Tópicos | Dia do Estudante

Nesta sexta-feira (11), é comemorado o Dia do Estudante, no Brasil. A data foi escolhida para homenagear o dia em que o imperador Dom Pedro I (1798-1834) instituiu cursos de Ensino Superior no país. Para comemorar, o LeiaJá separou uma lista com cinco ferramentas do Google para auxiliar no aprendizado dos alunos, veja a lista: 

Drive: O aplicativo de armazenamento permite que o usuário faça backup de documentos, fotos, vídeos, músicas, etc; e acessá-los em qualquer dispositivo móvel através da conta Google. É útil para guardar conteúdo online, como slides, fotos de lousa, entre outros;

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Acadêmico: Mecanismo de pesquisa acadêmica. É possível encontrar artigos científicos, monografias, trabalhos de conclusão de curso, etc; 

Agenda: O app de organização tem opções como: lembretes, tarefas e eventos - sincronizados com a conta do Google. O formato de visualização pode ser alternado entre dia, mês e ano;

Arts & Culture: O Google Arts & Culture possui conteúdo de mais de 2 mil instituições culturais, de 80 países. Os recursos incluem visitas virtuais à exposições, museus, locais históricos, etc. Além disso, é possível transformar uma foto em uma obra de arte, pesquisar por imagem e paleta de cores;

Jamboard: O aplicativo de quadro digital permite que o usuário desenhe com canetas, adicione fotos e notas adesivas, destaque objetos com o ponteiro laser e importe arquivos do G Suite. Alunos, professores e instituições também podem criar equipes compartilhar conteúdo;

Entidades estudantis vão às ruas em diversas cidades do país pedindo melhorias na educação, desde a educação básica até a pós-graduação. Neste dia do estudante, as principais reivindicações são a revogação do Novo Ensino Médio, mais assistência estudantil para todas as etapas de ensino, direitos previdenciários para os mestrandos e doutorandos, além da defesa do orçamento da educação.  

mobilização nacional é convocada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubs), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). “A gente vai às ruas pela garantia dos direitos dos estudantes”, diz a presidenta da UNE, Manuella Mirella. O presidente da ANPG, Vinícius Soares, acrescenta: “O dia 11 é o Dia do Estudante, então, historicamente as entidades estudantis convocam as jornadas de lutas em defesa da educação”.  

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Neste ano, o Novo Ensino Médio está no centro do debate. As entidades estudantis pedem a revogação da Lei 13.415/2017, que institui o novo modelo para a etapa. As escolas começaram a implementar os novos currículos no ano passado. O ensino médio passa a contar com uma parte do currículo comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular, que estabelece o mínimo que todos os estudantes devem ter acesso. Na outra parte do currículo, os estudantes escolhem itinerários formativos, dependendo da capacidade de oferta de cada rede de ensino. 

Desigualdade

Um dos argumentos dos estudantes é que o modelo gera muita desigualdade, especialmente entre escolas públicas e privadas. Isso porque a parte comum seria insuficiente, por si só, para que os estudantes pudessem, por exemplo, ter acesso a uma universidade. A formação completa dependeria do aprofundamento nos itinerários que, por sua vez, dependem das condições e da infraestrutura de cada localidade.  

Estudantes participam do 2º Ato pela Revogação do Novo Ensino Médio na Avenida Paulista. - Rovena Rosa/Agência Brasil

De acordo com a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Jade Beatriz, na prática, os estudantes acabam tendo aulas que não lhes acrescentam e deixam de ter conteúdos que poderiam ajuda-los a ingressar no ensino superior.  

“Os estudantes falaram da dificuldade de não ter todas as matérias de base, de estarem com medo do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] por conta disso”, diz e acrescenta que eles buscam também a garantia de que “os itinerários, as matérias que são dadas além das matérias de base, sejam de qualidade e não só para preencher espaço com aulas de brigadeiro caseiro, aulas de como fazer bolo de pote ou o que seu dinheiro pode fazer por você. Todo esse tipo de matéria a gente deixou claro que precisa ser substituída por matérias que façam sentido”.  

Revisão do Novo Ensino Médio

O Ministério da Educação (MEC) comprometeu-se a rever o Novo Ensino Médio. No primeiro semestre deste ano foi aberta a Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio. Na segunda-feira (7), o MEC divulgou o sumário com os principais resultados da consulta. Ao todo, foram recebidas mais de 11 mil contribuições entre 9 de março a 6 de julho.  

Entre as propostas de mudança estão a ampliação da carga horária da parte comum, a recomposição de componentes curriculares e o fim da educação a distância (EaD) para a Formação Geral Básica, com exceção da educação profissional técnica, que terá oferta de até 20% nesse formato. A EaD também poderá ser aplicada em situações específicas, como no caso da pandemia. 

As mudanças, no entanto, ainda demorarão para chegar na sala de aula. Enquanto isso, a lei segue em vigor. O documento apresentado pelo MEC será encaminhado para apreciação do setor educacional e dos órgãos normativos para que, até o dia 21 de agosto, enviem as considerações para a pasta consolidar as propostas na versão final do relatório. Esse documento será enviado para apreciação do Congresso Nacional.  

Segundo o MEC, as propostas para o ensino médio também serão apresentadas para as Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, para que possam contribuir com o relatório final, com base nas informações coletadas em audiências públicas realizadas pelas casas legislativas.    

Beatriz ressalta que os estudantes pedem a revogação imediata do modelo atual para que um novo seja implementado. Ela diz que está otimista com o processo conduzido pelo MEC.

“A gente viu que foi muito escutado. A gente tem visto de forma positiva, mas para conseguir que seja aprovado esse novo modelo, precisa da revogação da reforma. A gente está com expectativa positiva de que pode dar certo”.  

Assistência estudantil

Outra pauta defendida pelos estudantes é a ampliação da assistência estudantil, tanto na educação básica, sobretudo para estudantes de escola em tempo integral, quanto para aqueles que já estão na universidade, para que consigam concluir a formação.  A intenção é que, sobretudo os estudantes em condições de vulnerabilidade, tenham acesso a alimentação, transporte, moradia, além de uma bolsa para que possam concluir os estudos.  

“A permanência, para os estudantes, é garantir que eles cheguem na universidade e que consigam se manter na universidade. É a luta pelo passe livre [no transporte público], é a construção de restaurantes universitários, que é uma das políticas mais importantes para a permanência dos estudantes. É também garantir que tenham condições de comprar material, de tirar uma xérox”, diz a presidenta da UNE.  

Mirella enfatiza que ainda é muito caro se manter na universidade. “Por isso nossa luta pela permanecia é fundamental para que se consiga construir uma universidade do futuro, com os estudantes e povo brasileiro nela, com negros e negras, com indígenas, quilombolas”.   

Na pós-graduação, a principal pauta é que os pesquisadores possam contar o tempo em que se dedicam à formação e a produção de conhecimento em mestrados e doutorados como tempo para aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “A previdência é uma demanda de 40 anos da pós-graduação no Brasil. Hoje, um jovem cientista passa dois anos no mestrado e quatro anos no doutorado e esse tempo não é contabilizado para nosso tempo de previdência. Ou seja, são seis anos atrasando a entrada no mercado formal de trabalho. Essa demanda surge para pavimentar um caminho de valorização do jovem pesquisador no Brasil”, diz, o presidente da ANPG, Vinícius Soares.  

Dia do estudante

Ao todo, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são mais de 47 milhões de estudantes na educação básica, etapa que vai da educação infantil até o ensino médio, e quase 9 milhões no ensino superior. Apenas os estudantes da educação formal - sem contar aquelas pessoas que seguem fazendo cursos e melhorando a formação - representam mais de um quarto de toda a população brasileira.  

A data do dia do estudante faz alusão ao 11 de agosto de 1827, quando o imperador D. Pedro I instituiu os dois primeiros cursos brasileiros de ensino superior na Faculdade de Direito de Olinda (PE) e na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (SP), nas áreas de ciências jurídicas e ciências sociais. Também no dia 11 de agosto, em 1937, na Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, foi fundada a União Nacional dos Estudantes, que nesta sexta-feira, comemora 86 anos.

dia do estudante tornou-se um marco do direito à educação, garantido na Constituição Federal, junto com o direito a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.   

A União Nacional dos Estudantes (UNE), estudantes de universidades públicas e coletivos estudantis protestaram no final da tarde desta quinta-feira (11), no Dia do Estudante, em prol da democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação teve concentração por volta das 15h na Faculdade de Direito do Recife (FDR), no bairro da Boa Vista, área central da cidade, e encerrou-se na Praça do Diário, no bairro de Santo Antônio, também no Centro. 

O secretário estadual da Juventude do PT, Cleiton Manoel, evidenciou o simbolismo do ato após a leitura da carta da democracia na FDR e criticou Bolsonaro. “Ele tem feito várias sinalizações de que não vai respeitar o resultado das eleições e viemos às ruas para reafirmar a democracia e que Bolsonaro precisa aceitar o resultado dessa eleição. Estamos defendendo a educação pública de qualidade, que tem sido tão atacada no governo Bolsonaro”, disse.

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Membro do coletivo Todas as Vozes, o estudante de publicidade e propaganda da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Manoel George, salientou a luta pela democracia. “Estamos lutando também pelo processo eleitoral de 2022. Entendemos que Bolsonaro é inimigo da educação, inimigo das nossas pautas”. 

No Twitter, estudantes inundaram a rede social com memes sobre o Dia do Estudante, comemorado nesta terça-feira (11). Em publicações, internautas dão felicitações e aproveitam para lançar um questionamentos sobre o motivo desta data não ser considerada feriado.

As publicações começaram durante a manhã desta terça-feira (11) e já contam com mais de 19 mil menções ao nome "estudante". “Hoje comemoramos o dia do #estudante mas não temos folga”, disse uma internauta. Ainda em tuítes, alunos reclamam da educação a distância realizada neste período de pandemia da Covid-19, como estratégia de mitigar a contaminação pelo vírus. As aulas estão suspensas desde março deste ano.

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Confira, abaixo, os memes sobre o Dia do Estudante:

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A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) que já causou mais de 101 mil mortes no Brasil, até o momento, obrigou a população a aderir ao isolamento social fechando, entre outros locais, espaços de educação presencial. Neste 11 de agosto de 2020, Dia do Estudante, LeiaJá traz a série "Estudante, você também é herói", com discussões sobre como a pandemia tem afetado os alunos brasileiros, incluindo uma análise de especialistas e membros de entidades de representação estudantil sobre como será o, ainda incerto, futuro dos discentes.    

Quadro negro e giz

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Assim que as aulas foram suspensas, surgiu logo uma grande preocupação com o ensino básico, seguida de uma questão extremamente complexa para resolver, envolvendo os estudantes secundaristas de todo o país, o funcionamento das escolas, os sistemas de seleção para as universidades e os calendários acadêmicos do ensino superior em 2021: o que fazer com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, afirmou que a entidade entrou fortemente na luta pelo adiamento da prova devido ao atraso de estrutura tecnológica das escolas públicas que deixa os estudantes de baixa renda em desvantagem. 

“A verdade é que as nossas escolas públicas em maioria no país não acompanham esse desenvolvimento da tecnologia. Não faz parte da nossa realidade uma sala de informática que tenha um computador, um professor valorizado. Na verdade, fazem parte salas ainda com quadro negro e giz. Precisamos falar da mudança urgente e necessária do perfil das nossas escolas públicas que precisam acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, e o papel da educação no combate à desigualdade social, para assim a gente falar, por exemplo, dessa questão das aulas remotas. Nós temos hoje estudantes excluídos da plena cidadania, entendendo a internet como um direito humano do século XXI”, afirma Rozana. 

A desigualdade social, escancarada pela pandemia de Covid-19 junto à exclusão digital e perda de renda das famílias brasileiras, na visão de Rozana, que tem 21 anos e estuda em um cursinho popular pré-Enem para fazer faculdade de biomedicina, impedem vários alunos de ter acesso ao direito humano que é a educação e gera um aumento na evasão escolar. Os que insistem, segundo ela, tentam se virar dando todo tipo de jeito. 

 “Nós estamos tentando nos virar de diversas formas assim como aconteceu nas inscrições do Enem, quando os estudantes se inscreveram com wi-fi do vizinho, wi-fi da padaria, comprando chip para conseguir se inscrever. A UBES está com uma campanha também que é o 'Estudo Pra Geral', que é uma campanha de arrecadação para compra de apostilas preparatórias para o Enem, para distribuição dessas apostilas em cursinhos populares. O estudante continua resistindo, continua na luta, e nós, lutando contra a exclusão digital, como entidades estudantis, estamos tendo também como resposta”, diz a presidente da Ubes. 

Questionada sobre como enxerga o futuro da educação brasileira pós-pandemia, em um cenário no qual a inserção e disseminação forçada e a curto prazo do ensino remoto se fez necessária, Rozana afirma prever um futuro de muitas lutas em nome da defesa da escola e da educação como um todo. “Nós acreditamos que o descaso do governo Bolsonaro é objetivo. Nós acreditamos que se continuarmos por esse caminho, o nosso futuro depois da pandemia tende a ser pior ainda. O que os estudantes secundaristas estão fazendo na internet é revolucionário, nós estamos doando muito as nossas vidas para a luta", comenta Rozana. 

“Poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita”

Carlota Boto, de 58 anos, é professora titular de Filosofia da Educação na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e se mostra preocupada com a possibilidade de dispersão de estudantes, tanto no nível básico quanto no superior, uma vez que parte deles não consegue ter acesso a aulas remotas e até os que têm, segundo ela, sentem falta do ambiente de aprendizado. Lidar com esse cenário, na visão da professora, terá implicações a curto e longo prazo. 

“A curto prazo, isso vai implicar a necessidade de uma redistribuição dos conteúdos curriculares pelo menos nos próximos dois anos, de maneira que aquilo trabalhado neste ano venha a ser retomado em algum momento no próximo ano letivo. Para tanto é necessário também repensar os métodos escolares, levar os alunos a pesquisarem, a buscar acessar os espaços do conhecimento. A longo prazo, penso que essa experiência vai proporcionar um novo modo de recorrer aos recursos da internet. Os professores e alunos precisam interagir melhor com as ferramentas digitais que hoje estão à nossa disposição”, diz a docente.

O drama que vem da dicotomia entre a necessidade de retomar as aulas, ainda que remotamente, e a falta de acesso de parte dos alunos junto à busca de alternativas para que nenhum aluno fique para trás, também preocupa Carlota. “O ensino remoto é a menos má das soluções. Professores em todo o Brasil têm feito das tripas coração para dar tudo de si na organização dessas atividades remotas. Há muita coisa boa sendo produzida. Eu sou bastante otimista quando observo a inventividade com que os professores têm lidado com os desafios que enfrentam neste momento. Cada instituição está pensando seu próprio projeto pedagógico. Penso que as escolas e as faculdades têm discutido muito os modos de interagir com os estudantes. Não dá para ter uma régua e nivelar as soluções. O que é importante é que não se deixe nenhum aluno para trás. Ano letivo a gente recupera no próximo semestre. Mas as vidas das pessoas que se foram não voltam. Não tem cabimento o retorno neste ano, seria arriscadíssimo que voltássemos sem que haja expressa indicação disso por parte das autoridades da saúde”, diz a professora.

Questionada sobre sua maneira de encarar o futuro da educação após esse momento de entrada abrupta e, de certa forma forçada da tecnologia no ensino, a professora Carlota afirma que a educação e seus agentes terão que lidar com a presença tecnológica no processo pedagógico e as escolas públicas necessitam de investimentos para isso. “Eu penso que a educação do futuro terá de lidar com a tecnologia. A internet é um mundo a ser acessado na busca do conhecimento. Penso que os poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita às pessoas em todos os espaços. É preciso investir na escola pública. E isso passa pelas ferramentas digitais. O ensino do futuro se valerá dos meios remotos. Mas não será a distância. Isso é o que eu espero”, projeta.

Uma geração de profissionais perdida por falta do Estado

Iago Montalvão tem 27 anos, é estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele destaca os fortes impactos que a implementação das aulas remotas trouxe para os estudantes no nível superior de ensino por diversas razões, como falta de acesso de alunos de baixa renda, diálogo e tempo de preparação o suficiente para implementar o novo modelo. Ele também aponta para diferenças de tratamento dadas ao tema em diferentes redes de ensino. 

“Dentro das [universidades] privadas você tem essas que são grandes conglomerados de educação, universidades lucrativas que simplesmente de uma hora para outra enfiaram goela abaixo nos estudantes um tipo de ensino remoto que muitas vezes deu problema, que muitos estudantes não tinham as condições em casa, muitos estudantes não se prepararam para poder conseguir ter acesso a isso. Sem discussão, muito na linha dessas universidades manterem a linha da sua visibilidade enquanto instituição que não parou. Já nas públicas você teve muitas situações particulares. Você tem por exemplo a USP e a UNICAMP que no início já buscaram dar alguma assistência e auxílio aos estudantes, mas também tiveram pouco tempo para discutir como seria a transição para esse modelo remoto”, conta Iago.

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Iago também destaca as inúmeras dificuldades que são inerentes ao presente momento, uma vez que há muitas realidades de perfis diferentes de estudantes em jogo em universidades de todo o País. “Mas a grande encruzilhada é o seguinte: é como você conseguir dar garantia de que nenhum estudante seja prejudicado, porque você tem estudante que não consegue ter acesso nessas aulas a distância, e isso efetivamente. Você tem problemas inúmeros desde a falta de um computador, de uma internet, que é o mínimo, até gente que não tem um cômodo em casa para estudar, que tem barulho em casa, tem problemas com a família, enfim, tem de tudo e como solucionar esses problemas? É muito difícil você solucionar na totalidade. Mas por outro lado, como é que fica também essa questão do cronograma? Porque você tem estudantes que ingressariam agora e já estão com problemas, se você suspende o período letivo do ano todo como é que ficam os ingressantes do ano que vem?” questiona o presidente da UNE. 

Uma possível tentativa de solução citada por Iago é a criação de semestres excepcionais com regras acadêmicas mais flexíveis, como já vem sendo feito em algumas universidades públicas e institutos federais pelo país. “Você já tem assistência nos tempos normais, que é bolsa de permanência, bolsa alimentação, moradia estudantil, etc. Mesmo antes da pandemia já eram políticas insuficientes, a gente sempre lutou por mais verba para a assistência estudantil. Hoje a gente está vendo com mais evidência esses problemas, nesse momento você precisa urgentemente ampliar as políticas de assistência para garantir que a galera tenha acesso a esses bens materiais mínimos para conseguir ter acesso às aulas. Ao mesmo tempo, criar flexibilização de regras acadêmicas”, afirmou Iago. 

No que diz respeito ao futuro da educação e inserção das tecnologias pedagógicas, o presidente da União Nacional dos Estudantes alega que “a gente tem um governo que tem demonstrado constantemente desprezo pelas universidades públicas em uma tentativa de desmoralização". 

"Essa política liberal do governo de enfraquecer a universidade pública e expandir a universidade privada se dá muito pelo viés do EAD, porque é um tipo de ensino que na minha opinião, em determinadas situações, para determinados públicos, é importante. Por exemplo, você tem projetos nas universidades públicas em aldeias indígenas, pessoas que moram em lugares distantes, você tem consórcios como a própria Universidade Aberta do Brasil, que é um estilo de formação EAD para aquela pessoa que não pretende ter uma formação aprofundada na universidade presencialmente, tem dificuldade de deslocamento e prefere fazer uma aula a distância. Eu acho que é legítimo que você tenha esse tipo de modalidade de ensino a distância, desde que você garanta toda a estruturação necessária para que o EAD seja feito com qualidade", acrescenta Iago. 

De acordo com um levantamento realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), um em cada quatro estudante do nível superior no Estado de São Paulo está inadimplente, registrando um índice de 72,4% maior no mês de abril em relação a 2019 e um crescimento de 32,5% na evasão comparando também os meses de abril dos mesmos anos. Iago aponta para essa realidade de desistências dos cursos como um reflexo do momento de pandemia em que as pessoas se veem forçadas a desistir de seus cursos e cita algumas ações políticas desenvolvidas pela UNE no Congresso Nacional para tentar apoiar os estudantes universitários que, segundo ele, tentam resistir e se virar como podem.

“O que os estudantes têm feito é se desdobrar de várias formas. Galera assistindo aula pelo celular, uma reivindicação grande é que os professores gravem as aulas porque, às vezes, o pessoal não consegue acompanhar ao vivo, porque a internet cai. Agora o principal que a gente tem pautado, principalmente nas públicas, é para que tenha algum tipo de auxílio. Nós temos pautado muito isso no Congresso Nacional, é muito difícil porque o governo dá pouca atenção para essa área. Tem lá no Congresso Nacional um Projeto de Lei que é por mais recurso para assistência estudantil, tem um projeto de lei lá nosso que é o auxílio estudantil emergencial para os estudantes das [universidades] privadas pagarem as mensalidades e terem um auxílio para conseguir se manter nesse período, porque a renda caiu. Você está deixando de formar uma geração de profissionais que no futuro a gente vai sentir, aquilo que o MEC falou na propaganda do Enem, de uma geração de futuros profissionais seria perdida, na verdade já está sendo perdida por falta de assistência do Estado”, diz ele. 

Um novo tempo

Cacilda Soares tem 59 anos, é professora de ciências contábeis há 25 anos e atualmente trabalha como coordenadora do sistema Universidade Aberta do Brasil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela iniciou a conversa sobre ensino remoto e a distância esclarecendo que essa não é uma modalidade nova de educação no Brasil, ao contrário do que muitas pessoas parecem acreditar: as primeiras experiências, de acordo com ela, datam de 1923. Nas décadas de 1960 e 1970, a televisão também foi utilizada para este fim e até hoje temos canais como, por exemplo, a TV Cultura e TV Escola. 

O problema, segundo a professora, é que o sistema de ensino formal passou à margem dessa realidade enquanto se mantinha no sistema presencial sem integrar a tecnologia nas salas de aula e de repente a pandemia de Covid-19 forçou essa junção de uma vez só. “O fato é que os cursos de ensino fundamental, médio e superior não conseguiram se adaptar ao uso desses recursos tecnológicos. Todos fomos educados no modo presencial, no modo analógico e de repente por conta de uma pandemia nos vemos obrigados a nos transformar em seres digitais. Isso dá um grande impacto em alguns, porque é como se já existisse paralelamente, mas se você estava de certa forma acomodado a viver no paralelo. Deixou de ser um paralelo e a realidade agora é essa. É uma quebra de paradigma sair do analógico para o digital da noite para o dia. Tem um choque muito grande nos usuários, aqueles que são responsáveis por preparar conteúdo, lecionar", opina Cacilda.

Ao ser inquirida sobre como enxerga futuro da educação após a pandemia e a disseminação desse modelo remoto de ensino, a professora revela não saber se haverá um momento após pandemia, uma vez que mesmo com vacina, ainda precisamos conviver com a gripe H1N1, por exemplo, mas, aponta que os alunos, professores e instituições terão que reaprender tudo para viver em um novo mundo permeado pela tecnologia. 

“O que será o ano que vem? Eu não sei. Não sei como é que vai ser 2021, saímos de um reveillon muito belo e que reviravolta foi essa no mundo em 2020? O que é 2020 na nossa vida? É um processo que não dá para você ter resposta do que vai ser o amanhã, vamos ter que nos reinventar a cada dia. Nosso papel na sociedade não mudou, eu sou professora, mas o que eu vou ter que fazer mais, o que vai ser exigido mais de mim? Eu já lido com tecnologia, mas e quem não lida? E quem está aprendendo agora? Eu vou reaprender, mas tem gente que vai aprender. É difícil imaginar quando vai ter uma volta, se vai ter uma volta. O que eu to vendo é uma reconfiguração da humanidade, do mundo, das relações humanas. Eu não me arrisco a falar de uma volta, porque acredito que do jeito que era, não volta, vai ser um novo tempo”, imagina a professora.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> Formatura mais cedo: estudantes trocam aulas por hospitais

Mesmo com as dificuldades do ensino remoto, a pequena Júlia mostra que aprende rápido e executa com maestria as tarefas. Fotos: Aurilene Cândida/LeiaJáImagens

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Um dos momentos mais importantes dos estudos são os primeiros anos escolares. Neles, as crianças pequenas aprendem habilidade que são básicas e fundamentais para desenvolver capacidades de pensamento crítico, coordenação motora e raciocínio lógico. Dentro dessa perspectiva, a pandemia do novo coronavírus mudou as formas de aprendizagem e o ensino infantil tem sido um dos mais afetados por ela. O especial "Estudante, você também é herói", do LeiaJá, traz, agora, a rotina de uma pequena estudante que precisa lidar com o ensino remoto no maternal.

Mesmo com as aulas sendo realizadas remotamente, Júlia Sales Dias, de 4 anos, estudante maternal da Escola João Hilário tem se mostrado uma criança com bastante interesse em aprender. Quando o relógio aponta 8h, o celular da sua mãe, Claudivania Araújo, já conta com exercícios que a menina precisa fazer até o final do dia. Precisando gravar o momento em que a atividade está sendo feita, a mãe, algumas vezes exausta dos serviços de casa, tenta de todas as formas contribuir com a educação escolar da sua filha. 

Morando em uma casa situada no distrito de Macujê, na cidade de Aliança, Zona da Mata Norte, em Pernambuco, sem precisar acender a lâmpada a criança se senta em uma cadeira da mesa de jantar com a sua mãe após o almoço para fazer os exercícios diário. Com o cômodo arejado e com a luz do sol iluminando o local pela janela, Júlia Sales inicia a aula cobrindo letras do alfabeto e repetindo palavras já escritas para que assim pratique sua caligrafia. Enquanto isso, sua mãe lhe ensina e grava o momento pelo dispositivo móvel. Júlia já conhece todas as vogais. Quanto ao alfabeto ela ainda está praticando, mas já consegue reescrever qualquer letra. 

Claudivania afirmou que não está sendo muito difícil ensinar as atividades para a menina, pois, antes das aulas remotas ela já praticava alguns conteúdos em casa. “Ela é bastante atenciosa e isso me ajuda muito, recentemente ela fez um exercício que o foco era a letra ‘D’, quando mostrei a letra, ela já respondeu qual era. Também teve uns desenhos para ela decifrar, como por exemplo, dente, dama, dado e o número dois”, comenta. 

Em um dos momentos durante a realização das tarefas, a menina chegou a pedir para a mãe ter paciência, pois já iria conseguir fazer as atividades e lembrou que ainda está aprendendo. Claudivania, conta, automaticamente ficou bem surpresa com o que a menina falou, compreendeu a situação e compartilhou o ocorrido com familiares e amigos, em tom de brincadeira.

Com o sonho de ser bailarina e veterinária a criança confirmou que gosta de ter aulas em casa por ficar mais tempo perto da sua mãe, mas também concordou que sente falta dos colegas e da sua professora, a qual não lembrou mais o nome no momento da entrevista. 

Priscila Silva, psicóloga clínica e com especialidade em andamento em Terapia Cognitiva-Comportamental explicou que esse esquecimento momentâneo ocorre porque a criança tem passado um bom tempo sem socializar com pessoas que antes era mais próxima. “A criança desenvolve aprendizado, memória, atenção e percepção melhor na escola e com o passar do tempo ela vai entendendo quem são as pessoas. O aprendizado escolar e as habilidades sociais são desenvolvidas no ambiente acadêmico por estarem em contato com outras crianças  e com os educadores. Nesta situação de Júlia de ter esquecido o nome da sua professora, ocorreu pelo fato dela ter parado de frequentar o ambiente e começou a estudar em casa apenas com a mãe, isso pode até ter desencadeado um desvio de atenção”, disse a profissional. 

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Priscila acrescentou que o ambiente escolar é um local em que todos estão reunidos por um só propósito e a partir do momento que é iniciada uma rotina de estudos em casa, a criança enfrenta outros obstáculos, como por exemplo, um imprevisto que pode ocasionar na pausa das atividades. Ela indicou para a mãe de Júlia, sempre que possível, mostrar fotos de colegas e educadores e comentar sobre eles, para que assim seja estimulado na memória da menina os momentos da escola. Ligações por vídeo-chamada com outros colegas também foram indicadas pela psicóloga. 

Além de manter as atividades de sua filha em dia, Claudivania precisa fazer os serviços de casa enquanto seu marido trabalha, e cuidar do seu pai que não anda. Para isso, é necessário ir até a residência de sua família todos os dias durante a tarde, sem contar as vezes que é preciso se deslocar mais de uma vez em apenas um dia. A casa de seus pais não é muito distante, e ela demora cerca de cinco minutos a pé para chegar. Júlia sempre a acompanha e, se for o caso, as atividades são feitas no local.

Claudivania relatou que algumas atividades práticas que não são cumpridas, pois, nem sempre há tempo e nem psicológico estável para ajudar sua filha a fazer. “Recentemente foi passada uma atividade prática para marcar o chão com fita adesiva colorida ou até com fita crepe fazendo traçados. Teria que incentivar ela a andar sobre a fita, pular de um lado para o outro. Também poderia ser usado uma bola para que ela levasse com as mãos contornando até chegar ao final da fita. Infelizmente não pude realizar a atividade. Confesso que por falta de tempo e também a falta de interesse nas atividades práticas”, disse.

Maria Alves, professora da educação infantil dos anos iniciais da Escola João Hilário comentou que as atividades práticas são essenciais, principalmente neste período de isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus, em que possivelmente a criança se movimenta um pouco menos. “Atividades com circuitos são estimulantes para as habilidades motoras, desenvolvendo equilíbrio, construindo a maneira correta de movimentar-se, facilitando a maneira de andar, pular e correr. Além de divertida, estimula a criatividade”, disse a docente. “Essas atividades trabalhadas em casa facilitam a confiança sobre a execução, pois com o apoio dos pais a criança se sente bem mais confiável”, finaliza Maria. 

Ao fazer os exercícios, Júlia mostra aprender rápido e finalizar eficientemente as tarefas, o que contribui com o comprimento da rotina de estudos. Quando questionada quais eram suas frutas preferidas, a menina respondeu rapidamente que são maçã, laranja e manga, enquanto já tinha comido duas maçãs no decorrer da entrevista. De acordo com a nutricionista Bruna Ferreira, micronutrientes e vitaminas são responsáveis pela melhora do desempenho escolar. Ajudam na construção de tecidos e órgãos, viabilizando o desenvolvimento físico, socioemocional e cognitivo. “O zinco, lodo, ômega 3 e ferro são essenciais para o desenvolvimento cognitivo e contribuem para um bom rendimento dos estudos. Suas fontes são: leguminosas, leite, ovos, carnes, peixes, frutas, vegetais, grãos integrais, oleaginosas e óleos vegetais”, exemplifica a especialista. 

“Os pais devem prestar uma atenção maior na alimentação, principalmente das crianças. As vitaminas do complexo B também são um ótimo suporte, auxiliam na comunicação entre os neurônios e no desenvolvimento dos mesmos, ajudam a dar energia e facilita o aprendizado e memória”, acrescenta Bruna. “Uma alimentação rica e equilibrada é a chave para  ter sucesso escolar, principalmente neste período de isolamento social”, finaliza.

Sobre o aprendizado da filha, Claudivania confessa que está dentro do esperado, sem quaisquer problemas. Júlia encontra poucas dificuldades durante o aprendizado e na maioria das vezes consegue finalizar as tarefas. Sempre atenciosa e preocupada com a educação de sua filha, a mulher comenta que busca fazer outros exercícios além dos que são passados pela rede de ensino.

No último dia 6 de agosto foi passado uma tarefa para pintar um desenho de um rato menor com a cor vermelha e o maior com a cor amarela. Nesse período Júlia também praticou alfabeto e os números, ambas execuções não foram passadas no dia para a menina, mas, mesmo assim, a mão provou que conteúdo nunca é demais, pegou uma folha de ofício e acrescentou a atividade para reforçar os estudos.

A pedagoga e pós graduanda em psicopedagogia Adriele Odon ressalta que o currículo da educação infantil está pautado em atividades e experiências em que as crianças possam aprender várias habilidades ao mesmo tempo. É através da educação infantil que começam a desenvolver suas capacidades físicas, éticas, cognitivas e afetivas, mediante as relações sociais, e que com o ensino remoto essas habilidades podem ser fragmentadas.

Com as atividades sendo feitas em casa, Júlia passa menos tempo do dia dedicado aos estudos. No ambiente escolar ela chegava às 7h30 e saia às 10h50, passava mais tempo aprendendo e brincando com as outras crianças. Atualmente, a menina passa apenas cerca de 30 minutos se dedicando às atividades. Nos horários livres, a criança aproveita para desenhar pessoas, brincar com seus brinquedos ou assistir desenhos. A nova rotina em casa não atrapalhou o sono da menina, ela continua dormindo por volta das 21h30 e acordando às 7h para acompanhar toda a rotina da mãe que sempre encontra um horário para ajudar sua filha com as atividades da escola.

Confira, abaixo, um pouco da rotina de Júlia:

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> Formatura mais cedo: estudantes trocam aulas por hospitais

--> O que o futuro reserva para os estudantes após a pandemia?

Em um cenário devastador, envolto de luto, mas também de luta, bravos profissionais arriscam suas vidas. Na linha de frente contra a Covid-19, enfermeiros, técnicos em enfermagem, médicos e outros trabalhadores da saúde batalham para salvar brasileiros. São verdadeiros heróis da história real. No âmbito da educação, outro grupo de heróis se desdobra para levar ensino a milhões de alunos. Professores não medem esforços para compartilhar aprendizado. Assim como esses profissionais que merecem homenagens e valorização em meio à pandemia, os estudantes brasileiros, sob um turbilhão de sentimentos, são dignos do nosso respeito. Mesmo afetados por uma série de incertezas e desigualdades, eles tentam, arduamente, manter os estudos e os sonhos.

Neste 11 de agosto, Dia do Estudante, além de reiteramos nossa admiração aos profissionais de saúde e professores, enfatizamos o nosso orgulho por alunos de todo o Brasil. O LeiaJá publica, nesta terça-feira (11), o especial “Estudante, você também é herói”, em que mostramos a bravura de jovens brasileiros que buscam, mesmo em meio às dificuldades do ensino remoto durante a pandemia do novo coronavírus, se adequar a uma realidade nunca vista antes no cenário brasileiro e a nível mundial.

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Sem aulas presenciais, pressionados pelo sonho de aprovação e no centro de incertezas sobre o futuro das escolas, das universidades e do mercado de trabalho, estudantes tentam dar andamento ao ensino, da educação infantil à pós-graduação. Orientados pelo principal personagem da educação, o professor, os alunos recebem conteúdos virtuais quando têm acesso de qualidade à internet. Esse cenário, porém, não faz parte de um todo.

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2019, realizada pelo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil, 4,8 milhões de crianças e adolescentes, na faixa de nove a 17 anos, não têm acesso à internet em casa. Eles correspondem a 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária.

Levantamento do TIC Educação aponta que 21% dos alunos de escolas públicas só acessam a internet pelo celular. Na rede privada, o índice é de 3%. A mesma pesquisa revela que 31% dos professores afirmaram que receberam trabalhos ou lições dos alunos pela internet; 44% tiraram dúvidas dos alunos pela grande rede e 48% disponibilizaram conteúdo na internet para os alunos. Na rede privada, os números são 52%, 65% e 65%, respectivamente.

Sob os efeitos da pandemia, estes são os percentuais de estudantes que não estão acompanhando aulas remotas na rede pública de ensino, segundo as secretarias de educação: Espírito Santo e no Acre (30%), Pernambuco (25%), Maranhão (21%) e Rio de Janeiro (20%), entre outros estados.

Confira, a seguir, as reportagens do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> Formatura mais cedo: estudantes trocam aulas por hospitais

--> O que o futuro reserva para os estudantes após a pandemia?

Vivenciar o ensino médio é uma fase única da vida. São momentos em que os adolescentes estão aprendendo, mas também estão se conhecendo, descobrindo novos gostos, cores, músicas e amizades. Para muitos, os amigos dos tempos de escola são como laços que duram a vida inteira. Em outros casos, devido ao tempo, à rotina e até mesmo, mudanças de lugar e de hábitos, a comunicação com aqueles melhores companheiros do auge da juventude é perdida.

Uma pesquisa feita com 410 alunos da Universidade Atlântica da Flórida, em 2015, analisou a amizade desses estudantes a partir da sétima série. Anualmente, a amizade foi acompanhada até a data de formatura do ensino médio. Apenas 1% das amizades das 410 pessoas analisadas sobreviveram ao tempo e espaço após o colegial. 

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A dissolução da amizade, segundo o estudo, pode acontecer por diversos motivos. Dentre eles, o começo de amizades consideradas “mais interessantes” na nova etapa da vida do jovem.  

Já outro levantamento da psicóloga Debra Oswald, da Universidade de Marquette, nos Estados Unidos, apontou que há quatro elementos fundamentais para manter a estabilidade de uma amizade, seja a partir da escola, da faculdade ou ao longo da vida. A profissional diz que sustentar o contato, seja por telefone ou pela internet, ajuda a suprir a distância física, além de estar sempre disposto a se abrir para os amigos, o que pode assegurar uma amizade verdadeira e longeva.

Para a psicopedagoga Simone Bérgamo, nas amizades construídas no ensino básico, bem como no ensino médio, são saudáveis as relações construídas em um período de vida em que o vínculo faz parte do dia a dia. “São as relações desenvolvidas a partir da vida prática, da assiduidade da escola, do tempo em que se passa na escola. Então, são amizades construídas de uma forma mais sólida. E o que se percebe nessas amizades? É que você pode passar um tempo sem vê-los, mas como os amigos começaram de uma maneira mais solidificada, exatamente pela permanência ou pela vivência, quando você reencontra esses amigos é como se você tivesse os visto na última semana. São relações mais fortes e mais duradouras”, explica e especialista.

A duração de uma amizade de escola é relativa. Pode durar um ano ou até décadas. Os amigos Uly Barros, Nataly Arruda, Caio Oliveira, Giovanna Lima, Millena Ribeiro e Sandra Leão se conheceram no ensino médio. Se identificaram, formaram grupo e, hoje, já ultrapassaram 11 anos de uma amizade que foi afetada pelo tempo, mas que nuca deixou de existir. Confira o vídeo a seguir:

A doméstica Maria Cristina apresenta dificuldades para escrever e ler. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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"Eu nunca quis estudar e também tive que trabalhar cedo. Perdi muitas coisas na vida por causa de estudo e hoje me arrependo muito. Tenho vergonha de não saber ler e escrever porque dependo dos outros para tudo, mas vou levando”. Maria Cristina da Silva, 53, só frequentou a escola até a antiga primeira série, que hoje representa o segundo ano. Ela não se recorda com que idade largou os estudos, mas se lembra bem que o destino traçado foi a cozinha das patroas. Doméstica, diarista, cozinheira e faxineira foram os cargos que sobraram para Cristina, que apesar de nascer em uma família humilde, sempre sonhou alto. Queria mesmo era trabalhar em uma firma ou montar um negócio próprio e ser a sua chefe.

Envergonhada por nunca ter aprendido a ler e escrever, a doméstica, que nasceu em João Pessoa, na Paraíba, mas veio jovem morar no Recife ainda jovem, não perdeu o desejo de conseguir unir letras, palavras e poder ir ao supermercado sem precisar de ajuda. Cansou de enfrentar preconceitos dos atendentes de banco e decidiu que era o momento de aprender a escrever o seu nome. “Minha menina me ensinou e eu pelo menos sei fazer igual ao meu documento, mas tenho que estar olhando para a identidade”, frisa a doméstica.

Moradora do Córrego do Capim, em Águas Compridas, na cidade de Olinda, Maria conta que já tentou frequentar aulas no programa educacional ‘Educação Jovens e Adultos’ (EJA), mas que o local onde mora, com muitas ladeiras, e a falta de dinheiro para passagem de ônibus, são um impedimento que a afasta do sonho de ler e escrever.

Apesar dos percalços, ela ainda acredita um dia possa ter a oportunidade do aprendizado. “Ainda sou nova, não é? Tem tanta gente velha que consegue”, diz. Mãe de três filhos, dos quais só conseguiu criar a mais jovem porque trabalhava muito, ela faz questão de repassar a mensagem, também aos netos, de que sem estudo não há muitas opções. “Eu queria demais voltar no tempo e fazer tudo da forma correta, mas agora é tarde e por isso levo meu neto em projetos sociais e agora também faço aula de artesanato no Movimento Pró-criança”, conta.

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Na educação, pesquisadores dividem o analfabetismo em três principais grupos. O analfabetismo absoluto ou total é quando o cidadão recebeu pouca ou nenhuma orientação para ler e escrever. A maioria não consegue nem mesmo assinar o próprio nome. O iletrismo é quando não há compreensão do que lê. O problema é geralmente ligado a um ensino com defasagem na escola. No Brasil, a falta de incentivo aos sistemas educacionais é um dos causadores do iletrismo. Já o analfabetismo funcional é quando o indivíduo consegue ler e escrever frases curtas, mas não compreende em completo o seu significado. Sabe decodificar os símbolos, mas não o que eles querem dizer.

Nas últimas décadas, o Brasil vem reduzindo a taxa de analfabetismo. Desde o final dos anos 1940, o governo federal criou iniciativas complementares aos programas municipais e estaduais. Uma das mais conhecidas foi o “Mobral”, criado pelo regime militar. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que nos anos 1960, 40% da população brasileira com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever.

A história de Maria Cristina e o seu sonho se perde nas atuais estatísticas brasileiras. Ela se tornou mais uma vítima do sistema educacional do país. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, mostrou que o país tinha 11,46 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabiam ler ou escrever um bilhete simples no ano de 2017. Já em 2016, o número maior e somava 11,76 milhões. Por isso, a taxa de analfabetismo brasileira recuou de 7,2% em 2016 para 7% em 2017. Mas, apesar do avanço, a persistência da mazela ainda é significativa e os dados são alarmantes.

Fonte: IBGE

Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, o país ainda ostenta lamentavelmente uma das piores taxas de analfabetismo de jovens e adultos (15 anos ou mais de idade) entre os países da América Latina e Caribe. Em um ranking de 21 países do continente compilados pela Unesco, o Brasil apresenta a 15ª maior taxa, de 7%, e ocupa o mesmo lugar que o Suriname.

O progresso lento deixa cada vez mais distante a meta oficial de erradicar o analfabetismo até 2024, como previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014. Um dos indicadores que apontam a não probabilidade da taxa 0% ser alcançada é que o país já descumpriu uma meta intermediária desse mesmo plano, de reduzir o indicador para 6,5% em 2015.

Em entrevista ao LeiaJa.com, Caio Callegari, coordenador do projeto Todos Pela Educação, explicou os principais desafios para erradicar o analfabetismo e frisou que neste Dia do Estudante, o brasileiro tem pouco a comemorar. “Nós precisamos avançar em várias formas. Uma delas é melhorar o acesso à escola e a qualidade do ensino. Por exemplo, a alfabetização deveria ocorrer até os oito anos de idade. Mas, na realidade, o que acontece é que muitos jovens e crianças saem da escola e por conta disso acabam não tendo a oportunidade do direito educacional obrigatório, dos 4 aos 17 anos”, explica o gestor.

O Brasil possui 2.486.245 crianças e adolescentes de 4 e 17 anos fora da escola, segundo levantamento feito pelo Todos Pela Educação com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O montante representa cerca de 6% do universo total de alunos. “É preciso fazer um esforço considerável para manter esses jovens dentro dos colégios e isso se faz dialogando com os estudantes, tendo um ensino atrativo e garantindo esse acesso. É uma medida urgente que precisa ser efetivada para que as novas gerações não continuem saindo das escolas analfabetos. Ao sair das escolas eles estão desprotegidos e distantes das condições de aprendizagem. A taxa de evasão do ensino fundamental é de 8% ao ano”, aponta Caio.

Dos 11,466 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, 6,427 milhões, ou 56% do total, moram no Nordeste. Na região, a taxa de analfabetismo ficou em 14,5% em 2017, o dobro da média nacional. Em Pernambuco, a taxa de analfabetismo é quase o dobro da média nacional, com 13,4% em 2017. Um milhão de pernambucanos não sabem ler e escrever.

“A gente percebe que o Norte e o Nordeste possuem dados mais latentes e muito disso é consequência da desigualdade regional histórica que temos no país. O investimento é menor e isso acarreta muitos prejuízos. Existe uma relação muito forte entre qualidade e pobreza. A gente sabe que estudantes mais pobres acabam tendo um desempenho menor, mas isso não pode ser um fator determinante. Pelo contrário, é preciso criar políticas para romper esse ciclo. Dar mais estrutura e investir mais nas regiões mais pobres e isso sim pode fazer com que o estudante supere a pobreza através da qualidade do ensino”, avalia Caio.

Flanelinha há 20 anos, Alessandro não teve bons estudos e vive nas ruas para ganhar dinheiro. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O flanelinha pernambucano Alessandro Costa da Silva, 40, estudou até a segunda série do primário. “Eu não estudei mais porque tive necessidade de trabalhar já que meu pai e minha mão separaram e tive que correr para ganhar dinheiro catando papelão”, afirma.

Ele diz que o estudo teria lhe proporcionado uma profissão digna, como policial ou bombeiro, mas agora já está velho e leva dinheiro para casa porque precisa alimentar os filhos. “Eu me arrependo de não ter estudado mais porque vivo na humilhação para ganhar um trocado. Nem casa eu tenho, só pago aluguel na comunidade. Desemprego está grande, mas tendo leitura tudo fica mais fácil. Eu já tentei estudar, mas as pessoas que trabalham como guardador de carros aqui também ficavam falando que eu não podia sair mais cedo se não roubariam meu ponto. Tantas dificuldades acabei deixando o EJA de lado e hoje não sei nem ler e nem escrever”, detalha.

Para Caio Callegari, a população adulta também enfrenta o problema do analfabetismo. “Nesse ponto, a gente precisa pensar em estratégias para correr atrás dos prejuízos que o país causou na vida dessas pessoas. A educação de jovens e adultos tem sido deixada de lado como política pública e isso se torna trágico, já que muitas dessas pessoas não tiveram a oportunidade de estudar. A cada ano percebemos o declínio de matrículas e a pouca atenção dada ao ensino, que não consegue ser atrativo. Também é necessário que a estrutura dialogue com as necessidades dos alunos, principalmente mais velhos. Esses muitas vezes começaram a trabalhar muito cedo e ainda dependem do próprio esforço”.

Para o coordenador do Todos Pela Educação, não se pode mais tolerar o analfabetismo no Brasil. “É uma tragédia do século 20 e não faz sentido continuar existindo. O cidadão brasileiro não merece isso. Eu acredito que podemos erradicar esses dados vergonhosos até 2024 se nessas eleições o povo escolher que melhor tiver propostas para a educação”.

No Dia do Estudante, comemorado nesta quinta (11), a candidata ao executivo do Recife Priscila Krause (DEM) visitou três escolas da rede municipal do Recife: Escolas Novo Mangue e José Costa Porto, no Coque; e o Colégio Jardim Uchoa, no bairro de Areias. A deputada estadual criticou o panorama encontrado, por exemplo, na unidade José Costa que possui, segundo Krause, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) muito abaixo da média estabelecida pelo Ministério da Educação.

Priscila Krause também falou sobre a Escola Municipal Jardim Uchoa "que está fechada desde 2013 por problemas na estrutura. As crianças foram relocadas para o Centro Social em Areias. Desde que foi fechada. A Prefeitura se comprometeu a tomar as devidas providências para a retomada das atividades no espaço", acrescentou. 

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A candidata também disse que todo compromisso deve ser bem feito. "Esquecer os projetos mirabolantes e dar a todos os estudantes do Recife as mesmas oportunidades de construírem o seu futuro”, disparou a Krause.

 

 

 

 

 

Comemorar o Dia do Estudante em 11 de agosto significa relembrar momentos de uma história bem longa. A data é a mesma em que, no ano de 1827, o então imperador do Brasil Dom Pedro I assinou um decreto de lei que criou pela primeira vez os Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil, aumentando um pouco o número das raras instituições de ensino superior que já existiam. 

De acordo com o site oficial do Planalto, a partir da nova lei, foram abertas as faculdades de Direito de Olinda e São Paulo, as mais antigas em terras brasileiras. Em Pernambuco, o curso foi instalado no Mosteiro de São Bento, sendo transferido posteriormente para o antigo Palácio dos Governadores, na Ladeira do Varadouro. De lá, em 1854, passou a funcionar na Rua do Hospício, na atual capital pernambucana, onde se tornou a Faculdade de Direito do Recife (foto à esquerda), como se chama atualmente. Em São Paulo, na capital, a faculdade funciona no Largo de São Francisco até o dia de hoje.

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Ainda segundo o site do Planalto, cem anos depois da criação das faculdades, em 1927, durante uma comemoração em homenagem a essas instituições, participantes da festa sugeriram que neste dia também fosse celebrado o dia de todos os estudantes, como forma de reconhecer o marco que a implantação das faculdades teve no ensino brasileiro. Foi a partir delas que a formação superior no Brasil começou a ser consolidada. 

Mais dez anos se passaram e, em 11 de agosto de 1937, foi fundada a União Nacional dos Estudantes (UNE). Ela representa a entidade máxima dos estudantes brasileiros, servindo como outro marco para o Dia do Estudante. 

Em 2016 

Segundo a UNE e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), estão sendo programados, na Semana do Estudante, atos de protesto pela qualidade de ensino no Brasil. As ações também são contra o projeto Escola Sem Partido e por novas eleições, em oposição ao presidente em exercício Michel Temer. 

As entidades planejam manifestações e paralisações desta quinta-feira até 15 de agosto nos estados de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Alagoas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. 

Estudantes do ensino médio estão realizando uma mobilização de pequeno porte no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. A União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) é a responsável pelo ato. A caminhada é em comemoração ao Dia do Estudante, celebrado nesta terça-feira (11). 

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) enviou uma equipe ao local e informou que neste momento e informou que os alunos encerraram a caminhada e estão parados na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas. 

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Nesta segunda-feira (11), quando é celebrado o Dia do Estudante, os alunos da Rede Municipal de Ensino do Recife são convidados a desenhar ou produzir objetos que representem a compreensão que eles têm de um robô humanoide. Até sexta-feira (15), os trabalhos podem ser feitos a mão, como desenhos e origami, ou podem ser feitos no computador. Os trabalhos serão expostos no Centro de Tecnologia (Cetec), no bairro da Boa Vista, área central do Recife, em data ainda a ser definida.

O Dia do Estudante também foi escolhido como data para a aula inaugural dos cursos gratuitos de alfabetização para jovens, adultos e idosos do Programa Lição de Vida/Brasil Alfabetizado. O evento será hoje, no auditório Tabocas, no Centro de Convenções, às 18h30.

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O Lição de Vida é uma parceria da Prefeitura do Recife com o Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal, e tem o objetivo de incentivar a retomada dos estudos. Ele é considerado o passo inicial para o processo de Educação de Jovens e Adultos.

Em homenagem ao Dia do Estudante, que será comemorado no próximo domingo (11), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) realiza, nesta sexta-feira (9), uma exposição de livros. O objetivo da ação é incentivar o conhecimento e a leitura entre os estudantes.

O evento será no horário das 8h às 22h, no pátio da Escola Técnica Senai. O local fica Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 539, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. A feira será aberto ao público em geral.



Compromisso com aulas, atenção focada nos livros, viver em coletividade, estar aberto para o conhecimento. Assim vivem os estudantes e, neste sábado (11), é comemorado o dia deles.

Muita gente pode pensar que a data não possui uma história por traz dela, porém, ela não foi instituída em vão. No século 19, Dom Pedro I instituiu os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do Brasil, justamente no dia 11 de agosto. De acordo com informações da página virtual Brasil Escola, 100 anos depois, em comemoração à criação dos cursos, um dos participantes do evento, Celso Gand Ley, sugeriu que a data fosse considerada como o Dia do Estudante.

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Antes da criação dos cursos, no entanto, quem quisesse alcançar o nível superior em seus estudos deveria se mudar para Portugal, pois era lá que existia a faculdade mais próxima do Brasil. No início, as turmas tinham poucos estudantes, e ainda por cima as estruturas das escolas eram bastante simples.

 

UNE para mudar o mundo

"Quem é jovem muda o mundo. Não há como impedir". Essas duas frases podem ser encontradas no site da União Nacional dos Estudantes (UNE)*. Formada há 75 anos, a União é composta por diversos grupos de movimentos estudantis, que focam na ideologia de que a escola e a universidade são os primeiros momentos de encontro e de socialização da juventude.

São criadas opiniões, visões, ideais e vontades de mudanças sobre o mundo em que vivem. Em um passado recente, várias "personalidades" do mundo da política participaram desses movimentos, como a presidente Dilma Rousseff, o ex-governador de São Paulo, José Serra, além de vários artistas, como o compositor Vinícius de Morais, o cineasta Cacá Diegues e o poeta Ferreira Gullar.

A estrutura da UNE é formada pelo Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), que reúne os diretórios acadêmicos (DAs) e centros acadêmicos (CAs) do Brasil; o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que agrega os diretórios centrais de estudantes (DCEs) e executivas nacionais de cursos; o Congresso da UNE (Conune), formado por todas as entidades e também por todos os estudantes que quiserem, de maneira livre, participar.

Realizado a cada dois anos, o Conune é considerado pela União como "a maior instância do movimento estudantil brasileiro". Nesse período, são escolhidos os novos objetivos da entidade, bem como a nova diretoria da UNE.

Os integrantes da União já marcaram diversos acontecimentos históricos do País, como o movimento dos “caras pintadas”, no ano de 1992, que pedia o impeachmanto do então presidente da República, Fernando Collor de Melo. “Ainda há muito o que comemorar e tem muita coisa para correr atrás e lutar”, afirmou o presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), órgão vinculado à UNE, Thauan Fernandes Moraes. De acordo com ele, algumas das lutas alcançadas, como a aprovação do Senado que garante as cotas raciais em universidades federais, é um fator que deve ser comemorado. “A falta de investimento na educação é o que ainda é muito ruim no Brasil”, pontua.

 

Ser estudante

"Uma mistura de coisas boas e ruins". Essa é uma das definições que Rafael Barros (foto à esquerda), de 18 anos, usa para descrever o que é ser estudante. De acordo com ele, as obrigações estudantis às vezes impedem os alunos de fazer outras, consideradas mais divertidas. “O que a gente aprende na escola é importante para a nossa formação profissional e como pessoa”, frisa Barros.

“Sempre buscar o conhecimento”. Daniel Macedo (foto abaixo), também de 18, usa essa frase como lema. Porém ele afirma que a busca pela sabedoria deve ser usada "em prol da sociedade", porque segundo ele, "os conhecimentos devem ser utilizados em favor do bem das pessoas". Confira mais sobre a opinião dos dois no vídeo abaixo:

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O Espaço Ciência preparou uma comemoração antecipada ao Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto. Nesta sexta-feira (10), das 9h às 17h, a programação será voltada para o público que se interessa por ciência da computação. Alunos do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) demonstrarão projetos que utilizam ferramentas tecnológicas, realizados durante a disciplina Projeto de Desenvolvimento – Projetão.

A programação contará com a apresentação do Ampli.Vision, um aplicativo de celular que tem como objetivo auxiliar os deficientes visuais na hora de fazer compras. O celular deve ser posicionado em frente ao código de barra e a aplicação identifica o nome, preço e outras informações sobre o produto e repassa por sistema de voz ao usuário.

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Outra ferramenta que os visitantes poderão conferir é o HowTool. A plataforma funciona como uma camada transparente sobre o programa, que guia o usuário durante sua utilização. Também será apresentada uma ferramenta de auxílio à fisioterapia através de um jogo, um sistema que motiva os usuários e corrige os erros de movimentação. Outros projetos multidisciplinares também serão apresentados ao público.

E Espaço Ciência fica no Complexo de Salgadinho, Parque Memorial Arcoverde, em Olinda. Outras informações pelos telefones (81) 3241-3226 e 3301-6140.

Com informações da assessoria de imprensa.

No Dia do Estudante, celebrado nesta quinta-feira (11), as prefeituras de Olinda e Recife, além da secretaria de Educação do Estado, prepararam uma programação especial, com direito a lançamentos de projetos, passeios, premiações e comemoração aos 184 anos do primeiro curso de Direito no Brasil.

A Prefeitura de Olinda preparou um dia especial voltado para os estudantes de Direito. A agenda começa com uma solenidade em homenagem as faculdades que oferecem cursos jurídicos no município - AESO, IESO e FOCCA -, no Palácio dos Governadores, às 18h. Depois acontece uma missa nos mosteiro de São Bento, às 19h. O evento se encerra com shows gratuitos na praça em frente à Prefeitura da Cidade, a partir das 20h.

Para os alunos das Escolas Publicas do Recife estão previstos passeios para o parque Dona Lindú, Jaqueira e Treze de Maio. Vai participar do passeio mais de 30 unidades de ensino.

Durante todo dia alunos do Programa Escola Aberta vão participar das comemorações preparadas pela Secretaria de Educação do Estado. A abertura do evento irá contar com a presença do secretário de Educação, Anderson Gomes. A banda marcial da Escola Maria Alves Machado, Paulista, ficará encarregada de tocar o hino Nacional, enquanto a Escola de Referência em Ensino Médio Confederação do Equador, de Paudalho tocará o hino de Pernambuco.

A programação irá acontecer durante todo o dia das 9h às 16h, na quadra e na área de convivência da SE e contará com apresentações de balé clássico, premiação dos alunos vencedores da olimpíada da matemática e atividades esportivas e de lazer.

A DATA – Em 11 de agosto de 1827, D. Pedro instituiu no Brasil dois dos primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do País. Um Em São Paulo e outro em Olinda. Depois de cem anos da criação dos cursos de direito foi proposto que a data fosse escolhida para homenagear todos os estudantes do Brasil.

Nesta quinta-feira (10),  uma missa em Ação de Graças marcará as comemorações dos 65 anos de fundação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A celebração será às 10h, na sede da Reitoria, na Cidade Universitária.  

No mesmo local, às 15h, será lançado o livro “Ideias Universitárias – Relembrando o Reitor Paulo Maciel”, organizado pelos professores Jaime Cabral e Marta Lyra Cabral. Também será inaugurado um novo espaço na Faculdade de Direito, no Parque 13 de Maio, no centro do Recife.

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As atividades também marcam o Dia dos Cursos Jurídicos, que celebra os 184 anos de criação do primeiro curso de Direito do Brasil, no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Haverá festa na cidade: às 19h, será celebrada uma missa no Mosteiro, e a partir das 20h, estão programados shows em frente à Prefeitura de Olinda.

Em comemoração ao dia nacional dos estudantes, a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) proporcionará, nesta quinta-feira (12), aos 1,5 mil estudantes de escolas da rede pública de ensino, um dia diferente. Além das festividades que ocorrerão durante todo o dia nas instituições de ensino municipal, a PCR conduzirá alunos e professores de 30 unidades educacionais para um passeio turístico pelos Parques Dona Lindu, em Boa Viagem; Jaqueira, nos Aflitos; e Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro, todos no Recife. A ação, que faz parte do programa Bairro Escola, será realizada pela Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (SEEL).

Através do Programa Bairro Escola, a Secretaria de Educação do Recife celebra nesta quinta-feira (11) o Dia do Estudante, com um passeio dos alunos da rede pública para os parques da Jaqueira, Treze de Maio e Dona Lindu, além as comemorações que acontecerão durante todo o dia nas escolas da rede municipal de ensino.

Alunos e educadores de 30 escolas das seis Regiões Politico-Administrativas (RPAs) participarão da celebração. A atividade envolve escolas que contam com o trabalho de animadores culturais da Gerência de Animação Cultural (GAC) da SEEL.

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O Dia do Estudante foi criado em 11 de agosto de 1927, devido às comemorações do centenário de fundação dos dois primeiros cursos de ciências jurídica e sociais do País – em Olinda e São Paulo.

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