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A CPI da Covid cobrará explicações do governo federal, da prefeitura e do governo do Rio de Janeiro sobre a aglomeração liderada por Jair Bolsonaro. A cúpula da comissão também acertou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, serão reconvocados.

As decisões foram tomadas em reunião no domingo (23), pelo grupo majoritário da CPI. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), classificou a aglomeração como "estupidez". "É inacreditável ficar passeando de moto num momento em que país perdeu 450 mil vidas. É uma estupidez, as imagens falam por si." O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reputou os acontecimentos como um desrespeito. "É um acinte à memória das quase 450 mil vítimas da Covid-19 e às suas famílias enlutadas."

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Além de Pazuello e Queiroga, senadores que integram a CPI da Covid querem convocar o advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, para prestar esclarecimentos sobre a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Em discurso de agosto de 2020 no Palácio do Planalto e em lives nas redes sociais, Weintraub deu indicações de que pode ter coordenado o grupo, que teria influenciado decisões do governo no combate à doença. Os vídeos foram reunidos e divulgados, neste sábado (22), pelo portal Metrópoles.

Os requerimentos de convocação foram protocolados pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE). Como o advogado mora hoje nos Estados Unidos, onde atua como representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), o depoimento poderá ser feito por videoconferência. A convocação ainda precisa ser aprovada pela comissão.

Citação

A existência de um "ministério paralelo" foi citada pelos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Segundo eles, esse grupo era contrário às orientações do Ministério da Saúde, mas tinha as recomendações acompanhadas por Bolsonaro na tomada de decisão sobre a pandemia, inclusive na prescrição de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

Em seu depoimento à CPI, Mandetta citou uma tentativa de colocar, via decreto presidencial, a prescrição para Covid-19 na bula da cloroquina. O senador Humberto Costa justificou o requerimento: "Vamos convocar Arthur Weintraub. Esse gabinete paralelo, que operou nas sombras e nos trouxe a essa tragédia que vivemos, está vindo à luz com os atos que cometeu. Isso precisa ser esclarecido pelos seus responsáveis diante da CPI", disse o parlamentar.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) investiga dois casos suspeitos de infecção pela variante indiana B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na semana passada, antes de apresentarem os sintomas. É o terceiro Estado a notificar investigações - o Ceará também apura uma contaminação.

Primavera fica a 193 quilômetros de Belém. A secretaria informou que os pacientes já estão em isolamento, e amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Para tentar conter a entrada da variante indiana da Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou no sábado (22) a implementação de barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e grandes rodovias. O governo também prometeu enviar testes rápidos de antígeno ao Maranhão para que sejam usados em estratégias de bloqueio. Outras 2,4 milhões de unidades serão destinadas aos demais Estados, com foco principalmente em áreas de fronteira e terminais com grande fluxo de passageiros - a distribuição deve ser definida hoje em reunião com secretários municipais e estaduais de Saúde.

Ontem, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou, sem máscara, de ato com motociclistas e provocou aglomeração no Rio, o ministro Marcelo Queiroga viajou ao Maranhão para entregar os 600 mil testes de detecção da covid-19. Em São Luís, Queiroga se reuniu com o governador Flávio Dino (PCdoB), desafeto de Bolsonaro, e pregou integração no trabalho de combate à doença.

"Vamos trabalhar juntos, de forma articulada, para prover a segurança necessária, para transmitir à população o que ela precisa: confiança nos seus gestores, confiança no ministro, no secretário estadual de Saúde, no secretário municipal de Saúde, porque estamos trabalhando juntos pelo povo do Brasil", afirmou Queiroga, sem fazer qualquer menção ao ato promovido mais cedo pelo presidente.

Para tentar reduzir o risco de propagação da nova cepa, o ministro informou ainda que o Maranhão receberá 5% a mais de doses de vacinas. Os imunizantes serão utilizados nas cidades de São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, que compõem a Ilha de São Luís. Dino destacou que manterá "diálogo administrativo" com o governo federal e os municípios.

Queiroga e Dino também sobrevoaram o navio MV Shandong da Zhi, que está isolado e no qual houve registro dos seis primeiros casos da variante.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Novas 894 mortes por Covid-19 foram registradas no país, neste domingo (23). A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 1.909, com uma pequena queda em relação ao dia anterior, quando marcou 1.920. A subida nos números na última semana, no entanto, está gerando apreensão.

Especialistas já vinham alertando que o pico da pandemia de Covid-19 ainda não tinha passado no Brasil, mas em muitos lugares optou-se pela flexibilização das regras de isolamento social.

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A média móvel de óbitos estava em 1.910 no último sábado, mas durante a semana foi subindo e voltou a se aproximar da marca de 2 mil mortes. Já a média móvel de casos, na mesma data, estava em 62.855, mas desde então cresceu até chegar a quase 65 mil casos. Ainda não dá para saber se isso é reflexo da flexibilização das medidas restritivas em muitos lugares ou por causa de recentes aglomerações pelo feriado do Dia do Trabalho ou pelo Dia das Mães.

Um dado que deixa o alerta ligado é que a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 cresceu 7,5% desde o final de abril na rede hospitalar privada do Estado de São Paulo. Pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios (SindHosp), realizada entre 11 e 17 de maio, mostrou que 85% dos hospitais já têm ocupação superior a 80%.

Neste domingo, o número de novas infecções notificadas foi de 37.072 casos. No sábado haviam sido 70.345. No total, o Brasil tem 449.185 mortos e 16.083.573 casos da doença, a segunda nação com mais registros de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 14.422.209 pessoas estão recuperadas.

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

Neste domingo, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 35.819 novos casos e mais 860 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 16.083.025 pessoas infectadas e 449.068 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.

A Índia superou a marca de 300.000 mortes por Covid-19, o terceiro país a atingir este número, depois dos Estados Unidos e do Brasil, enquanto a onda de contágios deixa o sistema hospitalar em colapso, de acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (24) pelo ministério da Saúde.

O país do sul asiático registra 303.720 mortes, depois contabilizar 50.000 vítimas fatais em duas semanas, enquanto o número de contágios alcança 26,7 milhões desde o início da pandemia.

A Índia registrou nas últimas semanas recordes diários de infecções e mortes, em meio a uma onda brutal de contágios.

O país reportou nesta segunda-feira 4.454 mortes por Covid-19, o segundo maior balanço diário, após o recorde de 4.529 óbitos na quarta-feira da semana passada.

Muitos especialistas acreditam que o número real é muito mais elevado, pois a doença se propagou das grandes cidades para as áreas rurais, onde vive a maior parte da população de 1,3 bilhão de pessoas e onde há menos serviços de saúde.

A atual onda de contágios lotou os hospitais e provocou escassez de oxigênio e medicamentos.

Os corpos de possíveis vítimas de covid-19 foram observados flutuando no sagrado rio Ganges ou enterrados em covas rasas.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) anunciou na noite do sábado, 22, que investiga dois casos suspeitos de infecção pela "variante indiana" B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na última semana, antes de apresentarem os sintomas.

Primavera fica a cerca de 193 quilômetros da capital Belém e, de acordo com a Sespa, os dois pacientes estiveram em Porto de Itaqui, no litoral maranhense, antes de contraírem o vírus. A secretaria informa que eles já estão sendo monitorados e em isolamento, e que as amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Na véspera, o governo do Ceará já havia informado que também investiga a suspeita de um caso do coronavírus pela cepa B.1.617. O paciente, que está em Fortaleza, voltou de uma viagem à Índia no último dia 9.

O primeiro caso de infecção pela B.1.617 no Brasil foi registrado na quinta-feira, 20, em um tripulante que chegou ao Maranhão depois de ter embarcado na África do Sul. De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa em pacientes a bordo do navio MV Shandong da ZHI.

No sábado, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, participou de uma reunião online com o ministro Marcelo Queiroga para propor barreiras sanitárias no acesso à capital paulista. O objetivo é atuar na entrada de pessoas provenientes do Maranhão e da Argentina, nos aeroportos, rodoviárias e rodovias para evitar a circulação da nova variante indiana da Covid-19 na capital.

Neste sábado (22), em Belo Horizonte (MG), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), de 44 anos, foi vacinado contra o novo coronavírus. Diabético, o senador recebeu a primeira dose do imunizante por fazer parte do atual grupo convocado para a vacinação na cidade, formado por pessoas maiores de 18 anos com comorbidades.

“Recebi, neste sábado, a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Sou diabético e, em respeito a todos os demais grupos prioritários, fiz o cadastro no SUS e aguardei chegar a minha vez. Em BH, as pessoas com comorbidades estão sendo vacinadas a partir dos 18 anos”, afirmou Pacheco em sua conta no Twitter.

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O presidente do Senado também foi categórico ao afirmar que continuará se protegendo contra a Covid-19. “Mesmo vacinado, continuarei seguindo todas as recomendações para a prevenção do vírus. Da mesma forma, continuarei trabalhando incansavelmente no Congresso Nacional para garantir a vacinação de todos os brasileiros”, disse.

De acordo com os dados das secretarias estaduais de Saúde, o Brasil alcançou a marca de 41,6 milhões de vacinados contra a Covid-19 na última sexta-feira (21). No total, 41.578.892 brasileiros receberam pelo menos uma dose do imunizante contra a doença, o que correspondente a 19,64% da população do país.

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, se reuniu na manhã deste sábado (22) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para apresentar proposta de que aeroportos, rodoviárias e rodovias tenham barreiras sanitárias para conter a disseminação da variante indiana do coronavírus.

A proposta paulistana tem objetivo de fiscalizar o trânsito de pessoas vindas do Maranhão, estado em que o primeiro caso de contaminação pela nova variante foi registrado, e da Argentina, onde também houve casos. Para os passageiros que venham pela via aérea, seriam exigidos testes negativos para Covid do tipo RT-PCR.

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As barreiras sanitárias seriam coordenadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme disse Aparecido à Globo News. O secretário também declarou que o ministro da Saúde "viu com bons olhos" as sugestões feitas.

As ações nas rodoviárias podem começar a valer a partir da segunda-feira (24), segundo Aparecido, onde chegam dois ônibus por semana vindo do estado maranhense.

O número de pessoas infectadas pelo coronavírus no mundo chegou a 166,197 milhões de pessoas, com 3,444 milhões de mortes, segundo levantamento feito pela universidade norte-americana de Johns Hopkins.

Já o número de doses das vacinas contra a Covid-19 administradas no mundo já chega a 1,608 bilhão.

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O país com maior número de casos continua a ser os Estados Unidos, que somam 33,085 milhões de casos e 589,224 mil mortes. O país também lidera o ranking da vacinação, com 281,162 milhões de doses aplicadas.

Em segundo lugar vem a Índia, com 26,289 milhões de casos reportados e 295,525 mil mortes pela doença. No país já foram aplicadas 190,233 milhões de doses de imunizante.

O Brasil está em terceiro lugar em número de infectados pela Covid-19, com 15,970 milhões de casos e 446,309 mil mortes. Em relação à vacina, foram aplicadas 62,122 milhões de doses.

Uma pesquisa israelense, publicada na quinta-feira, 20, na revista científica Journal of Clinical Investigation, indicou a presença de anticorpos contra a covid-19 em bebês cujas mães foram vacinadas com a Pfizer/BioNTech. No Brasil, o primeiro caso de um bebê que herdou anticorpos da mãe, imunizada com a Coronavac, também repercutiu desde quarta-feira, 19. A notícia é positiva, mas imunologistas alertam que os resultados podem não garantir imunidade e que os anticorpos tendem a decair com o tempo.

Em Israel, o estudo observacional reuniu 1.094 mulheres de oito hospitais do país. As amostras foram coletadas entre abril de 2020 e março de 2021 após o parto e divididas em três grupos: (1) Participantes que receberam a vacina entre janeiro a março de 2021; (2) Participantes que não receberam a vacina e que tinham resultados PCR positivos para a covid-19; e (3) Participantes que não foram vacinadas nem tinham documentação sobre a infecção.

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A sorologia de sangue do cordão umbilical demonstrou que a vacinação com a Pfizer/BionTech transmitiu uma "robusta resposta imunológica" para o feto, inclusive com a mesma concentração de anticorpos presentes na mãe. A proporção de anticorpos foi a mesma em comparação entre as mulheres que foram vacinadas e infectadas pelo coronavírus.

Anticorpos em gestantes

 

O caso brasileiro ocorreu na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. Enrico nasceu em em 9 de abril e, um dia depois, foi submetido à coleta de sangue para o teste neutralizante do coronavírus. O exame indica se há a presença de anticorpos no organismo capazes de bloquear a ação viral. Resultados abaixo de 20% são considerados negativos, mas no caso de Enrico, o teste apontou 22% de neutralização.

Médica que atuava na linha de frente em um hospital da prefeitura de Tubarão, a mãe do bebê, Talita Menegali Izidoro, de 33 anos, recebeu a Coronavac em fevereiro, na 34ª semana de gestação. A decisão foi tomada junto com o obstetra, já que, na época, a imunização para gestantes só era recomendada sob acompanhamento. Como àquela altura o bebê já estava quase formado e seria uma vacina com vírus inativado - com efeitos colaterais mais brandos -, Talita não teve dúvidas.

"O Enrico veio para mostrar que a vacina funciona e que é o caminho", diz. Segundo ela, que também é professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), o teste no filho foi feito para colaborar com pesquisas sobre os efeitos da vacinação em mulheres grávidas e para incentivar gestantes a se vacinarem.

Mãe e filho ainda serão acompanhados pelos próximos seis meses por um grupo de pesquisadores catarinenses. Novos testes serão feitos a cada trimestre, e o relato do caso deve ser publicado em uma revista científica internacional.

"O que nós vamos avaliar é se haverá o aumento dos anticorpos (no bebê) e se isso vai estar relacionado com a amamentação", explica o farmacêutico bioquímico Daisson Trevisol, que é secretário municipal da saúde de Tubarão e integrante do núcleo que analisa o caso de Enrico no Centro de Pesquisas Clínicas da Unisul, onde é professor.

Em abril, outros estudos já haviam apontado que mães imunizadas contra a covid passam anticorpos para os bebês pelo leite materno. Uma análise feita pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), a partir de mais de 100 estudos clínicos, concluiu que os anticorpos poderiam prevenir a infecção ou reduzir a gravidade dos sintomas dos bebês.

O que já se sabe sobre anticorpos maternos em recém-nascidos?

 

Segundo o imunologista e professor da USP Jean Pierre Schatzmann Peron, pesquisador-líder da Plataforma Científica Pasteur, a transmissão vertical de anticorpos já é conhecida. "Evolutivamente, o bebê herda os anticorpos da mãe através da placenta e só a partir do 6º mês é que consegue produzir as próprias respostas imunes", explica.

Pesquisas anteriores com vacinas contra coqueluche, tétano e gripe já apontavam respostas semelhantes. A diferença é que, agora, há a comprovação em relação à vacina contra a covid-19.

Segundo Schatzmann Peron, o que se sabe é que os anticorpos decaem com o tempo. "Não há estudos que comprovem se os bebês estão imunes. O que sabemos é que esses anticorpos têm um potencial para protegê-los. Provavelmente, deve se repetir o que acontece com a vacinação. No caso da Pfizer, é 95% de proteção, e se ele se infectar, vai ter uma doença muito mais branda do que se não estivesse imunizado".

O pesquisador explica que existem cinco tipos de anticorpos. "Segundo o estudo (israelense) com a Pfizer, o anticorpo transferido pela placenta é do tipo IgG, mas os bebês não têm o anticorpo do tipo IgM, que não passa pela placenta", afirma.

Na prática, isso significa que, passada a proteção materna, o bebê precisará desenvolver os próprios anticorpos. Diante das incertezas, para o imunologista, as crianças devem ser vacinadas assim que puderem, principalmente com a ameaça de novas variantes.

Um vírus primitivo, presente nos humanos há milhares de anos, pode estar sendo ativado pelo coronavírus e provocando aumento de mortes em pacientes graves. A hipótese faz parte de um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que pode ajudar a compreender por que alguns pacientes graves submetidos à ventilação mecânica conseguem deixar a UTI, enquanto outros não sobrevivem à covid-19.

A pesquisa indica que a presença do retrovírus endógeno humano da família K (HERV-K) está associada não só ao agravamento da doença como também à mortalidade precoce. De março a dezembro de 2020, o estudo “Ativação do Retrovírus Endógeno Humano K no Trato Respiratório Inferior de Pacientes com Covid-19 Grave Associada à Mortalidade Precoce” acompanhou 25 pessoas em estado crítico que necessitaram de ventilação mecânica. Com idade média de 57 anos, elas estavam internadas no Instituto D’Or e no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer.

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“A progressão de casos brandos para graves vinha sendo associada à hipoxia, inflamação descontrolada e coagulopatia. No entanto, os mecanismos envolvidos com a mortalidade em casos muito graves ainda não são bem conhecidos. Para isso, o estudo buscou compreender o viroma do aspirado traqueal de indivíduos em ventilação mecânica — isto é, os vírus presentes na amostra. Os testes mostraram níveis altos de HERV-K, em comparação com exames de pacientes com casos brandos e de não infectados”, explicou a Fiocruz.

O coordenador do estudo foi Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz). “Verificamos o viroma de uma população com uma altíssima gravidade, em que a taxa de mortalidade chega a 80% para ver se algum outro vírus estava coinfectando esse paciente que está debilitado, imunossuprimido. A nossa surpresa foi encontrar esses altos níveis de retrovírus endógeno K. É o tipo de pesquisa que parte de uma abordagem completa não enviesada. Isso dá muita força, muita credibilidade ao achado”, explicou o cientista.

Ancestral

Segundo o estudo, o HERV-K é um retrovírus endógeno, um vírus ancestral que infectou o genoma humano quando humanos e chimpanzés estavam se dissociando na escala evolutiva. Alguns desses elementos genéticos estão presentes nos nossos cromossomos. Muitos ficam silenciosos durante a maior parte da vida, mas parece que, de alguma forma, o Sars-CoV-2 pode ter reativado esse retrovírus ancestral. O índice de morte em pacientes graves de covid-19 chega a 50% entre os que apresentam altos níveis de HERV-K.

O estudo estabeleceu ainda uma ligação direta: ao infectar em laboratório uma célula de uma pessoa saudável com o Sars-CoV-2, houve um aumento nos níveis do HERV-K. “A gente estabeleceu, de fato, que o Sars-CoV-2 é o gatilho para o aumento desses retrovírus endógenos, para despertar os genes silenciosos”, disse Moreno.

Junto com o aumento dos níveis do HERV-K nos pacientes, os pesquisadores perceberam que fatores de coagulação foram mais consumidos, que ocorreram mais processos inflamatórios e que diminuíram os números de fatores necessários para a sobrevivência de células do sistema imune. Conforme os níveis de HERV-K aumentaram, os números de monócitos inflamados ativados também cresceram. “Esses níveis de HERV-K se correlacionaram com o que se chamou de mortalidade precoce, como menos de 28 dias de internação”, conta Thiago.

Genes silenciosos

A pesquisa é ainda a primeira evidência da presença desse retrovírus no trato respiratório e no plasma de pacientes graves de covid-19. A presença do HERV-K, que ocorre também em outras doenças, como câncer e esclerose múltipla, pode ser usada como um biomarcador associado à gravidade em casos de covid-19. Sua detecção precoce poderia reforçar o uso de determinadas estratégias, como o uso de anticoagulantes e anti-inflamatórios.

Mas ainda é difícil saber por que isso ocorre em algumas pessoas e não em outras. “Esse despertar de genes silenciosos é o que pode fazer a diferença das evoluções. Talvez o sinal para o silenciamento de determinados retrovírus endógenos seja mais forte em algumas pessoas do que em outras. Parece estar associada à gravidade essa capacidade do novo coronavírus de mudar o perfil epigenético da célula do hospedeiro, ativando inclusive vírus ancestrais, alguns deles que deveriam estar adormecidos no nosso genoma”, comentou o coordenador do estudo.

Além da Fiocruz, fazem parte da pesquisa cientistas da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e da empresa MGI Tech.

* Com informações da Agência Fiocruz de Notícias

 

As notificações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram, informa o Boletim Observatório Covid-19, divulgado nesta sexta-feira (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os casos de SRAG são responsáveis por incidências graves de doenças respiratórias, que demandam hospitalização ou levam a óbito. São atualmente, em grande parte, devido a infecções por Sars-CoV-2.

Conforme o boletim, outro dado preocupante é que, pela primeira vez no Brasil, a mediana da idade de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) de todo o país ficou abaixo de 60 anos.

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O ano de 2021 vem, a cada semana, apresentando rejuvenescimento da pandemia, alertam os pesquisadores. “Diferentemente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo deste ano, houve queda num patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos”, diz o boletim.

A análise comparou a Semana Epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a 18 (2 a 8 de maio) de 2021 e verificou que a mediana da idade das internações hospitalares (idade que delimita a concentração de 50% dos casos) foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18.

Casos de SRAG aumentam

Os estados  da Região Sul, que tiveram redução da doença nas semanas anteriores, apresentaram tendência de reversão, ou mesmo um aumento no número de casos de SRAG na Semana Epidemiológica 18.

De acordo com os pesquisadores, mesmo nos estados que mostram redução ou estabilidade, o número de casos ainda permanecia muito alto, demonstrando a forte pressão sobre o sistema de saúde. “É fundamental que haja redução sustentada de número de casos para a recomposição do sistema de saúde, inclusive [para] reduzir [a] taxa de ocupação de leitos”, avaliaram.

A comparação da incidência das semanas epidemiológicas 8 e 9 e 18 e 19 mostra que poucos estados estão em patamar significativamente menor, como: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentam sinais de aumento. 

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, os demais estados estão em níveis próximos ao observado em meados de março, ou mesmo acima, como é o caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O aumento ou estabilidade em níveis muito altos e com taxas altas de ocupação são cenários altamente indesejados”, destacaram.

Leitos de UTI

De acordo com os pesquisadores do Observatório Covid-19, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) no dia 17 de maio de 2021 sinalizaram quebra na expectativa que vinha sendo desenhada de melhoria do indicador no país nas últimas semanas.

A análise reforça que é preciso ficar atento a este momento da pandemia. “Caso não seja mantida uma queda sustentável, a pandemia poderá retomar a sua expansão”. 

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, que vinham mantendo tendência de queda lenta, mas relativamente consistente em grande parte do país, apresentaram entre os dias 10 e 17 de maio pequenas elevações em muitos estados e capitais, interrompendo a impressão de melhoria do quadro geral.

Redução da mortalidade

Durante as duas últimas semanas epidemiológicas, houve uma ligeira redução das taxas de mortalidade no Brasil. No entanto, as taxas de incidência, que refletem os casos novos de covid-19, permanecem em um platô alto.

Segundo o estudo, esse novo padrão epidemiológico pode ser resultado de uma conjunção de fatores como a vacinação de populações de maior risco, uma pequena redução da ocupação de leitos hospitalares, bem como do processo de rejuvenescimento da pandemia.

Os pesquisadores analisaram que “combinados, estes novos fatores podem estar contribuindo para a diminuição da letalidade da doença, sem, no entanto, reduzir a transmissão da doença, que permanece intensa, como demonstrado pela alta taxa de positividade dos testes de diagnóstico realizados nas últimas semanas”.

Novas variantes

Para os pesquisadores, um dado considerado preocupante nesse novo cenário epidemiológico, quando considerado o ritmo ainda lento de vacinação no país, é a possibilidade de introdução de novas variantes do vírus Sars-CoV-2 no Brasil.

Além disso, enfatizam os pesquisadores do Boletim Covid-19, “a flexibilização precoce de medidas de isolamento pode causar uma retomada na transmissão, com a geração de casos graves e óbitos nas próximas semanas, pressionando os serviços de saúde ainda sobrecarregados e com limitações para reposição de estoques de medicamentos e insumos".

 

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou nesta sexta-feira, 21, a 41.578.892, o equivalente a 19,64% da população total. Nas últimas 24 horas, 480.964 pessoas receberam a vacina, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.

Entre os mais de 41 milhões de vacinados, 20.436.637 receberam a segunda dose, o que representa 9,65% da população com a vacinação completa contra o novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, 227.662 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as vacinas de primeira e segunda dose aplicadas, o Brasil aplicou 708.626 imunizantes nesta sexta-feira.

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Em termos proporcionais, o Mato Grosso do Sul é o Estado que mais vacinou sua população até aqui: 25,18% dos habitantes receberam ao menos a primeira dose. A porcentagem mais baixa é encontrada em Rondônia, onde 12,22% receberam a vacina. Em números absolutos, o maior número de vacinados com a primeira dose está em São Paulo (10,36 milhões), seguido por Minas Gerais (4,45 milhões) e Bahia (3,12 milhões).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou nesta sexta-feira, 21 o recebimento de um novo documento referente à vacina russa contra a covid-19 Sputnik V, proveniente dos Estados da Bahia e do Maranhão

Segundo a Anvisa, esse documento será "apensada ao processo de solicitação de importação da vacina e ainda será avaliada pela Anvisa como parte do novo pedido de importação".

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A agência esclarece que as solicitações apresentadas pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central e pelos Estados Bahia, Maranhão, Ceará, Sergipe e Pernambuco já estão sendo analisados.

Na quinta-feira, 20, a farmacêutica União Química, representante brasileira do Instituto Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da vacina, desistiu de realizar estudos clínicos da Sputnik V no Brasil. O pedido de desistência foi encaminhado à Anvisa após a empresa não apresentar todas as exigências para dar início aos testes no País. Segundo a agência, a desistência não afeta o pedido de uso emergencial do fármaco.

O filho do secretário de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde furou a fila da vacinação em João Pessoa (PB). Daniel Freir e de Medeiros é estudante de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e filho do atual titular da SVS, Arnaldo Correia de Medeiros. A Secretaria de Vigilância em Saúde é responsável, dentro do Ministério da Saúde, por coordenar o enfrentamento à pandemia de covid-19 e o Plano Nacional de Vacinação Contra a Covid-19.

Daniel Freire de Medeiros é aluno do 8º semestre de medicina da Universidade Federal da Paraíba. Ele recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca/Oxford no dia 28 de janeiro deste ano.

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Procurado, disse que foi imunizado por estagiar em hospital numa ala que atende pacientes com covid. A prefeitura de João Pessoa (PB), contudo, só autorizou a vacinação de estagiários a partir do dia 5 de maio. Dos 59 colegas de turma de Daniel, apenas ele tomou a vacina em janeiro, conforme dados públicos da prefeitura e da UFPB.

Em janeiro, havia autorização apenas para vacinar os estudantes que estão em regime de internato, situação em que o filho do secretário não se encontra.

No site do Portal da Transparência da prefeitura de João Pessoa, Daniel aparece registrado como "médico", o que ele atribui a um erro da prefeitura.

Segundo informações públicas da prefeitura de João Pessoa, Daniel foi vacinado no Hospital São Vicente de Paulo, uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos, que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde o início da vacinação, cerca de 79 mil profissionais de saúde já foram imunizados em João Pessoa, segundo o site da prefeitura. Quando Daniel tomou a primeira dose, eram apenas 14,7 mil - o que significa que o filho do secretário esteve entre os 18,5% primeiros a serem imunizados. Ao todo, 3,7 mil médicos receberam a vacina em João Pessoa depois de Daniel. O estudante tem 21 anos de idade.

Ao Estadão, a Prefeitura de João Pessoa disse que iniciou apenas no dia 05 de maio a vacinação contra a covid-19 dos "estagiários de saúde (incluindo medicina), no último ano de faculdade, que atuam em hospitais, unidades de pronto atendimento (UPA) e serviços de Atenção Básica".

O pai do estudante, Arnaldo Correia de Medeiros, é farmacêutico de formação e professor universitário da UFPB. Ele chegou ao posto de titular da SVS ainda em junho de 2020, na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello. O nome dele foi indicado pelo líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, o deputado paraibano Wellington Roberto. À época, a indicação foi vista como uma vitória política do "Centrão" na disputa por espaço no Ministério da Saúde.

Dentro do Ministério da Saúde, uma das atribuições de Medeiros é justamente acompanhar e coordenar a compra de vacinas para a Covid-19. Em abril, o secretário participou de uma audiência pública no Senado Federal para debater a compra de vacinas privadas, por exemplo.

Procurado pela reportagem, Daniel disse de início que outros estudantes de medicina já estavam sendo vacinados em João Pessoa em janeiro, assim como ele. Estes porém são alunos que já estão no internato, o que ainda não é o caso dele.

O filho do secretário disse também que faz um estágio voluntário, não remunerado, no Hospital São Vicente de Paulo, o que o expõe ao contato com o vírus e justificaria sua prioridade na vacinação. Suas atividades no hospital incluem o trato de pacientes com Covid, o que demandaria que ele fosse vacinado - o que todavia aconteceu antes para ele que para seus colegas que também fazem estágio.

Segundo pessoas que acompanharam o caso, a vacinação precoce veio a público graças ao próprio Daniel, que comentou com colegas do curso de medicina o fato de já ter sido imunizado. Em maio, a Faculdade de Medicina encaminhou à Secretaria de Saúde do município a relação dos alunos que estavam aptos a serem vacinados segundo as regras - inclusive Daniel. Dos 59 alunos da turma dele, cerca da metade já foi imunizada, todos em maio. Daniel foi o único a se vacinar em janeiro, segundo o Portal da Transparência.

Diretor do hospital, o médico George Guedes Pereira disse que Daniel "acompanha e auxilia em cirurgias, e também atende pacientes com covid, de tal forma que foi oferecida a ele a cobertura vacinal". O diretor também disse que poucos estagiários voluntários como Daniel se dispuseram a continuar no trabalho depois do início da pandemia.

"Os que estavam em estágio e que solicitaram (a vacinação) foram sim (vacinados)", disse ele, sem dizer qual o número de pessoas que foram vacinadas na mesma situação do filho do secretário. Ao fim da conversa, o diretor disse que o Estadão era "um lixo", "uma porcaria" e que seus jornalistas eram "doutrinadores de esquerda".

Questionado, o Ministério da Saúde não comentou o caso específico de Daniel. Disse apenas que "a seleção de grupos prioritários para a vacinação, estabelecidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacina (PNO) contra a covid-19, segue critérios pactuados e considera a vulnerabilidade para as formas mais graves da doença". A pasta também informou que acadêmicos de medicina e estagiários estão contemplados desde a 1ª fase do PNO.

Renan Dal Zotto, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, teve alta hospitalar, nesta sexta-feira, depois de 36 dias de internação devido à covid-19 e está em sua casa. Renan está bem, com a família, e seguirá fazendo fisioterapia respiratória e motora.

De maneira remota e dentro da limitação indicada, o treinador vai acompanhar o dia a dia da seleção que vai disputar a Liga das Nações. Antes, o time faz amistosos de preparação com a seleção da Venezuela.

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Diagnosticado com a covid-19, Renan foi internado em 16 de abril. Três dias depois, a CBV informou que o treinador havia sido intubado para manter o nível da saturação de oxigênio mais alta. O treinador passou por uma cirurgia vascular nesse mesmo dia por conta de uma trombose arterial aguda. No início da semana, apresentou melhora no quadro respiratório após cirurgia.

No dia 24 de abril foi extubado e começou o processo de recuperação, mas voltou a apresentar complicações respiratórias em razão da covid-19 e precisou ser intubado novamente no dia seguinte. Segundo a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), houve troca de medicações e o treinador reagiu bem, com uma melhora leve do quadro respiratório, mantendo o quadro estável.

O técnico já tomou a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, em Santa Catarina, mas ainda aguarda o calendário para tomar a segunda. Com 60 anos, ele se enquadra no grupo prioritário da saúde por ser profissional de Educação Física.

O Brasil registrou 2.215 óbitos causados pela covid-19 entre ontem e esta sexta-feira, 21, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Com os registros, 446.309 vidas foram perdidas para a doença. O levantamento do Conass compila dados de secretarias de Saúde dos 26 Estados e do Distrito Federal e apontou ainda 76.855 novos casos de covid-19 em 24 horas, com um total de 15.970.949 registros desde o início da pandemia.

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A escassez de recursos do governo federal tem levado universidades que desenvolvem pesquisas de vacinas contra a Covid-19 a buscar verbas com governos locais, parlamentares, comércio e até dinheiro de acordo de indenização. O objetivo é evitar que as pesquisas parem, em um cenário de restrições para a liberação de recursos e queda no orçamento para a ciência. O dinheiro obtido até agora pelas universidades garante só parte dos testes e a necessidade aumentará se estudos avançarem para a última fase.

Universidades como a Federal de Minas (UFMG), a do Rio (UFRJ) e a do Paraná (UFPR) são algumas das que estão na corrida pelo desenvolvimento de um imunizante brasileiro. Segundo o Ministério da Saúde, há 16 projetos brasileiros em andamento. As vacinas não devem ficar prontas este ano, mas podem representar independência em relação a imunizantes estrangeiros a partir do ano que vem. Hoje, só aplicamos no Brasil vacinas desenvolvidas no exterior. O risco de que a covid-19 seja uma doença endêmica, como dengue e gripe, torna a iniciativa ainda mais importante.

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Em abril, o Ministério da Ciência e Tecnologia pediu em um ofício ao Ministério da Economia a edição de uma medida provisória para a abertura de créditos extraordinários no valor de R$ 720 milhões para as vacinas nacionais. No documento, o MCTI afirma que é preciso alavancar o desenvolvimento de imunizantes nacionais pelo risco de "mudanças imprevisíveis no rumo da pandemia" em função de mutações virais. O documento também cita a possibilidade de ter de vacinar novamente toda a população "em curto período de tempo".

Os R$ 720 milhões, segundo o MCTI, seriam destinados a quatro projetos brasileiros nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos e para duas vacinas que avançarem para a fase 3. Os estudos clínicos são aqueles em que a vacina é aplicada em seres humanos. Nas fases 1 e 2, o grupo testado é menor e a estimativa de gasto é de R$ 30 milhões em cada projeto. Já na fase 3 o teste pode envolver até 40 mil voluntários e o custo da pesquisa sobe para R$ 300 milhões.

Em resposta no dia 7 de maio, um mês após a solicitação, o Ministério da Economia condicionou a liberação de parte da verba (R$ 415 milhões) a um projeto de lei com cancelamento de recursos do Ministério da Saúde. Outros R$ 305 milhões dependeriam de uma portaria do secretário especial de Fazenda. Há ainda restrições para o uso de R$ 5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal fundo de financiamento da ciência. Na prática, as exigências podem tornar o processo demorado e atrasar as pesquisas este ano, segundo entidades ligadas à ciência.

Na corrida contra o tempo e atrás de viabilizar a própria vacina, a UFMG conseguiu R$ 30 milhões com a prefeitura de Belo Horizonte. O recurso vai pagar as fases 1 e 2 dos estudos clínicos. Mas, para a fase 3, em que mais de 30 mil voluntários são convocados, será necessário mais dinheiro, da ordem de R$ 300 milhões. "O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) tem sido um grande parceiro, mas vai poder financiar apenas uma das vacinas, a que chegar primeiro, e nós sabemos que precisaremos de todas", afirma Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG. Segundo ela, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ofereceu o dinheiro após assistir a uma entrevista em que Sandra manifestava temor pela paralisação da pesquisa.

Na UFPR, a falta de verbas mobilizou o reitor a acionar contatos locais para alavancar a pesquisa da vacina. "Estou correndo atrás do jeito que posso. Falei com vereadores, que agora querem falar com o município para passar dinheiro para nós", diz o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. Até o Tribunal de Contas do Estado avalia entrar no projeto, aplicando dinheiro próprio. Na fase pré-clínica, quando a vacina é testada em animais, a universidade fechou um acordo com o governo do Paraná para repasse de R$ 995 mil. A vacina paranaense pode custar de R$ 5 a R$ 10 a dose.

Para o imunizante da UFRJ, a reitora Denise Pires de Carvalho negocia com deputados estaduais e há expectativa de conseguir R$ 5 milhões com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A UFMG também conseguiu verbas de emendas parlamentares e vê a possibilidade de receber mais recursos provenientes de um acordo de indenização da Vale com o Estado de Minas Gerais pelos danos causados após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019.

'Se vira nos 30'

"A reitora está se virando nos 30 para conseguir mais recursos", diz Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), sobre a dirigente da UFRJ. O Confies e outras entidades ameaçam ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela liberação dos R$ 5 bilhões do FNDCT. Em audiência na Câmara dos Deputados no dia 4 de maio, o ministro Paulo Guedes afirmou que seriam encaminhados R$ 5 bilhões para o MCTI, mas os recursos não chegaram.

Para "vender o peixe" da vacina, até mesmo os pesquisadores participam de reuniões externas. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que coordena um centro de pesquisas da UFMG, alterna entre o cientista e o negociador na pandemia para conseguir levar adiante os estudos. Ele tem dialogado com parlamentares e até entidades ligadas ao comércio - um papel que não desempenhava antes da covid-19. "É um interlocutor diferente, não técnico. Falar na mesma linguagem que ele não é simples. O cientista adorava falar em congresso." Embora veja essa interlocução como um ganho para os cientistas na pandemia, o risco é de que outras pesquisas com menos apelo político, mas também importantes, acabem ficando à míngua. Estudos sobre doenças como zika e chikungunya estão praticamente paralisados.

"Por que a vacina brasileira está saindo agora, um ano depois? Porque países que desenvolveram primeiro tinham pesquisas já em andamento. A gente praticamente teve de montar a estrutura do zero", diz Fonseca. Os reitores são unânimes ao dizer que, se o governo federal tivesse investido em ciência antes, o Brasil já teria suas próprias vacinas em estágio mais adiantado.

Nos Estados Unidos, onde houve investimento bilionário para desenvolver imunizantes contra a covid-19, já foram aplicadas 276 milhões de doses e outras 80 milhões serão enviadas a outros países. Enquanto isso, o Brasil vacinou menos de 10% de sua população com as duas doses e depende de insumos de fora para não paralisar a produção local na Fiocruz e no Instituto Butantã.

Até mesmo a Versamune, propagandeada como "a vacina 100% brasileira" pelo governo federal, sofreu cortes no fim de abril- R$ 200 milhões foram vetados pelo presidente Jair Bolsonaro para o imunizante. O investimento inicial do governo federal foi de aproximadamente R$ 3,8 milhões na vacina desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

Agora, para o ensaio clínico de fase 1 e 2, o consórcio da Versamune está "buscando recursos com o governo federal", informou Helena Faccioli, presidente e CEO da Farmacore, empresa de biotecnologia que desenvolveu o imunizante em parceria com a USP. Para essas duas etapas, o custo estimado é de R$ 30 milhões e a expectativa é começar em julho. Na fase 3, o custo da Versamune deve ser de R$ 300 milhões. A Butanvac, outro imunizante brasileiro em estágio adiantado e desenvolvido pelo Instituto Butantan, recebe aporte do governo de São Paulo.

Sem dinheiro, o risco é de que as linhas de pesquisa acabem desmontadas. Segundo os pesquisadores das universidades brasileiras, caso os investimentos para as vacinas sejam interrompidos no meio, equipes já treinadas para essa empreitada podem acabar buscando trabalho fora. E, nesse caso, seria preciso formar um novo time de pesquisadores, o que, de novo, atrasa os resultados brasileiros. "Ciência não é algo que você começa, interrompe e depois retoma. É um investimento que tem de ser contínuo e sustentável. Se você está fazendo uma pesquisa, falta recurso e tem de parar, depois tem de começar do zero", diz a reitora Sandra Goulart, da UFMG.

Governo

Procurado para comentar a distribuição dos investimentos nas vacinas desenvolvidas pelas universidades brasileiras, o MCTI não respondeu. Já o Ministério da Economia disse que, para a execução dos R$ 5 bilhões do FNDCT, "faz-se necessária a abertura de créditos adicionais".

Segundo a pasta, estão sendo encaminhados, por projeto de lei, créditos adicionais para o FNDCT no valor de R$ 1,8 bilhão para empréstimos reembolsáveis do fundo e de R$ 415 milhões para viabilizar despesas com os testes clínicos de vacinas nacionais contra a covid.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exames diários para detectar o novo coronavírus, arquibancadas vazias, refeições apenas dentro do quarto do hotel, monitoramento para pegar o elevador, aplicativo de controle de localização... essa foi a rotina de brasileiros que participaram de eventos-teste em Tóquio nos últimos dias e que já foi encarada por uma prévia da realidade que os competidores terão nos Jogos Olímpicos, a partir de 23 de julho. A ideia é que a Olimpíada seja disputada em uma espécie de "bolha" com os atletas isolados do restante da cidade.

"Fizemos os testes de saliva todos os dias e não podíamos sair do nosso andar no hotel nem aglomerar nos quartos. Acredito que tudo tenha sido uma espécie de ensaio para a Olimpíada. O esquema de controle para evitar a disseminação do vírus estava muito bem organizado, tudo certinho", conta Kawan Pereira, que participou no início do mês da Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, evento Pré-Olímpico da modalidade, e garantiu vaga nos Jogos de Tóquio.

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Os atletas só estavam autorizados a sair do quarto do hotel para buscar as refeições no corredor e eram obrigados a fazer todas as refeições dentro do dormitório. Quando tinham que se deslocar para treinar ou competir, havia uma pessoa que ficava na frente do elevador e era a responsável por, via rádio, comunicar a recepção do hotel sobre a movimentação dos hóspedes.

Na verdade, os rígidos protocolos de controle da covid-19 começaram bem antes do desembarque no Japão. "14 dias antes da viagem, tivemos de baixar um aplicativo e preencher todos os dias a temperatura, se tinha algum sintoma, se teve contato com alguém que testou positivo e se fez alguma viagem ou saiu para algum local. Lá no aeroporto no Japão, eles também pedem para a gente baixar um outro aplicativo para mandar a nossa localização e fazem uma ligação de vídeo pelo WhatsApp para o caso de precisarem entrar em contato. A gente também recebeu e-mail todos os dias perguntando se você ou alguém que está com você teve algum sintoma", recorda Pedro Ivo Almeida, fisioterapeuta da seleção brasileira de saltos ornamentais, que fez parte da delegação que esteve no Japão.

Durante as duas semanas em que a equipe brasileira participou da Copa do Mundo em Tóquio, ninguém testou positivo. "O que mais chamou atenção foi o teste no qual você depositava a saliva em um pote. Assim que chegamos no aeroporto já tivemos de fazer. É um teste que não tem nenhum tipo de desconforto em comparação, por exemplo, com o PCR (quando um bastão é inserido em uma das narinas). Para quem é testado todo os dias, é um conforto a mais. É mais prático e rápido", diz Isaac Souza. O saltador conquistou vaga para os Jogos no evento em Tóquio, mas na semana passada a Federação Internacional de Natação (Fina) alterou as regras e comunicou a sua desclassificação. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda tenta reverter a decisão.

Sem exceção, a rotina dos integrantes da delegação brasileira se limitava ao quarto de hotel e as piscina do moderno Parque Aquático de Tóquio, estrutura construída especialmente para os Jogos ao custo de 56,7 bilhões de ienes (R$ 2,6 bilhões). Localizado na baía de Tóquio, o espaço tem capacidade para 15 mil espectadores e receberá provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais. Uma de suas peculiaridades é uma parede modular que permite transformar a piscina principal de 50 metros em duas separadas de 25 metros cada. A profundidade das piscinas também pode ser alterada.

"O Parque Aquático é excelente, não tem do que reclamar. A plataforma é muito boa. A piscina é aquecida e o local é fechado e climatizado. Não existem interferências externas, como vento e chuva", analisa Isaac. Até mesmo dentro do Parque Aquático, no entanto, a circulação de atletas, integrantes das comissões técnicas e funcionários foi rigidamente controlada para minimizar o contato e maximizar a distância física.

Tóquio tem realizado nos últimos dias eventos-teste de atletismo, vôlei, ginástica artística, basquete 3 x 3, natação e ciclismo, para avaliar as instalações das arenas e, principalmente, os protocolos sanitários. De acordo com os organizadores, mais de 700 atletas e 6 mil funcionários participaram dos eventos-teste. Nenhum caso positivo foi detectado durante o período de competição. O único registro de covid-19 foi de um técnico que participaria da Copa do Mundo de Saltos Ornamentais e testou positivo na chegada ao aeroporto de Tóquio. Ele foi colocado em isolamento para cumprir quarentena.

Para os Jogos Olímpicos, o Comitê Organizador ainda não decidiu se será permitida ou não a presença de público nas arenas. O que já está certo é que torcedores e voluntários estrangeiros estão vetados.

O Ceará monitora um casos suspeito da variante B.1.617 do coronavírus, que surgiu na Índia. O Estado informou, na manhã desta sexta-feira (21), que havia sido notificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a suspeita no início da semana. O paciente, que está em Fortaleza, voltou de uma viagem à Índia no dia 9 de maio.

Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o paciente de 35 anos fez dois exames RT-PCR nos dias 10 e 11 de maio e ambos deram positivo. Uma semana depois ele repetiu o exame e o resultado foi negativo. O colega de empresa que o acompanhou durante a viagem também fez testes para identificar a infecção por coronavírus nos dias 10 e 12 de maio e os resultados foram negativos.

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A secretaria informou que todos os viajantes que chegam ao Ceará oriundos de países com circulação de variantes devem cumprir quarentena de 14 dias, o que está sendo respeitado pelos viajantes e monitorado pela pasta. A Fiocruz está fazendo o sequenciamento genômico para determinar se o homem foi infectado pela variante indiana. A Sesa disse que está acompanhando o processo.

Casos no Maranhão

Na quinta-feira (20), o Maranhão confirmou os primeiros casos da variante indiana no Brasil. Os pacientes estão a bordo do navio MV Shandong da ZHI, procedente da África do Sul. Ao todo, 15 tripulantes da embarcação testaram positivo para a covid-19 e pelo menos seis foram infectados pela cepa B.1.617. Um deles está internado na UTI em um hospital privado de São Luiz.

O navio está ancorado a 50 quilômetros da costa e ainda não tem permissão para atracar no porto maranhense. Todos os tripulantes estão isolados em cabines individuais.

Cepa pode ser mais transmissível

A variante B.1.617 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma "preocupação global" porque pode ter capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus. No entanto, a instituição ressalta que as vacinas protegem contra "todas as variantes" do coronavírus.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia, país onde a cepa foi inicialmente identificada. A proibição se soma a restrições da mesma natureza relativa a voos do Reino Unido e África do Sul.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta sexta-feira (21) que o "pior pode estar por vir" na pandemia de coronavírus, caso a comunidade internacional não intensifique os esforços para garantir o acesso universal a vacinas. O comentário foi feito durante a Cúpula Global de Saúde, do G-20, promovida pela Itália.

Para tentar ajudar nesse processo, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, comentou a proposta de US$ 50 bilhões para combate à Covid-19, anunciada nesta sexta-feira.

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O plano prevê 40% da população global vacinada até o fim deste ano e 60% até o primeira metade de 2022. "Forte e coordenada coordenação é o caminho para a saída dessa crise sem precedentes", argumentou.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, destacou que a América Latina enfrenta um dos períodos mais críticos da pandemia e pediu que os países ricos intensifiquem a cooperação global.

Já o presidente do México, Andrés Manuel Lopes Obrador, criticou o que ele chamou de "monopolização" de vacinas por um grupo pequeno de nações.

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