Daniel de Oliveira Coutinho, filho do cineasta e documentarista Eduardo Coutinho, disse que assassinou o pai e feriu a mãe, Maria das Dores, por impulso, quando estava sob domínio de uma "obsessão espiritual". Ele prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (2), no 1.º Tribunal do Júri, na última audiência de instrução no processo em que é julgado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.

Daniel Coutinho disse ao juiz Fábio Uchôa que, dias antes do crime, raspou a cabeça por "intuição". Sem cabelos, contou ter encontrado uma inscrição com os números 666 e se disse vítima de uma "obsessão espiritual". Ele, então, passou a dormir com uma faca. Na manhã de 2 de fevereiro deste ano, Daniel acordou "em pânico, sobressaltado" e decidiu matar os pais e depois suicidar-se. Atacou os pais enquanto dormiam para que tivessem "uma morte indolor", segundo disse.

Daniel contou que primeiro agrediu a mãe, que despertou e conseguiu correr para o banheiro. Em seguida, atacou o pai. "A pessoa que entrou no quarto dos meus pais achava que era Satanás. Quando achei a sequência de números na minha cabeça, eu pensava que era o demônio. Era uma obsessão espiritual, fui induzido a matar meus pais e depois a me matar. Eu tentei me matar, mas aí não aconteceu nada. Me senti enganado pelos espíritos. Foi quando eu fui procurar ajuda para tentar salvar meus pais", afirmou.

Também foi ouvido o porteiro do prédio em que a família morava, José Roberto do Nascimento. O depoimento de Daniel encerra a fase de instrução processual. O juiz aguarda, agora, o laudo do exame de sanidade mental do filho do cineasta.

Durante a cerimônia do Oscar neste domingo (2), foi realizada a tradicional homenagem aos grandes nomes do cinema que faleceram recentemente e no ano anterior. Nesta edição, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas incluiu na sessão in memorian o diretor brasileiro Eduardo Coutinho, que foi assassinado pelo seu filho há um mês. 

Em 2013, o documentarista foi convidado pela Academia para integrar o grupo de eleitores do Oscar. Outro brasileiro convidado foi José Padilha, diretor de Tropa de Elite e RoboCop.

Após a notícia da morte de Eduardo Coutinho no último domingo (2), alguns internautas começaram a divulgar o documentário proibido 'Um dia na Vida', realizado a partir de um material de 19 horas de gravações de todos os canais da TV aberta brasileira.

Por questões de direitos autorais, o documentário foi retirado do ar, mas alguns links para download em torrent estão disponíveis. Outros internautas continuaram a publicar o filme como Ivan Filho, que o disponibilizou em seu canal do YouTube.

Cinema da Fundação

No sábado (8), o Cineclube Dissenso exibe um filme dirigido por Eduardo Coutinho, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, bairro do Derby, no Recife. O título da obra ainda não foi divulgado, mas a sessão acontece às 13h30, com entrada gratuita.

O corpo do documentarista Eduardo Coutinho foi enterrado às 16h30 desta segunda-feira (3), no Cemitério São João Batista, no Rio, sob muitos aplausos de cerca de 300 amigos e admiradores. No momento do enterro, foi puxada a saudação "Companheiro Eduardo Coutinho, presente!'. A cantora e compositora Adriana Calcanhotto, amiga e admiradora de Coutinho, disse, no velório, que costumava assistir aos filmes dele em sessões fechadas, antes das estreias, e que é fã do modo "de pensar e fazer cinema". "É único e original", afirmou.

O poeta Ferreira Gullar, amigo de Coutinho havia 50 anos, desde a vivência no Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes(UNE), se disse "chocado" com a violência que ele sofreu. "Foi brutal. Coutinho era a última pessoa do mundo que deveria ser assassinada. Eu passei por algo semelhante na família (ter filhos com doenças psíquicas) e sei como é. Ele era uma pessoa discreta, delicada, um amigo afetuoso e leal. Para o cinema, é uma perda grande, pois, dificilmente, vai aparecer outro", afirmou.

O diretor de fotografia Walter Carvalho também o conhecia desde os anos 1960. O irmão de Carvalho, Wladimir, foi assistente de Coutinho no início das filmagens de Cabra Marcado para Morrer, em 1963. "As reuniões com os camponeses eram na minha casa, em João Pessoa. O cinema dele influenciou a todos. Era um homem de vanguarda. Tudo o que tenho a dizer são as últimas palavras de Hamlet: 'O resto é silêncio'", disse.

A irmã do cineasta Eduardo Coutinho, Heloísa de Oliveira Coutinho, chegou nesta segunda-feira, 03, por volta das 11h30, ao velório do irmão, morto no domingo, 02, à facadas pelo filho Daniel.

Heloísa disse que Coutinho era um "ótimo pai", o que torna ainda mais incompreensível o ataque. O corpo do cineasta está sendo velado no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul, e será enterrado às 16h, desta segunda-feira, 03. O outro filho de Coutinho, o promotor de Justiça Pedro Coutinho, ainda não chegou ao velório.

"Nós falávamos pouco porque eu moro em São Paulo. Ele conversava muito com meu outro irmão, mas não acompanhávamos o dia a dia da família. (A morte) foi uma completa surpresa."

Ela disse que o sobrinho Pedro ligou por volta das 13h para contar sobre a tragédia. "O Eduardo era um ótimo pai, mas tinha uma vida muito discreta, apesar de ser muito engraçado. Ele era muito original", afirmou.

"Meu irmão foi homenageado quando completou 80 anos e agora está sendo lembrado novamente por seu trabalho", acrescentou.

Moradora do Edifício Master, em Copacabana, zona sul, e primeira personagem a contar sua história no documentário homônimo, a professora aposentada Vera Lúcia Maciel Savelle, de 62 anos, lembrou com saudade das gravações do filme.

"Não havia separação de importância entre ele e nós, moradores. Nós nos divertíamos muito. Antes dele, nosso prédio era uma bagunça e hoje é um condomínio quatro estrelas".

Moradora do Master desde 1953, Vera Lúcia disse que a réplica do Kikito de Ouro (prêmio máximo do Festival de Gramado), ganho pelo documentário, está no condomínio até hoje.

A artesã Fátima Gomes Pereira, de 55, participou dos filmes Babilônia 2000 e Canções. Muito emocionada, ela relembrou a amizade com o "velhinho", como costumava chamar Coutinho. "Ele sempre me chamava para cantar. Nos encontrávamos nas estreias dos filmes e depois saiamos para beber. Ele era uma pessoa muito boa".

Fátima disse que conheceu a família Coutinho, mas tinha pouco contato com a esposa e o filho do cineasta. "Para mim, ele (Daniel) era uma pessoa legal. Foi lamentável".

A mulher do cineasta Eduardo Coutinho, Maria das Dores, de 62 anos, está internada em estado grave no Hospital Miguel Couto, no Rio. Ela levou duas facadas no peito, três no abdômen e apresenta uma lesão no fígado.

Daniel Coutinho, filho do casal, chegou ao hospital com duas facadas no abdômen. Os dois foram submetidos a cirurgias. Daniel se encontra estável. O cineasta não chegou a ser transferido para o hospital - morreu em casa.

Amigos contactados pelo Estado estão evitando contar detalhes sobre a dinâmica familiar. Daniel seria esquizofrênico e teria esfaqueado os pais e depois tentado se matar.

O prefeito eleito no município de Água Preta, Armando Souto (PDT) afirmou que o governador Eduardo Campos (PSB) não vai deixar de ajudar no crescimento da cidade. O presidente do PSB esteve no palanque do pessebista Eduardo Coutinho, que perdeu a eleição por uma diferença de 513 votos para o novo gestor.

“Não existe cidade esquecida. Nós temos acessibilidade em todos os lugares do Estado. O governador não é criança e ele vai ser candidato à Presidência da República, por isso que digo que o município não vai ser esquecido, até porque temos recursos próprios e também podemos contar com a ajuda do Governo Federal”, ressaltou o pedetista, em entrevista ao Portal LeiaJá.

Armando Souto revelou que o secretário de Articulação Social e Regional de Pernambuco, Aluisio Lessa (PSB) fará uma ponte entre ele e Eduardo Campos. “Ele (Aluisio Lessa) esteve no meu palanque, esteve do meu lado, ele vai fazer nos ajudar a adquirir recursos junto com o Governo do Estado”, disse.

Para o pedetista, o dinheiro utilizado na campanha de Eduardo Coutinho não foi suficiente para “enganar” o povo. “Graças a Deus quando o povo quer não tem jeito. Mesmo com os milhões que jogaram nas ruas, mesmo com isso povo me escolheu. E agora estamos festejando. Ele ainda passou oito meses como interventor da cidade, infelizmente no Brasil ainda acontece dessas coisas”, relatou o prefeito.

“Ele ainda fez um arrastão no meio da rua no dia da eleição, o que é proibido por lei. Pediram sua prisão, mas como não tem flagrante ele não foi preso”, completou.

Em sua opinião, os recursos que chegam à cidade são suficientes para melhorar os serviços públicos. “Dá para fazer tudo, é só não passar a mão no dinheiro público. Se fizermos os serviços básicos, como cuidar da saúde do povo e da educação, a cidade já avança muito porque ela estava abandonada”, concluiu o gestor.

Pouco antes do início da apuração das urnas na cidade de Água Preta, Mata Sul de Pernambuco, o candidato pelo PSB, Eduardo Coutinho, garantiu estar confiante na vitória da eleição suplementar. No município, a votação começou às 8h e encerrará às 17h. Logo em seguida, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) inicia a apuração dos votos para definir o resultado do pleito entre o o socialista e seu concorrente, Armando Souto (PDT).

Em entrevista ao portal LeiaJá na tarde deste domingo (3), Coutinho comentou ter ido votar logo cedo, por volta das 8h30 e disse aguardar os resultados na casa do candidato a vice-prefeito, Marcos Ferreira (PTC). “Vou acompanhar na casa do meu vice e na presença de amigos, companheiros de lutas e militantes”, contou.

Sobre a expectativa, o postulante se mostrou confiante e relembrou a movimentação durante a semana em prol de sua candidatura. “A expectativa é positiva. Vamos ganhar as eleições. Estou muito confiante, pensamento positivo sempre!”, desejou o socialista. “Nesta semana estiveram aqui, na última quarta-feira (30), várias pessoas que me apoiam. Foi uma grande alegria receber pessoas amigas. Foi uma honra muito grande”, ressaltou o postulante. Passaram na cidade e participaram de comícios alguns políticos como o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB).

Apesar de acreditar na vitória, o socialista reconhece que a concorrência é forte. “Nossa militância está nas ruas. Há um clima muito grande e acirrado, mas isso é prova da democracia e da disputa”, avaliou.

Comemoração – Sobre os festejos caso ganhe a eleição, Eduardo Coutinho garantiu fazer a comemoração nas ruas do município e um pronunciamento no Centro. “Iremos comemorar nos quatros cantos do municio. Nós vamos para o Centro da cidade para fazer um agradecimento público e vamos deixar as pessoas extravasarem sua alegria”, anunciou.

Trabalhos – Questionado qual seria a área em que daria prioridade, caso ganhe a eleição, o candidato elencou dois pontos da cidade. “Nós temos que continuar a estruturação da nova Água Preta e focarmos na área da saúde”, prometeu o socialista. 

Em clima de reta final o candidato a prefeito do de Água Preta, Eduardo Coutinho (PSB), afirmou, nesta quinta-feira (31), que esta confiante quanto ao resultado das eleições do próximo domingo (3). Em conversa com o Portal LeiaJá, o socialista destacou o “compromisso com a cidade”, o novo cenário que acontece o processo eleitoral e a “resposta” que, segundo ele, o povo dará ao seu adversário Armando Souto (PDT) nas urnas.

“Vejo que nós estamos em outro momento da história e isso será decidido no fim desta partida é como um campeonato, ele (Armando Souto) ganhou a primeira partida e eu posso ganhar à segunda. Estou muito confiante, apesar de ele ter ganho para mim no ano passado, mas agora a população de Água Preta tomou conhecimento de quem ele é, do comportamento, da vida passada, dos aliados que tem e fez uma comparação com a minha história, meu trabalho, meus aliados”, pontuou Coutinho. 

O socialista assumiu a prefeitura de Água Preta por um período, após a impugnação da candidatura de Souto pelo Tribunal Superior Eleitoral, gestão que segundo Coutinho foi de “realizações”. 

Durante a conversa, o ex-prefeito disse ainda ter convidado Armando Souto para debates, no entanto ele recusou a proposta. O que justifica, de acordo com Coutinho, a “falta de propostas” do adversário.

“Ao invés de só me atacar ele deveria pensar no futuro, em propostas para o futuro. Ele está, na verdade, um pouco desesperado, correu dos dois debates que propus, não tem propostas e muito menos conhecimento técnico das necessidades do município, é um aventureiro, paraquedista que devia procurar outra lavagem de roupa, porque prefeito de Água Preta ele não vai ser”, imprimiu o socialista.