Tópicos | Dia do Circo

O espetáculo circense chegou ao Brasil no século XIX, com a chegada dos europeus e ciganos. As famílias costumavam se reunir em becos e guetos, compartilhando suas habilidades artísticas, com apresentações que mudavam de lugar e respeitavam o interesse dos espectadores. Na semana em que se comemora o Dia Nacional do Circo, o O Leia Já conversou com o professor e Doutor em Artes Luís Godoy e o artista argentino Marcelo Lujan, um dos fundadores do Circo Zann sobre o cenário desta arte no país.

“[...] Vivemos dois momentos destrutivos para as artes: governo Bolsonaro e pandemia de covid-19, nos quais os artistas precisaram se reinventar. Os artistas estão precisando se reinventar e buscar cada dia novos meios para mostrar em ampliar seus trabalhos, sem, é claro, banalizar sua arte. Por isso, vejo que cada dia mais o artista precisa ocupar os espaços, sejam esses da arte ou não, virtual ou presencial”, explica Godoy.

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Já Lujan acredita que está bem movimentado, com muitos festivais e circos retornando às turnês."Hoje podemos ver novas leis de incentivo e um ano que promete”, diz.

“Com a pandemia, muita gente passou a entender a importância da arte, ficar trancafiado em casa sem arte? Sem a série que tanto ama, sem a música, sem a pintura e etc? As pessoas buscavam isso, desejavam isso. Como diz Nietzsche ‘A arte existe para que a vida não nos destrua’. Então, hoje, falar de arte circense, é falar de uma arte plural, que está presente no espaço físico do circo, do teatro, da rua, do hospital, da escola, do cinema etc. E, no meu caso, da pesquisa científica”, conta o professor.

Ele também defende que a rua deve ser um palco para a arte e são necessárias políticas públicas para fomentar esse tipo de ação. Essa é uma das principais diferenças do Brasil para outros países, que concebem a arte de rua como algo importante. Já, no Brasil “o artista luta para formar sua plateia, justamente por faltar incentivo por parte de políticas públicas mais eficientes, que ao invés de contribuir e reconhecer a arte de rua, em alguns momentos impedem essas de ocorrerem. Precisamos acabar com o viralatismo, como diz o sociólogo Jesse Sousa, de achar que apenas aquilo que é do exterior é bom, aqui nós temos excelentes artistas, só precisamos que haja mais incentivo para esses, e que passemos o povo passe a ver a rua, as praças novamente como um espaço do entretenimento.É preciso que haja um reconhecimento das políticas públicas no Brasil, para que a arte alcance todos os estados, becos, vielas, comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, assentamentos, etc”, compara o pesquisador, que já morou na Espanha e no Chile.

MIDIA E CIRCO

Acerca de filmes como o “O Rei do Show” (2017) e “O Palhaço” (2011), Godoy comenta que ambos são importantes para o imaginário coletivo do circo, pois trazem a poética e romantismo do cinema. Mesmo que, em muitos casos, a representação não coincida com a realidade, gera interesse no público. Um dos momentos em que o circo ganhou força, foi justamente por aparecer em veículos de massa “Basta aparecer em um filme, novela, para que determinados grupos na sociedade passem a buscar e se interessar por tais coisas”, esclarece Godoy.

Para finalizar, o artista argentino Marcelo Lujan aconselha quem deseja seguir carreira no circo: “Mesmo difícil é bom continuar e diversificar as técnicas e o jeito de trabalhar, para poder fazer arte por um longo tempo, às vezes escolhemos uma técnica dura para o corpo e vai passando o tempo e não conseguimos dar continuidade, então aqui à diversidade vai dar mais possibilidade para você continuar fazendo arte circense”, finaliza o artista que mora há 27 anos no Brasil. 

No mês em que se celebra a arte circense - dia 27 de Março é a data em que se comemora o circo -, os artistas que dedicam suas vidas à essa cultura estão impedidos de fazerem o que mais amam: trabalhar. Impossibilitados de fazer apresentações e também de viajar entre as praças (como chamam as cidades por onde passam), palhaços, mágicos, malabaristas e trapezistas precisam lidar com a ausência do aplauso do público e a falta de recursos para sobreviver. Para ajudá-los, a Comissão Setorial de Circo de Pernambuco está fazendo uma campanha para arrecadar doações para essas famílias.

Os circos itinerantes são, muitas vezes, o primeiro contato com arte para várias pessoas. Passando de cidade em cidade, algumas, às vezes, que nem dispõem de qualquer equipamento cultural, os circos levam entretenimento e diversão por onde passam. É o que faz Tita Alves, de 51 anos. Proprietária do Circo Alves,  ela vive da arte circense perpetuando o legado de seu bisavô. “Meus netos estão nascendo no circo e tenho fé em Deus que meus netos também nascerão aqui. A gente tem tanto orgulho de ser dessa cultura. O circo pra gente não é uma profissão, é uma tradição, além de profissão, ele é tudo”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

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O Circo Alves tem uma equipe de 15 pessoas, entre crianças e adultos e, agora, se encontra parado em Caruaru, no bairro de Fernando Lira. Com uma plateia que comporta até 400 pessoas, o circo está impedido de realizar espetáculos ante a proibição de se promover eventos que provoquem a aglomeração de pessoas, em prevenção à disseminação do coronavírus. Tita conta que, agora, precisa contar com a solidariedade do público. “Nós estamos impossibilitados de nos mexer, são pessoas que nasceram pra isso e vivem disso com a família. Nós não estamos acostumados a pedir, mas estamos vivendo de doações”. Esta é a primeira vez que a circense suspende os trabalhos por tanto tempo, em cinco décadas de dedicação a essa arte.

Assim como Tita e o Circo Alves, muitos outros artistas circenses se encontram na mesma situação. Para ajudá-los, a Comissão Setorial de Circo de Pernambuco pede a ajuda do público. O movimento já conta com a ajuda de de algumas prefeituras, artistas, movimentos culturais e sociais e  ONGs. As pessoas também podem ajudar levando doações de alimentos e outros materiais de primeira necessidade diretamente aos circos.”Com as orientações de evitar circulação não colocamos um ponto central (para a coleta dos itens)”, explica Williams Sant'anna, coordenador da comissão.  “Agora é a hora da gente ser agraciado na retribuição daquela alegria que a gente leva”, espera Tita. .

Comemorado nesta quarta-feira (27), o Dia do Circo lembra aos jovens e adultos aqueles momentos de diversão sob a lona e observando o picadeiro. A arte circense existe pela força humana e a força humana, por sua vez, nos traz grandes exemplos sobre as ciências da natureza. A movimentação do corpo para as acrobacias e as impensáveis misturas que geram mágicas podem nos ensinar sobre física e química.

No mundo da cartola e das ilusões impensáveis, o professor Válter Júnior, de química, nos ensina os conceitos de algumas misturas que parecem mágica. Confira: 

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Para comemorar o Dia do Circo, próxima quarta (27), a Escola Pernambucana de Circo (EPC) promete celebrar a data com apresentações para adolescentes do projeto pedagógico, Viver e Aprender para Crescer com Você, na sua sede, localizada no bairro da Macaxeira, às 14h30.

A programação ainda conta com exibições dos educadores da EPC e a presença do grupo convidado Malanarquistas. Após as apresentações, os educandos farão um cortejo por algumas ruas da comunidade.

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O dia 27 de março foi escolhido como Dia do Circo em homenagem ao palhaço brasileiro Piolin (Aberlado Pinto), que nasceu na mesma data em 1897, e que se destacava pela criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista.

Serviço

EPC comemora Dia do Circo

27 de março | 14h30

Sede da EPC (Av. José Américo de Almeida, Macaxeira, nº 05. Fica na segunda rua após a Academia da Cidade da Avenida Norte)

Gratuito

Nesta Segunda-Feira (27) é celebrado o dia do circo e, para comemorar esta data, o LeiaJá listou personalidades e artistas que tiveram a carreira marcada pelo circo. Confira abaixo na galeria de fotos:

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Na próxima segunda-feira (27) é celebrado o Dia do Circo. Para marcar a data, a Escola de Circo de Pernambuco promove a partir deste domingo (26) várias atividades. A apresentação do espetáculo 'Sonho do Circo' traz o projeto Caminhos e Descobertas da Dramaturgia Circense. 

A trama desenrola-se por meio das figuras de dois palhaços, Amei e Supisco, que, em visita ao circo, de forma desastrosa, acabam se tornando os mestres de cerimônias da encenação. Tudo acontece quando eles percebem que não é simples e fácil encantar a plateia e, a partir daí, decidem buscar nos artistas circenses as habilidades mágicas desta arte para que possam retomar o encanto e a magia que ambos possuem.

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No domingo (26), às 16h30, será realizado o espetáculo Sonho do Circo no Parque Urbano da Macaxeira. Na segunda (27), os alunos e educadores da EPC saem em cortejo pela comunidade realizando intervenções circenses, a partir das 15h.

Serviço

Domingo (26) - Parque Urbano da Macaxeira (Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, s/n, Macaxeira, Recife. - Entrada Gratuita)

Domingo (27) - Saída - Escola Pernambucana de Circo (Av. José Américo de Almeida, Macaxeira, nº 05).

(81) 3266-0050 | 3034-3127

Para celebrar o Dia do Circo no Brasil, comemorado em 27 de março, a Escola Pernambucana de Circo (EPC) fará duas apresentações gratuitas para os visitantes. Neste domingo (19), o primeiro espetáculo será realizado na própria sede da EPC, que fica no bairro da Macaxeira. Já a segunda, no dia 26 de março, acontecerá no Parque Urbano da Macaxeira, respectivamente.  Ambas a partir das 16h30.

A data, que homenageia o palhaço brasileiro Piolin, marcará também o encerramento do projeto apoiado pelo Funcultura intitulado Trupe Circus.  A trama desenrola-se por meio das figuras de dois palhaços, Amei e Supisco, que, em visita ao circo, de forma desastrosa, acabam se tornando os mestres de cerimônias da encenação. Tudo acontece quando eles percebem que não é simples e fácil encantar a plateia e, a partir daí, decidem buscar nos artistas circenses as habilidades mágicas desta arte para que possam retomar o encanto e a magia que ambos possuem.

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Em uma atmosfera de muito riso, travam uma engraçada disputa entre eles para ver quem é o mais habilidoso artista/palhaço. No meio de tudo isto, são mostrados os números de malabares, perna-de-pau, tecido, acrobacias, contorção e, entre outras coisas, muita palhaçada.

Mais informações através dos telefones (81) 3266-0050 e (81) 3034-3127 ou ainda pelo site da instituição. www.escolapecirco.org.br

Serviço

Dia 19 de março

Local: Escola Pernambucana de Circo - Av. José Américo de Almeida, Macaxeira, nº 05.

Dia 26 de março

Local: Parque Urbano da Macaxeira – Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, s/n, Macaxeira, Recife.

Senhoras e senhores, respeitável público, hoje é o Dia do Circo. E vai ter festa, vai ter lona, vai ter picadeiro. O endereço, simbólico, é o Teatro Municipal, no centro de São Paulo, que recentemente passou por uma completa reforma e comemorou 100 anos de fundação. "Vamos homenagear os palhaços, que tanta alegria trazem a crianças, jovens e adultos, e formam uma classe, infelizmente, superdesprestigiada", diz José Mauro Gnaspini, curador do evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura.

Gratuita, a comemoração começa às 10h30. Sob a lona montada na frente do teatro, vão se apresentar, até o início da noite, diversas companhias circenses contemporâneas. "Será um espetáculo atrás do outro", explica Gnaspini. Ele é experiente na organização de manifestações do tipo: também é curador da Virada Cultural, maratona de eventos que ocorre anualmente, desde 2005, na capital. Ao meio-dia, uma "palhasseata" sairá do Teatro Municipal e passará por locais importantes para a história circense paulistana, como o Beco do Piolin, no Largo do Paiçandu - no domingo, a Avenida Paulista já foi palco de uma passeata de palhaços. "Será uma manifestação bacana para que os paulistanos se lembrem do Dia do Circo", acredita o organizador.

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O Largo do Paiçandu e o dia 27 de março são extremamente simbólicos para a categoria. O Dia do Circo no Brasil é comemorado nesta data porque foi quando, em 1897, nasceu Abelardo Pinto, o palhaço Piolin, que se consagraria nos anos 1920, na companhia do grupo uruguaio Irmãos Queirolo. Mais tarde, Piolin montaria sua própria trupe. E, em 1972, para comemorar o cinquentenário da Semana de Arte Moderna, o então diretor do Museu de Arte de São Paulo (Masp) Pietro Maria Bardi convidou o Circo Piolin para se apresentar no vão livre do museu.

A proximidade de Piolin com os modernistas, no entanto, vinha de muito antes. Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e outros intelectuais do movimento literário, artístico e cultural consolidado na Semana de Arte Moderna - realizada em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal - viam no humor espontâneo de Piolin muitos dos ideais do Modernismo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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