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O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, recusou-se a receber um prêmio ao lado do hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) e de "outros radicais de direita" em 2016. É o que revelam conversas divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo UOL, a partir das mensagens recebidas pelo site The Intercept Brasil. 

O prêmio foi o "Liberdade 2016", concedido no Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo. 

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Segundo a reportagem, em mensagem publicada no grupo do Telegram Filhos do Januário 1 no dia 5 de outubro, que reúne procuradores que atuam na Lava Jato, Deltan disse que havia sido convidado para receber a premiação e considerava positivo o convite para a Lava Jato, mas preferia que a equipe toda fosse reconhecida pela instituição. 

"Vou receber porque me parece positivo para a Lava Jato, mas vou pedir para ressaltarem de algum modo, preferencialmente oficial, que entregam a mim como símbolo do trabalho da equipe", destaca Dallagnol.

Dias depois, um dos assessores da força-tarefa aconselha o procurador a evitar a participação no evento para não ter a imagem associada com a do então deputado federal. 

"Você vai mesmo no evento deles neste sábado? Com Bolsonaro como palestrante? Por favor, repense... Tudo o que você e a força-tarefa não precisam é serem 'associados' ao Bolsonaro. É a mesma coisa que receber prêmio do Foro de BSB. Estou quase implorando", argumenta o assessor, que não foi identificado pela reportagem.

"Péssimo isso aí", responde Deltan, já sugerindo, em seguida, os argumentos que o assessor deve utilizar para justificar sua ausência. "Imprevisto. Mil desculpas", recomenda ao assessor, acrescentando que ele poderia ver se o promotor Roberto Livianu poderia receber a premiação em seu lugar e ponderar que ele gostaria de escrever uma mensagem em nome da força-tarefa para agradecer a honraria. "Diz que não costumo cancelar, apenas quando não consigo fazer diferente (estou me sentindo mal com o cancelamento ainda rs... mas manda ver)", ainda observa Deltan.

Na madrugada do dia 20 de outubro, o procurador avisou no grupo Filhos de Januário 1 sobre a desistência e justificou que não iria porque na programação tinha políticos com perfil "muito de direita": "com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP [Fernando Holiday, do DEM-SP] que foi um dos líderes do impeachment".

Roberto Livianu recebeu o prêmio em nome de Deltan Dallagnol no dia 22 de outubro. 

Em resposta ao site, promotor disse que os procuradores da Lava Jato pediram que ele recebesse o prêmio por dificuldade de agenda. Além disso, afirmou também que  não viu Jair Bolsonaro ou Fernando Holiday na plateia. Holiday, por sua vez, mostrou-se surpreso pelo fato de Deltan ter cancelado a ida ao evento por causa de sua participação, apesar de ter ressalvas sobre as mensagens vazadas.

Já a Lava Jato disse não reconhecer a legitimidade das conversas divulgadas, mas mesmo assim considerou que evita a "participação direta de seus membros em eventos que possam gerar, ainda que indevidamente, a vinculação do trabalho técnico feito na Lava Jato a bandeiras ideológicas e político-partidárias".

O procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, é alvo de três decisões envolvendo processos disciplinares contra sua atuação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Nesta terça-feira, 13, os corregedores decidiram desarquivar uma reclamação disciplinar contra Deltan em razão das supostas mensagens trocadas entre ele e outros procuradores, reveladas pelo site The Intercept Brasil, além de negar um recurso movido por Deltan que pedia a suspensão de um processo disciplinar contra ele em razão de declarações feitas à rádio CBN no ano passado críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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Outra decisão envolvendo Deltan determinou o adiamento de um processo movido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) no CNMP contra a atuação do procurador durante a disputa eleitoral de 2018.

O que é e o que faz o CNMP?

O CNMP é o órgão responsável pela fiscalização administrativa, financeira e disciplinar do Ministério Público e de seus membros. Criado em 2004 por emenda constitucional, é formado por 14 membros de diversos setores da sociedade. O conselho orienta e fiscaliza todos os ramos do MP no Brasil: o Ministério Público da União (MPU) - composto por Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Militar (MPM), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) - e o Ministério Público dos Estados (MPE).

O conselho é presidido pelo procurador-geral da República (PGR) e distribui seus cargos da seguinte forma: quatro integrantes do MPU, três do MPE, dois juízes - indicados pelo STF e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) -, dois advogados - indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - e dois cidadãos com "notável saber jurídico e reputação ilibada", indicados pela Câmara e pelo Senado.

Entenda a seguir os processos contra Deltan no CNMP:

Críticas ao STF

Em abril, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no CNMP contra o procurador Deltan Dallagnol devido a declarações feitas em agosto de 2018 em entrevista à Rádio CBN, na qual o coordenador da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba criticou o Supremo Tribunal Federal e disse que a Corte passa mensagem de "leniência" a favor da corrupção em certas decisões.

Na declaração, ele mencionou a decisão da 2ª Turma do STF de transferir os depoimentos do acordo de delação premiada da Odebrecht relativas ao ex-presidente Lula e ao ex-ministro Guido Mantega da Justiça Federal do Paraná para as justiças Federal e Eleitoral do Distrito Federal. Esse caso, portanto, não tem nada a ver com os diálogos revelados pelo The Intercept.

"O Supremo não está olhando para essa figura que está diante de nós. O Supremo está olhando para a figura que estava diante dele um ano atrás. Não afeta nossa competência, vai continuar aqui. Agora o que é triste ver é o fato de que o Supremo, mesmo já conhecendo o sistema e lembrar que a decisão foi 3 a 1. Os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre se tornando uma panelinha assim... que mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção", disse Deltan na ocasião.

O processo disciplinar foi aberto após pedido do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Nesta terça-feira, o CNMP rejeitou um recurso de Deltan que pedia a suspensão do processo. Com a negativa, a PAD continua tramitando no Conselho.

Diálogos vazados

Também nesta terça-feira, o CNMP decidiu desarquivar uma reclamação disciplinar contra Deltan e o também procurador e membro da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba Roberto Pozzobon. A reclamação diz respeito às supostas mensagens trocadas entre eles publicadas pelo site The Intercept e por outros veículos de imprensa, que sugerem uma atuação ilegal dos procuradores durante a Operação Lava Jato.

A reclamação disciplinar havia sido arquivada após decisão individual do corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira. O pedido para desarquivar o caso foi pelos conselheiros Leonardo Accioly da Silva e Erick Venâncio Lima do Nascimento.

Renan Calheiros

Uma terceira decisão envolvendo Deltan, também na sessão do CNMP desta terça-feira, adiou a análise de um processo sobre a atuação do chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba durante a disputa eleitoral de 2018. A ação foi movida pelo senador Renan Calheiros contra críticas feitas por Deltan ao longo da campanha.

O corregedor Orlando Rochadel Moreira, relator do caso, foi quem decidiu retirar esse tema da pauta. Renan Calheiros acusa Deltan de ter feito campanha contra ele pelo Twitter e, com isso, ter tentado influenciar o resultados das eleições. Rochadel justificou o adiamento dizendo que ele se faz necessário, uma vez que Renan Calheiros fez um aditamento e acrescentou novos documentos ao processo. Caso seja julgado, o processo pode levar ao afastamento ou a uma punição do procurador.

Palestra a empresa citada

No último dia 2, Rochadel abriu reclamação disciplinar para investigar supostos encontros remunerados entre Deltan e empresários. Segundo mensagens obtidas e reveladas pelo site The Intercept, o procurador teria recebido R$ 33 mil por uma palestra a uma empresa citada em uma delação premiada da Lava Jato.

A análise ainda está em fase preliminar e cabe ao plenário do CNMP decidir pela abertura ou não de um processo disciplinar em razão do episódio.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) negou hoje (13), por unanimidade, um recurso do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná, em que ele buscava reverter a abertura de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra si.

No PAD, Dallagnol é acusado de infração disciplinar por ter criticado, em uma entrevista à rádio CBN, a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que retirou trechos da delação da Odebrecht das mãos do então juiz federal Sergio Moro.  Na entrevista, Dallagnol disse, entre outros pontos, que os ministros do STF mandaram “uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”.

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Após a entrevista, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, acionou o CNMP, que em setembro do ano passado confirmou a abertura do PAD em plenário. Foi desta decisão que Dallagnol recorreu, por meio de embargos de declaração, que foram negados de modo unânime nesta terça-feira, confirmando a continuidade do procedimento disciplinar contra ele.

O julgamento do recurso de Dallagnol foi relâmpago, feito em bloco, isto é, sendo julgado em conjunto com diversos outros recursos, motivo pelo qual não houve manifestações orais dos conselheiros sobre o pedido.

As sanções que podem resultar de um PAD vão desde uma pena de censura até a aposentadoria compulsória.

Mensagens

Numa outra votação, o plenário do CNMP decidiu, também por unanimidade,  aprovar um pedido dos conselheiros Leonardo Accioly da Silva e Erick Venâncio Lima do Nascimento para que seja revisto o arquivamento de uma reclamação disciplinar contra Dallagnol.

O caso trata de mensagens atribuídas a Dallagnol em conversa que teria mantido com Moro por meio do aplicativo de celular Telegram, que foram divulgadas em junho pelo site The Intercept Brasil.

Após a divulgação das mensagens, quatro conselheiros do CNMP - Luiz Fernando Bandeira de Mello, Gustavo Rocha, Erick Venâncio Nascimento e Leonardo Accioly da Silva – pediram a abertura do procedimento disciplinar contra Dallagnol, mas o corregedor do órgão, Orlando Rochadel, arquivou o pedido, por entender não haver “ilícito funcional” no teor das mensagens.

Com a decisão desta terça-feira (13) do CNMP, a reclamação volta a tramitar e seu arquivamento será revisado por um dos 14 conselheiros do órgão, a ser escolhido por sorteio. Em seguida, o plenário votará sobre a abertura ou não da reclamação disciplinar. 

Uma nova leva de conversas vazadas pelo The Intercept Brasil no início da tarde desta terça-feira (12), em publicações no Twitter e transmissão ao vivo no Youtube, aponta que o procurador Deltan Dallagnol comemorou a derrota do senador Renan Calheiros (MDB) na disputa pela Presidência do Senado em fevereiro deste ano. 

As mensagens publicadas pelo site mostram que, no grupo do Telegram chamado "filhos do Januario 3", Deltan e os procuradores Athayde Ribeiro Costa, Roberson Pozzebon, Diego Castor de Mattos e Jerusa Viecili conversaram sobre o assunto.  

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"Renan vai por a culpa no Deltan", comenta Athayde Costa no dia 2 de fevereiro. Depois ele completa: "Renan 5 votos que lavada". E o chefe da Lava Jato em Curitiba responde: "Ele não vai me dar essa moral".  

"Agora se Renan perder, e tivermos essa virada histórica, é graças à nossa equipe e a muitos brasileiros corajosos que tomaram postura, como o Mude que começou o abaixo assinado quando a própria TI recusou entrar neste assunto (e depois voltou atrás e entrou recentemente", acrescenta Deltan Dallagnol. 

Logo depois, Dallagnol observa: "nunca vi um acompanhamento tão acirrado da escolha do presidente do Congresso. O Brasil está mudando."

O Instituto Mude, inclusive, é o mesmo movimento que o procurador, de acordo com outras conversas vazadas, teria se utilizado para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Já em uma conversa privada, ao mesmo tempo de acordo com o The Intercept, o procurador Vladimir Aras parabeniza Deltan e diz que o ministro da Justiça, Sergio Moro, ficou feliz com a derrota do senador. "Parabéns. Você ajudou a derrubar Renan e o enfraquecimento de Bandeira no CNMP vem de quebra", diz Aras ao colega. "Nós todos Vlad. Era a coisa certa a fazer. Valeu!", responde Deltan. E Aras, em seguida, afirma: “Parabéns, Moro ficou feliz. Falei com ele também.”

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A afirmativa de que Renan poderia culpar Deltan Dallagnol pela derrota se deu pelo movimento do procurador chefe da Lava Jato em Curitiba em defesa de um abaixo-assinado que pedia votação aberta na eleição para presidente do Senado. Em janeiro, o emedebista chegou a trocar acusações com Deltan nas redes sociais. 

“Deltan Dallagnol continua a proferir palavras débeis, vazias, a julgar sem isenção e com interesse político, como um ser possuído”, escreveu no Twitter, Renan Calheiros, na época. 

A postura de Dallagnol rendeu, inclusive, uma representação de Renan contra o procurador no Conselho Nacional do Ministério Público acusando-o de quebra de decoro e exercício irregular de atividade político-partidária.

O deputado estadual do Paraná, Delegado Francischini (PSL), sugeriu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicasse o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR). 

“Depois das tentativas de destruir a Lava Jato e reputação de amigos procuradores e do ministro Sérgio Moro, seria um golaço se nosso presidente Jair Bolsonaro nomeasse numa canetada só Deltan Dallagnol para Procurador Geral da República. Queria ver este bando de ladrões pulando na frigideira!”, escreveu no Twitter.

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O nome de Deltan vem surgindo vez ou outra como um dos candidatos ao posto que é ocupado atualmente pela procuradora-geral, Raquel Dodge. O mandato dela encerra em setembro, mas pode ser renovado.

No fim de semana, contudo, a página oficial do presidente no Facebook compartilhou um link de uma publicação que chama Dallagnol de "esquerdista estilo PSOL". O compartilhamento aconteceu no sábado à noite como resposta a uma internauta que disse que Bolsonaro faria "muitos brasileiros felizes" caso indicasse Deltan para a PGR.

O presidente disse que pretende anunciar o nome que será responsável pela procuradoria na próxima sexta-feira (16).

Novos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil, nesta segunda-feira (12), sugerem que o procurador chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, usou movimentos políticos como porta-vozes de causas de ele defendia. 

De acordo com a reportagem, as conversas vazadas apontam que Dallagnol se movimentou, através do Vem Pra Rua e do Instituto Mude - Chega de Corrupção, para tentar influenciar na escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) logo após a morte do ministro Teori Zavascki. 

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As mensagens atribuídas a Deltan, mostram que logo após a derrota na votação do projeto das dez medidas contra a corrupção na Câmara dos Deputados, o procurador buscou usar os grupos para pressionar o STF a rejeitar os nomes dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e do atual presidente da Corte, Dias Toffoli, para a relatoria das ações da operação. 

Ao relatar para o líder do Mude, Fabio Alex Oliveira, uma conversa que havia tido com um integrante de outro movimento político, no dia seguinte à morte de Zavascki, Deltan disse: “De início, agradeci o apio [apoio] do movimento etc. 1. Falei que não posso posicionar a FT [força-tarefa] publicamente, mesmo em off, quanto a Ministros que seriam bons, pq [porque] podemos queimar em vez de ajudar”. 

“Falei os 4 que seriam ruins, ‘que Toff [Dias Toffoli], Lewa [Ricardo Lewandowski] , Gilm [Gilmar Mendes] e Marco Aur [Marco Aurélio]”, acrescentou o procurador. 

Dias após, em 24 de janeiro, o Mude pediu ao procurador uma “orientação sobre quem seria ideal pra assumir a posição do Teori”. A co-fundadora do grupo Patricia Fehrmann explicou que “tem muita gente perguntando o q fazer. O VPR é um desses”, referindo-se ao Vem Pra Rua. O procurador declinou. “Não podemos nos posicionar. Queimamos a pessoa rsrsrs”. 

Apesar da recusa, em fevereiro, segundo o site, Deltan conversa sobre suas preferências com a procuradora Anna Carolina Resende. Veja a conversa:

1 de fevereiro de 2017 – Chat privado

Anna Carolina Resende – 12:11:18 – Deltan, fale com Barroso

Resende – 12:11:37 – insista para ele ir pra 2 Turma

Deltan Dallagnol – 12:18:07 – Há infos novas? E Fachin?

Dallagnol – 12:18:11 – Ele seria ótimo

Resende – 13:54:21 – Vai ser definido hj

Resende – 13:54:33 – Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso

Resende – 13:54:44 – Mas nunca se sabe quem será sorteado

Resende – 13:56:40 – Barroso tinha q entrar nessa briga. Ele não tem rabo preso. Eh uma oportunidade dele mostrar o trabalho dele. Os outros ministros devem ter ciúmes dele, pq sabem que ele brilharia na LJ. Ele tem que ser forte e corajoso. Ele pode pedir p ir p 2 turma e ninguém pode impedi-lo. Vão achar ruim mas paciência, ele teria feito a parte dele

Dallagnol – 14:11:37 – Ele ficou alijado de todo processo. Ninguém consultou ele em nenhum momento. Há poréns na visão dele em ir, mas insisti com um pedido final. É possível, mas improvável.

Dallagnol – 14:30:16 – Mas sua mensagem foi ótima, Caroll

Dallagnol – 14:30:24 – Por favor não comente isso com ninguém

Dallagnol – 14:30:25 – Please

Dallagnol – 14:30:29 – Ele pediu reserva

Resende – 14:30:31 – clarooo, nem se preocupe

Resende – 14:30:45 – só lhe pedi para falar novamente com ele porque isso está sendo decidido hoje

Dallagnol – 14:30:52 – Foi o tom do meu último peido

Resende – 14:31:18 – vamos rezar para Deus fazer o melhor

Resende – 14:32:22 – mas nosso mentalização aqui é toda em Barroso

No mesmo dia, de acordo com o The Intercept, Dallagnol voltou a falar com Patrícia Fehrmann e disse que “seria bom se os movimentos replicassem o post do Luis Flavio Gomes”. A publicação atacava Mendes, Lewandowski e Toffoli e afirmava que “comprovar-se-á que o diabo também pode vestir toga” se a relatoria da Lava Jato caísse com um dos três. O Mude seguiu a recomendação e logo compartilhou o texto do jurista. 

O sorteado para relatar a Lava Jato no STF foi o ministro Edson Fachin. A escolha do relator não foi a única vez que Deltan buscou usar apoios sem “parecer pressão” ao STF. 

Ele também se colocou a favor da prisão em segunda instância, propondo a necessidade de pressionar o então novo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a mudar de opinião a partir da atuação dos movimentos. Ele chegou a conversar sobre o assunto com a procuradora Thaméa Danelon. 

A ela, descreve o site, Deltan também sugeriu que a população fosse instigada a criar abaixo-assinados favoráveis a medida, já que juízes e procuradores também já estavam fazendo um. 

“Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”, disse Deltan a Danelon que assentiu e o chefe da Lava Jato continuou: “Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”.

O Ministério Público Federal do Paraná, através da assessoria de imprensa, disse que “é lícito aos procuradores da República interagir com entidades e movimentos da sociedade civil e estimular a causa de combate à corrupção”. E, apesar disso, reforçou que não reconhecia a legitimidade dos diálogos. 

o Instituto Mude, por sua vez, informou que “o contato com o coordenador da maior operação de combate à corrupção já realizada no Brasil é natural” e que ele “iniciou-se a partir do conhecimento da proposta das dez medidas contra a corrupção”. E alegou que as ações do movimento não são pautadas por indivíduos ou entidades. 

O Vem Pra Rua se recusou a comentar o conteúdo das mensagens e informou que “na campanha a favor das 10 Medidas Contra a Corrupção buscou parcerias de outros movimentos, entidades e pessoas alinhadas com seus ideais, mantendo sempre sua autonomia”.

O perfil oficial de Jair Bolsonaro no Facebook compartilhou um post chamando o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, de "esquerdista estilo PSOL". A resposta foi a comentários feitos na página de Bolsonaro solicitando a indicação de Dallagnol ao cargo de procurador-geral da República.

O link compartilhado pelo perfil do presidente redireciona para post da página "Bolsonaro Opressor 2.0". A mensagem é voltada "pra quem pede o Deltan Dallagnol na PGR". "O cara é esquerdista estilo PSOL", afirma a publicação.

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O post é acompanhado de declarações do procurador contra a ditadura militar, críticas ao decreto do Planalto que ampliava sigilo de dados e atos do governo e elogios a reportagens sobre as investigações contra o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e de Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio.

A página de Bolsonaro também compartilhou uma lista de temas que seriam discutidos com o indicado ao cargo de Procurador-Geral da República. A lista inclui desarmamento, ideologia de gênero, direitos humanos, Amazônia, excludente de ilicitude, Comissão da Verdade, reserva indígena, ONGs, Meio Ambiente e Forças Armadas.

No sábado, 10, Bolsonaro declarou que o futuro chefe do Ministério Público "não será alinhado com o governo". Ele pretende indicar o próximo titular da PGR na próxima semana.

Militantes do Vem Pra Rua vão ao Cais do Apolo, área central do Recife, na próxima segunda-feira (12) em uma mobilização em repúdio a “medidas arbitrárias que vêm tomando alguns Ministros do STF, ‘defensores da impunidade’, que não satisfeitos em censurar a imprensa e promover atos de busca e apreensão, usurpando a competência do Ministério Público, ainda determinam a suspensão de todos os procedimentos investigatórios instaurados pela Receita Federal, em relação a 33 contribuintes, por neles estarem incluídos o Ministro Dias Toffoli, Gilmar Mendes e seus familiares”.

O ato está marcado para começar a partir das 19h e também cobrará uma postura melhor do Supremo com os procuradores da Operação Lava Jato. Segundo a organização, o STF tem o intuito de desarticular a força-tarefa.

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Além disso, o grupo pretende mostrar indignação com o julgamento de representações contra o procurador Deltan Dallagnol, que deve acontecer na terça-feira (13), baseadas em mensagens divulgadas pelo site The Intercept.

“Deltan, pela sua árdua luta contra a corrupção merece o reconhecimento e gratidão de toda a sociedade brasileira, e não punição”, considerou o Vem Pra Rua, que também vai mostrar apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

“O STF, com essas condutas, está criando uma insegurança jurídica sem precedentes transformando-se numa Corte deslegitimada e desmoralizada perante o povo brasileiro. Chega de autoritarismo dessa Instituição que infringe os princípios da moralidade e da legalidade”, finaliza a nota do grupo.

Sob fogo cerrado de opositores da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no Paraná, comparou a grande reação à maior investigação já desencadeada no País contra a corrupção ao movimento que colocou em xeque a Mãos Limpas - missão similar que a Itália viveu nos anos 1990 e acabou esvaziada por forças políticas.

Em sua conta no Twitter, Deltan postou. "Vejo um movimento de reação como o que aconteceu na Itália, em que se busca tirar a credibilidade de agentes públicos que atuam na operação."

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Na próxima terça-feira, 13, o Conselho Nacional do Ministério Público pode pôr em pauta eventual afastamento de Deltan da Lava Jato. Ele tem sido alvo frequente de reclamações perante o colegiado.

Deltan avalia que o objetivo de quem fustiga a Lava Jato é "promover os retrocessos que possam permitir que poderosos que praticaram crimes graves alcancem impunidade".

O The Intercept publicou nesta sexta-feira (9), por meio do El País, mais um vazamento da série #VazaJato, que vem expondo troca de mensagens entre procuradores da Operação Lava Jato desde o último mês de junho. Desta vez, a protagonista do conteúdo é a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

O site de responsabilidade do jornalista Glenn Greenwald conseguiu acesso a uma conversa no aplicativo Telegram do dia 11 de março deste ano. Na ocasião, o procurador Januário Paludo falou a seus colegas da Operação Lava Jato que “o barraco tem nome e sobrenome. Raquel Dodge”.

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Dodge, que representa o posto mais alto do Ministério Público, é responsável pelo comando do trabalho da força-tarefa e era vista como um entrave pelos procuradores, além de uma espécie de inimiga interna. 

De acordo com informações do Intercept, os procuradores ainda discutiram a possibilidade de repassar, de forma anônima, informações a jornalistas com o objetivo de pressioná-la a liberar ao Supremo Tribunal Federal (STF) delações, entre elas, a de Léo Pinheiro, da construtora OAS - uma testemunha-chave de casos que incriminam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outro trecho dos vazamentos mostra uma mensagem do procurador Deltan Dallagnol, em 2018, avaliando a relação de Dodge com o ministro do STF, Gilmar Mendes. Segundo ele, Dodge “só não confronta Mendes porque sonha com uma cadeira no Supremo assim que seu mandato na PGR terminar”.

Os procuradores também se queixaram devido ao fato de Dodge ser um obstáculo incontornável “por ser dona da caneta que tanto libera orçamento à força-tarefa como envia ao Supremo os acordos de delações premiadas que envolvem autoridades com foro privilegiado, como a de Léo Pinheiro”. 

O El País procurou a assessoria de imprensa da PGR, que afirmou não se manifestar “acerca de material de origem ilícita" ou sobre acordos de delação, "que possuem caráter sigiloso". A força-tarefa da Lava Jato também disse que não faria comentários. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta sexta-feira (9) que os diálogos divulgados pelo site The Intercept mostram que procuradores federais tentaram ganhar dinheiro com a Operação Lava Jato. “O próprio corregedor, embora não cumprindo corretamente as suas funções, diz: ' vocês estão monetizando, ganhando dinheiro com a Lava Jato’. E isso, obviamente, é vedado”, disse o ministro, antes de participar de evento na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP).

Reportagem da Folha de S. Paulo e do The Intercept, a partir de um diálogo por aplicativo de mensagens ocorrido em 2017 e vazado a partir de hackeamento de celulares, mostra que o então corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho, teria criticado informalmente a conduta do procurador da República Deltan Dallagnol por dar palestras remuneradas.

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“Está escrito na Constituição. Eu não posso usar a função pública para ganhar dinheiro além do que eu já ganho”, enfatizou Mendes ao analisar a conduta dos procuradores da força-tarefa.

Para o ministro, os problemas na condução da Lava Jato, revelados pelos diálogos publicados, são a “maior crise” vivida pelo Judiciário desde a redemocratização. “Nada é comparável a isso que nós estamos vivendo, porque atinge a Justiça Federal e a Procuradoria-Geral da República na sua substância. São duas instituições de elite do sistema que estão fortemente atingidas por essas revelações”, destacou.

Condutas impróprias

Na opinião de Mendes, em alguns momentos, a conduta dos procuradores se aproxima da de organizações criminosas. Ele se referia a trechos dos diálogos que apontam a tentativa dos procuradores de informalmente investigar ministros do Supremo. “Se nós olharmos a linguagem de determinadas organizações criminosas, nós não conseguimos distinguir quem é o combatente do crime e quem é o partícipe de organização criminosa”, acrescentou.

O papel do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que atuou como juiz responsável pela Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba, também foi mencionado por Mendes. “Juiz não pode ser chefe de força-tarefa”, ressaltou a partir do conteúdo divulgado pelos portais que tiveram acesso às mensagens.

Para Mendes, todas essas suspeitas precisam ser apuradas pelos órgãos competentes. “Em algum momento essas pessoas que se envolveram, acredito, nesses malfeitos terão de prestar contas. Todos nós que integramos uma instituição temos um dever de accountability. Essa gente teria de contar o que eles fizeram de errado para que a gente no futuro possa fazer as possíveis correções”, acrescentou.

No início de julho, durante audiência na Câmara dos Deputados, Moro afirmou que, no cenário jurídico brasileiro, conversas entre juízes, membros do Ministério Público e advogados "são coisas absolutamente triviais". Na ocasião, o ministro reiterou que não reconhece o conteúdo das mensagens veiculadas pela imprensa e que elas podem ter sido adulteradas. 

Já o Ministério Público Federal no Paraná emitiu nota, também em julho, afirmando que as mensagens atribuídas a procuradores da Operação Lava Jato e divulgadas pela imprensa são "oriundas de crimes cibernéticos e não puderam ter seu contexto e veracidade verificados". 

O jornalista e editor do site The Intercept, Glenn Greenwald, responsável pelos vazamentos realizados desde junho comprometendo membros do alto escalão do Governo Federal, repercutiu nesta quarta-feira (7) materiais divulgados por sua equipe.

Greenwald fez um alerta aos defensores do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do procurador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol - dois dos principais nomes alvos do The Intercept.

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“Para os defensores de Moro e Deltan, eles são reduzidos a apenas um argumento: os fins justificam os meios. Não importa quão corrupto ou ilegal seja seu comportamento, porque seus objetivos são tão nobres e eles são tão benevolentes que residem acima da ética e até da lei”, comentou o jornalista.

Ainda em seu perfil no Twitter, Glenn também fez menção ao comportamento de Moro e Dallagnol. “Que Deltan tentou abusar de seu poder contra o STF usando a Rede ilustra um ponto vital: muitos dos críticos mais veementes do comportamento de Moro e Lava Jato agora eram anteriormente apoiadores deles, mas viram a verdade. Isso é o que o jornalismo faz: desmascara os poderosos”, explicou.

Chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol usou a Rede Sustentabilidade como uma espécie da laranja para propor uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro Gilmar Mendes. É o que sugerem as mensagens divulgadas pelo site UOL, a partir das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil. 

De acordo com a reportagem, o acordo envolveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e resultou na apresentação de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF visando impedir que Gilmar soltasse presos em processos que ele não fosse o juiz da causa.  

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As articulações de Dallagnol foram relatadas nas conversas com outros procuradores no Telegram a partir de 9 de outubro de 2018, no dia 11 a Rede protocolou a ADPF. Deltan usou a Rede porque ele, constitucionalmente, não pode atuar em causas que ultrapassem a primeira instância da Justiça Federal. Apenas a procuradora-geral Raquel Dodge tem atribuição para atuar junto ao STF. 

Além de Dodge, partidos políticos, o presidente da República, as mesas diretoras da Câmara e do Senado, os governadores, as Assembleias legislativas e a Ordem dos Advogados do Brasil podem apresentar ADPFs no Supremo. 

Em setembro de 2018, os membros da Lava Jato estavam insatisfeitos com Gilmar Mendes. Naquele mês, ele decidiu, por ofício, soltar nomes como o do então governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). 

Em mensagem enviada no dia 9 de outubro daquele ano, Dallagnol diz: "Resumo da reunião de hoje: Gilmar provavelmente vai expandir decisões da Integração pra Piloto. Melhor solução alcançada: ADPF da Rede para preservar juiz natural".E, horas depois, acrescenta: Randolfe super topou. Ia passar para Daniel, assessor jurídico, já ir minutando. falará hoje com 2 porta-vozes da Rede para encaminhamento, que não depende só dele". 

No dia seguinte, outro membro da força-tarefa, Diogo Castor, avisa: "mandei a sugestão da ADPF pro assessor do Randolfe". 

Em 11 de outubro, às 13h58 - antes que a imprensa ou Randolfe noticiasse, Deltan comunica aos procuradores: "Hoje protocolada ADPF da rede contra GM [Gilmar Mendes]", relatou em um dos tópicos sobre uma reunião que havia realizado.

Ao STF, o partido argumenta que a ação é necessária "para impedir que o referido Ministro Gilmar Mendes continue a conceder liminares para beneficiar presos de modo absolutamente revel à liturgia do processo penal, convertendo-se numa espécie de 'Supervisor-Geral' das prisões cautelares levadas a termo em operações de combate à corrupção no Brasil".

No mesmo dia, às 17h56, Paulo Roberto Galvão envia a notícia do site Antagonista sobre a ação da Rede no STF contra Gilmar e Dallagnol diz que precisam saber para qual ministro foi distribuída a relatoria do caso. Outro procurador responde que ação foi para a ministra Cármen Lúcia e o procurador Athayde Ribeiro Costa dispara: "frouxa". Dallagnol completa: "ela é amiga da esposa de GM". Em novembro, Cármen Lúcia negou seguimento à ADPF da Rede, arquivando a ação.

Em resposta ao UOL, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse que não reconhecia a autenticidade das mensagens e pontuou que elas foram obtidas de forma criminosa. 

Já Randolfe e a Rede Sustentabilidade, em nota conjunta, disseram que “no caso em apreço, a ação citada foi ajuizada após o Ministro Gilmar Mendes ter concedido habeas corpus de ofício a Beto Richa e outros 'ilustres' investigados, burlando as regras de sorteio de relatoria do STF e se convertendo numa espécie de 'Liberador-Geral da República'. Repudiamos essa decisão, que causou enorme embaraço ao Tribunal, por convicção de que ela reflete uma postura de leniência com corruptos poderosos e não um compromisso autêntico com o devido processo legal: o ajuizamento da ADPF nº 545 se deu exclusivamente por este motivo". O senador e o partido ainda destacaram possuir uma "postura intransigente" em relação à corrupção.

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode pedir o afastamento do procurador Deltan Dallagnol do comando da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. A informação é do jornal Folha de São Paulo. Segundo a reportagem, ministros do STF buscam caminhos para que o afastar o procurador.

Conversas de bastidores dão conta de que a procuradora-geral Raquel Dodge está sendo pressionada para efetuar a medida. Ela teria discutido o assunto durante uma reunião de emergência, nessa quinta-feira (1º), em Brasília. 

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Dodge, contudo, não está disposta a se indispor com o Ministério Público Federal (MPF) e o STF é quem deve decidir o destino de Dallagnol. Como o ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito das fake news, pode ser ele que tenha que decidir sobre o eventual afastamento. 

Nessa quinta, Moraes determinou que as mensagens hackeadas pelo grupo preso na Operação Spoofing sejam encaminhadas ao STF em até 48 horas. Além dele, o ministro Luiz Fux também solicitou que o material apreendido e decidiu liminarmente pela preservação das conversas, que podem ser usadas como provas de algum processo. 

A força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba afirmou nesta quinta-feira (1º) que o procurador Deltan Dallagnol nunca pediu para a Receita Federal investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou seus familiares.

Em nota divulgada à imprensa, a força-tarefa disse que as informações que surgiram durante as investigações sobre pessoas que têm foro privilegiado foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) por meio de devida formalização.

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"As investigações realizadas pelos integrantes da força-tarefa sempre foram restritas ao escopo de suas competências perante a 13ª Vara Federal, na 1ª instância do Judiciário. As informações sobre detentores de foro privilegiado que chegaram ao grupo sempre foram repassadas à Procuradoria-Geral da República, como determina a lei. Algumas dessas informações chegaram à força-tarefa porque ela desempenha o papel de auxiliar da PGR na elaboração de acordos, mas nunca por causa de investigações", diz a nota.

A manifestação foi motivada por novas supostas conversas envolvendo o procurador. Em sua publicação mais recente, nesta quinta-feira (1º), o jornal Folha de S.Paulo e o site Intercept Brasil divulgaram mensagens em que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, estaria estimulando a força-tarefa a investigar ministros do Supremo, entre eles Gilmar Mendes e o presidente da Corte, Dias Toffoli, por meio de informações da Receita Federal. A iniciativa abarcaria ainda as esposas dos ministros.

Os procuradores também afirmaram que não reconhecem as conversas divulgadas pelo site e que as mensagens "têm sido usadas, de forma editada ou fora de contexto, para embasar acusações e intrigas que não correspondem à realidade".

 

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que o chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, cometeu crimes.

A publicação no Twitter do filho de José Dirceu - um dos condenados na investigação - avalia as últimas revelações feitas pelo site The Intercept Brasil, a partir de conversas do procurador no aplicativo Telegram. 

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“Talvez, no mundo invertido em que vive, as ações de Deltan Dallagnol à frente da Lava Jato, sejam íntegras, éticas e morais, porque nessa realidade aqui, você cometeu crimes, meu 'caro' Deltan Dallagnol”, disparou Zeca Dirceu. 

As mensagens divulgadas pelo site sugerem que Deltan Dallagnol fez questionamentos sobre uma reforma feita pela OAS na casa do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e incentivou uma espécie de cerco contra o ministro em 2016. 

A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal (PSL), saiu em defesa, nesta quinta-feira (1º), do chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que aparece, de acordo com troca de mensagens divulgadas pelo site The Intercept, fazendo questionamentos sobre uma reforma feita com a participação da OAS na casa do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e incentivando uma espécie de cerco contra o ministro em 2016. 

Na avaliação de Janaína, que foi uma das autoras do pedido que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), não há irregularidades na conversa que teria sido protagonizada por Dallagnol. 

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“Não sei se os diálogos, publicados hoje, conferem com a realidade. Mas se conferirem, não vislumbro neles qualquer ilegalidade. Muito ao contrário, os procuradores apenas estavam buscando averiguar possíveis irregularidades, graves irregularidades”, observou.

A parlamentar disse também que “os jornais deveriam estar preocupados em apurar o que os procuradores buscavam esclarecer e não criar a sensação de que eles estariam a transgredir”.

“Já que, apesar das prisões dos hackers, as conversas interceptadas seguirão sendo publicados, penso que o mérito dessas conversas deveria ser analisado com mais cautela. Queriam o que? Que os procuradores ignorassem potenciais ilicitudes perpetradas por um alto magistrado?”, indagou Janaína, em publicação no Twitter.

A Lava Jato tem uma ferramenta que consegue recuperar, em muitos casos, conversas apagadas de aplicativos como Telegram e WhatsApp. A informação é jornal El País Brasil. De acordo com a reportagem, trata-se de um dispositivo eletrônico batizado de UFED (Universal Forensic Extraction Device) que aparenta ser um microcomputador em formato de maleta.

O dispositivo foi vendido pela empresa israelense Cellebrite e também é oferecido como aplicativo para instalação em computadores e notebooks. Um documento obtido pelo El País, aponta que a operação já recuperou diversas conversas desde 2014, com o uso da tecnologia. 

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A matéria detalha que a ferramenta funciona da seguinte forma: uma vez apreendido o celular, basta conectar por cabo o celular à maleta ou ao computador com a ferramenta instalada e, pelo aplicativo, o perito escolhe se faz a extração integral dos dados ou se produz relatórios específicos. 

A extração de dados pode acontecer até mesmo se os aplicativos já estiverem deletados, pois boa parte dos celulares armazenam na memória interna ou na nuvem. 

O uso do dispositivo poderia solucionar a dúvida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol sobre se as mensagens que estão sendo vazadas pelo site The Intercept Brasil são verídicas ou não. 

O El País procurou os dois para saber se eles tinham submetido seus celulares à extração de dados pela ferramenta pelo UFED, mas eles não responderam. Também foram questionados se trocaram de celular e quando o fizeram, mas não houve posicionamento nem de Moro nem de Deltan.

O procurador Deltan Dallagnol incentivou uma investigação sigilosa, em 2016, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º), a partir das mensagens que vem sendo reveladas pelo site The Intercept Brasil em parceria com o jornal Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, na época, o atual presidente do STF estava sendo visto pela força-tarefa da Lava Jato como alguém disposto a frear as investigações. 

As conversas apontam que Deltan teria buscado informações financeiras na Receita Federal sobre Toffoli e a sua esposa, Roberta Rangel, além de evidências que ligassem eles as empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção. 

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A Constituição, contudo, impede que ministros do STF sejam investigados por procuradores de primeira instância. Apenas a partir de autorização da própria Corte é que o procurador-geral da República pode iniciar apurações sobre um dos magistrados. 

Segundo a matéria, no dia 13 de julho - época em que a empreiteira OAS estava negociando um acordo de colaboração com a Lava Jato - Deltan fez uma consulta aos procuradores que negociavam com a empresa. 

"Caros, a OAS trouxe a questão do apto do Toffoli?", perguntou no grupo deles no Telegram. "Que eu saiba não", respondeu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília. "Temos que ver como abordar esse assunto. Com cautela", acrescentou.

O texto também afirma que em 27 de julho, Deltan procurou o chefe de gabinete do então procurador-geral Rodrigo janot, Eduardo Palella, para repassar a informações que apontavam Dias Toffoli como sócio de um primo em um hotel no interior do Paraná. 

“Queria refletir em dados de inteligência para eventualmente alimentar vocês”, escreveu Dallagnol , no dia seguinte, para o assessor de Janot. “Sei que o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com vocês com alguma informação, acessando umas fontes.”

E continuou: “Você conseguiria por favor descobrir o endereço do apto do Toffoli que foi reformado?”. “Foi casa”, respondeu Pelella. Ele evitou esticar a conversa na hora, mas informou o endereço a Dallagnol dias depois.

Os advogados da OAS disseram aos procuradores da Lava Jato, no início das negociações em 2016, que a empreiteira teria participado de uma reforma na casa de Toffoli em Brasília e ele mesmo foi o responsável pelo pagamento. O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, foi quem tratou do assunto com o hoje presidente do STF, mas contou aos seus advogados que não houve nada de errado na reforma, mesmo assim os procuradores ficaram curiosos sobre o assunto. 

Poucos meses antes, duas decisões de Toffoli no STF tinham contrariado interesses da força-tarefa. Uma delas foi a soltura do ex-ministro petista Paulo Bernardo, poucos dias após sua prisão pelo braço da Lava Jato em São Paulo. As mensagens, entretanto, não esclarecem se houve alguma investigação formal contra o ministro. 

Vazamento

Em agosto de 2016, a revista Veja publicou uma reportagem sobre a reforma na casa de Toffoli, apontando a delação de Léo Pinheiro como fonte. Isso causou um mal-estar no STF e a PGR suspendeu as negociações com a OAS - o que dividiu a força-tarefa de Curitiba. 

Nas mensagens obtidas de um grupo chamado “FT MPF Curitiba 3”, Carlos Fernando defendeu a medida, mas Dallagnol achava que o recuo seria interpretado como uma tentativa de proteger Toffoli. “Quando chega no judiciário, eles se fecham”, chegou a dizer aos colegas.  “Corrupção para apurar é a dos outros”, acrescentou. 

Carlos Fernando temia que os ministros do STF reagissem impondo obstáculos para novos acordos. “Só devemos agir em relação ao STF com provas robustas”, afirmou. “O que está em jogo aqui é o próprio instituto da colaboração. Quanto a OAS e ao Toffoli, as coisas vão crescer e talvez daí surjam provas”, acrescentou.

No mesmo dia, o procurador Orlando Martello sugeriu que os colegas pedissem à Secretaria de Pesquisa e Análise (SPEA) da Procuradoria-Geral da República um levantamento sobre pagamentos da OAS ao escritório da mulher de Toffoli.

“A respeito do Toffoli, peçam pesquisa para a Spea de pagamentos da OAS para o escritório da esposa do rapaz que terão mais alguns assuntos para a veja”, disse Orlando no Telegram. “Não é nada relevante, mas acho que da uns 500 mil”, completou.

Ao responder, Dallagnol disse ao colega que a Receita Federal já estava pesquisando o assunto. “A RF tá olhando”, disse. “Mas isso eu não sabia”, emendou.

A força-tarefa da Lava Jato não reconheceu a legitimidade das mensagens e disse que é sua responsabilidade encaminhar à PGR informações sobre autoridades com foro especial no STF, mas não fez comentários específicos sobre as mensagens. "É comum o intercâmbio de informações para verificar, em caráter preliminar, supostos fatos de que o Ministério Público tenha conhecimento", diz a nota. "A Lava Jato só analisa informações bancárias e fiscais após decisão judicial que afaste o sigilo", acrescenta. 

O procurador Eduardo Pelella e o ministro Dias Toffoli não quiseram comentar sobre o assunto.

<p>Nesta segunda-feira (29), o cientista político Adriano Oliveira faz uma avaliação sobre as novas etapas da novela Lava Jato e Intercept Brasil. Desde 2014 a operação provocou muita turbulência, devido às prisões e investigações, tendo contribuído indiretamente para o impeachment de Dilma Roussef, a vitória de Bolsando, entre outros.&nbsp;</p><p>Entretanto, a operação não é mais o caçador, e sim a caça, frente ao vazamento dos diálogos pelo Intercept Brasil, que mostram alguns desvios de seus atores públicos. Adriano frisa que boa parte da imprensa está dando mais destaque à forma do que ao conteúdo em si, havendo muitos questionamentos ficado em aberto: a justiça ainda não julgou e apontou os homens presos como as fontes dos vazamentos das mensagens, além disso, não se sabe se o Intercept só tem uma única fonte.</p><p>O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p>Confira mais uma análise a seguir:</p><p>
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