Tópicos | corte de verbas

A Feira de Profissões da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) teve a edição de 2019 cancelada, devido aos contingenciamentos de verbas aplicados pelo Governo Federal às instituições fedarais de ensino superior.

O evento é um dos mais tradicionais da UFRPE, organizado pela pró reitoria de ensino e graduação e funciona como uma exposição dos cursos ofertados para os estudantes, sobretudo do ensino médio, como uma possibilidade de escolha e conhecimento da profissão que pretendem seguir.

##RECOMENDA##

São 59 cursos de graduação presenciais e a distância, entre bacharelados e licenciaturas. Procurada a assessoria de comunicação confirmou a informação e disse que maiores detalhes serão conhecidos em breve.

Em abril, o governo anunciou que iria cortar da verba das universidades federais do Brasil. Desde então diversos serviços foram suspensos, bolsas de incentivo foram cortadas e até serviços básicos deixaram de ser realizados. Já em junho a Comissão Mista de Orçamento aprovou o projeto de crédito suplementar para liberar o dinheiro para as instituições federais do país.

Foram asseguradas pela medida R$ 1 bilhão para término das atividades anuais, além da garantia do pagamento de R$ 330 milhões em bolsas aos estudantes.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, nesta sexta-feira (16), que verba do orçamento da educação, avaliada em R$ 926 milhões foi destinada ao pagamento de emendas parlamentares e que, representam sim um corte na pasta. O valor representa 16% do total contingenciado no Ministério da Educação (MEC).

“São emendas parlamentares, para projetos específicos, aí foi um corte. Não foi um corte da minha caneta”, respondeu o ministro em entrevista à Folha de São Paulo.

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o jornal, esses R$ 926 mi estavam congelados desde fevereiro e posteriormente foram repassados para o pagamento de emendas parlamentares em meio à negociação da reforma da previdência. Um projeto de lei foi encaminhado ao congresso autorizando o repasse R$ 2 bilhões.

O ministro também reiterou que mesmo com a aprovação da reforma não garante o desbloqueio do orçamento da educação. Contudo, há possibilidade de o contingenciamento ser revertido a partir de setembro, conforme disse em reunião junto à Andifes, na última terça-feira (13). A liberação dos valores bloqueados na educação vai depender cenário econômico no país, que segundo ele, há uma expectativa para “uma evolução positiva nos indicadores fiscais do governo”.

Nos últimos meses, a pasta sofreu cortes que totalizam R$ 5, 8 bilhões e que atingiram diretamente as ações do MEC, bem como o funcionamento das instituições federais de ensino superior, as bolsas de estudos e a manutenção da educação infantil.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) comparou o corte de 30% das verbas para as universidades públicas promovido pelo Ministério da Educação com a queima de livros de intelectuais considerados críticos ao nazismo, na Alemanha. Em discurso no Senado nessa terça-feira (7), o emedebista disse que a história se repetia como “tragédia” e não poupou críticas ao ministro Abraham Weintraub.

“Cabe-nos alertar que a história vai se repetindo, dessa vez como tragédia. Quem esquecerá uma das páginas mais infames da história mundial? No dia 10 de maio de 1933, na Praça da Ópera, em Berlim, há exatamente 86 anos, aconteceu a barbárie da queima de livros em praça pública, festejada pelos nazistas e intolerantes, poucos meses após a chegada de Hitler ao poder”, disse Calheiros.

##RECOMENDA##

“Quanta coincidência! Em um rastro de notícias falsas, na linha do que foi colocado aqui pelo Senador Kajuru, o nazismo, depois de perseguir opositores, estimular a denúncia de professores comunistas, banir livros de Filosofia, Sociologia e História, aqueles incômodos ao regime, pilhou as bibliotecas públicas e universidades e fez a famosa fogueira pública de livros. Arderam, por horas, obras de Freud, Thomas Mann, Einstein, entre tantos outros”, acrescentou.

Pouco antes da comparação, em sua fala Renan também disse que o ministro da Educação “entra para a história como exterminador do futuro, como aniquilador de gerações e idólatra da ignorância”.

“Com esse corte ou contingenciamento – não importa, isso é uma mera discussão semântica –, o resultado, como todos sabem, é o desmonte da universidade pública e dos institutos federais. Esse Ministro, com histórico escolar medíocre, deveria se chamar Abraham Trauma e não Weintraub… Condicionar os investimentos à aprovação da reforma tem outro nome: é chantagem”, observou, lembrando que Abraham disse no Senado que a aprovação da reforma da Previdência era condicional para a reposição das verbas cortadas para as universidades.

“Esse delírio vem após esse mesmo Governo anunciar um estrangulamento dos cursos de filosofia e sociologia e de estimular denúncia de professores críticos. Mas os estudantes já começaram a chacoalhar as ruas para pressionar o Governo e entendo que este Congresso deve capitanear uma reação política para desfazer esse desastre”, completou. 

Renan não foi o único senador a criticar o corte de verbas na sessão dessa terça. O líder do PT na Casa Alta, senador Humberto Costa, também disparou diante da ação governista. 

Sócrates, Platão, Bourdier, Durkheim, entre tantos outros nomes da filosofia e sociologia são amplamente conhecidos por aqueles que estudam, se dedicam, ou apenas absorveram algum conteúdos dessas disciplinas na escola ou universidade.  Recentemente, uma declaração polêmica do presidente Jair Bolsonaro causou desconforto dentro das associações ligadas às Ciências Humanas. Por meio de seu Twitter, o capitão reformado do Exército afirmou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, irá descentralizar investimentos em cursos superiores como sociologia e filosofia. A justificativa é a necessidade de aplicar as verbas em áreas que supostamente dariam retorno financeiro mais rapidamente, como engenharia e medicina.

De um lado, nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro comemoraram a notícia, alegando que as disciplinas formam pessoas subversivas. Já do outro, entidades e instituições se opuseram às declarações do presidente, reiterando a importância dos estudos de matérias como sociologia e filosofia. Segundo uma nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), os conteúdos das áreas de Ciências Humanas são tão importantes quanto os de assuntos mais técnicos, pois auxiliam na construção de um país moderno e solidário.

##RECOMENDA##

Para outras entidades, como a Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF), as declarações do presidente e do ministro da Educação se caracterizam por uma “ignorância inadmissível”. “As declarações do ministro e do presidente revelam ignorância sobre os estudos na área, sobre sua relevância, seus custos, seu público e ainda sobre a natureza da universidade. Esta ignorância, relevável no público em geral, é inadmissível em pessoas que ocupam por um tempo determinado funções públicas tão importantes para a formação escolar e universitária, para a pesquisa acadêmica em geral e para o futuro de nosso país”, explica o comunicado.

O quão importante é estudar filosofia e sociologia?

Inseridas dentro do currículo escolar do ensino básico pelo Ministério da Educação (MEC), as disciplinas de filosofia e sociologia têm importância para a formação do ser humano e até mesmo para um aprendizado mais amplo e de diversas disciplinas, segundo professores. De acordo com docentes, a retirada de investimentos para a Ciências Humanas é uma perda para o cidadão.

“As Ciências Humanas contribuem para a formação do intelecto, para o entendimento do papel do ser humano na sociedade, as suas relações com outras pessoas, a sua relação com o mundo; e tudo isso é muito prejudicial para um governo que se diz liberal e que, portanto, tem sua ideologia a competição ou a verdadeira luta de todos contra todos”, salienta o professor de sociologia João Pedro Holanda.

O professor de sociologia e filosofia Salviano Feitoza explica que existem benefícios distintos para o estudos das áreas, a depender se o aluno estiver no ensino médio ou superior. “Na educação básica, até o ingresso nas faculdades, o ensino de filosofia e sociologia proporciona ao estudante perceber que ele está em relação com outros indivíduos; a possibilidade de envolver empatia; a quebra de preconceitos que muitas vezes são instituídos no próprio ambiente familiar. Especificamente no âmbito da filosofia, há uma possibilidade de entendimento de si e do estar no mundo que o estudante pode ter e possibilita, inclusive, que ele saia de situações de ansiedade, estados de tristeza profunda, combate à depressão”, revela.

Feitoza também pontua a importância do estudo das disciplinas na universidade. “Pense em um médico que vai ter de decidir, de maneira muito rápida, em uma cirurgia que tem um risco de morte muito grande. Como avaliar esses riscos? Tudo isso a filosofia pode proporcionar. É você pensar em reflexões sobre o certo e o errado, que compõem o trabalho de todo mundo; é algo que se tem contato estudando filosofia”, salienta o docente Salviano Feitoza.

Áreas de atuação do filósofo e sociólogo

Salviano Feitoza explica que diversas são as áreas de atuação que um filósofo ou sociólogo pode seguir. “Um filósofo pode trabalhar em corporações, desenvolvendo projetos dentro das empresas; um filósofo, assim como um sociólogo, pode atuar em organizações não-governamentais e empresas, desenvolvendo projetos que permitam aos indivíduos uma relação muito mais consciente com o ambiente e com as outras pessoas, inclusive trabalhando na geração de empregos por meio de workshops, capacitações, elaboração de oficinas e de projetos educacionais de curta, média e longa duração, que proporcionam, sim, um retorno”, crava.

Já a professora de filosofia Cristiane Pantoja destaca para a contribuição dos profissionais de filosofia e sociologia na docência. “Desde pesquisadores a docentes, podem trabalhar com alunos de fundamental dois até PhD, podem ser concursados ou não. A importância está exatamente no que se propõem as matérias citadas: conhecer, reconhecer, questionar o sistema e valores vigentes, e propor soluções para problemáticas morais, intelectuais e práticas, inclusive no contribuir para a valorização da educação corporal e mental como imprescindíveis no desenvolvimento saudável de si e do bem-estar coletivo”, opina a docente.

Os impactos dos cortes orçamentários em instituições de ensino superior já fazem vítimas no cenário local. As Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) confirmaram bloqueios significativos que podem atrapalhar e até mesmo paralisar atividades da comunidade acadêmica. Sob sérias críticas, o Ministério da Educação (MEC) justifica os bloqueios em decorrência do contingenciamento de recursos decretados pelo governo federal, cujo valor de corte definido para a pasta foi de R$ 5,8 bilhões.

Pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFPE, Thiago Galvão afirmou ao LeiaJá que, nessa terça-feira (2), a Universidade foi surpreendida com um bloqueio superior a R$ 50 milhões do seu orçamento. “O bloqueio, ao longo de 2019, já atinge R$ 55,8 milhões, dos quais R$ 50 milhões, referentes aos serviços de manutenção, correspondem a 30%. O orçamento é utilizado para pagar despesas com energia, limpeza, segurança, manutenção predial e telefone”, revelou Galvão.

##RECOMENDA##

Além desse corte, a UFPE, segundo o pró-reitor, sofreu um bloqueio de R$ 5,8 milhões nos seus recursos destinados a investimentos no exercício deste ano. “O orçamento de 2019 já representava 10% do que tínhamos em 2013, então ao longo desses seis anos a Universidade já sofreu os cortes nos seus orçamentos em 90%. Lembro que para conseguir equipamentos para ter uma melhor aula de graduação e pós-graduação, construir novas salas de aula, laboratórios, precisamos desses recursos de investimento”, disse o pró-reitor.

Thiago Galvão confessou que, no segundo semestre deste ano, algumas atividades que dependem de serviços como energia elétrica poderão ser paralisadas, caso o governo federal persista com os cortes no orçamento da UFPE. No entanto, ainda não há uma definição sobre quais atividades poderão ser interrompidas, uma vez que reuniões serão realizadas na Universidade para que sejam analisadas as consequências das paralisações.

Preocupado com a rotina acadêmica da UFPE, o pró-reitor ainda analisou os impactos do bloqueio para os contratos já firmados na instituição de ensino. “Em termos comparativos, o orçamento de custeio para manutenção que foi bloqueado no dia 2 de maio representa mais de 50% dos contratos de manutenção com as principais despesas como energia, água, segurança e limpeza. Hoje, esses contratos representam R$ 80 milhões e estão assinados; todos vão precisar ser revistos caso esse bloqueio persista”, alertou.

“Precisamos bastante que a sociedade, a comunidade acadêmica, o governo estadual, governos municipais e os parlamentares entendam a importância da UFPE para o Estado. Entendam que nós somos uma universidade com 107 cursos de graduação, mais de 40 mil alunos, 90 cursos de mestrado, 52 cursos de doutorado, 2.500 publicações em periódicos só no exercício de 2018 e com mais de 350 grupos de trabalho. Então a importância e relevância dessa instituição, para o processo de transformação socioeconômica do Estado, são claras. A UFPE precisa ser defendida por todos”, desabafou Galvão. “O orçamento de manutenção vem há cinco anos sem reajustes. Nós temos diversos contratos que foram reajustados. Precisamos do apoio e da defesa dessa instituição. Vamos tentar reverter esse bloqueio e que seja devolvido o orçamento para a instituição”, finalizou.  

Rural é vítima do governo federal

Nesta sexta-feira (3), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou um comunicado sobre bloqueio financeiro praticado pelo Ministério da Educação (MEC). Os cortes, segundo a instituição de ensino, representam sérios riscos para o andamento das atividades acadêmicas

“A UFRPE informa a comunidade acadêmica e a sociedade sobre os graves riscos dos cortes médios de 30% dos recursos de custeio das instituições federais de ensino superior (IFES), estabelecidos pelo Governo Federal. A medida dificultará o adequado cumprimento do planejamento das atividades acadêmicas e administrativas, realizado por nossa instituição com base nos recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019”, alertou a instituição de ensino por meio do comunicado.

A Universidade garante que tem realizado “esforços significativos de gestão e governança” para minimizar as limitações de recursos financeiros impostos às instituições de ensino. Porém, a UFRPE reconhece que, “a presente medida, se mantida”, prejudicará o seu funcionamento pleno.

Para exemplificar os riscos, a UFRPE detalhou os seguintes dados:

A UFRPE sofreu um bloqueio orçamentário de R$ 23,6 milhões, ou seja, 31,3% do orçamento discricionário. Esse bloqueio, contudo, não ocorreu de forma linear, como segue:

1. Bloqueio de 30% para bolsas e capacitação;

2. Bloqueio 37,04% do funcionamento da Universidade – energia elétrica, água, segurança, limpeza e outros serviços terceirizados - ou seja, redução de R$ 19,4 milhões;

3. Quanto ao orçamento de capital (investimentos), houve um bloqueio de R$ 3,1 milhões, representando uma diminuição de 44%;

- Do orçamento discricionário previsto para o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (CODAI) - R$ 2,6 milhões -, foram bloqueados R$ 622 mil, sendo esse bloqueio exclusivamente no custeio.

- Em relação à nova Universidade Federal do Agreste (UFAPE), houve um bloqueio de R$ 3,7 milhões, o que representa 30% do orçamento que estava previsto. Vale salientar que essa redução também não ocorreu de maneira uniforme. O orçamento de bolsas, capacitação e capital sofreu uma redução linear de 30%. Já o orçamento de custeio foi suprimido em 31,9%, reduzindo o orçamento de R$ 9,25 milhões para R$ 6,2 milhões. 

É importante considerar que o bloqueio orçamentário foi realizado quando já havia decorrido 4 meses de execução orçamentária, o que representará um montante percentual bem maior no orçamento da UFRPE. Os cortes podem resultar numa supressão de até 50% dos contratos realizados pela instituição.

A instituição pernambucana prometeu reunir esforços para que seus representantes trabalhem em prol da manutenção dos recursos financeiros. “Garantir o funcionamento pleno das Universidades Públicas Federais é referendar o papel fundamental destas instituições no ensino, na pesquisa, na extensão e na inovação. As Universidades Públicas Federais do Brasil estão nas primeiras colocações em todos os indicadores de qualidade, divulgados por órgãos especializados. Fortalecer a Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e Inclusiva é fundamental para o desenvolvimento do país e para a redução das desigualdades sociais no Brasil. Manteremos a comunidade informada”, concluiu a UFRPE.

Univasf também foi atingida

Ao LeiaJá, a assessoria de comunicação da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) confirmou que atividades da instituição de ensino foram prejudicadas com o bloqueio de 30% no orçamento. "Abrange ações de fomento à graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão; contratos; capacitação de servidores; programas de restruturação e modernização. Esta medida do governo federal alcança e afeta diferentes serviços das universidades, tanto no campo administrativo como também acadêmico", informou a Univasf por meio de nota.

De acordo com a Universidade, o percentual de 30% corresponde a um bloqueio superior a R$ 11 milhões referentes ao orçamento de custeio. Já no que diz respeito a investimento, o corte é maior que R$ 6 milhões, prejudicando 84% do quantitativo previsto.

“Os impactos decorrentes são a redução imediata da capacidade de investimento em obras e aquisição de equipamentos. O orçamento do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) destinado à assistência aos estudantes de ensino superior permanece inalterado para respectiva execução, mas indiretamente é também impactado pela retração no orçamento global de custeio da instituição, visto que os recursos do Pnaes não são suficientes para atender a todos os estudantes da Univasf em situação comprovada de vulnerabilidade socioeconômica", comunicou a Univasf.

O anúncio de cortes nas verbas para três universidades públicas que, segundo o ministro da Educação Abraham Weintraub, estão "fazendo balbúrdia" tem rendido críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O ex-candidato à Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), disparou contra a medida e questionou se o próximo passo será invadir as universidades com o Exército.  

“Universidade que debate os desafios do país e forma jovens para a cidadania deveria ser premiada. Punir instituições com corte de verbas porque se discorda dos eventos promovidos é de um autoritarismo atroz. Qual o próximo passo? Invadir o campus com o Exército, como na ditadura?”, indagou o psolista.

##RECOMENDA##

As unidades de ensino superior que vão sofrer os cortes de 30% no orçamento, segundo o ministro, são as Universidades Federal Fluminense (UFF), Federal da Bahia (UFBA) e a de Brasília (UnB).

“A alegação do ministro-censor é de que há ‘balbúrdia’ nas universidades. Balbúrdia é corte no bandejão, nas bolsas de estudo. É perseguir professores. É, do alto da ignorância, atacar áreas do conhecimento como inúteis. Balbúrdia é o que esse governo promove na educação”, acrescentou Boulos.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) não foi o único a criticar a atitude do MEC. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) classificou a atitude como parte de um “projeto obscurantista”.

“Balbúrdia e arruaça é o que fazem o ministro da Educação e Bolsonaro com as universidades. Cortar verbas da UFF, UFBA e Unb é parte de um projeto autoritário e obscurantista de ataque à liberdade de pensamento e destruição da educação superior pública”, argumentou o parlamentar.

A postura foi endossada pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que pontuou “perseguição ideológica e desmonte da educação” como a linha política do MEC. “Falta competência e conhecimento sobre gestão do ensino superior. Ministro assume postura autoritária e vergonhosa. Mais respeito à autonomia das instituições e das universidades”, pediu a petista.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (30) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) trocou Ricardo Vélez do comando do Ministério da Educação (MEC), a quem chamou de “ridículo”, por Abraham Weintraub que, segundo o petista, tem um perfil "autoritário".

A análise de Haddad diz respeito à declaração de Abraham Weintraub ao jornal Estado de São Paulo de que as verbas destinadas para três universidades brasileiras serão reduzidas porque elas estão "fazendo balbúrdia" no lugar de “melhorar o desempenho acadêmico”.

##RECOMENDA##

“Bolsonaro trocou um ministro da Educação ridículo por outro ridículo e autoritário”, disparou o ex-candidato à Presidência da República, em publicação nas redes sociais.

As unidades de ensino superior que vão sofrer os cortes de 30% no orçamento, segundo o ministro, são as Universidades Federal Fluminense (UFF), Federal da Bahia (UFBA) e a de Brasília (UnB).

O anúncio do estudo que vem sendo realizado pelo Ministério da Educação para cortar as verbas destinadas para os cursos da área de humanas, como filosofia e sociologia, tem repercutido negativamente entre os políticos de oposição. Na ótica do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), caso se concretize, a medida mostra o desejo do governo de Jair Bolsonaro de emburrecer o país.

“Tirar recursos de faculdades de filosofia e sociologia mostra o real projeto deste governo: de emburrecimento do país”, disparou Gadêlha. “Os cursos de humanas são fundamentais para a construção de ideias e pensamento críticos em qualquer sociedade. Um povo que não pensa não luta por seus direitos”, acrescentou o parlamentar.

##RECOMENDA##

Para Túlio, “com essa decisão, o governo mostra também desconhecer dois princípios constitucionais que norteiam a educação brasileira: o princípio da autonomia das universidades e a liberdade de cátedra”. “Ferir a Constituição é inaceitável”, argumentou o pedetista.

A divulgação da eventual mudança no destino dos recursos do MEC foi feito pelo próprio Jair Bolsonaro hoje pela manhã. De acordo com o anúncio do presidente concedido mais cedo, a intenção do governo é investir em áreas que deem retorno imediato à sociedade e “gere renda”, como os cursos veterinária, engenharia e medicina.

LeiaJá também

--> Marcelo Freixo chama Bolsonaro de 'olavete' e 'fanático'

--> Humanas: professores comentam possível corte de verbas

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) criticou, nesta sexta-feira (26), a possibilidade do Ministério da Educação (MEC) cortar verbas destinadas para os cursos da área de humanas, como filosofia e sociologia, das universidades. O anúncio da eventual mudança do MEC foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) hoje.

Para Freixo, a medida é a prova de que Bolsonaro é fanático e um “olavete”, termo utilizado para denominar os seguidores das ideias do professor Olavo de Carvalho, considerado uma espécie de ‘guru’ do presidente.

##RECOMENDA##

“O fanatismo do presidente é uma ameaça cada vez mais grave democracia. Jair Bolsonaro anunciou a perseguição e estrangulamento dos cursos de Ciências Humanas! Fala-se muito do problema que são os Olavetes no Ministério da Educação. Pior é ter um na Presidência da República”, considerou o psolista.

“Bolsonaro quer que jovens leiam, escrevam, mas não pensem. Quer que sejam máquinas como ele. Um atraso sem precedentes. Em que país desenvolvido estudantes são desestimulados a pensar? É uma condenação do pensamento e da escolha profissional dos jovens pelas Ciências Humanas”, acrescentou.

O deputado federal não foi o único a questionar a medida. A ex-deputada pelo PCdoB no Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, classificou a pretensão do governo como “estúpida”.

“O presidente que acredita que o holocausto foi de esquerda quer acabar com os cursos de humanas. Parece estupidez, mas é projeto: de mergulhar o país na ignorância, na mentira, nas trevas. A aparente loucura tem lógica: quem é inimigo da verdade é inimigo das humanas”, observou a comunista.

De acordo com o anúncio do presidente concedido mais cedo, a intenção do governo é investir em áreas que deem retorno imediato à sociedade e “gere renda”, como os cursos veterinária, engenharia e medicina.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, disse nesta segunda-feira, 12, que o programa Minha Casa, Minha Vida, vitrine do governo Dilma Rousseff, não será atingido pelo corte de verbas. "Se houver cortes no Orçamento, o nosso Ministério será um dos últimos a ser afetado", afirmou Kassab ao jornal O Estado de S. Paulo, após uma reunião com Dilma no Palácio do Planalto.

Até agora, o aperto definido por decreto para os ministérios - que valerá até a aprovação do Orçamento de 2015 pelo Congresso - impõe à pasta de Cidades uma redução de gastos da ordem de R$ 1,7 bilhão ao longo do ano.

##RECOMENDA##

"Saberemos priorizar as obras mais importantes em habitação, saneamento e mobilidade urbana e, se necessário, teremos condições de ponderar junto ao Ministério do Planejamento", afirmou Kassab, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma tesourada maior nos programas da pasta que comanda. "O Ministério das Cidades trabalha com problemas grandes, mas também com soluções grandes", emendou ele.

Kassab disse que o governo federal continua "determinado a socorrer o Estado de São Paulo", que sofre com a crise de abastecimento de água, e também em fazer parcerias com prefeituras, como a da capital paulista, para obras de habitação, mobilidade urbana e saneamento.

Na sexta-feira, Kassab visitou Vitória e propôs ao governador Paulo Hartung o aumento da participação do Espírito Santo no Minha Casa, Minha Vida. Na ocasião, o ministro também garantiu que o governo Dilma dará prioridade à parceria para obras de prevenção de enchentes no Estado.

Kassab afirmou hoje que continuará visitando governadores e prefeitos. Sua ideia é fazer uma radiografia dos projetos e convênios em curso, em todo o País, para verificar "in loco" problemas e o que pode ser aperfeiçoado.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando