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O Palácio do Planalto prepara um pacote de ações para evitar desastres naturais, segundo informou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Cabral participou de reunião na tarde desta segunda-feira no Planalto com as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento) para tratar do tema. "Saio muito satisfeito e entusiasmado pelo plano de prevenção de cheias, para encostas, que a presidente Dilma está na iminência de anunciar. Vejo que o governo federal está tomando a dianteira", disse Cabral a jornalistas, ao deixar o Palácio.

De acordo com o governador, o programa de prevenção inclui dragagem de rios e obra de encostas, mobilizando esforços de várias áreas do governo, como a Defesa Civil e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Esse plano vai ao encontro de um desejo de muitas décadas de abandono, mas não é um passe de mágica", comentou.

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Questionado sobre quando o programa seria lançado, o governador respondeu: "Tem de perguntar à ministra Miriam Belchior, ela está ouvindo outros Estados. Termina amanhã (terça-feira) a rodada de conversa com outros Estados". Até o início da noite, o Ministério do Planejamento não havia respondido à reportagem sobre o lançamento do plano.

O governo federal deve anunciar até a próxima semana a liberação de novos recursos para os Estados mais atingidos por desastres naturais. Chamado de PAC Prevenção, o programa vai ampliar os investimentos para contenção de cheias, macrodrenagem, proteção e reforço de encostas, entre outros. A princípio devem ser privilegiados os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, que devem receber R$ 2 bilhões cada, e Santa Catarina, com R$ 600 milhões, de acordo com uma fonte do governo.

Em Minas e no Rio, os recursos devem ser direcionados para a proteção de áreas sujeitas a deslizamentos. Haverá também obras de macrodrenagem em Belo Horizonte e na região metropolitana da capital fluminense. Em Santa Catarina, a ênfase será dada principalmente à contenção de cheias, especialmente no vale do Rio Itajaí. Outros Estados serão contemplados em uma próxima etapa do programa.

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Os valores se somam aos R$ 17 bilhões da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), que foram direcionados ao combate à seca. Desse total, R$ 6 bilhões foram destinados para a transposição do Rio São Francisco e R$ 11 bilhões, para barragens, adutoras, cisternas e poços.

Caberá ao Ministério das Cidades a realização de atividades de micro e macrodrenagem, proteção de morros e reforço de encostas. Já o Ministério da Integração Nacional cuidará de ações de contenção de cheias, erosão pluvial e marinha. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Os governadores dos estados mais atingidos por desastres naturais querem que o governo federal trabalhe na desburocratização das ações emergenciais para o socorro de vítimas. O assunto foi tratado hoje (28) durante o seminário “Desastres Naturais – Ações Emergenciais”, organizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que contou com a presença de cinco governadores e dois vice-governadores.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defendeu a extensão do prazo de 180 dias para que as cidades permaneçam em situação de emergência, o que permite fazer obras com menos burocracia. “Não podemos limitar a emergência a 180 dias, é uma agressão ao bom senso, porque fica impossível dar uma resposta a tempo”.

O vice-governador do Alagoas, José Thomaz Nôno, também criticou a burocracia e defendeu a necessidade da prevenção. “No Nordeste, o ditado que diz que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar é uma falácia. As cheias, as enchentes e a seca são sempre no mesmo lugar. Se não procurarmos prevenir, não vamos conseguir remediar”.

O governador do Amazonas, Omar Aziz, pediu que o governo estude a possibilidade de que os recursos federais que são repassados ao estado em situações de emergência possam ser realocados no orçamento estadual, quando o governo destina verbas de seu orçamento para as pessoas atingidas pelas cheias. Ele também destacou a falta de médicos especializados no estado.

Para o governador da Bahia, Jaques Wagner, a palavra-chave é bom-senso. “Temos que fazer um regramento que realmente atenda a cada momento”. Também participaram do evento os governadores de Santa Catarina, Raimundo Colombo e de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, admitiu que é preciso avançar em um novo marco legal para as ações emergenciais. Segundo ele, a ampliação do prazo de 180 dias já está sendo estudada pelos órgãos de controle. “Tem algumas intervenções, como a construção de casas, que não podem ser realizadas em 180 dias”.

Durante o evento, Bezerra anunciou que o governo deve anunciar até o fim de junho uma nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que vai reunir ações específicas para a prevenção de desastres naturais no país. Segundo ele, o PAC Prevenção vai definir de forma clara a responsabilidade de cada ministério nesse tipo de ação. As ações vão dar prioridade aos 276 municípios que são atingidos com maior frequência por alagamentos, com maior número de vítimas.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou hoje que começou a operar as linhas de financiamento do Programa BNDES Emergencial de Reconstrução de Municípios Afetados por Desastres Naturais (BNDES PER. Com dotação orçamentária de R$ 800 milhões, o programa só começa a operar agora, após sofrer alguns ajustes.

O objetivo é conceder empréstimos para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), além de agricultores, nas cidades em que houve decreto de calamidade pública por causa de desastres naturais este ano, como enchentes. O programa só se aplica a cidades de até 500 mil habitantes.

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A intenção do BNDES é superar a dificuldade de obtenção de crédito por pequenos empresários para investir na recuperação de seus negócios. É preciso que os empreendedores possuam inscrição no CNPJ e no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e que seu faturamento não ultrapasse R$ 90 milhões.

Cada tomador poderá obter crédito de até R$ 500 mil para capital de giro ou custeio agrícola não associado a projeto de investimento, informou o BNDES. Para planos de investimento, é possível obter outro crédito de até meio milhão de reais. Os recursos serão desembolsados em operações indiretas, intermediadas por bancos comerciais. Segundo o BNDES, a taxa de juros, fixa, é de 5,5% ao ano e o prazo chega a 120 meses, com carência de 3 a 24 meses.

Para operações acima de R$ 100 mil nos casos de capital de giro ou custeio agrícola, o prazo total será de até 60 meses, incluída a carência. O BNDES informou que o programa terá vigência até junho de 2012, sem ultrapassar o limite orçamentário. Os pedidos de financiamento poderão ser protocolados no BNDES, para homologação, até dia 18 de maio do próximo ano.

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