Tópicos | dezembro 2015

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou queda de 0,32% em dezembro, informou na manhã desta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador encerrou 2015 com alta de 8,84%.

Em novembro, a taxa cedeu 0,42%, conforme dado revisado hoje, ante recuo de 0,28% na leitura inicial. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação.

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Considerando apenas a indústria extrativa, houve queda de 6,07% nos preços em dezembro. Com isso, os preços da atividade recuaram 9,33% em 2015. Já a indústria de transformação registrou redução de 0,15% no IPP de dezembro. Ainda assim, o índice fechou o ano passado com alta de 9,46%.

Atividades

A despeito da queda de 0,32% no IPP em dezembro, 13 das 24 atividades investigadas pelo IBGE ficaram mais caras na porta de fábrica. Por outro lado, as quedas, ainda que menos espalhadas, foram os resultados de maior impacto sobre o dado.

De acordo com o IBGE, o IPP do mês passado foi influenciado principalmente pelo recuo de 2,68% nos preços de outros produtos químicos, o que gerou contribuição de -0,29 ponto porcentual. A queda de 6,07% nos preços da indústria extrativa, por sua vez, tirou 0,18 ponto porcentual do índice. Também tiveram quedas expressivas os preços de confecção e artigos do vestuário e acessórios (-3,18%), papel e celulose (-1,93%) e informática (-1,38%).

Do lado positivo, os alimentos 0,73% mais caros adicionaram 0,14 ponto porcentual à taxa do IPP de dezembro. Já o aumento de 0,66% nos preços de veículos teve impacto positivo de 0,07 ponto porcentual no resultado do mês passado. Ainda avançaram de forma expressiva os preços dos segmentos de impressão (3,39%), fumo (1,93%), outros transportes (1,90%) e borracha e plástico (1,74%).

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) avançou 2,87% no quarto trimestre de 2015, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta terça-feira (12). No terceiro trimestre, a taxa do IPC-3i tinha sido menor, de 1,23%. Com a alta registrada entre outubro e dezembro, a inflação do idoso acumulou alta de 11,13% no ano.

Em 2015, o indicador ficou acima da taxa acumulada no mesmo período pela inflação ao consumidor medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que foi de 10,53%. O IPC-3i mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos de idade.

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Seis das oito classes de despesa que integram o índice registraram taxas de variação maiores na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação, que passou de um aumento de 0,54% para uma elevação de 5,37%. O item com maior influência foi hortaliças e legumes, que subiu 20,81% no quarto trimestre ante um recuo de 16,33% no trimestre anterior.

Os demais grupos com aceleração no ritmo de aumento de preços foram Transportes (de 0,35% no terceiro trimestre para 4,52% no quarto trimestre), Educação, Leitura e Recreação (de 0,94% para 2,51%), Vestuário (de 0,24% para 1,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,82% para 1,95%) e Comunicação (de 0,77% para 1,08%).

Os itens que se sobressaíram foram gasolina (de 0,56% para 9,78%), passagem aérea (de -5,76% para 17,98%), roupas (de 0,21% para 2,22%), salão de beleza (de 1,24% para 2,41%) e tarifa de telefone residencial (de -0,17% para 1,61%).

Por outro lado, houve aumentos menores nos grupos Habitação (de 1,97% para 1,75%) e Despesas Diversas (de 0,67% para 0,49%), com destaque para condomínio residencial (de 2,54% para 1,73%) e alimentos para amimais domésticos (de 2,41% para -0,24%).

Após um ano marcado por aumentos em preços administrados pelo governo, o ano de 2016 começa com fortes pressões justamente nos monitorados. Reajustes em energia elétrica, ônibus, taxa de água e esgoto, ICMS (principal imposto estadual), entre outros, devem impactar a inflação já em janeiro, listou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2015, os três primeiros meses do ano também foram marcados por aumentos em administrados, reajustes que acabaram gerando pressões de custos para outros itens. Essa contaminação fez com que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminasse o ano com 160 de seus 373 itens com alta superior a 10%. No início de 2015, eram 91 itens.

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A coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, prefere não dar certeza de que essa dinâmica se repetirá em 2016, diante dos novos reajustes em monitorados. Tampouco, assegurou que os preços estarão livres dessa pressão. "Janeiro vai concentrar alguns reajustes expressivos e de peso no orçamento das famílias. A depender do que vai acontecer daqui para frente, pode ser ou não que se distribua, que contamine outros meses", disse.

Em janeiro, a protagonista da inflação deve ser a tarifa de ônibus urbano. Já foram anunciados aumentos no Rio de Janeiro (11,76%, desde 2 de janeiro), Belo Horizonte (8,82% em 3 de janeiro), São Paulo (8,57% em 9 de janeiro) e Salvador (10,0% em 2 de janeiro). Todas são cidades têm peso dentro do IPCA, segundo o IBGE.

Os transportes, aliás, serão os campeões de aumentos no primeiro mês do ano. Isso porque houve ainda alta de 8,57% no trem e no metrô de São Paulo, além de reajuste de 20,0% no ônibus interestadual em Goiânia em meados de dezembro.

No ônibus intermunicipal, as pressões virão de Rio de Janeiro (10,48% em 10 de janeiro), Belo Horizonte (12,66% em 3 de janeiro), Fortaleza (10,83% em 27 de dezembro) e Salvador (9,30% em 2 de janeiro). Haverá ainda impacto dos reajustes nas tarifas de táxi em Porto Alegre (7,82% em 5 de janeiro), Rio de Janeiro (10,5% em 2 de janeiro) e Recife (9,93% em 1º de janeiro).

No caso da taxa de água e esgoto, haverá aumento de 20,0% em Belém a partir de 23 de janeiro - a cidade estava havia sete anos sem reajustar a conta. Também ficaram mais caras as faturas em Fortaleza (8,47% em 19 de dezembro) e Campo Grande (10,36% em 3 de janeiro).

A energia elétrica, vilã de 2015, ainda aparecerá tímida em janeiro. Os aumentos a serem incorporados no IPCA incidiram sobre a parcela referente à contribuição para iluminação pública. Em São Paulo, a alta nesse item foi de 73% em janeiro. Já em Curitiba, o avanço de 18% começou em 8 de dezembro, mas não foi agrupado no IPCA do mês passado e, por isso, vai impactar em janeiro.

Outros aumentos virão do gás encanado no Rio de Janeiro (8,88% em 1º de janeiro) e dos cigarros (10% a 20%, conforme a marca, em 31 de dezembro).

O ICMS, principal imposto estadual, também será mais alto em janeiro em pelo menos três regiões do IPCA. Em Porto Alegre, as novas alíquotas passaram a vigorar em 1º de janeiro e incidem em diversos produtos, desde cerveja até energia elétrica e itens de comunicação.

Em Belo Horizonte, os porcentuais ainda não foram mapeados, mas devem incidir sobre grande quantidade de itens. Em Brasília, o ICMS aumentou a partir de janeiro para os combustíveis. Na gasolina, a alíquota passou de 25% para 28%, enquanto no diesel a mudança foi de 12% para 15%.

A alta de 0,96% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro de 2015 foi a maior para o mês desde 2002, quando o avanço foi de 2,10%, informou na manhã desta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação medida pelo IPCA fechou 2015 com alta de 10,67%, a maior taxa anual desde 2002 (12,53%). O resultado ficou próximo ao piso do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que ia de 10,66% a 10,88%, com mediana de 10,78%. Em 2014, o IPCA havia sido de 6,41%.

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O resultado de dezembro veio igualmente próximo ao piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa entre 0,95% e 1,12%, com mediana de 1,06%.

Transportes

Em dezembro, o grupo Transportes subiu 1,36% no IPCA de dezembro, pressionado principalmente pelo avanço de 37,07% nas passagens aéreas, informou o IBGE. Sozinhas, as passagens responderam por 0,14 ponto porcentual na alta de 0,96% no IPCA do mês passado.

Segundo o IBGE, os combustíveis, que nos dois meses anteriores se mantiveram na dianteira das contribuições, continuaram com seus preços em elevação, ainda que em menor intensidade. A alta ficou em 1,50%, sendo 1,26% o aumento do litro da gasolina e 2,80% o litro do etanol.

Ainda no grupo, destacam-se as tarifas dos ônibus interestaduais (2,35%), refletindo aumentos ocorridos em Goiânia (13,17%), Brasília (9,70%), São Paulo (3,50%), Fortaleza (1,66%) e Curitiba (1,47%).

Diante do avanço em Transportes e no grupo Alimentação e Bebidas (1,50%), os dois foram responsáveis por 66% da alta do IPCA em dezembro de 2015 (0,63 pp), informou o IBGE.

Vestuário

Os artigos de Vestuário subiram 1,15% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, informou há pouco o IBGE. O órgão apontou que as pressões vieram tanto das roupas femininas (1,65%) quanto das masculinas (1,23%).

Além disso, também contribuiu para a alta do IPCA em dezembro o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,70%), influenciado pelos itens plano de saúde (1,06%), serviços laboratoriais e hospitalares (0,95%) e artigos de higiene pessoal (0,90%). Já o grupo Despesas Pessoais (0,57%) sofreu pressão de despesas com excursão (5,76%), manicure (1,16%), cabeleireiro (1,09%) e empregado doméstico (0,43%).

2015

A inflação ficou acima dos dois dígitos em 2015 em sete das 13 regiões investigadas pelo IBGE. Em Curitiba, foi registrada a maior variação, com alta de 12,58%, acima da média do País, que ficou em 10,67%.

Também ficaram acima da média Fortaleza (11,43%), Porto Alegre (11,22%), São Paulo (11,11%) e Goiânia (11,10%). Ainda em dois dígitos, a inflação ficou em 10,52% no Rio de Janeiro e em 10,15% em Recife.

Os demais aumentos foram registrados em Campo Grande (9,96%), Belém (9,93%), Salvador (9,86%), Brasília (9,67%), Vitória (9,45%) e Belo Horizonte (9,22%).

Energia elétrica

A energia elétrica foi, de longe, a maior pressão individual sobre a inflação em 2015. Com uma alta média de 51,00%, as contas de energia adicionaram 1,50 ponto porcentual à taxa de 10,67% acumulada pelo IPCA no ano passado.

Os combustíveis, com alta de 21,43%, também pressionaram e acrescentaram 1,04 ponto porcentual ao IPCA. Só o litro da gasolina subiu 20,10% em média, enquanto o etanol ficou 29,63% mais caro.

Com isso, energia elétrica e combustíveis responderam, sozinhos, por 24% do IPCA de 2015.

A alta da energia elétrica levou o grupo Habitação a subir 18,31% no ano passado. O botijão de gás, com alta de 22,55%, também contribuiu, assim como a taxa de água e esgoto (14,75%), o condomínio (9,72%) e o aluguel (7,83%).

Marcado por aumentos como o da energia elétrica, da gasolina e de 15,09% no ônibus urbano, o ano de 2015 fechou com uma alta de 18,08% nos preços monitorados.

Serviços

Já os Serviços subiram em menor ritmo, 8,09% no ano passado, abaixo da inflação (10,67%). A principal pressão veio da alimentação fora do domicílio (10,38%), enquanto a maior baixa ocorreu em passagens aéreas, que ficaram 15,23% mais baratas, apontou o órgão.

Alimentação

Os gastos com alimentação e bebidas subiram 12,03% em 2015, o maior impacto de grupo na inflação (3,00 ponto porcentual) anual de 10,67%, informou o IBGE. Entre os alimentos consumidos em casa, a alta foi generalizada, e nos bares e restaurantes tampouco houve alívio.

Segundo o IBGE, vários produtos apresentaram fortes altas no ano passado, destacando-se a cebola (60,61%), o tomate (47,45%), a batata-inglesa (34,18%) e o feijão-carioca (30,38%), produtos importantes na mesa do consumidor. Também aumentaram de preço o cafezinho (15,67%) e a cerveja consumida fora de casa (13,21%).

Em cinco das 13 regiões investigadas pelo IBGE, a alta de alimentos subiu mais de 13%. Em Curitiba, houve a maior alta: 13,87%.

Apenas no mês de dezembro, o grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,50% no IPCA. Os preços dos produtos consumidos em casa subiram 1,96% em média, bem mais do que a alimentação fora de casa, que avançou 0,65%.

Alguns itens apresentaram aumentos expressivos em dezembro, a exemplo de cebola (13,71%), tomate (11,45%), açúcar refinado (10,20%) e cristal (7,14%), feijão-fradinho (7,24%) e carioca (7,02%).

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