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O tom duro da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a cautela diante do temor de piora das contas públicas, em meio à onda de reivindicação de reajuste salarial por servidores públicos federais, não apenas jogaram o dólar para cima como fizeram o real amargar um dos piores desempenhos entre as divisas emergentes na sessão desta quarta-feira, 5, atrás apenas do rublo e da lira turca.

Pela manhã, o mercado até ensaiou um movimento de realização parcial de lucros, após a alta de 2,05% da divisa nos dois primeiros pregões do ano. Em sintonia com o movimento expressivo de queda da moeda americana lá fora, a taxa de câmbio rompeu a linha de R$ 5,65 e desceu até a mínima de R$ 5,6428.

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Mesmo antes da divulgação da ata do Fed, contudo, o dólar já ganhava força por aqui, embora ainda se mantivesse em leve queda, na casa de R$ 5,68.

Segundo operadores, após movimentos de ajustes e realização de lucros pela manhã, investidores remontavam posições defensivas, à espera do BC americano e de olho na movimentação do funcionalismo público. Pesou no mercado a notícia de que 150 auditores-fiscais do Trabalho já deixaram postos de chefia ou coordenação, seguindo a toada de servidores da Receita Federal e do Banco Central, que entregaram cargos de chefia. Categorias diversas pressionam por reajustes após o governo reservar espaço de R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 contemplar apenas polícias federais.

A pá de cal sobre a moeda brasileira veio com a ata do Fed. O documento informou que dirigentes do BC americano consideram que pode ser necessário "elevar os juros mais cedo e a ritmo mais rápido". E mais: alguns dirigentes até "consideraram apropriado reduzir o balanço após a alta de juros". Em resumo, o Fed não vai apenas deixar de injetar dinheiro (com o fim do programa mensal de compra de bônus) como iniciará a alta de juros e estuda começar a enxugar a liquidez do sistema. Embora se pondere que é preciso avaliar os riscos de novas variante do coronavírus, como a Ômicron, a avaliação é de que o crescimento americano seguirá robusto em 2022. A leitura de que a inflação é um fenômeno transitório foi abandonada.

As apostas em alta de juros nos EUA em março ganharam ainda mais força e as taxas dos Treasuries renovaram máximas. o índice DXY - que mede a variação do desempenho do dólar frente a seis moedas fortes - diminuiu rapidamente o ritmo de queda e voltou a trabalhar acima da linha dos 96,100 pontos. A moeda americana também reduziu a baixa em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com leve alta frente ao peso mexicano, o principal par do real. O dólar subiu mais de 2% em relação a lira turca e ao rublo, que já vinham apanhando mesmo antes da ata do Fed.

Por aqui, a moeda não apenas trocou de sinal como passou a trabalhar acima da linha de R$ 5,70. Com renovação de sucessivas máximas na última hora de pregão, quando atingiu R$ 5,7131, o dólar à vista fechou a R$ 5,7121, em alta de 0,39%. Com isso, a divisa acumula valorização de 2,44% nos três primeiros pregões deste ano.

Para o gestor Sergio Zanini, sócio da Galapagos Capital, está claro que o real apresenta um desempenho pior que a maioria dos emergentes porque "questões idiossincráticas" do Brasil estão "pesando muito" sobre os ativos domésticos. "Existe a dinâmica da curva de juros americana, mas ela é igual para todo mundo. Mesmo em dias em que as moedas emergentes apreciam bastante, o real tem performance pior", afirma Zanini, destacando que o peso chileno e o peso colombiano, por exemplo, apresentaram um bom desempenho nesta quarta-feira.

Zanini observa que o mercado brasileiro "precifica uma probabilidade alta de deterioração fiscal ainda maior", diante das pressões cada vez mais elevadas por aumento dos gastos públicos, na esteira da reivindicação de reajuste por diversas categorias do funcionalismo público.

Mesmo com a renda fixa brasileira oferecendo prêmios elevados em relação a outros países emergentes, dado o nível das taxas de juros locais, os investidores não se mostram dispostos a apostar na moeda brasileira. Além das incertezas fiscais e da questão eleitoral, que mantêm os prêmios de risco elevados, a perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos desencoraja posições contra o dólar neste momento, observa Zanini.

"O mercado inteiro sabe que os ativos brasileiros estão baratos, mas este não é o momento de se engajar. Talvez haja uma recuperação no terceiro trimestre, quando ficar mais claro a questão da alta de juros nos EUA e da eleição aqui dentro", diz o gestor da Galapagos, que trabalha com cenário de três altas dos juros nos EUA neste ano, com a primeira elevação já em março.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022. A estimativa para o câmbio continuou em R$ 5,60, de R$ 5,55 há quatro semanas.

Para 2023, a mediana seguiu em R$ 5,40, mesma cotação estimada há um mês. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro de 2021 pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Em um ano coroado por preocupações em relação a novas cepas da covid-19 globalmente e, aqui, por incertezas fiscais, econômicas, políticas e, principalmente sobre a condução e intensidade da política monetária em um momento de inflação ascendente, o dólar avançou sobre o real. Mesmo com uma queda contundente, de 2,06%, na última sessão do ano, levando a moeda a R$ 5,5759 nesta quinta-feira, no acumulado de 2021 a divisa americana saltou 7,46% sobre a moeda brasileira. Há um ano, 2020 terminava com o dólar a R$ 5,1887.

"Desde o início da pandemia você tem elevação do dólar, 2021 foi uma sequência dos riscos globais de 2020. Teve movimento de todo o mundo procurando portfólios mais defensivos, isso significa que a moeda americana teve grande procura global, assim como ouro e algumas criptomoedas", destaca Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.

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Ante emergentes, o movimento piorou no segundo semestre diante de dados de que a recuperação global será pior que o esperado no ano que vem. Isso, num cenário de países desenvolvidos com juros mais altos e com os Estados Unidos retirando estímulos monetários da economia, o que enxuga a liquidez global, afasta interesse e fluxo dos investidores em países como o Brasil.

No dia, após subir quase 1% ontem, o câmbio encontrou espaço hoje para não só devolver a alta do dólar, mas reverter o quadro para o mês e garantir uma valorização do real em dezembro. No mês, o dólar caiu 1,06% frente a divisa brasileira.

Num dia de alívio geral para os ativos domésticos, dados fiscais brasileiros divulgados ontem e hoje, que mostram uma surpresa positiva na arrecadação federal retiraram um pouco do mau humor interno. E, lá fora, dados melhores nos Estados Unidos diminuíram a aversão a risco. Com um fluxo melhor de investidores para os ativos de risco doméstico, o que sustentou uma alta de 0,7% na bolsa, o dólar cedeu.

"Em temos de indicadores, tivemos divulgação de dados fiscais ontem (Governo central) e hoje (setor público consolidado), que foram positivos. Ontem a moeda brasileira teve um desempenho ruim, hoje está tirando um pouco", aponta Felipe Sichel, estrategista da Moldamais.

Hoje, o Banco Central mostrou que o setor público consolidado, que inclui governo central, estados, municípios e estatais, teve um superávit de R$ 15,03 bilhões em novembro, melhor resultado desde 2013. Em 12 meses, o resultado é positivo em R$ 12,76 bilhões, o melhor desde outubro de 2014.

Favorece o cenário local ainda a boa percepção dos investidores em relação ao novo marco cambial. A lei permite, entre outras coisas, a abertura de conta em dólar no Brasil por um investidor estrangeiro, a compra e venda de moeda estrangeira por agentes que não apenas bancos e corretoras e a facilitação de remessa do exterior para uma instituição brasileira que tenha um correspondente bancário fora do País.

Assim, o real conseguiu um alívio, inclusive, superior aos pares emergentes, depois de semanas pressionado. Lá fora, a divisa cai ante o peso mexicano e opera próxima da estabilidade, mas com viés de alta, ante o rand sul africano e os pesos argentino e chileno. Aqui, a moeda terminou o dia bem distante da máxima intradia, pela manhã, quando chegou a tocar os R$ 5,7044. Na mínima, a moeda americana operou na casa dos R$ 5,54.

"O real já está pressionado há muito tempo, você já tinha um preço além do movimento normal, pelo risco. Qualquer movimento vindo lá de fora que melhorasse um pouco a percepção de risco, traz melhora forte. Moeda muito estressada acaba tendo muito fluxo e muita volatilidade", afirma Franchini, da Monte Bravo.

Para o ano que vem, o cenário para o câmbio não é animador. Com a retirada efetiva dos estímulos americanos e as altas de juros prometidas, que devem ser seguidas por outros países desenvolvidos, o fluxo a emergentes deve ficar prejudicado. No Brasil, o cenário se agrava pelas incertezas eleitorais, que devem garantir um câmbio volátil e com tendência de alta.

A curva de juros apresenta ligeira inclinação na manhã desta segunda-feira (20), com a indicação de alta nos vencimentos intermediários e longos. A elevação dos prêmios está relacionada à aversão ao risco no exterior, que mantém o dólar fortalecido ante boa parte das moedas de países emergentes, como o Brasil. Por outro lado, os temores com a disseminação da variante Ômicron derrubam os preços do petróleo, o que aponta para a desinflação e limita um aumento mais pronunciado das taxas. Além disso, a estabilização nas estimativas de inflação mostradas pelo Boletim Focus confirma os efeitos do tom mais duro da comunicação do Banco Central e é fator considerado positivo.

Às 9h18 desta segunda, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,75%, ante 11,80% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2025 projetava 10,80%, contra 10,75% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 10,77%, contra 10,70%.

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A segunda-feira que abre a última semana "útil" do mercado financeiro em 2021 começa com viés negativo no exterior, por conta dos temores de disseminação da Ômicron. Com alguns países da Europa voltando a adotar medidas restritivas à circulação e previsões menos otimistas para o crescimento econômico em diversas regiões, o dia é de queda nas bolsas da Europa e no pré-mercado de Nova York, com aumento da busca dos investidores pelos Treasuries.

A semana é de agenda doméstica escassa e terá como seu ponto mais importante a divulgação do IPCA-15 de dezembro, na quinta-feira. Hoje o destaque fica por conta do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Pela segunda semana consecutiva, o mercado mostra uma estabilização em suas estimativas para a inflação deste e dos próximos anos, colocando fim a uma longa sequência de elevações.

Na última edição do Focus, os agentes do mercado reduziram marginalmente a projeção do IPCA de 2021 de 10,05% para 10,04%. Elevaram também marginalmente a estimativa para 2022 (de 5,02% para 5,03%), e reduziram os prognósticos de 2023 (de 3,46% para 3,40%) e para 2024 (de 3,09% para 3,00).

O cenário político segue no radar do investidor desde a semana passada, com a percepção de que a antecipação da corrida eleitoral pode ter impacto fiscal. O temor é que um "pacote de bondades" do presidente Jair Bolsonaro, em busca de recuperar popularidade, tenha efeitos além dos já estimados nas contas públicas.

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC), trouxe nova alteração no cenário da moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período este ano passou de R$ 5,56 para R$ 5,59, ante R$ 5,50 de um mês atrás.

Para o final de 2022, a estimativa para o câmbio continuou em R$ 5,55, de R$ 5,50 há quatro semanas. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC), trouxe alteração no cenário da moeda norte-americana em 2021 e 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período este ano passou de R$ 5,50 para R$ 5,56, ante R$ 5,50 de um mês atrás.

Para 2022, a estimativa para o câmbio subiu de R$ 5,50 para R$ 5,55, de R$ 5,50 há quatro semanas. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (8) pelo Banco Central (BC), trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2021 e 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período este ano permaneceu em R$ 5,50, ante R$ 5,25 de um mês atrás.

Para 2022, a estimativa para o câmbio também ficou em R$ 5,50, de R$ 5,25 há quatro semanas. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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Riscos fiscais elevados, deterioração dos termos de troca do Brasil e um ambiente externo menos favorável devem levar o real a se enfraquecer ainda mais em 2022, avalia o economista da Capital Economics Joseph Marlow. "Esperamos que o real continue sob pressão ao longo do próximo ano. Nossa projeção é de taxa de câmbio a R$ 6,00 no fim de 2022", afirma Marlow, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira, 4.

O economista avalia que, com o presidente Jair Bolsonaro atrás nas pesquisas eleitorais, é improvável que o governo adote medidas na área fiscal capazes de melhorar a trajetória da dívida pública. A austeridade fiscal, ressalta Marlow, também não é a prioridade para o principal concorrente de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"A despeito de quem vencer a eleição, achamos que será difícil para o governo introduzir medidas de austeridade", afirma o economista da Capital Economics, ressaltando que a economia brasileira estará enfraquecida e que há muita rigidez nos gastos públicos. "Isso pode impedir o governo de retornar a níveis de dívidas sustentáveis ao longo dos próximos dois anos".

Marlow também vê uma piora dos termos de troca do país, por conta de novas quedas do preço do minério de ferro em particular. Ele destaca que o real já mostra uma fraqueza superior ao que sugeriria o atual nível dos termos de troca. A moeda brasileira, observa, pode até não ser tão fortemente afetada por essa piora como se viu historicamente, mas será de alguma forma abalada.

Além da questão fiscal e da queda dos preços de produtos exportados pelo Brasil, o economista também acredita que o ambiente externo será desfavorável para o real. Embora a economia mundial apresente uma retomada após o tombo provocado pela pandemia do novo coronavírus, o ritmo da recuperação vai desacelerar, com o crescimento nos Estados Unido e na China menores do que se espera. Ao mesmo tempo, o Federal Reserve e outros bancos centrais de países desenvolvidos devem continuar o processo de normalização de suas políticas monetárias.

Marlow destaca que muitas notícias ruins já foram incorporadas nos preços e que o descolamento do real em relação aos fundamentos dos termos de troca já é acentuado. Os prêmios de risco, nota o economista, também são relativamente altos. "Um aperto monetário maior provavelmente dará algum suporte ao real. No entanto, duvidamos que uma recuperação da moeda brasileira ocorra durante as eleições e esperamos que o real permaneça sob pressão no próximo ano e depois", afirma.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central, trouxe alteração para o cenário da moeda norte-americana em 2021 e 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período este ano passou de R$ 5,25 para R$ 5,45, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa para o câmbio também subiu de R$ 5,25 para R$ 5,45, de R$ 5,24 há quatro semanas.

Depois das manobras propostas pelo governo Bolsonaro no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Família a R$ 400, diversas instituições alteraram seus cenários, prevendo uma deterioração econômica maior devido à perda de credibilidade da âncora fiscal.

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A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar opera em alta na manhã desta sexta-feira (22) na contramão da queda predominante no exterior, após a saída de Bruno Funchal (secretário especial do Tesouro e Orçamento) e de Jeferson Bittencourt (secretário do Tesouro), juntamente com seus adjuntos, da equipe econômica, por discordarem do drible no teto de gastos com o Auxílio Brasil de R$ 400, avalizado pelo ministro Paulo Guedes. Os investidores olham ainda a alta dos rendimentos da T-Note 2 anos nos EUA, a 0,4574%, ante 0,4360% no fim da tarde de ontem, enquanto o T-Bond 30 anos recuava a 2,120, de 2,131%.

Podem aumentar ainda as apostas de que o Banco Central (BC) terá que ser mais agressivo com a política monetária nas próximas reuniões daqui pra frente. Antes mesmo do anúncio dessa nova ruptura na equipe de Guedes, a curva de juro já apontava ontem para a possibilidade de alta de 150 pontos-base da Selic, para 7,75% ao ano, na semana que vem e de 125 p.b em dezembro. De 51 instituições pesquisadas, 15 (29%) preveem um aumento de 1,25 ponto ou mais da Selic em outubro, conforme pesquisa do Projeções Broadcast. A aposta em alta de 1 ponto dos juros em outubro, a 7,25%, ainda continuava majoritária, com 36 instituições até a tarde desta quinta-feira.

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Dia 'sangrento'

Para o trader Luís Felipe Laudisio dos Santos, da Renascença DTVM, o que o mercado mais temia, aconteceu - e com uma velocidade muito mais intensa. Hoje, em sua percepção, devemos ver mais um dia "sangrento" com o anuncio da saída de Funchal e Bittencourt. "Paulo Guedes na corda bamba, mesmo com o presidente Bolsonaro reiterando apoio ao ministro, é mais um foco de tensão. O cenário externo mais positivo, não deve evitar mais um forte movimento no real", avalia Santos em relatório nesta manhã.

Por volta das 9h20 desta sexta, o dólar à vista registrava máxima a R$ 5,7065 (+0,69%) e o dólar futuro para novembro subia até R$ 5,7135 (+0,83%).

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) fez, nessa quinta (14), um alerta para a escalada do preço do querosene de aviação (QAV), que registrou alta de 91,7% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Segundo a ABEAR, também preocupam os sucessivos recordes de cotação do dólar em relação ao real. Para a associação, os dois fatores ameaçam a retomada mais consistente da aviação comercial brasileira e vêm “pressionando os preços das passagens aéreas”.

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Preços das passagens

O levantamento mais recente da ANAC mostra que a tarifa média aérea doméstica real do segundo trimestre de 2021 registrou queda de 19,98% em comparação com o mesmo trimestre de 2019, período prévio aos impactos da pandemia da Covid-19. O preço médio do bilhete foi de R$ 388,95, ante R$ 486,10.

A ABEAR destaca que qualquer comparação de preços de bilhetes tendo como referência o ano de 2020 leva em consideração os menores valores históricos por causa do impacto da pandemia.

De acordo com a associação, a tarifa aérea doméstica do ano passado se situou em R$ 376,29, o “menor preço em 20 anos”.

Querosene

Segundo pesquisa da ABEAR, no primeiro semestre de 2021, o preço médio do querosene de aviação na bomba, no Brasil, foi 24,6% superior do que nos Estados Unidos.

O dólar opera em queda nos primeiros negócios pós feriado local. Os ajustes precificam o cenário externo positivo antes da divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI) americano de setembro. À tarde, as atenções devem se voltar para a ata da ultima reunião de política monetária do Federal Reserve.

Lá fora, os futuros de Nova York, juros dos Treasuries longos e dólar recuam, enquanto bolsas na Europa seguem mistas, após a cautela predominante na terça-feira, 12, com temores de que a crise energética global, causada por restrições de oferta, continue pressionando a inflação e prejudicado a retomada econômica. Dados positivos da balança comercial da China em setembro beneficiam ainda as moedas emergentes e ligadas a commodities frente o dólar.

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O petróleo recua e o preço do minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou em queda de 4,66% nesta quarta-feira (13), cotado a US$ 124,17 a tonelada, informou um operador. Ontem, quando os mercados brasileiros estavam fechados devido ao feriado, a commodity terminou em baixa de 3,55%, a US$ 130,24. Com isso, o minério quase apaga os ganhos obtidos na segunda-feira (11).

Relatório da OCDE, divulgado nesta quarta-feira, mostra que a taxa de desemprego dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico diminuiu pelo quarto mês consecutivo em agosto, mas permaneceu bem acima de níveis pré-pandemia. A taxa de desemprego do grupo recuou para 6% em agosto, ante 6,1% em julho. Já em relação a fevereiro de 2020, um mês antes de a covid-19 ser declarada pandemia, a taxa de agosto ainda é 0,7 ponto porcentual maior. No fim de agosto, os países da OCDE tinham 39,7 milhões de desempregados, 1 milhão a menos do que no mês anterior, mas ainda 4,3 milhões acima do patamar de fevereiro de 2020, mostra o documento.

Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) repetiu avanço de 1,43% na primeira leitura de outubro, idêntico ao apurado no fechamento de setembro. A alta acumulada em 12 meses é de 10,45%, maior do que os 9,61% ocorridos no período até setembro.

Às 9h17 desta quarta, o dólar à vista caía 0,44%, a R$ 5,5133. O dólar futuro para novembro, mais negociado, recuava 0,45%, a R$ 5,530.

O real liderou as perdas entre as moedas emergentes em relação ao dólar nesta segunda-feira (4), dia marcado por movimento de fuga de ativos de risco em todo o mundo. Sinais de inflação persistente nos Estados Unidos e Europa, em meio à crise energética global e à disrupção das cadeias produtivas, o impasse em torno da elevação teto da dívida americana e os problemas de solvência da incorporadora chinesa Evergrande - após suspensão de negócios com suas ações em Hong Kong - mantiveram os investidores na defensiva.

Mais uma vez, os ativos domésticos estão entre os mais castigados por causa dos problemas locais. Além da novela em torno dos precatórios e do auxílio emergencial, pesa sobre o sentimento dos investidores o avanço da crise hídrica, que ganhou um novo capítulo com a inclusão de "jabutis" da MP que lida com o tema e suas repercussões nas expectativas de inflação e crescimento. O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) revelou que, segundo cálculos da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), alguns "jabutis" terão um custo de até R$ 46,5 bilhões a serem bancados por consumidores.

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A revelação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem recursos em empresa offshore mantida no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas causa desconforto, por minar o já abalado prestígio dele. Mas, segundo operadores, não tem, por ora, peso decisivo nos rumos do mercado. A série de reportagens batizada como "Pandora Papers" revelou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também mantém contas no exterior.

Em alta desde a abertura dos negócios, quando registrou a mínima a R$ 5,3744, o dólar operou acima da linha de R$ 5,40 a maior parte da sessão e chegou a flertar com o patamar de R$ 5,45, ao correr até a máxima de R$ 5,4565 à tarde. No fim do pregão, o dólar à vista subia 1,44%, cotado a R$ 5,4465 - maior valor de fechamento desde 27 de abril (R$ 5,4612). O dólar futuro para novembro subia 1,53%, a R$ 5,4670, em dia de liquidez reduzida (na casa de US$ 10,8 bilhões), o que denota pouco apetite por novas apostas.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - recuava cerca de 0,20%, na casa dos 93,800 pontos, em correção após as altas recentes e avanço do euro. A moeda americana avança em bloco frente a divisas emergentes, com ganhos mais acentuados frente ao real e ao rand sul-africano (+1,03). Entre países exportadores de commodities, destaque para o rublo, que avança na esteira dos ganhos do petróleo, após a Opep+ se recusar a aumentar o volume de oferta (atualmente em 400 mil barris), mesmo com pressão dos Estados Unidos.

O quadro de inflação em alta na Europa, às voltas com a crise energética, e nos Estados Unidos - aliado a temores de desaceleração da economia chinesa - jogam dúvidas sobre o crescimento global no próximo ano. Isso tudo em meio à expectativa de redução da liquidez com o Federal Reserve dando início a redução da compra mensal de bônus em novembro ou dezembro, o que eleva a expectativa para a divulgação do relatório de emprego (payroll) americano de setembro, na sexta-feira, 8.

"O mercado já vem nessa dinâmica de 'risk off' faz alguns dias e isso se acentuou hoje. O Fed já praticamente anunciou o tapering para a sua aproxima reunião, as taxas dos Treasuries estão em alta e o dólar está se fortalecendo no exterior", afirma o head de câmbio da head de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, Alexandre Netto. "Aqui continuamos com todas as nossas preocupações fiscais e essa tendência populista do governo Bolsonaro".

Para Netto, a revelação das contas offshore de Guedes e Campos Neto, embora não chegue a ser uma surpresa, incomoda ao mercado ao mostrar que as duas principais autoridades responsáveis pela condução da política econômica têm "um viés comprado em dólar". Ele ressalta que, apesar de não haver nada que sugira que Guedes ou Campos Neto tenham agido de má-fé ou de forma imprópria, a credibilidade de ambos fica arranhada.

No front doméstico, ganha cada vez mais força a ideia da estagflação em 2022, com redução das estimativas de crescimento e aumento das expectativas de inflação. Já há quem veja a taxa Selic perto de 10% no ano que vem. Isso em meio à pressão por expansão de gastos em plano ano eleitoral. Não é à toa que parte do mercado vê nas intervenções do BC no mercado de câmbio - via swaps cambiais - o desejo de suavizar a alta do dólar e evitar, assim, aumento ainda maior das pressões inflacionárias.

Pela manhã, o BC colocou no mercado a oferta integral de 14 mil contratos (US$ 700 milhões) de swap cambial extra, relacionado ao overhedge dos bancos. Também foi absorvida pelo mercado a oferta total de 15 mil contratos (US$ 750 milhões) da rolagem de vencimentos programados para dezembro.

Em evento na Associação Comercial do Estado de São Paulo, Campos Neto disse que o BC atua o mercado de câmbio para evitar ruptura de liquidez, manter a conexão com os preços e tirar o incentivo para que investidores migrem para outros instrumentos de hedge. Ao ser indagado em relação ao fato de o dólar não ter caído em resposta ao choque de aumento de commodities, Campos Neto disse que "em parte é o fiscal".

"Precisamos ter certeza de que arcabouço fiscal será mantido. Se agentes tiverem percepção de que não existe mais teto nem Lei de Responsabilidade Fiscal, haverá reprecificação de ativos", advertiu o presidente do BC.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, discorda da avaliação (de parte do mercado) de que as intervenções do BC no mercado de câmbio tenham como motivo tentar deter a depreciação do real para conter a inflação. "As intervenções da política cambial não têm ocorrido para mexer em patamar nos últimos tempos e nada mudou no tocante a isso", comenta, em nota, Sanchez, que estima Selic em 9,25% no fim do ciclo de aperto monetário, em fevereiro de 2022, e dólar a R$ 5,35 no fim do ano.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 4, pelo Banco Central (BC), não trouxe alterações para o cenário da moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período continuou em R$ 5,20, ante R$ 5,17 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa para o câmbio passou de R$ 5,24 para R$ 5,25, de R$ 5,20 há quatro semanas.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo Banco Central. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O dólar inicia a terça-feira (21) em baixa, em sintonia com o ambiente internacional menos tenso. Embora os temores relacionados à crise de solvência da chinesa Evergrande sigam no radar do investidor, o dia é de correção dos preços dos ativos.

Com a recuperação dos preços das commodities e alta nas bolsas internacionais, o dólar recua ante moedas fortes, emergentes e de países exportadores de commodities.

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À espera de novas notícias sobre a economia chinesa, investidor aguarda também as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, na quarta-feira.

O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, ampliou perdas nas últimas horas à medida que os investidores voltaram a procurar ativos de maior risco, após a forte liquidação de ontem provocada por preocupações com a crise da Evergrande.

Em carta divulgada hoje, o presidente do conselho de administração da gigante do setor imobiliário disse que a empresa "cumprirá suas responsabilidades", segundo a Reuters.

No cenário doméstico, o foco nesta manhã vai para o presidente Jair Bolsonaro, que às 10 horas faz o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Para o mesmo horário está marcada a reunião entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O encontro buscará soluções para o imbróglio do pagamento dos R$ 89 bilhões de precatórios em 2022.

Às 9h47, o dólar à vista era negociado a R$ 5,3077, em baixa de 0,44%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em outubro recuava 0,40%, aos R$ 5,3165. O DXY cedia 0,17%.

O dólar opera em alta neve na manhã desta quinta-feira, alinhado à tendência internacional de apreciação da moeda norte-americana. Lá fora, as atenções se voltam à divulgação de indicadores econômicos importantes, a menos de uma semana da reunião de política monetária nos Estados Unidos. A cautela com o ambiente político doméstico também conta nos negócios, o que vem impedindo o real de recuperar valor ante o dólar.

As vendas no varejo americano subiram 0,7% em agosto ante julho e ficaram bem acima das previsões, que indicavam queda de 0,8%. Em contrapartida, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram 20 mil na última semana, para 332 mil, contra previsão de 320 mil solicitações

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Por aqui, destaque para o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que avançou a 1,10% na segunda quadrissemana de setembro, após 0,91% na primeira leitura. O índice acumula alta de 9,25% em 12 meses.

Das oito categorias de despesas que compõem o indicador, cinco aceleraram da primeira para a segunda quadrissemana de setembro, com destaque para Habitação, que subiu de 1,13% para 1,77%. O item com maior influência no grupo foi tarifa de eletricidade residencial, de 2,15% para 4,48%.

Já o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) caiu 0,37% em setembro, após ter aumentado 1,18% em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda foi menos intensa do que a mediana negativa de 0,52% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast (-1,19% a -0,20%). Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de setembro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram recuo de 0,76%, ante uma alta de 1,29% em agosto.

Às 10h03, dólar à vista era negociado a R$ 5,2527, em alta de 0,29%. No mercado futuro, o dólar para liquidação em outubro avançava 0,40%, aos R$ 5,2630.

O Dollar Index (DXY), que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis divisas fortes, tinha alta de 0,38%.

O ministro das Comunicações, Fabio Faria, genro de Silvio Santos, imitou o sogro ao lado do apresentador Celso Portiolli ao fazer uma piada com o preço do dólar, que recentemente chegou à cotação de R$ 6. O momento foi gravado durante um almoço no fim de semana e publicado pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.

“Você está fazendo o Show do Milhão porque o dólar está R$ 6. Se estivesse R$ 2, quem faria era eu e a Patrícia [Abravanel, filha de Silvio]. Você sabe que R$ 1 milhão não vale nada, Celso”, diz o ministro, imitando o dono do SBT.

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“Vale muito”, responde Portiolli, que é o atual apresentador do programa Show do Milhão, que no passado era apresentado por Silvio Santos. “Vale pra você”, diz Faria, em tom de brincadeira.

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Em queda esperada recentemente, o dólar voltou a registrar alta de 0,65% nessa terça-feira (14), e fechou o dia cotado a R$ 5,257 na venda. O valor se mantém entre R$ 5,25 e R$ 5,26 também nesta quarta-feira (15), para compra e venda. A oscilação crescente alerta o mercado internacional e acaba inflando o efeito dominó na economia brasileira.

Ainda ontem (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, não fosse o que ele chama de "barulho político", o câmbio de equilíbrio no Brasil estaria hoje entre R$ 3,80 e R$ 4,20. "Esse dólar já era para estar descendo, mas barulho político não deixa descer. Não tem problema dólar mais alto, mais tempo para exportações. O importante é continuar fazendo tudo certo", afirmou.

Após a alta de 2,89% ontem, em meio ao agravamento da crise institucional na sequência das manifestações de 7 de setembro, o dólar caminhava para encerrar o pregão desta quinta-feira (09) em leve queda, na casa de R$ 5,30. Operadores afirmavam que o declínio da moeda americana no exterior e a perspectiva de alta mais forte da taxa Selic, na esteira do IPCA de agosto acima das expectativas, abriam espaço para ajuste de posições e davam certo fôlego ao real, em dia até então marcado por queda da Bolsa e alta firme dos juros futuros.

Na reta final dos negócios, o jogo virou. Declarações em tom apaziguador do presidente Jair Bolsonaro sobre a crise dos Poderes colocaram o Ibovespa em rota ascendente e fizeram o dólar despencar - no momento mais agudo, a moeda rompeu o piso de R$ 5,20 e desceu até a mínima de R$ 5,1943 (-2,47%).

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Com uma leve recuperação nos minutos finais da sessão, a moeda americana fechou a R$ 5,2273, em baixa de 1,86% - a maior queda porcentual desde 24 de agosto (-2,23%). Após o tombo de hoje, a valorização do dólar no acumulado da semana passou a ser de apenas 0,83%.

Em nota oficial chamada "Declaração a Nação", Bolsonaro faz um 'mea culpa' em relação às críticas contundentes ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, realizadas durante as manifestações do dia 7 de setembro. Na ocasião, Bolsonaro havia dito que Moraes precisava ser enquadrado e que não cumpriria mais decisões do ministro. Ontem, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, rebateu Bolsonaro e disse que desrespeito a decisões judiciais configura crime de responsabilidade.

Analistas e operadores eram unânimes em afirmar que o dólar não cedia no mercado doméstico, a despeito do fluxo positivo e do aumento do diferencial de juros interno e externo, por causa do agravamento das tensões político-institucionais, que levava investidores a se abrigar no dólar e exigir prêmio de risco maior para carregar ativos domésticos.

Em sua nota, Bolsonaro parece ter dado um passo atrás. O presidente pregou o diálogo entre Poderes, disse que duas declarações, "por vezes, contundentes, decorrem do calor do momento" e afirmou que ninguém tem o direito de "esticar a corda" a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros. "Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar", diz Bolsonaro, na nota, que teve a redação ajustada pelo ex-presidente Michel Temer. "Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o País".

Divergências em relação a decisões do ministro Alexandre de Moraes, disse Bolsonaro, "devem ser resolvidas por medidas judiciais". Moraes é responsável pelo inquérito da fake news e dos atos antidemocráticos, que podem atingir aliados do presidente. Mais cedo, Bolsonaro já havia pedido para caminhoneiros encerrarem protesto e liberarem estradas.

O sócio e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, afirma que o mercado rapidamente "operou" as declarações de Bolsonaro, derrubando o dólar e dando fôlego à Bolsa. "Mas acredito que o mercado se manterá receoso ainda para saber se essa carta do Bolsonaro vai realmente aliviar a crise entre os poderes", afirma Velho.

O economista ressalta que a crise institucional e o orçamento de 2022, ainda sem solução para a questão dos precatórios e do reajuste do Bolsa Família, acabam tirando força do real, que poderia se beneficiar mais dos fundamentos das contas externas e da queda do dólar em relação a divisas emergentes.

Antes das declarações de Bolsonaro, o que impedia hoje o real de acompanhar a deterioração dos demais ativos domésticos era a perspectiva de alta mais acentuada da taxa Selic, após o IPCA de agosto marcar 0,87%, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (0,70%). "O mercado já está vendo que uma alta de juros moderada não vai levar as expectativas para a inflação no ano que vem convergirem para a meta. E começou a precificar um choque monetário, o que provocou um alívio pontual no câmbio", afirma Velho, ressaltando que a Selic pode chegar a 9% no fim do atual ciclo de aperto monetário.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (23) pelo Banco Central (BC), mostrou estabilidade no cenário para a moeda norte-americana em 2021 e 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano permaneceu em R$ 5,10 pela terceira semana seguida, ante R$ 5,09 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio ficou em R$ 5,20, mesmo valor de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo Banco Central. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O dólar renovou mínima a R$ 5,2297 (baixa de 0,29%) no mercado à vista há pouco em meio a giro mais fraco de negócios. O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, afirma que a queda do dólar ante o real pode estar respondendo a algum ingresso de investidor ou fundo estrangeiro "predador", interessado em carry-trade com o real diante das perspectivas de alta da Selic dados os sinais de pressão forte da inflação.

O investidor predador vem em busca de rentabilidade, apesar do dia negativo no mundo e no Brasil, com problemas fiscais e político institucional no foco, avalia o diretor.

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O dólar futuro de setembro caiu até R$ 5,240 (-0,44%).

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