Tópicos | criação

A Esplanada dos Ministérios, conjunto criado por Oscar Niemeyer no projeto de Brasília, incluiu 17 prédios iguais, desenhados para abrigar os órgãos de governo. Se fosse projetar a cidade hoje, talvez o arquiteto pensasse em fazer duas esplanadas - e, mesmo assim, faltaria prédio para tanto ministério. Com a criação da pasta da Micro e Pequena Empresa, anunciada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a administração atual chegará a 38 ministérios, bem perto do recorde de 39 atingido pela gestão de Dilma Rousseff (PT). Por trás do inchaço da Esplanada está a necessidade de ampliar o número de rubricas orçamentárias à disposição de partidos aliados, para angariar votos nas Casas Legislativas e facilitar a aprovação de pautas de interesse do governo.

No momento, o nome mais cotado para a nova pasta é o do ex-governador Márcio França (PSB), atualmente ministro de Portos e Aeroportos. Nessa hipótese, para o seu lugar iria o deputado Silvio Costa Filho (PE), do Republicanos, um dos partidos que o governo tenta atrair.

##RECOMENDA##

Há pelo menos um mês já está certo que Costa Filho - chamado de Silvinho nos bastidores - e o também deputado André Fufuca (PP-MA) serão ministros, como forma de ampliar a presença do Centrão na Esplanada. Falta definir quais pastas eles comandarão. Assim, a criação de mais uma ministério deve ajudar a destravar a reforma do governo. A nova pasta não necessariamente vai interessar ao grupo, mas possibilitará a Lula remanejar um aliado e abrir espaço em um ministério mais poderoso.

Líder do PP, Fufuca é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e ao senador Ciro Nogueira (PI). Este último foi ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL) e é adversário de Wellington Dias (PT) - o atual titular do Desenvolvimento Social - no Estado de origem de ambos, o Piauí. Ciro Nogueira preside o PP, critica Lula nas redes sociais e terá apadrinhados políticos no governo, mas diz não querer cargos.

Aliada de Ciro Nogueira e de Lira, a ex-deputada Margarete Coelho será a nova presidente da Caixa Econômica Federal. Ela vai ocupar o lugar de Rita Serrano. A mudança deve ser seguida de trocas no comando das vice-presidências do banco para abrigar PP e Republicanos, as duas legendas que o governo tem interesse em atrair para a base aliada. Atualmente, Margarete é diretora de Administração e Finanças do Sebrae.

Bolsa Família

A configuração traçada até o momento prevê deixar Wellington Dias no comando do Desenvolvimento Social com o Bolsa Família - marca registrada do PT - e também com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Nesse desenho, Fufuca ficaria com Ação Social, um ministério turbinado por emendas parlamentares.

O plano desagrada ao PT, mas enche os olhos do Centrão, às vésperas de um ano de eleições municipais. Motivo: a nova pasta abrigaria as chamadas emendas de transferência especial, que vão diretamente para o caixa das prefeituras. O dispositivo foi batizado por técnicos do Orçamento de "emenda Pix" ou "cheque em branco" por causa da dificuldade em rastrear a finalidade dos recursos.

"Com tudo isso, é no mínimo estranho, no meio da reforma ministerial, que setores do Congresso avancem para criar uma pauta-bomba", disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), numa referência ao projeto do Centrão de ampliar as desonerações da folha de pagamento para todos os municípios. O impacto previsto para os cofres públicos é de R$ 14 bilhões.

Apoio interno

Em reunião do Diretório Nacional do PT realizada na segunda (28), Wellington Dias fez um balanço de sua gestão e disse que no governo Bolsonaro a fome aumentou nas grandes cidades. Ex-governador do Piauí, o ministro acompanhará Lula na viagem ao Estado, amanhã, para o lançamento do programa Brasil Sem Fome. No encontro partidário, ele recebeu a solidariedade de deputados e senadores petistas, que criticaram a ideia de dividir o ministério para entregar uma fatia ao Centrão.

"Nós hipotecamos apoio e solidariedade ao Wellington", afirmou o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do PT. "Nós não nos recusamos a contribuir com a governabilidade, mas o Desenvolvimento Social e a Saúde não são para negociar."

Na prática, dirigentes do PT não acham que Dias esteja tão bem assim no comando da pasta, mas não querem perder espaço na Esplanada e já se queixaram com Lula. Argumentaram que tirar ações do guarda-chuva do Desenvolvimento Social significa dar aos candidatos do Centrão um poderoso trunfo para as eleições às prefeituras, em 2024.

Equilíbrio

Para o cientista político Eduardo Grin, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, a criação de um ministério surge de forma estratégica para Lula se equilibrar entre manter aliados, mulheres e representantes negros e indígenas no governo, ao mesmo tempo que possibilita abrir espaço para os partidos do Centrão, como é o caso de Republicanos e PP.

Nesse sentido, é emblemática a substituição de Rita Serrano, funcionária de carreira da Caixa, pela ex-deputada Margarete Coelho. Inicialmente, o PP havia indicado para o posto o advogado Gilberto Occhi. Ex-ministro (Cidades e Integração Nacional na gestão de Dilma Rousseff e Saúde na administração de Michel Temer), ele presidiu a Caixa entre 2016 e 2018, sob a presidência de Temer. No entanto, pessoas próximas a Lula têm feito pressão para que o posto não deixe de ser ocupado por uma mulher.

Outros ministérios comandados por mulheres estão na mira da reforma. A pressão é mais forte sobre as pastas da Saúde (chefiada por Nísia Trindade) e Esporte (com Ana Moser). A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ministras do governo Lula são "atacadas todos os dias" para que as pastas que comandam sejam dadas a homens.

'Povo trabalhador'

Enquanto tenta agradar aos congressistas com a reforma ministerial, Lula disse na sua live de ontem que a maioria deles não representa o "povo trabalhador". "A maioria dos deputados são pessoas que pertencem a uma classe média alta. Quando chega um projeto para votar, muitas vezes não votam de acordo com os interesses da maioria do povo. Eles votam a favor dos interesses daquela sociedade que eles vivem no meio", afirmou o presidente.

De acordo com Lula, quando o eleitor vota "de forma estabanada", "planta vento e colhe tempestade". Lula fez a declaração no programa "Conversa com o Presidente", no qual anunciou a criação do ministério. (COLABOROU CAIO SPECHOTO)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual José Patriota (PSB) apresentou um requerimento à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) propondo a criação da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa. A iniciativa visa reunir deputados estaduais em uma associação suprapartidária, com o objetivo de promover discussões, audiências públicas e propor medidas que beneficiem os micro e pequenos negócios no estado.

"A Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa será um espaço fundamental para promover debates, aprimorar a legislação e implementar políticas públicas que fortaleçam os empreendimentos e gerem emprego e renda em Pernambuco. Temos algumas regiões, como o Sertão do Pajeú, dentre outras, com muita força na questão do empreendedorismo. A frente poderá fazer impulsionar o desenvolvimento econômico do nosso estado", afirmou o ex-presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

##RECOMENDA##

A proposta busca fortalecer o empreendedorismo, a competitividade e a sustentabilidade das micro e pequenas empresas em Pernambuco. Serão discutidos temas como programas governamentais de parcerias entre setor público e privado, geração de emprego e renda, e qualidade de vida para os pernambucanos.

Com a criação da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, a Assembleia Legislativa de Pernambuco demonstra seu compromisso em fomentar o setor empresarial, reconhecendo sua importância na geração de empregos e no fortalecimento da economia estadual. A proposta seguirá para tramitação na Casa Legislativa.

Autor da proposição, José Patriota coordena a Frente Parlamentar que contará com a participação dos deputados Antônio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB), Eriberto Filho (PSB), France Hacker (PSB), Izaías Régis (PSDB), João Paulo Costa (PCdoB), Luciano Duque (Solidariedade), Mário Ricardo (Republicanos) e Rodrigo Farias (PSB) como membros efetivos.

*Da Assessoria de Imprensa

O investidor Marcelo Claure - o nome por trás da vinda da rede chinesa de moda Shein para a América Latina e que também trouxe o grupo japonês Softbank para a região - criou um fundo que deve chegar a US$ 500 milhões para investir em empresas. Desse total, US$ 440 milhões já estão assegurados, com recursos dele e de outros investidores, incluindo o Mubadala (fundo soberano de Abu Dhabi) - e o foco será 100% na América Latina.

Não há um volume específico destinado para cada país da região, vai depender das oportunidades em cada um, mas Claure disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o Brasil sempre acaba ficando com algo como 70% a 80% dos recursos de fundos para a América Latina. No Softbank, ficou com uma fatia de 65% a 70%.

##RECOMENDA##

"Pelo tamanho do mercado e pela quantidade de empreendedores que tem no Brasil, sempre acaba sendo o mercado mais importante. É um país muito digital", disse Claure, citando que os brasileiros sempre são ávidos por adotar novas tecnologias.

Ele cita o exemplo de outras empresas como Uber e Netflix e agora, com sua experiência na Shein, ressalta que é visível o rápido interesse dos brasileiros por tecnologia.

O fundo faz parte da Bicycle Capital, a nova gestora que aposta em empresas com potencial de crescimento ("growth equity"), que tem no comando Claure e o investidor Shu Nyatta, este também ex-Softbank. Segundo Claure, com o aporte inicial de US$ 500 milhões o fundo é o maior do gênero desde a correção do mercado em 2022 - que azedou a vida das empresas de tecnologia e afastou investidores.

Em janeiro deste ano, Claure investiu US$ 100 milhões na Shein, onde é o presidente do conselho na América Latina. É também ex-CEO do Softbank, onde lançou os dois fundos para América Latina. Ele deixou o grupo japonês no ano passado, alegando insatisfação com sua remuneração.

BTG

O fundo também será distribuído a investidores no Brasil por meio da plataforma de produtos de investimento do BTG Pactual.

Claure contou que este tipo de carteira normalmente é acessível somente a grandes investidores, em sua maior parte institucionais, com altos valores, mas resolveu abrir sua nova empreitada para o varejo.

Os valores mínimos e condições de investimento vão ser definidos pelo banco brasileiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após dois meses de pressão, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe foi finalmente criada. O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez a leitura do requerimento do deputado André Fernandes (PL-CE) que cria a comissão parlamentar em sessão no começo da tarde desta quarta-feira, 26.

A pauta polariza a Casa em dois extremos: os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anteriormente contrários ao requerimento, agora buscam procurar responsáveis pela omissão que levou aos atos vândalos do 8 de janeiro e culpabilizar deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - autores da proposta e defensores da CPMI - que convocaram manifestantes e até ironizaram e fizeram piadas enquanto pessoas invadiram e destruíram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a sede do Legislativo federal.

##RECOMENDA##

Lulistas protelaram e tentaram desmobilizar a comissão investigativa durante esse período e falharam. A reviravolta na posição aconteceu após a revelação das imagens do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, aparecer facilitando a circulação de bolsonaristas na sede do governo, enquanto deputados da base do Centrão vinham assinando o requerimento de autoria do deputado André Fernandes (PL). Agora, os petistas pretendem usar a CPMI como uma "ofensiva política", como disse o vice-líder do governo no Congresso, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

Há uma disputa intensa entre governo e oposição pela presidência e relatoria. Farias, por exemplo, defende que o governo terá posição para indicar ou o presidente ou o relator da comissão. O líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA), foi o nome apontado pelo "blocão" composto por União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota para assumir um dos postos. Fufuca tem a seu favor o fato de ser do partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), mas encontra rejeição. Maranhense, ele tem proximidade do ministro da Justiça, Flávio Dino, que deverá ser um dos investigados e é o principal alvo de ataques dos bolsonaristas, especialmente na Câmara, onde já compareceu duas vezes e foi algo de dezenas de requerimentos de convocação neste começo de governo.

O PL, por outro lado, articula para garantir o controle em um dos postos principais da comissão. Uma das hipóteses em circulação é a de que o partido poderia abrir mão de uma vaga na CPMI para dar lugar a de Evair Vieira de Mello (PP-ES), que é do partido de Lira, mas é um dos mais fervorosos bolsonaristas na Câmara para garantir ou a presidência ou a relatoria para algum deputado do partido, mas geraria um outro impasse.

Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado desejam participar da CPMI e Renan Calheiros (MDB-AL), relator na CPI da Covid é novamente especulado para assumir lugar de prestígio na nova comissão. Ele enfrenta a resistência de Lira seu inimigo político no Estado - os dois já trocaram ofensas públicas mais de uma vez neste ano.

A divergência sobre o nome de Calheiros entre o Planalto e Lira abre caminho para que o senador Eduardo Braga (MDB-AM) possa entrar em jogo no lugar de Renan. Há ainda um outro cenário para que um nome mais moderado da Câmara como o deputado Arthur Maia (União-BA) possa substituir Fufuca. Ele foi o relator da reforma administrativa e presidiu a Comissão de Constituição e Justiça no ano passado e tem a preferência do líder do seu partido, Elmar Nascimento (BA) para o cargo.

Fraturada, a legenda passa por uma profunda divisão: além de uma debandada ter acontecido entre parlamentares do Rio de Janeiro - entre eles a ministra do Turismo, Daniela do Waguinho -, na Câmara há deputados alinhados ao governo, à oposição e até há os mais neutros. Na votação do requerimento de urgência do projeto de lei (PL) das Fake News, um dos primeiros testes do governo, parlamentares do União votaram contrariamente em sua maioria.

Dino também articula para que o PSB, que faz parte do "blocão" de Lira na Câmara, indique Duarte Junior (MA), seu aliado, que teve experiência em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa no Estado e que se mostrou um provocador da base bolsonarista neste começo de mandato. Foi ele um dos que tumultuaram durante a segunda ida de Dino para falar com deputados, interrompida após um tumulto generalizado na Comissão de Segurança Pública. Ele também acusou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) de o mandar "tomar no c*" durante as inúmeras confusões que aconteceram no dia. O PSB protocolou uma representação na Comissão de Ética da Casa.

Na semana passada, Duarte esteve com André Janones (Avante-MG), o parlamentar mais ativo do governo e de maior engajamento nas redes e conversaram sobre a CPMI. O governo deseja que Janones tenha lugar para atuar. Como mostrou o Estadão, dos 32 integrantes da CPMI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam conseguir indicar 20 nomes e ter a maioria.

O governo ainda terá que lidar com outros problemas enquanto tenta avançar a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. É possível que a Câmara abra três outras CPIs, uma delas a do Movimento Sem Terra (MST), endossada pela Frente Parlamentar Agropecuária.

Nesta segunda-feira (10), o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou uma resolução no Diário Oficial da União (DOU), que institui um novo Grupo de Trabalho Técnico (GTT) para propor mudanças na Carteira de Identidade Nacional (CIN). A medida busca solucionar a problemática que envolve os campos "sexo" e "nome social" do documento que irá substituir o RG.

Conforme as diretrizes do novo modelo, seria incluído um campo adicional na CIN chamado 'nome social', que estaria localizado abaixo do nome de registro. Além disso, o documento também teria o campo 'sexo'.

##RECOMENDA##

Entretanto, de acordo com uma nota técnica publicada pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF), em novembro de 2022, a inclusão desses dois campos no documento implica em "exposição vexatória e inegável constrangimento", especialmente para pessoas trans.

O MPF afirmou que a discriminação a qual essas pessoas seriam expostas, sujeitando-as a diversas violências, humilhações e tratamentos degradantes, violam o direito à autodeterminação identitária.

O grupo de trabalho instituído pelo governo será formado por seis membros de diversos órgãos do governo. Os integrantes não serão remunerados pelo trabalho desenvolvido.

A equipe terá um prazo de até dois meses para apresentar propostas de alteração ao decreto que regulamenta o novo RG. O grupo também terá a oportunidade de sugerir outras medidas relevantes para aprimorar o documento.

A chegada da primeira filha mudou a rotina do roteirista e apresentador Dante Baptista. Ele passou a trabalhar em dois empregos após o nascimento da filha com sua esposa Rosana. O sonho de ter filhos levou dois anos para virar realidade. O casal gastou cerca de R$ 100 mil em um tratamento de fertilidade e, apesar de ter se preparado financeiramente para a chegada da Dandara, ainda levou um susto com os custos da família, que subiram 50%. "Fomos surpreendidos pelos gastos. Não imaginávamos que sentiríamos o aperto nas contas no dia a dia. O custo subiu bastante quando ela começou a ter uma alimentação sólida. Queremos diminuir o custo de vida e não sabemos nem por onde começar", afirma.

Baptista passou a trabalhar 12 horas por dia ou mais para cobrir todos os gastos e para construir uma reserva financeira para a educação da Dandara. "Hoje, trabalho em dois lugares para dar conta da criação da Dandara com tranquilidade, sem tirar a qualidade de vida dela e sem faltar dinheiro no fim do mês. No semestre que vem, ela vai para a escolinha, inicialmente, para uma escola pública. Futuramente, no fundamental, devemos mudar para um colégio particular", diz.

##RECOMENDA##

Para o roteirista, todos esses custos valem a pena, mas ele sabe que a jornada financeira é longa. No Brasil, sobretudo nas grandes cidades, nas quais o custo pode subir até 50% em relação aos demais municípios, o gasto com o filho até os 18 anos se transformou numa barreira milionária para a classe média. É o que mostra um estudo feito pelo Insper a pedido do Estadão, conduzido por Juliana Inhasz, professora e coordenadora do curso de economia do instituto.

Para as famílias que integram a classe C - aquelas com renda familiar mensal de R$ 5.281 até R$ 13,2 mil -, o gasto estimado varia entre R$ 480 mil e R$ 1,2 milhão. Na classe B (entre R$ 13.201 e R$ 26,4 mil de renda mensal), o gasto vai de R$ 1,2 milhão até R$ 2,4 milhões. Já na classe A, parte de R$ 3,6 milhões e continua a subir em função da renda familiar. "O custo de vida aumentou. Como o trabalho se baseia nas classes de renda do IBGE, que define classe de renda de acordo com o número de salários mínimos, quando o salário mínimo sobe, o custo aumenta também", afirma Juliana.

O levantamento foi construído com base nos dados de classe de renda do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aponta um gasto médio de 30% da renda das famílias com os filhos. A lista de custos considera, por exemplo, alimentação, roupas, lazer, educação, saúde e parte das despesas comuns como aluguel. Juliana pondera, no entanto, que quem tem mais de um filho tende a ter uma diluição dos custos.

Em São Paulo, todo o salário da produtora de conteúdo Helvânia Ferreira Aguiar, de 50 anos, vai para a educação dos filhos. Na divisão do orçamento doméstico, o marido dela fica com despesas mais gerais, como aluguel, condomínio e supermercado. "Virou quase uma missão impossível pagar pela educação", afirma.

Na pandemia, Helvânia chegou a atrasar o pagamento da mensalidade num colégio particular da zona oeste da cidade. A situação financeira se complicou, porque o marido dela, dono de uma agência de comunicação, perdeu quase todos os clientes. "Ficamos só com o meu salário. Foi um salve-se quem puder", afirma. O mais velho, de 18 anos, entrou numa universidade pública neste ano, e o mais novo, de 13 anos, conseguiu permanecer na escola.

"Fomos atrasando as parcelas. No final do ano (2021), precisávamos fazer a rematrícula deles e fomos conversar com a tesouraria da escola. Abonaram multa e juros e fizeram um parcelamento das mensalidades atrasadas", afirma Helvânia. A mensalidade do mais novo será quitada em 12 meses, e a do mais velho em 18 meses - a dívida só deve terminar no meio de 2024.

Reforço da desigualdade social

O levantamento do Insper mostra ainda que o gasto na criação dos filhos aumenta em função da renda familiar, o que reforça os aspectos desiguais do Brasil. Entre os mais ricos, o investimento é, ao menos, 15 vezes maior do que na comparação com a classe E e três vezes em relação à classe média.

"Falamos muito sobre a tal distribuição de renda, mas dá para entender porque isso se perpetua. É muito difícil colocar alguém da classe D ou E para competir com alguém da classe A. A diferença de investimento nos filhos é absurda", afirma Juliana. Vale notar que o estudo traz valores médios e não contempla, por exemplo, o gasto de pais e mais solo ou de casais que precisam fazer tratamento de fertilidade.

Garantir que as crianças de todas as classes sociais tenham condições iguais é importante, porque os investimentos na primeira infância são considerados fundamentais para melhorar de maneira permanente a trajetória delas. "É nessa fase que se transforma não só a capacidade cognitiva da criança, mas a questão comportamental, capacidade de fazer esforço, resiliência", diz Marcelo Neri, diretor do FGV Social.

Desde 2014, com a crise econômica dos anos seguintes e os estragos provocados pela pandemia, as famílias brasileiras, sobretudo as de classe média, viram o orçamento pessoal diminuir e perderam capacidade de consumir produtos do setor privado, como educação e saúde.

"À época, as pesquisas mostravam que a grande marca (da classe média) era acessar bens e serviços oferecidos pelo setor privado e que eram de melhor qualidade. Esse processo, no entanto, sofreu uma deterioração, porque a renda das pessoas caiu ou porque faltou dinheiro ao Estado", diz Neri. "Todo mundo voltou para o setor público, que ficou meio estrangulado, e a pandemia foi a continuidade dessa sequência", afirma.

Planejamento é ideal

No cenário ideal, a chegada de um filho deve ser organizada financeiramente um ou dois anos antes do nascimento, afirma Ana Paula Netto, planejadora financeira pela Planejar. No período que antecede o nascimento, é fundamental listar todos os gastos que podem ser previstos e começar a juntar recursos para as futuras despesas.

É importante, afirma Ana Paula, que cada família faça a adequação dos custos à sua realidade financeira. "Faça o que for possível dentro da sua possibilidade. Não adianta construir um super quarto e ficar endividado. Veja o que cabe no seu orçamento."

Na infância do filho, se for possível, também é indicado pensar em uma reserva financeira para o futuro, sobretudo para os gastos com escolas. "Durante o crescimento e o desenvolvimento da criança, a sugestão é fazer uma reserva para bancar os gastos com educação", afirma a especialista.

Ela diz que é importante que os pais conheçam bem o próprio orçamento, anotando todas receitas e despesas. "É importante os pais também cuidarem do seu futuro, pensarem no seu futuro, até para não se transformarem num peso para os seus filhos."

Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação contra a polícia institucional criada pelo procurador-geral da República Augusto Aras para cuidar da segurança dos membros e do patrimônio do Ministério Público da União. O relator é o ministro André Mendonça.

Aras assinou, no final do ano passado, a portaria que deu ao Ministério Público mais autonomia na segurança interna ao prever que o trabalho passaria a ser feito por efetivo próprio, a exemplo do Congresso e do próprio STF, que contam com as polícias legislativa e judicial. Na prática, a medida diminui a dependência das Polícias Militar, Civil e Federal ou das Forças Armadas.

##RECOMENDA##

O texto prevê que a polícia do MPU será integrada por servidores efetivos ou comissionados, lotados em unidades de segurança institucional, que serão responsáveis por atividades de inteligência, escolta armada e segurança pessoal de membros e servidores em situação de risco.

A ação de inconstitucionalidade é movida pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol). A entidade afirma que tanto a criação de novos cargos quanto a mudança de suas atribuições dependem da edição de uma lei e não poderiam ter sido feitas por meio de uma portaria. "Não se pode impor poder de polícia em face dos cidadãos com base em uma norma hierarquicamente inferior à lei", argumenta.

A associação também afirma que, ao designar servidores para executar as atividades de segurança institucional, Aras criou um 'caso típico' de aglutinação de cargos em uma única carreira, o que já foi vedado pelo STF. "A reunião de cargos diversos em um único, viola diretamente o art. 37, inciso II, da Constituição Federal, pela dispensa do concurso público prévio para ingresso na respectiva carreira", aponta.

Outro ponto levantado na ação é que a portaria conflitaria com as prerrogativas dos delegados de Polícia Civil e Federal, 'ofendendo a essência da atividade policial na prevenção e na apuração de delitos'.

"A portaria PGR/MPU no 202/2022, ao criar órgão, alterar nomenclatura e reestruturar carreira, além de conferir poder de polícia ao respectivo órgão e carreira é flagrantemente inconstitucional", conclui a Adepol.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinará, na terça-feira, 31, dois decretos que, segundo o governo federal, retomam o diálogo com movimentos sociais: o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial. Os atos serão firmados às 11 horas (de Brasília), no Palácio do Planalto.

Em nota, o governo federal afirma que tais assinaturas reafirmam o compromisso de manter a interlocução permanente com os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil na construção de políticas públicas.

##RECOMENDA##

De acordo com a publicação, a ação ocorre "após anos de desmonte das estruturas de participação popular".

O primeiro decreto a ser editado trata da criação do Conselho de Participação Social, incluído no relatório final do Gabinete de Transição Governamental. "Instituído durante a transição, o Conselho reuniu, na época, 57 movimentos populares, entidades da sociedade civil, fóruns e espaços de articulação política e social representativos de todo o País, e funcionou como um dos grupos técnicos temáticos na transição", escreve a nota.

"O grupo produziu um diagnóstico minucioso sobre o cenário da participação social no País nos últimos anos, e apresentou propostas para a retomada das institucionalidades e dos instrumentos de participação popular na elaboração e no controle de políticas públicas. Entre elas, a proposta de formulação da estrutura atual da Secretaria-Geral da Presidência."

Já o Sistema de Participação Social Interministerial irá instituir, em cada Ministério, uma assessoria de Participação Social e Diversidade. De acordo com a nota, o sistema será coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência, cujas novas funções estão centradas na coordenação do diálogo com as entidades sociais. "A SGPR terá como missão organizar o debate com a sociedade de forma a garantir a participação social na formulação e execução das políticas públicas", declara.

O governo federal deve apresentar, nos próximos dias, a proposta de criação de uma Guarda Nacional permanente e de segurança pública para proteger os prédios públicos federais em Brasília e atuar em operações especiais em terra indígenas, área de fronteira, unidades de conservação e apoio à segurança dos estados.

A informação é do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista exclusiva a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na noite desta quarta-feira (25), em Brasília. Ele disse que a proposta de criação da nova corporação federal foi um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deve substituir a Força Nacional de Segurança, criada em 2004, no primeiro mandato de Lula.  

##RECOMENDA##

"Ele [presidente] acha que a Força Nacional, como algo temporário, não cumpre o papel adequado. Ele próprio pediu a redação. Nós redigimos, está pronta. Será uma instituição dedicada à segurança das áreas cívicas, mas poderá atuar em áreas de fronteira, territórios indígenas e unidades de conservação. 

Será parecido com a Força Nacional, mas com comando próprio, com cultura, enfim", afirmou.

O ministro descartou qualquer ideia de federalizar a Segurança Pública do Distrito Federal, que continuará sob o comando do governo local. No entanto, a defesa de áreas sob jurisdição da União - como a Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes e residências oficiais, entre outros pontos sensíveis da capital - passaria a ser atribuição da Guarda Nacional.

A ideia é que seja uma corporação civil, mas de caráter ostensivo, com ingresso por meio de concurso próprio. Atualmente, o contingente da Força Nacional é recrutado de forma episódica a partir de agentes que atuam em diferentes polícias do país.   

"Vai que, em algum momento, haja um governador extremista no Distrito Federal. Então, a segurança do Congresso, do Supremo, do Palácio do Planalto, ficaria submetida aos problemas da política local? Não pode. E esse é um erro que agora o presidente Lula quer corrigir", argumentou. 

Outras medidas

Além da criação da Guarda Nacional, que está no centro das propostas do chamado Pacote da Democracia, o governo federal deve sugerir mudanças legais para criminalizar condutas na internet que configurem a prática de atentado contra o Estado Democrático de Direito. 

"Ninguém pode instalar um quiosque em um shopping center e ensinar a fabricar uma bomba. Por que pode na internet? Então, terrorismo e crimes contra o Estado Democrático de Direito não podem ser mobilizados na internet", afirmou o ministro da Justiça.

Outra medida é o aumento da pena para quem organizar e financiar atos golpistas e antidemocráticos, como os que ocorreram em Brasília no último dia 8 de janeiro. 

Relatório da intervenção 

Flávio Dino também adiantou algumas conclusões do relatório final da intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal (DF). O documento ainda será detalhado ao ministro pelo interventor, Ricardo Cappelli, e depois apresentado aos chefes dos Três Poderes.

"Temos alguns resultados que mostram que houve omissões gravíssimas, no planejamento e execução do sistema de segurança pública por parte do Distrito Federal, e é isso que vai ser apresentado à sociedade, para que, no momento próprio, o Poder Judiciário defina as punições cabíveis àqueles que falharam, erraram ou cometeram crimes", afirmou.

A intervenção federal no Distrito Federal vai durar até o próximo dia 31 e, a partir de fevereiro, o governo distrital volta a gerir a segurança pública na cidade. Na tarde desta quarta-feira (25), a governadora em exercício do DF, Celina Leão, apresentou o delegado Sandro Avelar como futuro secretário de Segurança Pública da capital do país.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou um despacho que cria um grupo de trabalho interministerial para formular, em até 90 dias, uma política de valorização do salário mínimo. O ato ocorreu em cerimônia com lideranças de centrais sindicais, realizada na manhã desta quarta-feira, 18, no Palácio do Planalto.

O GT envolverá pastas como a da Fazenda, Trabalho, Planejamento, Previdência, Secretaria-Geral, Casa Civil e Indústria e Comércio. Segundo o despacho, o grupo terá 45 dias, prorrogáveis pelo mesmo período, para apresentar a política.

##RECOMENDA##

O governo discute qual será o novo valor do salário mínimo deste ano, que atualmente está em R$ 1.302, conforme orçamento de 2023, que foi elaborado pelo governo Bolsonaro, mas será executado pela gestão de Lula.

Conforme mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), inicialmente, o reajuste seria para R$ 1.320, o que geraria custo anual de R$ 7,016 bilhões para os cofres federais.

O presidente, no entanto, estuda atualmente aumentar o valor para acima disso. As centrais sindicais defendem R$ 1.343. Como também mostrou o Broadcast em reportagem publicada nesta quarta-feira, o reajuste para o valor pretendido pelas entidades pode gerar despesa extra na faixa dos R$ 15 bilhões para o governo.

O aumento para além dos R$ 1.320 encontra resistência no Ministério da Fazenda, devido ao cenário de déficit fiscal nas contas públicas.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira (17), em publicação no Twitter, que instalará o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas. De acordo com o ministro, a proposta do observatório é dialogar com o Poder Judiciário "e demais instituições do sistema de justiça e de segurança pública", publicou.

A criação do Observatório é um pedido antigo das entidades sindicais de jornalistas que registraram aumento das agressões à imprensa durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e acontece após encontro do ministro com entidades sindicais.

##RECOMENDA##

Na reunião, Dino também recebeu documentos com ações para promover a proteção à vida e à integridade dos profissionais da comunicação no Brasil. A ação vem em um momento de crise para os profissionais da imprensa.

No dia 8 de janeiro, durante atos golpistas em Brasília por bolsonaristas radicais, houve 16 casos de agressão a jornalistas, segundo o levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Em seu mandato, Bolsonaro chegou a desmentir meios de comunicação e fazer ataques a profissionais de jornais da oposição. No ano passado, o ex-presidente perdeu um processo contra uma jornalista da Folha de S. Paulo por danos morais.

A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu instituir o Grupo Especial de Defesa da Democracia (GEDD), em razão dos atos antidemocráticos ocorridos na Esplanada dos Ministérios em Brasília, no último domingo (8), com invasão das sedes dos três Poderes. A Portaria com a criação do grupo está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11).

Segundo o texto, o GEDD será responsável "pelo acompanhamento das apurações e investigações relacionadas com os atos antidemocráticos praticados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, e outros danos a bens públicos federais correlatos, bem como pelo ajuizamento de ações judiciais e outras medidas necessárias para a preservação e para o ressarcimento dos danos sofridos pelo patrimônio público decorrentes desses atos".

##RECOMENDA##

O objeto de atuação do grupo são: pedidos de quebras de sigilos bancário, fiscal, telefônico ou de dados e demais medidas cautelares; ações de improbidade administrativa, inclusive quando versarem apenas sobre ressarcimento por atos dessa natureza; ações para aplicação das sanções judiciais previstas na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013; ações de ressarcimento, possessórias e patrimoniais; pedidos de compartilhamento de prova em ações penais, inquéritos ou processos administrativos relacionados aos fatos tratados nos expedientes descritos no caput; pedidos de habilitação da União em processos judiciais criminais, na qualidade de assistente de acusação; e outras medidas judiciais e administrativas cabíveis para a preservação e conservação de bens, ações e políticas públicas.

A coordenação do Grupo Especial será feita pela assessoria especial do advogado-geral da União.

Ao final do seu discurso de posse nesta terça-feira (3), Silvio Almeida, novo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, enumerou alguns dos compromissos que pretende cumprir nas primeiras semanas de sua gestão. "Estamos criando uma assessoria especial de empresas e direitos humanos", anunciou o ministro empossado.

A nova diretriz foi justificada por Almeida pelo "amplo leque de violação aos direitos humanos" que ocorreria no setor. "Precisamos dialogar com os que conduzem a economia brasileira."

##RECOMENDA##

O compromisso foi firmado em meio a acenos para o diálogo com diversos setores da sociedade. Almeida se comprometeu a, junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "editar novos atos legislativos de espaços participativos" e reforçou que "os direitos humanos não podem ser apenas uma barreira sanitária".

Outro compromisso firmado pelo novo ministro é o de proteger os defensores de direitos humanos, por meio da criação de um novo programa com essa finalidade específica. "Daremos especial atenção aos defensores ambientalistas, que são os que mais morrem", afirmou o novo ministro, relembrando os casos de Dorothy Stang, Bruno Pereira e Dom Phillips - os dois últimos, assassinados em 2022.

A medida foi anunciada como uma forma de cumprir recomendações de órgãos internacionais e tratados ratificados pelo Brasil. Contudo, o novo ministro também acenou para a importância de "uma linguagem de direitos humanos que não fale apenas a linguagem dos órgãos internacionais".

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) emitiu na terça-feira, 23, uma nota de repúdio rebatendo as falas do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que disse ser o responsável pela criação do sistema de pagamentos instantâneos. A declaração foi dada durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, no início da semana. A entidade sindical reiterou que o Pix foi criado e implementado por servidores do Banco Central e não pela gestão atual ou qualquer outro governo.

A nota destaca ainda que o Pix não recebeu nenhum apoio ou citação durante a campanha eleitoral que elegeu o presidente atual, em 2018, e que, em novembro de 2020, Bolsonaro declarou que o Pix era algo ligado à aviação civil, mostrando desconhecimento sobre o sistema. "A portaria do Banco Central nº 97.909, que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta interbancária de pagamento instantâneo, foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição do atual governo."

##RECOMENDA##

Segundo dados do Banco Central, as transações pelo Pix movimentaram cerca de R$ 933,5 bilhões em julho.

O sistema já foi utilizado por mais de 136 milhões de usuários, entre pessoas físicas e jurídicas, desde o início da sua operação, em novembro de 2020.

O sindicato completou firmando sua atuação apartidária e que não permitirá que nenhum candidato na campanha eleitoral de 2022 tente tirar proveito eleitoral indevido do trabalho realizado pelos servidores da autoridade monetária. "Governos passam; os servidores concursados do Estado brasileiro permanecem."

Candidato à Presidência da República pelo PT, Lula esteve na noite dessa quinta-feira (18) em Belo Horizonte em comício de campanha. Em seu discurso, defendeu a criação dos ministérios da Igualdade Racial, da Pequena Empresa, além de um ministério para os povos indígenas. Ele ainda afirmou que o ministro dessa pasta será um indígena.

“A gente vai dizer para os indígenas, não vai mais ter garimpo ilegal na terra de vocês. Se preparem, indígenas do Brasil, porque eu vou criar o Ministério dos Povos Originários. E um indígena, ou uma indígena, será ministro nesse país. Se preparem, porque a Funai [Fundação Nacional do Índio] não será mais dirigida por um branco dos olhos verdes. Será dirigida por uma mulher ou um homem indígena”, disse Lula.

##RECOMENDA##

O candidato do PT à Presidência da República também disse que pretende “reconstruir” outros ministério caos seja eleito.

“Se preparem que a gente vai reconstruir o Ministério da Igualdade Racial. A gente vai reconstruir o Ministério da Mulher, o Ministério da Pequena Empresa. Se preparem mais, porque mais coisa vai acontecer neste país”. 

O ex-presidente, que tenta voltar ao Palácio do Planalto após 12 anos, também afastou qualquer possibilidade de privatizar bancos públicos, os Correios e a Petrobras.

Privatização

“Nós vamos recuperar a indústria brasileira e a Petrobras não será privatizada. O Banco do Brasil não será privatizado, a Caixa Econômica não será privatizada, o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] não será privatizado. Esses bancos públicos estarão a serviço do desenvolvimento desse país. E os Correios também não serão privatizados. Esse país tem que voltar para as mãos de homens e mulheres que sabem construir”.

Lula falou por cerca de 20 minutos na capital mineira, exaltou os feitos do seu governo, como a queda da inflação, o pagamento da dívida externa, além de investimentos na educação, como a criação de escolas técnicas. “Para nós, investir em educação, no ensino médio, não é gasto, é investimento. É lucro para este país, que cuida da sua juventude. É por isso que eu estou voltando”.

O comício foi realizado na Praça Estação, em Belo Horizonte. Estavam no palanque, além de Lula, o candidato a vice-presidente da chapa do petista, Geraldo Alckmin (PDB), o candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD), o candidato a vice-governador de Minas Gerais, André Quintão (PT); o senador Alexandre Silveira (PSD); e o deputado federal André Janones (Avante). Esse foi o primeiro comício de Lula desde o início oficial das campanhas eleitorais paras as eleições de 2022.

Nesta sexta-feira (19), Lula não tem nenhum evento público de campanha. Ele vai fazer gravações para o seu programa eleitoral em São Paulo. A campanha eleitoral de rádio e TV começa no dia 26 deste mês e vai até 29 de setembro.

A Noruega tomou a decisão inédita de proibir a criação de duas raças de cães, devido ao sofrimento que experimentam pelas peculiaridades que os tornam atraentes, como o crânio pequeno, ou o focinho muito achatado.

Em um julgamento de grande repercussão no país, o tribunal de Oslo proibiu a criação do buldogue inglês e do Cavalier King Charles Spaniel, por vivenciarem sofrimentos incompatíveis com a lei de proteção dos animais.

À força de endogamia e consanguinidade, as duas raças desenvolveram doenças hereditárias em quase todos os indivíduos, ou na totalidade. A lista é longa.

Saudado por militantes da causa animal e criticado por criadores, o veredicto tem como pano de fundo um debate que cresce no mundo sobre a busca de atrativos na criação de animais, os quais afetam seu bem-estar.

"Muitas raças reprodutoras são muito endogâmicas e carregam muitas doenças", explicou à AFP a presidente da Sociedade Protetora dos Animais norueguesa, Åshild Roaldset, que entrou com o processo contra empresas do setor e contra criadores privados.

"Temos que mudar a maneira como criamos os cães. A forma como fazemos isso talvez fosse aceitável há 50 anos, mas não agora", acrescentou.

Cão de imagem estranha, mas muito dócil, especialmente popularizado no desenho animado Piu-Piu e Frajola e associado ao espírito de resistência inglês durante a Segunda Guerra Mundial, o buldogue acumula dificuldades respiratórias, por causa de seu focinho achatado, além de problemas dermatológicos, reprodutivos e ortopédicos.

Mais da metade desses cães nascidos nos últimos dez anos na Noruega é fruto de cesárea.

"A incapacidade genética da raça para parir naturalmente é uma das razões pelas quais o buldogue não pode mais ser usado para reprodução", consideraram os juízes.

No caso do Cavalier King Charles Spaniel - que conquistou o coração de muitos personagens históricos e de celebridades, como Louis XIV, Ronald Reagan e Sylvester Stallone -, sua constituição torna-os, muitas vezes, propensos a sofrerem dores de cabeça pelo crânio muito pequeno, insuficiência cardíaca e problemas oftalmológicos.

Para Roaldset, a insuficiência da diversidade genética em escala mundial leva essas raças à extinção.

"E isso será muito doloroso para os animais, porque terão cada vez mais doenças", acrescentou.

Como houve recurso, o veredicto divulgado em 31 de janeiro ainda não tem força de lei.

2021 vai ficar marcado na história do Senado como o ano em que foi criada a Bancada Feminina. Instalada em março por iniciativa das 12 senadoras (hoje são 14), a Bancada tem liderança rotativa e conta com estrutura e prerrogativas de líderes de partido ou bloco parlamentar, como participar do Colégio de Líderes, orientar votações e ter a preferência no uso da palavra. 

"A iniciativa se insere no processo de fortalecimento da atuação do movimento das mulheres, para obter igualdade de gênero na política, nosso objetivo maior", disse na ocasião Rose de Freitas (MDB-ES), relatora da proposta de criação da Bancada (PRS 6/2021). 

##RECOMENDA##

Eliziane Gama (Cidadania-MA) também elogiou a iniciativa. 

"A criação desta Bancada nos dá muito mais protagonismo e espaço", afirmou.  

Na aprovação da proposta, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, se comprometeu com a efetivação da estrutura, o que de fato ocorreu.

"A Presidência envidará todos os esforços para garantir um espaço físico de funcionamento e estruturação da melhor forma possível, de forma semelhante às outras estruturas do Senado", declarou Pacheco.  

A primeira líder da Bancada Feminina é Simone Tebet (MDB-MS), ainda no posto.  

"A proposta cria em caráter permanente a figura de liderança da Bancada Feminina, dando exemplo a todas as câmaras e assembleias do país", avaliou.

Projetos aprovados

Como ressaltou Pacheco em pronunciamento de balanço de 2021, feito nesta segunda-feira (20), a Bancada Feminina contribuiu para que um número expressivo de projetos de interesse das mulheres fosse aprovado.

"Desde a criação da Bancada, não teve uma semana em que não houvesse um projeto de interesse das mulheres. Aprovamos projetos como o que permite a oferta gratuita de absorventes a mulheres vulneráveis [PL 4.968/2019, pendente de análise de veto presidencial]; a ampliação da participação política, como o destinado a combater a violência política contra a mulher [Lei 14.192]; e o que cria cotas para mulheres em todas as instâncias do Poder Legislativo (PL 1.951/2021)", disse.

Pacheco ainda destacou o projeto que determina mais medidas protetivas para mulheres vítimas de violência (PL 3.475/2019); o que garante recursos no enfrentamento à violência contra a mulher (PL 123/2019); o que tipifica crimes de perseguição ou stalking (PL 1.369/2019); e o que trata do combate à violência psicológica contra a mulher (PL 741/2021).

Participação na CPI

A Bancada Feminina também teve uma participação de destaque na CPI da Pandemia.

Apesar de não comporem formalmente a CPI (por não terem sido indicadas pelos partidos), Simone Tebet, Eliziane Gama, Leila Barros (Cidadania-DF), Soraya Thronicke (PSL-MS), Zenaide Maia (Pros-RN), Kátia Abreu (PP-TO) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) participaram todos os dias dos trabalhos da CPI.

Em muitos momentos, foram elas que se destacaram na revelação de denúncias e inquirição de depoentes. No dia 21 de setembro, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, incomodado com as perguntas de Simone Tebet, chamou a senadora de "descontrolada". O ataque sexista teve unânime repúdio de senadoras e senadores, e dos mais amplos setores da sociedade brasileira.

A participação da Bancada Feminina acabou reconhecida no relatório final, que incluiu nas recomendações a ampliação da participação das mulheres nos trabalhos parlamentares. O relatório pede prioridade, por exemplo, ao PRS 48/2021, que concede à líder da Bancada Feminina a prerrogativa de indicar proposição para integrar a ordem do dia.

"Nossa participação na CPI serve de alerta e impulsiona projetos para garantir vagas às mulheres em todas as Comissões e CPIs. Assim como o projeto que fortalece nossa presença na reunião de líderes. Estamos avançando e tenho esperança que o futuro nos reserva mais equilíbrio entre os gêneros", disse Simone Tebet.

Para Eliziane Gama, as mulheres, não só na CPI mas na área da saúde e muitas outras da sociedade, foram um dos esteios no combate à pandemia e ao negacionismo.

Sexismo estrutural

Alguns dos resultados mais expressivos da Bancada Feminina se deram na aprovação de projetos que tentam romper o sexismo estrutural na política brasileira.

Um deles foi o PL 1.951/2021, que cria cota de 30% para mulheres na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores (de forma paulatina). Caso a cota não seja preenchida com candidatas eleitas, as suplentes são chamadas. O PL 1.951 também garante 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do Fundo Partidário às candidatas.

Pelo PL 1.591, a cota de candidatas eleitas será de 18% nas eleições de 2022 e 2024; de 20% em 2026 e 2028; 22% em 2030 e 2032; 26% em 2034 e 2036; e 30% em 2038 e 2040.

O Senado também aprovou a PEC 18/2021, inserindo na Constituição a cota de 30% dos fundos partidário e eleitoral às candidatas. A PEC incorpora disposições do STF e TSE.

O texto também manda que 30% da propaganda política em TV e rádio seja dedicada às candidatas. Na aprovação da PEC, em julho, Zenaide Maia disse que o Senado luta pelo direito de mais da metade da população brasileira.

*Da Agência Senado

 

O plenário do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) chancelou, nessa segunda-feira (18), um projeto de lei que prevê a criação mais de 400 novas vagas na Corte, com aumento de 43 para 53 no número de desembargadores. O impacto estimado aos cofres públicos é de R$ 50 milhões por ano. O texto será encaminhado para análise da Assembleia Legislativa do Estado.

O placar da votação, em sessão virtual, foi de 26 a nove a favor da proposta. A presidente do tribunal, desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, diz que o aumento dos quadros é necessário para fazer frente ao crescimento de 93% no número de processos desde 2017.

##RECOMENDA##

"Esse projeto de lei, especificamente, possibilitará uma resposta mais ágil e efetiva não só aos processos que tramitam no 2º Grau, mas, sobretudo, recomposição da força de trabalho do primeiro grau de jurisdição, com destaque para o combate aos delitos de organizações criminosas, à violência doméstica contra a mulher e para mais adequada gestão do cumprimento da execução penal", defendeu a desembargadora.

Haverá abertura de novas vagas para assessores de desembargadores, técnicos judiciários e juízes para atuação em processos relacionados a organizações criminosas, violência doméstica, solução de conflitos e audiências de custódia.

"Todas as criações e alterações propostas tomaram em conta estudos técnicos realizados pela Secretaria de Planejamento e Gestão do TJCE e objetivam resgatar débito histórico, uma vez que o Poder Judiciário cearense apresenta o menor orçamento por habitante do país e uma das mais reduzidas forças de trabalho", informou a Corte em nota.

O Senado aprovou nesta quinta-feira (30) o projeto de lei que institui a Política Nacional de Informações Estatísticas Relacionadas à Violência contra a Mulher (Pnainfo). Como a matéria já foi analisada pela Câmara, o texto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A Pnainfo foi elaborada com a finalidade de reunir, organizar, sistematizar e disponibilizar dados e informações atinentes a todos os tipos de violência contra as mulheres. As informações deverão ser mantidas em sistema eletrônico para acesso rápido e pleno, ressalvados os dados cuja restrição de publicidade esteja disciplinada pela legislação.

##RECOMENDA##

Além disso, a Pnainfo também objetiva integrar e subsidiar a implementação e avaliação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

Segundo o projeto, a implantação da Pnainfo será acompanhada, em nível federal, por comitê formado por representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Já as despesas decorrentes da execução da política serão bancadas pelas dotações orçamentárias de cada órgão que aderir ao mecanismo.

O Senado aprovou, nessa quarta-feira (22), a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, com previsão de atendimento à região de Minas Gerais. A proposta agora dependerá de sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A criação do tribunal em Minas foi patrocinada diretamente pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é uma demanda de parlamentares e autoridades do Judiciário mineiro. Atualmente, a estrutura da Justiça Federal em Minas está vinculada à 1ª Região, sediada no Distrito Federal.

##RECOMENDA##

De acordo com o relator da proposta, Antonio Anastasia (PSD-MG), a criação do tribunal em Minas não aumenta despesas no Orçamento. Isso porque a previsão orçamentária da Justiça Federal não seria alterada. A verba destinada ao Judiciário terá que ser remanejada entre os tribunais.

O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022 encaminhado pelo governo ao Congresso prevê a criação de 150 cargos e o provimento de 10 novas vagas para servidores públicos com o tribunal em Minas.

De acordo com o Executivo, a criação e o provimento dos cargos não acarretarão impacto orçamentário, pois serão provenientes de transformação de cargos existentes no âmbito da 1ª Região.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando