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Após uma manhã tensa, que abriu caminho para que o dólar galgasse a R$ 5,8067, a divisa norte-americana amenizou o ímpeto frente ao real e chegou até a mínima de R$ 5,7381. De acordo com profissionais da área de câmbio, os riscos de pedaladas fiscais aliados às mostras de desorganização do governo, com o desembarque de ministros a quadros técnicos, dão um tom negativo para a moeda local.

Houve ainda influência vinda do exterior, com os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano mais longos novamente em alta, o que contribuiu para que moedas de países emergentes desvalorizassem.

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O dólar à vista fechou em alta de 0,44%, a R$ 5,7663.

Na manhã desta segunda-feira, a velocidade com a qual o real se desvalorizou frente à moeda norte-americana foi notória de problemas vistos no final de semana, que envolveu o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e congressistas, em especial a senadora Kátia Abreu.

"Tanto que, depois de oficializada a saída de Araújo, houve um desmonte de posições, levando o dólar a uma queda adicional junto com o retorno do DXY naquele momento. Agora o mercado espera quem vai entrar no lugar. Mas a saída foi positiva", disse Thomás Giuberti, economista e sócio da Golden Investimentos.

Após o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pedir demissão, o governo teve mais uma baixa nesta segunda-feira. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, comunicou por meio de nota oficial divulgada pela assessoria estar deixando a pasta. No momento, o dólar que já estava arrefecido, oscilando em torno de R$ 5,74, acelerou para a marca dos R$ 5,77.

Para Vanei Nagem, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, a saída de Azevedo, pode ter se dado em um movimento para acomodar pedidos do chamado Centrão e é mais um fator que mostra a desorganização do governo. "O governo mostra que não está coeso", disse.

Sobre o rebote do dólar, que persiste alto, sobre a inflação, Giuberti ressalta que o movimento coloca em dúvida a necessidade de o Banco Central apertar mais forte a política monetária já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "Está com cara de que o dólar vai ficar alto mesmo. Será que o BC vai ter de elevar em um ponto porcentual a Selic? O Roberto Campos Neto presidente do BC disse que subiria 0,75 a não ser que houvesse algo mais extraordinário e o dólar nesse nível pode ser isso."

Descolado de seus pares emergentes, onde ainda reverbera a aversão ao risco por conta da troca abrupta do presidente do banco central turco, o real se valorizou frente ao dólar na sessão desta terça-feira e a cotação chegou a voltar ao nível de sexta-feira, quando ainda havia reflexos mais positivos sobre a decisão de arrocho monetário, levando a taxa Selic a 2,75% ao ano. No entanto, bem próximo ao fechamento, o dólar virou e passou a oscilar em terreno positivo, pontualmente, com o movimento ocorrendo em sintonia com a piora do Ibovespa e indicando uma saída de recursos, segundo Durval Corrêa, assessor financeiro da Via Brasil Serviços Empresariais. Assim, o dólar fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 5,5157.

O racional para o dia, entretanto, prevaleceu. De acordo com especialistas em câmbio, para além do impacto direto na moeda local pela mensagem mais dura contida na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o câmbio reage à queda dos juros dos treasuries americanos, principalmente na ponta longa de vencimento de dez anos.

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Para Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual digital, o câmbio mais tranquilo é mais reflexo com os yields somando à política de leilões que o Banco Central vem fazendo. Na sessão de negócios desta terça, as taxas dos títulos de dez anos do governo americano chegaram a cair mais de 3%.

Frasson explica que esta semana dois dados do mercado imobiliário vieram muito abaixo das expectativas, como as vendas de casas novas, mostrando que a economia americana não está se recuperando tão forte como parecia nos dados de janeiro. "E isso deu força para o discurso que os integrantes do Fed vem fazendo", notou o economista do BTG Pactual digital.

Muito embora o câmbio tenha reagido mais positivamente nesta terça, o contexto atual com a pandemia praticamente em descontrole no Brasil e os riscos fiscais - reformas por fazer, pressão por mais gastos para auxílio, e um governo federal ainda sem orçamento no ano corrente - deixam a cautela no ar, impedindo uma queda mais acentuada do dólar.

No exterior, as principais moedas de emergentes pares do real tiverem um dia de desvalorização, com o rublo da Rússia encabeçando as perdas. Às 17h10, o dólar subia 2,10% ante o rublo, 1,69% ante o peso chileno, 1,54% ante a lira turca e 1,40% ante o peso mexicano. "Moedas que mais caem mais são de BCs mais politizados", notou um gestor, fazendo uma comparação com o Banco Central brasileiro, que agora têm autonomia de "fato e de direto". "Um BC autônomo deixa o risco na política monetária mais escasso", afirmou.

O dólar opera em alta moderada nesta terça-feira (23) diante da cautela global com o agravamento da pandemia de Covid-19 na Europa e no Brasil. O tombo do petróleo com preocupações sobre a demanda pela commodity pesa também. Além disso, a negociação política em torno da proposta de Orçamento de 2021 do governo federal, que pode ser votada nesta quarta-feira pelo Congresso, apoia um pano de fundo de cautela com o risco fiscal.

Mas a leitura da ata do Copom reforça a perspectiva de alta da Selic em maio, e possível atratividade maior de recursos estrangeiros, o que ajuda a limitar o ganho do dólar ante o real. O ajuste interno acompanha a valorização quase generalizada da divisa americana ante pares principais e moedas emergentes e ligadas a commodities nesta manhã.

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A ata do Copom em uma primeira leitura nos parece menos dura do que o mercado aguardava e vinha precificando, principalmente quando cita que os choques ainda parecem temporários e que o movimento visa a não contaminação das expectativas para 2022, avalia o trader Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM. "Riscos fiscais, impulsionados pela pandemia também foram citados e justificam um inicio mais intenso nos ajustes dos ativos", observa. Ele ressalta também que o BC ainda vê a economia se recuperando com mais intensidade no 2º semestre. Além disso, o mercado segue monitorando fluxo no leilão de NTN-B, que até então vinha tendo pouco reflexo na curva, afirma.

No exterior, Os juros dos Treasuries de mais longo prazo atingem sucessivas mínimas intraday nesta manhã, apoiando alta do dólar e um ensaio de recuperação do Nasdaq futuro em Nova York, à medida que a demanda por ativos mais seguros ganha força em meio a preocupações com o avanço da covid-19 na Europa. Já as quedas em torno de 4% do petróleo ajudam a pressionar o Dow Jones futuro e o S&P500 para baixo.

Às 9h26 desta terça, o dólar à vista subia 0,38%, a R$ 5,5376. O dólar futuro para abril ganhava 0,54%, a R$ 5,5390.

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (22) pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,05 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,20 para R$ 5,25, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021 pela quarta semana consecutiva. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,15 para R$ 5,30, ante R$ 5,01 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,13 para R$ 5,20, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar teve um dia de acomodação hoje, após a forte piora da tarde de ontem. No mercado futuro, a moeda americana chegou a encostar em R$ 5,90 no final da segunda-feira, com o temor de fatiamento da PEC Emergencial e após a notícia de anulação da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, esses fatores seguiram ecoando nas mesas de operação, mas houve algum alívio após parlamentares prometerem que o texto da PEC a ser votado em plenário amanhã será o que foi aprovado no Senado na semana passada, considerado positivo para o rating brasileiro pela agência Moody's por preservar o teto de gastos. Apesar da melhora hoje, também ajudada pelo exterior positivo, com recordes das bolsas em Nova York, a moeda americana seguiu rondando os R$ 5,80 na maior parte do pregão.

O dólar futuro e o à vista operaram em direções divergentes nesta terça-feira, porque o maior ajuste nas cotações na tarde de ontem da notícia do Lula e declarações de Bolsonaro sobre possível desidratação da PEC Emergencial ocorreram após o fechamento do mercado à vista. Por isso, o dólar spot encerrou o dia em alta de 0,33%, a R$ 5,7974, enquanto o dólar futuro para abril caiu 1,28%, cotado em R$ 5,8065.

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A Câmara vota a PEC Emergencial nesta quarta-feira, em dois turnos. O presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), prometeu manter a "ideia base" do texto aprovado pelo Senado. Mais cedo, o relator da PEC Emergencial na Câmara, Daniel Freitas (PSL-SC), afirmou que o texto da PEC a ser votado é o que passou pelo Senado na semana passada, apesar das pressões para mudanças.

Um diretor de Tesouraria destaca que novamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está atuando como "bombeiro" em Brasília para tentar convencer os deputados a aprovarem o texto sem alteração. Hoje Campos Neto se reuniu com Lira. "O Brasil novamente chegou a flertar com o abismo", destaca este profissional, relatando que o próprio Bolsonaro estava articulando ontem para retirar medidas da PEC, para favorecer policiais. Para este executivo, foi preciso a Bolsa chegar a cair 4% e o dólar ir a R$ 5,90 para criar um senso de realidade em Brasília. Mas o dólar ainda perto dos R$ 5,80 hoje é uma indicação de que o mercado ainda quer "ver para crer" como será a votação, opina ele.

Para os estrategistas do Goldman Sachs, a decisão de anular as condenações eleva as incertezas sobre a economia e a política brasileira, podendo ter efeitos na atividade econômica, ao levar empresários a adiar gastos, e nos juros. Nome muito competitivo para a eleição de 2022, um ambiente de alta polarização política e dúvidas sobre as políticas econômicas de Bolsonaro até a corrida presidencial do ano que vem pode adicionar "ventos contrários" para a retomada em curso da atividade econômica, comenta o banco americano. Este quadro pode levar o Banco Central elevar os juros de forma mais rápida.

O câmbio teve novo dia de pressão e o dólar passou toda a segunda-feira, 8, em alta, acima de R$ 5,70, em um misto de influências externas e internas. Internamente, a situação difícil da pandemia, com número de casos e óbitos em alta, vacinação ainda lenta e mais medidas de restrição, faz investidores ficarem mais cautelosos com o cenário econômico. Nos negócios da tarde, a moeda americana chegou superar os R$ 5,80, no caso do dólar futuro, com o anúncio da anulação da condenação na Lava Jato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que torna o presidente elegível em 2022.

No exterior, as taxas dos juros longos dos Estados Unidos voltaram a subir e assustar os investidores, após a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão de Joe Biden no Senado, o que ajuda a fortalecer a moeda americana internacionalmente, chegando, por exemplo, ao maior nível em 9 meses ante o iene do Japão.

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Apesar de o dólar ter superado os R$ 5,80, na maior máxima diária desde 30 de outubro do ano passado, o Banco Central não fez intervenção no mercado hoje, dia marcado por pressão também em outros emergentes. Ante a lira turca, o dólar chegou a disparar 2,6% nesta segunda-feira. No fechamento doméstico, o dólar à vista encerrou em alta de 1,77%, em R$ 5,7783, no maior nível desde o encerramento de 15 de maio de 2020 (R$ 5,83). No mercado futuro, o dólar para abril subiu 3,26%, cotado em R$ 5,8820, acelerando ainda mais a alta após Jair Bolsonaro alertar no início da noite que a PEC Emergencial pode não ser aprovada na Câmara "se não retirar artigos".

"Não tenho lembrança de momento econômico tão desconfortável", afirma o chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), José Júlio Senna, em evento nesta segunda-feira, em conjunto com o Estadão. "É muito difícil ser otimista com o real neste momento", disse Senna, citando entre os fatores que vêm contribuindo para a desvalorização, os ruídos em Brasília, interferências do governo, políticas de cunho populista de Jair Bolsonaro, falta de apetite do Executivo e Congresso para enfrentar diretamente os desequilíbrios fiscais agora.

Com Lula elegível em 2022 após a decisão de Fachin, cresce ainda mais a chance de Jair Bolsonaro "ir totalmente para o populismo", avalia o sócio da Armor Capital, Alfredo Menezes, ex-tesoureiro, no Twitter. Com a notícia, o dólar futuro para abril bateu em R$ 5,8040.

Para o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, há no mercado o temor de que a Câmara possa retirar o limite do auxílio de R$ 44 bilhões na votação da PEC Emergencial. Mas ele acha que os deputados são sensíveis ao país e vão entender a gravidade dos efeitos de uma desidratação maior do texto para a economia se isso ocorrer. "Espero que o final seja de responsabilidade na gestão fiscal", disse em live da Genial Investimentos na tarde de hoje. Padovani contou que com os diversos economistas que tem conversado, ninguém acredita fazer sentido o dólar a R$ 5,70 no Brasil. Em sua visão, o "ambiente local confuso" tem peso para a pressão no câmbio e o real tende a ganhar força com o BC voltando a subir juros e mais clareza fiscal com a aprovação da PEC na Câmara sem desidratação adicional.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central, mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,10 para R$ 5,15, ante R$ 5,01 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,03 para R$ 5,13, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O câmbio teve novo dia de forte volatilidade, oscilando 14 centavos entra a máxima e a mínima. Pela manhã, prevaleceu o otimismo com a aprovação da PEC Emergencial em primeiro turno no Senado, que hoje foi também aprovada com folga no segundo turno. Com isso, o dólar chegou a cair para R$ 5,54. Perto do final do pregão, o alerta do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell sobre a recuperação ainda lenta da economia americana e o comportamento volátil das taxas de retornos (yields) dos Treasuries provocou movimento de fuga de ativos de risco, pressionando as moedas de emergentes e as bolsas em Nova York.

No fechamento, o dólar à vista encerrou em leve queda de 0,11%, cotado em R$ 5,6582. No mercado futuro, o dólar para abril subiu 0,88%, a R$ 5,6730.

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No esperado discurso de Powell, um dos eventos mais aguardados da semana no exterior, em meio a disparada dos yields americanos por conta de temores de aceleração da inflação, o dirigente afirmou que o Fed não quer um "aperto persistente" nas condições financeiras e também disse que ficaria preocupado com movimentos "desordenados" nos yields, que aceleraram as altas com o discurso. Powell avalia que o aumentos de inflação podem ser transitórios e disse que a volatilidade recente no mercado de renda fixa americano chamou sua atenção.

Esse movimento de alta dos yields americanos tem feito investidores internacionais tirarem capital de emergentes, destaca o economista-chefe da Frente Corretora de Câmbio, Fabrizio Velloni. E no caso do Brasil, o mercado interno não tem ajudado os investidores, com aumento forte de incertezas, em meio a dúvidas sobre a situação fiscal e ingerência do governo nas estatais. "A credibilidade do governo diluiu muito. A confiança do investidor externo no Brasil é muito baixa", comenta. Pelo lado positivo, a aprovação da PEC Emergencial agradou. "Tudo que demonstra que o governo não vai estourar o teto de gastos, o mercado vai aliviando um pouco", disse ele, ressaltando também que é preciso ter aumento de arrecadação. Velloni diz que a falta de clareza em Brasília está deixando o mercado muito carente de informação para ter algum direcionamento, por isso os movimentos de forte oscilação nos últimos dias. "A curva de dólar está com uma volatilidade impressionante", disse ele.

Os estrategistas de moedas em Nova York do Barclays avaliam que a crescente incerteza sobre o cenário fiscal do Brasil fez o real ter desempenho bem pior que seus pares nos últimos dias. Mas eles acreditam que agora pode ser um bom ponto de entrada para um posição comprada, via opções, na moeda brasileira, ou seja, apostando na valorização. O ruído político e as incertezas devem seguir altas nos próximos dias, com a discussão do auxílio emergencial e do Orçamento para 2021, mas o arcabouço fiscal tende a ser preservado, ressaltam nesta quinta-feira. "Vemos uma janela de oportunidade para um rali do real assim que a poeira se assentar."

O dólar registrou máximas há pouco, a R$ 5,6271 (-0,66%) no mercado à vista, e a R$ 5,6340 (+0,19%) no contrato futuro de abril. Ambos os preços já voltaram a recuar. Há pouco, o dólar à vista caía 1,01%, a R$ 5,6096. O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, diz que passada a animação com a aprovação em primeiro turno da PEC Emergencial, "sem grandes mudanças e sem causar susto", o mercado começa a olhar o cenário externo ruim, afirma, citando ainda que há um compasso de espera por fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no começo da tarde (14h05).

"Os juros dos Treasuries têm alívio e recuam hoje,, mas seguem perto ainda dos maiores patamares do ano sem uma definição sobre o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão pelo Senado americano", observa a fonte.

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Nagem afirma ainda não acreditar que o destaque apresentado pela oposição à PEC Emergencial vá para a frente na votação em segundo turno. O destaque mencionado visa excluir do texto o limite de R$ 44 bilhões para o crédito extraordinário do novo auxílio emergencial.

Se a sugestão for aprovada, a despesa ficará sem limitação, abrindo margem para o governo aumentar o valor das parcelas do benefício.

Segundo Nagem, a precificação de alta da Selic neste mês na curva de juros ajuda ainda a apoiar a queda do dólar ante o real, pelo potencial de atratividade de capitais estrangeiros, principalmente quando vier a ser aprovado o novo pacote de estímulos nos EUA pelo Senado.

“Essa política de câmbio ajuda o agronegócio e destrói a renda da população urbana. Tentar segurar preços artificialmente fez a Venezuela ser a Venezuela”, afirma o parlamentar

O vice-líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho (PE), demonstrou, nesta quarta-feira (3), preocupação com o ritmo acelerado da inflação no país. E culpou a política cambial brasileira por fomentar a alta nos preços.

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De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a expectativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 subiu de 3,82% para 3,87%. A realidade é que as famílias brasileiras têm sentido no bolso os efeitos dessa inflação.

Gás de cozinha, gasolina, carne e arroz estão entre os vilões no quesito subida de preços. A arroz, por exemplo, subiu mais de 70% no ano passado.

Com a moeda americana mais valorizada que o real, o produtor de commodities tem maior lucratividade ao vender seus produtos para o mercado externo. O valor do dólar nas alturas também impacta na compra de insumos importados por muitas empresas brasileiras.

Para o vice-líder do Cidadania, não adianta adotar soluções artificiais para solucionar o caso.

“Com dólar a 5,7 reais, é impossível segurar a inflação e consequentemente o empobrecimento da população brasileira. Essa política de câmbio ajuda o agronegócio e destrói a renda da população urbana. Tentar segurar preços artificialmente fez a Venezuela ser a Venezuela”, afirmou Daniel Coelho.

Para o parlamentar uma das soluções para conter a inflação seria diminuir o custo do Estado sobre os empresários.

“Qual a solução? Reformas que diminuam o custo do Estado. Estabilidade política sem ataques ou conflitos com instituições e poderes estabelecidos. Menos intervenção estatal. VACINAÇÃO EM MASSA. Já basta Maduro e Fernandez tentando reinventar a roda na Venezuela e Argentina”, acrescentou.

 

Em novo dia de tensão no câmbio, o dólar bateu em R$ 5,73 nesta terça-feira, 2, obrigando o Banco Central a injetar US$ 2 bilhões no mercado. Desconfiança com a PEC Emergencial, com votação prevista para amanhã, 3, e descontentamento com aumento de impostos para bancos, além da defesa de líderes parlamentares que gastos com Bolsa Família sejam retirados do teto contribuíram para o real ter o pior desempenho do dia no mercado internacional. Em outros emergentes, como Rússia, México e África do Sul, a moeda americana caiu hoje. No meio da tarde, o dólar reduziu um pouco o ritmo de valorização e voltou a operar abaixo de R$ 5,70, em um movimento de realização de ganhos e seguindo a melhora do humor nas bolsas internacionais e na B3, de acordo com operadores, mas a alta seguiu acima de 1%.

No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,17%, a R$ 5,6660, maior nível desde 3 de novembro, quando foi a R$ 5,76. No mercado futuro, o dólar para abril subiu 0,70%, cotado em R$ 5,6870.

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Operadores relataram forte fluxo de saída de capital externo hoje, obrigando o BC a dar liquidez para estas retiradas. O Banco Central fez dois leilões de dólar à vista hoje, de US$ 1 bilhão cada. Com a alta de hoje, o dólar já acumula valorização de quase 9,2% em 2021 ante o real, a pior moeda dos emergentes.

"Percebo que, aos poucos, está havendo uma clara mudança de política econômica neste governo. Pela primeira vez, começo a ficar desconfiado/desconfortável", comenta o estrategista e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa, em sua análise diária. Os sinais, avalia, são de que o liberalismo econômico "ficou de lado" e o populismo começa a ganhar o espaço. A elevação do CSLL dos bancos, avalia Kawa, é "fiscalmente correta, mas politicamente populista", o que contribui para aumentar a insatisfação dos mercados.

O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, alerta que é crescente o risco de mais medidas de intervenção e mais flexibilização fiscal, à medida em que a pandemia não dá sinais de perder fôlego no Brasil e os governos estaduais e municipais estão aumentando medidas de restrição, o que certamente pesará na atividade. Neste ambiente, o real vai seguir mais desvalorizado que seus pares.

O ceticismo com a PEC Emergencial só contribui para aumentar a pressão no câmbio. A consultoria internacional TS Lombard avalia que o texto, já desidratado em relação à versão original, não deve trazer alívio fiscal de curto prazo, o que só sinaliza a necessidade de mais reformas. O relator da PEC, senador Marcio Bittar (MDB-AC), manteve os gatilhos para contenção de despesas, mas retirou de seu parecer a desvinculação de gastos com saúde e educação, desidratando o texto ainda em mais alguns pontos, mas não fez mudanças no Bolsa Família. Líderes do Senado querem tirar as despesas do programa do teto este ano, que somam R$ 34,9 bilhões, mas o ministério da Economia é contra.

O dólar reduziu o ritmo de queda nos negócios da tarde desta segunda-feira, 1°, voltando para a casa dos R$ 5,60. Com isso, o real passou a operar bem descolado de seus pares, com a moeda americana caindo 1,1% no México e África do Sul e quase 2% na Turquia, e também do Ibovespa, que chegou a subir mais de 2%. Incertezas domésticas acabaram prevalecendo. O foco dos investidores é a votação da PEC Emergencial, prevista para a quarta-feira, e a dúvida é se vai contemplar cortes de gastos. Há ainda preocupações sobre o avanço acelerado da pandemia e a possibilidade da adoção de novas medidas restritivas pelo País. Nem mesmo o superávit comercial de US$ 1,152 bilhão em fevereiro trouxe algum alívio.

No primeiro fechamento de março, o dólar terminou em leve queda de 0,09% no mercado à vista, cotado em R$ 5,6006. No futuro, o dólar para abril fechou em alta de 0,68%, aos R$ 5,6475. No final da tarde, com o mercado à vista já fechado, o dólar futuro bateu máximas com a notícia de que o governo pode compensar a desoneração do diesel com aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos.

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Pela manhã, a notícia da aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto por Joe Biden na Câmara em Washington fez o dólar cair para a mínima do dia, a R$ 5,55, com o real acompanhando seus pares emergentes. Pela tarde este movimento continuou nos demais emergentes e moedas como os dólares da Austrália, Canadá e Nova Zelândia. O comportamento mais calmo hoje dos retornos (yields) do Tesouro americano, ainda que se mantenham em patamares altos, e o aumento nos preços das commodities estão ajudando estas moedas, observa o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. Mas o real segue na contramão.

"A deterioração das expectativas persiste", comenta o economista-chefe da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho. O foco agora é a votação, adiada da semana passada para esta quarta-feira (3), da PEC Emergencial. O economista avalia que um texto desidratado, sem contrapartidas de cortes do mesmo montante que o aumento do auxílio, pode levar a uma nova piora das expectativas dos agentes, incluindo para inflação e os juros.

"Auxílio sem sustentabilidade fiscal é tiro no pé", comentam os estrategistas da Blueline Asset Management. "O desarranjo financeiro, que pode ser desencadeado caso o auxílio não tenha nenhum tipo de contrapeso fiscal, tornaria a ajuda de renda inócua ao longo do tempo, pois traria aumento de inflação, contração das condições financeiras e menor crescimento." O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que está quase tudo pronto para recriar o auxílio, que será de R$ 250 e vai durar 4 meses.

O dólar operou em alta nesta segunda-feira em relação a moedas concorrentes, com o avanço dos rendimentos dos títulos da dívida pública dos Estados Unidos, os Treasuries, apoiando a apreciação da divisa americana. Indicadores de atividade do país que vieram acima do esperado e a fraqueza do euro diante da possibilidade de recuperação mais lenta na Europa também ajudaram o dólar.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,83 ienes, enquanto a libra recuava a US$ 1,3922. O euro, por sua vez, cedia a US$ 1,2046. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, subiu 0,18%, a 91,039 pontos.

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A aprovação do Plano de Resgate americano de US$ 1,9 trilhão na Câmara dos Representantes aumentou a perspectiva de alta inflacionária nos EUA, o que intensificou o movimento dos investidores de venda dos títulos públicos americanos. Com a alta nos rendimentos dos Treasuries, o mercado se curvou à segurança do dólar. "Quando a volatilidade do mercado volta a despertar, os investidores tendem a procurar proteção no dólar, a moeda mais líquida do mundo", afirmou o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo, em relatório enviado a clientes.

Ele apontou ainda para a divulgação de indicadores econômicos durante a manhã de hoje nos EUA como outro fator de impulso ao dólar, com destaque para a alta do índice de atividade industrial do país calculado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), além do avanço dos investimentos em construções informado pelo Departamento de Comércio do país. Também foi divulgado o índice de gerentes de compras industrial, medido pelo IHS Markit, que, apesar do recuo, indica um "quadro saudável no setor" dos EUA, de acordo com a empresa.

Em movimento contrário, o euro, principal componente do DXY, registrou fraqueza hoje com investidores de olho na possibilidade de uma recuperação mais lenta da economia europeia este ano. Para o Wells Fargo, a distribuição gradual de vacinas contra a covid-19 e a implementação modesta de estímulos fiscais sugerem que o ritmo de uma recuperação a médio prazo "não será especialmente robusto". Em comentário à Dow Jones Newswires, o Danske Bank diz esperar que a moeda comum siga em trajetória de baixa ante o dólar este ano, reagindo à alta nos bônus dos Treasuries e ao arrefecimento do crescimento econômico da China.

Apesar disso, alguns analistas preveem que a retomada robusta nos EUA por meio da vacinação e do pacote de estímulos deve pressionar a moeda americana em 2021. O CIBC projeta que o índice DXY termine o segundo trimestre em 88,2 pontos, e o terceiro trimestre próximo dos 87,0 pontos. Para o banco canadense, será necessário esperar até a segunda metade do ano que vem para ver o dólar ter desempenho superior ao de concorrentes estrangeiras de forma sustentada.

A instituição ainda projeta a depreciação do iene japonês ante o dólar a médio prazo. De acordo com o CIBC, é possível que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) pressione o iene ao cogitar reduzir ainda mais a taxa de juro, que já está em território negativo, em uma tentativa de acelerar a inflação do país à meta desejada pela entidade monetária.

 

*Com informações de Dow Jones Newswires

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. 

A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,05 para R$ 5,10, ante R$ 5,01 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,00 para R$ 5,03, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás.

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A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar fechou fevereiro acumulando alta de 2,4%, segundo mês consecutivo de valorização. No ano, o ganho do dólar ante o real é de 8%, o que mantém a moeda brasileira no topo de pior desempenho dos emergentes. Hoje, o exterior voltou a ter peso predominante para o câmbio no Brasil, ainda com a preocupação da elevação das taxas de retorno dos títulos do Tesouro americano, que afasta investidores de ativos de risco, enquanto no mercado doméstico persistem os ruídos políticos e a incerteza fiscal. O Banco Central voltou a atuar, vendendo hoje US$ 1,5 bilhão no mercado à vista em dois leilões. Ao todo, foram quatro leilões do tipo desde ontem, somando US$ 3 bilhões, mas com efeito apenas pontual nas cotações, que nesta tarde bateram em R$ 5,60, o maior nível desde 4 de novembro do ano passado.

Na semana, que começou tensa com o episódio de ingerência de Jair Bolsonaro na troca do presidente da Petrobras, o dólar acumulou alta de 4,09%, a maior desde a primeira semana do ano. No fechamento do dia, o dólar terminou a sexta-feira com alta de 1,66%, a R$ 5,6055. No mercado futuro, o dólar para abril, que hoje passou a ser o contrato mais líquido, subiu 1,25%, a R$ 5,6095.

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"O Brasil vem caminhando cada vez mais para ser o patinho feio dos emergentes", afirma o sócio-diretor da Galapagos WM, Arnaldo Curvello. Ele comenta que o ambiente de maior estresse no exterior chega ao País em momento de muita incerteza doméstica. "É preocupante, estamos muito mal posicionados", disse ele, destacando que a falta de sintonia e comunicação no governo deixa tudo ainda mais volátil e incerto. "Não está claro para onde o barco está indo." Curvello destaca que o fator que poderia reverter este quadro negativo é um choque de expectativas. "Aí acontece o que aconteceu com a Petrobras, com uma atitude de interferência que o mercado odeia, isso não ajuda muito a trazer a confiança de volta"

Para o economista-chefe da Frente Corretora de Câmbio, Fabrizio Velloni, ao mudar o comando na Petrobras, Bolsonaro conseguiu provocar uma crise de confiança no mercado. "Nosso problema hoje é mais político do que econômico." Assim, mesmo o presidente sinalizando novas privatizações, como Correios e Eletrobrás, o mercado financeiro e os investidores internacionais estão "assolados por uma crise de desconfiança" de como será o comportamento futuro do governo em relação a intervenções. O reflexo imediato é a forte piora do câmbio, destaca.

Neste ambiente de piora local e externa, o Bradesco elevou hoje sua previsão de dólar no final do ano, para R$ 5,30. "A mudança nas condições financeiras globais e as incertezas fiscais domésticas podem limitar a apreciação sugerida pelos fundamentos das contas externas e ganhos de termos de troca."

O mercado de câmbio teve uma manhã de tensão, com intervenção do Banco Central e dólar batendo em R$ 5,53, em alta perto de 3%, repercutindo a decisão de Jair Bolsonaro de mudar o comando da Petrobras, dúvidas sobre o ajuste fiscal e exterior negativo. Nos negócios da tarde, o clima se acalmou um pouco e a moeda americana reduziu o ritmo de alta, segundo operadores, refletindo um movimento de correção dos exageros de mais cedo e realização de ganhos. A avaliação nas mesas de operação é que o câmbio vai seguir sob pressão nos próximos dias.

O dólar à vista fechou em alta de 1,27%, a R$ 5,4539, maior nível desde 29 de janeiro. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 1,57%, a R$ 5,4690. No final do dia, o peso mexicano acabou superando o real como moeda com pior desempenho hoje ante o dólar, considerando uma cesta de 34 divisas mais líquidas. "Durante a tarde foi passando um pouco o exagero, teve um pouco de realização após a forte alta", afirma o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem.

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A segunda-feira começou com uma tempestade perfeita no mercado: exterior negativo, com temor de piora da inflação mundial e, no mercado doméstico, a mudança na Petrobras e promessa de Bolsonaro de mais medidas populistas pela frente reforçou a visão de piora fiscal e atrasos nas reformas. Para piorar, declarações em Brasília afirmaram que primeiro deve vir o auxílio emergencial para depois vir o corte de gastos.

O reflexo foi que o Banco Central precisou intervir para acalmar os ânimos dos investidores, vendendo ao todo US$ 3,6 bilhões, ajudando a dar certo alívio. No final da manhã, vendeu US$ 1 bilhão em swap (espécie de venda de dólar no mercado futuro), em dinheiro novo. Antes, havia feito leilão de linha (venda à vista de dólar com compromisso de recompra) de US$ 1,6 bilhão, para rolagem de contratos de março. E depois fez mais US$ 800 milhões em swap, também para rolagem.

Para Priscila Robledo, economista de América Latina em Nova York da Continuum Economics, consultoria de Nouriel Roubini, a tendência é de mais pressão no câmbio e nos juros pela frente por conta da interferência do governo na Petrobras. Há ainda o risco de afetar a confiança dos investidores, podendo assim ter impacto negativo na atividade econômica. "A decisão de substituir Castello Branco é negativa na medida em que a intenção de interferir na Petrobras fica clara. E a ameaça de que também haverá interferência no setor elétrico claramente não ajuda", comenta ao Broadcast.

"A troca do comando da Petrobras tem sido vista por muitos analistas como uma inflexão na gestão econômica do governo, o que aumenta a incerteza e potencializa a volatilidade do mercado", afirma o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, em áudio. Para piorar, no exterior, ele ressalta que cresce a preocupação de que a volta da inflação possa levar os bancos centrais a retirarem parte dos estímulos extraordinários injetados na pandemia. Isso tende a fortalecer o dólar e aumenta a percepção de risco em relação a mercados emergentes, ressalta ele.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (22), pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,01 para R$ 5,05, ante R$ 5,00 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio seguiu em R$ 5,00, igual a quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O dólar passou a cair na manhã desta sexta-feira (19), após abrir em alta, reagindo a ofertas de exportadores e a ingressos de investidores estrangeiros, que seriam destinados à bolsa, afirma Jefferson Rugik, diretor-superintendente da corretora Correparti.

Para ele, a reclamação do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o dólar está alto e precisa cair a R$ 5,00 não faz preço.

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"O próprio Bolsonaro disse que primeiro têm que passar as reformas para o dólar cair a R$ 5,00, o que pode demorar ainda", avalia Rugik.

Às 9h44, o dólar á vista caía 0,30%, a R$ 5,4253. O dólar para março recuava 0,08%, a R$ 5,4245.

O dólar teve novo dia de alta no Brasil. Nem mesmo o forte fluxo externo tem conseguindo conter a piora do real. Dados divulgados hoje pelo Banco Central mostram que já entraram US$ 5,5 bilhões no país este ano, pelo comércio e canal financeiro, mas o dólar sobe quase 5%, o pior desempenho dos emergentes. Nesta quinta-feira, o exterior negativo, em meio a dados ruins dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, e a retomada dos debates em Brasília sobre o auxílio emergencial fizeram a moeda americana bater em R$ 5,45 na máxima do dia.

No fechamento, o dólar à vista subiu 0,48%, a R$ 5,4410. No mercado futuro, o dólar para março teve alta de 0,24%, cotado em R$ 5,4290.

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Com várias ofertas de ações e aportes para a B3, o fluxo externo em fevereiro é positivo em US$ 3,9 bilhões pelo canal financeiro. No acumulado do ano, houve forte crescimento no fluxo cambial total, de mais de três vezes na comparação com o mesmo período de 2020, quando entraram US$ 1,5 bilhão. Mas o real segue pressionado, mesmo na comparação com moedas de economias mais vulneráveis, como África do Sul e Turquia.

Hoje em Brasília, o governo e o Congresso retomaram as discussões sobre o auxílio emergencial, em dia marcado também por alta do dólar na maioria dos emergentes, após a inesperada alta nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, para 861 mil na semana encerrada no dia 13, a segunda semana de elevação.

Em Brasília, após almoço com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) confirmou que o relatório da PEC Emergencial será apresentado entre hoje e segunda-feira (22), incluindo uma cláusula de "orçamento de guerra" para a retomada dos pagamentos do auxílio.

Para o economista do Wells Fargo, Brendan McKenna, não é possível afastar neste momento o risco de o teto de gastos ser colocado de lado em meio às tentativas do governo de dar mais estímulo fiscal no Brasil. Em um cenário de manutenção do teto e disciplina fiscal, ele acredita que o real pode ter algum fortalecimento nos próximos 6 a 9 meses, na medida em que a economia mundial ganha fôlego com a vacinação e os fluxos de capital devem seguir aportando nos emergentes. A trajetória das contas públicas é fator crucial para os rumos do câmbio no Brasil, comenta McKenna.

O diretor financeiro (CIO) do banco suíço Julius Baer, Yves Bonzon, ressalta que a preocupação dos investidores com o Brasil diminuiria mesmo com a recriação do auxílio emergencial, mas desde que o governo consiga dar um empurrão na agenda de reformas. Assim, a aprovação das medidas ofuscaria o aumento temporário de gastos públicos, ressalta ele, em nota.

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