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O único deputado de extrema direita em Portugal, André Ventura, provocou um escândalo ao pedir a uma deputada negra que "volte para seu país de origem", por defender a restituição de obras de arte às antigas colônias portuguesas.

"Proponho que a deputada Joacine seja ela mesma devolvida para seu país de origem. Seria muito melhor para todo o mundo", disse Ventura ontem no Facebook.

Nesta quarta, o jornal "Publico" publicou um editorial, classificando como "abjeta" a afirmação de Ventura, líder do Partido Chega.

Joacine Katar Moreira, do partido de esquerda Livre, nascida em Guiné-Bissau, registrou ontem no Parlamento um projeto de lei para criar uma lista do patrimônio que Portugal deveria devolver para suas antigas colônias.

Ventura foi eleito em outubro de 2019 e se tornou o primeiro deputado de extrema direita no país desde a recuperação da democracia, em 1974. É conhecido por seus comentários depreciativos sobre negros e ciganos.

A deputada estadual do Rio de Janeiro, Mônica Francisco (PSOL), foi barrada pela segurança da Assembleia Legislativa de entrar na sala da Presidência da Casa. Após presidir a primeira audiência como presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, nessa quinta-feira (11), Mônica disse que deixou o local e foi até à sala do presidente, André Ceciliano, quando um segurança colocou a mão na frente dela e perguntou: “Quem é você?”.

A deputada do PSOL usava um broche de identificação parlamentar, mas ainda assim foi vítima de “racismo institucional”. “Hoje fui mais uma vez barrada, dessa vez na Alerj, após presidir uma Audiência pela Comissão do Trabalho. Mais um caso constrangedor de racismo institucional! Já protocolamos um projeto de lei de formação para enfrentamento ao racismo voltado para servidores e terceirizados”, contou, em publicação no Twitter.

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O projeto de lei ao qual ela se refere é de autoria dela e das deputadas Dani Monteiro e Renata Souza, todas do PSOL. “Nós iremos repetir quantas vezes for necessário: nossos corpos estarão em todos os lugares, inclusive nos espaços de decisão”, observou.

Com dois meses de mandato, Mônica ainda disse que “não é possível que não se conheça o meu rosto e o rosto das Deputadas negras dessa casa”. Esta é a segunda vez que ela é vítima de racismo institucional.

Em fevereiro, a deputada foi ao Tribunal de Justiça assistir à posse do presidente e, apesar de estar usando o broche de identificação parlamentar e uma etiqueta do cerimonial, ela foi impedida de usar o elevador das autoridades. Além de Mônica, outras duas deputadas do negras, a estadual Dani Monteiro e a federal Talíria Petrone, foram vítimas de racismo nas Casas.

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