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Nos últimos anos, muitas pessoas estão optando pelo estudo à distância, online. Segundo o Censo da Educação Superior de 2021, a quantidade de alunos inscritos em cursos superiores de graduação na modalidade à distância aumentou 474% entre 2011 e 2021.

É possível ligar a situação da pandemia com o número gritante de inscritos no sistema remoto em 2021. Ao todo, foram 3,7 milhões de pessoas matriculadas, um número que representa 41,4% do total. O formato presencial sentiu esse aumento, tendo uma queda de 8,3% das matrículas entre 2011 e 2021.

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Com grande impacto no setor da educação, projetos e plataformas digitais se desenvolvem para trazer para o on-line a experiência de ensinar e aprender que existia no presencial. Os profissionais também se reinventam, para trabalhar o foco e participação dos alunos em suas aulas.

“Mesmo sendo uma escola de idiomas online há mais de 6 anos, é impossível não perceber a crescente procura dos alunos por esse formato. O primeiro ponto a ser entendido é que cada aula é única. Em seguida, precisamos compreender que as aulas são desenvolvidas para pessoas, que devem ser vistas menos como números ou clientes”, afirma Helaman Fernandes, CEO da Aliança.

O empresário menciona como a crescente procura pelas aulas EAD demanda uma resposta de tratamento pela empresa, sabendo lidar com a questão humanitária, não só robotizada, e a dinâmica no processo das aulas.

“Prezamos muito para que os estudantes estejam confortáveis em suas aulas, conciliando esse tempo com suas as demandas pessoais para que esse momento de aprendizado de uma nova língua não seja um peso, mas um momento de troca de experiências e desenvolvimento pessoal e profissional”, destaca Helaman Fernandes.

O crescimento do número de matrículas no ensino superior na modalidade de ensino a distância (EAD) aumentou 7,7 pontos percentuais de 2019 para 2020, saltando de 19,1% para 26,8%. Com queda de 3,8% em 2019, as matrículas para cursos presenciais diminuíram ainda 5,6 pontos percentuais, chegando à queda de 9,4% em 2020.

Os dados são do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, que apresenta dados gerais do setor no país, de instituições de ensino superior (IES) privadas e públicas, e realizado pelo Instituto Semesp.

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O percentual de 64,2% das matrículas no ensino superior refere-se a cursos presenciais, uma queda de 7,3 pontos percentuais de 2019 para 2020. Segundo o Semesp, este foi um dos impactos do primeiro ano da pandemia de covid-19.

De acordo com a instituição, pela primeira vez na história da coleta de dados do Censo do Ensino Superior, o número total de ingressantes no EAD (2 milhões) ultrapassou o presencial (1,75 milhão). Os ingressantes na modalidade presencial tiveram queda de 13,9%, e os do EAD aumentaram 26,2%. Os ingressantes correspondem aos calouros, enquanto os dados referentes a matrículas incluem estudantes de todos os períodos.

Ainda em relação ao impacto da pandemia no setor, 92% das instituições de ensino superior suspenderam as aulas presenciais em 2020, e 77% destas não retornaram as atividades presenciais naquele ano.

O total de matrículas – presenciais e EAD – no país cresceu 0,9% de 2019 para 2020. O número de matrículas feitas no período aumentou em 11 estados, com o Rio de Janeiro apresentando a maior alta (8,6%), seguido por Espírito Santo e Santa Catarina, empatados com 5,9% de acréscimo de estudantes. Amapá, Ceará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo também registraram crescimento do número de matrículas.

O levantamento mostrou que três estados da Região Sudeste -- São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – têm, juntos, 42,8% do total de matrículas do ensino superior do país.

A taxa de escolarização líquida do país, que mede o total de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior em relação ao total da população da mesma faixa etária, é de apenas 17,8%. O Distrito Federal tem a maior taxa de escolarização líquida (30,4%), e o Maranhão, a menor (9,9%). As regiões Sul e Sudeste são as únicas em que todos os estados têm taxa de escolarização líquida acima da média nacional.

A evasão no ensino superior aumentou 4,2% de 2019 para 2020. O índice foi maior na rede pública (12,2%) do que na rede privada (2,8%).

A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Na Região Metropolitana do Recife, está ofertando 2.500 vagas em cursos gratuitos a distância para moradores de conjuntos habitacionais do município. Entre as capacitações, há preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pré-vestibular, além de cursos em áreas como gastronomia, administração, design, gestão, hotelaria e idiomas. As inscrições podem ser realizadas de 23 até 30 de junho por meio do site da Secretaria Executiva de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo.

Com início no dia 12 de julho, o curso possui carga horária que varia entre cinco e 80 horas. Os alunos que completarem no mínimo 70% do curso receberão certificados digitais e serão cadastrados na Agência do Trabalhador do Jaboatão dos Guararapes. Os estudantes ainda terão acesso a todo o conteúdo por 30 dias na plataforma.

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Entre os cursos ofertados estão: preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pré-vestibular, 3D e Games, Administração, Animações e Design, Artesanato, Culinária e Gastronomia, Doces e Confeitaria, Estética e Beleza, Eventos, Turismo e Hotelaria, Finanças, Fotografia e Vídeo, Gestão e Liderança, Idiomas, Informática, Iniciação Profissional e Logística.

Para participar é necessário que o candidato seja morador de um conjunto habitacional do município, tenha idade a partir de 14 anos e ensino fundamental, além de, apresentar cópias do RG, CPF e comprovante de residência. Mais informações podem ser obtidas, das 9h às 14h, por meio do número (81) 99756-0295.

O Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) está com inscrições abertas para o curso de pós-graduação lato sensu em informática na educação na modalidade a distância. Para participar, os interessados devem se candidatar até o dia 9 de abril por meio do site do instituto.

Ao todo, estão sendo ofertadas 150 vagas para ampla concorrência, pessoa com deficiência (PcD) e candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI). O curso tem carga horária de 480 horas e visa capacitar professores quanto ao uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, de forma interdisciplinar.

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O processo seletivo será composto por sorteio eletrônico caso o número de inscritos seja superior ao número de vagas ofertadas. O resultado dos pré-selecionados no sorteio será divulgado no dia 20 de abril. O início das aulas está previsto para começar no dia 29 de maio. Saiba mais detalhes através do edital da seleção.

A partir desta segunda-feira (18) estão abertas as inscrições para 15.095 mil vagas de cursos técnicos integrados ao ensino médio, promovidos pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE), através da Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional (SEIPE). Interessados devem realizar as candidaturas até o dia 25 de janeiro, gratuitamente, por meio do site SisSel.

São 35 cursos distribuídos entre 76 escolas de 58 municípios do Sertão, Agreste, Zona da Mata de Pernambuco, além de unidades na Região Metropolitana do Recife (RMR). Do total de oportunidades de qualificação, 7.190 vagas são para o Ensino a Distância (EAD) semipresencial, com acesso gratuito por meio das plataformas Conecta Aí, Educa-PE, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e no Google Classroom.

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Outras 7.905 vagas na forma subsequente presencial, direcionadas para quem já terminou o ensino médio. Os candidatos poderão escolher entre as áreas de Agronegócio, Audiovisual, Comunicação, Cultura, Design, Educação, Energia, Gestão, Indústria, Infraestrutura, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Turismo.

Para concorrer a uma das vagas, é necessário ter concluído o ensino fundamental e estar com a seguinte documentação: CPF, RG, e-mail ativo, certidão de nascimento, duas fotos 3X4, comprovante de residência recente e cópia do cartão de vacina atualizado.

Os inscritos serão avaliados por meio de provas com 20 questões, sendo de língua portuguesa e de matemática, previstas para os dias 27 de janeiro e 5 de fevereiro. Segundo a SEE-PE, o horário e local de realização do exame serão disponibilizados aos participantes pelo cartão de inscrição.

O resultado final da seleção, segundo o cronograma, está marcado para o dia 12 de fevereiro. O início das aulas está marcado para o dia 8 de março. Para mais detalhes, acesse os editais Edital ETE Subsequentes 2021.1 e Edital EAD Pernambuco 2021.1.

Protocolo de segurança sanitária - Em nota de abertura de inscrições, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) informou que foi elaborado um Protocolo Setorial para que as atividades presenciais dos cursos técnicos sejam retomadas de forma segura e responsável durante a pandemia da Covid-19.

Dentre as medidas, estão a aferição de temperatura, uso de máscara e álcool em gel, pias para higienização das mãos, dentre outras. “É importante destacar que todas as escolas estão preparadas para receber os estudantes, professores e demais profissionais, pois seguem um rigoroso protocolo de segurança estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde”, diz a SEE-PE em nota à imprensa. Acesse, na íntegra, todas as orientações do Protocolo Setorial neste link.

Desenvolvido com o intuito de auxiliar educadores, pais ou tutores neste período de retomada das aulas, o Google For Education estreia o “Inovar de Onde Estiver”, um manual de atividades para educação a distância. O guia contém propostas de atividades que podem ser feitas com estudantes do ensino infantil até a educação superior, nas modalidades presencial, híbrida e/ou remota.

Entre outras opções disponíveis, há a possibilidade de elaborar trilhas de aprendizagem utilizando ferramentas como os Google Formulários e o YouTube. No total, o manual possui 15 módulos, todos elaborados de acordo com as habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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No mês de abril, o Google estreou o hub “Ensine de Onde Estiver”, elaborado em parceria com o Instituto de Tecnologia da Informação para Educação, da Unesco. Outras ferramentas de ensino a distância também foram desenvolvidas, a exemplo de um conjunto de materiais de treinamento para famílias, além de uma série de webinars.

Nesta segunda-feira (31), o fundador do Ser Educacional, Janguiê Diniz, fará parte do programa "Conversa com Bial", exibido na Rede Globo, após o Jornal da Globo. No encontro, o tema abordado será a educação a distância.

"Nessa conversa, falamos sobre o cenário da educação no Brasil durante a pandemia e as tendências para o futuro, com destaque para a educação a distância", disse Janguiê Diniz, por meio do seu perfil no Instagram.

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"Foi um papo muito legal e produtivo. Espero vocês nessa conversa!", finalizou o empreendedor. Confira, abaixo, mais detalhes da publicação:

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No estado de São Paulo, dois programas gratuitos de qualificação profissional estão com inscrições abertas para 20 mil alunos. Quem quiser estudar sem sair de casa pode se matricular nas 15 mil vagas dos cursos de tecnologia do SP Tech e nas 5 mil do Via Rápida Virtual.

O cadastro é feito pela Internet e as aulas são ministradas pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

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O programa Via Rápida Virtual tem oito opções de cursos básicos que atendem alunos nas áreas de Tecnologia da Informação (lógica de programação, banco de dados, desenvolvedor web e desenvolvedor mobile), gestão (administrativa, planejamento empresarial e finanças para empresas) e idiomas (espanhol básico).

As lições têm carga de 80 horas. Os participantes que concluírem os cursos inaugurais de TI estarão aptos a participar do módulo de Empreendedorismo. O curso complementar é oferecido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Programa SP Tech

Já o SP Tech é direcionado para os alunos que finalizaram os cursos iniciais de Tecnologia da Informação. O programa abrange estudantes que já estejam mais preparados para os cursos de Ciência de Dados e Desenvolvimento Web Front-End, Back-End e Full-Stack.

As aulas são oferecidas pela parceria da administração pública com empresas privadas como a Digital InnovationOne e Alura.

Inscrições

Os interessados devem se inscrever por meio do site www.cursosviarapida.sp.gov.br até o próximo domingo (16). Para efetivar a matrícula, o aluno deve ter idade mínima de 16 anos, ser alfabetizado e residir no estado de São Paulo.

Se a quantidade de inscritos superar o número de vagas, a prioridade será para desempregados, com baixa renda e Pessoas Com Deficiência (PCD).

As aulas começam no dia 24 de agosto e os candidatos serão informados da convocação por e-mail. O certificado será entregue aos alunos que concluírem a carga horária completa e tiverem média avaliativa de 7,5 ou mais nas provas.

A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2) que já causou mais de 101 mil mortes no Brasil, até o momento, obrigou a população a aderir ao isolamento social fechando, entre outros locais, espaços de educação presencial. Neste 11 de agosto de 2020, Dia do Estudante, LeiaJá traz a série "Estudante, você também é herói", com discussões sobre como a pandemia tem afetado os alunos brasileiros, incluindo uma análise de especialistas e membros de entidades de representação estudantil sobre como será o, ainda incerto, futuro dos discentes.    

Quadro negro e giz

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Assim que as aulas foram suspensas, surgiu logo uma grande preocupação com o ensino básico, seguida de uma questão extremamente complexa para resolver, envolvendo os estudantes secundaristas de todo o país, o funcionamento das escolas, os sistemas de seleção para as universidades e os calendários acadêmicos do ensino superior em 2021: o que fazer com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, afirmou que a entidade entrou fortemente na luta pelo adiamento da prova devido ao atraso de estrutura tecnológica das escolas públicas que deixa os estudantes de baixa renda em desvantagem. 

“A verdade é que as nossas escolas públicas em maioria no país não acompanham esse desenvolvimento da tecnologia. Não faz parte da nossa realidade uma sala de informática que tenha um computador, um professor valorizado. Na verdade, fazem parte salas ainda com quadro negro e giz. Precisamos falar da mudança urgente e necessária do perfil das nossas escolas públicas que precisam acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, e o papel da educação no combate à desigualdade social, para assim a gente falar, por exemplo, dessa questão das aulas remotas. Nós temos hoje estudantes excluídos da plena cidadania, entendendo a internet como um direito humano do século XXI”, afirma Rozana. 

A desigualdade social, escancarada pela pandemia de Covid-19 junto à exclusão digital e perda de renda das famílias brasileiras, na visão de Rozana, que tem 21 anos e estuda em um cursinho popular pré-Enem para fazer faculdade de biomedicina, impedem vários alunos de ter acesso ao direito humano que é a educação e gera um aumento na evasão escolar. Os que insistem, segundo ela, tentam se virar dando todo tipo de jeito. 

 “Nós estamos tentando nos virar de diversas formas assim como aconteceu nas inscrições do Enem, quando os estudantes se inscreveram com wi-fi do vizinho, wi-fi da padaria, comprando chip para conseguir se inscrever. A UBES está com uma campanha também que é o 'Estudo Pra Geral', que é uma campanha de arrecadação para compra de apostilas preparatórias para o Enem, para distribuição dessas apostilas em cursinhos populares. O estudante continua resistindo, continua na luta, e nós, lutando contra a exclusão digital, como entidades estudantis, estamos tendo também como resposta”, diz a presidente da Ubes. 

Questionada sobre como enxerga o futuro da educação brasileira pós-pandemia, em um cenário no qual a inserção e disseminação forçada e a curto prazo do ensino remoto se fez necessária, Rozana afirma prever um futuro de muitas lutas em nome da defesa da escola e da educação como um todo. “Nós acreditamos que o descaso do governo Bolsonaro é objetivo. Nós acreditamos que se continuarmos por esse caminho, o nosso futuro depois da pandemia tende a ser pior ainda. O que os estudantes secundaristas estão fazendo na internet é revolucionário, nós estamos doando muito as nossas vidas para a luta", comenta Rozana. 

“Poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita”

Carlota Boto, de 58 anos, é professora titular de Filosofia da Educação na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e se mostra preocupada com a possibilidade de dispersão de estudantes, tanto no nível básico quanto no superior, uma vez que parte deles não consegue ter acesso a aulas remotas e até os que têm, segundo ela, sentem falta do ambiente de aprendizado. Lidar com esse cenário, na visão da professora, terá implicações a curto e longo prazo. 

“A curto prazo, isso vai implicar a necessidade de uma redistribuição dos conteúdos curriculares pelo menos nos próximos dois anos, de maneira que aquilo trabalhado neste ano venha a ser retomado em algum momento no próximo ano letivo. Para tanto é necessário também repensar os métodos escolares, levar os alunos a pesquisarem, a buscar acessar os espaços do conhecimento. A longo prazo, penso que essa experiência vai proporcionar um novo modo de recorrer aos recursos da internet. Os professores e alunos precisam interagir melhor com as ferramentas digitais que hoje estão à nossa disposição”, diz a docente.

O drama que vem da dicotomia entre a necessidade de retomar as aulas, ainda que remotamente, e a falta de acesso de parte dos alunos junto à busca de alternativas para que nenhum aluno fique para trás, também preocupa Carlota. “O ensino remoto é a menos má das soluções. Professores em todo o Brasil têm feito das tripas coração para dar tudo de si na organização dessas atividades remotas. Há muita coisa boa sendo produzida. Eu sou bastante otimista quando observo a inventividade com que os professores têm lidado com os desafios que enfrentam neste momento. Cada instituição está pensando seu próprio projeto pedagógico. Penso que as escolas e as faculdades têm discutido muito os modos de interagir com os estudantes. Não dá para ter uma régua e nivelar as soluções. O que é importante é que não se deixe nenhum aluno para trás. Ano letivo a gente recupera no próximo semestre. Mas as vidas das pessoas que se foram não voltam. Não tem cabimento o retorno neste ano, seria arriscadíssimo que voltássemos sem que haja expressa indicação disso por parte das autoridades da saúde”, diz a professora.

Questionada sobre sua maneira de encarar o futuro da educação após esse momento de entrada abrupta e, de certa forma forçada da tecnologia no ensino, a professora Carlota afirma que a educação e seus agentes terão que lidar com a presença tecnológica no processo pedagógico e as escolas públicas necessitam de investimentos para isso. “Eu penso que a educação do futuro terá de lidar com a tecnologia. A internet é um mundo a ser acessado na busca do conhecimento. Penso que os poderes públicos têm o dever de proporcionar internet gratuita às pessoas em todos os espaços. É preciso investir na escola pública. E isso passa pelas ferramentas digitais. O ensino do futuro se valerá dos meios remotos. Mas não será a distância. Isso é o que eu espero”, projeta.

Uma geração de profissionais perdida por falta do Estado

Iago Montalvão tem 27 anos, é estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele destaca os fortes impactos que a implementação das aulas remotas trouxe para os estudantes no nível superior de ensino por diversas razões, como falta de acesso de alunos de baixa renda, diálogo e tempo de preparação o suficiente para implementar o novo modelo. Ele também aponta para diferenças de tratamento dadas ao tema em diferentes redes de ensino. 

“Dentro das [universidades] privadas você tem essas que são grandes conglomerados de educação, universidades lucrativas que simplesmente de uma hora para outra enfiaram goela abaixo nos estudantes um tipo de ensino remoto que muitas vezes deu problema, que muitos estudantes não tinham as condições em casa, muitos estudantes não se prepararam para poder conseguir ter acesso a isso. Sem discussão, muito na linha dessas universidades manterem a linha da sua visibilidade enquanto instituição que não parou. Já nas públicas você teve muitas situações particulares. Você tem por exemplo a USP e a UNICAMP que no início já buscaram dar alguma assistência e auxílio aos estudantes, mas também tiveram pouco tempo para discutir como seria a transição para esse modelo remoto”, conta Iago.

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Iago também destaca as inúmeras dificuldades que são inerentes ao presente momento, uma vez que há muitas realidades de perfis diferentes de estudantes em jogo em universidades de todo o País. “Mas a grande encruzilhada é o seguinte: é como você conseguir dar garantia de que nenhum estudante seja prejudicado, porque você tem estudante que não consegue ter acesso nessas aulas a distância, e isso efetivamente. Você tem problemas inúmeros desde a falta de um computador, de uma internet, que é o mínimo, até gente que não tem um cômodo em casa para estudar, que tem barulho em casa, tem problemas com a família, enfim, tem de tudo e como solucionar esses problemas? É muito difícil você solucionar na totalidade. Mas por outro lado, como é que fica também essa questão do cronograma? Porque você tem estudantes que ingressariam agora e já estão com problemas, se você suspende o período letivo do ano todo como é que ficam os ingressantes do ano que vem?” questiona o presidente da UNE. 

Uma possível tentativa de solução citada por Iago é a criação de semestres excepcionais com regras acadêmicas mais flexíveis, como já vem sendo feito em algumas universidades públicas e institutos federais pelo país. “Você já tem assistência nos tempos normais, que é bolsa de permanência, bolsa alimentação, moradia estudantil, etc. Mesmo antes da pandemia já eram políticas insuficientes, a gente sempre lutou por mais verba para a assistência estudantil. Hoje a gente está vendo com mais evidência esses problemas, nesse momento você precisa urgentemente ampliar as políticas de assistência para garantir que a galera tenha acesso a esses bens materiais mínimos para conseguir ter acesso às aulas. Ao mesmo tempo, criar flexibilização de regras acadêmicas”, afirmou Iago. 

No que diz respeito ao futuro da educação e inserção das tecnologias pedagógicas, o presidente da União Nacional dos Estudantes alega que “a gente tem um governo que tem demonstrado constantemente desprezo pelas universidades públicas em uma tentativa de desmoralização". 

"Essa política liberal do governo de enfraquecer a universidade pública e expandir a universidade privada se dá muito pelo viés do EAD, porque é um tipo de ensino que na minha opinião, em determinadas situações, para determinados públicos, é importante. Por exemplo, você tem projetos nas universidades públicas em aldeias indígenas, pessoas que moram em lugares distantes, você tem consórcios como a própria Universidade Aberta do Brasil, que é um estilo de formação EAD para aquela pessoa que não pretende ter uma formação aprofundada na universidade presencialmente, tem dificuldade de deslocamento e prefere fazer uma aula a distância. Eu acho que é legítimo que você tenha esse tipo de modalidade de ensino a distância, desde que você garanta toda a estruturação necessária para que o EAD seja feito com qualidade", acrescenta Iago. 

De acordo com um levantamento realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), um em cada quatro estudante do nível superior no Estado de São Paulo está inadimplente, registrando um índice de 72,4% maior no mês de abril em relação a 2019 e um crescimento de 32,5% na evasão comparando também os meses de abril dos mesmos anos. Iago aponta para essa realidade de desistências dos cursos como um reflexo do momento de pandemia em que as pessoas se veem forçadas a desistir de seus cursos e cita algumas ações políticas desenvolvidas pela UNE no Congresso Nacional para tentar apoiar os estudantes universitários que, segundo ele, tentam resistir e se virar como podem.

“O que os estudantes têm feito é se desdobrar de várias formas. Galera assistindo aula pelo celular, uma reivindicação grande é que os professores gravem as aulas porque, às vezes, o pessoal não consegue acompanhar ao vivo, porque a internet cai. Agora o principal que a gente tem pautado, principalmente nas públicas, é para que tenha algum tipo de auxílio. Nós temos pautado muito isso no Congresso Nacional, é muito difícil porque o governo dá pouca atenção para essa área. Tem lá no Congresso Nacional um Projeto de Lei que é por mais recurso para assistência estudantil, tem um projeto de lei lá nosso que é o auxílio estudantil emergencial para os estudantes das [universidades] privadas pagarem as mensalidades e terem um auxílio para conseguir se manter nesse período, porque a renda caiu. Você está deixando de formar uma geração de profissionais que no futuro a gente vai sentir, aquilo que o MEC falou na propaganda do Enem, de uma geração de futuros profissionais seria perdida, na verdade já está sendo perdida por falta de assistência do Estado”, diz ele. 

Um novo tempo

Cacilda Soares tem 59 anos, é professora de ciências contábeis há 25 anos e atualmente trabalha como coordenadora do sistema Universidade Aberta do Brasil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela iniciou a conversa sobre ensino remoto e a distância esclarecendo que essa não é uma modalidade nova de educação no Brasil, ao contrário do que muitas pessoas parecem acreditar: as primeiras experiências, de acordo com ela, datam de 1923. Nas décadas de 1960 e 1970, a televisão também foi utilizada para este fim e até hoje temos canais como, por exemplo, a TV Cultura e TV Escola. 

O problema, segundo a professora, é que o sistema de ensino formal passou à margem dessa realidade enquanto se mantinha no sistema presencial sem integrar a tecnologia nas salas de aula e de repente a pandemia de Covid-19 forçou essa junção de uma vez só. “O fato é que os cursos de ensino fundamental, médio e superior não conseguiram se adaptar ao uso desses recursos tecnológicos. Todos fomos educados no modo presencial, no modo analógico e de repente por conta de uma pandemia nos vemos obrigados a nos transformar em seres digitais. Isso dá um grande impacto em alguns, porque é como se já existisse paralelamente, mas se você estava de certa forma acomodado a viver no paralelo. Deixou de ser um paralelo e a realidade agora é essa. É uma quebra de paradigma sair do analógico para o digital da noite para o dia. Tem um choque muito grande nos usuários, aqueles que são responsáveis por preparar conteúdo, lecionar", opina Cacilda.

Ao ser inquirida sobre como enxerga futuro da educação após a pandemia e a disseminação desse modelo remoto de ensino, a professora revela não saber se haverá um momento após pandemia, uma vez que mesmo com vacina, ainda precisamos conviver com a gripe H1N1, por exemplo, mas, aponta que os alunos, professores e instituições terão que reaprender tudo para viver em um novo mundo permeado pela tecnologia. 

“O que será o ano que vem? Eu não sei. Não sei como é que vai ser 2021, saímos de um reveillon muito belo e que reviravolta foi essa no mundo em 2020? O que é 2020 na nossa vida? É um processo que não dá para você ter resposta do que vai ser o amanhã, vamos ter que nos reinventar a cada dia. Nosso papel na sociedade não mudou, eu sou professora, mas o que eu vou ter que fazer mais, o que vai ser exigido mais de mim? Eu já lido com tecnologia, mas e quem não lida? E quem está aprendendo agora? Eu vou reaprender, mas tem gente que vai aprender. É difícil imaginar quando vai ter uma volta, se vai ter uma volta. O que eu to vendo é uma reconfiguração da humanidade, do mundo, das relações humanas. Eu não me arrisco a falar de uma volta, porque acredito que do jeito que era, não volta, vai ser um novo tempo”, imagina a professora.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> Formatura mais cedo: estudantes trocam aulas por hospitais

Los Angeles anunciou nesta segunda-feira que as escolas não serão reabertas em agosto para o novo ano letivo e que o ensino à distância será mantido, devido ao aumento do número de casos de coronavírus na região.

"A saúde e segurança da comunidade escolar não é algo que possamos colocar em risco", assinalou o superintendente do segundo maior distrito escolar americano, Austin Beutner, em mensagem gravada. O anúncio é feito em meio à pressão do governo federal para que que as escolas reabram no outono local, apesar dos recordes de novos infectados em várias partes do país, incluindo o estado da Califórnia.

San Diego uniu-se a Los Angeles na decisão de iniciar o ano letivo remotamente até que haja condições sanitárias para a retomada das aulas presenciais. "A taxa altíssima de infecção nas últimas semanas deixa claro que a pandemia não está controlada" no estado, indica um comunicado conjunto de ambos os distritos escolares.

Autoridades informaram que oferecerão mais recursos para que professores, alunos e pais treinem o modelo virtual. Refeições gratuitas também continuarão sendo distribuídas nas escolas.

Los Angeles registra mais de 130 mil casos positivos de coronavírus, ou 40% do total do estado da Califórnia. O presidente Donald Trump pressiona por uma retomada das aulas presenciais em escolas e universidades de todo o país, que estudam como balancear a necessidade de reabertura com a preocupação sanitária.

O superintendente Austin Beutner considerou que o governo deve aumentar as verbas para os testes e rastreio de contatos, a fim de que as escolas possam reabrir com segurança.

Em relatório divulgado na última semana de junho, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) informou que 40% de um grupo de mais de 200 países não têm como oferecer apoio a estudantes no ensino a distância, durante a pandemia. Na descrição sobre o Brasil, foram feitas observações quanto a escolas que aprovam estudantes que não assimilaram de fato os conteúdos e a barreiras enfrentadas pela parcela negra, definidas como “legado de oportunidades limitadas de educação”.

Em abril, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) estimaram que cerca de 370 milhões de crianças poderiam ficar sem merenda, como resultado do fechamento das escolas ao longo da crise sanitária. Os números mostram como alunos socialmente vulneráveis acabam enfrentando mais obstáculos no contexto atual. Agora, a exclusão escolar se amplia com a falta de acesso à internet. Apesar de ser adotada pelas redes públicas de ensino, como forma de garantir que os estudantes possam dar continuidade aos estudos, a ferramenta não está ao alcance de todos, que precisam utilizá-la para complementar materiais impressos, assistir a aulas online, resolver exercícios ou manter contato com os professores.

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Em algumas unidades federativas, como o Distrito Federal, a volta às aulas já foi anunciada.

O governo estadual de São Paulo programou o retorno das aulas presenciais para 8 de setembro Na primeira etapa, a ocupação das salas de aula deve ser de, no máximo, 35%. Até que todos os alunos possam voltar, a orientação é de que acompanhem as aulas remotas, a partir da plataforma virtual Centro de Mídias SP, e se cadastrem para ter acesso gratuito à internet, possível por meio de aplicativo.

Percepção dos estudantes

Para a médica Talita Amaro, que coordena o cursinho pré-vestibular popular Mafalda, vinculado à Associação Beneficente Meraki, o que as secretarias municipais e estaduais de Educação estão oferecendo aos estudantes não pode ser classificado como ensino a distância, porque ele pressupõe a existência de uma "construção do conhecimento em fases". Em um levantamento do qual participaram 192 alunos matriculados, a organização do cursinho apurou que 48% têm aulas regulares (ensino médio ou técnico) e exercícios online, 16% apenas algumas disciplinas ou exercícios online e 3% não têm nem aulas, nem exercícios disponibilizados pela escola. Outro dado importante é que 67% declararam que não têm aprendido tanto em ambiente virtual quanto presencialmente. 

As maiores dificuldades citadas foram concentração e disciplina (74%), privacidade (51%), cumprir a carga horária (44%) e cansaço com a rotina de aulas pela internet (43%). A dependência dos recursos tecnológicos e o distanciamento dos educadores foram fatores indicados como negativos pela maioria dos entrevistados - 75% e 96%, respectivamente.

"O ensino a distância tem estrutura pedagógica específica. Você não chega simplesmente, dá uma aula para o aluno e acha que aquilo substitui qualquer outra atividade. É um ensino progressivo. Toda vez que você se matricula em um curso online, ele tem uma estrutura preconcebida, que foi pensada no seu desenvolvimento. Então, você inicia com texto-base, faz algumas atividades avaliativas, assiste a aula, mas tem, constantemente, um feedback", afirma. 

Kayume da Silva, de 26 anos, concluiu o ensino médio em 2013, com supletivo. Sua avó materna não teve a oportunidade de estudar e sua mãe completou apenas a 4ª série do ensino fundamental. Atualmente, a jovem, que é mãe de três filhos, diz que é difícil conciliar cuidados domésticos com a maternidade e uma rotina de estudos. 

Seu plano é ter o diploma de um curso técnico em gestão pública que, para ela, pode ser um atalho para ingressar no mercado de trabalho. Atualmente, ela é uma das alunas matriculadas no cursinho pré-vestibular da Rede Emancipa, movimento social de educação popular com unidades em todo o Brasil.

"Gosto de estudar na parte da tarde, mas ontem, por exemplo, vi que tinha de lavar roupa, fazer almoço. Quando vi, estudei muito pouco. Tenho uma filha de 4 anos e isso me atrapalha muito. Não consigo estudar três, quatro, cinco horas, focar", conta Kayume.

Para a universitária Heloisa Ramos, que cursa química industrial e dá aulas no cursinho da Rede Emancipa desde 2018, é bastante perceptível a quantidade de desistência de alunos. As turmas, segundo ela, reuniam cerca de 400 pessoas matriculadas, número que já chegou a cair para 15 com a pandemia. Durante os intervalos das aulas, que duravam 50 minutos e eram dadas quinzenalmente, aos sábados, ela tirava dúvidas das turmas. Hoje, as aulas ocorrem uma vez por semana. Na sexta-feira, Heloisa abre um espaço para que os alunos tirem dúvidas sobre a matéria dada. 

"Se antes da pandemia já existia evasão, com ela é uma coisa absurda. A gente perguntou a eles: o que está acontecendo? É por causa da plataforma? É a forma? É por falta de acesso à internet? As respostas foram variadas. Muitos trabalham no horário das aulas, outros têm um pacote de dados que não permite que possam participar de tantas lives [transmissões ao vivo], além de dificuldades financeiras, porque muita gente perdeu o emprego e não tinha como pagar pela internet, tinha familiares doentes. Não há somente a questão financeira, mas também a psicológica e, para os alunos periféricos, isso se agrava muito mais", acrescenta. 

"No cursinho tem muito aluno do ensino médio, mas também gente que já saiu da escola há muitos anos ou que veio da EJA, Educação de Jovens e Adultos. São alunos que têm muitas dificuldades. Então, às vezes, a gente está falando de um assunto que o aluno nunca viu na vida, ele fica desesperado, acaba desanimando e desiste", afirma. 

Distribuição de materiais

Minas Gerais foi um dos pontos do país onde a exclusão escolar pela falta de internet ficou mais patente. Nas redes sociais, uma professora de escola pública do estado comentou que as apostilas do Plano de Estudo Tutorado (PET), feitas no âmbito do Regime de Estudo Não Presencial, parecem ter sido preparadas às pressas e sem esmero. Em uma das postagens, que teve milhares de visualizações, a docente questiona, entre outros aspectos, como os alunos terão condições de fazer os exercícios, se muitos deles dependem de links que direcionam a páginas da web. 

A Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais garantiu que distribuiria uma versão impressa das apostilas aos alunos que não tivessem conexão de internet em casa. A pasta lembrou que as apostilas são utilizadas como "guia para nortear as atividades", e não como são livros didáticos". A professora, por sua vez, criticou a qualidade do material e ressaltou que somente se sentiu segura de dar as aulas com algo produzido por ela mesma. 

Procurada pela reportagem, a secretaria ressaltou que também está transmitindo teleaulas no programa “Se Liga na Educação”, que vai ao ar pela Rede Minas e pela TV Assembleia, e que disponibilizou o aplicativo Conexão Escola, que inclui um chat para interação aluno-professor. "Mais de 97% dos estudantes da rede estadual de ensino tiveram acesso, seja virtualmente ou de forma impressa, aos planos de Estudos Tutorados. O aplicativo Conexão Escola já contabiliza mais de 1,2 milhão de downloads na loja virtual. Já o programa Se Liga na Educação chega a cerca de 1,4 milhão de alunos por TV aberta. A média diária de visualizações no Youtube da Rede Minas, que também transmite o conteúdo do programa, chega a 700 mil visualizações por dia", informou a secretaria em nota.

O Ministério da Educação lançou uma página para divulgar informes sobre as medidas tomadas durante a pandemia. 

Estão abertas até esta sexta-feira (26) as inscrições para 25 mil vagas em cursos gratuitos com 60 horas de duração, de português, matemática e tecnologias da informação e comunicação em casa, ofertados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com o Ministério da Educação (MEC).

Podem se inscrever estudantes de graduação, concluintes do ensino médio e alunos matriculados na Universidade Aberta do Brasil (UAB) pela plataforma Avacapes.

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“A iniciativa é uma grande oportunidade para que os alunos se capacitem com conhecimentos complementares aos estudos regulares, sobretudo neste tempo de pandemia, onde muitos tiveram as aulas interrompidas”, afirma o presidente da Capes, Benedito Aguiar, em nota. 

Segundo Aguiar, a ação estimula o aprendizado, fortalece o ensino a distância e reforça o compromisso do governo federal com a educação e a qualificação de jovens.

Os cursos estão no ar desde abril e 45 mil pessoas já fizeram a qualificação pela internet.  Os conteúdos foram revisados e atualizados por especialistas das áreas. Ao concluir o curso, os estudantes receberão um certificado emitido pela Capes com a carga horária cumprida.

Instituições de ensino superior, públicas e privadas, de todo o Brasil, substituíram disciplinas presenciais por aulas no método remoto com o intuito de amenizar os prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Não é de hoje que universidades já utilizam o método em seus cursos no formato de Ensino a Distância. Mas o novo formato é diferente pois a aula remota acontece ao vivo, nos mesmos horários que aconteceriam presencialmente.

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Na Universidade UNG, as aulas são ministradas utilizando a plataforma Teams, da Microsoft. Além disso, a Instituição investiu em equipamentos, sistemas e treinamento de professores. “A diferença é que hoje lecionamos as aulas ao vivo, frente a frente com os alunos, interagindo, tirando dúvidas e debatendo os temas já estabelecidos no conteúdo programático”, explica a coordenadora do curso de Pedagogia da UNG, Vanessa Angélica Patrício.

“As aulas remotas podem ser tão eficazes quanto as aulas presenciais na construção de conhecimento. Requer uma didática totalmente adaptada, pois as metodologias de alguns cursos on-line podem ser eficientes ou não, assim como nos modelos presenciais. Mais do que exposição do conteúdo, cabe o desafio de pensar em estratégias que permitirão a efetividade no processo de ensino-aprendizagem. Todas estas experiências precisam ser reavaliadas constantemente para que, de fato, tragam resultados significativos aos alunos”, explica.

Para o estudante do 9º semestre do curso de Engenharia Elétrica, Lucas de Melo Araújo, a UNG vem exercendo um excelente trabalho desde o início da quarentena. Adaptou-se extremamente rápido à nova necessidade, se preocupou em iniciar a nova modalidade de aula remota o quanto antes.

“Todos os professores do meu curso se adequaram tranquilamente, com qualidade e dedicação nas aulas de maneira excepcional. O mundo tecnológico melhora e se supera cada vez mais. Sábios são os que se adaptam, o restante vai ficando para trás. Além disso, alunos que não têm acesso presencial podem se beneficiar desta modalidade de ensino”, elogia o graduando.

Segundo Eloi Lago, reitor da Universidade UNG, “nesta nova realidade, o professor é o agente de transformação com o grande desafio em ser um docente investigativo e reflexivo que se utiliza das mudanças para se atualizar, romper paradigmas e proporcionar uma aula que inspire e instigue seus alunos a aprenderem cada vez mais e melhor. A educação não pode parar e não há mais como negarmos a existência da tecnologia educacional e enxergar todos os benefícios desta modalidade”, ressalta.

 

* Da Assessoria de Imprensa

Menos de 40% das redes de ensino municipais qualificaram ou estão dando formação aos seus professores para lecionar durante a pandemia de covid-19, com recursos de educação a distância - 61% das redes informam que não ofereceram qualquer treinamento.

Apesar da falta de capacitação, 82% das redes municipais ouvidas têm alguma estratégia para aula ou oferta de conteúdos pedagógicos a distância durante a pandemia. No caso das redes estaduais, todas estão mantendo atividades não presenciais. A Base Nacional Comum Curricular é a principal referência (93%) para a elaboração dessas atividades.

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Os dados constam da pesquisa A educação não pode esperar, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), uma associação civil criada pelos tribunais de Contas do Brasil. O IRB funciona há 46 anos e se apresenta como “braço acadêmico” dos tribunais no desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de controle externo. Na União, nos estados, no Distrito Federal e nos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, os tribunais de conta são vinculados às casas legislativas.

O trabalho foi feito para o IRB a partir de levantamento de informações em 249 redes de ensino de todas as regiões do país. Dessas, 232 são municipais e 17 são estaduais. Entre as redes municipais, a amostra envolve capitais e cidades sorteadas. As informações apuradas dizem respeito à educação infantil, ao ensino fundamental e médio.

A pesquisa identificou que é recorrente o “uso do whatsApp para comunicação entre secretaria de Educação, escolas, professores, alunos e responsáveis e também para envio de conteúdos curtos”.

Para os alunos que têm acesso à internet, as secretarias disponibilizam conteúdos em páginas online próprias e em redes sociais. Também se identificou a utilização de plataformas, como Google Classroom, para videoaulas em tempo real.

No caso dos alunos que não têm acesso à rede mundial de computadores, as secretarias de Educação informaram que fazem a entrega de conteúdos impressos na própria escola ou até nas residências dos estudantes.

Acima de 80% das redes municipais e estaduais ouvidas pela pesquisa mantêm a distribuição de alimentos às famílias dos estudantes, como prevê a Lei nº 13.987, de 7 de abril de 2020, que autorizou, em caráter excepcional, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis pelos estudantes das escolas públicas.

Ampla maioria (em torno de 80%) das redes municipais pesquisadas estão planejando a volta às aulas presenciais, elaboram estratégias contra o abandono escolar e preparam avaliações para o retorno às aulas.

No caso das redes estaduais, 15 (das 17 pesquisadas) disseram que estão se preparando para a volta às aulas. Todas informaram que têm estratégias para evitar o abandono escolar e que farão avaliação para verificar o nível dos estudantes e suas principais dificuldades.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-PE) está com inscrições abertas para dez cursos de aperfeiçoamento profissional a distância. A duração é de 8 a 40 horas e os preços variam de R$ 55 a R$ 275. O prazo para matrícula não foi divulgado. 

Os requisitos para a matrícula, de acordo com a instituição, são noções básicas de informática e acesso à internet. Entre os cursos disponíveis, estão Organização do Trabalho e Gestão, Editor de Texto, Gestão da Qualidade em Laboratório, Conversores e Inversores, Eficiência Energética, Gestão da Manutenção, Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico, NR-10 Básico, NR-10 Complementar e Planilha Eletrônica. 

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Cada turma será composta por 25 alunos que contarão com um tutor e um monitor. Semanalmente, segundo o Senai, será realizado um webinar com temas relevantes para a temática do curso. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 0800-600-9606.

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O número de matriculados em instituições de ensino superior público na modalidade a distância aumentou 45% entre 2016 e 2018. A taxa de matrícula alcançou 173 mil estudantes, segundo informações do Censo da Educação Superior de 2018. 

Os dados foram levantados pela plataforma interativa Quero Bolsa, criada para estudantes buscarem auxílio e descontos para inscrição em faculdades particulares.

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Esse aumento ocorre depois de anos consecutivos de queda constante. Em 2010, o número de estudantes matriculados no ensino público a distância era de 182 mil, representando queda de 34%. 

São Paulo é o estado com maior número de matriculados, com mais de 42 mil alunos. Em último lugar, aparece o Distrito Federal, com apenas 4. Confira os cinco estados com maior número de inscritos: São Paulo - 42.787; Rio de Janeiro - 35.226; Piauí - 11.928; Paraná - 10.349 e Maranhão - 8.306. 

O curso com maior número de matriculados é o de pedagogia, com 37.475 alunos. Também se destacam engenharias e cursos de formação de professores. Confira os 10 primeiros colocados: pedagogia - 37.475; formação de professor em matemática - 16.570; administração pública - 13.286; engenharia de produção - 11.582; formação de professor em letras/português - 10.014; formação de professor em biologia - 9.136; engenharia de computação - 7.599; administração - 7.469; formação de professor em geografia - 6.752; formação de professor em história - 5.037. 

Sisu

A partir do segundo semestre deste ano, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também disponibilizará vagas de cursos a distância. O Sisu oferta vagas em instituições públicas de ensino superior com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).  

Segundo Ministério da Educação (MEC), as instituições de ensino superior deverão oferecer um meio digital para que o estudante entregue a documentação necessária à matrícula. Além disso, as instituições devem publicar na internet a lista de espera por curso, turno e modalidade de concorrência, assim como a sistemática adotada para convocação dos candidatos.

Apesar da nova oferta no Sisu, um em cada três estudantes (33,5%) que tentaram vaga no curso superior, nos últimos cinco anos, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não tem acesso à internet e a dispositivos como computador ou celular, que permitam, por exemplo, aprender por meio da educação a distância.

Conforme análise dos dados colhidos nas respostas do questionário socioeconômico aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na inscrição para o Enem nos últimos cinco anos, 65,9% dos egressos desse nível de ensino declararam acessar internet e celular; 61,9% tinham computador e celular; e 54,81% tinham os dois dispositivos e acessavam a rede mundial de computadores. Quase 98% declararam ter celular. Os dados também foram compilados pela plataforma Quero Bolsa. 

O decreto de pandemia pode ter adiado planos de estudantes brasileiros que pretendiam investir na educação fora do país. Entretanto, no que depender da parceria do governo australiano com plataforma educacional FutureLearn, será possível estudar sem sair de casa e nem atravessar o mundo. Até 30 de junho, a escola mantém inscrições abertas para 31 cursos gratuitos de diversos segmentos voltados a alunos do Brasil.

Entre as especializações oferecidas nas lições da FutureLearn estão as áreas de saúde, negócios, tecnologia, educação, marketing e sustentabilidade. Os cursos têm duração de duas a oito semanas e as aulas, aplicadas no método ensino a distância (EaD), serão ministradas por professores que lecionam em instituições de ensino superior (IES), como a University of Melbourne e a University of Queensland. Ambas as entidades são reconhecidas entre as 50 melhores IES do mundo no ranking de avaliação da QS World University.

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Para Greg Wallis, porta-voz do consulado da Austrália no Brasil, o pioneirismo do país da Oceania no método EaD e a oportunidade de adaptação dos brasileiros ao que se aplica nas instituições australianas, podem ser diferenciais na absorção de conhecimento. "A expertise deste modelo de ensino pode beneficiar não somente os que pretendem ir ao país para estudar no futuro, como também promove o ensino com conteúdo de qualidade nas principais universidades do mundo", declara. As IES do país oceânico motivam os alunos estrangeiros a pensarem grande. "Estudantes de todo o mundo se formam com qualificações de alta qualidade em quase todos os campos, e os graduados na Austrália são procurados por empregadores em todo o mundo", ressalta Wallis.

De acordo com o porta-voz, apesar do número de estudantes universitários ser considerado baixo na Austrália, as instituições oferecem formação diferenciada. Pesquisadores formados no país são reconhecidos em todo o mundo, e os brasileiros podem absorver o conteúdo adquirido pelos desenvolvedores de itens revolucionários, como a penicilina, o Wi-Fi, e a caixa preta de avião. Todas são criações australianas. "Os estudantes internacionais desfrutam de uma gama incomparável de opções de estudo na Austrália, com mais de 1,1 mil instituições e 22 mil cursos para escolher, em todas as disciplinas e níveis", diz Wallis.

Os brasileiros que quiserem efetivar a matrícula devem fazê-la pela internet. As inscrições estão abertas no site www.futurelearn.com.

Desde o inicio da pandemia, o governo australiano anunciou um pacote de A$ 18 bilhões (cerca de R$ 67,5 bilhões) para que as IES do país seguissem a oferecer cursos de curta duração.

No estado de São Paulo, a Secretaria da Saúde oferece cursos gratuitos de qualificação aos profissionais do segmento. São 3 mil vagas em duas modalidades diferentes de preparação: 2 mil direcionadas às aulas de Protocolo de Atendimento e o restante às lições de Prevenção para Enfrentamento da Pandemia.

Ambas são voltadas ao combate da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). As aulas são ministradas no esquema Ensino a Distância (EaD). No curso de Prevenção para Enfrentamento da Pandemia, a duração das lições está estipulada em 10 horas. Nesta opção, os profissionais recebem instruções de higienização das mãos e cuidados na manipulação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI's).

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Já nas aulas do Protocolo de Atendimento COVID-19, os participantes vão ter acesso a três recursos diferentes para estudo: Protocolo Clínico para Médicos, Protocolo Clínico para Enfermeiros e Protocolo Clínico para Fisioterapeutas. Nesses casos, o certificado de conclusão é oferecido de maneira individual para cada etapa concluída.

A carga horária é de 30 horas. Para participar, os profissionais da saúde devem se inscrever por meio do site http://eadses.saude.sp.gov.br/inscricoes/inscricao/covid-19. As matrículas vão ficar abertas até o próximo dia 31 de maio. Os dois cursos seguem acessíveis aos inscritos até o dia 30 de junho.

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou por 30 dias a autorização para substituir as disciplinas do formato presencial por aulas que usem recursos e tecnologia de informação e comunicação em cursos que estão em andamento. A portaria, publicada nesta quarta-feira (13), começa a valer a partir da próxima sexta-feira (15).

Ao criar a alternativa de ensino a distância na grade presencial, a intenção da pasta é manter a rotina de estudos dos estudantes. A medida vale para o sistema federal de ensino, integrado pelas universidades federais, institutos federais, Colégio Dom Pedro II, Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), Instituto Benjamin Constant (IBC) e universidades e faculdades privadas. Essa autorização teve sua primeira portaria publicada em 18 de março, e já alertou acerca da a possibilidade de prorrogação, obedecendo instrução do Ministério da Saúde e das entidades de saúde estaduais, municipais e distrital.

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Segundo o documento anterior, os institutos que decidirem pela substituição das aulas precisam informar ao MEC a decisão no prazo de até 15 dias. De acordo com a primeira portaria, ficará sob responsabilidade dos institutos de ensino a definição de disciplinas que venham a ser substituídas, o oferecimento de meios aos estudantes que possibilitem o acompanhamento dos materiais oferecidos e também a realização de exames no decorrer da fase da autorização.

Como opção, o primeiro documento autoriza os institutos de ensino a suspenderem os exercícios acadêmicos presenciais pelo mesmo período. As aulas suspensas precisam “ser integralmente repostas para fins de cumprimento dos dias letivos e horas-aulas estabelecidos na legislação em vigor”.

As entidades de ensino também podem mudar o calendário de férias, contanto que cumpram os dias letivos e horas-aula determinados. A aplicação da substituição não pode ser realizada em práticas profissionais de estágio e laboratório.

A diretora do centro de políticas públicas da FGV, Claudia Costin, diz que vê esforços das redes públicas do País para a educação a distância durante a pandemia, mas que as dificuldades são bem maiores do que nas escolas particulares. "Há uma complexidade tremenda de logística porque são milhões de alunos, há leis que não deixam as coisas muito ágeis", afirma Claudia.

De qualquer forma, ela complementa que as estratégias criadas pelas redes são para tentar diminuir a desigualdade, que vai aumentar de qualquer jeito. "As soluções não são para garantir a aprendizagem, são para mitigar danos", afirma Claudia.

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O secretário municipal de Educação de São Paulo, Bruno Caetano, reconhece que o maior esforço deve ser feito na volta às aulas. "A gente sabe que o mais importante vai ser na hora em que pudermos receber as crianças de volta na escola, para recuperar o tempo perdido", diz. "É impossível substituir o ambiente de sala de aula", acrescenta.

Ele diz que a secretaria fez um mutirão para atualizar os endereços das famílias e poder enviar o material de estudo remoto. O que ainda não chegou às casas vai ser direcionado às escolas para ser buscado pelas famílias. Segundo a Prefeitura, foram impressos 1 milhão de livros e cerca de 780 mil já foram enviados pelos Correios.

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, afirma que, na volta às aulas, além do diagnóstico do que os alunos aprenderam, será preciso fazer "a maior busca ativa da história de São Paulo" para que não aumente muito a evasão. Sobre as críticas, diz que a plataforma do Estado está sendo aprimorada.

Mesmo planejando como será a volta às aulas, nenhum dos dois secretários tem previsão de quando isso vai acontecer. "Queremos voltar, estamos fazendo protocolos de aulas com revezamento de alunos, para não haver aglomeração, mas a data será ditada pela Saúde", afirma Rossieli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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