguém devia nada a ele. Foi um fato que, no impulso, a gente agiu. Vimos ele com a cadeira na mão e fomos tentar ajudar o senhor”, contou.

Em áudios divulgados pelo SBT, o homem afirma não ser racista, que Moïse estava embriagado e tentou agredir um senhor com uma cadeira do quiosque. O suspeito contou que iria dormir no quiosque e que as agressões aconteceram próximo do horário de fechamento.

“A gente se meteu e demos umas porradas nele. Só que o cara não resistiu. Estou falando a verdade, a gente não foi para matar ele, tanto que não batemos na cabeça. Não foi por querer, mas acabei tirando a vida de uma pessoa. A gente foi defender uma pessoa, entendeu? Acabou acontecendo essa fatalidade”, defendeu o suspeito.

Ao menos 15 pessoas morreram e cerca de 170 crianças estão desaparecidas em decorrência da erupção do vulcão Nyiragongo, no leste do Congo, segundo informou nesta segunda-feira (24) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A erupção do vulcão causou a evacuação de milhares de pessoas e destruiu centenas de residências. A quantidade de mortos pode aumentar conforme as autoridades alcancem as áreas mais atingidas.

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A organização informou que serão criados diversos centros para auxiliar os menores desacompanhados.

O porta-voz do governo, Patrick Muyaya, afirmou que nove pessoas faleceram em um acidente de carro enquanto tentavam fugir da erupção. Já outros quatro morreram tentando escapar de uma prisão.

A repentina erupção do Nyiragongo causou uma série de terremotos e destruiu uma estrada que ligava Goma à cidade de Beni, interrompendo uma rota crucial para a chegada de ajuda e suprimentos.

Em Goma, diversas pessoas regressaram após a fuga em massa da erupção. No entanto, a população está preocupada com os movimentos sísmicos, que podem colapsar casas e prédios.

O Nyiragongo, localizado a 10 quilômetros de Goma, entrou em erupção pela última vez em 2002, matando 250 pessoas. Naquela ocasião, mais de 100 mil indivíduos perderam suas residências. 

Da Ansa

A Sociedade para Conservação da Vida Selvagem (WCS, na sigla em inglês), que administra o Zoológico do Bronx, em Nova York, Estados Unidos, esperou 114 anos para pedir desculpas por ter exibido, em uma jaula juntamente com os macacos, o jovem negro Ota Benga. Para ser colocado como um atrativo do zoológico, Benga foi sequestrado de sua terra natal, onde hoje fica a República Democrática do Congo, em 1904. 

A WCS tentou esconder por todos esses anos que Ota Benga havia sido colocado contra a sua vontade juntamente com os macacos do zoológico, tentando colocar no imaginário das pessoas que o jovem era funcionário do local e estava ali a serviço. 

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Ota Benga ficou enjaulado do dia 8 de setembro de 1906 até o dia 28 de setembro do mesmo ano, quando ele foi libertado e colocado em um orfanato, já que era muito caro para ele voltar para o seu país de origem e o seu sequestrador não custeou o seu retorno.

Agora, 114 anos depois, o presidente da entidade, Cristian Samper, disse à BBC que é importante "refletir sobre a própria história da WCS e sobre a continuidade do racismo" na instituição. Juntamente com o pedido de desculpas pelo episódio de Benga, Cristian prometeu que a WCS vai dar total transparência sobre o episódio que, na época, foi notícia nos jornais dos Estados Unidos e da Europa.

Nesta segunda-feira (1º) o governo da República Democrática do Congo declarou que o país está passando por um novo surto de Ebola no noroeste do país, em meio à pandemia do novo coronavírus. 

Segundo o ministro da saúde, Eteni Logondo, quatro pessoas já morreram vítimas da doença, de acordo com exames realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica na cidade de Mbandaka. 

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O ebola, doença altamente contagiosa, é considerado endêmico na República Democrática do Congo, onde desde agosto de 2018 já matou cerca de 2,3 mil pessoas. De 2014 a 2016 o vírus também matou 11,3 mil pessoas em Serra Leoa, na Guiné e na Libéria. Já o novo coronavírus, infectou cerca de 3,2 mil pessoas e levou a 72 mortes na República Democrática do Congo. 

O anúncio do novo surto de ebola causou muita agitação nas redes sociais, com comentários de medo por parte dos internautas que já se sentem assustados por ter que lidar com o coronavírus. Confira: 

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Vinte civis morreram na madrugada de domingo para segunda-feira (30) em um ataque do grupo Forças Democráticas Aliadas (ADF) em Beni, leste da República Democrática do Congo (RDC), informaram autoridades locais.

"Houve uma incursão das ADF em Apetina-Sana na noite de domingo para segunda-feira. Essas ADF mataram com arma branca 18 civis", declarou à AFP Donat Kibwana, administrador do território de Beni.

"Suspendemos as buscas porque anoiteceu. Vamos retomá-las amanhã (terça). Encontramos outros dois corpos. O balanço é, portanto, de 20 corpos", declarou à AFP Lewis Salikoko, um dos encarregados da sociedade civil de Oicha, que supervisiona as buscas.

No ataque, várias casas foram incendiadas. "Contudo, as autoridades já tinham sido postas em alerta desde domingo à noite pela presença de homens suspeitos no oeste de Oicha", lamentou Teddy Kataliko, um dos responsáveis da rede de organizações da sociedade civil de Beni.

"Continuamos a pedir às Forças Armadas da RDC (FARDC) que lancem operações pelo oeste a fim de salvar os civis", acrescentou.

Apetina-Sana é uma localidade situada 16 km a oeste de Oicha, capital do território de Beni, que fica na rodovia nacional número 4, no que os habitantes chamam de "triângulo da morte": Mbau-Eringeti-Oicha.

Desde 28 de novembro, o chefe do Estado-Maior das FARDC, o general Célestin Mbala, está instalado com sua equipe em Beni. Outro general do Exército, John Numbi, inspetor-geral das FARDC, ligado ao ex-presidente Joseph Kabila, foi enviado como reforço alguns dias depois.

Originariamente, as ADF são rebeldes muçulmanos ugandeses que se instalaram em 1995 no leste do atual Congo para efetuar ataques contra Kampala.

Atualmente já não atacam a vizinha Uganda e se instalaram entre a população congolesa. São acusados de ter massacrado centenas de civis na região de Beni desde outubro de 2014.

Desde o lançamento, em 30 de outubro, de operações militares contra seus bastiões, mataram mais de 200 civis, segundo uma contagem feita por organizações locais da sociedade civil.

Dezoito civis morreram na noite de domingo (29) para segunda-feira (30) em um ataque do grupo Forças Democráticas Aliadas (ADF) em Beni, leste da República Democrática do Congo (RDC), informaram autoridades locais.

"Houve uma incursão das ADF em Apetina-Sana na noite de domingo para segunda-feira. Essas ADF mataram com arma branca 18 civis", declarou à AFP Donat Kibwana, administrador do território de Beni.

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No ataque, várias casas foram incendiadas. "Contudo, as autoridades já tinham sido postas em alerta desde domingo à noite pela presença de homens suspeitos no oeste de Oicha", lamentou Teddy Kataliko, um dos responsáveis da rede de organizações da sociedade civil de Beni.

"Continuamos a pedir às Forças Armadas da RDC (FARDC) que lancem operações pelo oeste a fim de salvar os civis", acrescentou.

Desde 28 de novembro, o chefe do Estado-Maior das FARDC, o general Célestin Mbala, está instalado com sua equipe em Beni.

Originariamente, as ADF são rebeldes muçulmanos ugandeses que se instalaram em 1995 no leste do atual Congo para afetuar ataques contra Kampala.

Atualmente já não atacam a vizinha Uganda e se instalaram entre a população congolesa. São acusados de ter massacrado centenas de civis na região de Beni desde outubro de 2014.

Vinte e dois corpos de civis mortos em um novo ataque do grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF) na madrugada deste domingo foram encontrados na região de Beni, no leste da República Democrática do Congo, anunciou o administrador do Território.

"Esta noite, o ADF matou civis em Ntombi, a oeste de Mayimoya (território de Beni). Atualmente, 22 corpos foram encontrados", disse Donat Kibwana, administrador do Território de Beni (Kivu do Norte).

"As buscas continuam. As equipes estão mobilizadas para recuperar os corpos, a fim de trazê-los de volta à cidade para enterros dignos", acrescentou.

"Identificamos 13 mulheres entre as 22 vítimas mortas de forma atroz, com facão, por esses bandidos. As vítimas eram agricultores. Esse balanço ainda é provisório", disse à AFP Noella Katsongerwaki, presidente da rede de organizações da sociedade civil do Beni.

No dia anterior, seis civis foram mortos em um ataque à cidade de Beni, uma aglomeração de mais de 200.000 habitantes onde o exército instalou sua sede para lutar contra grupos armados, em particular o ADF.

Originalmente, o ADF era identificado como rebeldes muçulmanos ugandenses instalados em 1995 no leste da atual RDC para realizar ataques contra Kampala.

Atualmente, não estão mais realizando ataques contra o vizinho Uganda e estão estabelecidos entre a população congolesa. São acusados de massacrar várias centenas de civis desde outubro de 2014 na região de Beni.

Pelo menos 27 corpos foram encontrados no local onde um avião de pequeno porte caiu na manhã deste domingo, 24, em Goma, cidade ao leste da República Democrática do Congo. O acidente ocorreu em uma região densamente povoada nas proximidades do aeroporto da cidade.

O avião da companhia Busy Bee transportava 19 pessoas, de acordo com a empresa, e atingiu ao menos uma casa no bairro de Mapendo. Além dos passageiros, moradores do local provavelmente estão entre as vítimas do acidente da aeronave modelo Dornier-228. As equipes de resgate ainda não forneceram um balanço preciso com informações sobre as vítimas, entre passageiros e residentes.

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"Havia 17 passageiros a bordo e dois tripulantes", disse à AFP Héritier Said Mamadou, responsável da Busy Bee.

A aeronave faria o trajeto Beni-Butembo, 350 km ao norte de Goma. Aind anão há laudo sobre a causa do acidente, mas o governador de Kivu do Norte, Carly Nzanzu Kasivita, disse em comunicado que o piloto "errou na decolagem"

Pelo menos 23 corpos foram encontrados no local onde um avião de pequeno porte caiu na manhã deste domingo (24) em Goma, na República Democrática do Congo, em um bairro pobre perto do aeroporto, informou o serviço de emergência.

"Contabilizamos 23 corpos até o momento", declarou Joseph Makundi, coordenador da Defesa Civil em Goma, a um correspondente da AFP. O avião da companhia Busy Bee transportava 19 pessoas, de acordo com a empresa. Ele caiu em pelo menos uma habitação.

Além dos passageiros, moradores de Mapendo provavelmente estão entre as vítimas do acidente da aeronave modelo Dornier-228. As equipes de resgate ainda não forneceram um balanço preciso para passageiros e residentes.

"Havia 17 passageiros a bordo e dois tripulantes", disse à AFP Héritier Said Mamadou, responsável da Busy Bee. O avião caiu em uma casa no bairro de Mapendo/Birere de Goma, próximo ao aeroporto construído no meio de áreas densamente povoadas, segundo vídeos compartilhados nas redes sociais.

Um vídeo recuperado pela AFP mostra a cabine da aeronave embutida na parede de uma casa, com habitantes do bairro ao redor. A aeronave faria o trajeto Beni-Butembo, 350 km ao norte de Goma. O piloto "errou na decolagem", afirmou o governador de Kivu do Norte, Carly Nzanzu Kasivita, em comunicado.

Ao menos cinquenta pessoas morreram na quinta-feira (12) em um descarrilamento de trem no sudeste da República Democrática do Congo, indica o ministro dos Assuntos Humanitários, Steve Mbikayi.

O acidente ocorreu nesta quinta-feira (12) nos arredores de Mayibaridi, cidade da província de Tanganyika, que fica localizada no sudeste do Congo.

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"Mais uma catástrofe. Descarrilamento às 3h em Tanganyika nos arredores de Mayibaridi. Avaliação provisória: 50 mortos e muitos feridos", escreveu o ministro dos Assuntos Humanitários, Steve Mbikayi, no Twitter, adicionando que uma reunião para resolução dos problemas está em curso.

"Em nome do governo da República Democrática do Congo, eu ofereço minhas condolências para as famílias das vítimas", escreveu o ministro.

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Da Sputnik Brasil

O vírus ebola matou 1.905 pessoas em um ano na República Democrática do Congo (RDC), enquanto 844 pacientes se curaram, anunciaram autoridades de saúde congolesas nesta quinta-feira.

"Desde o início da epidemia, o acúmulo de casos é de 2.842, dos quais 2.748 confirmados e 94 prováveis. No total, ocorreram 1.905 óbitos (1.811 confirmados e 94 prováveis) e 844 pessoas se curaram", indicou o Ministério da Saúde em seu boletim desta quarta-feira.

A epidemia, declarada em 1 de agosto de 2018, havia ficado contida às províncias de Kivu do Norte (Beni, Butembo-Katwa e Goma) e, marginalmente, Ituri. Em Uganda, país vizinho, foram registrados dois casos.

"Agora temos dois tratamentos: o mAb114 e o REGN-EB3. São essas duas moléculas que vamos utilizar, porque segundo os resultados que obtivemos até agora, são as duas mais eficazes", explicou nesta terça-feira o professor Jean-Jacques Muyembe, coordenador da luta contra o ebola na RDC.

Segundo as autoridades de saúde americanas, que financiaram um estudo sobre o tratamento do ebola, ambos os medicamentos dobraram a taxa de sobrevivência.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância lançou uma advertência em um comunicado nesta quinta: "O número de crianças órfãs ou desacompanhadas pelo ebola cresce tão rápido quando a própria epidemia".

A RDC luta contra a décima epidemia do ebola sobre seu território desde o surgimento da doença, em 1976.

Os esforços de resposta são regularmente comprometidos pela insegurança, em uma zona repleta de grupos armados, e pela resistência por parte da população a se proteger adequadamente.

O número de mortes causadas pelo contágio do vírus Ebola, na província de Kivu Norte, no nordeste da República Democrática do Congo, aumentou para 865 no último fim de semana, informou o Ministério da Saúde do país.

O governo, que combate a epidemia com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e organizações não governamentais, registrou, desde o início da epidemia, 865 mortes, 66 possivelmente causadas pelo Ebola, e 410 pessoas curadas.

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O registro de casos de contágio do vírus Ébola cresceu na última semana, fixando-se em 1.439, dos quais 1.373 confirmados e 66 possíveis. De acordo com a mesma nota do governo, existem agora 263 casos suspeitos da doença sob investigação.

Desde a semana passada, foram registrados mais 22 novos casos confirmados, incluindo seis em Butembo, quatro em Katwa, quatro em Mabalako, três em Mandima, três em Kalunguta, um em Beni e um em Musienene.

O Ministério da Saúde da RDCongo admitiu que a epidemia de Ebola, nas províncias de Kivu Norte e Ituri, é já a maior da história do país relativamente ao número de contágios.

O Congo foi atingido nove vezes pelo Ebola, depois da primeira manifestação do vírus no país africano, em 1976.

*Com informações da RTP (emissora pública de televisão de Portugal)

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