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Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez chegou na manhã desta quinta-feira (16) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no centro do Rio, para dar um aguardado depoimento, que deve ampliar a compreensão sobre a sistemática de operações que levou a varejista a um rombo contábil de R$ 20 bilhões, informado em janeiro.

A inconsistência contábil foi tornada pública por Sérgio Rial, executivo que sucedeu Gutierrez no cargo, mas se demitiu após nove dias.

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Gutierrez deve abordar a anotação, na coluna financeira, das dívidas, que têm características de débitos comerciais, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Gutierrez, que saiu da Americanas em dezembro, conforme plano previsto desde 2019 em plano de sucessão, é o maior acionista individual da companhia depois dos três acionistas de referência.

Morador do Rio de Janeiro, permaneceu no Brasil nos últimos meses, com postura discreta.

O executivo teria sido surpreendido pelo fato relevante de 11 de janeiro, quando Rial renunciou ao cargo e informou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. O executivo, afirmam interlocutores, ainda busca entender o processo que levou à crise atual. No mercado, seu depoimento é visto como o "elo perdido" no enredo que levou à recuperação judicial de uma das mais conhecidas empresas do País.

A Americanas está no centro das atenções desde a revelação sobre as inconsistências. A seguir, surgiu a informação de que os débitos se referiam a contratos de forfait (risco sacado), pelo qual a companhia toma crédito junto aos bancos, que recebem direto dos fornecedores.

Desde então, a varejista conseguiu entrar em recuperação judicial. A relação com os bancos, porém, tem sido conturbada. As instituições pediram que acionistas e lideranças ficassem impedidos de vender seus bens, a queda do sigilo do processo e a quebra do sigilo dos e-mails da diretoria da varejista, entre outras medidas, que a varejista respondeu judicialmente.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurou dois inquéritos administrativos relacionados ao caso da Americanas. Um deles apura o possível uso de informação privilegiada. O outro vai averiguar eventuais irregularidades envolvendo a descoberta de "inconsistências contábeis" no valor de R$ 20 bilhões.

O rombo foi comunicado no último dia 11 e, desde então, a varejista trava uma batalha na Justiça contra os bancos credores. Os dois inquéritos derivam de processos abertos anteriormente pela autarquia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurou mais um processo - o oitavo - para apurar as circunstâncias da crise da Americanas. O procedimento foi aberto na Gerência de Orientação aos Investidores a partir da reclamação de um investidor.

O número do processo, que tem a data de domingo, é 19957.000759/2023-16.

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A Americanas deu entrada em processo de recuperação judicial na quinta-feira (19) após reportar "inconsistências contábeis" em 11 de janeiro.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que constituiu uma força-tarefa e já instaurou sete procedimentos administrativos de análise, apuração e investigação relacionados à Americanas. Em um dos processos, a autarquia compara os dados apontados pela varejista em sua ação na Justiça com a informação divulgada no fato relevante que deflagrou a crise, quando apontou débitos de R$ 20 bilhões.

A reguladora do mercado de capitais também está investigando a atuação das agências de classificação de risco nas emissões das Americanas e a atuação de intermediários como coordenadores líderes em ofertas públicas da companhia.

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Em comunicado, a CVM destacou que está trabalhando em cooperação com a Polícia Federal e Ministério Público Federal. E afirmou que também está em constante diálogo com a Advocacia-Geral da União, notadamente a PRF2, a fim de coordenar eventual atuação conjunta em juízo.

A força-tarefa da reguladora do mercado de capitais abrange a Superintendência de Relações com Empresas (SEP), a de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), a de Normas Contábeis e Auditoria (SNC), a de Processos Sancionadores (SPS), a de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI), a de Registro de Valores Mobiliários (SRE) e a de Securitização (SSE). Ainda no comunicado, a CVM informa que está acompanhando o andamento dos processos no âmbito de seu Comitê de Gestão de Riscos da CVM.

Em comunicado, a autarquia elencou os processos que já instaurou.

O primeiro foi em 12 de janeiro, pela SEP, para apurar eventuais irregularidades envolvendo informações contábeis (nº 19957.000413/2023-18).

Na mesma data, a SEP abriu o de número 19957.000415/2023-15 para apurar eventuais irregularidades na divulgação de notícias, fatos relevantes e comunicados.

Ainda no dia 12, a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) iniciou apuração de eventuais irregularidades nas negociações com ativos de emissão da companhia. O processo tem número 19957.000425/2023-42 e corre em sigilo para não prejudicar as investigações.

Já no dia 13, a SOI instaurou o processo 19957.000452/2023-15 para apurar denúncia recebida pelos canais de atendimento da autarquia.

No dia 16, a SEP abriu o processo 19957.000491/2023-12 para analisar a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores em relação à divulgação do pedido de tutela cautelar antecedente e das informações contidas no referido pedido vis-à-vis as informações divulgadas no fato relevante de 11 de janeiro de 2023 (quando foi informado o rombo de R$ 20 bilhões), bem como em relação a decisão da companhia de ajuizar pedido de recuperação judicial com créditos estimados em R$ 43 bilhões.

Ainda no dia 16, a SRE instaurou o processo 19957.000530/2023-81 para tratar da atuação de intermediários enquanto coordenadores líderes em ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários de emissão da companhia. O processo corre em sigilo para não prejudicar as investigações.

Finalmente, no dia 17, a SSE abriu o processo 19957.000546/2023-94 para avaliar a atuação das agências de classificação de risco nas emissões das Americanas, como devedora ou coobrigada.

A CVM reforçou ainda que tem um canal para receber informações e denúncias. Elas podem ser feitas pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão. Também é possível registrar uma delação anônima.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta quinta-feira (12) mais um processo administrativo - o terceiro - para apurar as condutas relacionadas à falha contábil de R$ 20 bilhões reconhecida pela Americanas.

O processo tem número 19957.000425/2023-42, mas não pode ser visualizado no site da reguladora do mercado de capitais brasileiro, o que significa que corre em sigilo.

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A autarquia já havia iniciado na quinta, mais cedo, um processo de número 19957.000413/2023-18, que se refere à análise de informações contábeis. O outro, de número 19957.000415/2023-15, se refere a notícias, fatos relevantes e comunicados.

Os procedimentos podem se transformar em processos sancionadores pela reguladora, de acordo com o desdobramento das investigações.

"Após a investigação e apuração dos atos, fatos e eventos, caso venham a ser formalmente caracterizados ilícitos e/ou infrações, cada um dos responsáveis poderá ser devidamente responsabilizado com o rigor da lei e na extensão que lhe for aplicável, sendo facultado à CVM recorrer também aos convênios e acordos de cooperação com Polícia Federal e Ministério Público Federal", aponta a autarquia em nota.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou no Diário Oficial da União (DOU) parecer de orientação sobre os chamados criptoativos. A autarquia destaca que, embora ainda não haja legislação específica sobre o tema, o documento "tem o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança, bem como de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento dos criptoativos, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes".

"Este Parecer de Orientação consolida o entendimento da CVM sobre as normas aplicáveis aos criptoativos que forem valores mobiliários. Desse modo, este trabalho esclarece os limites de atuação da Autarquia e a forma como a CVM pode e deve exercer seus poderes para normatizar, fiscalizar e disciplinar a atuação dos integrantes do mercado de capitais", cita o parecer.

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A CVM diz ainda que, com a edição da orientação, está contribuindo para a proteção do investidor e da poupança popular, a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro, a prevenção e combate à corrupção, o controle à evasão fiscal e a prevenção e combate ao financiamento do terrorismo e/ou proliferação de armas de destruição em massa.

A instituição ressalva que os entendimentos contidos no parecer estão sujeitos a modificações posteriores, "na medida em que venha a ser sancionada legislação específica sobre a matéria ou, até mesmo, como consequência prática do permanente desenvolvimento da tecnologia, das características e das funções inerentes aos criptoativos".

Em um dos capítulos, o documento da CVM dispõe sobre a caracterização de criptoativos como valores mobiliários. Nesse caso, ainda que esses ativos não estejam expressamente incluídos entre os valores mobiliários citados nos incisos do artigo 2º da Lei 6.385/76, os agentes de mercado devem analisar as características de cada criptoativo com o objetivo de determinar se é valor mobiliário, o que ocorre quando: é a representação digital de algum dos valores mobiliários previstos taxativamente nos incisos I a VIII do artigo 2º da Lei 6.385/76 e/ou previstos na Lei 14.430/2022 (i.e., certificados de recebíveis em geral); ou enquadra-se no conceito aberto de valor mobiliário do inciso IX do artigo 2º da Lei 6.385/76, na medida em que seja contrato de investimento coletivo.

O parecer trata ainda de critério funcional para taxonomia de tokens, regime informacional e a valorização da transparência, papel dos intermediários, fundos de investimentos e sandbox regulatório.

No mês passado, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, falou do lançamento do parecer. "Nos próximos dias vamos anunciar ao mercado um parecer de orientação importante, no sentido de reunir as posições manifestadas pela CVM", disse. "Ainda não existe lei. Se não existe lei, é compreensível que o poder normativo da CVM ainda não tenha sido exercido na maior extensão", acrescentou.

Para Nascimento, trazer o cripto para o mercado regulado vai ser absolutamente importante para que a indústria cresça e de desenvolva livre de risco de servir para terrorismo, corrupção, lavagem de dinheiro e remessas ao exterior sem tributação.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, nomearam o advogado e professor João Pedro Barroso do Nascimento para exercer o cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele terá mandato até 14 de julho de 2027 e entra na vaga decorrente do término do mandato de Marcelo Santos Barbosa.

Barroso do Nascimento teve sua indicação ao cargo aprovada em abril pelo Senado Federal. Ele é bacharel em Direito pela PUC-Rio e tem mestrado e doutorado em Direito Comercial na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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Também é integrante das comissões de Direito Societário e de Mercado de Capitais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e atuou como sócio da empresa de advocacia JPN Advogados.

Na sabatina no Senado, Barroso do Nascimento destacou, dentre outros pontos, como temas importantes para a CVM este ano a regulamentação do Fiagro, o mercado brasileiro de redução de carbono, a criptoeconomia, o novo marco de securitização e o marco das garantias.

A nomeação de Barroso do Nascimento para o comando da CVM está em edição extra da sexta-feira passada do Diário Oficial da União (DOU).

O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira, 10, o indicado do ministro da Economia, Paulo Guedes, à diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A votação não estava na pauta e era prevista para amanhã, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, antecipou e colocou em votação a indicação do advogado João Acciolly para o cargo no órgão regulador do mercado de capitais. Os senadores deram aval a seu nome hoje por 39 votos a 3.

Conforme informou o Broadcast mais cedo, a maior resistência no Senado em relação ao indicado de Guedes era da bancada do Amazonas, que estava em conflito com o Ministério da Economia por conta dos impactos da redução do IPI na Zona Franca de Manaus. Mas a pasta recebeu sinalizações de que o nome de seu indicado passaria pelo Senado.

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O advogado João Acciolly foi o único indicado à CVM que não teve o nome aprovado no último esforço concentrado do Senado, no início de abril. Na ocasião, os parlamentares aprovaram o nome de João Pedro Barroso do Nascimento para a presidência do órgão regulador do mercado de capitais. Seu nome, no entanto, era defendido diretamente pelo senador Flávio Bolsonaro.

Accioly, além de advogado, é mestre em Economia e membro de comissões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre mercado de capitais e direito societário. Ele integra o Ministério da Economia e foi secretário e assessor da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade da pasta.

O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra eventuais atos lesivos ao patrimônio da Eletrobras e seus acionistas, por um erro no balanço da empresa Santo Antônio Energia, controlada por Furnas, uma das subsidiárias da Eletrobras.

Segundo o deputado, a empresa não teria provisionado no balanço, referente a 2021, o resultado de uma arbitragem que foi concluída no início deste ano. Com o resultado da arbitragem, a Santo Antônio Energia foi derrotada e o valor da dívida foi estimado após esse processo em R$ 18 bilhões. De acordo com a denúncia, deveriam ter sido provisionados os juros relativos a essa dívida, no valor de R$ 2 bilhões.

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O deputado se baseia na decisão da consultoria independente Deloitte de recomendar à Santo Antônio Energia que ajuste o seu balanço de 2021, já publicado, para que sejam reportadas perdas no processo de arbitragem em que a empresa foi derrotada. Furnas detém mais de 43% do capital da empresa, tendo como sócias a Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig), Odebrecht Energia, Andrade Gutierrez e Amazônia Energia.

As obras de construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio foram iniciadas em 2008, porém ocorreram inúmeros atrasos devido a greves e problemas no licenciamento ambiental, mas a empresa já havia vendido energia no mercado, que não conseguiu entregar. Teve então que comprar energia no mercado livre e de outras usinas para entregar aos clientes.

"Com a disparada no valor da eletricidade em 2014 devido à falta de chuvas, o cumprimento dessa determinação provocou um prejuízo bilionário à empresa. Na ocasião, a direção da Santo Antônio Energia responsabilizou o Consórcio Construtor pelo atraso, e para definir as responsabilidades pela dívida, instalou-se um procedimento arbitral", explica a denúncia.

Com a decisão da arbitragem desfavorável, a dívida deverá ser paga pela Santo Antônio Energia, e não pelo Consórcio Construtor.

Em fato relevante publicado em 9 de fevereiro, a Santo Antônio Energia informou que "em face da complexidade e volume da sentença arbitral, há pontos que pendem de esclarecimento e possibilidade de eventual ajuste, a fim de que se possa avaliar a real extensão dos seus efeitos, conforme permitido pelo Regulamento da Câmara de Comércio Internacional e pela Lei Brasileira de Arbitragem."

Já o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) acusa a Eletrobras de não querer mexer no balanço da Santo Antônio Energia para poder divulgar o resultado da Eletrobras referente ao 4o trimestre do ano passado na próxima segunda-feira, 14, e assim viabilizar a privatização da empresa este ano.

"Nas regras do jogo, dentro da legalidade, a missão é praticamente impossível, mas para correr com o processo (de privatização) começam a aparecer escândalos, fraudes contábeis grosseiras e um cenário tenebroso para os envolvidos", afirma o CNE.

O governo indicou o nome de Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. O anúncio foi feito neste sábado (5) à noite, por meio de fato relevante enviado pela estatal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

“A Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras informa que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia com oito indicações para o Conselho de Administração e quatro indicações para o Conselho Fiscal da Companhia, e ofício da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Economia com duas indicações para o Conselho Fiscal da Companhia, para deliberação na Assembleia Geral Ordinária de 13 de abril de 2022”, informou a estatal. 

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O nome de Landim vem logo no topo da lista, com os demais nomes indicados. Em seguida, é publicado um currículo de cada candidato: “O Sr. Luiz Rodolfo Landim Machado é graduado em engenharia civil com especialização em obras hidráulicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), com pós-graduação em engenharia de petróleo pela Petrobras (1980) e pela Universidade de Alberta (1985) e em administração de negócios pela Universidade de Harvard (1994)”. 

Landim ingressou na Petrobras em 1980, onde trabalhou por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração & Produção, incluindo superintendente de Produção da Região de Produção do Nordeste, superintendente do Distrito de Produção da Área Norte, gerente geral de Exploração e Produção da Bacia de Campos e gerente executivo de Exploração e Produção das regiões Sul e Sudeste. 

Entre 2000 e 2003, foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural. Entre 2003 e 2006 foi presidente da Petrobras Distribuidora S.A. – BR. 

Após sair da Petrobras, atuou como diretor geral da MMX Mineração e Metálicos S.A. (2006 a 2008), fundador e posteriormente CEO da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (2008 a 2009) e CEO da OSX Brasil S.A. (2009-2010).  Desde 2019 é presidente do Clube de Regatas Flamengo.

A CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens informou nesta segunda-feira (20) que na noite da última sexta-feira (17) foi surpreendida com a comunicação do Grupo Itapemirim quanto à suspensão temporária de suas operações aéreas, mantidas pela companhia aérea Itapemirim Transportes Aéreos (ITA).

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa aponta que a tomar conhecimento do tema, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou nota com a orientação para que, nesse momento, os passageiros busquem assistência e não compareçam aos aeroportos para embarque antes de contatar a empresa aérea, determinando ainda à ITA que preste imediatamente atendimento integral a todos os passageiros e comunique, individualmente, sobre cancelamento de voos e reacomodações, bem como garanta o reembolso das passagens aéreas comercializadas e demais obrigações.

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"Por suas unidades de negócio, a CVC Corp tem buscado atender seus clientes de forma ativa e emergencial desde o início do incidente. Ao longo do final de semana, logrou êxito na disponibilização de voos fretados adicionais e na reacomodação de seus clientes em voos junto a outras companhias aéreas parceiras, bem como disponibilizou canais de atendimento exclusivos para seus clientes", afirma a companhia.

A CVC Corp, acrescenta, que em respeito aos clientes e parceiros, continuará envidando esforços, de forma proativa e célere, para minimizar os impactos e contratempos decorrentes das circunstâncias acima explicitadas.

Rentabilidade estratosférica, retorno em curto prazo. Seja pelo cenário de juros baixos ou pela fórmula de dinheiro fácil, promessas assim têm atraído cada vez mais investidores para esquemas financeiros como o descoberto no mês passado em Cabo Frio (RJ). Como resultado das investigações, a Polícia Federal prendeu o dono da GAS Consultoria Bitcoin, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, acusado de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.

O grande número de fraudes tem sido motivo de preocupação para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que recebe consultas e denúncias de esquemas - parte dos quais foge de seu escopo de atuação. Apenas no ano passado, o "xerife do mercado" enviou 325 comunicados de indícios de crimes financeiros aos Ministérios Públicos (Federal e estaduais), 75% a mais em relação ao ano anterior.

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Segundo a autarquia, as denúncias mais frequentes são de pirâmides financeiras. Dos 325 comunicados enviados, 175 tinham indícios do esquema. Por dever, a CVM comunica às Promotorias os indícios de "ilícito penal de ação pública". Mas, por ser uma esfera administrativa, e não criminal, investiga apenas casos com "existência factual de serviço prestado ou de efetivo negócio ou empreendimento subjacente".

Criada há um século pelo italiano Carlo Ponzi (que até chegou a morar no Brasil), a pirâmide financeira é um esquema pelo qual novos investidores pagam pelos ganhos elevados dos mais antigos, até que o negócio "estoura", quando o novo dinheiro que entra é insuficiente para sustentar os lucros.

Em busca de medidas de prevenção contra as fraudes, a CVM realizou uma pesquisa com vítimas de pirâmides financeiras, esquemas Ponzi e outros golpes. E identificou que as vítimas mais comuns são homens (91%), de 30 a 39 anos (36,5% do total), com renda familiar de dois a cinco salários mínimos (23%) e ensino superior completo ou pós-graduado (71%).

A pesquisa apontou também que as criptomoedas (das quais a mais famosa é o bitcoin) aparecem no topo da lista das fraudes financeiras. O levantamento mostra que esse foi o ativo usado em 43% dos esquemas. A pesquisa mostra ainda que a divulgação das fraudes é mais frequente por aplicativo WhatsApp (27,5%), seguido pela divulgação boca a boca (19,7%).

Promessa de lucro

Morador do Rio, o policial militar Pablo da Silva, 32 anos, tem perfil semelhante ao identificado pela CVM. Há pouco mais de um ano, Silva recebeu a ligação de uma empresa que seria "representante" de bancos. A proposta era simples: ele pegaria um empréstimo e depositaria a quantia na conta da empresa. A firma investiria o dinheiro, pagaria a prestação da dívida e Silva lucraria 10% do valor do empréstimo.

Segundo o militar, a empresa tinha suas informações pessoais, o que conferia veracidade ao esquema. Ele não foi pressionado a aceitar a proposta. Em vez disso, foi convidado a conhecer o escritório da empresa na Avenida Rio Branco, Centro do Rio. Um prédio espelhado, com elevador inteligente. O diretor era um senhor de terno e gravata. Nos meses seguintes, tomou quatro empréstimos, que somaram mais de R$ 50 mil.

"Eu precisava do dinheiro e era conveniente aceitar. Então, eu caí", lamenta-se Silva, que enfrenta sérias dificuldades financeiras e está com nome "sujo" na praça. "Como sou o único provedor de renda da casa, minha esposa confia muito nas minhas decisões. Diante disso, tive de tomar medidas para não faltar alimento para as minhas filhas. Fiz vários cartões de crédito e pago um com o outro."

Camila Medina, de 33 anos, foi vítima de golpe semelhante no valor de R$ 65 mil. Estudante de medicina, sentiu-se envergonhada e escondeu a história da família por um tempo. "Uma mulher inteligente, enganada da forma mais esdrúxula possível", conta. Ela passou a trabalhar em dois empregos para pagar as dívidas e bancar a faculdade, e precisou tirar os filhos da escola particular. "Entrei em pânico. Foi quando decidi procurar ajuda de advogados."

O advogado Flávio Tavares, do escritório que leva o seu nome, especializado na defesa de vítimas de golpes financeiros, diz que diariamente é procurado por vítimas. Ele orienta que o primeiro passo é procurar o banco e comunicar o problema, em caso de fraude bancária. Depois, registrar ocorrência na delegacia e procurar um advogado. "É importante guardar e reunir todas as conversas, mensagens de texto", explica Tavares.

Mas a dica mais importante para todas as pessoas é não acreditar nas promessas de ganhos fáceis. Os únicos investimentos que têm possibilidade de garantir um rendimento, de forma segura, são os de renda fixa - atrelados à taxa Selic, hoje em 5,25% ao ano. Ou seja, se alguém promete uma rentabilidade como essa, ou às vezes até muito maior, ao mês, provavelmente se trata de um golpe.

Quando as promessas de retorno estão ligadas a ativos de renda variável - como as criptomoedas -, é impossível garantir um retorno fixo. Basta lembrar o que aconteceu com o bitcoin, a principal criptomoeda do mercado.

O ativo começou o ano valendo US$ 30 mil. Em fevereiro chegou a US$ 50 mil e atingiu o ápice em abril, quando bateu cerca de US$ 65 mil. Depois disso, engatou uma queda e voltou quase aos US$ 30 mil do início do ano, para voltar a subir e estar cotado hoje de novo a US$ 50 mil. Uma verdadeira montanha-russa a lembrar que esse é um ativo, sim, de muito risco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu, por maioria, multar o empresário Eike Batista em R$ 150 mil por ter votado em situação de conflito de interesse na reunião conselho de administração da MMX Mineração, que aprovou, em 2015, a quebra de um contrato de fornecimento de energia elétrica firmado com a MPX Energia, empresa irmã da mineradora rebatizada de Eneva.

Na época, Eike era membro do board e controlador da mineradora. Ao mesmo tempo, era titular de 19,95% do capital social da Eneva, empresa na qual tinha o controle compartilhado com a alemã E.ON., por meio de um acordo de acionistas que estabelecia direitos econômicos e políticos iguais entre eles.

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A superintendência de relações com empresas (SEP) da CVM concluiu que, pela posição que ocupava em ambas as companhias, o empresário não poderia intervir na operação. O artigo 156 da Lei das S.A. veda ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da companhia. O racional é impedir que ele exerça seu voto quando não puder ser imparcial.

O processo foi aberto por reclamação de um acionista, para quem o preço da energia acordado nos contratos era vantajoso para a MMX, independentemente da sua utilização. A venda da energia contratada a terceiros ou a liquidação na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) poderia gerar ganhos superiores a R$ 1 bilhão. O fim do contrato, por sua vez, gerou uma compensação de apenas R$ 40 milhões pela Eneva.

A relatora do caso, diretora Flávia Perlingeiro, entendeu que havia interesse particular indireto do administrador no fim do contrato. Em seu voto, ela reforçou seu entendimento de que o conflito de interesses é de natureza formal, ou seja, o administrador fica automaticamente impedido de votar.

A análise do acordo de acionistas da Eneva demonstrou que Eike era parte do grupo de controle da empresa, já que o documento lhe assegurava a maioria dos votos nas deliberações da Assembleia Geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da Eneva, ao lado de sua sócia alemã. "Considero o fato de que o acusado, em conjunto com a E.ON, dirigia as atividades sociais da Eneva e orientava o funcionamento de seus órgãos suficiente para lhe gerar o dever de abster-se de participar da deliberação sobre a celebração do distrato", escreveu em seu voto, descartando a alegação de Eike de que não exercia o controle de fato da Eneva.

Perlingeiro destacou que nem todo e qualquer interesse pessoal indireto implica a vedação prevista no artigo 156. Isso porque, em alguns casos, ainda que o administrador possa ter interesse na operação, a decisão da outra parte envolvida pode não estar sujeita à sua influência. No caso concreto, entretanto, Eike tinha poder sobre as decisões de ambas as companhias.

O diretor Alexandre Rangel divergiu do voto da relatora, defendendo a tese de conflito material, em que o voto ocorre e só depois se verifica se houve conflito de interesses. Ele pediu a absolvição de Eike Batista. O empresário ainda pode recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou na terça-feira (3) quatro ex-dirigentes da Petrobras após denúncias sobre investimentos da companhia em projetos investigados pela Operação Lava Jato.

Também acusados no mesmo processo, a ex-presidente Dilma Rousseff e ministros do seu governo foram absolvidos.

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O parecer da CVM entendeu que apesar da ex-presidente participar do conselho de administração da estatal quando Comperj e a refinaria Abreu e Lima foram aprovadas, não há indícios sobre sua culpa.

As informações foram confirmadas pela Folha de São Paulo.

Delator da operação Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, foi condenado a multas que somam R$ 1,15 milhão. Além disso, ele não pode assumir uma empresa de capital aberto por 15 anos.

As condenações proferidas pela CVM são pela aprovação de projetos em troca de vantagens indevidas.

O colegiado da entidade determinou que Sergio Gabrielli e o ex-diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, também devem ser multados em R$ 150 mil. Já o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, foi inabilitado de administrar empresa de capital aberto por 15 anos.

Da Sputnik Brasil

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quer levar o mercado de capitais até as comunidades indígenas. Uma missão parte em janeiro para o Pará com o objetivo de desenhar um programa de educação financeira orientado para o empreendedorismo e a busca de soluções para financiar o desenvolvimento sustentável de aldeias da região.

Um primeiro contato com os índios foi feito no início de novembro, quando o superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores do órgão regulador, José Alexandre Vasco, passou seis dias em visita a aldeias dos povos Jaraki, Arapiun e Tapajó, na Amazônia.

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Acostumado a ambientes formais e a plateias de engravatados, ele levou quatro horas e meia de barco a partir de Santarém até a aldeia em que ficou baseado. Dali teve de pegar trilhas na mata para chegar às demais. "Tivemos um encontro com caciques de sete aldeias de uma região no noroeste do Pará. É um território que preserva a Amazônia, mas em que os índios enfrentam dificuldades imensas para dar uma vida digna às suas famílias. A gente queria conhecer essa realidade de perto pensando em um programa de educação financeira", contou ele.

Entre outros pontos, Vasco explicou aos índios como funciona o mercado de capitais e conceitos como os de financiamento coletivo (conhecido como crowdfunding) e de mercado de crédito.

Endividados

Em agosto, uma pesquisa de campo sobre educação financeira em duas aldeias indígenas no Território Cobra Grande foi orientada pelo professor Alexandre Damasceno, do Núcleo de Formação Indígena da Universidade do Pará. Na aldeia Lago da Praia, a pesquisa com as famílias mostrou que 95% delas nunca receberam orientação financeira e 85% se disseram endividadas. A maior parte tem conta bancária, mas 80% declararam que não fazem investimentos. Os 20% que investem o fazem via aplicação na caderneta de poupança.

Segundo a pesquisa, na maioria das vezes quem tem renda entre os índios são funcionários públicos temporários com vínculo escolar (professor, vigia, servente, auxiliar de secretaria). Fora isso, as atividades mais comuns são a pesca e o artesanato. Os dados são um ponto de partida, mas ainda há muito a desenvolver.

Financiamento

A ideia nesta segunda missão da CVM, em janeiro, é aprofundar o conhecimento dessa realidade para entender quais seriam os melhores instrumentos para financiar o desenvolvimento sustentável desses povos.

O projeto deve envolver o Laboratório de Inovação Financeira (LAB), um projeto conjunto de CVM, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) que, entre outras coisas, se propõe a promover soluções de mercado para financiar o desenvolvimento sustentável. Há também conversas com a Fundação Nacional do Índio (Funai). "O que falta a eles é capital. Pedimos que pensassem sobre sua vocação econômica", relata Vasco.

Ele dá exemplos de experiências frustradas na gestão de recursos, como no financiamento a um barco que acabou gerando inadimplência ao líder de uma aldeia, e a dificuldade em levantar recursos para a compra de um equipamento que ajudaria a melhorar o aproveitamento econômico da pesca em uma outra aldeia.

De acordo com o superintendente da CVM, se der certo, o projeto poderá ser replicado junto a outros grupos considerados vulneráveis na região: comunidades quilombolas, povos ribeirinhos e agricultores familiares. A meta da CVM é divulgar os resultados da primeira fase do programa em outubro de 2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nos dois primeiros processos em que apurou os reflexos societários da corrupção exposta pela Operação Lava Jato na Petrobrás, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou R$ 1,7 milhão em multas e inabilitou os ex-diretores da área internacional da estatal Nestor Cerveró, por 15 anos, e o executivo Jorge Zelada, por 18 anos. Os casos tratam de irregularidades na contratação da construção dos navios-sonda da estatal. Outros sete processos envolvendo a Petrobrás seguem em curso.

Responsável pelas negociações de três sondas, Cerveró admitiu ao órgão regulador do mercado de capitais ter recebido propinas para fechar os contratos. Já Zelada foi condenado na CVM por ter direcionado a contratação de construção da sonda Titanium para a texana Vantage Deepwater em troca de vantagem pessoal. Os dois foram condenados e presos na Lava Jato por participar de esquema de corrupção na estatal.

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Por maioria, o colegiado do órgão regulador do mercado de capitais entendeu que os fatos estavam prescritos em relação aos demais membros da diretoria executiva da Petrobrás por terem ocorrido há mais de cinco anos.

Essa lista inclui o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e os diretores Almir Barbassa (financeiro), Guilherme Estrella (exploração e produção), Graça Foster (gás e energia), Ildo Sauer (gás e energia), Paulo Roberto Costa (abastecimento) e Renato Duque (serviços). Os dois últimos chegaram a ser presos na Lava Jato.

A acusação da área técnica da CVM afirmava que houve quebra do dever de diligência da diretoria, que dava o sinal verde aos negócios com base em documentos recebidos às vésperas das reuniões e que as aprovações eram usadas como moeda de troca entre os diretores.

Ainda cabe recurso em relação às condenações ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), o Conselhinho. Os advogados de Cerveró argumentam que as sondas contratadas em sua gestão foram utilizadas por anos e que não houve prejuízo à Petrobrás. A defesa de Zelada diz que não houve provas de que ele se beneficiou da contratação da Vantage nem de que violou deveres de diligência e lealdade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou nesta terça-feira, 25, o empresário Eike Batista em mais R$ 550 mil por omitir informações sobre incertezas em relação à viabilidade econômica da exploração de petróleo pela OGX nos balanços do primeiro trimestre de 2013 tanto da petroleira, hoje rebatizada de Dommo Energia, quanto da OSX, braço de logística e estaleiro do antigo Grupo EBX. Com isso, o total de multas aplicadas pela CVM a Eike chega a R$ 559,5 milhões.

Em maio, o empresário havia sido multado em R$ 536,5 milhões por uso de informação privilegiada com ações da petroleira OGX. O empresário também foi proibido de atuar como administrador ou conselheiro de companhia aberta por sete anos, por manipulação de preços. Somando multas aplicadas em 2015 e 2017, até o julgamento desta terça-feira, Eike havia sido condenado a pagar R$ 558,9 milhões.

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Em sessão de julgamento nesta terça-feira, Eike foi condenado em dois processos. Um deles apurou a eventual responsabilidade de ex-membros do Conselho de Administração da OGX por não terem tomado as providências necessárias para que as demonstrações financeiras do primeiro trimestre de 2013 evidenciassem informações relevantes. Eike foi multado em R$ 350 mil.

Além do empresário, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro (ex-presidente OGX e OSX) e Roberto Bernardes Monteiro (ex-diretor de Relações com Investidores da OGX) foram multados, cada um, em R$ 400 mil e R$ 500 mil, respectivamente.

Em outro processo, envolvendo a divulgação das demonstrações financeiras da OSX, que era contratada pela OGX para construir e operar sondas e plataformas de exploração de petróleo e gás, cujos resultados dependiam da demanda da antiga petroleira de Eike, o ex-bilionário foi multado em mais R$ 200 mil. Nesse caso, Carneiro, que além de presidente da OGX era membro do Conselho de Administração da OSX, foi multado em R$ 250 mil.

Nos dois processos, houve divergência entre os diretores do Colegiado da CVM. O presidente do órgão, Marcelo Barbosa, divergiu do voto do diretor relator, Henrique Machado, e votou pela absolvição de Eike e Carneiro em ambos os casos. Os demais diretores da CVM presentes ao julgamento, Flávia Perlingeiro, Gustavo Gonzalez e Carlos Rebello, discordaram de Barbosa e votaram integralmente com o relator.

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou proposta de acordo dos conselheiros fiscais da Petrobras Reginaldo Ferreira Alexandre e Walter Luis Bernardes Albertoni. Eles respondem a processo administrativo sancionador (PAS) por terem aprovado o balanço de 2013 da companhia. Para a CVM, a administração da petroleira adotou procedimentos inadequados na contabilização das refinarias RNEST e Comperj naquele exercício. Com isso, os demonstrativos não poderiam ter sido aprovados pelos dois conselheiros.

Na época, as duas refinarias já apresentavam problemas de superfaturamento nas obras, que depois acabaram comprovados no âmbito das investigações da operação Lava Jato. A empresa efetuou o teste de impairment, que serve para reduzir o valor recuperável de ativos quando há evidências de desvalorização, mas incluiu as duas unidades em um conjunto de ativos, o que acabou resultando em um efeito contábil distinto do que a CVM considera adequado.

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O colegiado acompanhou o entendimento do Comitê de Termo de Compromisso (CTC) que considerou inoportuno o acordo, dada a gravidade das infrações. Com isso, o processo será encaminhado para julgamento.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu que não se submeterá aos decretos e leis estaduais editados para regulamentar a Lei das Estatais (Lei 13.506/2016). A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 10, quando o colegiado apreciou o caso do governo de Santa Catarina, que recorreu a um decreto para manter no conselho de administração da Celesc um conselheiro que é dirigente partidário.

O caso dividiu a Procuradoria Federal Especializada da autarquia (PFE/CVM), mas terminou com o conselho aprovando o entendimento do diretor relator de que a autarquia deve zelar pela legislação federal (Lei das Estatais e Lei das Sociedades Anônimas), que se sobrepõe às normas estaduais.

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Multa

Na prática, a decisão significa que os futuros governadores terão mais dificuldade para nomear conselheiros com ligações políticas. No voto, além de reafirmar a competência, o diretor também alertou que a edição dos decretos pode ser tratada como abuso de poder de controle e que aqueles que não cumprirem a lei podem ser alvo de processos sancionadores, cujas multas agora têm teto de R$ 50 milhões.

"A CVM está cumprindo o papel dela. A lei entrou em vigor há dois anos, dá governança às estatais e limita o poder político, mas continua sendo discutida pelos Estados", diz o sócio especialista em CVM do Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, Carlos Junqueira.

Para ele, a decisão desta semana é mais um limitador para o uso político das estatais, mas o Supremo Tribunal Federal (STJ) tem um papel a cumprir, já que o Estado de Minas Gerais ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei federal.

De acordo com uma fonte da CVM, o maior risco de punição é para os conselheiros indicados e os administradores das estatais, já que a autarquia entende que quem deve se declarar conflitado é o próprio agente. Por outro lado, apesar da posição firme, permanece a dificuldade da autarquia de imputar essa responsabilidade aos gestores públicos.

Em decisão recente sobre a Eletrobrás, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, conhecido como Conselhinho, derrubou uma decisão da autarquia contra a União, em caso de abuso de poder de controle na Eletrobras. O caso dividiu o Conselhinho e a União só ganhou porque contou com o voto de Minerva favorável do representante do Ministério da Fazenda. Como a questão é, em muitos casos, política, fica a dúvida se todos os governadores e secretários poderão contar com essa boa vontade.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o operador Lúcio Funaro foram condenados na segunda-feira, 20, respectivamente, a pagar multas de R$ 5 milhões e R$ 3,9 milhões pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Cunha e Funaro foram acusados de obter ilegalmente ganhos de quase R$ 2 milhões - R$ 971 mil e R$ 823 mil, respectivamente - junto à Prece, fundo de pensão dos funcionários da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). Os ganhos irregulares ocorreram entre 2003 e 2006, por meio de operações no mercado financeiro que foram combinadas para que fundos exclusivos da fundação tivessem prejuízo.

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O processo foi instaurado pela CVM em 2012 para apurar operações realizadas entre 2003 e 2006. De acordo com a autarquia, durante dois anos e cinco meses Cunha, Funaro, outros 35 investidores e gestores causaram prejuízos de R$ 39 milhões à Prece. No total, 16 acusados foram condenados a pagar cerca de R$ 183 milhões.

Em apenas um dos fundos exclusivos analisado pela CVM, as operações no mercado futuro durante o período investigado deram ao participante da Prece retorno de R$ 100 para cada R$ 1.000 investidos, quando poderia ter alcançado R$ 1.100 se tivesse aplicado em um fundo de índice.

No julgamento, o colegiado abriu mão de utilizar provas produzidas por Funaro nos depoimentos que prestou em seu processo de delação premiada, mas considerou depoimentos de Cunha. A decisão de desconsiderar a delação do operador foi tomada em reunião extraordinária, realizada no dia 9, para evitar o retardamento ainda maior do desfecho do caso.

Funaro se defendeu alegando, entre outras coisas, que os fatos já estavam prescritos, ou seja, fora do prazo legal de punição. Pediu que o julgamento fosse adiado até que uma ação judicial movida por ele para evitar o uso das provas fosse julgada.

Reincidente

Essa é a segunda vez que a CVM julga um processo sobre esse tipo de prática com recursos da Prece. No primeiro julgamento, em 2012, Cunha não havia sido arrolado. Já Funaro foi absolvido das acusações. Na época, a CVM aplicou multas de cerca de R$ 20 milhões a 12 acusados, que depois tiveram a sentença confirmada pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).

Essas transações ficaram conhecidas como "operações com seguro". Isso porque um dos lados do negócio, onde estavam Cunha e Funaro, sempre ganhava e a Prece sempre perdia.

No processo, a CVM considerou como indício de irregularidade as altas taxas de sucesso dos acusados com as operações e os vínculos interpessoais entre eles. Para isso, recorreu a fatos apurados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, que apontou ligações entre Funaro e José Carlos Batista, acusado nesse e em outros quatro processos da CVM por práticas semelhantes.

No voto, o diretor-relator, Gustavo Borba, declarou que a relação entre Cunha e Funaro "é considerada fato público e notório". No fim do julgamento, o advogado de Cunha, Leonardo Bueno, declarou que não há provas desse relacionamento. "Se não há prova concreta, acreditamos que temos chances de reverter isso no conselho de recursos (Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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