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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fará nesta terça-feira, 15, um depósito judicial no valor de R$ 1 milhão. A quantia servirá para garantir a quitação da dívida que o capitão reformado tem com a Secretaria Estadual da Saúde (SES) de São Paulo. Durante a pandemia de covid-19, Bolsonaro recebeu oito multas por não usar máscara em locais públicos.

No mês passado, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões via Pix após campanha organizada por apoiadores. O objetivo da ação era justamente levantar recursos para que o ex-presidente pagasse as multas - fato que não havia acontecido, apesar da quantia arrecadada ter sido 17 vezes o valor das infrações.

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A decisão de realizar um pagamento em juízo foi confirmada por interlocutores do ex-presidente ao Estadão. A operação, no entanto, não encerra a discussão sobre as infrações, visto que Bolsonaro aguarda o julgamento de um recurso no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Caso a decisão da Corte seja favorável ao ex-mandatário, o valor pago em juízo será resgatado.

O advogado e doutor em Direito Civil pela USP Maurício Bunazar esclarece que o depósito judicial serve justamente para os momentos em que há dúvidas ou controvérsias sobre a dívida. "Ou seja, alguém cobra uma dívida e a pessoa diz que não deve. Mas faz o depósito judicial para evitar a cobrança de juros ou mora (caso perca a ação)".

Além disso, outro benefício do pagamento em juízo é que ele evita o bloqueio de contas bancárias pela Justiça, uma vez que a quantia devida já está sob a guarda do judiciário. No caso de Bolsonaro, que já tem R$ 824.295,60 em imóveis e ativos financeiros bloqueados, os recursos serão desbloqueados após o depósito judicial, explica Bunazar.

O Estadão entrou em contato com a assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro para confirmar a realização do depósito judicial, porém não teve retorno até o fechamento desta reportagem. Igualmente, a reportagem verificou o processo em tramitação no TJSP, e não verificou movimentações nesta terça-feira, 15.

Tarcísio estuda perdoar multas aplicadas na pandemia

Mesmo que o ex-presidente perca a batalha envolvendo as multas na Justiça, ele ainda poderá reaver o dinheiro por meio de uma decisão política. Isso porque o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente, avalia perdoar as multas que foram aplicadas durante a pandemia de covid-19.

A proposta em estudo valerá somente para as infrações de caráter educativo e não arrecadatório. Segundo a SES, foram aplicadas 11 mil multas durante o período de pandemia, o que equivale a débitos de R$ 73 milhões. Como a proposta trata sobre a renúncia de recursos, a legislação obriga o governo Tarcísio a enviar um projeto de lei sobre o tema para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

De acordo com Bunazar, caso seja aprovada uma anistia para todas as pessoas multadas, será possível que o governo estadual tenha que devolver o dinheiro de todos aqueles que já pagaram as infrações. Além disso, os processos na Justiça sobre o tema serão extintos em decorrência da perda do objeto das ações. Os detalhes da provável anistia, porém, só serão conhecidos quando o projeto de lei for apresentado.

A Vale divulgou fato relevante nesta sexta-feira (31) informando que não foi notificada da decisão judicial noticiada na imprensa, que teria determinado o depósito judicial no valor de R$ 10,3 bilhões, dividido igualmente entre a companhia e a BHP Brasil, em dez parcelas, sendo a primeira após 40 dias da publicação da decisão.

"A companhia se manifestará oportunamente no processo sobre a decisão, contra a qual cabe recurso", afirma a empresa no documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Conforme informou nesta quinta-feira (30) o site de notícias G1, a Justiça Federal decidiu que a Vale e a BHP Billiton façam um depósito judicial de R$ 10,3 bilhões como forma de garantir a execução dos programas da Fundação Renova. A decisão foi dada pelo juiz federal Michael Procópio Ribeiro Alves Avelar.

"A Vale reforça seu compromisso com a reparação e compensação em favor da sociedade e meio ambiente e registra que, em cumprimento às disposições do TTAC1, mantém os repasses feitos em favor da Fundação Renova, entidade criada em conjunto com o Poder Público, para reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão (em Mariana, MG)", destaca a companhia.

Até janeiro de 2023, afirma, já foram indenizadas mais de 410,8 mil pessoas, com mais de R$ 28,42 bilhões destinados às ações executadas pela Fundação Renova.

A Vale informa que foi intimada a realizar um depósito judicial de R$ 7.413.790.458,03 em cumprimento das duas ordens de bloqueio de recursos no valor de R$ 10 bilhões, determinadas nas decisões liminares proferidas em requerimentos de tutela antecipada formulados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que não houve, portanto, aumento dos montantes totais de ordens liminares de bloqueio ou de indisponibilidade de recursos.

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