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Na última semana, uma jovem foi acusada de fraudar o sistema de cotas raciais do concurso para analista judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Na ocasião, e após a repercusão negativa, ela chegou a divulgar uma nota em que em que reforçava que todo o processo estava dentro dos tramites da política de cotas e ainda afirmou que se autodeclara como parda "muito antes do advento da Lei de Cotas".

Depois do caso ganhar notoriedade, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apura se houve fraude na aprovação da servidora no certame pelo sistema de cotas. O episódio envolvendo Noemi da Silva Araújo abre para questionamentos sobre o funcionamento do sistema de cotas nos concursos públicos. Afinal, o que diz a lei? quem pode participar do sistema? Confira:

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LEI Nº 12.990

Na tentativa de diversificar o perfil racial, em 2014, foi sancionada, pela ex-presidenta Dilma Rousseff, a Lei nº 12.990, que destinada para negros 20% das vagas ofertadas nos concursos públicos “para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União”. 

De acordo com a resolução, que tem vigência de 10 anos, o sistema de reserva de vagas deve ser aplicado sempre que o quantitativo de oportunidades for igual ou superior a três. Além disso, a lei exige que, nos editais dos certames, sejam expostas as opções do sistema de cotas, especificando o número "total de vagas correspondentes à reserva para cada cargo ou emprego público oferecido".

Quem pode concorrer à reserva de vagas?

Ainda segundo a Lei 12.990, podem concorrer à reserva de vagas candidatos que se autodeclaram pretos ou pardos no ato da inscrição do concurso público, de acordo com "o quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em alguns processo seletivos, além da autodeclaração, o participante passa por uma banca de heteroidentificação, que é um procedimento complementar e visa cumprir as políticas afirmativas.

Em caso de constatação de declaração racial falsa, está previsto na lei que o candidato será "eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis".

Proposta de ampliação

Em 2022, o senador Paulo Paim (PT) propôs ampliação da Lei 12.990. Na proposta, o parlamentar salienta que a resolução "não alcançou, ainda, o ponto ótimo da política que consiste na equivalência plena” e propõe uma nova vigência de 10 anos, ou seja, de  2024 a 2034. 

“As ações afirmativas tratadas neste projeto de lei consistem, pois, em ações proativas estatais que visam à mitigação da discriminação no acesso a cargos públicos sofrida pelos negros, fruto de um racismo estrutural presente em toda a sociedade e de um racismo institucional presente no aparelho de Estado”, disse Paim durante apresentação do projeto.

Integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) participam, a partir desta semana, de eleições para as diretorias regionais e o Conselho Federal da entidade em meio ao desafio de cumprir cotas raciais e de gênero nas chapas inscritas. A regra prevê que metade dos integrantes seja composta por mulheres e ao menos 30% dos concorrentes seja de pretos ou pardos. Mas o cumprimento da cota racial se revelou especialmente complicado para a entidade, que já registrou mais de 200 denúncias de supostas fraudes, e hoje está rachada quanto à aplicação das próprias ações afirmativas.

As denúncias foram recebidas pela Comissão Especial de Mapeamento e Monitoramento da Advocacia Negra na Ordem (Cemmano), órgão da Associação Nacional da Advocacia Negra (Anan) cujo interesse é assegurar que todas as chapas tenham advogados pretos na composição.

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Na tentativa de coibir o descumprimento, a Anan decidiu entrar com impugnação em todas as seccionais da OAB, que correspondem às 27 unidades da federação. A ideia era pressionar as comissões eleitorais a dar atenção à regra. Mas, como pelo regulamento esse tipo de pedido deve ser feito pelas chapas adversárias, apenas sete unidades federativas deram retorno à Anan e a maioria rejeitou a abertura de processos de investigação.

Para o presidente da Cemmano, Marcelo Toledo, os casos suspeitos somariam muito mais do que as duas centenas de denúncias registradas. "Muitos (advogados negros) não querem apresentar denúncia, preferem ficar no anonimato", afirmou Toledo, para quem o porcentual de participação de advogados negros não é apenas uma cota, mas uma reparação. "Defendemos uma maior participação de negros em cargos de liderança. Nós não queremos tirar espaço de ninguém. Se você não se vê representado em uma diretoria, acaba não pertencendo àquela classe que você contribui."

Algumas chapas pediram o impedimento de concorrentes por supostas irregularidades com base no critério racial. No Paraná, por exemplo, a Justiça determinou a publicação aos concorrentes das declarações raciais de todos os candidatos, alegando a necessidade de transparência para execução de políticas públicas.

Na chapa Artigo 5º, que concorre à diretoria da seccional no Estado, o candidato Rômulo Quenehen se declarou branco quando foi candidato a vice-prefeito de Curitiba em 2020. Já no processo eleitoral da OAB, este ano, ele se apresenta como pardo.

Em resposta ao Estadão, Quenehen afirmou que não mudou o entendimento. "A segregação nunca foi uma preocupação pessoal, e é a primeira vez que me deparo com esta situação esdrúxula de imposição que eu declare minha raça entre branco ou pardo", disse em nota. "O que existe na verdade é uma imposição social para que o cidadão brasileiro se auto segregue." Quenehen também enviou fotos e documentos da família, indicando ser descendente de negros.

IMPUGNAÇÃO

Para Marcelo Trindade, presidente da chapa Algo Novo e responsável pela impugnação, o suposto descumprimento das cotas revela "falta de respeito com a advocacia". "Não é uma questão de ser a favor ou não. É uma regra", diz. O concorrente Romulo Quenehen diz que deve entrar com impugnação contra integrantes da Algo Novo, pois considera que há candidatos que "não aparentam ser pardos".

No Distrito Federal, uma decisão unânime da comissão eleitoral contrariou um relatório feito pela Subcomissão de Heteroidentificação da OAB local, que sugeriu o impedimento de 13 dos 15 concorrentes da chapa Você na Ordem, presidida pela advogada Thais Riedel. A contestação apontava "o claro intuito de burlar a ação afirmativa instituída pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil".

Thais Riedel ressaltou que é favorável à política de cotas e que considera legítimo o questionamento da Anan. "Jamais fraudaria um processo eleitoral e muito menor usaria qualquer subterfúgio para não cumprir uma regra tão meritória quanto essa. Respeitei a autodeclaração e entendo que não cabe a mim questionar um aspecto tão sensível da vida das pessoas", disse em nota.

A chapa também questionou o parecer da subcomissão, que segundo ela, fez as análises com base em fotos de internet.

CRITÉRIO

Ao Estadão, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral da OAB, Airton Molina, lembra que para esta eleição o critério adotado é a autodeclaração. "As comissões eleitorais seccionais têm que aceitar a autodeclaração, e quando houver impugnação teria que se basear nos elementos que ela tem na ficha de inscrição. Sendo possível levar em consideração o fato fenótipo, que vai nortear a política de cotas em todos os sentidos", disse. Para o próximo pleito, ele defende que o Conselho Federal nomeie um relator para a matéria e normatize o caso, criando bancas de heteroidentificação.

Esse tipo de critério é o mesmo usado em concursos públicos e processos seletivos para as universidades federais, estabelecido em uma decisão do Supremo Tribunal Federal em 2012. Para o presidente da Comissão Especial de Validação da Autodeclaração de candidatos pretos e pardos, da Universidade Federal do Paraná, Paulo Silva, a ideia de se avaliar o fenótipo, e não apenas a herança familiar do candidato, tem como base o fato de que as pessoas são discriminadas no Brasil pela aparência e trata-se, portanto, da maneira com que são reconhecidas socialmente. "O primeiro passo é a autodeclaração, mas ela não é suficiente porque (as cotas) têm uma relação direta com ocupação de espaços de poder", afirmou.

Para a Anan, a heteroidentificação permite evidenciar os preconceitos e limitações vividos pelos advogados negros. "Não basta você ter ascendência negra. Tem que ter características negras. Quanto mais características, mais vai sofrer racismo, o que significa não poder acessar certos cargos, certos trabalhos", afirmou Edna Ramos, da Cemmano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta segunda-feira (19), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou um tutorial para estudantes cotistas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com o início do envio dos documentos para as pré-matrículas, os selecionados autodeclarados pretos ou pardos precisam fazer um vídeo para validação das Comissões de Heteroidentificação, além de providenciar a documentação exigida no processo seletivo.

De acordo com a instituição de ensino, o envio do vídeo precisa ser feito pelos aprovados nos campi Recife, Vitória e Agreste, bem como é necessário para os estudantes da lista de espera. “É da responsabilidade do candidato a boa qualidade e resolução do vídeo produzido, que é individual e deve ser gravado com o celular na posição horizontal em local com fundo branco. Também é preciso evitar a entrada de luz por trás da imagem e realizar a filmagem em ambiente com boa iluminação, que não interfira na qualidade de imagem. Não é permitido usar filtros e/ou aplicativos para modificar o vídeo captado nem usar boné, chapéu, turbante, maquiagem ou óculos escuros”, alertou a Universidade.

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O resultado das Comissões de Heteroidentificação está programado para a sexta-feira (23). A entrega remota dos documentos dos aprovados na UFPE começa nesta terça-feira (20).

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No final do ano passado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou e implementação de cotas raciais nas eleições do órgão. A medida deve ser cumprida para todos os cargos em pleito, como diretoria, conselheiros seccionais, federais e diretoria da Caixa de Assistência aos Advogados.

Diante disso, a UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, campus Graças, promove uma palestra on-line e gratuita com tema “Sistema OAB e cotas raciais: novas perspectivas para 2021”. A atividade acontece nessa quinta-feira (28), às 18h.

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“Teremos convidadas engajadas nessa temática e com muita experiência. Esse é um tema importante, pois é o primeiro passo para uma OAB antirracista”, afirmou o advogado e coordenador do curso de Direito da UNINASSAU, Recife, campus Graças, Glebson Bezerra. Interessados em participar podem fazer a inscrição pelo site eventos.sereduc.com/eventos-online.

Da assessoria

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito do Recife (FDR), que faz parte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aprovou nesta terça-feira (29) a adoção de cotas raciais para cursos de mestrado e doutorado da instituição. 

De acordo com a professora Mariana Fischer, coordenadora de pós-graduação em direito, serão sete linhas de pesquisa com três vagas para doutorado e seis para mestrado em cada uma delas e “cada linha terá uma vaga para mestrado e uma para doutorado reservada para cotas”.

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Ao final do processo de seleção, segundo a professora, os alunos cotistas selecionados passarão pela comissão de verificação de heteroidentificação da UFPE, a fim de avaliar a autodeclaração. Mais detalhes serão divulgados no edital, que segundo a professora Mariana, deverá ser republicado “amanhã ou depois” incluindo a reserva de vagas. 

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O Movimento de Juristas Negros e Negras encaminhou ofício ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil cobrando cota de 30% para negros nos cargos da entidade. A manifestação foi enviada enquanto a OAB se prepara para discutir, na próxima segunda-feira (14), questões de paridade de gênero e igualdade racial dentro da associação.

Uma proposta já levada ao plenário do conselho busca estipular em 15% as cotas raciais para o Conselho Federal da OAB. Para o Movimento de Juristas Negros, o número ainda é insuficiente e a medida não prevê parâmetros que evitem fraudes em autodeclarações feitas por candidatos "oportunistas".

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Hoje, apenas um conselheiro federal com direito a voto na entidade é negro. Por essa razão, o movimento também pede concessão de tempo de fala durante o julgamento a advogados que integram o movimento. Junto do ofício, foi anexado uma nota técnica na qual 161 advogados e 37 entidades exigem a cota racial.

"Por quanto tempo mais a advocacia negra no Brasil terá de esperar para que esta instituição cesse a injustiça das invisibilidades em seus quadros e leve a cabo o projeto constitucional de sociedade livre, justa e solidária?", questiona. "É fundamental que se garanta a diversidade do pensamento jurídico e das experiências que atravessam a advocacia negra nos debates, para ampliação da tutela do interesse institucional da advocacia negra, garantindo-se a isonomia e segurança jurídica, imprescindíveis ao Estado Democrático de Direito".

Os advogados citam ainda "resistência e oposição de alguns representantes seccionais" e "propostas estapafúrdias" sobre o tema. Ele exigem que a sessão do dia 14 seja transmitida pela internet - o que não ocorreu na reunião do dia 1°.

"Apesar dos temas serem de profundo interesse de toda a categoria profissional e de toda a sociedade, a sessão não foi transmitida pelo canal da OAB Nacional e foi através do ativismo virtual de algumas conselheiras federais que pudemos acompanhar, precária e parcialmente, os encaminhamentos ao longo do dia, bem como noite adentro", apontam.

Paridade de gênero

Além da cota racial, a OAB discute a implantação de paridade de gênero dentro da entidade. Apesar de serem maioria, as advogadas compõem somente 20 dos 81 vagas fixas de conselheiras da atual gestão. Outras 23 mulheres estão no cargo em exercício, como suplentes. Nenhuma mulher se autodeclara negra.

Nesta quarta-feira (19), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou a relação dos candidatos que entraram com recurso contra o resultado da primeira chamada da Comissão de Heteroidentificação das cotas raciais do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Os candidatos que foram considerados aptos, após contestações dos primeiros resultados, podem consultar seus nomes no hotsite do processo seletivo.

“Foram avaliados apenas os recursos dos candidatos considerados não aptos na primeira chamada que compareceram durante o período de pré-matrícula, ocorrido de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, para a entrega dos documentos nos locais determinados pelo Edital 10/2019. O resultado dos candidatos considerados não aptos será enviado por e-mail, não cabendo a interposição de novos recursos no âmbito da UFPE”, detalhou a instituição de ensino.

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Ainda de acordo com a UFPE, no que diz respeito aos recursos dos candidatos não aptos pela Comissão de Verificação Pessoas com Deficiência (Comissão de Verificação – PcD), o resultado está previsto para o dia 20 deste mês. O procedimento também é referente à primeira classificação do Sisu.

A Universidade Estadual de Paulista (Unesp) desligou 30 estudantes que tiveram informações invalidadas em suas autodeclarações como pretos ou pardos na inscrição de vestibulares dos anos anteriores a 2020.

Os desligamentos foram publicados nesta quinta-feira (30), no Diário Oficial do Estado de São Paulo. As autodeclarações permitiram a entrada na universidade por meio do sistema de cotas raciais, desta forma, tirando a vez de candidatos que realmente se enquadram nos requisitos. Os alunos foram convocados para conferência após a foto no ato da matrícula não se mostrar conclusiva.

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Na Unesp, metade das vagas é destinada para candidatos que estudaram em escolas públicas. Desse total, 35% são para quem se autodeclara preto, pardo ou indígena.

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A Universidade de São Paulo (USP) está apurando 21 denúncias de possíveis fraudes ao sistema de cotas raciais. Durante o processo de apuração, parte dos alunos pediu o cancelamento de suas matrículas. As denúncias tiveram início através de comitês de verificação formados por estudantes da universidade. 

A comissão nomeada pela Pró-Reitoria de Graduação da USP encaminhou os casos para análise da Procuradoria-Geral da instituição, que seguirá as investigações. As 21 possíveis fraudes investigadas são uma fração mínima se comparadas aos 3.595 candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas nos vestibulares 2018 e 2019, mas há quem acredite que o total de fraudes é maior. 

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Lucas Módolo é recém formado pela Faculdade de direito da USP, onde integrava o Comitê Anti-Fraude criado por ele e outros alunos para verificar a autodeclaração racial, uma vez que a universidade não tem nenhuma política de checagem. Durante o ano, o Jornal do Campus, feito por e para alunos da USP, trouxe publicações em que Lucas Módolo e Igor Leonardo, também do curso de direito, apontam para um dossiê com 400 possíveis fraudes. Após uma avaliação preliminar, uma denúncia com 50 nomes foi oficialmente apresentada à universidade. 

Atualmente, a seleção de alunos na Universidade de São Paulo é feita majoritariamente pelo Sistema de Seleção Simplificada (Sisu), mas 47% das vagas são preenchidas por meio do vestibular da Fuvest. O sistema de cotas começou a ser implantado em 2018 gradualmente e deve chegar à reserva de 50% das vagas em 2021. 

A Faculdade de Direito da USP instaurou uma comissão própria para apurar possíveis fraudes. De acordo com Floriano de Azevedo Marques Neto, diretor da unidade, cerca de 10 estudantes cancelaram as matrículas antes da apuração ser concluída. Ao fim dos trabalhos, um terço dos casos foi levado à Pró-Reitoria de Graduação e no que diz respeito aos demais, a comissão decidiu que os outros eram, de fato, negros. 

Verificação

Em outubro de 2019, as defensorias públicas do Estado de São Paulo e da União recomendaram que a USP passe a prever, em seu processo seletivo, uma etapa de verificação da autodeclaração racial, preferencialmente por meio de entrevistas. Além disso, o documento solicita a implementação de instâncias internas de apuração e o fim da exigência do registro de boletim de ocorrência por parte dos denunciantes de fraudes (determinação feita pela USP e que impede a realização de denúncias anônimas). O tema também é demanda do movimento negro organizado na universidade.     

O Pró-Reitor da USP, Edmund Baracat, afirmou que o procedimento da universidade sobre a verificação da autodeclaração está em análise. Ainda de acordo com ele, é muito difícil instituir a entrevista aos candidatos autodeclarados na USP devido ao volume de ingressantes. “Uma entrevista leva em torno de meia hora. Quanto tempo levaria para falar com todos?”, questionou ele. 

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Já está disponível o resultado da seleção para ingresso na Comissão de Heteroidentificação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A comissão de cotas raciais analisa para validar ou não a autodeclaração racial dos candidatos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Confira os nomes selecionados.

Quem foi aprovado deve comparecer à Oficina de Formação para atuação nas Comissões de Validação da Autodeclaração Racial, nesta terça-feira (17) e na quinta-feira (19), no Auditório 3 da Biblioteca Central, no Campus Recife. A qualificação ocorrerá das 8h às 12h e das 14h às 17h.

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“Os candidatos classificados podem compor a Comissão de Heteroidenficação por até dois anos, podendo haver renovação – também por dois anos. O trabalho das comissões será definido de acordo com a necessidade institucional. A Comissão de Elaboração do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) e o Programa de Ações Afirmativas para População Negra e Indígena (PAAF) ficaram responsáveis pela análise e julgamento das inscrições”, detalhou a Universidade.

Mais informações sobre a formação podem ser obtidas pelo e-mail heteroidentificacao.ufpe@gmail.com. O Campus Recife fica na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste da cidade.

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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) prorrogou, até quarta-feira (11), as inscrições para os interessados em integrar a Comissão de Heteroidentificação. O grupo atua na validação da autodeclaração racial dada por estudantes que se dizem negros e pardos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O prazo de candidaturas seria encerrado hoje.

Segundo a UFPE, os candidatos à Comissão devem ser membros da comunidade universitária, tais como docentes, técnicos e alunos regularmente matriculados - desde que tenham mais de 18 anos -. É exigida experiência comprovada na temática da promoção de igualdade racial e do “enfrentamento ao racismo, mediante participação em grupos de pesquisa, movimento sociais negros, coletivos ou outras instâncias congêneres dedicados às relações étnico-raciais; ou em seminário, oficina ou curso sobre a temática étnico-racial”.

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Cidadãos vinculados a grupos de pesquisas, movimentos sociais negros, coletivos e demais instâncias que atuam em questões étnico-raciais também podem se candidatar. As inscrições devem ser feitas pela internet sem a necessidade de taxa de participação.

“Para atuar na comissão, é necessário ter disponibilidade para participar da Oficina de Formação para a atuação nas Comissões de Heteroidentificação no período de 17 a 19 deste mês. Esclarecimentos adicionais, como documentação necessária à inscrição, critérios para análise e julgamento das inscrições, entre outros, devem ser dirimidas no edital ou poderão ser demandados pelo e-mail heteroidentificacao.ufpe@gmail.com”, informou a Universidade.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) manterá a Comissão de Heteroidentificação para a edição 2020 do Sistema Seriado de Avaliação (Sisu). O objetivo do procedimento é avaliar para reprovar ou validar autodeclarações prestadas por candidatos inscritos no sistema de cotas para pretos e pardos.

Neste ano, o procedimento foi alvo de polêmicas. Candidatos, inicialmente reprovados, protestaram contra a UFPE. A instituição de ensino, por sua vez, acabou realizando novas avaliações.

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Segundo a Universidade, nesta quarta-feira (4) iniciam as inscrições para a seleção destinada à participação voluntária na Comissão de Heteroidentificação. “Para participar da comissão, a pessoa deve ser membro da comunidade universitária da UFPE - servidores (docentes e técnicos) em atividade ou aposentados, bem como estudantes regularmente matriculados, maiores de 18 anos -, além de ter experiência comprovada na temática da promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo, mediante participação em grupos de pesquisa, movimento sociais negros, coletivos ou outras instâncias congêneres dedicados às relações étnico-raciais; ou em seminário, oficina ou curso sobre a temática étnico-racial. Também podem se candidatar pessoas vinculadas a grupos de pesquisa, movimentos sociais negros, coletivos ou outras instâncias congêneres dedicadas às relações étnico-raciais”, informou a UFPE.

Ainda é exigido que os integrantes da Comissão tenham disponibilidade para participar de uma oficina de formação, prevista para o período que vai do dia 17 a 19 deste mês. A data de atuação do grupo avaliador, porém, ainda não foi divulgada, ficando a critério da UFPE conforme suas necessidades institucionais.

As inscrições para os interessados em integrar a Comissão serão realizadas até o dia 9 deste mês pela internet. “Esclarecimentos adicionais, como documentação necessária à inscrição, critérios para análise e julgamento das inscrições, entre outros, devem ser dirimidas no edital ou poderão ser demandados pelo e-mail heteroidentificacao.ufpe@gmail.com”, orientou a instituição de ensino. Para mais detalhes, acesse também o edital do processo seletivo.

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André de Souza, aprovado em odontologia na UFPE através da política de cotas raciais. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Em 1997, apenas 1,8% dos jovens entre 18 e 24 anos que se declararam negros havia frequentado uma universidade, segundo o Censo da Educação Superior. De lá pra cá, muitas conquistas foram alcançadas no que diz respeito à inclusão de pessoas negras e pardas nas universidades brasileiras, mas a disparidade entre brancos e negros ainda é bem visível, de acordo com dados obtidos na 'V Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes das Universidades Federais'.

Em 2003, ano em que a pesquisa passou a coletar informações relacionadas à cor e raça, o número de pretos e pardos nas universidades era 20,2% menor que o percentual de brancos, conforme gráfico a seguir:

Só em 2000, 112 anos depois da libertação dos escravos do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro, de forma pioneira, deu um passo em direção às políticas de cotas, reservando, pela Lei N° 3524/2000, 50% das vagas da rede pública estadual de ensino universitário para estudantes que tenham cursado, integralmente, os níveis fundamental e médio em instituições da rede pública - partindo do pressuposto de que mais de 70% dos alunos de escolas públicas no Brasil, segundo Mônica de Oliveira, ex-integrante da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), são negros ou pardos -.

Alice Leal, 22, estudante do sétimo período de comunicação visual na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ingressou na instituição por meio da política de cotas raciais. A aluna, autodeclarada parda, contou ao LeiaJá que já presenciou casos em que pessoas aprovadas pelo sistema cotista tiveram suas habilidades e conhecimentos questionados por alunos não cotistas.

“Na época da escola eu até cheguei a escrever redações contra as cotas raciais. Depois, quando adquiri maturidade, percebi que estava incluída naquele grupo”, revela. Sobre os investimentos na educação básica, necessários para permitir que jovens de baixa renda, em sua maioria, negros e pardos, tenham melhores oportunidades, “muita gente fala, mas a gente nunca vê acontecer”, desabafa a estudante.

Caso UnB

Em 2003, a Universidade de Brasília aprovou o 'Plano de Metas Para a Integração Social, Étnica e Racial', assinado pelos professores Rita Laura Segato e José Jorge de Carvalho, que estabelecia que 20% das vagas do vestibular deveriam ser destinados a estudantes negros. Desde a implementação da política, em 2004, até 2018, quase 3.500 estudantes negros ingressos pelas cotas raciais concluíram a graduação. Em 2017, o número de ingressantes que se autodeclararam negros chegou a 33,53%, de acordo com o levantamento do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) da UnB.

“A sociedade brasileira foi formada sobre pilares de superioridade racial. Foram quase 400 anos de escravidão. Esse tipo de preconceito assinala que algumas raças ou etnias são superiores às outras, seja pela cor da pele, pensamentos, crenças, classe social, inteligência ou cultura”, disse, em 2018, em entrevista a site do governo federal, a advogada Mônica Matos, especialista em direitos humanos e secretária-adjunta da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF).

Em Pernambuco, de acordo com a 'V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) graduandos (as) das IFES', realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que coleta dados sobre o perfil dos estudantes desde 2003, apenas 11,6% dos universitários pernambucanos se declararam negros - três vezes menos que alunos brancos, que representam 35,5% dos universitários no Estado.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será a nova casa de André de Souza, 20 anos, que vai estudar odontologia. Oriundo de um bairro desfavorecido da Zona Norte do Recife, André conta que não sentia motivação por parte da escola que estudava, além das dificuldades que precisou enfrentar para conseguir continuar frequentando o cursinho pré-vestibular comunitário, que, segundo ele, foi de extrema importância em sua aprovação.

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Um dos pontos defendidos pelos que se posicionam contra as políticas de cotas raciais é que não existe a possibilidade de identificar a raça ou etnia do candidato devido à grande mistura e miscigenação da população brasileira. Em 2019, a UFPE criou uma banca étnico-avaliadora denominada Comissão de Validação de Autodeclaração Racial, responsável por comprovar a declaração dos candidatos pretos e pardos selecionados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e a situação financeira do grupo familiar desses alunos.

Também na UFPE, Marjory Williams, 21, aluno de farmácia, defende a política de cotas como forma de ingresso nas instituições de ensino superior. Marjory, que nasceu em Belém de São Francisco, no semiárido pernambucano, participa de grupos de militância pela comunidade negra, pobre e marginalizada na capital pernambucana. Ao LeiaJá, ele também contou sobre sua avó, a primeira mulher negra de sua cidade natal a concluir formação acadêmica além do ensino médio.

Uma instituição frequentada, historicamente, por brancos, em sua maioria, hoje, a Faculdade de Direito do Recife (FDR) vê uma maior diversidade em seus corredores. Gente preta, parda, branca, indígena e amarela. São estudantes que preenchem as salas de aula de uma das principais escolas da lei no país. Emanuely Soares, de 23 anos, aluna do sexto período de direito na FDR, conta que, nas turmas anteriores à política de cotas, é visível a preponderância branca nas salas de aula. “A gente chega aqui [na FDR] e vê alunos brancos procurando os nomes de seus pais e tios nas placas com as turmas de formandos que ficam espalhadas pela universidade. Esse é um lugar que as famílias deles já estão acostumadas a frequentar”, comenta.

Emanuely faz parte do primeiro grupo negro da história da FDR, denominado Grupo de Estudos Afrocentrados Baobá, que busca, sobretudo, estabelecer uma identificação entre os estudantes negros e os autores estudados durante a graduação.

Diferentes visões sobre as cotas raciais

Nesta mesma Faculdade de Direito, em fevereiro de 2017, foi aprovado o trabalho de tese de dourado “A inconstitucionalidade material do objeto racial da Lei de Cotas nº 12.711/2012: uma violação à ideologia da Constituição Federal do Brasil de 1988”, da advogada Gina Gouveia. A jurista se opõe às cotas raciais por acreditar que elas reforçam a discriminação e racismo sofridos pelas minorias.

Sobre as bancas avaliadoras, Gina falou ao LeiaJá que “os critérios são totalmente subjetivos". "Já aconteceu um caso de dois irmãos, filhos de pai negro e mãe branca, um ser aprovado e o outro não. Ambos são negros, mas um tem a pele mais clara", acrescenta a advogada.

Para Gina, “outras cotas, por exemplo, como a que contempla renda, avalia critérios mais objetivos". A advogada diz também que “os métodos de aplicação do processo seletivo exibem um 'Estado extremamente preconceituoso e discriminatório'".

De acordo com a ex-diretora da Seppir, Mônica de Oliveira, “o sistema de cotas precisa não só ser preservado como também ampliado, assim como as políticas de assistência para permanência na universidade”. Ainda segundo a especialista, “a falácia de que o sistema de cotas iria diminuir a qualidade de ensino das universidades brasileiras não passa disso”.

Reportagem faz parte do especial "Para que servem as cotas?", produzido pelo LeiaJá. O trabalho jornalístico explica a importância das cotas para a equidade e democratização dos espaços de educação brasileiros. Confira as demais reportagens:

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2 - A perspectiva social que explica a criação das cotas

4 - Saiba como funciona as Comissões de Verificação de Cotas

5 - Inclusão de pessoas com deficiência marca Lei de Cotas

6 - Cotas rurais garantem ensino ao povo do campo

7 - A aldeia no campus: cotas e reparação histórica aos índios

8 - Cotas para trans esbarram em preconceito no ensino básico

9 - ProUni: inclusão social no ensino superior particular

10 - O que é mito e o que é verdade sobre a Lei de Cotas?

11 - Como seria um mundo sem cotas? 

Uma tese realizada pela advogada Gina Gouveia Pires de Castro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), alega que cotas raciais ferem o princípio de igualdade previsto na Constituição Federal. O trabalho "A inconstitucionalidade material do objeto racial da Lei de Cotas nº 12.711/2012: uma violação à ideologia da Constituição Federal do Brasil de 1988” foi aprovada em fevereiro de 2018 e deu o título de doutora em direito constitucional à Gina.

De acordo com a jurista, a maneira como o procedimento acontece dentro do processo seletivo do concurso público viola o princípio da igualdade. O estudo salienta que as cotas despertam um sentimento de segregação e discriminação na sociedade. "Uma pessoa [de ampla concorrência] que vai fazer uma prova de concurso, por exemplo, se sente discriminada porque uma outra [inclusa nas cotas raciais] vai fazer a mesma avaliação e precisa de uma média diferenciada para passar", alega a doutora.

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A pesquisadora, orientada pelo professor doutor Ivo Dantas, ressalta, ainda, que não é contra as cotas sociais. "Acredito que as cotas sociais trouxeram inúmeros avanços e de forma alguma sou contra elas, mas, sim, sou contra a forma como o procedimento delas é feito", disse Gina, em entrevista ao LeiaJá.

A pesquisadora se refere ao processo de avaliação de bancas avaliadoras. "Os critérios são totalmente subjetivos. Já aconteceu um caso de dois irmãos, filhos de pai negro e mãe branca, um ser aprovado no concurso e o outro não. Ambos são negros, mas um tem a pele mais clara", complementou. 

Por outro lado, a doutora alega a necessidade de existirem formas mais concretas de aplicação da avaliação. "Outras cotas, por exemplo, como a que contempla renda, avalia critérios mais objetivos", sugere. Para ela, as cotas têm causado um descontrole na reserva de vagas. "Hoje há a multiplicação desefreada de cotas pela justificativa de que eu tenho que reparar um dano histórico causado. Já temos cotas para mulhres no Congresso, o que causa uma sensação de discriminação", declarou.

Gina ainda alegou que não existe mais de uma raça. "O que existe é a raça humana, isso é comprovado. O que está comprovado também é que a maior parte da genética dos brasileiros é indígena", argumentou. Segundo ela, os métodos de aplicação do processo seletivo exibem um "Estado estremamente preconceituoso e discriminatório". 

Foi aprovado pela Câmera Legislativa do Distrito Federal, nesta quarta-feira (5), o Projeto de Lei que determina a reserva de 20% das vagas em concursos públicos para negros. A proposta é de autoria da parlamentar Arlete Sampaio (PT) e foi apresentada em março deste ano, como forma de “reparar uma dívida social com a população negra”.

De acordo com o texto aprovado, a regra vale para concursos de cargos efetivos e empregos públicos nas áreas da administração direta, bem como das fundações e empresas públicas e das organizações de economia mista controladas pelo estado e Poder Legislativo.

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Para concorrer às vagas destinadas aos negros, o participante precisa se autodeclarar negro ou pardo no momento da inscrição. Uma comissão responsável irá analisar as autodeclarações, que se comprovadas falsas, eliminarão automaticamente o candidato do certame.

O projeto baseia-se na Lei nº 12.990 de 2014, sancionada no pela ex-presidente Dilma Roulsseff. A proposta agora, segue sanção do Governo do Estado.

 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, na tarde desta quinta-feira (28), uma informação importante sobre o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). De acordo com a instituição de ensino, os estudantes da primeira convocação da lista de espera que entraram com recursos nos dias 21, 22 e 25 deste mês, “por não terem sido validados pela Comissão de Validação da Autodeclaração Racial, devem comparecer para reavaliação no Corpo Discente, no Campus Recife”.

A reavaliação será realizada nos horários das 8h às 12h e das 14h às 17h, na seguinte ordem:

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7 de março – candidatos cujos nomes começam com as letras A a F; e

8 de março – candidatos cujos nomes começam com as letras G a Y.

Ainda segundo a UFPE, durante o procedimento, os candidatos precisam apresentar documento oficial com foto, além de comprovante do processo. “No atendimento, eles serão informados sobre os procedimentos a serem seguidos. Nesta etapa, foram avaliados cinco mil candidatos, dos quais 347 tiveram suas declarações invalidadas pela Comissão. Desse total, 127 entraram com recurso nos últimos dias 21, 22 e 25”, informou a Universidade.

A Universidade também reforçou que está disponível a republicação das relações dos classificados na primeira convocação da lista – segunda classificação – da lista de espera do Sisu:

Recife  

Vitória  

Caruaru

Engenharia, Medicina e Direito são os três cursos com mais pessoas aprovadas na reavaliação de cotas raciais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), divulgada nesta segunda-feira (25). O curso das ciências exatas teve 11 aprovados, o da área de saúde teve 8 e o de direito teve cinco nomes na lista divulgada pela instituição de ensino.

Ao todo, 74 nomes foram aprovados em 32 cursos diferentes dos campi da UFPE. Cursos como física, artes visuais, biblioteconomia, ciências biológicas, jornalismo, filosofia e ciências contábeis tiveram apenas um aprovado.

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Um dos aprovados no curso de ciências da computação, morador da cidade de Jataíba, no Agreste pernambucano, João Pedro Ribeiro, de 18 anos, vai correr atrás do prejuízo. “Vou chegar com duas semanas de atraso, mas pelo menos a situação foi resolvida. Creio que os professores vão dar alguma satisfação”, reflete. 

Confira a lista completa de aprovados neste link

Dos 188 candidatos que entraram com recursos para reavaliação da Comissão de Validação de Autodeclaração Racial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), 96 foram reprovados. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (25) e corresponde à análise realizada nos dias 21 e 22 deste mês, no Campus Recife.

Ao todo, dos estudantes que entraram com recurso solicitando uma nova avaliação, 74 foram aprovados e 18 não compareceram à reavaliação. O grupo de avaliadores era formado por três membros, entre estudantes, servidores e representantes da sociedade civil.

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"Os candidatos que tiveram sua situação validada e sendo da 1ª entrada deverão procurar o seu Centro Acadêmico para início das aulas e posteriormente serão integrados ao SIG@. Os candidatos da 2ª entrada, as aulas começarão no dia 03 de agosto de 2019", informou a UFPE.

 

 

 

 

 

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, nesta segunda-feira (25), o resultado da reavaliação de autodeclaração racial no âmbito do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No total, 188 candidatos que haviam sido reprovados entraram com recurso e passaram por uma nova análise nos dias 21 e 22 deste mês, no Corpo Docente da instituição de ensino, no Campus Recife. 

Dos 188 candidatos que entraram com recurso e tiveram o direito de passar por uma nova avaliação da Comissão de Validação de Autodeclaração Racial da UFPE, 74 foram aprovados. O grupo de avaliadores era formado por três membros, entre estudantes, servidores e representantes da sociedade civil. A UFPE garante que os estudantes que tiveram seus pedidos deferidos serão matriculados normalmente.

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"Os candidatos que tiveram sua situação validada e sendo da 1ª entrada deverão procurar o seu Centro Acadêmico para início das aulas e posteriormente serão integrados ao SIG@. Os candidatos da 2ª entrada, as aulas começarão no dia 03 de agosto de 2019", informou a UFPE.

Para que ocorresse reprovação, todos os avaliadores deveriam discordar, por unanimidade, da condição de preto ou pardo autodeclarada pelo concorrente. “Para validar a autodeclaração dos candidatos, foram levados em consideração, unicamente, os aspectos fenotípicos, conforme pode ser conferido no edital”, sustenta a Universidade.

Nesta edição, a UFPE ofereceu por meio do Sisu 6.972 vagas, em que dessas, 2.400 foram direcionadas às cotas étnico-raciais. Na primeira avaliação da Comissão de Validação de Autodeclaração Racial, 280 candidatos não foram validados.   

A maior parte dos alunos que compareceu à reavaliação das cotas raciais do vestibular 2019.1, realizada no Corpo Discente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), se mostrou mais tranquila com a nova banca julgadora. Segundo os estudantes, a primeira banca era composta apenas por pessoas negras e a segunda, por sua vez, tinha pessoas pardas.

“Essa comissão foi mais diversificada, consegui identificar três etnias diferentes. Também me autodeclarei na câmera, coisa que da primeira vez eu não fiz", afirmou Layrá Raquel, de 17 anos, aprovada em administração no campus Caruaru, no Agreste do Estado.

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O aluno Nicholas Dias, de 18 anos, por sua vez, afirmou considerar o processo injusto. "Se as cotas são uma forma de reparação histórica eles deveriam levar em consideração nossos antepassados. Eu tenho pai negro e ancestrais negros. Acho que mereço a cota porque, lá trás, minha família foi injustiçada", relata.

A comissão de reavaliação continuará a analisar os estudantes até a tarde desta sexta. O resultado oficial deve ser divulgado pela UFPE na segunda-feira (25).

*Com informações da produtora Katarina Bandeira

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