Tópicos | crise

Em pleno ajuste fiscal, há um dado em particular que mostra a rápida e preocupante deterioração das finanças públicas por um ângulo diferente: o tamanho do rombo na Previdência Social. Em março deste ano, um relatório oficial do governo estimava que o déficit da Previdência - a diferença entre a receita e a despesa - equivaleria a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) só em 2030. De março para cá, a revisão dos indicadores, como crescimento da economia, arrecadação, inflação e reajuste do salário mínimo, alteraram drasticamente a estimativa. O déficit previsto para daqui a 15 anos vai ocorrer em 2016. O rombo previsto é de R$ 125 bilhões.

Quem acompanha a Previdência não está surpreso. Há anos os especialistas chamavam a atenção para o fato de que os gastos eram crescentes e que em algum momento se acelerariam. "O futuro é de longo prazo, mas um dia ele chega. Então: o futuro chegou", diz o economista Fábio Giambiagi, especialista em contas públicas.

##RECOMENDA##

A piora nos números da Previdência reforça uma tese que vem ganhando força entre os economistas: além de fazer o ajuste de curto prazo, o governo deve, em paralelo, promover um ajuste estrutural das contas públicas - e ele deve começar na Previdência. "A reforma da Previdência não é uma questão de ser contra ou a favor: ela é um imperativo", diz Mansueto Almeida, especialistas em contas públicas que defende a reforma estrutural.

[@#video#@]

A decisão do governo de encaminhar a discussão da reforma para o Fórum da Previdência foi mal recebida. Todos citam o fórum idêntico, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deu em nada. "Conhecemos a capacidade desses fóruns de empurrar com a barriga o que importa", diz Raul Velloso, consultor de finanças públicas.

Paulo Tafner, subsecretário geral de Fazenda do Rio de Janeiro e autor de vários livros sobre a Previdência, lembra que uma reforma desse tipo precisa ser encampada pela presidente da República. Caberia a Dilma Rousseff liderar a discussão. Mas ele reforça que a situação não é ruim apenas no INSS. É crítica na previdência do setor público, incluindo Estados e municípios. "Não se trata mais de uma luta isolada da presidente, ainda que ela tenha de ser o principal ator político: vamos lembrar que vários governadores foram a Brasília dizer que aceitariam a volta da CPMF compartilhada para custear os seus sistemas de previdência. A situação é gravíssima no setor público", diz Tafner.

O rápido aumento do buraco na Previdência ocorre pela associação de três fatores: a recessão, envelhecimento da população e o fato de as atuais regras de concessão de benefícios serem mais generosas que a de outros países, avaliam os especialistas em finanças.

Os déficits são recorrentes desde os anos 90, mas partir de 2006 foram ficando menores, dando a falsa impressão de melhora. "De 2004 a 2011, foram gerados, em média 1,4 milhão de novos empregos formais todos os anos", diz Mansueto. "Isso elevou muito a arrecadação e escondeu o problema." Daqui para a frente, vai ocorrer o inverso. Com a alta do desemprego, o número de trabalhadores que contribuem vai cair.

O que mais pesa é o fato de o Brasil estar envelhecendo. Hoje há no País cerca de 23 milhões de idosos com mais de 60 anos. Em 2030, serão 41 milhões. Haverá cada vez menos jovens para contribuir com a previdência e mais idosos requisitando aposentadorias e benefícios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#podcast#@]

A Jordânia fez um apelo apaixonado para os países ao redor do mundo receberem mais refugiados sírios, pois o país está sobrecarregado com a enorme quantidade de pessoas que fogem da Síria em busca de uma vida melhor.

Em seu discurso em uma cúpula global na Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro Imad Najib Fakhoury afirmou que os esforços da Jordânia, um país pequeno, são semelhantes aos da ONU se aborvesse 64 milhões de pessoas, ou da União Europeia (UE) em 100 milhões, ou do Japão em receber 25 milhões ou a China 280 milhões.

##RECOMENDA##

E os exemplos continuam. A delegação da Jordânia afirmou que o peso de receber a enorme quantidade de refugiados é semelhante ao Brasil ter de receber mais 40 milhões de pessoas ou a África do Sul mais 11 milhões.

Na Jordânia estão alojados cerca de 630 mil refugiados sírios, aproximadamente 10% da população. O ministro afirmou que o número é "devastador" para o desenvolvimento da Jordânia. Fonte: Associated Press.

Em meio à maior crise que o País enfrenta a comprovação oficial de que os empregos voam pela janela: o Brasil registrou em agosto o quinto mês seguido de perda de vagas de empregos formais. No mês, as demissões superaram as contratações em 86.543, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado de agosto foi o pior para este mês desde 1995, quando foram fechadas 116 mil vagas.

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, foram fechados 572.792 postos com carteira assinada no País. Apesar do País ter continuado a perder vagas com carteira assinada, o número de vagas fechadas em agosto ficou abaixo das 157 mil vagas perdidas no mês anterior.

Na véspera, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, tinha afirmado que os dados oficiais sobre o mercado de trabalho iriam mostrar desaceleração das demissões no mês. "O resultado ainda é negativo. A nossa expectativa e a nossa esperança é que a recuperação ocorra em 2016", disse. O fechamento de vagas formais acontece em meio a um fraco nível de atividade econômica, com o Brasil oficialmente em recessão técnica.

Isso sem deixar de ressaltar a alta da inflação e do endividamento das famílias, além de um ajuste nas contas públicas, implementado pela equipe econômica, principalmente com aumento de impostos e corte de investimentos. No acumulado nos últimos 12 meses, foram eliminados 985.669 postos de trabalho no País, o que corresponde a uma redução de 2,37% no contingente de empregados celetistas.

Com a redução de vagas formais em julho deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada, em todo o País, também tem recuado. No fim de agosto de 2014, um ano atrás, 41,62 milhões de pessoas tinham emprego com carteira no Brasil. No mês passado, o número de trabalhadores empregados já tinha recuado para 40,63 milhões.

Ao comentar o resultado, o ministro Manoel Dias disse que é um fato concreto a possibilidade de o País perder mais de 1 milhão de postos de trabalho em 2015. “Mas estamos capacitados a recuperar. Com a inclusão social que foi feita, o Governo terá condição de recuperar os empregos, de fazer a correção de rumos da economia. Vamos recuperar a capacidade de gerar emprego”, afirmou.

Dias destacou que o governo vai investir R$ 68 bilhões na área de construção civil, o que poderá reduzir o fechamento de postos de trabalho no País. Segundo disse, até setembro foram assinados contratos de R$ 36 bilhões, o que poderá significar 3,6 milhões de novos postos de trabalho ainda em 2015.

INVESTIGAÇÃO – O Ministério Público Federal abriu inquérito para "apurar a notícia de possível irregularidade na tramitação, na Câmara de Vereadores do Recife, do Projeto de Lei do Executivo 36/2014, que visa a legalizar operações para captação de recursos em troca de recebíveis da dívida ativa. O procedimento aberto pelo MPF visa investigar a recém-criada RECDA, empresa da Prefeitura do Recife que tem como objetivo vender cerca de R$ 1 bilhão em créditos da dívida ativa do município oferecendo em garantia títulos públicos.

Bicudos afinam a viola – O gabinete do secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, virou centro de verdadeira romaria de políticos do Interior da mesma base governista, mas que não conseguem se entender. Na última quarta-feira, por exemplo, o hábil auxiliar do governador Paulo Câmara colocou lado a lado o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), e o ex-prefeito Totonho Valadares, também do PSB, que não têm falado a mesma linguagem quando se trata da discussão das eleições municipais ano que vem.

Meses decisivos – Os meses de outubro e novembro serão decisivos para um eventual impeachment da presidente Dilma, segundo o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, um dos principais articuladores da oposição. O Governo já enfrenta turbulências políticas e econômicas, mas na avaliação do parlamentar tanto o quadro político como o econômico podem se agravar e reforçar os argumentos para eventual impedimento da presidente. "Os próximos 60 dias serão decisivos. Até novembro saberemos", afirmou.

Razão da nova paralisação – As obras da PE-292, trecho que liga o distrito de Albuquerquené a Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, voltaram a parar mais uma vez, mas desta vez a culpa não é do Governo. Segundo o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira, a Esse Engenharia, empresa responsável pela estrada, sofreu uma ação judicial tendo suas contas sido bloqueadas para recebimento de faturas. “O dono da empreiteira nos informou que ganhou um recurso na justiça e vamos retomar a obra”, disse.

PSD engorda em Serra – Em Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque (PT) fechou acordo para abrir a vaga de vice na chapa da sua reeleição ao PSD diretamente com o presidente estadual, André de Paula, com o aval de Rodrigo Novaes (PSD), também votado no município. Duque já reforçou o partido aliado com o ingresso de três vereadores – Dedinha Inácio (ex-PMDB), Barbosa Net0 (ex-PSB) e Edmundo Gaya (ex-PMDB) – e a comissão provisória municipal entregou ao pai, o empresário João Duque. A novidade nas adesões pode ser a filiação de mais um vereador, Marquinhos Oliveira, hoje no PR.

CURTAS 

CAINDO NA REDE – Dois dias após a oficialização da sua Rede de Sustentabilidade pelo TSE, a ex-senadora Marina Silva ganhou, ontem, o primeiro senador em suas fileiras: Randolfe Rodrigues, egresso do Psol. Também está ingressando no partido três deputados federais que a sigla vem fazendo mistério, além do deputado distrital Chico Leite, ex-PT do Distrito Federal.

REVOADA - Em Pernambuco, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, um dos fundadores do PV, já pediu desfiliação do partido para ingressar na Rede de Marina Silva. Também deve ingressar na Rede o ex-deputado Roberto Leandro, um dos fundadores do PV no Estado e extremamente ligado a ex-senadora.

 

Perguntar não ofende: O que vai acontecer neste País nas duas próximas semanas? 

A piora nos cenários econômico e político no Brasil já desperta preocupação entre os investidores internacionais, que temem que a recuperação da economia mundial após a grande crise de 2008/2009 seja abortada. Embora desempenhe papel coadjuvante na cena que tem a China como protagonista, o Brasil entrou no radar do mercado como um ponto a ser observado com cautela e, na avaliação do estrategista do banco de investimentos Brown Brothers Harriman (BBH) Ilan Solot, as tensões podem aumentar.

No entanto, para Solot, existe certo exagero na percepção de risco do Brasil. "O País não está numa posição delicada como já esteve no passado. O risco externo da Turquia, por exemplo, é muito maior", comentou em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Entretanto, o CDS (swap de default de crédito, uma espécie de seguro contra risco de calote) do Brasil chegou a ultrapassar os 500 pontos na manhã desta quinta-feira, 24, ficando muito acima dos 315 pontos da Turquia. O CDS da Rússia, que perdeu o grau de investimento de duas agências de classificação de risco no início do ano, estava em 381 pontos.

##RECOMENDA##

"Essa distorção no CDS e também no CDI deve ser corrigida em algum momento. No câmbio, a situação é um pouco mais complicada, porque envolve também fluxo de capitais", diz Solot. Grande parte do pessimismo envolvendo o Brasil, segundo ele, foi derivada do escândalo de corrupção na Petrobras, que colocou em xeque a confiança em outras empresas brasileiras. "Isso tem pesado no mercado acionário", afirma.

Para Solot, a situação das empresas é mais delicada, porque, além da crise de confiança, existe a exposição ao câmbio e, em muitos casos, a commodities.

Ontem, a BM&FBovespa perdeu o posto de maior bolsa de valores da América Latina para o México, de acordo com a Economática. O valor de mercado das empresas listadas na bolsa brasileira era estimado em US$ 476,1 bilhões, contra US$ 478,8 bilhões das empresas mexicanas.

O desconforto nos mercados internacionais, ressalta o estrategista do BHH, tem múltiplos fatores. Entre eles, estão o escândalo envolvendo a Volkswagen e as dúvidas em relação aos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

As agências de turismo estão ajustando suas ofertas para fazer a viagem de férias caber no bolso do consumidor. Em meio a alta do dólar, as empresas colocaram na prateleira mais opções para destinos nacionais, estão oferecendo câmbio fixo para os destinos no exterior e lançaram cruzeiros mais curtos e baratos. Os chamados pacotes "all inclusive", com hospedagem, alimentação, refeições e lazer incluídos, são outro chamariz para um cliente com receio de gastar e que não quer sustos no cartão de crédito.

Ao ver a demanda esfriar, as agências correram para renegociar preços com fornecedores e tentar oferecer opções mais atraentes para os clientes. Empresas como CVC, TAM Viagens e Hotel Urbano disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que conseguiram bons descontos com as companhias aéreas, hotéis e navios de cruzeiro, aproveitando um interesse das empresas em aumentar suas taxas de ocupação em meio ao cenário de crise.

##RECOMENDA##

"Mas mesmo com os descontos, o cliente tem receio do que vai gastar durante a viagem, especialmente em dólar. Isso tornou os pacotes 'all inclusive' mais atrativos", disse o gerente de produtos internacionais da TAM Viagens, Arthur Sorelli.

[@#video#@]

Hoje os pacotes com refeição e lazer incluídos, como cruzeiros e resorts, representam 25% das vendas da agência, número que a empresa estima que será maior em 2015. A TAM Viagens disse que as vendas de opções "all inclusive" para destinos internacionais aumentaram 45% no primeiro semestre, mais do que a expansão de 8% nas vendas da empresa "Os cruzeiros no exterior são até 20% mais baratos que uma opção similar com hospedagem terrestre e não têm risco cambial", disse.

A CVC também sentiu um interesse maior do cliente pelos pacotes "all inclusive". "Uma cerveja no exterior que custa US$ 10, já virou mais de R$ 40. Ninguém quer se estressar com isso nas férias. O cliente quer deixar tudo pago e curtir a viagem", disse o vice-presidente de vendas, produtos e marketing, Valter Patriani.

Para ajustar sua oferta ao novo padrão de consumo, a CVC criou opções com viagens mais curtas e mais baratas. "O brasileiro pegou gosto pelas férias e não vai abrir mão de viajar. O que temos que fazer é colocar as férias no bolso dele", disse o vice-presidente de vendas, produtos e marketing, Valter Patriani. No primeiro semestre, a CVC reduziu em 7% o valor do seu ticket médio, mas o volume de reservas aumentou 14%.

Cruzeiros

Uma novidade dessa temporada são os mini cruzeiros, viagens de navio com duração de três ou quatro dias, menos do que o período usual - de sete a dez dias. A CVC estima que metade das vendas de cruzeiros será nessa modalidade.

Só a MSC Cruzeiros, líder no mercado brasileiro, terá quatro navios no Brasil durante a temporada de verão, que começa em novembro, um a mais do que em 2014. Mesmo nos passeios pela costa brasileira, o produto tradicionalmente é cotado em dólar, algo que assusta o consumidor neste momento.

Para conseguir fechar as vendas, a MSC está oferecendo preço com dólar fixo, a R$ 2,99. "Funciona como um desconto usual que concedemos quando lançamos uma promoção, mas o dólar fixo é hoje uma grande atrativo comercial", disse o diretor de vendas e marketing da MSC Cruzeiros, Adrian Ursille.

Por trás das promoções, está o desejo da empresa de cruzeiros de fazer o cliente fechar o negócio e garantir uma ocupação mínima para seus navios. A tendência é que as promoções se concentrem até meados de outubro, segundo as agências de viagem. Depois disso, os preços devem começar a se ajusta. "A preocupação agora é garantir a ocupação dos navios. Mas, no futuro, os preços devem absorver o novo patamar de custos (em dólar)", disse Ursille.

Férias nacionais

Em meio a alta do dólar, a agência de viagens virtual Hotel Urbano quadruplicou sua oferta de pacotes nacionais neste ano. "Tivemos de ser criativos e buscar destinos nacionais que não eram bem trabalhados", disse o CEO do Hotel Urbano, José Eduardo Mendes. A empresa sentiu alta de 45% nas vendas de pacotes nacionais e queda de 18% nos internacionais no primeiro semestre.

Em média, as vendas de pacotes internacionais caíram 10% em relação ao mesmo período do ano passado, e as de opções nacionais ficaram estáveis, afirmou o vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi Junior. A projeção da associação para o segundo semestre de 2015 é de queda da mesma ordem no segmento internacional e alta de 5% no nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#podcast#@]

A presidente Dilma Rousseff comunicou ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai vetar o financiamento de campanhas por empresas privadas. Sua decisão, que se curva à leitura do Supremo Tribunal Federal, abre uma nova polêmica, já que esse ponto da reforma política, aprovada pelo Congresso, interfere na autonomia do Congresso Nacional, segundo Cunha.

Ele argumenta que, embora o STF tenha considerado, em julgamento concluído na semana passada, inconstitucional que empresas doem recursos a candidatos e partidos, o assunto não está encerrado. Em primeiro lugar, Cunha reverbera a fala do ministro do STF, Gilmar Mendes -voto vencido no julgamento- no sentido de que o Tribunal precisa modular sua decisão, ou seja, dizer a partir de quando ela vale, e em que termos.

O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, disse que a decisão vale daqui em diante, ou seja, já para as eleições de 2016. Mas Gilmar e Cunha cobram que essa definição seja dada pelo plenário da corte. Segundo o presidente da Câmara, os partidos estudam apresentar um questionamento ao STF pedindo a modulação da decisão.

Cunha argumenta que o tribunal criou um grave problema aos candidatos e irá resultar na figura do doador-laranja. Em sua avaliação, empresas procurarão pessoas físicas para, por meio delas, continuar financiando candidatos de forma camuflada. Antes do julgamento do STF, o Congresso havia aprovado parte da reforma política, incluindo a permissão do financiamento privado, limitado a R$ 20 milhões por empresa.

Dilma tende a vetar esse ponto em decorrência do julgamento do STF. Cunha afirmou, entretanto, considerar essa hipótese uma interferência do Executivo no Legislativo, apesar de os vetos presidenciais a projetos do Congresso serem uma previsão normal nas regras de relação entre os poderes. A última palavra é sempre do Congresso, que por maioria absoluta de seus integrantes pode derrubar a decisão presidencial.

O argumento do peemedebista é o de que não há modulação da decisão nem acórdão [a formalização da decisão] publicado. “Não tem acórdão publicado, a matéria não está transitada em julgado [com decisão definitiva] para que o Governo use um julgamento que não conhece o teor do acórdão para poder vetar. Se o governo vetar a lei eleitoral vai ser uma interferência do Poder Executivo no Legislativo”, disse Cunha.

Ele afirmou ter discutido esse cenário com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que concordaria com sua posição. Cunha deu a entender também que caso Dilma vete esse ponto, o Congresso poderá se reunir rapidamente para derrubar a decisão.

CAUTELA E CALDO DE GALINHA– O endurecimento do discurso do PSB em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff não parece ter encontrado eco junto aos governadores do partido, que em parte adotam um tom cauteloso sobre a possibilidade. O governador Paulo Câmara acha que é necessário utilizar de "prudência em favor das instituições". Segundo ele, também é aconselhável se fundamentar em cima de uma base legal e sólida que justifique a medida.

Dupla derrocada – Com uma gestão afundada em dívidas, sem ao menos ter feito o dever de casa no que se refere aos ajustes que passam todos os municípios na tentativa de sobreviver ao tsunami da crise nacional, o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), está correndo o risco de sofrer uma dupla derrota em 2016: não eleger o sucessor nem emplacar o filho Betinho no Cabo, onde todas as pesquisas já apontam o favoritismo de Lula Cabral (PSB).

PMDB emplaca Saúde– A presidente Dilma e o vice-presidente Michel Temer discutiram, ontem, a reforma administrativa que o Governo deve anunciar até amanhã. Anunciada em agosto com o objetivo de reduzir gastos, a reforma consiste em extinguir cerca de dez das atuais 39 pastas e reduzir o número de cargos comissionados na Esplanada. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), entregou em mãos a Dilma as indicações do partido para o Ministério da Saúde.

Pé no chão– Em entrevista, ontem, a uma rádio do Recife, o líder do Governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse que apesar da vitória da base aliada na votação pela manutenção dos vetos da presidente Dilma quanto as chamadas pautas-bombas, o Governo ainda tem muito trabalho pela frente. "Eu sou muito pé no chão. Nós ainda precisamos trabalhar muito para consolidar essa posição. Eu acho que é ufanismo e contar vantagem. Nessa altura do campeonato não há condições de que a gente consolide e cristalize essa posição", afirmou.

Novos tempos no PMDB – Um dia após a ex-presidente do diretório municipal do PMDB de Olinda, Isabel Urquiza, renunciar ao comando do partido e se desfiliar na legenda, o deputado Ricardo Costa assumiu as articulações para fortalecer a legenda na Marim dos Caetés, com o discurso de que o PMDB passará a viver bons e gloriosos dias no município. “Vamos bombar e dinamizar o partido”, repetia, entre um e outro telefonema para aliados que já pensavam até em abandonar o barco.

CURTAS

MULHER– A Prefeitura do Cabo de Santo promoveu, ontem, a IV Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres. O encontro, realizado no SEST/SENAT, às margens da rodovia PE-60, foi uma iniciativa da Secretaria Executiva da Mulher, agregando mulheres da sociedade civil, representantes de ONG'S, e grupos da terceira idade do município. E ao final definiu propostas e delegadas a serem levadas à etapa estadual.

APLICATIVO- A Prefeitura de Petrolina aposta na inovação e tecnologia na hora de servir os contribuintes, atendidos pelo setor de tributos. Além de disponibilizar guichês eletrônicos para atendimento ao público, o setor fiscal adotou um aplicativo que gera nota fiscal eletrônica. A iniciativa foi estimulada pelo prefeito, Júlio Lóssio e executada pelo secretário-executivo da Fazenda, Allan Maux.

Perguntar não ofende: Na conversa com Dilma ontem, para tratar de reforma ministerial, Lula emplacou quantos ministros?

A Colômbia e a Venezuela concordaram nesta segunda-feira em reenviar seus embaixadores, que foram retirados de seus postos há um mês devido a uma disputa entre os países que paralisou o comércio e o movimento entre as fronteiras.

O anúncio ocorreu após um encontro de cinco horas em Quito entre Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, que discutiram a decisão da Venezuela de fechar sua fronteira com a Colômbia e começar a deportar imigrantes do país.

##RECOMENDA##

Os líderes, entretanto, não anunciaram a reabertura dos postos de controle na fronteira, como era esperado por pessoas da região. Eles apenas afirmaram que seus governos irão trabalhar para uma normalização gradual da situação na fronteira, sem explicar como isso irá ocorrer.

A reunião de segunda-feira foi intermediada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, um aliado próximo da Venezuela e pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.

Os ministros de Relações Exteriores da Venezuela e Colômbia irão continuar as negociações, começando com uma reunião na quarta-feira, de acordo com um comunicado lido por Correa. Fonte: Associated Press.

Para o jurista Hélio Bicudo, de 93 anos, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara dos Deputados, a crise política não se resolverá apenas com a saída dela do Palácio do Planalto. "O melhor seria convocar novas eleições gerais. Mudar toda a Câmara e o Senado seria o remédio mais democrático", disse ele ao jornal O Estado de S. Paulo.

Sua ideia sobre a antecipação das eleições prevê um governo interino do vice-presidente Michel Temer que duraria 90 dias. "É possível antecipar por meio de um decreto partindo do Executivo. Vamos convocar e ver que bicho dá".

##RECOMENDA##

Cortejado pela oposição desde que decidiu assinar a petição, Bicudo passou a ser criticado pelos petistas nas redes sociais, que questionam o fato de ele ser classificado como "fundador do PT". Para "corroborar" a tese de que o jurista estaria sendo "manipulado", defensores da presidente divulgaram um texto escrito por um dos sete filhos de Bicudo, José Eduardo Pereira Bicudo, que afirmou que o pai "está sendo usado pelos articuladores do golpe".

"Criei meus filhos democraticamente. Nunca exigi fidelidade aos meus pontos de vista. Atuo segundo minha consciência", afirma. O jurista foi candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982.

Depois disso, foi deputado federal pelo PT e ocupou vários cargos na sigla, tendo sido vice-prefeito e secretário de Assuntos Jurídicos de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Seu rompimento com o partido ocorreu em 2005, após a divulgação do caso do mensalão.

"Essas pessoas que me criticam hoje nas redes sociais talvez nem me conheçam. Faz dez anos que deixei o PT", afirma. Apesar de dizer que não se incomoda com as críticas dos ex-aliados, Bicudo responde no mesmo tom. "O PT tornou-se ponto de partida para enriquecimento ilícito."

Ele também se irrita quando alguém classifica sua iniciativa como "golpe". "Impeachment não é golpe coisa nenhuma. É um processo legal, jurídico. Dizer que é golpismo é escapismo, é fazer discussão política de baixo nível."

Parceria

A parceria com Miguel Reale Júnior, que foi ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, no pedido de impeachment reuniu pela primeira vez os dois juristas no mesmo campo político. Em um ato simbólico, os dois foram juntos na semana passada a um cartório de São Paulo para registrar o documento que foi protocolado na Câmara. Na hora da assinatura, ativistas entoaram palavras de ordem contra o PT e foram aplaudidos por Bicudo.

Ao falar sobre a aproximação com Reale, ele recordou de uma passagem curiosa. "Quando fiz a Faculdade de Direito na São Francisco nos anos 1940, nós estávamos unidos contra a ditadura do Getúlio Vargas. Havia na época uma reação muito forte contra o professor Miguel Reale, pai do Reale Júnior, porque ele era do Partido Integralista. Havia repulsa por ele ser professor. No dia em que foi dar sua primeira aula de Filosofia do Direito, em 1946, foi uma gritaria na Faculdade de Direito." Segundo Bicudo, naquele tempo, o Largo de São Francisco era uma "praça de guerra". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa gaúcha Marcopolo, a maior fabricante brasileira de carroceria para ônibus, decidiu colocar o pé no freio em meio ao cenário adverso da economia. A companhia informou ao mercado que decidiu cancelar o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 0,0243 por ação, num total de R$ 21 milhões, referente ao terceiro trimestre.

A empresa justificou a medida com o atual ambiente de recessão no País. Nessa sexta-feira (18), após o anúncio, os papéis da Marcopolo fecharam em baixa de 3,83% a R$ 1,76.

##RECOMENDA##

Ao Estado, o diretor de relações com o mercado, José Antônio Valiati, disse que o ano de 2015 está bem difícil para o setor e a perspectiva para 2016 também não será diferente. O anúncio de cancelamento do pagamento de juros sobre capital próprio pela Marcopolo é "muito negativo", na opinião de analistas do Brasil Plural. O banco lembrou que, em conversa recente com outros fabricantes de ônibus, ficou nítido que atrasos do governo na liquidação de pagamentos e a falta de encomendas de ônibus estão afetando severamente a indústria.

"Há rumores sobre fechamento de fábricas e endividamento excessivo das empresas. No entanto, não poderíamos imaginar que a crise afetaria a maior empresa do setor e a mais bem capitalizada", destacam os analistas. Segundo Valiati, o atraso no recebimento de cerca de R$ 130 milhões referentes a micro-ônibus produzidos para o programa Caminhos da Escola, que é repassado pelo governo federal, também pesou na decisão da empresa de cancelar o pagamento de juros sobre capital próprio. "Com a crise, estamos postergando investimentos não estratégicos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil acabou sendo um dos principais destaques de um seminário em Wall Street, com economistas e gestores de bancos como Morgan Stanley e Citigroup, para discutir o impacto de uma alta de juros nos Estados Unidos em países emergentes. A avaliação da economia brasileira mostrada no evento não foi das melhores: foi descrita pelos executivos do setor financeiro como "caótica", "extremamente complicada" e com uma crise política vista como "muito séria".

O seminário foi organizado pela Emta, uma associação com sede em Nova York que reúne investidores que aplicam em mercados emergentes. Realizado na sede do banco UBS e com auditório lotado, o evento terminou na noite de quarta-feira, 16, e o Brasil acabou ocupando boa parte das discussões, com os executivos mencionando temas como crise política, ajuste fiscal, recessão, Petrobrás e corrupção.

##RECOMENDA##

O País, juntamente com outros emergentes, como a Turquia e a Rússia, foi apontado como vulnerável e, portanto, mais propenso a sentir os efeitos de uma alta de juros nos Estados Unidos, amplamente esperada pelo mercado, mas ainda indefinida. Ontem, o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, decidiu mais uma vez manter inalterada a taxa de juros no país.

Falta de clareza

"A situação no Brasil é extremamente complicada", afirmou o diretor executivo e chefe da área econômica para emergentes do Citigroup, Guillermo Mondino, mencionando a crise política, a deterioração acelerada do Produto Interno Bruto (PIB) e a falta de clareza e consenso do governo sobre o que fazer para tentar "achar uma luz no fim do túnel". "O País está em uma situação muito difícil, a crise é muito profunda e séria", disse.

Para o executivo do Citi, se o governo conseguir implementar de forma bem-sucedida o pacote com medidas de austeridade anunciado esta semana, tem chance de evitar um novo rebaixamento do rating soberano por outra agência de classificação de risco. Mais um rebaixamento aprofundaria a recessão no País, disse ele.

No evento, porém, foram levantadas dúvidas sobre a capacidade de o governo conseguir avançar com o pacote. O Congresso hostil ao governo é um dos fatores que deixam as coisas mais incertas, afirmou o diretor de estratégia de renda fixa para emergentes do Morgan Stanley, Gordian Kemen. Além disso, a presidente Dilma Rousseff enfrenta níveis historicamente baixos de popularidade. "O melhor cenário parece ser uma estabilização das coisas em um nível muito baixo", afirmou. A recomendação neste momento para estrangeiros interessados no País, disse Kemen, é de cautela.

Com dúvidas sobre os rumos do pacote fiscal, Kemen também levantou preocupações sobre se o país vai conseguir evitar um novo rebaixamento. No caso da Moody’s, se isso acontecer, o Brasil deixaria de ser considerado grau de investimento por uma segunda agência de classificação de risco, o que ajudaria a afastar ainda mais investidores estrangeiros do país.

O executivo do Morgan destacou que o Brasil sempre atraiu investidores de risco, mas desde que se transformou em grau de investimento passou a atrair muitos aplicadores, como fundos de pensão e seguradoras, que só investem em mercados mais seguros, com essa classificação por pelo menos duas agências. E são eles que podem deixar o País em massa em caso de novo rebaixamento.

Para Gunter Heiland, sócio e gestor da Gramecy, gestora do Estado de Connecticut que tem US$ 5,6 bilhões aplicados em emergentes, a crise política é séria e os escândalos de corrupção que se acumulam só agravam a situação e ajudam a piorar a crise entre o Planalto e o Congresso.

Cautela

Mesmo gestoras de Wall Street especializados em ativos de maior risco nos emergentes, como a Greylock Capital Management, que administra US$ 2 bilhões, mostram cautela com o Brasil. O diretor da gestora, Christopher Tackney, também ressaltou que a situação no País está complicada e diz que a deterioração ajuda a aumentar o movimento de diferenciação mesmo dentro da América Latina.

Em outros momentos no passado de maior incerteza do mercado, uma situação como a do Brasil levaria a fuga de recursos de toda América Latina, disse Tackney. Mas, agora os investidores diferenciam mais. A Colômbia, por exemplo, tem recebido recursos. Com uma série de problemas que se acumulam, "o Brasil tem questões, sobretudo fiscais, que, se não forem resolvidas, ficarão piores", avalia o economista-chefe para América Latina do UBS, Rafael de la Fuente, que mediou o debate e levantou as questões sobre os problemas brasileiros.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De olho na engorda dos seus caixas também, governadores de oito Estados defenderam, ontem, em Brasília, depois de uma longa reunião, uma mordida maior na cobrança da CPMF do que a proposta de 0,2% feita pelo Governo Federal. Para eles, o imposto deveria ser divido entre União, Estados e Municípios – 0,2% ficariam com a União e 0,18% para Estados e Municípios.

São responsáveis pela proposta os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Rui Costa (BA), Waldez Góes (AP), Camilo Santana (CE), Renan Filho (AL), Belivaldo Chagas (em exercício, SE), Marcelo Miranda (TO), Wellington Dias (PI) e a vice-governadora Nazareth Araújo (AC). Após conversar com parlamentares e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), argumentou que os Estados vivem uma crise terrível e precisam de mais receitas.

"Acho que dificilmente algum governador não precise desses recursos, tanto para a Previdência quanto para a saúde. E os municípios também precisam muito. Temos prefeituras fechadas. A gente quer ter essa chance. A Previdência é um gargalo de todos os governos estaduais", disse Pezão.

Pela proposta inicial, os recursos iriam somente para a União e serviriam para suprir gastos com a Previdência Social. O novo imposto precisa ser instituído com a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC, que o Planalto deverá enviar ao Congresso na próxima semana. Na reunião com governadores, a presidente sugeriu que eles procurassem suas bancadas para propor um aumento na alíquota e o compartilhamento dos recursos.

Pezão afirmou que Cunha disse ser contra a proposta de recriar o imposto sobre movimentações financeiras, mas prometeu não "atrapalhar" a tramitação da proposta. "Ele é contra. Colocou isso nitidamente ali, mas disse que não vai atrapalhar o pleito. Todos nós fizemos um apelo a ele para colocar em votação", afirmou o governador carioca.

Para o governador da Bahia, Rui Costa (PT), a proposta de recriar a CPMF é uma “saída negociada”, que deve ser articulada por governadores, prefeitos, senadores e deputados. “Nós precisamos encontrar uma solução de saída da crise. Entendemos que não podemos nós, brasileiros com cargos públicos, com responsabilidade pública, ficar apenas na negativa”, afirmou o governador baiano.

Na mesma linha, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), defendeu que Estados e Municípios participem do debate sobre a CPMF. "O que falamos é que os governadores têm que ser inseridos no debate. A crise é uma crise de um País como um todo”, afirmou. A iniciativa dos governadores, que estiveram no Senado e na Câmara, não encontrou guarida por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Eduardo Cunha classifica a cobrança de "perniciosa" e acusa o Governo de tentar "dividir a derrota" da aprovação dela com os governadores. No entanto, segundo ele, o efeito prático da estratégia do Executivo de pedir a participação dos governadores será nulo. "O Governo está tentando dividir a derrota com os govenadores, jogando os governadores aqui para fazer o papel que o governo não consegue fazer, porque não tem uma base articulada. O efeito prático é nenhum, porque isso não vai mudar a votação por essa motivação", afirmou.

Para Cunha, não cabe ao Congresso resolver o problema do déficit no Orçamento. "Ele pode buscar aqui aumento de arrecadação no Congresso e propor, mas nós não temos a obrigação de resolver o déficit do governo. O governo tem que resolver o seu déficit." Para ele, o Governo está "fadado a uma derrota fragorosa".

NA BERLINDA– A seus interlocutores mais próximos, a presidente Dilma já dá sinais de que deverá substituir o ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, por alguém de perfil técnico – tal como funcionou no Governo Lula quando ela própria assumiu o cargo. A ideia é não esbarrar nas atividades da nova articulação que será comandada por Ricardo Berzoini, que terá Giles Azevedo como número dois da função. Embora faça questão de demonstrar seu apoio a Mercadante, Dilma passou a reconhecer o desgaste do ministro junto ao mundo político.

Aumento em tempo de crise – O exemplo vem da Paraíba: apesar da fenomenal crise, o governador Ricardo Coutinho (PSB) assegurou, ontem, a antecipação de 4,5% da segunda parcela de reajuste dos profissionais da Educação na folha deste mês, contemplando 15 mil servidores. Os beneficiados atuam no ensino infantil e médio. “Foi uma grande conquista, comemorou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação naquele Estado, Carlos Belarmino.

Repatriação de recursos– O líder do PT no Senado, Humberto Costa, sugeriu ao Governo que, em função da resistência prevista no Congresso em torno da recriação da CPMF, trabalhe um projeto para repatriar recursos não declarados no Exterior. Segundo ele, o Governo poderia captar até R$ 75 bilhões com a medida. "Quando o governo está bem, já é difícil aprovar uma medida dessas [recriar a CPMF]. Agora que passa por dificuldades é ainda mais", disse.

Indecorosa e imoral– Para o deputado Raul Jungmann, a volta da CPMF é uma proposta indecente de um governo que não tem credibilidade sequer para passar uma resolução hoje no Congresso Nacional. “A nossa leitura é que essa CPMF quer dizer caos, perdas, maluquices e factoides. Isso não vai passar no Congresso Nacional. O Partido Popular Socialista se alinha a toda a oposição e levará também para a sua Executiva a proposta de fechamento de questão contra a volta da CPMF”, afirmou.

Na elite do Congresso – Mais uma vez, o deputado Sílvio Costa (PSC), vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados, apareceu, ontem, na chamada elite do Congresso, entre os 40 parlamentares mais influentes. A distinção é mais do que justa: goste-se ou não do estilo de Silvio, na verdade ele é um trator para trabalhar e conseguiu, em tempo recorde, uma projeção nacional invejosa, com muito talento, dedicação ao mandato e impressionante articulação entre a base do Governo e na oposição.

CURTAS

NA VITRINE– A forma como a prefeita de Arcoverde, Madalena Brito, a caminho do PSB, resolveu os entraves do trânsito, inclusive instalando um novo modelo de estacionamento da Zona Sul via moeda, cartão ou dinheiro, está servindo de modelo para todo o Interior, inclusive outros Estados do Nordeste. É uma das obras de vitrine da gestão dela.

INCONSTITUCIONAL- O governo já foi avisado que a CPMF tem sério risco de ser barrada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Isso porque cresce o movimento entre os parlamentares de segurar a tramitação na CCJ ou mesmo de rejeitar a admissibilidade. Parlamentares de partidos da base e de oposição analisam qual é a melhor estratégia para enterrar a CPMF

Perguntar não ofende: Por que Dilma não ouviu Lula para editar as medidas do seu arrocho?

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou na terça-feira (15) que não dá para contar com o investimento anual de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). “Quando se fala a chegar em 10% do PIB, não é fácil, sobretudo no ambiente econômico atual”, disse Janine. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país em um determinado período.

Janine destacou, porém, que os recursos econômicos limitados do atual período de crise não podem afetar as metas do PNE, lançado pelo governo há um ano. O ministro participou, nesta terça-feira, do Fórum Educação, evento promovido pela revista Exame, na capital paulista.

##RECOMENDA##

O PNE estabelece metas até 2024, que vão da educação infantil à pós-graduação, passando pela valorização dos professores. Segundo Janine, os gastos mais elevados do plano incluem obras físicas, como escolas, reestruturação de professores e investimento em tecnologias como tablets. “Mas não adianta simplesmente despender dinheiro, se não sabemos como vamos gastar”, disse o ministro.

Ele criticou a abordagem de alguns estados e municípios na construção do PNE, quanto à discussão da ideologia de gênero. Janine reafirmou que o Ministério da Educação (MEC) é contra qualquer discriminação sexual, inclusive durante a adolescência, quando os jovens estão ainda descobrindo o corpo. Se não houver clareza em sala de aula sobre o assunto, os estudantes ficam vulneráveis a problemas como gravidez precoce, bullyng (situação caracterizada por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva) e violência sexual.

“As câmaras e assembleias poderiam ter aprofundado outras questões”, afirmou o ministro. Durante a tramitação do PNE no Congresso Nacional, a questão de gênero causou polêmica e foi retirada do texto. O trecho suprimido dizia que as escolas deveriam promover a igualdade de gênero, raça e orientação sexual. A expectativa era que os planos estaduais e municipais avançassem no tema.

Além disso, Janine defendeu a inclusão de crianças menores de 3 anos no período obrigatório da educação, que vai dos 4 aos 17 anos. “Precisamos universalizar a creche, é uma meta que tem que estar no nosso horizonte”, disse o ministro. A meta do PNE, atualmente, é que metade das crianças com até 3 anos estejam na escola.

Base nacional comum

A proposta da base nacional comum será lançada amanhã (16), informou o ministro. “O experimento deu certo em vários países, principalmente na Austrália”.

Janine explicou que o objetivo da proposta é cobrir 60% do currículo, mas que disciplinas como matemática devem atingir percentual superior, enquanto matérias mais ligadas à regionalidade como história, geografia, biologia e língua portuguesa terão cobertura menor da base nacional. “No ensino médio, a base comum tem que dialogar com o Enem”, disse o ministro.

A HP anunciou nessa terça-feira (15) que deve demitir entre 25 mil e 30 mil funcionários, cerca de 10% da força de trabalho para reduzir suas despesas em US$ 2,7 bilhões. Segundo o comunicado oficial, os cortes começarão a ser notados nos resultados do último trimestre deste ano fiscal para a HP, que termina em outubro.

"Para garantir essa economia, a Hewlett Packard Enterprise espera que entre 25 mil e 30 mil pessoas deixem a companhia, especialmente pelas transformações que a divisão sofrerá", diz a empresa em nota. "Essas ações de reestruturação nos permitirão sermos mais competitivos e com uma estrutura de custos mais sustentável", defendeu a presidente e diretora-executiva do grupo HP, Meg Whitman.

##RECOMENDA##

Os cortes serão focados na Hewlett Packard Enterprise, o braço de consultoria da empresa. Em 2014, a HP vem se reestruturando desde 2014, quando informou que se dividiria em duas, a HP Inc., de computadores pessoas e impressoras, e a Hewlett Packard Enterprise, focada em serviços de informática para empresas. A expectativa é que a divisão seja concluída em novembro deste ano.

"A Hewlett Packard Enterprise será menor e mais focada no que a HP é hoje em dia", afirmou Whitman. O anúncio foi feito depois do fechamento das bolsas em Wall Street. Nas operações eletrônicas duas horas depois do final da sessão, as ações da HP caíam 1,33%. 

Com informações de agências

O Google lançou nesta quarta-feira (16) uma campanha para encorajar os usuários a fazerem doações para contribuir com os esforços que visam a aliviar a crise migratória que atinge a Europa, o Oriente Médio e a África. A gigante tecnológica da Califórnia (EUA) disse que doará um milhão de euros (1,12 milhão de dólares) a várias organizações humanitárias e que irá combiná-lo com doações de usuários de até cinco milhões de euros (5,6 milhões de dólares).

"Todos queremos fazer algo para ajudar", disse o Google na página de sua campanha. "Identificamos organizações que estão fazendo um trabalho incrível na linha de frente e queremos que seja fácil para os usuários doar e apoiar seus esforços". De acordo com a empresa, os fundos serão distribuídos entre as organizações Médicos Sem Fronteiras, Comitê Internacional de Resgate, Save The Children e Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

"Estas organizações sem fins lucrativos contribuem fornecendo ajuda humanitária essencial como refúgio, alimentos e água, assim como assistência médica, e se ocupando dos direitos à segurança das pessoas necessitadas", disse o Google. O Google acrescentou que cobrirá os gastos de procedimento de forma que 100% de sua doação vá para onde ela é mais necessária.

A volta da CPMF, segundo os cálculos divulgados pelo Governo, vai ser responsável, sozinha, por metade do ajuste nas contas públicas anunciado para o ano de 2016, que é de R$ 64,9 bilhões. Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a CPMF será provisória, durando não mais que quatro anos.

Economistas e analistas financeiros conhecidos da cena nacional criticaram a proposta e acreditam que o Governo terá grande dificuldades para conseguir aprovar o retorno da CPMF no Congresso, até porque a sociedade não aguenta mais esse tipo de asfixia tributária. É um erro colocar tanto peso do ajuste em aumento de imposto. Aumentar a CPMF vai contra o aumento da competitividade da economia.

O Brasil já tem uma carga tributária mais elevada do que a da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A maior parte do ajuste tem que recair sobre o setor público. O que se esperava, e não ocorreu, era um pacote mais equilibrado com mais ênfase no corte de despesas e na venda de ativos do governo.

O Governo já sabe que está batendo na trave com a CPMF, o próprio Congresso já deixou claro que não passa. Então, o que tem que fazer agora? Cortar verdadeiramente na carne. Primeiro, de 39 ministérios deveria reduzir para 14 e criar mais um: o de gerenciamento de projetos públicos.

No Brasil, não existe um único projeto que é feito no prazo e no orçamento previsto. Outro exemplo: 22 mil cargos comissionados. Na Alemanha só tem 300. Por que aqui tem 22 mil? No ano que vem, o País indo para déficit e não se faz a lição de casa. Não há muita surpresa no anúncio da CPMF. O mercado aparentemente até que não reagiu mal. Mas ao mesmo tempo volta a questão da capacidade do Governo de levar isso adiante.

Precisa ver como é que será a aprovação dessas medidas no Congresso, uma vez que elas serão apresentadas na forma de projetos de lei. O Governo ainda está jogando dentro de parâmetros imponderáveis, está precisando da questão política, pois o que se tem é um Governo extremamente desgastado e com a própria base aliada não acreditando nessas medidas. Vai ser um embate difícil, vai ter que ser provada a grande necessidade e perenidade dela.

A CPMF dificilmente vai ser aprovada, porque é um imposto muito complicado e acaba influindo de uma forma muito pesada nos custos em toda a cadeira produtiva. O momento político está muito difícil e um pacote como esse mexe com o bolso de todo mundo. O Governo poderia fazer muito mais. Falta eficiência na máquina pública.

SANGRIA MUNICIPAL – A maioria dos municípios pernambucanos está afetada pela crise. De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Maurício Cruz, 130 dos 184 municípios estão em "caos financeiro" provocado pela queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do acúmulo de atribuições sem as contrapartidas de responsabilidade do governo federal. Somente no primeiro semestre deste ano a crise fez com que o governo reduzisse em 50% o valor das emendas parlamentares destinadas aos municípios e em 50% o valor dos repasses referentes a convênios firmados com as administrações municipais.

O exemplo de Goiana – No decreto com as medidas de contenção de despesas assinado há 10 dias, o prefeito de Goiana, Fred Gadelha (PTB), conseguiu uma economia de R$ 100 mil somente reduzindo salário de cargos comissionados, passando pelo seu e também do vice-prefeito Carlos de Joca (PSB). Mas ele pretende ir mais além. Já mandou fazer um estudo para saber onde pode cortar mais na carne, até porque os repasses do FPM estão chegando com uma redução média de 30%.

Dirceu denunciado– O juiz Sérgio Moro aceitou, ontem, denúncia contra o ex-ministro José Dirceu e outras 14 pessoas dentro da Operação Lava Jato. A acusação foi apresentada pelo MPF no início do mês. Com a aceitação, todos os envolvidos passam a ser réus e começam a responder pelos crimes que acusados. A denúncia tinha por alvo 17 pessoas, mas Moro não recebeu a acusação contra a filha de José Dirceu, Camila Ramos e a arquiteta Daniela Leopoldo e Silva Facchini. Segundo Moro, não há provas de que ambas tinham ciência de que receberam benefícios de um esquema de corrupção.

Sem força no Congresso– Na reunião de coordenação política no Palácio do Planalto, na qual os cortes foram detalhados e a presidente Dilma Rousseff avisou sobre sua disposição de resgatar a CPMF, ministros estavam céticos quanto à aprovação de várias das propostas. Auxiliares diretos da presidente Dilma reconhecem nos bastidores que será muito difícil aprovar os temas que precisam do Congresso Nacional, como proposta de emenda constitucional (PEC), projeto de lei e até mesmo medida provisória.

O candidato da oposição na OAB– O movimento “A Ordem é para Todos” lançou, ontem, a candidatura do advogado Jefferson Calaça à Presidência da instituição em eleições marcadas para novembro próximo. Calaça e sua vice Raissa Braga apresentaram, durante entrevista coletiva, o respaldo de 2,1 mil assinaturas de advogados do Estado apoiando a chapa. “Vamos trazer a OAB de volta para os advogados militantes e com isso dar vez e voz aos que estão na base da pirâmide de nossa classe”, disse Calaça.

CURTAS

SISTEMA FLUTUANTE– A oferta de água para os produtores do perímetro irrigado Nilo Coelho, em Petrolina, será assegurada pela Codevasf com a instalação de sistema de captação flutuante no perímetro. Foi assinado, ontem, o contrato para implantação emergencial dessas estruturas. Serão realizados serviços de terraplanagem para construção do canal de solo compactado no interior do lago de Sobradinho.

NA POSSE- O governador Paulo Câmara confirmou sua presença na solenidade de posse do novo presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), Rogério Fialho, ao receber, ontem, o desembargador federal no Palácio do Campo das Princesas. A solenidade acontece na próxima segunda-feira (21), às 17h, no Pleno do TRF5. Eleito por unanimidade para o biênio 2015-2017 pelo Pleno da entidade, o desembargador ocupa a vaga em substituição a Marcelo Navarro, nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Perguntar não ofende: A rejeição da CPMF enterra de vez o moribundo Governo Dilma?

Existe crise institucional no Brasil? Não. As instituições estão funcionando. Afirmo isto, em razão das ações da Operação Lava Jato e do Tribunal de Contas da União no âmbito do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff. Estas ações institucionais são as mais visíveis. Porém, lembro da Operação Zelotes, a qual desvendou a atuação de grupos criminosos no âmbito da Receita Federal.

O ajuste fiscal sugerido pela presidente Dilma Rousseff é necessário? Sim. A presidente Dilma cometeu equívocos em seu primeiro mandato. O nacional-desenvolvimentismo predominou. A Petrobrás foi utilizada para controlar preços e promover o desenvolvimento. Ambas as ações não consideraram que a Petrobrás precisa atuar considerando a lógica do mercado. Incentivos tributários foram concedidos na esperança de que o crescimento econômico ocorrido na era Lula permanecesse. A presidente Dilma não promoveu o controle dos gastos e nem reformas estruturais.

A crise econômica atual é estrutural? Sim. FHC foi um presidente reformista. A Lei de Responsabilidade Fiscal e as privatizações são exemplos de ações que buscaram reformar o estado e dotá-lo de modernidade e eficácia. Lula foi um presidente que herdou as reformas de FHC, mas não promoveu novas reformas. Embora tenha ampliado o número de pessoas beneficiadas por diversas políticas sociais e tenha promovido o consumo interno. Dilma realizou uma única reforma estrutural: instituiu teto para a aposentadoria do servidor público. Ela continuou as ações de Lula, mas em uma conjuntura econômica desfavorável, em razão da queda da arrecadação.

Qual é a razão da crise política atual? Dilma sofre de paralisia decisória. Ela não se antecipou a crise econômica em razão da sua paralisia decisória. A oposição tem razões para criticar a presidente Dilma. Porém, a crítica e a cobrança estão resumidas em um único desejo: a saída imediata da presidente. Em virtude da presença deste desejo, a crise política atual adquiriu caráter hobbesiano, onde estão todos contra todos em um estado de guerra que impede a construção de soluções para a crise econômica atual.

A saída de Dilma é a solução ótima para a crise? Não! Caso Dilma renuncie ou sofra impedimento, neste último caso, sem nenhuma razão factual, a oposição mandará para o exercício da oposição o PT, Lula e os movimentos sociais. A oposição precisará fazer as reformas estruturais necessárias. E a crise política deverá continuar. Porém, os sujeitos principais da crise serão outros, no caso Lula e o PT.  Tenho a hipótese de que a saída de Dilma manterá as coisas em seu devido lugar, inclusive, as coisas benéficas, ou seja, as instituições funcionando. 

O Brasil entrou em recessão desde o segundo trimestre de 2014, segundo um relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com crescimento de 0,1% no ano passado, a economia nacional vinha mostrando declínio e que era incapaz de manter o mesmo ritmo de crescimento que presenciamos durante anos.

Inevitavelmente, há sinais da recessão econômica por todos os lados. O corte de investimentos, o baixo índice de investimentos, o aumento da inflação e outros. Sendo este último um dos principais impactos da crise econômica sobre a vida das pessoas, quando há uma perda real do poder aquisitivo dos salários e consequências para a cadeia produtiva nacional.

Infelizmente, não há perspectiva de investimentos à vista, e os direitos sociais, como o seguro-desemprego e a pensão por morte, estão sendo cortados. Os juros voltaram a subir, chegando a mais de 300% no cheque especial, e a corrupção explodiu uma de suas piores crises, envolvendo empresas como Petrobrás, BNDES e grandes consórcios, aprofundando os indicativos de uma crise política vinculada à crise econômica.

Em uma análise ampla da economia, a crise brasileira atual não é culpa do atual governo apenas, mas consequência de uma política que se mantém há 30 anos sem priorizar um planejamento de longo prazo para o País. 

O Brasil viveu durante 11 anos, de 2003 a 2014, um crescimento econômico, com investimentos estrangeiros, inflação e câmbio controlados. Tudo isso aliado a uma política de crédito facilitado, desemprego baixo etc. Foi graças aos programas sociais que 36 milhões de brasileiros saíram da miséria. Entretanto, não foram feitos os investimentos necessários para manter a economia em crescimento. Um exemplo é a melhoria na infraestrutura, que iria garantir o escoamento da produção nacional, por exemplo, e que ainda se encontra em condições precárias na maior parte do país.

Em 12 anos de desenvolvimento, não se promoveu nenhuma reforma de estrutura, nem agrária, nem tributária, nem política.

Uma crise econômica em países como o Brasil, provoca, inevitavelmente, um forte ajuste na cotação do Dólar e outras moedas fortes como o Euro. Esse ajuste é resultado de um dólar que foi mantido abaixo do valor real durante algum tempo, incentivando a importação e prejudicando as exportações, o que contribuiu para a estagnação da economia nacional.

Para os economistas, as economias mundiais caminham para formação de grandes blocos nas próximas décadas. Os Estados Unidos, por exemplo, investem cerca de US$ 70 bilhões em várias tecnologias, em áreas como nanotecnologia, biotecnologia e medicina avançada, tudo para elevar  a produtividade. Podemos citar a China, que pela escassez de recursos naturais investiu na Indonésia, África e América do Sul. Cada um fazendo seus planejamentos para anos à frente.

Existe uma probabilidade que a crise econômica continue até meados de 2016. As empresas ainda sofrerão bastante com os efeitos desta crise econômica, principalmente aquelas que dependem de crédito abundante para manutenção dos seus negócios. É preciso cautela. É certo que o Brasil não vai parar, mas seguramente ainda haverá uma redução significativa do nível de atividade econômica além da que já estamos presenciando.

As vendas de PCs no Brasil apresentaram queda de 38% neste segundo semestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a consultoria  IDC. O baixo desempenho da economia brasileira, desemprego em alta, queda na confiança dos consumidores e casos de corrupção envolvendo grandes empresas do País estão entre os fatores apontados pela consultoria para o resultado alarmante.

Ao todo, foram 1,6 milhão de computadores vendidos, sendo cerca de 600 mil desktops – queda de 41% - e 1,03 milhão de notebooks – 37% a menos do que foi registrado no 2º trimestre de 2014. O levantamento mostra ainda que 70% das vendas foram para o consumidor final e 30% para o mercado corporativo.

##RECOMENDA##

Com o resultado, o País caiu da 7ª para a 8ª colocação no mercado mundial, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Índia, Reino Unido, Alemanha e França. A consultoria afirma ainda que os consumidores estão mais cautelosos e não querem investir e nem se endividar para comprar não só computadores, mas bens duráveis como um todo. Nem mesmo as datas comemorativas, como o Dia das Mães, têm conseguido dar fôlego ao mercado.

A crise também tem afetado o mercado corporativo que está concentrando os investimentos em ferramentas para aumentar a vida útil dos aparelhos. Outro problema é a alta do dólar, já que grande parte dos componentes é importada. A IDC, porém, acredita que o 3º trimestre tende a ser melhor, muito por conta das promoções do Black Friday.

“Em anos anteriores, no Brasil, linhas recém-lançadas eram vendidas por preços muito atrativos, algo que não deverá ocorrer em 2015", afirma o analista da IDC, Pedro Hagge. Até o final do ano, a IDC Brasil estima que 7.4 milhões de computadores sejam comercializados, volume que representa uma queda de 29% frente a 2014, quando 10.3 milhões de PCs foram vendidos no País. 

Este ano realmente não está sendo um dos melhores para os casais, já que, pelo visto, mais dois pombinhos resolveram optar pelo divórcio. Julia Roberts, que subiu ao palco de Taylor Swift recentemente, e o amado Danny Moder podem estar se divorciando, segundo o site Radar Online.

Algumas horas após a bela apreciar o desfile da Givenchy, na terça-feira, dia 11, apareceram caminhões de mudança em sua residência, aumentando os boatos de que o seu marido poderia estar se mudando.

##RECOMENDA##

O motivo da separação dos dois, que subiram ao altar em 2002, seria o financeiro. Isso porque, a atriz de Uma Linda Mulher estaria tendo que desembolsar um bom dinheiro para as despesas do amado, tanto para alguns projetos dele, quanto até mesmo contas de parentes.

Em 13 anos de casados, eles tiveram três filhos: dois gêmeos, Hazel Patricia e Phinnaeus Walter, que estão com dez anos, e Henry Daniel Moder, de oito aninhos.

O Sport não vencia há quase dois meses e a vitória sobre o Fluminense serviu não só de alívio, mas de desabafo para Diego Souza. Especulações davam conta de que o meia havia brigado com o técnico Eduardo Baptista. O jogador não só elogiou o comandante, como disse: "Se depender de mim, ele vai ser meu treinador até o final da minha carreira".

Antes mesmo de deixar o campo para o vestiário, Diego Souza desabafou sobre a situação do Sport. "Tem gente que fala que eu briguei com nosso treinador. Mas não existe isso, minha relação com ele é de pai para filho ou de irmão para irmão. Eduardo é um cara trabalhador que nos dá suporte. Se depender de mim ele vai ser meu treinador até o final da minha carreira. É um cara que recebeu propostas de grandes clubes brasileiros e escolheu ficar aqui com a gente".

##RECOMENDA##

O meio-campista, que foi revelado no Fluminense, ressaltou a postura do time como adversário e elogiou a atuação do Sport. "Já trabalhei em vários grupos de futebol, o que a gente tem aqui hoje é determinado. Mas o Fluminense é uma potência do futebol brasileiro e foi muito difícil. Essa vitória precisa ser comemorada", comentou o meia.

Dieg Souza ainda comentou sobre a fase complicada do elenco leonino:  "A gente tem buscado no dia a dia, nos jogos, mas faltava um pouco de sorte. O que a gente cobrava era para não faltar coragem, até mesmo de arriscar as jogadas, e hoje (contra o Fluminense) não faltou", comentou o meia.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando