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A dois dias da votação, a campanha pela Prefeitura de São Paulo virou uma guerrilha eleitoral na rua e um palanque de ofensas entre os candidatos. Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) trocaram acusações enquanto cabos eleitorais distribuíram por toda a cidade panfletos agressivos.

A coordenação da campanha serrista afirmou, em nota, que Haddad é "delinquente". O comitê do tucano repudiou cartazes apócrifos em que o candidato aparece numa foto segurando uma arma acima das frases "Serra é cúmplice do extermínio da juventude negra e pobre" e "Serra é cúmplice da violência contra as mulheres". O PSDB atribui a distribuição do material ao PT. O comitê de Haddad nega a autoria do material e afirma que Serra age com "desespero".

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"Quem quer ser prefeito de São Paulo não pode se apresentar como um delinquente que não respeita as leis municipais que conservam a cidade limpa", disse a campanha de Serra.

Em referência ao protocolo de trégua nos ataques mútuos proposto por Haddad durante debate da TV Bandeirantes, na semana passada, a campanha disse que o PT faz "cinismo".

Além dos cartazes apócrifos, as campanhas produziram panfletos oficiais e sites com ataques a propostas e acusações de ligação com corruptos.

Pela manhã, Haddad afirmou que Serra "violenta seus direitos" na campanha. Em discurso a organizações sociais de moradores de rua, catadores e povos indígenas no Bom Retiro, região central, Haddad criticou a campanha de Serra, classificada como "rasteira": "O problema é que vocês são violentados nos seus direitos todo santo dia. Eu estou sendo nos 60 dias de campanha", reclamou Haddad. "Eu me solidarizo com vocês, porque senti o gosto do que é sofrer na mão desse cidadão."

Na tarde de ontem, Serra disse ser uma infâmia a imprensa repercutir a acusação feita pelo MEC contra seu assessor. Para o tucano, o PT usa veículos de comunicação para fazer mentiras parecerem verdadeiras. "É exatamente o propósito que eles (petistas) têm. Eles espalham uma mentira, esperam que a imprensa compre e fique batendo na mentira até que ela pareça verdadeira. Isso é uma infâmia", afirmou em casa, no Alto de Pinheiros, zona oeste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, comentou nesta quarta-feira as declarações da senadora Marta Suplicy (PT-SP) sobre a campanha do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. "Todos nós temos de usar a sola do sapato", disse Carvalho ao ser questionado sobre a afirmação da senadora.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" na semana passada, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) mandou Haddad "gastar sola de sapato". "Além disso, as alianças farão diferença. O restante é conhecer os problemas da cidade e conquistar a militância. Ninguém pode substituir e nem fazer isso pelo candidato", afirmou a senadora, que acabou preterida na disputa.

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A fala de Marta provocou desgaste dentro do PT, que pressiona a senadora a socorrer Haddad o quanto antes. O ex-ministro da Educação aparece em pesquisas com apenas 3% das intenções de voto.

As afirmações de Carvalho foram feitas após participar de reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) no Palácio do Planalto. Questionado sobre a possibilidade de a chapa de Haddad repetir a base aliada que dá apoio ao governo Dilma, o ministro respondeu: "Evidente que é (fundamental), em qualquer campanha, ter a base aliada unida e trabalhando junto".

O ministro não soube informar quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho da campanha de Haddad, deve entrar na disputa. "Não dá pra fixar uma data. (Lula) já tem ajudado muito com os telefonemas e tal, tem conversado, mas ele prometeu ter muito cuidado e juízo porque percebeu o quanto a saúde é importante", disse Carvalho.

Na sua avaliação, Lula precisa de tempo e ser prudente. "Agora já faz uns dias que não estive com ele (Lula), mas de tudo que sei, está numa lenta recuperação que exige prudência, fonoaudiologia, fisioterapia, enfim, ele tem várias questões que está tratando, está se cuidando, sempre muito ativo, mas está num processo crescente de recuperação", comentou o ministro.

Questionado se José Dirceu estaria ajudando na campanha de Haddad, Carvalho respondeu que não tem "essa informação".

O presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, praticamente descartou hoje o apoio do partido a José Serra, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. Campos disse que na disputa da prefeitura da capital paulista, considera "mais provável" o PSB lançar candidato próprio. Caso isso não ocorra, ele acredita que a tendência do partido é de se coligar com o candidato do PT, Fernando Haddad.

"Não tendo candidatura própria, o mais provável hoje é que iremos para a aliança que sempre tivemos", afirmou Campos, referindo-se à base de apoio da presidente Dilma Rousseff, da qual faz parte. "Esse é o sentimento que eu acolho. Agora, a decisão só vai vir em junho. Isso está em movimento, está em debate e quem vai decidir tem de levar em conta a situação municipal e nacional", ressaltou.

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Eduardo Campos falou no Senado, após solicitar ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que encaminhe em regime de urgência a proposta de liberação do empréstimo do Banco Mundial, no valor de US$ 3,5 bilhões, para Estados da Região Nordeste.

O governador avaliou que a prefeitura de São Paulo, por ser "a mais expressiva cidade do Brasil", tem de ser analisada em todos seus aspectos. "É necessário ouvir o conjunto do partido no País", frisou. "Eu não acho provável que o partido decida nessa direção", reiterou, referindo-se ao apoio a José Serra. "Mas respeito o tempo do debate do município para que, quando (o assunto) chegar à direção geral, eu possa expressar opinião com muita clareza. Não vamos atropelar o debate".

Sobre a conversa que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador disse que não viu o pedido de Lula para que apoie Fernando Haddad como um "apelo", mas sim como um diálogo político. "A palavra de Lula é muito importante para o partido, temos respeito pela sua biografia e pela história que temos juntos". Ele informou que dos 1.200 pré-candidatos do PSB nas eleições municipais, pelos menos 10 dos 15 interessados em disputar as prefeituras de capitais manterão a candidatura até o final.

Pesquisa Datafolha mostra o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em primeiro lugar entre as intenções de voto do eleitorado paulistano. Ele tem 30% das intenções, segundo a pesquisa. Em relação ao levantamento anterior, de final de janeiro, Serra subiu 9 pontos porcentuais. Em segundo lugar ficou Celso Russomano (PRN), com 19%, com avanço de 2 pontos. Fernando Haddad, do PT, tem 3%, caindo 1 ponto sobre a pesquisa anterior.

Segundo o levantamento, a terceira colocação entre as intenções de voto ficou com Netinho de Paula (PCdoB), com 10%, um ponto a menos do que no final de janeiro. Em quarto está Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, com 8%, estável ante a pesquisa anterior. Soninha Francine (PPS) tem 7%, registrando queda de 2 pontos nas intenções de voto, e está empatada com Gabriel Chalita (PMDB), que também tem 7%, um ponto a mais do que em janeiro.

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O Datafolha ouviu 1.087 eleitores. A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos e foi feita em 1º e 2 de março, com registro no TRE-SP 00009/2012. O levantamento anterior foi em 26 e 27 de janeiro.

José Serra evitou comemorar os resultados da pesquisa que apontam sua liderança na disputa, com 30% da intenções de voto. Segundo ele, ainda é muito cedo para se falar sobre o assunto. "É muito cedo e as pesquisas são sempre relativas. É preciso ver com cautela, ainda mais agora que nem sou o candidato ainda", disse. "Vejo como um agrado, mas não creio que ela reflita necessariamente o que vai acontecer."

Ele reconheceu que a disputa pela Prefeitura de São Paulo será muito difícil. "Vamos trabalhar muito porque temos que ganhar no voto", afirmou. "Pesquisa a gente sabe, é sempre um vai-e-vem. Já estou habituado, tenho pós-doutorado". Serra não participará de evento público neste domingo. Na segunda-feira, às 16h30, ele terá encontro com a bancada de deputados federais na sede do diretório estadual do PSDB em SP.

Isolada pelas principais lideranças do PT, a senadora Marta Suplicy (SP) faltou a dois encontros com pré-candidatos à Prefeitura paulistana, ontem e anteontem. As ausências deram força a rumores de que a ex-prefeita abrirá mão da disputa, apesar de assessores negarem a desistência. Marta tem reunião marcada para amanhã com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reservou o dia para também conversar com os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, ambos pré-candidatos. No encontro, Lula deve expor seus argumentos favoráveis à candidatura do ministro Fernando Haddad (Educação).

Ontem à tarde, no encontro do PT em Pirituba, zona norte, a ausência de Marta surpreendeu tanto os militantes quanto os dirigentes do partido. Coube ao presidente municipal do PT, vereador Antonio Donato, anunciar de forma constrangida que a senadora não iria ao encontro. Ao lado, Zarattini se mostrou surpreso com a nova ausência de Marta - na sexta-feira, ela havia alegado razões pessoais para faltar à reunião na Lapa. "Ainda estou processando a informação", disse o pré-candidato.

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No encontro do diretório de Pirituba, petistas lembraram que a senadora esteve com a presidente Dilma Rousseff na semana passada. "Ela percebeu que está sem saída", disse um deputado, que pediu anonimato. Procurados, aliados de Marta preferiram não comentar ontem as duas ausências da senadora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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