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Parte dos peixes e mariscos sempre presentes no prato dos moradores de Maceió tendem a sumir. Tainha, bagre, mandim, camurim, mororó, sururu, maçunim, siri e caranguejo, que habitam a Lagoa Mundaú, correm risco de não serem mais pescados, ao menos por um tempo.

Na última sexta-feira (1º), a Capitania dos Portos, órgão da Marinha, proibiu o tráfego de embarcações em grande parte da Lagoa Mundaú devido aos riscos de desabamento da mina nº 18 de exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem.

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Desde o começo da crise com afundamento das minas, iniciada em 2018, é a primeira vez que as atividades de pesca são proibidas

A situação trouxe desespero para ao menos 500 pescadores da região, que já vinham sofrendo com a assoreamento da lagoa e a poluição.

Mauro Santos, presidente da Colônia de Pescadores da Zona 4, que circula a área isolada pela exploração da Braskem, fala que a produção do pescado vem diminuindo nos últimos 10 anos.

“Devido ao medo desse afundamento (da mina 18 da Braskem), a capitania botou uma nota impedindo de circular ali, naquela área. Mas ali a gente não circula, a gente trabalha. É diferente de interditar uma via, porque ao interditar uma via, sempre se arruma outra alternativa. E a gente não, não pode interditar onde é trabalho. Ali não é passeio, é o trabalho da gente lá”, diz Mauro.

A pescadora e marisqueira Andreza Santos afirma que a situação da pesca piorou nos últimos anos. Ela diz que com a proibição da pesca na lagoa, está indo para locais mais distantes para trabalhar.

“A gente tá se virando como pode. Estamos indo para outro local, que não é nossa área, para pescar mais longe. Agora veio ajuda das cestas básicas, mas não vai amenizar nosso sofrimento como pescadores. A gente quer que o pessoal tenha responsabilidade com a gente, que somos pescadores. Hoje era para a gente estar com essas redes na água”, lamenta.

Mauro Santos diz que a maioria dos pescadores vive ao redor da Lagoa do Mundaú e, por medo, pede a realocação dos Flexais, comunidades no bairro de Bebedouro. A demanda emergencial dos pescadores é que se pague um auxílio ou seguro defeso que permita a sobrevivência.

No final de semana, a prefeitura de Maceió começou a entrega de cestas básicas que, para os pescadores, ainda é insuficiente.

“Para quem estava impedido de pescar, tendo necessidade de levar o alimento para casa, aí [a cesta básica] já foi um paliativo. É um paliativo enquanto a gente está reivindicando uma ajuda, que seja tanto um auxílio como um seguro [defeso] para melhorar. Porque a gente não vai viver só de comida, porque a gente precisa pagar água, precisa pagar luz. É por isso que precisa de uma ajuda.”, apela Mauro.

Nesta segunda-feira (4), a prefeitura se reuniu com o Ministério da Pesca para solicitar o seguro defeso para os pescadores atingidos pela ação da Braskem.

Centro de Apoio

Em nota, a Braskem informou que está em construção um centro de apoio aos pescadores e píer, tendo sido seus projetos discutidos com representantes da Colônia de Pescadores Z4 e Federação dos Pescadores. A empresa reconhece ainda a condição de isolamento social dos moradores das comunidades dos Flexais.

A Braskem ainda afirma que diagnóstico ambiental independente e demais estudos realizados demonstram não haver impacto na qualidade da água ou restrição à atividade pesqueira decorrente das atividades da empresa.

Na segunda-feira, o Ministério Público Federal de Alagoas e a Defensoria Pública da União expediram uma recomendação para que a Braskem, em 5 dias, garanta auxílio-financeiro para pescadores e marisqueiros atingidos pela interdição da Lagoa Mundaú.

Começa nesta segunda-feira (6), o interrogatório dos réus no processo criminal relativo à tragédia de Mariana (MG), que corre na Justiça Federal. Serão ouvidas, nesta semana, a mineradora Samarco, responsável pela barragem de Fundão, e suas controladoras, BHP e Vale. Também serão interrogados profissionais que trabalhavam nas companhias na época do acidente. O desastre completou oito anos neste domingo.

O processo criminal, instaurado em 2016, se desenrola na Justiça brasileira ao mesmo tempo em que uma ação indenizatória corre numa corte inglesa, cobrando da BHP cifra equivalente a R$ 230 bilhões de compensação. Mas, neste, a Vale não foi acionada, o que colocou as sócias em campos opostos. A mineradora anglo-australiana busca incluir a brasileira para dividir a conta - com maior responsabilidade e valor maior a desembolsar, conforme informou o Broadcast. A Vale está recorrendo.

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De acordo com o Ministério Público Federal de Minas Gerais, o primeiro réu a ser ouvido no processo criminal, nesta segunda-feira (6), é Germano da Silva Lopes, gerente operacional da Samarco à época do desastre. Na terça-feira (7), serão interrogados outros dois gerentes operacionais da Samarco à época do acidente: Daviely Rodrigues Silva e Wagner Milagres Alves.

No dia 8, quarta-feira, será a vez de Ricardo Vescovi de Aragão, presidente da companhia na época do acidente, e de Kléber Luiz de Mendonça Terra, diretor de operações e infraestrutura da Samarco.

As mineradoras Vale e BHP serão ouvidas no dia 9, quinta-feira. O interrogatório da Samarco está agendado para o dia 13, segunda-feira da próxima semana. No mesmo dia, serão interrogados Paulo Roberto Bandeira, representante da Vale na governança da Samarco, e Samuel Santana Paes Loures engenheiro da VogBr Recursos Hídricos e Geotecnia.

Crimes ambientais

As três mineradoras respondem por diversos crimes ambientais na esfera criminal. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal acusou 21 pessoas físicas pelo crime de homicídio qualificado com dolo eventual pela morte de 19 pessoas que foram soterradas pela lama.

Mas decisões judiciais trancaram a ação penal, afastaram parte dos acusados e ninguém mais responde por homicídio e lesões corporais graves. Por isso, não haverá Tribunal do Júri.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) considerou as consequência da inundação causada pelo rompimento. A decisão já transitou em julgado. O crime de inundação tem pena de 6 a 12 anos em caso de ação dolosa (crime qualificado pelo resultado morte).

Hoje o processo tem 11 réus, sendo 7 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas - Vale, BHP, Samarco e VogBR Recursos Hídricos e Geotecnia, empresa que trabalha com consultoria e projetos de construção de barragens e que emitiu laudo garantindo a estabilidade da estrutura de Fundão meses antes do desastre

Todas as testemunhas da acusação e da defesa já foram ouvidas. As últimas testemunhas, da defesa, foram ouvidas em setembro de 2023.

O MPF destacou que o processo ficou parado por cerca de três anos, durante a época da pandemia, e que a demora na tramitação causou a prescrição de dois crimes ambientais: destruição de plantas de logradouros públicos e propriedades privadas alheias e destruição de florestas ou vegetação fixadora de dunas e protetoras de mangues.

Procurada, a Samarco e a BHP disseram que não comentariam o assunto. A Vale informou que prestará todos os esclarecimentos necessários por meio de seu representante na Justiça. A companhia acrescentou que sempre pautou suas atividades por premissas de segurança e seguirá contribuindo com as autoridades.

O LeiaJá publica, nesta quinta-feira (10), a primeira de duas reportagens sobre o deslizamento da área de lazer do residencial Ecovila Yapoatan. O colapso da estrutura causou duas mortes e deixou o condomínio à beira de um precipício, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco.

A tragédia

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Gláucio José da Silva dormiu na noite chuvosa de 27 de maio de 2022 sem saber que seria a última ao lado da esposa. Soterrado por barro e escombros do que acabava de deixar de ser sua casa, o serralheiro de 57 anos ficou abraçado à Luci Maria da Silva, de 48, enquanto ela se debatia até a morte em uma crise de claustrofobia.

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O casal morava aos pés da barreira da Rua Campo Verde, em Jaboatão dos Guararapes, mas nunca havia sofrido com deslizamentos até o início da construção de um condomínio, no alto. Eles jamais imaginariam que as chuvas intensas de 2022 fariam com que a área de lazer do residencial despencasse dos 50 metros de altura e destruísse sua casa. 

Trabalhador autônomo, Gláucio não costumava deixar a esposa sozinha. A família tinha uma vida financeira estruturada, dois carros na garagem e um patrimônio construído às custas das horas de Gláucio dentro da oficina, no mesmo terreno onde ficava a casa.

"Como pobre, minha casa era excelente. Era de luxo", lembra orgulhoso. Reformas no imóvel e a compra de eletrodomésticos tornaram o local o ponto de encontro das festas da família. A herança que seria deixada para o filho e onde o casal sonhava atravessar a velhice. 

Ferramentas e materiais de trabalho ainda estão embaixo da terra. Júlio Gomes/LeiaJá

Destruição nos olhos

Um estrondo por volta das 5h09 da manhã e, de repente, tudo ficou escuro. Ele ainda não sabia, nem teve tempo para entender, mas aquele som soterrou seu futuro. O muro de arrimo de três metros e meio veio abaixo. Ele ficava no alto da barreira e sustentava o mirante do Condomínio Ecovila Yapoatan. A estrutura, a 50 metros de altura, não suportou o peso da área que reunia pista de cooper, dois quiosques e um mirante circunscrito à piscina. Sem conseguir respirar com facilidade, um pequeno feixe de luz salvou a vida de Gláucio embaixo de quilos de destroços. 

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A algumas casas dali, Rafael Rodrigues se preparava para o trabalho quando ouviu o barulho.

"Teve tipo uma zoada de trovão, só que era o mirante descendo. Aí pegou nas casas aqui embaixo", descreveu.

Sua primeira lembrança ao abrir a porta foi do mar de lama que atravessava a rua, e, no fim, destroços empilhados onde ficava a casa de Gláucio. Fios de alta tensão arrebentaram e caíram no chão, mas risco de uma descarga fatal não impediu a união dos vizinhos para tentar resgatar as vítimas. 

Rafael permanece na Rua Campo Verde e diz que os problemas com a chuva são os mesmos. Júlio Gomes/LeiaJá

O medo que sufoca

A estrutura que veio abaixo colocou Luci frente a frente com seu maior medo. Ela tinha fobia de ambientes fechados e, por conta disso, se recusava a realizar atividades simples do dia a dia, como andar de carro ou de elevador. O deslizamento que tirou sua vida também não deu chances ao marido da sua irmã, Francisco Claudino de Oliveira, de 61 anos, que teve a cabeça esmagada por um pedaço de concreto. 

"Infelizmente eu tô aqui e ela não tá [...] ela não morreu por conta do soterramento, ela morreu de pânico. Ela tinha fobia e não conseguia andar de carro fechado, não andava de metrô. Para ter uma ideia, podia ter os andares que for, mas ela ia de elevador, subia [o prédio] andando", comentou Gláucio. 

Gláucio carrega o trauma de ter perdido a esposa nos braços. Júlio Gomes/LeiaJá

Presos por ferragens e alvenaria, nenhum deles conseguia se mexer. Os dois dividiam espaço e gritaram por ajuda por cerca de 30 minutos, antes de Luci sucumbir à sensação de confinamento e sofrer uma crise de pânico. Ela passou os últimos momentos imóvel, entre as pernas do marido. 

"Ela se viu presa e ficou sem ar. Ela morreu falando, e a pessoa que tá sem ar não consegue mais falar. Teve uma hora que ela travou, calou-se". 

O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas a forte chuva e as ocorrências na mesma manhã impediram a chegada ao local. A corporação estava perto dali e se esforçava para buscar sobreviventes em meio ao lamaçal em Jardim Monte Verde, região mais prejudicada pelas chuvas em todo Grande Recife.  

Lonas plásticas colocadas no alto da barreira após o deslizamento. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Três dias com o corpo

Ainda chovia muito e a lama também dificultava o resgate dos vizinhos quando outros blocos do muro de arrimo se desprenderam e rolaram barreira abaixo. Em meio à correria, três coqueiros em frente à casa de Josélia Alves, ao lado da de Gláucio, vieram ao chão e evitarem que seu imóvel também fosse destruído.  

Amiga da família, Josélia ainda carrega os traumas daquele dia. Ela compartilhou detalhes do resgate de Luci, desde a retirada da mulher dos braços de Gláucio, até os cuidados que recebeu das vizinhas. Após ser lavado e vestido, o corpo passou três dias no terraço do irmão de Josélia à espera da chegada do Instituto Médico Legal (IML).  

Josélia mostra os pedaços do muro de arrimo a poucos metros de casa. Júlio Gomes/LeiaJá

Abalada, Josélia não trabalha e passou a dormir na casa da filha. Sem se afastar muito da barreira, ela ainda vive na Rua Monte Verde. "Quando começa a chover, eu já fico com medo porque pode deslizar isso aí e vai simbora a casa com tudo", revela.  

Ouça o relato de Josélia sobre a remoção do corpo da amiga dos escombros 

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Chuva que não traz paz

Sozinho por quatro horas nos destroços, Gláucio só foi retirado por volta das 11h. Nesse tempo, tentou buscar explicações sobre o que acabava de destruir sua vida. Ele se diz vítima de uma tragédia anunciada e culpa a Mult Técnica Engenharia, responsável pelo Ecovila Yapoatan.   

Ainda em 2017, ele aponta que uma fenda se abriu dentro da piscina do condomínio e infiltrou o talude que sustentava o mirante.

"Só caiu o muro de arrimo, se fosse fatalidade tinha caído toda a barreira. Por conta do vazamento que tava tendo", acusa. 

Parte da estrutura do Ecovila Yapoatan ainda ameaça os moradores da Rua Campo Verde. Júlio Gomes/LeiaJá

Hoje, Gláucio vive sozinho em uma casa não muito distante de onde tinha a vida que acreditava ser intocável. Todos os dias ele chora quando lembra de Luci. Todas as vezes que olha no espelho, se confronta com as cicatrizes do dia mais triste da sua vida e volta ao desastre todos os meses, quando recebe a pensão vitalícia dada pelo governo do estado e o auxílio-moradia da Prefeitura para ajudar no aluguel.  

"Ontem pela manhã passei o dia todinho tirando lama de dentro de casa. Só vim parar de trabalhar era 22h. Perdi o sofá, que já foi de doação, e meu armário", lamenta. 

Na segunda reportagem: quem foi responsável pela tragédia? Moradores do Ecovila Yapoatan fazem denúncias e mostram documentos que sugerem a construtora como culpada. A empresa se defende e faz acusações contra a administração do conjunto habitacional.

Um incêndio causou o colapso de um viaduto em uma movimentada rodovia nos Estados Unidos, na cidade de Filadélfia, na madrugada deste domingo (11), de acordo com as autoridades, que atribuíram o acidente a um caminhão que pegou fogo embaixo da passagem.

O colapso destruiu quatro faixas de tráfego em um trecho elevado da estrada. Não há relatos de feridos.

A ocorrência foi na Interestadual 95 (I-95), uma das principais vias da costa leste dos Estados Unidos. Seus mais de 3.000 quilômetros conectam o estado do Maine, no extremo nordeste do país, a Miami, a maior cidade da Flórida, no sudeste.

"Os bombeiros chegaram ao local e encontraram um incêndio intenso em um veículo; não sabemos que tipo de veículo era", disse o capitão Derek Bowmer, do Departamento de Bombeiros de Filadélfia, em uma coletiva de imprensa.

Segundo Bowmer, a situação está sendo considerada um incidente de manuseio de materiais perigosos, mas ele não pôde confirmar os relatos de que o veículo em chamas era um caminhão-tanque.

A imprensa local informou que a Polícia de Filadélfia e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) estavam procurando o motorista do veículo relacionado ao incêndio, cujo paradeiro é desconhecido.

Um porta-voz da ATF disse à AFP que sua divisão em Filadélfia "está apoiando a investigação" e encaminhou perguntas adicionais ao Departamento de Bombeiros, que se recusou a fazer comentários.

A I-95 permanece fechada nos dois sentidos na área de Filadélfia, de acordo com as autoridades.

A reconstrução do trecho destruído pode levar semanas, sendo um cenário de pesadelo tanto para os viajantes diários quanto para os turistas, pouco antes do início da temporada de férias de verão.

O secretário de Transporte dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, ofereceu "qualquer assistência" que seu departamento possa fornecer para ajudar na recuperação e reconstrução, em mensagem no Twitter.

As imagens de televisão mostraram chamas e fumaça provenientes da seção desabada da I-95, com partes da pista elevada caindo sobre as faixas de baixo.

Uma porta-voz da cidade disse à AFP que um "grande incêndio debaixo da I-95" provocou o colapso da estrada, mas não atribuiu isso a nenhum veículo. Ela acrescentou que o fogo foi declarado "sob controle".

Segundo a imprensa local, o incêndio começou por volta das 06h20 locais, quando o tráfego de domingo costuma ser escasso.

As faixas em direção ao sul, embora ainda estejam de pé, estão "comprometidas" pelas altas temperaturas e focos de incêndio, acrescentou Bowmer.

"A I-95 será afetada por um longo tempo", disse Tumar Alexander, diretor-geral de serviços públicos de Filadélfia, segundo o jornal The Philadelphia Inquirer.

  Hoje (26) faz 37 anos do acidente nuclear de Chernobyl, localizada em  Pripyat, a 130 quilômetos de Kiev, capital da Ucrânia,20 quilômetros ao sul da fronteira cmo Belarus. Devido a uma explosão que espalhou material radioativo por milhares de quilômetros, o elemento tóxico deixou rastros no DNA de cães que vivem hoje nas áreas afetadas. A pesquisa que identificou a mudança foi publicada pela Science Advances na edição de março.  

De acordo com a publicação, os cães que vivem ainda nos arredores da Usina de Chernobyl são diferenciados tanto de cães de raça livre (cachorros sem raça definida) quanto de cães de raça pura. “Cães que vivem em Chernobyl são geneticamente distintos daqueles de fora da região”, certifica o estudo. A diferenciação dos animais é fruto da exposição à radiação ionizante de baixa dose em longa duração.

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No local, foram encontrados descendentes de cães que viviam na região da usina há 15 gerações. Em 2017, foram analisados 302 cães que vivem em raios diferentes do desastre, em três grupos dispostos: um que vive dentro da própria usina, um que vive a 15 quilômetros do desastre e um último que vive a 45 quilômetros da usina. O primeiro grupo é o que apresenta maior diferenciação genética.  

“Populações de cães semi selvagens provavelmente povoaram o local do desastre nuclear de Chernobyl nas últimas décadas desde o acidente. Alguns cães estão vivendo e se reproduzindo em áreas altamente contaminadas, como a estrutura do novo confinamento seguro de Chernobyl, construída para conter a radioatividade do reator danificado e áreas de armazenamento de combustível nuclear usado”, aponta a publicação de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano feita na Science.

EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO

A pesquisa abre precedentes para compreender o impacto das duras condições ambientais para a vida selvagem e de seres humanos sob exposição de radiação em longo prazo. Ou seja, a adaptação a duras condições de vida no decorrer do tempo exposto à radiação.  

A pesquisa, conduzida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em Bethesda, Maryland, foi baseada em amostras de sangue dos animais. Segundo o estudo, alguns locais da usina têm de dez a 400 vezes os níveis de césio-137 – elemento químico altamente radioativo. Já o físico de radiação da Universidade de Columbia, David Brenner, que não contribuiu para a pesquisa, disse em entrevista à Nature News que “não será fácil para os cientistas descobrirem quais diferenças genéticas podem ser causadas por essa exposição em relação a outros fatores”.

Apesar disso, estudiosos dizem que a pesquisa é o início de um esforço para entender melhor como a exposição prolongada a baixos níveis de radiação pode afetar a genética dos animais – e como eles podem sobreviver em condições tão severas.

 

O Corpo de Bombeiros confirmou, na tarde deste domingo (26), que foi encontrada a última pessoa desaparecida nos deslizamentos na Barra do Sahy, em São Sebastião, no litoral norte paulista. Com isso, o número de mortes devido aos temporais do último fim de semana chega a 65, sendo 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba. 

Os bombeiros estão agora fazendo um levantamento para confirmar com as polícias Civil e Militar, assim como associações de moradores, se ainda há pessoas consideradas desaparecidas e, assim, decidir se encerram os trabalhos de resgate.

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Temporais

No sábado (18) e domingo (19) da semana passada atingiram a região 682 milímetros de chuva, provocando enxurradas e deslizamentos. Vários bairros ficaram ilhados durante o carnaval devido aos danos causados à Rodovia Rio-Santos, só podendo ser acessados por helicópteros e barcos. A situação causou ainda falta de água e energia elétrica em diversos pontos do município.

Nas primeiras horas, os trabalhos de resgate foram feitos pelos próprios moradores da Barra do Sahy, bairro mais atingido pelos deslizamentos, uma vez que as equipes dos bombeiros e da Defesa Civil tiveram dificuldade de acesso à área. Sobreviventes e corpos das vítimas foram levados para a sede de uma organização não governamental, até que as equipes profissionais de socorro pudessem alcançar o local.

O último boletim divulgado pelo governo estadual, no fim da manhã deste domingo, informava que haviam sido identificados e liberados para sepultamento, os corpos de 55 pessoas – 20 homens, 17 mulheres e 18 crianças. As enxurradas e os deslizamentos de terra deixaram ainda 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados na região.

No Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, estavam internadas, 11 pessoas feridas nos temporais. 

Na manhã desta quarta-feira (8), um sofá de três lugares foi encontrado no mar de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O estofado foi recolhido por funcionários da Prefeitura.

Dois dias após o deslizamento de barreira que matou um jovem de 19 anos em razão das chuvas que castigaram a Região Metropolitana, o prefeito João Campos (PSB) reclamou do descarte inadequado da mobília e relacionou os prejuízos causados pelas chuvas com a falta de cuidado da população com o lixo. "Todos precisam ajudar e fazer a sua parte!", advertiu.

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Em votação simbólica, a Comisão Temporária Externa para acompanhar as ações de enfrentamento às manchas de óleo no litoral brasileiro (CTEOLEO), em sua reunião final, realizada nesta sexta-feira (4), aprovou o relatório do senador Jean Paul Prates (PT-RN) que aponta o “sistemático desmantelamento da estrutura de governança ambiental” do governo Jair Bolsonaro como importante fator para o agravamento dos efeitos do desastre. 

O relator salienta que as causas e a autoria dos vazamentos de petróleo ainda não foram esclarecidas e critica o governo pelo atraso no acionamento do Plano Nacional de Contingência (PNC) e pela falta de articulação entre a autoridade federal e os estados atingidos. 

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“A letargia e a leniência apontadas nos itens anteriores parecem ter sido compensadas pela pressa do governo federal em apontar culpados ou indicar suspeitos pelo derramamento de óleo por meio de insinuações e afirmações desprovidas de lastro comprobatório e que, posteriormente, demonstraram-se inverídicas. Por meio dessa postura, foram apartados países e entidades que poderiam cooperar com as investigações e as ações de resposta”, acrescenta o relatório. 

A “indisponibilidade de informações suficientes” nas investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Marinha, segundo o texto, limitou a capacidade de conclusões e encaminhamentos por parte da Comissão. O relatório menciona análises independentes da Petrobras e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que verificaram correlação entre as manchas nas praias brasileiras e petróleo produzido na Venezuela, mas ressalva que a confirmação da hipótese não configura prova material de autoria do crime.

  O PNC, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, foi posto em funcionamento pela primeira vez desde sua instituição. Porém, conforme o relatório, o governo federal só acionou o PNC 43 dias após a chegada da primeira mancha de óleo, e houve atraso significativo no envio de materiais necessários para as ações de resposta. O relator salientou os graves prejuízos sociais, ambientais e econômicos do desastre. 

“A sequência dos trágicos eventos aqui tratados (...) não pode ser reputada ao acaso, mas é potencializada pela conjugação de opções políticas e sociais como modelos de desenvolvimento insustentável, crise gerencial ambiental, despreparo institucional particularmente para a prevenção de eventos sociais e técnicos ampliados e políticas discriminatórias com populações vulneráveis”, explica. 

Jean Paul, ao comentar seu parecer, sublinhou que o país segue sem medidas de mobilização de forças para aprimoramento da resposta a futuros acidentes do gênero. Ele embrou o esforço dos senadores na inspeção dos locais atingidos e no acompanhamento da falta de equipamentos, mas o governo teria reagido com “fake news e brincadeiras” sobre movimentos ambientais. 

"Essas atitudes irresponsáveis e negacionistas se assemelham muito com o que aconteceu logo depois, com a pandemia. Se nós tivéssemos logo detectado o DNA e a forma de atuar desse governo em relação a um desastre como esse, provavelmente poderíamos ter previsto muitas das atitudes que foram repetidas e magnificadas durante a questão da pandemia", criticou. 

O presidente da Comissão, senador Fabiano Contarato (PT-ES), elogiou o relatório e cumprimentou o colegiado pelo trabalho que, segundo ele, dá uma resposta à sociedade e evita que crimes dessa natureza voltem a ocorrer.  "Temos que buscar, até que ocorra ou não a prescrição, a responsabilização por esse crime ambiental", afirmou. 

O derramamento de óleo ocorreu em 2019 e atingiu mais de mil localidades do Maranhão ao Rio de Janeiro, numa extensão estimada em 4 mil quilômetros. A situação foi tema de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente, em 17 de outubro de 2019, e na semana seguinte uma comitiva de senadores visitou algumas das praias afetadas em Alagoas e Sergipe. Em 5 de novembro de 2019 o Senado instalou a Comissão Externa, com prazo de funcionamento de 180 dias, para acompanhar as ações de combate ao óleo e apontar responsabilidades pelo desastre ambiental. Com a pandemia de covid-19, os trabalhos do trabalho foram suspensos entre 20 de março de 2020 e 18 de agosto de 2022. 

*Da Agência Senado

O óleo que voltou a ser visto nas praias de Pernambuco há cerca de 15 dias não possui relação com o material que afetou a costa brasileira em 2019. Em comunicado emitido nessa sexta-feira (9), o Governo Federal afastou a ligação entre os materiais após análise laboratorial dos fragmentos. 

A nota do Ministério da Ciência e Tecnologia assinada em conjunto com Marinha, Ibama e universidades informou que os novos vestígios de óleo recolhidos no litoral do Nordeste provavelmente se trata de petróleo cru, "proveniente do descarte de água com óleo lançada ao mar após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto-mar". 

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Alguns desses fragmentos vieram acompanhados de cracas, uma espécie de crustáceo. Pelo tamanho dos animais, foi observado que o material ficou mais de duas semanas no oceano antes de ser levado às praias. 

"Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina)”, acrescenta o informe. 

As análises foram feitas em três laboratórios, o de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); pelo Centro de Excelência em Geoquímica, Petróleo, Energia e Meio Ambiente (LEPETRO/IGEO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e pelo Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF) do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha. 

Os exames ainda indicaram que os vestígios que apareceram em Itacimirim e Itapuã, na Bahia, possuem relação com o óleo de 2019. Porém, um novo derramamento do mesmo material não foi confirmado. A explicação foi que esse óleo estava na areia das praias ou preso em rochas e recifes  e se desprenderam com a força dos ventos e das ressacas que ocorrem nessa época do ano.

Nesta sexta-feira (22), o teto da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq) da Universidade Federal do Rio Grande de Norte (UFRN), desabou deixando um estudante levemente ferido. As informações foram divulgadas por um perfil no Twitter, criado por alunos que relataram a situação insalubre na qual se encontram os prédios da universidade.

Nos vídeos e imagens divulgados é possível ver os escombros deixados pela queda do teto, que atingiu mesas, cadeiras e quase todo o espaço da sala. De acordo com o relato de uma aluna, por pouco o desabamento não atingiu alguns alunos que ainda estavam no local e só saíram da sala após perceberem as rachaduras e ouvir os barulhos vindos do teto da Propesq.

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De acordo com o relato, ao sair da sala, o último aluno que se retirava do local ainda chegou a ter sua bolsa e seu braço atingido pelo desabamento, sofrendo leves arranhões. Ao G1, a superintendência de infraestrutura da UFRN, confirmou o caso e o ferimento de um dos alunos.

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"A gente está fazendo essa avaliação detalhada, não só desse ambiente, como dos ambientes vizinhos, para que a gente possa detectar qual a causa que motivou esse desabamento, que felizmente aconteceu na hora que a equipe tinha saído pro almoço e que apenas um aluno sofreu um arranhão e não precisou de atendimento médico", esclareceu.

A prefeitura do Recife promete iniciar nesta quarta-feira (15), o pagamento do Auxílio Municipal Emergencial (AME) para as famílias que foram severamente atingidas pelo maior desastre ambiental vivenciado na capital pernambucana, provocado pelas fortes chuvas. 

“A gente está na fase final de execução do pagamento do AME, o Auxílio Municipal e Estadual, construído pela Prefeitura do Recife, Governo do Estado de Pernambuco e Câmara de Vereadores do Recife, no valor de R$ 2.500. A partir de amanhã, a gente já começa o pagamento, inicialmente para 2.300 famílias", detalha o prefeito João Campos.

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O levantamento das famílias nas áreas de maior vulnerabilidade e risco, elencadas pela Defesa Civil e pela Assistência Social do Recife, foi iniciado no dia 06 de junho. O chefe do Executivo municipal estima que, até o final do processo de cadastramento, cerca de 20 mil famílias sejam beneficiadas. 

Como receber?

O pagamento vai ser feito através do Banco do Brasil, pelo aplicativo ‘Carteira bB’ e a lista de todos os beneficiados estará disponível no Conecta Recife. 

Durante esta semana as famílias selecionadas serão avisadas por meio de mensagem via WhatsApp oficial da Prefeitura do Recife (81 9 9117.1407) com as orientações do que precisa ser feito para fazer a retirada do valor de R$ 2.500,00 em um das agências do banco.

Após receber a mensagem da prefeitura, os beneficiários devem baixar o aplicativo ‘Carteira bB’, do Banco do Brasil, seguir as instruções de cadastro de dados pessoais do Representante Familiar cadastrado no CadÚnico e de uma senha.

Para finalizar o processo o usuário precisa estar próximo a um caixa eletrônico do banco e assim realizar o saque do benefício.

E se não tiver smartphone?

No caso de não possuir um celular, o representante familiar inscrito no CadÚnico e que teve o seu núcleo familiar relacionado para receber o AME, deve procurar o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou um Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) para liberação da ordem de pagamento e fazer a retirada do auxílio levando consigo até à agência bancária o CPF.

A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes iniciará, na próxima quinta-feira (8), o cadastro das famílias que tiveram perdas materiais nas chuvas dos últimos dias que deverão receber o auxílio emergencial de R$ 1.500.

As equipes irão aos locais mais atingidos por alagamentos, enxurradas e deslizamentos de barreiras para identificar os moradores, endereços, fazer registros fotográficos e georreferenciamento para comprovar quais as pessoas que realmente terão direito ao benefício.

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A inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e os laudos da Defesa Civil do Jaboatão sobre os danos dos imóveis serão a base para a concessão do auxílio emergencial. Todas as informações serão avaliadas pela Prefeitura e os beneficiados serão informados por mensagem de Whatsapp sobre em qual agência bancária poderão sacar o dinheiro.

Conforme definiu o Governo do Estado, o auxílio emergencial será pago pela Prefeitura às famílias em situação de vulnerabilidade social que ficaram sem suas casas ou houve dano parcial do imóveis, perderam eletrodomésticos, móveis, entre outros itens considerados essenciais para a retomada da vida.

Na última sexta-feira (3), o prefeito Mano Medeiros anunciou outro auxílio emergencial no valor de R$ 1.500 que será pago às famílias que foram acolhidas e cadastradas nos 21 abrigos montados pela Prefeitura do Jaboatão, entre os dias 25 de maio e 1º de junho.

Auxílio Moradia

A Prefeitura do Jaboatão também tomou a iniciativa de enviar projeto de lei à Câmara Municipal, aumentando em 100% o valor mensal do auxílio-moradia, que passará a ser de R$ 300. O benefício é pago a famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, em razão da inabitabilidade do imóvel e que não tenham condições de prover os custos com moradia. A avaliação sobre os danos materiais do imóvel é feita pela Defesa Civil do município.

“Tivemos várias famílias que perderam tudo, bens materiais e que precisam de ajuda financeira para recomeçar suas vidas. O auxílio emergencial é uma alternativa que podemos oferecer a essas pessoas e queremos providenciar os pagamentos o mais rápido possível. Vamos em cada comunidade, visitar os moradores. Também aumentaremos em 100% o valor do auxílio-moradia para ajudar no aluguel de imóveis, já que tínhamos um valor defasado. Vale ressaltar que os R$ 300 serão pagos a todos os jaboatonenses que necessitam do benefício", ressaltou o prefeito da cidade.

A partir das 11h desta segunda-feira (6), Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) iniciam as visitas nas áreas mais atingidas pelas chuvas no Recife para validar informações acerca dos danos patrimoniais da população afetada.

Segundo a Prefeitura do Recife, o trabalho permitirá o cruzamento com a base do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) para que as famílias possam acessar o auxílio emergencial de R$ 2,5 mil anunciado pela Prefeitura do Recife juntamente com o Governo do Estado e a Câmara de Vereadores do Recife.

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Cerca de 140 Agentes Comunitários de Saúde e de Saúde Ambiental e Controle de Endemias foram treinados para realizarem os cadastros. A qualificação começou no último sábado (4), com os trabalhadores que atuam nos distritos sanitários 4, 5 e 8 e que abrangem áreas como Várzea, Coqueiral e Ibura. 

Na capacitação, os agentes foram apresentados ao aplicativo que reunirá todos os dados coletados em campo e que, posteriormente, permitirá o cruzamento com a base do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

Para desburocratizar o processo de confirmação dos dados, a Prefeitura do Recife desenvolveu um aplicativo específico para coletar as informações nas áreas mais atingidas. Na plataforma, os ACS e Asaces vão poder inserir dados de um representante de cada família afetada, telefone atualizado, composição familiar - divididos por faixa etária -, endereço com georreferenciamento, além de poder anexar imagens das casas danificadas e bens, como móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, documentos e outros.

Todas essas informações serão validadas com os cadastros ativos no CadÚnico. Ao final do preenchimento, as vítimas vão receber uma mensagem pelo WhatsApp da conta oficial da Prefeitura, confirmando o protocolo do atendimento. 

Num segundo momento, a Prefeitura do Recife fará a análise do levantamento de campo e as famílias incluídas no benefício receberão novamente uma mensagem, via WhatsApp, com as orientações sobre o pagamento. A liberação do pagamento será sempre no nome do representante legal do núcleo familiar cadastrado no CadÚnico.

As pessoas que estão nos perímetros de vulnerabilidade apontados pela Defesa Civil que tiveram danos parciais ou total do imóvel ou de utensílios domésticos e móveis, mas não tem um membro do núcleo familiar cadastrado no CadÚnico, serão orientados a se inscrever no programa. Os moradores serão orientados a agendar esse atendimento dentro do Conecta Recife.

No caso das vítimas que tenham perdido os documentos por conta das chuvas, desde a última terça-feira (31), equipes da Assistência Social do Recife estão realizando encaminhamentos para emissão de documentos, como cédula de identidade, CPF, certidões de nascimento, casamento e óbito, dentre outros. Nestas situações, para efeito de registro, a Prefeitura do Recife usará sua base de dados a partir das informações registradas em sistemas como o Recife Vacina e do próprio CadÚnico.

Na tarde desta quarta-feira (1º), o Corpo de Bombeiros encontrou mais um corpo de vítima dos deslizamentos de barreira na Vila dos Milagres, na Zona Oeste do Recife. No local, duas pessoas ainda continuam sendo procuradas.

Os oficiais não deram detalhes de quem era a vítima, que já foi levada para o Instituto Médico Legal (IML). O último balanço do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) na manhã de hoje havia confirmado 106 óbitos confirmados e 11 pessoas desaparecidas.

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Com mais uma vítima fatal sendo encontrada na Vila dos Milagres, esses números devem ser atualizados no próximo balanço do CICCR, passando para 107 mortes e 10 pessoas desaparecidas.

A Defesa Civil informou que foi comunicada do desaparecimento de um senhor de 70 anos em um sítio, na zona rural de Limoeiro, após um deslizamento de terra. As buscas foram iniciadas de imediato. Além desses locais, há atuação ainda em Jaboatão Centro e Paratibe (Paulista), onde duas pessoas teriam sido levadas pelas enxurradas. 

Do quadro geral dos nove desaparecidos, dois estariam na Vila dos Milagres (Barro) e o restante, no Curado IV (2), Areeiro (1), Paulista (1), Jaboatão Centro (1) e Limoeiro (1). 

A Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado (Codecipe) montou, em sua sede, uma estrutura de apoio às cidades que decretaram situação de emergência por conta das fortes chuvas que atingiram Pernambuco desde a semana passada.  O órgão destaca que o objetivo é orientar os municípios no preenchimento do Sistema Integrado de Informações de Desastres, para que tenham acesso aos recursos e apoio estadual e federal. 

O trabalho recebeu o reforço de sete representantes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e do Grupo Nacional de Apoio a Desastres, inclusive com a presença do secretário nacional, coronel Alexandre Lucas.

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De acordo com os dados compilados pela Central de Operações da Codecipe, 6.650 pessoas estão desabrigadas no Estado, principalmente na Região Metropolitana do Recife e Mata Norte. Outras 106 pessoas perderam a vida em decorrência dos desastres causados pelas chuvas.

Aviso meteorológico

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) renovou o aviso meteorológico, uma vez que persistem instabilidades no Oceano Atlântico que favorecem pancadas de chuvas isoladas, com intensidade moderada na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata nesta quarta-feira (01), com tendência de redução gradativa até o final de semana. A Defesa Civil, porém, alerta a população a permanecer atenta, sobretudo nas áreas de risco.

Barragens

A Compesa atualizou a situação das barragens localizadas nas regiões Metropolitana do Recife, Agreste e Mata Norte. A RMR continua com seis mananciais com capacidade máxima de acumulação e vertendo: Várzea do Una (São Lourenço da Mata), Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes), Pirapama (Cabo de Santo Agostinho), Sicupema (Cabo de Santo Agostinho), Utinga (Ipojuca) e Bita (Ipojuca).

Outras barragens importantes para a região continuam acumulando um bom nível de água, a exemplo de Botafogo, que chegou a 79,7%, e Tapacurá, que atingiu 75,9%.

Na Mata Norte e no Agreste, 11 mananciais estão com capacidade máxima de acumulação e vertendo: Inhúmas e Mundaú (Garanhuns), Santana II (Brejo da Madre de Deus), São Jacques (Lajedo), Pedra Fina (Bom Jardim), Pau Ferro (Quipapá), Siriji, (Vicência), Caianinha (São Joaquim do Monte), Orá/Cursaí (Paudalho), Tiúma, (Timbaúba) e Tabocas/Piaça (Belo Jardim).

As barragens do Prata, Jucazinho e Poço Fundo continuam sendo monitoradas. O Prata atingiu 73,89%; Jucazinho alcançou 15,84%; e Poço Fundo está com 17,28%.

*Com informações da assessoria

As fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife do último fim de semana ocasionou vários desastres, como a queda de barreiras que vitimou várias pessoas. Em Milagres, no Ibura, Zona Sul do Recife, uma família espera encontrar o corpo de dona Tereza Raimundo Bezerra, de 84 anos, e do seu neto, Ulysses Bezerra, de 22 anos, que estão soterrados desde a manhã do último sábado (28) com a queda da barreira.

Aguardando qualquer sinal para que a mãe possa ter um velório e um enterro que represente a "mãe guerreira" que dona Tereza foi, Adriana Bezerra, moradora de Coqueiral, está no Ibura desde o ocorrido. "A minha mãe e meu sobrinho estão desaparecidos, e por conta de três minutos o meu irmão que tinha saído de casa também não está. Ele saiu e quando olhou para trás já estava tudo desabando. A minha mãe ia fazer o café da manhã", disse à reportagem dLeiaJá nesta segunda-feira (30)

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De acordo com Adriana, já foram encontrados o RG, cartão do SUS e um outro pertence da mãe. "E uma correntinha que vieram me entregar para ver se eu identificava. É dela a correntinha [disse, olhando para uma foto em que a mãe estava com a mesma corrente]. Não tenho palavras, é muita dor. No começo dá esperança de que sobreviva, há esperança, mas devido às consequências que estamos vendo, a gente tem que aceitar a realidade. Eu só quero que encontre o corpo da minha mãe para que ela tenha um enterro decente e um velório como o ser humano bonito que a minha mãe foi, e guerreira. São dias de angústia e desespero, porque são dois seres humanos, e as outras famílias. A minha mãe é a minha mãe. Aquela dor. Ela estava com toda a saúde do mundo, minha mãe foi uma mulher guerreira, não tinha um problema de saúde que não fosse normal", expressou. 

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Neto de dona Tereza e primo de Ulysses, Richardson, de 26 anos, estava ajudando os militares do Corpo de Bombeiros e do Exército a encontrar os corpos. "A casa da minha avó foi levada pela avalanche que acabou destruindo tudo aqui. Estou aqui desde sábado. Quando recebemos a notícia eu vim pra cá ajudar os Bombeiros e o pessoal que está se movendo para tentar localizar os corpos. Estamos auxiliando aqui, junto com os bombeiros daqui e de outros estados. Acredito que se não encontrar hoje, no máximo, amanhã vão encontrar o corpo do meu primo, da minha avó e dos outros familiares que estão aí também", disse. 

Andreia Bezerra é sobrinha de dona Tereza e contou à reportagem que está aguardando os corpos dos familiares perdidos junto com a família. "Até agora não nenhum foi encontrado, mas estamos tendo toda assistência. A filha dela [de dona Tereza], Adriana, e as filhas dela [de Adriana] estão aqui comigo aguardando. Eu vim hoje, mas a minha prima e a filha estão desde ontem aqui, e o meu primo que mora com ela está desde sábado. Ele [o primo], tinha acabado de sair de casa e em três minutos desceu todo o barro, aí não deu tempo de fazer nada. É tristeza. Muita dor. Foi muita chuva. É muito barro e muita areia lá dentro. Está todo mundo ajudando a família como voluntário, mas tudo o mais rápido possível para que encontre hoje, não só o corpo dela, mas todos. Outras pessoas que estão com parentes soterrados também estão sofrendo", afirmou. 

Trabalho do Corpo de Bombeiros

O Cel do Corpo de Bombeiros Robson Roberto e diretor de Operações da Região Metropolitana do Recife explicou que a região de Milagres teve cerca de 10 casas desabadas. "Desde então o Corpo de Bombeiros se fez presente no local, não só de Pernambuco, mas também da Paraíba e da Bahia. A maior dificuldade aqui é o acesso. O volume de massa a ser retirado é grande, apesar de termos voluntários que estão ajudando muito, inclusive com fornecimento de água e alimentação. Temos também um binômio, como a gente chama, que é a composição do militar com o cão, e já fez alguns indicativos que acredito que estejamos próximos de encontrar possíveis pessoas".  

O indicativo é de seis a oito pessoas ainda desaparecidas no local, sendo quatro crianças. "A gente precisa resgatar e o bombeiro só sai quando acabar. A trégua da chuva ajuda muito e tenho certeza que vai ajudar bastante com essa retroescavadeira, eles estão tentando abrir mais acessos porque o trabalho é braçal, volumoso, que tem que ser feito no braço e é muito demorado, mas assim que essa retroescavadeira conseguir fazer esse avanço, vamos ter ainda mais sucesso na operação", afirmou Robson Roberto

Nenhum corpo havia sido encontrado até a saída da reportagem do LeiaJá do local. 

O governo do Peru pediu neste domingo (23) ajuda internacional para conter um vazamento de 6 mil barris de petróleo no litoral. O óleo foi lançado ao mar quando um petroleiro descarregava na refinaria La Pampilla, localizada 30 quilômetros ao norte de Lima. O desastre foi resultado da violência das ondas que atingiram a costa peruana após o tsunami causado pela erupção de um vulcão no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico.

No sábado, 22, o Peru declarou emergência ambiental por 90 dias úteis para realizar "trabalhos de recuperação" na área atingida e mitigar os danos. O incidente deixou pássaros mortos flutuando no mar, cobertos de óleo nas rochas, incapazes de voar, e os pescadores sem poder trabalhar.

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As correntes marinhas espalharam o petróleo ao longo da costa a mais de 40 quilômetros da refinaria, afetando 21 praias, segundo o Ministério da Saúde. O órgão de controle ambiental do Peru calculou que 1,7 milhão de metros quadrados de solo e 1,2 milhão de metros quadrados no mar foram afetados pela massa negra de óleo.

Limpeza

"Estamos fazendo um esforço incansável. Não é uma coisa comum isso acontecer e tentamos fazer o melhor que podemos", afirmou a bióloga Liseth Bermúdez, do Parque das Lendas. "Nunca na história do Peru se viu uma situação semelhante. Não há precedente para um tipo de derramamento na costa peruana. Não acreditávamos que seria dessa magnitude."

Brigadas de limpeza, que têm atuado em Ancón e em outros destinos populares na orla, encontraram enormes manchas de óleo na superfície do mar na baía. O pescador Alfredo Roque disse que as dificuldades devem durar muito tempo, já que uma grande quantidade de peixes recém-nascidos morreu.

Outras pessoas que viviam de atividades ligadas às praias também ficaram sem renda, como donos de restaurantes e funcionários do comércio local. "Não se vende nada. O peixe sai com cheiro de óleo, e as pessoas não compram, têm medo de se envenenar", afirma a vendedora Giovana Rugel, de 52 anos.

Extinção

Um zoológico de Lima está tentando salvar aves marinhas ameaçadas de extinção após o derramamento de petróleo. Mais de 40 aves, entre elas os pinguins de Humboldt, uma espécie ameaçada de extinção, foram resgatadas em estado crítico das praias e reservas naturais dos distritos de Ventanilla, na Província de Callao e no distrito de Ancón, perto de Lima.

As aves banhadas em óleo foram levadas ao zoológico Parque das Lendas, no distrito de San Miguel, na capital peruana, onde zoólogos e veterinários lutam para salvar suas vidas e remover o óleo de sua plumagem.

A Repsol, dona da refinaria onde ocorreu o vazamento, afirma que não foi responsável pelo desastre, já que as autoridades marítimas peruanas não emitiram alertas sobre um possível aumento das ondas após a erupção em Tonga. A empresa espanhola, que entregou um plano de contenção ao governo, disse que espera concluir, até o fim de fevereiro, a limpeza das áreas afetadas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ciclone extratropical que se intensificou no Oceano Atlântico, na altura da costa Sul do Brasil, tem provocado fortes chuvas no extremo sul da Bahia. Por conta disso, o governador Rui Costa (PT) decretou situação de emergência em 24 cidades baianas afetadas pelas fortes chuvas que atingem diferentes regiões do estado. 

Segundo a MetSul Meteorologia, o ciclone surgiu na costa do Rio de Janeiro no começo desta semana e foi se deslocando para o Sul do país, passando a se aprofundar em mar aberto. Um espiral de nuvens típicas de formação ciclônica começou a se formar na quinta-feira (9).

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A previsão é de que o ciclone se intensifique ainda mais ao longo desta sexta-feira (10). A MetSul aponta que três pessoas, de uma mesma família, morreram na cidade de Itamaraju e ao menos seis casas desabaram em deslizamento de terra.

As regiões do Prado, Jucuruçu, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Itacaré e Canavieiras são algumas das cidades que foram gravemente atingidas pelos fortes temporais.

Os baianos que estão sendo atingidos pelas chuvas publicaram a situação calamitosa que estão vivendo nos últimos dias. Confira:

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O prazo para o fim das restrições às atividades comerciais em Pernambuco encerra em 10 dias (23), mas as consequências da pandemia ainda são alarmantes. Com altos índices diários de contaminação e óbitos pelo vírus, a vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Bernadete Perez, fez duras críticas aos moldes dos decretos instituídos pelo Governo Paulo Câmara (PSB) e considera que o Estado sofre "um desastre humanitário".

A médica já havia alertado que 2021 seria a pior fase da Covid-19 e, mesmo assim, acredita que planos de flexibilização ainda não atendem à alta transmissão viral, que contaminou 431.613 pessoas e já abreviou a vida de 14.719 pernambucanos.

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"As medidas restritivas em Pernambuco desde o início têm sido incompletas e insuficientes, e atrasadas também. Quem tá no comando dessas medidas é o Mercado, é o poder econômico conservador, nesse sentido. É como se esses valores fossem maiores do que a própria defesa da vida", afirmou em entrevista ao LeiaJá.

Na sua visão, o primeiro plano de convivência chegou a ser flexibilizado antes dos próprios indicadores epidemiológicos apresentaram a possibilidade de reaberturas de serviços não essenciais. "Academias, rede comercial, shopping center, teve aquela polêmica das concessionárias, e agora no Dia das Mães tava tudo aberto. A média móvel ficou em alta por mais de uma semana. É o único estado em todo país, durante bastante tempo", destaca.

Apontar culpados não surte efeito para as soluções

O desrespeito às normas sanitárias de proteção se tornou comum entre os bairros da periferia da capital. No entanto, para Bernadete, a culpa não pode ser jogada apenas na população, que vem lutando contra a ameaça da pobreza e a desinformação. Enquanto Governo do Estado alega falta de comprometimento Governo Federal e acaba transferindo a culpabilidade, ele também assume uma postura de conformidade ao instituir medidas que se afrouxam pela falta de fiscalização.

"Entre a intenção e o gesto tem um abismo imenso. Porque o gesto concreto tem sido dizer que a culpa toda é da população que não faz a proteção individual e coletiva com o uso de máscara. Na desigualdade social que a gente tem, essa não pode ser a postura de nenhuma autoridade sanitária", avalia.

Sem medida restritiva adequada, sem vigilância epidemiológica capaz de garantir o isolamento, o controle e a ampla capacidade de testagem da população, além da insuficiência no atendimento na rede de Atenção Primária e a lentidão das vacinas, Bernadete enxerga a situação com bastante gravidade e não projeta esperança para um futuro sem que haja ajustes nas determinações do Governo.

Outras doenças potencializam os impactos da pandemia

"A gente continua com um patamar elevadíssimo, ontem foram cerca de 80 mortes em 24h. A transmissão viral é altíssima, a gente tem 2 mil pessoas internadas em UTI com a forma grave da doença. O que é um dado assustador. E a gente não tem medidas de alerta à altura da gravidade do quadro sanitário epidemiológico que a gente tá vivendo", reforça a vice-presidente da Abrasco.

Sem perspectivas favoráveis ao passo que o cenário só piora, ainda assim, ela acredita na mudança, desde que seja feita o quanto antes. Uma conduta mais precisa e, sobretudo, ágil, dever ser tomada pois os reflexos da Covid-19 se somam à incidência de arborivoroses, como a dengue e a zika, e apontam para uma situação muito mais letal e assustadora, com prejuízo incalculável.

O jornal britânico The Guardian publicou um editorial, nessa segunda-feira (5), em que avaliou o extremismo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como uma ameaça ao mundo. Além de fragilizar a democracia em rompantes autoritários, negligenciar a preservação da Amazônia e pelo 'tratamento desastroso' da pandemia, a publicação sugere que seu impeachment será ‘bem-vindo para o planeta’.

O mundo teme o Brasil e já o trata como "persona non grata" pela falta de comando federal no enfrentamento adequado à Covid-19, que se agrava pela variante mais contagiosa, a P1. Enquanto a vacinação corre mundo a fora, Bolsonaro ainda se prende em contrapor todas as medidas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e estimula um falso tratamento com, pelo menos, três substâncias sem eficácia comprovada contra o vírus.

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"O pesadelo se revelou ainda pior na realidade", considera no texto "Jair Bolsonaro: um perigo para o Brasil e para o mundo". O jornal lembra dos elogios do então deputado federal à tortura e ao regime de exceção no país, e os ataques contra mulheres, gays, quilombolas e minorias antes de assumir a chefia do Planalto.

A crise administrativa exposta pelo pacotão de troca de seis ministérios em um único dia e a demissão dos três comandantes das Forças Armadas foi mais um flerte com a intransigência. "O gatilho imediato para as demissões foi o retorno bombástico do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, no mês passado, depois que um juiz anulou suas condenações criminais - abrindo a porta para ele concorrer novamente no ano que vem", sugere a publicação.

"É possível que, inspirado por Donald Trump, o Sr. Bolsonaro pense em se agarrar ao poder pelo uso da força? Não. É provável", alerta o The Guardian, que também adverte pelos reflexos da movimentação. "Embora a saída dos chefes das forças armadas possa sugerir resistência a um plano de golpe, também permite ao presidente instalar aqueles que ele julga mais obedientes; os oficiais mais jovens sempre foram mais entusiasmados com Bolsonaro".

O veículo britânico ainda ressalta a instabilidade do jogo político brasileiro, que apoiou Bolsonaro quando necessário, mas já se distância do gestor por sua falta de governabilidade. "A possibilidade do retorno de Lula é suficiente para concentrar mentes da direita em encontrar um candidato alternativo, menos extremista do que Bolsonaro. Pode ser irritante ver aqueles que ajudaram sua ascensão se posicionarem como os guardiões da democracia, ao invés de seus próprios interesses. Mas sua saída seria bem-vinda, pelo bem do Brasil e do planeta", complementa.

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