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O excesso de turistas que passam as férias em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, vem provocando, desde o dia 23, a falta d’água em diversos bairros e praias. Além disso, moradores e turistas também vêm se queixando de diversos apagões. O maior deles aconteceu na noite de segunda-feira (2) por cerca de duas horas. O blecaute também provocou desabastecimento, porque os equipamentos utilizados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para bombear a água falharam.

Mesmo à noite, a região do litoral norte vem registrando altas temperaturas. Sem água, ar condicionado ou ventiladores, alguns turistas decidiram antecipar o retorno às cidades de origem. A fila da balsa para sair de Ilhabela, na noite de segunda-feira, era de 3 horas. "Sem água para tomar banho não dá. E com esse calor fica impossível permanecer por aqui", disse a veterinária Jaqueline Mendes, de 39 anos, que iria inicialmente ficar em Ilhabela até sexta.

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A fotógrafa Jessica Aquino, de 23, também antecipou a saída. Na terça-feira (3), ela buscava na internet outro destino turístico. "Aluguei casa para toda a semana, mas a energia vem caindo toda hora e a água é bem escassa", queixou-se.

Lentidão 

A quantidade de turistas vem provocando congestionamentos em toda a ilha, que tem apenas uma avenida que liga o arquipélago de norte a sul. Trechos que normalmente são percorridos em 15 minutos vêm sendo feitos em duas horas, prejudicando serviços de emergência, como Polícia Militar e Samu. Moradores se queixam ainda das filas em bancos, supermercados, postos de combustíveis e de caixas eletrônicos que não são abastecidos com dinheiro, pois os carros-fortes ficam preso no trânsito na Rio-Santos, entre Caraguatatuba e São Sebastião.

A assessoria de imprensa da Sabesp no litoral norte informou que a falta d’água em algumas praias vem sendo causada pelo alto consumo registrado desde o fim de dezembro. Segundo a empresa, o consumo registrado, em média, é de 250 litros por pessoa, ante 150 litros relatados normalmente fora da temporada de verão.

A Elektro, concessionária de energia em Ilhabela, informou que a interrupção no fornecimento na noite de segunda-feira foi de responsabilidade da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep). A causa, segundo a Elektro, foi um defeito na Subestação São Sebastião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) recebeu habilitação do Ministério de Minas Energia (MME) para ter acesso aos benefícios fiscais do Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). A decisão está presente em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 09.

O projeto habilitado envolve reforços em instalações de transmissão de energia elétrica, incluindo seccionamento da linha de transmissão 230 kV Assis - Chavantes na subestação Salto Grande, com a construção de trecho de linha de transmissão 230 kV com 12 quilômetros, circuito simples, entre o seccionamento da linha de transmissão 230 kV Assis - Chavantes e a subestação Salto Grande; adequação, na subestação Assis, do módulo de entrada de linha 230 kV associado a linha de transmissão 230 kV Assis - Salto Grande com a substituição do sistema de proteção e adequação do sistema de teleproteção; e adequação, na subestação Chavantes, do módulo de entrada de linha 230 kV associado a linha de transmissão 230 kV Salto Grande - Chavantes com a substituição do sistema de proteção e adequação do sistema de teleproteção. Agora, a empresa precisa requerer habilitação do projeto no Reidi à Receita Federal.

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Também foi publicada hoje autorização aprovando o enquadramento no Reidi do projeto de reforços em instalação de transmissão de energia elétrica, objeto do 27º Termo Aditivo ao Contrato de Conexão ao Sistema de Transmissão (CCT CTEEP). A ação envolve reforços em instalação de transmissão de energia elétrica na subestação Bandeirantes, compreendendo a instalação de dois módulos de entrada de linha em 34,5 kV.

O incentivo fiscal do Reidi consiste na suspensão da incidência das contribuições para PIS (1,65%) e Cofins (7,6%) sobre as receitas decorrentes das aquisições destinadas à utilização ou incorporação em obras de infraestrutura destinadas ao seu ativo imobilizado. A adesão ao Reidi é condicionada à regularidade fiscal da Pessoa Jurídica em relação aos impostos e contribuições administrados pela Receita Federal. Pessoas jurídicas optantes pelo Simples ou pelo Simples Nacional não poderão aderir ao Reidi.

Na contramão de um esforço do governo Dilma Rousseff, um dos segmentos mais nevrálgicos para a economia está represando investimentos neste ano em reação a uma decisão do próprio governo. As empresas que operam linhas de transmissão de energia elétrica represaram quase R$ 500 milhões em investimentos ao longo deste ano, segundo dados obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo junto a associação do setor, a Abrate, e de informações colhidas junto a empresários e fontes do segmento.

A razão para esse pé no freio é simples: as empresas estão aguardando uma definição do governo quanto às indenizações devidas pela União às linhas de transmissão que aderiram ao pacote de medidas que reduziu a conta de luz. De acordo com a Abrate, o governo deve aproximadamente R$ 15 bilhões às companhias.

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"Estamos em uma situação difícil, porque a indenização pelos investimentos que fizemos no passado e não foram amortizados está longe de chegar. Como, então, realizar investimentos adicionais? Estamos segurando o que é possível segurar, para não piorar o nosso caixa", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo um empresário, que preferiu não se identificar, e que participou de audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última quinta-feira. A reunião tratou justamente da formulação de uma metodologia para calcular as indenizações. "Todos estão segurando investimentos por não saber exatamente o que vai acontecer", disse Cesar de Barros, diretor executivo da Abrate.

Segundo dados da Associação, apenas Cteep e Cemig GT deixaram de investir pouco mais de R$ 230 milhões ao longo deste ano por conta da indefinição do governo. Quando reduziu a conta de luz, o governo renovou antecipadamente as concessões de geração e transmissão, e definiu indenizações às empresas pelos investimentos realizados e que não tinham sido totalmente amortizados. Mas excluiu dessa conta as linhas de transmissão mais antigas, que estavam prontas antes de 31 de maio de 2000, por entender que elas já tinham sido amortizadas.

Inconformadas, as empresas ameaçaram não aderir ao pacote de medidas, o que inviabilizaria a redução na tarifa ao consumidor, uma das principais bandeiras eleitorais da gestão Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. O governo, então, recuou e admitiu que havia mesmo indenização a ser paga para as empresas, mas destacou a Aneel para desenvolver uma forma de calcular os ativos das empresas, e, assim, estimar a parcela não amortizada dos investimentos realizados no passado. O prazo para definir o cálculo acaba no dia 31 de dezembro deste ano.

Na última quinta-feira, 10, empresários e representantes da Cteep, Cemig GT, Copel e do grupo Eletrobrás defenderam que o cálculo das indenizações leve em conta também os gastos que as companhias terão com a contratação de um laudo sobre os ativos construídos por investimentos não amortizados.

"São linhas imensas, complexas, onde uma parte já está contemplada nas indenizações, e outra, mais antiga, não. Não são cálculos simples, e nós precisamos apontar exatamente quanto é devido, para comparar com o que a Aneel apontar", disse um empresário. Além disso, todos foram contrários à ideia da Receita Federal cobrar tributos sobre as indenizações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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