Tópicos | crianças

Os hospitais de São Paulo enfrentam expressivo aumento de atendimentos a bebês e crianças com sintomas de doenças respiratórias. O causador da maioria das infecções é o vírus sincicial respiratório (VSR). "Principalmente as crianças de até 2 anos estão muito sujeitas a doenças graves, como a bronquiolite", diz o médico intensivista Anderson Oliveira.

Por causa do aumento das doenças respiratórias em crianças (de 0 a 12 anos), a lotação das unidades de terapia intensiva (UTIs) pediátricas na rede pública de saúde de São Paulo está se esgotando. Na terça-feira, 87% dos 124 leitos disponíveis na rede municipal da capital estavam ocupados, e 70% desse porcentual eram de crianças vítimas de doenças respiratórias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

##RECOMENDA##

Na rede estadual paulista, que conta com 888 leitos de UTIs e unidades de terapia semi-intensiva pediátrica, a taxa média de ocupação pediátrica na quarta-feira era de 72,07% para hospitais de administração direta e de 75,64% para hospitais geridos por organizações sociais de saúde (OSS), segundo a secretaria estadual.

DADOS. Ainda conforme a pasta, apenas em janeiro e fevereiro de 2023 cerca de 14 mil crianças foram internadas com diagnóstico de doenças respiratórias. As referências estaduais para atendimento pediátrico são os Hospitais Darcy Vargas, no Morumbi, zona sul, e Cândido Fontoura, no Belenzinho, zona leste. No Cândido Fontoura, na quarta-feira, a ocupação tanto na UTI pediátrica quanto na UTI neonatal era de 85%, segundo a secretaria estadual de Saúde.

Em leitos de enfermaria pediátrica, a taxa de ocupação era de 92%. No Hospital Darcy Vargas, a ocupação na UTI pediátrica era de 83,8% e na UTI neonatal, de 53,9%. Os leitos de enfermaria pediátrica tinham a taxa de ocupação mais alta: 99,8%.

Metade dos casos é de VSR; covid-19 responde por 1/3

O Boletim InfoGripe, pesquisa semanal divulgada pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), constatou que, no período de quatro semanas encerrado em 22 de abril, praticamente a metade (48,6%) dos casos de síndromes respiratórias agudas graves com resultado laboratorial positivo foi causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR), enquanto o coronavírus causou 29,5% das doenças. É uma diferença de quase 20 pontos porcentuais.

Segundo o médico Anderson Oliveira, que também é cirurgião geral e gestor em saúde, o crescimento de doenças respiratórias é comum desde o fim de março até julho, mas neste ano está ocorrendo uma incidência maior. "Em São Paulo, a taxa de internação chegou a aumentar em 40%, e algumas UTIs pediátricas chegaram a estar com até 90% de ocupação. Isso não é comum", afirma.

"O VSR é o maior causador de bronquilite e outras doenças respiratórias agudas graves, e pode aumentar a taxa de mortalidade, principalmente de crianças menores de dois anos. Crianças que nasceram prematuras, com doenças como asma ou com má-formação também têm prognóstico ruim", diz o especialista. O médico ressalta que esse vírus é muito mais grave para crianças do que para adultos, por causa do menor nível de imunidade alcançado.

IMUNIZAÇÃO

Não existe vacina contra o VSR, mas especialistas afirmam que imunizar as crianças contra gripe e covid-19, como já é feito normalmente nesta época, também ajuda a evitar doenças causadas pelo VSR. "Embora para o VSR ainda não tenhamos vacina disponível, levar as crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a covid-19 reduz a chance de as crianças terem problemas respiratórios por esses outros vírus, que também são perigosos. Isso diminui a própria exposição das nossas crianças ao VSR nos hospitais e postos de saúde", diz o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela uma tendência de queda dos casos de Covid-19 entre os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De outro lado, o levantamento chama atenção para as infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre crianças. Além disso, aponta aumento das ocorrências de influenza A e B em diversos estados.

A SRAG é uma complicação respiratória que demanda hospitalização e está associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

##RECOMENDA##

Os dados atualizados apontam que - nas últimas quatro semanas epidemiológicas - a covid-19 estava relacionada a 29,5% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral. Já o VSR representou 48,6%. Quando se observa apenas os quadros de SRAG que evoluíram a óbito, 65,8% estão associados à covid-19. 

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos. Ele é responsável por aproximadamente 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças até 2 anos de idade. Nessa faixa etária, cerca de 10% a 15% dos casos demandam internação hospitalar. Em adultos cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão, o VSR também pode gerar quadros que necessitam mais cuidados.

De acordo com o boletim, 17 das 27 unidades da federação registram sinal de crescimento de ocorrências de SRAG na tendência de longo prazo. Em sete delas, o avanço dos casos se relaciona fundamentalmente com a infecção de VSR entre o público infantil: Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe. 

Pesquisadores da Fiocruz explicam que, embora não exista imunizante para esse vírus, infecções podem ser evitadas levando as crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a covid-19. Isso porque, elas terão menos risco de desenvolverem problemas respiratórios, evitando a ida aos hospitais, onde ficariam mais expostas ao VSR.

Entre a população adulta, o levantamento da Fiocruz aponta que a covid-19 se mantém predominante nos registros de SRAG associados à alguma infeção viral. No entanto, seu impacto vem se reduzindo, ao mesmo tempo em que surgem casos de influenza A e influenza B.

O Boletim Infogripe leva em conta as notificações de SRAG registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. A nova edição, disponibilizada na íntegra no portal da Fiocruz, se baseia em dados referentes à semana entre 16 e 22 de abril.

Ao todo, o Brasil já registrou em 2023 um total de 19.250 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 4,2% são referentes à influenza A; 4% à influenza B; 37% ao VSR; e 44% à covid-19. Outros 4.926 ocorrências estão em fase de análise.

Mais duas crianças feridas em incêndio no Lar Paulo de Tarso, localizado no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife, receberam alta hospitalar na última sexta-feira (21). As meninas, de 7 e 8 anos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), estavam internadas no Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda.

Ainda segundo a SES, cinco crianças continuam internadas no Hospital da Restauração, no Derby, área central da capital pernambucana. Desse total, duas estão em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR e três estão em observação na enfermaria pediátrica da unidade hospitalar. 

##RECOMENDA##

Incêndio foi causado por pane elétrica

No dia 17 de abril, agentes do Instituto de Criminalística (IC) realizaram uma nova perícia no Lar Paulo de Tarso. De acordo com a nova investigação, a causa do incêndio, que vitimou quatro pessoas, foi uma pane elétrica em um dos ventiladores do local . Imagens das câmeras de segurança do abrigo também foram analisadas. 

O relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada Criança, Vacinação, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado oficialmente nesta quinta-feira (20), recomenda ações ao governo federal para que o Brasil possa retomar as coberturas vacinais e ampliar a confiança dos brasileiros nos imunizantes. 

O documento foi divulgado em Brasília, em evento na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). O relatório mostra, na parte sobre o Brasil, que cerca de 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021. Para mudar esse panorama, o representante do Unicef no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil, Brasil, enumerou quatro recomendações: 

##RECOMENDA##

Realização de busca ativa de crianças não vacinadas ou com o esquema vacinal em atraso;  Fortalecimento do SUS, com investimento e valorização os profissionais de saúde, em sua maioria mulheres;  Priorização do financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde que tenham foco na infância;   Ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças. O representante do Unicef alertou que o relatório mostra que diminuiu a percepção sobre a importância das vacinas, no Brasil. Antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis e, no período pós-covid-19, o índice caiu para 88,8%.  Para Youssouf Abdel-Jelil, contudo, é possível alterar esse quadro. “A população brasileira é uma das que mais confiam nas vacinas, mas essa confiança caiu na pandemia e precisa ser retomada”. 

Ele ainda lembrou a história do Brasil, em décadas anteriores. “O país sempre foi um exemplo no Programa Nacional de Imunização, o PNI, e tem um dos maiores sistema de saúde do mundo, o Sistema Único de Saúde, o SUS, que precisa ser valorizado e fortalecido”, defendeu. 

Ações do governo brasileiro

Presente ao encontro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que a nova gestão da pasta está coordenando o Movimento Nacional pela Vacinação para aumentar a cobertura vacinal, em conjunto com estados e municípios. “Faremos visitas a alguns municípios e estamos trabalhando para fortalecer a busca ativa, orientando os municípios para que, através das equipes [de Saúde da Família], agentes comunitários de saúde e agentes de vigilância possam fazer essa busca ativa e ver onde estão as crianças não vacinadas.”

Sobre a baixa no reconhecimento da importância das vacinas e da ciência pelos brasileiros, Nísia defende a reversão deste quadro. “A memória do impacto do sarampo e da pólio parece ter sido perdida. Como Akira Homma [cientista brasileiro] sempre fala ‘Somos vítimas do nosso sucesso’, mas não podemos nos contentar com esse diagnóstico. Temos à frente elementos, como a busca ativa dessas crianças e outras estratégias que deverão ser utilizadas.” 

A ministra frisou que campanhas de mobilização já estão sendo feitas para esclarecer a população. “Neste momento, estamos com foco na vacina contra a influenza, a partir da regularização que tivemos que fazer dos estoques das vacinas contra a pólio, sarampo e outras vacinas usadas na infância, estamos preparando essas ações de campanha, já a partir de maio.” 

Zé Gotinha e Mônica

Os personagens brasileiros Zé Gotinha, criado paras campanhas de vacinação infantil, e Mônica, dos quadrinhos de Mauricio de Sousa, nomeada embaixadora do Unicef no Brasil, desde 2007, estiveram presentes na divulgação do relatório, pela manhã.

Dentro da ampliação das campanhas de comunicação voltadas às famílias com crianças, o representante do Unicef Youssouf Abdel-Jelil relembrou a força do Zé Gotinha. “Já me contaram que todos os brasileiros lembram das campanhas com o Zé Gotinha, anos atrás. E sei que ele está de volta ao trabalho, no Brasil. Junto com a ministra Nísia.” 

Nas Américas

No campo internacional, o Brasil adere à Semana da Vacinação das Américas, que será realizada de 24 a 30 de abril. “Queremos trocar experiências e ter voz firme e constante para que esse quadro seja revertido”, planejou a ministra Nísia.

Em sua fala no evento, a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, apontou desafios para aumentar as coberturas vacinais na região. E comemorou a adesão do ministério brasileiro à Semana da Vacinação das Américas, antes da celebração oficial pelos demais países.

“Estamos juntos para acompanhar toda a equipe nos estados e nos 5.570 municípios. Juntos nesta caminhada, que é longa, mas é para oferecer saúde para todos e todas, neste ano da recuperação”, destacou.

As crianças resgatadas do incêndio que atingiu o Lar Paulo de Tarso na madrugada da última quinta-feira (14) estão internadas em hospitais no Recife e em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que todas elas apresentam quadro estável. Confira as informações completas a seguir:

Hospital da Restauração - Recife

##RECOMENDA##

As seis crianças que ficaram internadas no hospital continuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com quadro de saúde grave, mas estável. 

 

Hospital e Maternidade Brites de Albuquerque - Olinda

As duas crianças internadas na unidade estão estáveis e apresentam melhora no quadro respiratório. A paciente adulta está em observação clínica na UTI, mas segue orientada aos cuidados da equipe multidisciplinar.

 

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - Recife

As duas crianças que deram entrada na unidade encontram-se estáveis. No entanto, devido à fumaça inalada, permanecem em observação.

 

Hospital Maria Lucinda - Recife

Na unidade, estão internadas duas crianças que evoluem bem, e até o presente momento sem intercorrências.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), esteve na manhã deste sábado (15) na inauguração da Casa de Acolhida Margareth da Silva, que vai receber as crianças vítimas do incêndio que atingiu o Lar Paulo de Tarso, na madrugada da última sexta-feira (14).

De acordo com o chefe do executivo municipal, o cronograma de inauguração foi antecipado em cerca de 15 dias. “Fizemos um verdadeiro mutirão, com diversas secretarias envolvidas, para garantir que ela estivesse com a estrutura pronta para poder receber as crianças que estavam [no Lar] Paulo de Tarso, até que a unidade seja restabelecida”, explicou o prefeito

##RECOMENDA##

A secretária de Assistência Social do Recife, Ana Rita Suassuna, também acompanhou a visita. Além da inauguração da Casa, a prefeitura também está dando assistência psicológica, médica e assistencial às vítimas e aos profissionais que atuam na Organização Não-Governamental (ONG) responsável pelo Lar Paulo de Tarso.

“O local vai funcionar 24h e tem capacidade para atender até 15 crianças. No primeiro momento, três quartos ficaram disponíveis para a chegada das crianças da ONG que atuava há mais de 30 anos no bairro do Ipsep. O objetivo é receber todas as 12 assim que receberem alta”, explicou a secretária.

A Casa possui 10 cômodos distribuídos no térreo e primeiro andar. Fica localizada na Rua Martins Ribeiro, no bairro do Hipódromo, Zona Norte do Recife. O nome da casa foi escolhido para homenagear a cuidadora que trabalhava no Lar Paulo de Tarso e morreu no incêndio. Outras três crianças também morreram devido à fumaça tóxica.

Chegada após alta

Em sua conta oficial nas redes sociais, Campos esclareceu que elas serão transferidas para a nova casa depois da completa recuperação nos hospitais onde estão internadas. “Hoje todas as crianças estão numa situação de internamento médico, e a gente só faz o acolhimento após a alta médica. Então, hoje a equipe da saúde está em diálogo, junto com a assistência, com os hospitais, com os profissionais, para fazer toda essa preparação para as casas de acolhida da cidade, especialmente essa, estarem apta para receber [as crianças] após a alta médica”, detalhou.

Das 12 crianças internadas, seis estão no Hospital da Restauração (HR), no centro da capital pernambucana. Em nota, a assessoria do HR informou que todas estão sendo acompanhadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com quadro grave, porém estável, e ainda sem previsão de alta.

Na madrugada da última sexta-feira (14), o Instituto de Caridade Lar Paulo de Tarso foi atingido por um incêndio. Duas cuidadoras e 15 crianças estavam no momento do acidente. Segundo informações do Hospital da Restauração (HR), seis crianças que foram internadas na Unidade de Terapia Intesiva (UTI) continuam em estado grave, porém estáveis.

"As duas crianças internadas na Hospital e Maternidade Brites de Albuquerque estão estáveis e apresentam melhora no quadro respiratório. A paciente adulta está em observação clínica na UTI, mas segue orientada aos cuidados da equipe multidisciplinar. As duas crianças que deram entrada Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) encontram-se estáveis. No entanto, devido à fumaça inalada, permanecem em observação", disse a Secretaria de Saúde de Pernambuco.

##RECOMENDA##

"No Hospital Maria Lucinda, estão internadas duas crianças que evoluem  bem, e até o presente momento sem intercorrências", completou o comunicado. O abrigo Lar Paulo de Tarso foi fundado há 30 anos. O diretor que administra a casa lamentou o ocorrido com as crianças e funcionárias.

"O sentimento é de dor profunda, rasgando o coração, mas também de uma fé em Deus inabalável. A gente tem o lema de 'ser cada vez mais um lar que acolhe, sendo cada vez menos uma instituição que abriga'. Temos eles como filhos do coração", relatou Gezsler Carlos. Após o incêndio, o Lar Paulo de Tarso passou a receber doações.

[@#galeria#@]

Nesta sexta-feira (14), Gráuzio Diego acordou no meio da noite com gritos de desespero enquanto a casa ao lado era consumida por chamas. O imóvel vizinho é o Lar Paulo de Tarso, no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife, onde um incêndio resultou na morte três crianças e uma cuidadora, nesta madrugada. O homem contou como a vizinhança se mobilizou no resgate das primeiras vítimas antes da chegada dos bombeiros. 

##RECOMENDA##

Ao todo, 17 pessoas dormiam no local, sendo duas mulheres e 15 crianças entre dois e 11 anos. Elas estavam sob medida protetiva e foram acolhidas pelo abrigo, onde tinham uma rotina de cuidado e lazer.  

Também morador da Rua Jerônimo Heráclio, Paulo Guilherme, de 20 anos, contou que o abrigo recebia ajuda dos vizinhos e presentes para os pequenos. Todos os dias, às 16h, a rua era tomada pela alegria das brincadeiras entre eles. "Ontem elas estavam aqui, tinha cones aqui fechando a rua, tinha um bocado de criança aqui brincando, jogando bola, com os brinquedos. As mulheres que tomam contam também estavam brincando", disse. 

Vizinhos salvaram primeiras vítimas

O autônomo Gráuzio Diego, 40, contou que foi acordado por gritos da mãe quando o fogo já tomava conta da casa. Ele foi para a rua e outro vizinho, que já tentava encontrar uma forma de retirar os moradores de lá em segurança. 

"Quando cheguei, tinha eu e outro rapaz, e não tinha como as crianças sair porque já estava totalmente em chamas a casa. Ficou uma criança dizendo 'tio, me tire daqui', tinham várias me chamando, mas só tinha três pessoas [para ajudar]", relatou. 

Com a respiração e visão dificultadas pela fumaça densa, depois de tentar entrar por trás, por volta das 3h da manhã, eles conseguiram uma makita e começaram a serrar as grades. As barras eram removidas conforme o calor ficava mais intenso. Sem equipamentos, Gráuzio teve as mãos queimadas durante os esforços. 

Já dentro do imóvel, ainda próximo à grade, o grupo encontrou os corpos de uma cuidadora e uma criança que ela carregava nos braços. Ele acredita que a tentava fugir do local, mas não conseguiu passar do portão. 

As crianças que dormiam no quarto da frente foram retiradas do fogo, entre elas, um menino já com as costas queimadas e algumas desacordadas por conta da fumaça inalada, relatou Gráuzio. 

"Se eu fosse um super-herói, eu salvaria todos, mas Deus sabe que, no fundo do coração de cada um de nós, eu fiz o que eu pude para salvar essas crianças", afirmou o vizinho. 

Três vítimas em estado grave foram encaminhadas à UTI do Hospital da Restauração, outras cinco também apresentam quadro grave e duas estão sendo estabilizadas. Três crianças foram internadas na unidade de queimados da unidade. 

As informações preliminares apontam que o fogo se alastrou a partir da sala. A causas do incêndio serão confirmadas com o resultado da perícia do Instituto de Criminalística (IC). 

Com informações da repórter Vitória Silva

Incentiva o hábito da leitura nas crianças desde cedo é uma das formas de despertar a curiosidade, desenvolver o raciocínio lógico e habilidades de comunicação. Ler com os pequenos em casa é válido, entretanto, a escola também tem participação fundamental nesse processo. A biblioteca escolar tem como principal função complementar o planejamento pedagógico das escolas, ao atuar como recurso principal no processo de aprendizagem. 

Segundo o manifesto elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), “a biblioteca escolar promove serviços de apoio à aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios”. O documento também relata a contribuição da biblioteca no ambiente da escola.  

##RECOMENDA##

Além de fornecer suporte aos professores e conteúdos aplicados em sala de aula, a biblioteca escolar possui diversos objetivos como desenvolver as crianças no hábito da leitura; apoiar a comunidade estudantil e na prática de avaliação; dar acesso à diferentes ideias e desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A princípio, a biblioteca aparenta ser um recurso básico em qualquer escola, porém, dados do Censo Escolar de 2019 mostram que o Brasil ainda tem muito a evoluir neste quesito. Isso porque, apenas 36,5% das escolas brasileiras possuem uma biblioteca escolar. 

De acordo com a pesquisa do Ministério da Cultura, 420 cidades brasileiras ainda não têm bibliotecas municipais. O índice representa 7,54% dos 5.565 municípios em todo o país. O estado do Amazonas é o pior em termos destes percentuaios. Com o intuito de mudar essa realidade, foi criado o Projeto de Lei 9484/18. O texto aprovado adia a universalização das bibliotecas escolares no país para 2024, prazo que encerra também a vigência do Plano Nacional de Educação (PNE). Segundo o projeto, a biblioteca deve contar com o acervo mínimo de um livro para cada aluno matriculado e um bibliotecário por instituição de ensino. 

O Parque Mundo Bita, circuito de brincadeiras alusivo ao universo encantado da atração infantil Mundo Bita, chega ao Shopping Tacaruna. Por R$ 40, as crianças poderão brincar no tobogã, escorregadores, piscina gigante de bolinhas e cartola e bigode infláveis, por até 30 minutos.

São 172 m² com várias atividades para entreter a criançada. O espaço estará localizado na Praça de Eventos, localizada no térreo do mall. Para garantir a diversão também há o Jogo das Sombras, Jogo das Cores e Jogo da Memória. 

##RECOMENDA##

É obrigado o acesso de um responsável de forma gratuita para crianças com até 4 (quatro) anos de idade. Após os 30 minutos contemplados pelo ingresso, será cobrado R$1 por minuto adicional. O Parque Mundo Bita permanece no Tacaruna até o dia 29 de maio.

O Mundo Bita é uma franquia de entretenimento infantil de conteúdo musical que nasceu no Recife, nos estúdios da Mr. Plot, produtora de conteúdo fundada pelo cantor e compositor Chaps Melo e seus sócios - Joao Henrique Souza, Enio Porto e Felipe Almeida.

Os mais de 90 clipes autorais lançados no Brasil ultrapassam 9 bilhões de visualizações no Youtube. Mundo Bita fala sobre preservação da natureza, criação dos filhos, inclusão social, igualdade de direitos, família, sentimentos, higiene e outros temas importantes que permeiam o universo infantil.

Com informações de assessoria

Nem a chuva contínua que cai em Blumenau, Santa Catarina, nesta sexta-feira (7) cessou as homenagens às quatro crianças assassinadas no ataque* à creche Cantinho Bom Pastor. Cerca de 250 motoboys, além de alguns motoristas com carros, se concentraram no centro da cidade e seguiram para a escola.

Na frente da creche, fizeram uma roda de oração, aplaudiram as vítimas e, por fim, soltaram balões brancos em formato de estrela, cada um com o nome de uma das crianças: Bernardo Pabst da Cunha, de 4 anos, Enzo Marchesin Barbosa, 4, Bernardo Cunha Machado, 5, e Larissa Maia Toldo, 7.

##RECOMENDA##

O grupo se reuniu no centro da cidade no começo da manhã, passou pelo cemitério onde três das quatro crianças foram enterradas e dispersou em frente à creche Cantinho Bom Pastor, onde o atentado ocorreu na quarta-feira, 5.

"Vieram pessoas de outras cidades também, como Rio do Sul, Gaspar, Joinville", diz o motoboy Cléber Alves, de 28 anos, que organizou as homenagens. Ele convocou os colegas por grupos de WhatsApp.

Grande parte dos motoboys que estiveram presentes amarrou balões brancos na traseira das motos. O grupo foi escoltado pela guarda municipal de Blumenau.

"É uma coisa que sensibiliza não só a classe, não só os pais, mas acho que todo mundo que tem filho. Todo mundo que é ser humano sente", Jonathan Vargas, de 26 anos, quatro deles como motoboy.

Ele mora a apenas 300 metros da creche, mas conta que estava em Florianópolis a trabalho quando o massacre aconteceu. "Só de lembrar, me arrepio inteiro", diz.

Jonathan tem um filho de 3 anos em uma creche pública de Blumenau. "Aqui era a creche que eu queria colocar meu filho."

Sensibilizado, o motoboy Sávio Bruno, de 27 anos, participou das homenagens por razão similar. "Como eu tenho filha (de 5 anos), não sei como é a dor, mas imagino que seja grande", diz. "Então resolvi vir participar."

As crianças foram mortas com golpes de machadinha por um homem de 25 anos que invadiu o local. No momento do ataque, elas brincavam no pátio.

*NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.

Dias após mais um ataque a escolas, com a morte de quatro crianças em Blumenau, Santa Catarina, especialistas ouvidos pela Agência Brasil falam sobre os impactos do bullying entre os estudantes. Nesta sexta-feira (7), Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas, o assunto está ainda mais em evidência no país. 

“O tipo de violência mais frequente na infância e no início da adolescência é o bullying”, disse Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos sobre Violência e Saúde (Lieves).

##RECOMENDA##

Criada em 2016 para alertar para necessidade de se prevenir o bullying e outros tipos de violência nas escolas, a data relembra a tragédia ocorrida em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, e assassinou 12 crianças.

“O bullying é um tipo de violência persistente. Não é uma situação de violência que acontece uma vez e se esgota. É um tipo de violência que tende a ser persistente no tempo e tende a ser recorrente. Geralmente é aquela situação em que, por exemplo, um aluno ou um adolescente na escola fica sistematicamente e frequentemente sendo alvo desse tipo de violência”, ressaltou a professora.

Violência

Para ser considerado bullying, precisa haver um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. “O bullying é um tipo de violência que se estrutura, que surge e que se sustenta em torno de desequilíbrio de poder. Então há um polo mais empoderado - ou que simbolicamente ou socialmente ocupa uma posição de poder mais forte - e um polo que ocupa uma posição de poder mais fragilizado”, explicou Maria Fernanda.

“A palavra bullying deriva do termo inglês bully, que tem um sentido como substantivo que significa agressor e em termos verbais significa intimidar. Bullying, como derivado, é definido como um comportamento agressivo. No Brasil o termo surgiu no final dos anos 90”, explicou Araceli Albino, presidente do Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo.

Segundo Zeyne Alves Pires Scherer, professora associada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), essa palavra é utilizada em diversos países no mundo “para definir o comportamento agressivo com ‘o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão’”.

A lei que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática define que o bullying é todo ato de violência física ou psicológica que ocorre de forma intencional e repetitiva, mas sem motivação evidente, com o objetivo de intimidar, agredir ou provocar dor ou angústia em uma ou mais pessoas.

Perfis

As principais vítimas de bullying, segundo Araceli, são as pessoas que apresentam uma certa fragilidade seja ela física, intelectual, social ou financeira. De acordo com Zeyne, a pessoa que é vítima de bullying costuma ficar isolada ou é excluída do convívio dos colegas. Ela também passa a manifestar sentimentos como ansiedade, tensão, medo, raiva reprimida, angústia, tristeza, desgosto, impotência e rejeição, mágoa, desejo de vingança e até pensamentos suicidas.

“Tudo que é excessivo é motivo para se preocupar: quando o sujeito está muito agressivo, ou muito isolado, quando perde o interesse na escola, em sair de casa, ou apresenta sintomas físicos de adoecimento, é importante os familiares, educadores e amigos prestarem atenção porque alguma coisa está errada. O melhor é prestar atenção, conversar e, em caso grave, procurar um profissional especializado, seja o psicanalista, psicólogo, médico e até um psiquiatra em determinados casos graves”, explicou Araceli.

Já o perfil do agressor é geralmente associado a uma pessoa que tem mais autoridade. “Ele precisa afirmar o seu poder pelos atos violentos, ele precisa se afirmar por meio de ações violentas”, disse ela.

Além de ser um fenômeno psicossocial, Zeyne destaca ainda que o bullying apresenta também um caráter epidemiológico e que, por isso, “precisa ser combatido como as outras formas de violência”.

Características do bullying

O bullying é caracterizado por diversas formas de agressão ou desrespeito sejam eles verbais ou físicos.

“Esse bullying pode ser verbal, como colocar apelidos que machucam ou que um adolescente não goste; pode ser um bullying físico; pode ser sexual; pode ser aquele que exclui socialmente um adolescente das brincadeiras e dos encontros; e pode ser também patrimonial, quando se pega estojos e cadernos ou rasga objetos [de outros]”, destacou Maria Fernanda.

“O bullying é manifestado por inúmeras ações como ofender, zoar, sacanear, humilhar, intimidar, constranger, discriminar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, excluir, isolar, ignorar, perseguir, chantagear, assediar, ameaçar, difamar, insinuar, agredir, bater, chutar, derrubar, ferir, esconder, quebrar, furtar e roubar pertences. A principal diferença das outras formas de violências é o potencial do bullyingem causar traumas irreparáveis ao psiquismo das vítimas, comprometendo sua saúde física e mental e seu desenvolvimento socioeducacional”, explicou Zeyne.

Uma pesquisa conduzida por Maria Fernanda com 2,7 mil adolescentes do nono ano do ensino fundamental de 119 escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo apontou que três em cada dez estudantes já passou por situações de bullying nas escolas.

Os dados indicaram que o bullying psicológico ou verbal (“ofensas, sarros e risos”) foi mais frequente (17,5%) do que aquele que envolve agressão física (3,7%). Do total de adolescentes, 6% disseram ainda ter sofrido bullying de conotação sexual. Além disso, 15% dos jovens admitiram já ter praticado bullying com colegas, enquanto 19% disseram ter praticado algum tipo de agressão física.

O combate ao bullying

O combate ao bullying deve ser iniciado pelo entendimento de que ele não é uma brincadeira, mas uma forma de violência. “O bullying é um problema, ele não é uma brincadeira. A existência do bullying para mim significa a existência de violência na relação entre os adolescentes”, apontou Maria Fernanda.

De acordo com a professora, por se tratar de uma manifestação violenta, ele precisa ser combatido de forma conjunta pela sociedade.

“Qualquer estratégia de prevenção à violência nas escolas pede uma sensibilização, uma mobilização e uma participação de toda a comunidade escolar, não só dos envolvidos. E não é tão eficaz que as intervenções sejam separadas das dinâmicas geral da escola”, afirmou Maria Fernanda.

A professora ressalta ainda que a questão da violência não será resolvida apenas om a escola. Para ela, é “injusto exigir ou esperar que a escola dê conta de um problema tão complexo sozinha”.

“A escola ganha relevância porque os adolescentes e as crianças passam grande parte dos seus dias nas escolas. Mas isso não significa - e não é eficaz pensar – que apenas a escola é responsável por prevenir essas questões ou interferir nessas situações”, declarou. “Quando falamos em prevenção da violência - e bullying é um tipo de violência - a gente reconhece e recomenda a construção de ações que sejam intersetoriais. Há que ter a participação da escola, do setor da saúde, da assistência social e dos conselhos tutelares”, acrescentou.

Para a presidente do sindicato dos psicanalistas, o assunto causa sofrimento à vítima e também demonstra uma doença psíquica do agressor, “que pode até a cometer atos irreparáveis às vítimas e a ele mesmo”.

“O bullying não é uma fase ou uma parte normal da vida, não é um comportamento saudável e nem socialmente aceito. Não é um problema escolar que os professores têm que resolver: é uma questão do núcleo familiar - e estes precisam encarar o problema de frente”, disse Araceli.

Na avaliação de Maria Fernanda, o combate ao bullying passa também pelo aprofundamento do diagnóstico e do conhecimento. Essas informações servirão de base para medias públicas.

“Precisamos qualificar as informações de censos escolares, de notificações de bullying e de violências e de diferentes setores que compõem o sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes e deixar essas informações disponíveis para que se produza conhecimento. Com esse conhecimento, podemos gerar políticas efetivas e programas que serão implementados nas escolas, em parceria com unidades de saúde e com capacitação do conselho tutelar”, disse.

Para Araceli, o enfrentamento a esse tipo de violência deve envolver também o afeto. “Combater o bullying e qualquer outro tipo de violência é fundamental para o processo de humanização. É necessário que tenhamos responsabilidade com o processo civilizatório: e este só pode acontecer com conhecimento, com cultura e amorosidade. É necessário e urgente que se tenha maturidade político-social para que as pessoas possam se reconectar com os bons afetos e se distanciar da violência. Só os bons sentimentos e o conhecimento pode nos permitir lidar com as frustrações e com a dor inevitável, sem adoecimento”, acrescentou.

A plataforma Disque 100 registrou mais de 121,5 mil denúncias de violações de direitos humanos de janeiro a março deste ano. O número consta no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que agora passa a ser atualizado a cada três meses, informou o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. 

A grande maioria das denúncias diz respeito a ameaças e ataques à integridade física ou psíquica das vítimas, espécies de violação relatadas em 99.482 e 99.506 das denúncias recebidas, respectivamente. 

##RECOMENDA##

Em relação ao gênero, do total de denúncias, 60,59% (73.897), tem como vítimas pessoas do sexo feminino, a maior parte delas (4.068 denúncias) na faixa etária de 70 a 74 anos. Essa é a mesma faixa etário do maior número de denúncias com vítimas do sexo masculino (1.897). 

Ainda assim, o grupo vulnerável mais atingido no primeiro trimestre, de acordo com o painel da ONDH, foi o de crianças e adolescentes, que corresponde a 36,4% (51.979) das denúncias. Isso ocorre porque, nesse tipo de categorização, o agrupamento se dá por faixas etárias maiores. Por essa métrica, pessoas idosas foram as segundas mais atingidas, com 33.200 (23,25%) das denúncias. 

Confirmando a regra desde que os dados começaram a ser colhidos, no primeiro trimestre deste ano a maior parte das violações ocorreu na casa onde reside a vítima e o suspeito (57.416 denúncias), seguido pela casa da vítima (36.352). 

Em relação aos suspeitos, nas denúncias recebidas a maior parte, 44,91%, é do sexo masculino (54.838 denúncias), com prevalência na faixa etária entre 40 e 40 anos (7.537). Não foram disponibilizadas informações sobre faixa de renda e escolaridade prevalente entre os suspeitos de praticarem as violações de Direitos Humanos. 

Nos três primeiros meses de 2023, foram recebidas pela plataforma Disque também 1.761 denúncias em que a vítima integra a comunidade LGBTQIA+. A maior parte dessas vítimas é composta por homossexuais gays do sexo masculino (565), seguida por homossexuais lésbicas do sexo feminino (380). 

Novidades

Segundo explicou o ministério, os dados de perfil de vítimas e suspeitos e outras informações sobre as denúncias, como tipo de violação, foram disponibilizados com a implementação da opção SIC - Acesso à Informação, no Painel de Dados da ONDH, em que são disponibilizados os dados abertos obtidos por meio de pedidos da Lei de Acesso à Informação. 

"Agora, de forma aberta, é possível acessar os perfis das vítimas e dos suspeitos, tipos de demandas e fazer a análise das denúncias com uma visão gerencial dos dados que são demandados à Ouvidoria”, explicou o coordenador-geral do Disque Direitos Humanos, Sidnei Costa, em nota divulgada pelo ministério. 

No mesmo texto, divulgado nesta quinta-feira (6), o ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, faz um apelo para que a sociedade se engaje na utilização do Disque 100. “A nova periodicidade e a opção referente ao SIC trazem mais transparência a este processo no qual queremos a participação ativa de todas as pessoas, tanto denunciando violações como atuando no desenvolvimento e promoção de políticas públicas”, disse. 

A mudança de temperatura entre os dias de chuva e sol das últimas semanas parece ter prejudicado as crianças do Grande Recife. Na busca por atendimento médico, os pais encontram emergências pediátricas lotadas devido aos mesmos sintomas: tosse, febre, coriza e dor no corpo. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) aumentou a vigilância e acompanha os efeitos desse surto. 

A infectologista pediátrica Alexsandra Costa explicou que o estado atravessa o período sazonal de doenças respiratórias, que vai de março a julho, tempo em que a transmissão de quadros virais entre crianças é mais presente.  

##RECOMENDA##

“Todos os anos, nessa mesma época, observamos um aumento dos quadros respiratórios na infância superlotando as emergências pediátricas. Esse período une a circulação de vários agentes infecciosos virais, como o VSR, Influenza, rinovírus, SARS-CoV-2", ressaltou a médica. 

Além dos principais sintomas, ela destacou que também é comum que alguns pacientes apresentem diarreia, dor abdominal, falta de apetite e vômitos. Em relação aos dados da SES referentes a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 96 casos foram notificados na última semana, sendo 86 em crianças até os cinco anos. 

Ainda sem diagnóstico preciso, 69 casos são analisados pela pasta. Outros 24 foram descartados para a Covid- 19 e três tiveram a infecção confirmada. Alexsandra reforça a importância de aderir à vacinação, sobretudo da gripe e do coronavírus. Ela acrescenta que a prevenção nesses casos se dá pelo cuidado ao lavar as mãos e evitar aglomerações.  

Também é importante que os pais estejam comprometidos com as outras crianças e não mandem os filhos doentes para creches e escolas, e mantenha o uso de máscara na criança sintomática. “O tratamento deve ser individualizado a cada caso, a depender dos sintomas e do agente etiológico provável”, disse a infectologista, que reforçou a necessidade de os pais buscarem atendimento médico especializado. 

A SES informou que acompanha a evolução dos casos nos serviços de saúde junto à Central de Regulação Hospitalar do Estado e apontou a tendência de aumento de internações. 

“Até o momento, a Central de Regulação junto à rede assistencial tem observado uma tendência de aumento dos casos com necessidade de internação e que está em estado de vigilância diária quanto ao número de casos. A Central ainda esclarece que essa tendência de aumento não está relacionada a casos de covid positivo, e sim, aos demais vírus, principalmente influenza tipo B”, citou em nota.

O enterro das quatro crianças assassinadas em atentado* em Blumenau, Santa Catarina, ocorre nesta quinta-feira (6) em horários que vão das 10 horas até as 14 horas. Três vítimas são veladas em cemitério no centro da cidade, enquanto uma quarta será sepultada na região de Salto Norte. Só no primeiro local, a estimativa é de que mais 2 mil pessoas compareçam para prestar homenagens. No velório, o clima era de desolação.

Na manhã da quarta-feira (5) um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho do Bom Pastor, no bairro Velha, e matou as quatro crianças utilizando uma machadinha.

##RECOMENDA##

Os três meninos e uma menina tinham entre 4 e 7 anos.

Além das vítimas fatais, outros cinco alunos ficaram feridos. O assassino se entregou à polícia minutos depois.

Quem são as vítimas:

Bernardo Cunha Machado, de 5 anos

Bernardo Pabest da Cunha, 4 anos

Larissa Maia Toldo, 7 anos

Enzo Marchesin, de 4 anos

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo acompanhou o começo do velório de três crianças no centro da cidade.

Os corpos das vítimas chegaram ao local por volta de 22h30. A previsão é que Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, seja enterrado às 10 horas, Bernardo Pabest da Cunha, de 4, às 10h30, e Larissa Maia Toldo, de 7, às 11h30.

Dezenas de moradores da cidade foram até lá para acompanhar o início do velório na noite desta quarta. "Em 39 anos gerindo esse cemitério, é a maior concentração de pessoas que a gente já viu por aqui", disse Guilherme Otto, diretor do cemitério.

A comoção foi tamanha que, pouco antes das 23 horas, todas as cerca de 250 vagas do estacionamento estavam preenchidas.

Os visitantes tiveram de começar a parar os carros em ruas no entorno, em operação coordenada por equipes da prefeitura de Blumenau.

Cerca de 2 mil a 3 mil pessoas devem comparecer no cemitério para acompanhar os três velórios, segundo estimativa da gestão do local.

"Para se ter um parâmetro, em Dia de Finados, costumamos receber 4 mil pessoas", disse Guilherme. "Foi um crime que abalou toda a cidade."

O corpo de Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, será enterrado às 14 horas em cemitério na região norte. O velório do menino também começou na noite desta quarta.

Moradores fazem vigília na porta da creche

Mais cedo, por volta de 20 horas desta quarta, dezenas de moradores de Blumenau se reuniram em frente à creche onde o atentado ocorreu para prestar homenagem às vítimas. Velas foram acesas ao lado da porta de entrada.

"Eu tinha que vir prestar solidariedade, é trágico algo como isso acontecendo em uma cidade tão tranquila", afirmou o advogado Iago Mendes, de 28 anos, que mora quase em frente à creche.

Muitos se mostravam incrédulos com o ocorrido. "É uma perda para toda a região. Ainda mais aqui, que é uma cidade tranquila, a gente não esperava isso nunca", disse o corretor de imóveis Victor Hugo Demétrio, de 19 anos.

NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quinta-feira, 5, em evento no Palácio do Planalto, sobre a tragédia em creche em Blumenau, Santa Catarina, que aconteceu nesta manhã. O chefe do Executivo afirmou que hoje é um dia que deixa seres humanos "enojados" e pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.

"Jamais imaginávamos que poderia acontecer o que aconteceu hoje. O cidadão teve a pachorra de matar quatro crianças", disse, durante evento que marca a assinatura de decretos que mudam o novo Marco Legal do Saneamento. "Não tem palavras para consolar as famílias."

##RECOMENDA##

Um ataque na creche Cantinho Bom Pastor em Blumenau, na Rua dos Caçadores, no interior do Estado, deixou quatro mortos, segundo o Corpo de Bombeiros. O governo anunciou hoje que irá criar um grupo de trabalho interministerial de valorização da "cultura de paz" e contra violência, que será coordenado pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

O Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta terça-feira (4), aponta que aumentou muito em 15 estados o número de crianças internadas por vírus respiratório.

O crescimento de internações de adultos por covid-19, segundo o boletim, é observado em 10 estados e atinge com risco muito maior àqueles que estão em atraso com o calendário de vacinação ou que sequer foram imunizados com a primeira dose da vacina.

##RECOMENDA##

A análise consta dos dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e refere-se à Semana Epidemiológica (SE) 12, de 19 a 25 de março.  O estudo aponta que em oito estados - Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio e Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo – e no Distrito Federal constata-se o crescimento de covid-19 em todas as faixas etárias. Já no Amapá, Espirito Santo, Maranhão, Sergipe e no Tocantins, o aumento é de internações por vírus respiratório, e está concentrado basicamente nas crianças.

O pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que se a criança estiver com sintoma de infecção respiratória, o ideal é não mandá-la para a escola ou creche. “Dessa forma podemos tentar frear a disseminação do vírus respiratório em crianças”, alerta.  Até hoje, o país registra um percentual muito elevado de crianças que não foram vacinadas contra a covid-19.

O pesquisador lembra aos pais ou responsáveis que por mais que a covid-19 atinja com maior intensidade os adultos, os pequenos não vacinados também correm um risco importante de contrair a doença.

“A melhor forma de proteção é tomar a vacina e usar boas máscaras, especialmente quem está com sinal de infecção respiratória ou quem vive com alguém que faz pate do grupo de risco”, esclareceu Gomes.  Casos Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 46,2% para Sars-Cov-2 (covid-19); 3,3% para Influenza A; 3,7% para Influenza B e 36,2% para vírus respiratório.

Entre os óbitos, a presença do vírus foi de 82,7% para covid-19; 4,6% para Influenza A; 3,6% para Influenza B e 6,1% para vírus respiratório.

A agência de regulação digital do Reino Unido (ICO) multou nesta terça-feira (04) o aplicativo chinês TikTok em 12,7 milhões de libras esterlinas (R$ 80,5 milhões, US$ 15,9 milhões), pelo uso "ilegal" de dados pessoais de crianças, segundo um comunicado.

O ICO avalia que o TikTok permitiu em 2020 que até 1,4 milhão de crianças britânicas menores de 13 anos abrissem uma conta na plataforma, o que viola suas regras oficiais. A agência também destaca o uso dos dados dos usuários sem o consentimento dos responsáveis.

##RECOMENDA##

A investigação da agência governamental revelou que o TikTok não fez "verificações adequadas para identificar e bloquear as contas de crianças" sem idade suficiente para acessar a plataforma, apesar de alguns diretores terem levantado preocupações internas sobre isso, detalha o comunicado.

Citado no comunicado, o comissário de informação do Reino Unido John Edwards comentou que "no Reino Unido existem leis para garantir que nossas crianças estejam seguras no ambiente virtual e o TikTok não as respeitou".

A Casa Branca, a Comissão Europeia, os governos canadenses, britânicos e australianos proibiram recentemente seus funcionários de utilizarem o TikTok nos smartphones profissionais.

O Parlamento da Noruega e o exército sueco também adotaram as medidas.

Washington acusa o TikTok - que pertence ao grupo chinês ByteDance - de servir como uma ferramenta para Pequim espionar e manipular os americanos.

No ano 2000, os Estados Unidos registraram um caso de autismo a cada 150 crianças observadas. Em 2020, houve um salto nos registros: um caso do transtorno a cada 36 crianças. As estatísticas são do órgão de saúde Centers of Disease Control and Prevention (CDC), que divulgou os dados atualizados na semana passada - já que eles sempre são anunciados pelo menos três anos após a coleta.  

No Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, comemorado anualmente no dia 2 de abril, cientistas que estudam o espectro detalharam que as principais hipóteses do aumento dos casos são: maior acesso da população aos serviços de diagnóstico; formação de profissionais capazes de detectar o transtorno; ampliação da conscientização do que é autismo e possíveis fatores ambientais que colaboram para a maior frequência de TEA.

##RECOMENDA##

Apesar de não existirem estatísticas referentes à população brasileira, é possível usar os números do CDC como uma referência do que está ocorrendo aqui no país. “São números que podem ser extrapolados para o mundo inteiro”, garantiu o pesquisador na área de genética na Universidade da Califórnia (EUA), Alysson Muotri. 

ORIGENS DIVERSAS

O autismo tem causas genéticas e ambientais. Em geral, ele é poligênico, ou seja, mais de um gene afetado. “A lista de genes alterados que podem levar ao autismo tem crescido muito nos últimos anos. Saem trabalhos quase semanalmente sobre isso. Mas acho que estamos chegando perto de um platô: são cerca de mil”, explicou Muotri.

O transtorno pode ter origem hereditária, de mutação nova e de mutação por causa dos gametas. Os sinais são: não estabelece contato visual, não olha quando é chamado pelo nome, não gosta do toque, anda na ponta dos pés, tem seletividade alimentar, gestos repetitivos, entre outros. Apresentar um ou mais desses comportamentos não significa que a criança tenha autismo, mas levanta a necessidade de os pais procurarem o pediatra.  

A avaliação é multidisciplinar, a partir de uma sequência de consultas e observações clínicas com diferentes profissionais na área de saúde. É recomendado iniciar o tratamento o quanto antes. O tratamento comprovado cientificamente é a terapia cognitiva-comportamental (ABA), que busca dar ao indivíduo as habilidades necessárias para que ele seja mais independente. No entanto, há pacientes que respondem melhor a esses estímulos do que outros.

De acordo com um estudo feito no ano passado do Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre – RS), o autismo em meninos é quatro vezes mais frequente do que em meninas. Contudo, não há uma resposta única para explicar o porquê dos casos de autismo aumentaram nas últimas duas décadas.  

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em sessão nesta quinta-feira (23), uma proposta que inclui no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a referência ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, criado pela Lei 12.127/09. O texto segue agora para sanção presidencial.

O Projeto de Lei 2099/19 (antigo PL 4509/16), aprovado em caráter conclusivo pelas comissões permanentes da Câmara, foi alterado depois pelo Senado, que incluiu no texto as referências ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas e aos demais bancos de dados do País, sejam nacionais, estaduais ou municipais.

##RECOMENDA##

“Esse projeto é valioso ao buscar soluções para o problema dos desaparecidos”, disse a relatora, deputada Delegada Katarina (PSD-SE), ao defender a aprovação da iniciativa das deputadas Laura Carneiro (PSD-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS). O parecer da relatora foi lido em Plenário pela deputada Bia Kicis (PL-DF).

Compartilhamento

O ECA é de 1990, e o texto original do estatuto apenas considerava como uma das linhas de ação das políticas públicas a oferta de um serviço de identificação e localização de pais, responsáveis, crianças e adolescentes desaparecidos.

Posteriormente, a Lei 11.259/05 definiu que a investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, os quais deverão comunicar o fato à Polícia Rodoviária e a portos, aeroportos e companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo os dados necessários para identificação da pessoa desaparecida.

A redação aprovada pela Câmara em 2019 determina que essa notificação será dirigida ainda para o cadastro de crianças e adolescentes desaparecidas, o qual terá de ser atualizado a cada nova informação. Já a versão do Senado, de 2022, exige a notificação também ao cadastro nacional de pessoas desaparecidas.

*Da Agência Câmara de Notícias

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando