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O médico hematologista Dimas Covas deixou a presidência do Instituto Butantan para assumir a diretoria-executiva da Fundação Butantan, organização privada que dá apoio às atividades do instituto e responsável por administrar a receita obtida com a venda de vacinas e soros produzidos no complexo.

O pedido de exoneração ocorreu no dia 11 de novembro, mas só foi divulgado nesta quarta-feira, 30, conforme nota da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, à qual o Butantan é vinculado.

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Embora a saída ocorra em meio a uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em contratos do Butantan, a mudança de cargo, na prática, garante a permanência do poder de Covas na instituição no momento em que ele seria obrigado a deixar o instituto por causa das trocas de nomes que serão promovidas pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No cargo desde 2017, Covas pediu demissão do instituto após conseguir ser eleito para assumir a diretoria-executiva da Fundação Butantan. O ocupante desse cargo é definido pelo conselho curador da fundação, sem ingerência do governo estadual, e tem mandato de quatro anos. Assim, ao assumir o posto, Covas fica imune às trocas políticas do novo governador.

Freitas inclusive já anunciou que colocará o infectologista Esper Kallás no comando do Instituto Butantan a partir de 2023.

O Butantan e a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde negam relação entre a saída de Covas e a investigação do TCE. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada em 9 de novembro, a apuração do tribunal apontou risco de superfaturamento na contratação de uma empresa desenvolvedora de software.

De acordo com o Butantan, a saída de Covas foi decidida em reunião no dia 17 de outubro (anterior à reportagem) e formalizada ao secretário David Uip, titular da pasta de Ciência e Pesquisa, no dia 11 de novembro.

"Ele alegou motivos pessoais, não teve nenhum desgaste", disse Uip ao Estadão. "Todos sabem que não concordo com uma mesma pessoa exercer cargo na fundação e no instituto. Acho que tem conflito de interesse. Então essa minha posição pode ter influenciado a decisão dele (de pedir exoneração)", diz Uip.

Covas foi procurado pelo Estadão para comentar os motivos da sua saída, mas não retornou os telefonemas da reportagem.

O médico ganhou notoriedade em 2020 ao liderar o processo de parceria do Butantan com a biofarmacêutica chinesa Sinovac para importação da vacina Coronavac ao Brasil. O imunizante foi o primeiro contra a covid-19 a ser aplicado em território nacional e virou alvo de disputa política entre o então governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que era contra a compra do produto.

Covas aparecia quase que diariamente nas coletivas de imprensa sobre as medidas de combate ao coronavírus ao lado de Doria e, nos bastidores, indicava que usaria a visibilidade que alcançou para se lançar a algum cargo eletivo nas eleições de 2022, o que não aconteceu.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, criticou o estudo do Ministério da Saúde para avaliar a aplicação de uma terceira dose em pessoas vacinadas com o imunizante Coronavac contra a Covid-19. De acordo com o diretor, o Butantan ficou sabendo do estudo pela imprensa, e afirmou ter achado "estranho" que a pesquisa fosse especificamente sobre a Coronavac.

"Isso me leva a ficar pensado que possa ter outra motivação por trás dessa decisão", disse.

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"Na apresentação do ministro (Marcelo Queiroga) junto a uma pesquisadora foi dito que a Coronavac seria testada em relação à terceira dose, porque tem uma queda de anticorpo, informações absolutamente erradas. A pesquisadora que estava ali infelizmente se enganou profundamente nas suas declarações", comentou Dimas, que classificou o estudo como extraoficial.

Em críticas à falta de comunicação pela Saúde sobre a pandemia da covid-19, o diretor pediu para que o órgão tenha transparência com o andamento da pesquisa, apresentando planejamento e registros de cada etapa.

"Estranhei muito que o Butantan não ter sido pelo menos gentilmente ou educadamente comunicado que estaria sendo planejado um Estudo", complementou Dimas.

A pesquisa, patrocinada pelo Ministério da Saúde, será realizada em parceria com a Universidade de Oxford e terá início nas próximas duas semanas.

"Não temos publicação na literatura detalhada acerca de sua efetividade (da Coronavac). As respostas precisam ser dadas através de ensaios clínicos", afirmou Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira, 28, em entrevista a jornalistas em Brasília.

De acordo com a pesquisadora Sue Ann Clemens, que coordenará o estudo, é preciso saber a duração da proteção de cada vacina. Para os imunizantes da Pfizer, AstraZeneca e Janssen, diz ela, já há publicações demonstrando a duração da proteção.

"Em relação à Coronavac, precisamos avaliar isso. Estudos já mostraram que a proteção começa a cair com seis meses", disse Sue, brasileira que trabalha na Universidade de Oxford.

Entrega de doses

As declarações aconteceram nesta manhã, durante a entrega de mais 1,2 milhão de doses da vacina do Butantan contra a covid-19 ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Com a nova entrega, as liberações chegam à marca de 62,849 milhões de doses fornecidas ao Ministério da Saúde desde 17 de janeiro deste ano.

Mantendo o apelo feito ao Ministério da Saúde nas últimas entregas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, reforçaram o pedido para maior agilidade do órgão federal na entrega dos imunizantes da Pfizer e AstraZeneca.

Conforme pede Regiane, a antecipação do intervalo entre as doses dos imunizantes está no radar, mas só será possível oficializar a medida quando houver envio de mais vacinas. Doria reforçou o apelo e disse que o governo já revisou por oito vezes volumes e datas de entrega, sem o cumprimento. "Isso evidentemente atrapalha e reduz a velocidade da vacinação não apenas em São Paulo, mas no Brasil", disse. "Ao anunciar volumes e datas, cumpra", acrescentou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo encomendou um estudo para avaliar a necessidade e os efeitos de uma possível terceira dose de imunizante para aqueles que receberam a CoronaVac há mais de seis meses. Em parceria com a Universidade de Oxford, a pesquisa deve começar na semana que vem, com 1200 participantes, moradores das cidades de São Paulo (SP) e Salvador (BA).

Segundo a coordenadora do trabalho, que também conversou com os jornalistas, Sue Ane Clemens, os voluntários serão divididos em quatro grupos - com 300 pessoas cada - e todos receberão um reforço diferente: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e a própria CoronaVac.

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Dessa forma, a pesquisa vai analisar também a intercambialidade de vacinas e a capacidade de desenvolvimento de anticorpos dos participantes. Não foram dados muitos detalhes sobre o escopo da pesquisa, mas, ainda de acordo com Clemens, os resultados devem sair em novembro. Caso a terceira dose seja considerada necessária, estima-se que a aplicação comece até o final do ano.

O Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac no Brasil, não vai participar da pesquisa, que na capital paulista vai ser administrada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em coletiva de imprensa, o presidente do instituto, Dimas Covas, afirmou achar o estudo “bom”, mas mostrou-se insatisfeito por não ter sido avisado pelo Ministério da Saúde. “Poderíamos, sem dúvida, ter sido comunicados. Isso seria uma medida de extrema gentileza e educação para com o produtor da vacina”.

Será preciso vacinar os idosos novamente?

O debate sobre a proteção da CoronaVac para pessoas idosas reacendeu após a publicação de um estudo preliminar realizado em São Paulo (SP) pelo grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Vebra Covid-19), que envolve pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, Incor, Universidade de Brasília (Unb) e outras instituições nacionais e internacionais. O financiamento é da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

Ao avaliar informações de pessoas vacinadas, os autores já haviam detectado que o efeito contra a doença sintomática caía com a idade. De maneira geral, a proteção para maiores de 70 anos foi de 59% contra hospitalizações e 71,4% contra mortes, o que não é ruim.

No entanto, a mesma efetividade foi bem menor para pessoas com mais de 80%: apenas 43% contra hospitalizações e 50% contra óbitos. Embora o estudo ainda não esteja publicado em uma revista científica e nem tenha passado pela revisão de pares, a pesquisa chamou atenção de especialistas.

Ao G1, o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e um dos autores, afirmou que “teremos que, muito provavelmente, discutir com os dados de hospitalização e óbitos se devemos ou não priorizar esse grupo para revacinação quando isso [queda da efetividade] começar a acontecer”.

Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco contrariou a versão dada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, sobre as negociações entre o governo e instituto para a compra da Coronavac. Franco disse à CPI que não recebeu ordem para interromper as tratativas, e que elas teriam continuado mesmo após o presidente Jair Bolsonaro declarar publicamente que a vacina não seria incorporada ao Plano Nacional de Imunização (PNI).

"Não recebi ordem para interromper e as tratativas continuaram", disse Franco. No entanto, Dimas Covas afirmou à CPI que, em outubro, após o Ministério da Saúde anunciar que o imunizante seria comprado e, em seguida, o presidente dar a declaração, as negociações com o governo foram paralisadas. Logo depois da fala de Bolsonaro, Elcio Franco chegou a declarar que não havia intenção do ministério de comprar a vacina chinesa, uma referência à Coronavac.

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"Não entendi como ordem ao ministério", disse Franco ao ser confrontado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), que o questionou sobre a versão dada por Dimas Covas à CPI. "Acredito que foi uma percepção de Dimas Covas", respondeu o ex-secretário, que disse ainda que o Butantan não concluiu a entrega de documentos em dezembro e só o fez em janeiro deste ano. "Contrato para 46 milhões de doses não poderia ser assinado 24 horas depois de Medida Provisória", disse Franco para argumentar que as tratativas com o Butantan não teriam sido interrompidas, com a contratação finalizada em janeiro deste ano.

"Não há nenhum documento que eu tenha conhecimento de intenção de não prosseguir (com a Coronavac), a carta de intenção de 19 de outubro continuou vigente", disse Franco. Covas também disse à CPI que nenhum documento formalizou a paralisação das tratativas, mas que, na prática, as conversas com o ministério foram travadas após a declaração de Bolsonaro.

Franco também tentou justificar a diferença de tratamentos da pasta dispensados à vacina produzida pela Fiocruz/Astrazeneca e ao imunizante do Instituto Butantan. Segundo ele, a Coronavac não poderia ser contratada antes de uma alteração legal, que foi efetivada por uma Medida Provisória editada apenas em janeiro de 2021.

"Informamos em diversas reuniões que não poderíamos utilizar a mesma ferramenta da Astrazeneca, porque neste caso era uma encomenda tecnológica, e no caso do Butantan era vacina de vírus inativado. Então não caberia a encomenda tecnológica para a vacina que o Butantan desenvolveu", disse ele.

Após mais de seis horas, o diretor do Butantan, Dimas Covas, encerrou seu depoimento à CPI da Covid. O instituto, ligado ao governo de São Paulo, é responsável pelo fornecimento da Coronavac no Brasil, primeira vacina contra a covid-19 disponível no País, produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

A guerra política que envolveu as negociações do imunizante foi o foco do interrogatório de Dimas Covas. Aos senadores, o diretor do Butantan afirmou que se o governo tivesse aceitado uma oferta apresentada ao Ministério da Saúde em julho do ano passado, 60 milhões de doses da vacina poderiam ter sido entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) até dezembro de 2020. A proposta, no entanto, não teria tido retorno do governo.

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Dimas Covas ainda contrariou a versão do ex-ministro Eduardo Pazuello, de que as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a Coronavac não teriam influenciado as negociações. Segundo o diretor do Butantan, as conversações com o Ministério da Saúde sobre a compra do imunizante "não prosseguiram" em razão da manifestação do presidente, que desautorizou Pazuello publicamente sobre a aquisição da vacina.

Segundo ele, até o episódio, as tratativas com o Ministério da Saúde em outubro transcorriam bem. Na ocasião, a proposta envolvia 100 milhões de doses. No entanto, no dia seguinte ao anúncio do ministério sobre a aquisição da vacina no dia 20 daquele mês, as conversas tomaram outro rumo e ficaram paralisadas. "Aí no outro dia de manhã (após anúncio do Ministério sobre Coronavac), infelizmente conversações não prosseguiram porque houve manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que vacina não seria incorporada", afirmou o diretor.

Na sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou vídeos envolvendo o caso, tanto das manifestações de Bolsonaro como do então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Após a fala do presidente, ele declarou que não havia intenção de comprar vacina chinesa, uma referência à Coronavac.

De acordo com Covas, o cenário só mudou em janeiro, quando o contrato com o Ministério da Saúde foi fechado - o que, para o diretor do Butantan, foi fruto de tentativas frustradas do governo em adquirir outros imunizantes. Ele ainda reforçou que, se a contratação com a pasta tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadas em maio deste ano. "E nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de doses serão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação à matéria-prima", relatou Covas.

Para o diretor do Butantan, o apoio do governo federal à produção da Coronavac, que segundo ele não aconteceu, poderia ter conferido "maior velocidade" ao desenvolvimento do imunizante. "Essa vacina não teve o apoio (do governo federal) na hora que foi solicitado, e poderia ter dado uma velocidade maior ao desenvolvimento. Poderíamos ter, como mostrei em vários depoimentos, um quantitativo maior de vacinas disponíveis para o Brasil no momento adequado", concluiu Dimas Covas.

Aos senadores governistas, Covas manteve as declarações de que a Coronavac é uma vacina eficaz e segura contra a covid-19, a qual poderia ter ajudado a reduzir o número de vítimas da doença se fosse adotada mais cedo. Figura carimbada nas entrevistas coletivas do governo de São Paulo, o diretor do Butantan chegou a participar três vezes por semana das sabatinas do governo paulista.

Em depoimento à CPI da Covid, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que em razão da demora no recebimento de insumos, 7 milhões de doses previstas inicialmente dentro do pacote de vacinas a serem entregues em maio não poderão ser fornecidas neste mês. Segundo ele, o problema relativo a matéria-prima parou a produção da Coronavac por cerca de um mês.

"Tínhamos o compromisso de entregar 12 milhões de doses em maio e já entregamos 5 milhões. A produção foi retomada e vamos entregar 6 milhões de doses a partir de 12 de junho, então houve 7 milhões de doses que poderiam ter sido entregues ainda em maio, de acordo com o cronograma inicial", disse.

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) comentou nesta quinta-feira (27) o depoimento que o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, concede à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. "Primeiro, eu defendo a CPI. Segundo, defendo que a CPI continue tendo a qualidade que vem demonstrando na defesa da verdade, porque esta é a função de uma comissão parlamentar de inquérito, e ela vem se destacando pela busca da verdade e é a verdade que Dimas Covas está falando", disse o tucano.

"(Dimas Covas) está mostrando mais uma vez de forma clara que o governo (federal) não fez o que devia fazer: que poderia ter providenciado vacinas desde o ano passado e iniciado a vacinação. Preferiu comprar cloroquina ao invés de comprar vacina, que não comprou nem seringas nem agulhas para o programa de vacinação, que estimulou aglomerações, que não recomendou o uso de máscaras, chamou de 'covardes' as pessoas que ficaram em casa se protegendo e protegendo a vida de seus familiares", afirmou Doria.

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"Tudo isso é muito triste, mas a CPI está colocando às claras para que os brasileiros saibam com certeza quem foi o responsável por mais da metade das mortes que se acumulam no País. Quatrocentos e cinquenta mil brasileiros estão sepultados neste momento, metade poderia ter sido salva se tivéssemos vacinas e comportamento que liderasse o Brasil para a vida e não para a morte", disse o governador durante entrega de vouchers para a compra de cestas básicas na região de Campinas (SP).

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o imunizante desenvolvido e envasado pelo instituto recebeu uma das avaliações "mais rigorosas" feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Covas depõe nesta quinta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado e respondeu a uma bateria de perguntas do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre a eficácia da Coronovac.

Segundo o diretor, todos os dados necessários para aprovação do imunizante foram entregues à agência sanitária brasileira, que aprovou o uso do imunizante do País. Questionado sobre o porquê desses dados não terem sido disponibilizados ao público por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), Dimas Covas afirmou que a obrigação do Butantan era divulgar esses dados apenas para a Anvisa, que é o órgão que avalia o uso emergencial do imunizante.

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"Nossa obrigação era fornecer os dados para a Anvisa que iria autorizar o uso emergencial. Não haveria porque divulgar isso antes do conhecimento da Anvisa. Quem avalia os dados é a Anvisa. É o órgão que tem que avaliar e dar a autorização. Que foi o que aconteceu. A Anvisa recebeu todos os dados, os dados do Brasil, da China, da Turquia, avaliou o processo e deu seu parecer conclusivo em relação ao uso emergencial, que por sinal foi muito rigoroso", declarou o diretor.

Recrudescimento da pandemia

Dimas Covas, avaliou, no depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que "tudo indica" que o País possa ter um recrudescimento da pandemia. Segundo ele, o aumento no número de casos será "turbinado" por variantes da Covid-19.

A análise de Dimas Covas veio após o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), perguntar se ele concordava com uma fala do presidente da República de que estávamos "no final da pandemia", o diretor discordou. Para o diretor do Butantan, ainda estaremos lutando contra a pandemia nos próximos anos.

"Essa pandemia ainda vai persistir durante 2021, ainda vamos lutar com ela em 2021, quiçá no começo de 2022", declarou Covas, atentando que mesmo com a vacinação, ainda pode haver a necessidade de haver um reforço vacinal contra Covid-19.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, depõe, nesta quinta-feira (27), aos senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Em resposta ao senador Humberto Costa, Dimas afirmou que a fábrica de produção de vacina do Butantan está sendo reformada com o dinheiro de iniciativa privada, depois que o Ministério da Saúde negou o investimento de recursos para tal fim.  

"A fábrica está sendo reformada a pela iniciativa privada. Não tem um centavo do governo federal. No próximo ano vamos operar a produção integral desta vacina [Coronavac]", declarou.

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O senador lembrou que foi anunciado R$ 1,9 bilhão para a construção de fábricas para produção de vacina no país e questionou a Dimas se alguma verba teria ido para o Butantan, o diretor foi reticente: "não". 

O investimento em ações do Butantan para a imunização contra a Covid-19 também foi tema da fala do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

“O Butantan tem como seu principal parceiro o Ministério da Saúde. Aqui se fez diversas ilações que por atitudes, falas [do presidente] isso teria prejudicado o Butantan. Nos dois primeiros anos do Governo dele houve uma parceria e contou com o repasse de R$ 6 bilhões. Será que é correto afirmar que teve má vontade, que o Governo atrapalhou quando o Governo investe mais de R$ 6 bilhões? Será que é justo alegar que houve falta de empenho e solidariedade do Governo Federal? Parece até que o governo interditou a sua relação com o Instituto Butantan. Estamos falando de São Paulo, estamos falando de um Instituto que assinou contrato de R$ 6 bilhões”, argumentou FBC.

O que foi rebatido por Dimas Covas: “A Coronavac só começou a ser de fato ressarcida em fevereiro. Em nenhum momento a falta de recursos federais impediu o desenvolvimento da vacina. Para esta vacina não houve investimento direto, para a Fiocruz houve um ponto nove de investimento, nesta situação houve apenas ressarcimento de contrato".

Críticas

Opositor, Humberto Costa não mediu críticas em seu tempo de intervenção na CPI. "É demolidor, a prova mais cabal, mais até do que o depoimento da Pfizer... Feliz o país que pudesse ter um governador e um presidente da República dando murro na mesa por vacina. Tenho muitas divergências com ele [João Doria], não vão deixar de existir, enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá estava oferecendo cloroquina a uma ema", frisou, fazendo menção a um áudio que o senador Marcos Rogério (DEM) exibiu na comissão mais cedo. 

 

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou que as declarações anti-China do governo federal aumentam dificuldades para liberação de insumos. Segundo ele, além de questões técnicas, os ataques ao país oriental podem atrasar a entrega de um total de 54 milhões de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde até setembro, devido à falta de insumos. Esse volume é referente ao segundo contrato do governo federal com o Butantan - o primeiro, já finalizado, foi de 46 milhões de doses.

"Cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. Isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram resolvidas em 15 dias, agora demoram mais de um mês. Nós, que estamos na ponta, sentimos isso. Nós sentimos e a Fiocruz também sentiu", disse Covas.

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O diretor do Butantan ainda reforçou, em resposta à senadora Simone Tebet (MDB-MS), que se a contratação com o governo federal tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadas em maio. "E nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de dose serão integralizadas em setembro dada as dificuldades em relação a matéria-prima", relatou.

Dimas Covas também disse que, em razão da demora no recebimento de insumos, 7 milhões de doses previstas inicialmente dentro do pacote de vacinas a serem entregues em maio não poderão ser fornecidas neste mês. Segundo ele, o problema relativo a matéria-prima parou a produção da Coronavac por cerca de um mês.

"Tínhamos o compromisso de entregar 12 milhões de doses em maio e já entregamos 5 milhões. A produção foi retomada e vamos entregar 6 milhões de doses a partir de 12 de junho, então houve 7 milhões de doses que poderiam ter sido entregues ainda em maio, de acordo com o cronograma inicial", afirmou.

Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito, o senador Marco Rogério (DEM-RO) iniciou um bate-boca com o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). A discussão começou após Rogério questionar Dimas Covas se "grosserias" e a "agressividade" do governador João Doria (PSDB) não poderiam ter atrapalhado as tratativas com a China para aquisição de vacinas.

Rogério se referia ao áudio vazado de uma reunião do governo paulista sobre a importação de vacinas, em novembro do ano passado. Na reunião, Doria, insatisfeito com a demora para importação do insumo, afirmou que a história estava "virando uma novela" e que iria "pegar esse chinês pelo pescoço".

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Aziz interrompeu o senador durante seus questionamentos. Para o presidente da comissão, a conversa mostrava a indignação do governador paulista na tentativa de adquirir vacinas, "diferente de outros que não querem", uma referência ao presidente Jair Bolsonaro.

Rogério não gostou da interrupção e pediu para que o presidente contivesse sua "sanha" e que tivesse compostura como presidente da comissão. Aziz pediu respeito ao senador e parabenizou o governador paulista.

Terceira dose

Em depoimento à CPI da Covid, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira que enxerga a necessidade de uma dose de reforço para todas as vacinas contra a Covid-19, principalmente em razão das variantes da doença que circulam atualmente. "Sobre terceira dose: tenho chamado de dose de reforço. Isso será necessário para todas as vacinas, não só em relação a duração da imunidade, mas também em relação as variantes, que colocam dificuldade maior para as vacinas", disse em resposta a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que o questionou sobre os números de eficiência das duas doses de Coronavac.

"Uma dose adicional já com as variantes já está sendo pesquisada inclusive pelo Butantan, que já incorpora variante P1 nos estudos, inclusive com a Butanvac", relatou o diretor do instituto.

Covas ainda explicou que o prazo de 28 dias para que o cidadão receba a segunda dose da Coronavac é o "ideal" para completar o esquema vacinal. Ele explicou, no entanto, que se a segunda dose for tomada posteriormente, não há prejuízo, só uma demora a mais para a pessoa ser completamente protegida.

Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que houve tratamento desigual pelo governo federal nas relações com o instituto ligado ao governo de São Paulo e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que oferta a vacina da AstraZeneca. A resposta foi dada ao senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que o questionou se, na primeira oferta do Butantan feita ao Ministério da Saúde, havia segurança para o governo comprar a vacina.

"A AstraZeneca foi contrata em agosto, no mesmo patamar (de informações que tinha sobre a Coronavac). Tratamentos ocorreram de forma diferente, pedimos contratação nos mesmos moldes, houve duas formas de entender as vacinas", afirmou Covas.

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Quando uma carta de intenções foi assinada com o Ministério da Saúde no dia 19 de outubro, antes de a negociação paralisar em razão da declaração do presidente Jair Bolsonaro, o Butantan já estava em condições de produção e de receber a vacina, disse o diretor do instituto paulista.

Butanvac

Dimas Covas também afirmou na CPI que o Butantan iniciou conversas preliminares com o governo federal sobre a Butanvac, vacina contra Covid-19 que está sendo desenvolvida pelo instituto em parceria com um consórcio internacional. Uma reunião foi realizada na quarta-feira (26), entre uma diretora do instituto e o Ministério da Saúde.

"Diretora teve ontem uma reunião preliminar com secretário-executivo (do Ministério da Saúde), e já se iniciou uma conversa inicial sobre a possibilidade, mas simplesmente inicial, não houve documentação trocada", disse ele.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, admitiu a possibilidade de que a vacina contra Covid-19 precise ser aplicada em doses anuais. Segundo ele, "tudo indica" que haverá necessidade do reforço periódico da vacinação.

"Na minha percepção, como cientista, como médico, tudo indica que haverá necessidade de doses anuais, de reforço, como é a da vacina da gripe, dado que essa infecção tem a possibilidade de se tornar endêmica tudo indica que isso vai acontecer. Algumas companhias já estão trabalhando na possibilidade dessa terceira dose, inclusive o Butantan, que desenvolve estudos para ter o reforço vacinal pelo menos uma vez ao ano", disse Covas nesta quinta-feira.

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Tratativas sobre vacinas

No depoimento à CPI da Covid, o diretor do Instituto Butantan reforçou que a interferência do presidente Jair Bolsonaro na aquisição da Coronavac pelo governo provocou prejuízo nas negociações. À CPI, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que a posição de Bolsonaro não atrapalhou a compra. Segundo Covas, após o episódio, em outubro de 2020, não houve progresso nas tratativas até janeiro deste ano, quando foi fechado o primeiro contrato com o governo.

Na sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou vídeos envolvendo o caso, tanto das manifestações de Bolsonaro como do então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Após a fala do presidente, ele declarou que não havia intenção de comprar vacina chinesa, uma referência à Coronavac.

"Só foi contratada seis meses depois da primeira oferta", ressaltou Covas à CPI. "Então, de fato, questão da vacina não foi bem resolvida pelo País no ano passado. Houve atraso em relação a iniciativa de outros países, mercado global onde a quantidade é pequena e a demanda é enorme", disse ele.

Covas ainda destacou os efeitos de o governo não ter aceitado a primeira oferta, feita em julho do ano passado. "A não aceitação da primeira oferta significa 60 milhões até dezembro de 2020. A partir daí, essas idas e vindas foram dificultando o cronograma, não os quantitativos, porque o Butantan mantinha seu acordo para os 46 milhões, mas tinha condições de chegar aos 100 milhões de doses que poderiam chegar em maio. Como não houve essas definições, o cronograma passou para setembro porque a demanda por vacinas nesse momento era muito grande", disse Covas.

O diretor do Butantan comentou que, quando enfim o governo assinou o contrato, teria sido em consequência de outras iniciativas não terem dado certo, como a tentativa de buscar vacina na Índia e dificuldades com o imunizante da Astrazeneca. "Única disponível era a do Butantan", disse ele.

Covas respondeu também que a interlocução com o Ministério da Saúde sempre foi técnica, e que nunca tratou com o presidente diretamente sobre a compra da vacina. "O fato é que houve mudança, estávamos trabalhando (com área técnica do ministério) conjuntamente até inclusive para caminhar com MP para dar sustentação orçamentária a nossos pleitos, e a partir do dia 20 de outubro isso foi absolutamente interrompido, não houve progresso nessas tratativas", afirmou ele. "Nunca recebi ofício de fato que intenção de compra feita no dia 19 de outubro não era mais válida, mas depois daquilo não houve mais progresso", afirmou.

Decepção

Na CPI, o diretor do Instituto Butantan disse estar "decepcionado" com o tratamento que a instituição teve por parte do governo federal. "Questionar o Butantan significa questionar a saúde pública", afirmou Dimas Covas.

O relator Renan Calheiros apresentou uma série de vídeos feitos tanto por integrantes do Ministério da Saúde, quanto pelo presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, e questionou Covas sobre a eficácia e a segurança da vacina contra Covid-19 produzida pelo Instituto. Para o diretor, a "campanha" feita nas mídias sociais desqualificando a vacina trouxe prejuízos à imagem do instituto.

"Obviamente que quando começou a vacinação, foi a primeira vacina a ser usada, e é a que sustentou o PNI (Programa Nacional de Imunização) até muito recentemente, essa imagem mudou muito. Nós demos a resposta que era esperada do Butantan, nós não saímos do nosso trilho. Se houve dificuldade, foi por parte do ministério", completou Covas.

Na avaliação dele, as posições políticas, "de lado a lado" como colocou o relator da CPI, impediram a vacinação de milhões de pessoas em um prazo anterior ao iniciado no País. "Hoje, infelizmente, nós temos a segunda posição no mundo em número de óbitos. Poderia ter sido amenizada, poderia sim. Obviamente que não é o único pilar, existem outros pilares. Mas este é um pilar que poderia ter começado um pouco antes, sem dúvida nenhuma", declarou.

China

O diretor também reafirmou que as declarações contra a China que acontecem no Brasil atrapalham as negociações com o país asiático. "Obviamente isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram normalmente resolvidas em 15 dias, hoje demoram mais de mês para serem resolvidas", disse.

Covas, no entanto, avaliou positivamente o trabalho realizado pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, que assumiu em março deste ano, após a saída do ex-chanceler Ernesto Araújo. Segundo o diretor, França "tem ajudado muito" na interlocução com a China e a farmacêutica chinesa Sinovac.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que, em dezembro no ano passado, quando o mundo iniciava a vacinação contra Covid-19, o Instituto Butantan já tinha 5,5 milhões de doses Coronovac produzidas e 4 milhões em processamento. Ambos os lotes não tinham contrato com o Ministério da Saúde.

Segundo o diretor, não fossem os "percalços" que o Instituto teve que enfrentar no período, "tanto do ponto de vista do contrato, quanto do ponto de vista também regulatório", o Brasil poderia ter começado a imunização contra Covid-19 ainda no ano passado.

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O diretor do Butantan afirmou que enquanto a maioria dos países já tinha feito a regulamentação para o uso emergencial das vacinas contra covid ,em meados do ano passado, a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) saiu apenas em dezembro de 2020.

De acordo com Covas, não fossem esses "atrasos", o Brasil poderia ter sido o primeiro País do mundo a começar a vacinação contra Covid-19. Para Covas, o cenário não se concretizou por uma falta de "agilidade maior de todos esses autores.

Dimas Covas apresentou aos senadores a cronologia das tratativas com o Ministério da Saúde para compra da Coronavac e afirmou que se o governo tivesse assinado um contrato apresentado ao Ministério em julho do ano passado, 60 milhões de doses da vacina poderiam ter sido entregues ao Programa Nacional de Imunização até dezembro de 2020.

Covas também afirmou que as "idas e vindas" do governo com relação ao tema, apesar de não atrapalharem o quantitativo de vacinas entregues à pasta, continuaram a atrasar o cronograma de entrega dos imunizantes. O contrato final com o governo foi assinado no dia 7 de janeiro deste ano.

Sem apoio financeiro

No depoimento, Dimas Covas também afirmou que, até o momento, não houve apoio financeiro do Ministério da Saúde para a produção da Coronavac. Ele ainda relatou que a campanha negativa nas redes sociais contra o imunizante atrapalhou a fase de testes clínicos, por dificuldade de recrutamento de voluntários.

"Era para o estudo clínico ter terminado em outubro, mas aí nós começamos a ter dificuldade com os estudos clínicos. A dificuldade foi a velocidade de entrada de voluntários porque, nesse momento, existia um ambiente conturbado, um combate muito exacerbado a essa vacina nas redes sociais", disse ele.

Covas também lembrou que, antes de fechar com a farmacêutica chinesa Sinovac, o instituto procurou várias parcerias para desenvolver uma vacina, mas que considerou a cooperação com a empresa ideal porque a tecnologia usada é a mesma que o Butantan domina. "Naquele momento não existia cláusula comercial com a Sinovac, era parceria", afirmou o diretor.

Descaso

Para o líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a fala inicial de Dimas Covas à CPI da Covid mostra que "mais uma vez, o descaso do governo Bolsonaro com as vacinas fica evidente". "É gravíssimo!", classificou Molon no Twitter ao comentar as declarações do diretor do Butantan sobre a negociação dos imunizantes.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento nesta quinta-feira (27) à CPI da Pandemia. Em sua apresentação inicial, ele afirmou que houve um oferecimento de 60 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal ainda em julho de 2020, mas o instituto não recebeu uma resposta efetiva. Segundo o pesquisador, em outubro de 2020, foi feita uma nova oferta de 100 milhões de doses e apenas neste mês houve uma “sinalização positiva para que a vacina fosse incorporada”. 

Na ocasião, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, mas horas depois foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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"Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto", disse Dimas.

Além disso, Covas ressaltou que o Butantan solicitou verbas para eformar uma fábrica e fazer estudos clínicos, o que foi negado. 

"Poderíamos ter iniciado a vacinação antes do que começou? Já tínhamos as doses, já estavam disponíveis. E eu, muitas vezes, declarei em público que poderíamos ser o primeiro país a começar a vacinação", afirmou Dimas. 

O presidente do Butantan afirmou que em dezembro de 2020 o Instituto Butantan já possuía 5,5 milhões de doses da CoronaVac estocadas e 4 milhões em produção. Nessa mesma época, só haviam sido vacinadas 4 milhões de pessoas em todo o mundo.

*Com a Agência Senado

A CPI da Pandemia ouve, nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Esse instituto é responsável pela produção no Brasil da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 mais aplicada até o momento em brasileiros.

Entre outras questões, Dimas Covas será questionado sobre as dificuldades que o Buntantan vem enfrentando para produzir essas vacinas. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que é necessário ter esclarecimentos sobre os motivos do atraso da entrega de insumos provenientes da China. Acompanhe:

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*Da Agência Senado

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, rebateu nesta quarta-feira (26) o estudo que identificou uma menor eficiência da Coronavac em idosos com mais de 80 anos. Segundo ele, a vacina "é eficiente e, neste momento, não existe a necessidade de se preocupar com uma terceira dose".

Covas afirmou que os estudos do Butantan realizados nas cidades de São Paulo e Serrana (SP), no Estado do Ceará e também no Chile mostram que a vacina tem alta eficiência também nos idosos. "Ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos em todas as faixas etárias", disse, em vídeo publicado no Twitter pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB).

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Na última semana, o estudo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Eficácia de vacinas contra covid-19 no Brasil), elaborado pelo Vebra Covid-19, mostrou que a efetividade do imunizante entre os que têm mais de 80 anos foi menor do que a taxa global identificada pelo Butantan, de 50,7%. A Coronavac foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e é distribuída no Brasil pelo instituto.

Para Covas, a pesquisa "não corresponde aos fatos". "Portanto, fiquem tranquilos", afirmou.

A ButanVac deverá ser uma “vacina superior” por incorporar o aprendizado com a primeira geração de imunizantes contra o novo coronavírus, segundo o diretor do Instituto Butatan, Dimas Covas. “Temos uma perspectiva que essa seja uma vacina superior do ponto de vista de indução de imugenicidade [capacidade de induzir o corpo a responder ao vírus]. Nós incorporamos os conhecimentos da primeira geração de vacinas”, disse hoje (29) ao participar de um seminário promovido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

O Butantan iniciou a produção da nova vacina antes mesmo de ter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testar o imunizante em seres humanos. “Iniciamos a produção industrial da vacina. É o que nós chamamos de produção em risco”, destacou Covas. A previsão é que, segundo ele, sejam produzidos seis lotes com 18 milhões de doses.

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Mais barata

Além dos aprimoramentos incorporados a partir dos resultados com outros imunizantes, especialmente a CoronaVac, produzida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac, Covas ressaltou que o imunizante deverá ser mais barato do que os disponíveis atualmente. “Além de ser uma vacina já aperfeiçoada, vai permitir o barateamento e extensão da vacina para os países pobres e de renda média”, acrescentou.

A ButanVac está sendo desenvolvida, de acordo com Covas, por um consórcio internacional, sem a detenção de patente, ficando aberta para ser replicada. O diretor do Butantan ressaltou que imunizantes mais baratos vão ser fundamentais para conter a epidemia no mundo. “Não adianta a gente vacinar a população dos Estados Unidos, da Europa, se não vacinar a população da África e da América Latina”, disse.

Apesar das melhorias incorporadas ao imunizante, Covas avalia que as vacinas não vão resolver a curto prazo a convivência com o novo coronavírus. “Uma vacina não vai resolver, vai ser preciso gerações de vacinas. E provavelmente a vacinação anual”, acrescentou.

Testes

Na última sexta-feira (23), o Instituto Butantan enviou à Anvisa o pedido para início dos testes em humanos da ButanVac, de fases 1 e 2. Os estudos deverão começar com 1,8 mil voluntários. Já a Fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir 9 mil pessoas. Poderão fazer parte dos testes inclusive adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19.

A tecnologia da ButanVac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade de aves, geneticamente modificado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra.

O desenvolvimento complementar da vacina será todo feito com tecnologia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou na manhã desta terça-feira (27) que, apesar de um "pequeno" atraso, a entrega de vacinas contra a covid-19 ao Ministério da Saúde deverá ser retomada no próximo dia 3 de maio. A previsão inicial era que o instituto concluísse o primeiro contrato com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 46 milhões de doses até o fim de abril. Ao todo, restam ser entregues 3,2 milhões de doses.

Em entrevista à rádio CBN, Covas rebateu as declarações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ontem, durante audiência no Senado, disse haver "dificuldades com a segunda dose". Segundo o diretor do Butantan, a programação foi feita com antecedência e o Ministério da Saúde imediatamente avisado da possibilidade de "qualquer interveniência".

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No fim de março, o governo federal passou a orientar que não era mais preciso reservar metade dos lotes da Coronavac para garantir a segunda dose e municípios correm o risco de suspender a campanha vacinal até que as entregas sejam restabelecidas - ou de vacinar pessoas além do período previsto para eficácia máxima do imunizante.

"Alguns Estados fizeram a reserva para a segunda dose, como é o caso de São Paulo, portanto aqui não tem faltado a segunda dose no prazo determinado. Agora, outros não fizeram essa reserva, inclusive por conta da orientação do próprio ministério", afirmou Covas.

Ao falar nesta sexta-feira sobre a Butanvac, possível nova vacina contra a Covid-19, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que pretende enviar um dossiê de desenvolvimento clínico à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda hoje. Se tudo correr bem nos testes, o instituto começará a produzir a vacina em larga escala em maio, iniciando a aplicação na população em julho. O objetivo, lembrou, é fabricar 40 milhões de doses até o fim do ano.

A técnica usada pela Butanvac é a mesma empregada na produção da vacina da gripe, que já é feita no Butantan. A vacina é produzida em ovos de galinha e o País não dependerá de insumos importados para a sua produção. Dentre as vantagens dessa tecnologia, Dimas Covas destacou o baixo preço e a segurança. O diretor do Butantan disse que nenhuma outra vacina contra a covid-19 utiliza essa técnica. O lote piloto, que será usado nos ensaios clínicos, já está pronto.

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O instituto tem capacidade para produzir 100 milhões de doses da Butanvac por ano, afirmou Covas. A prioridade de compra é do Ministério da Saúde, mas o excedente poderá ser vendido ao governo de São Paulo ou exportado para outros países. O compromisso do Butantan é fornecer a vacina para países de baixa e média renda. Vietnã e Tailândia estão ao lado do Brasil no consórcio internacional para a produção da Butanvac.

Covas falou que o desenvolvimento da vacina começou há um ano. "De lá para cá, foi uma luta intensa de toda a equipe", disse. Ele adiantou que os resultados dos testes pré-clinicos se mostraram extremamente promissores. A vacina foi enviada à Índia para ser testada em animais e, segundo o Butantan, teve resultados "excelentes". Já os testes clínicos de fase 1 e 2 devem começar em abril e durar de 45 a 75 dias.

Covas acredita que a fase de estudos clínicos pode ser encurtada porque já há um conhecimento maior sobre vacinas contra a covid-19. "O estudo pode ser feito de forma comparativa com as demais vacinas do ponto de vista imunológico." Os voluntários dos ensaios clínicos são pessoas dos grupos que ainda não estão sendo vacinados no Brasil.

"A gente superou várias etapas, tem um bom produto, promissor. Tem algumas etapas ainda a superar, das fases clínicas, mas estamos bem confiantes", disse Ricardo Oliveira, diretor de produção do Instituto Butantan.

Dose única

Covas falou que essa é uma vacina mais imunogênica e, por isso, existe a possibilidade de ser aplicada em dose única. Fatores como quantidade de doses e o intervalo entre elas serão avaliados nos estudos clínicos. "Essa é a geração 2.0 da vacina. Nós aprendemos com as vacinas anteriores e agora sabemos o que é uma boa vacina para a covid-19. Essa já incorpora algumas dessas modificações", disse.

Não há nenhum recurso do Ministério da Saúde alocado no desenvolvimento da vacina neste momento. "Os recursos são do Butantan e do Estado de São Paulo", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Os estudos clínicos serão financiados pelo Instituto Butantan, que já tem recursos reservados para isso.

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