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O secretário Estadual do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq) de Pernambuco, Alberes Lopes, anunciou, nesta quarta-feira (29), a abertura de 3 mil vagas para cursos profissionalizantes no formato de Educação a Distância (EaD). As oportunidades são para os cursos de edição e processamento de imagens, técnica de vendas, informática básica e técnicas de atendimento ao público.

As inscrições devem ser realizadas até o dia 7 de maio através do site da secretaria. Os cursos contam com até 240 horas-aulas. Caso cumpram a carga horária, os participantes receberão certificado. 

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As oportunidades fazem parte do programa da Seteq, Novos Talentos (EaD), em parceria com a Secretaria de Educação e Esporte de Pernambuco (SEE). A plataforma oferece cursos de aperfeiçoamento em destaque no Estado.

O objetivo do programa é oferecer oportunidades de qualificação aos trabalhadores e jovens, que neste período de isolamento social em decorrência do novo coronavírus desejam aumentar as suas chances de ingresso no mercado de trabalho.

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A rede estadual de ensino de São Paulo retoma, a partir de hoje (27), as atividades para os 3,5 milhões de alunos matriculados. As atividades foram suspensas no último dia 23 de março devido à pandemia de coronavírus. O ensino remoto será feito por aplicativos e por transmissões nos canais da TV Unesp e TV Educação.

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo informou que está patrocinando planos móveis de internet para que os alunos e os professores consigam ter acesso ao material online sem custo.

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Também começa nesta semana a distribuição do material pedagógico para o ensino a distância. As escolas devem agendar um cronograma para que os estudantes e as famílias retirem o material, evitando aglomerações.

Para os alunos das áreas rurais mais afastadas, cerca de 10% dos matriculados na rede, a distribuição será feira pelo sistema de transporte escolar, com apoio da Polícia Militar e das guardas municipais.

Os kits contêm quatro apostilas: de língua portuguesa, matemática, orientações gerais e instruções para o uso dos aplicativos de ensino a distância. Para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, além das apostilas, serão distribuídos um livro, um gibi da Turma da Mônica e uma ficha de leitura.

Devido à pandemia do novo coronavírus, escolas e cursos preparatórios tiveram que suspender suas atividades presenciais como medida preventiva à doença. Apesar das dificuldades, esse pode ser o momento ideal para os estudantes aprimorarem seus conhecimentos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) através de conteúdos on-line.

Com o objetivo de ajudar os estudantes em isolamento domiciliar, o professor de química Francisco Coutinho realizará, a partir do dia 29 de abril, o congresso on-line “Química e sua contribuição científica”, a partir das 20h, em seu Instagram (@prof.franciscocoutinho). O educador convidou professores de química especializados em diversas áreas que abordarão vários temas.  

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“O objetivo deste congresso é mostrar para os alunos que os professores estão unidos neste momento tão difícil de nossas vidas e levar conhecimento científico e de qualidade de forma gratuita para todos os alunos que pretendem fazer o Enem ou algum tipo de vestibular”, disse Francisco Coutinho. 

Confira a programação: 

Francisco Coutinho

Mediador 

Fábio Costa - 29/04

A Química dos fármacos

Marcos Barros -  30/04

A Química dos alimentos

Jeanne Monteiro - 01/05

A Química no ensino médio 

Berg Figueiredo - 02/05

A Química de forma lúdica 

Paulo Wendel - 04/05

A Química na medicina

Valter Jr - 05/05

A Química no EAD

Vieira Filho - 06/05

A Química na atualidade

A inadimplência nas escolas de ensino superior no Estado de São Paulo cresceu 71,1% na primeira quinzena de abril, em relação ao mesmo período do ano passado. O dado é de pesquisa do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), feita com cerca de 200 instituições. "Isso tem preocupado as instituições", diz Rodrigo Capelato, diretor do Semesp.

Ele acredita que a primeira onda de inadimplência se deve à restrição de renda e diz que esse aumento se refere a alunos que deixaram de pagar a mensalidade de abril. É um "primeiro cheiro" da situação do calote nas escolas, diz. Ele acredita que o quadro ficará mais claro no próximo mês.

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Capelato já pondera que muitas instituições não terão caixa para bancar desconto linear para todos os alunos e recomenda que negociem abatimentos caso a caso. Outra recomendação é ter cuidado nas negociações de redução de salários e jornada. Quanto à inadimplência acima de 90 dias, a taxa média deve subir para 10,6% em 2020, ante 9,5% no ano passado, segundo o Semesp.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que vai publicar portaria autorizando as escolas a substituir aulas presenciais da educação básica pela modalidade a distância por 30 dias. A medida ainda pode ser prorrogada. A alteração foi elaborada pelo Comitê Operativo de Emergência do ministério, criado para pensar alternativas de contenção ao avanço do coronavírus em instituições de ensino. Ao menos 17 Estados já tiveram as aulas suspensas.

Atualmente, a legislação não permite aulas a distância na educação infantil e no ensino fundamental (do 1º ao 9º ano). A modalidade é permitida para até 30% da carga horária do ensino médio em cursos noturnos e 20% nos diurnos. Também é liberada em 40% da carga horária de cursos presenciais de ensino superior.

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Segundo nota do ministério, a liberação da modalidade para todas as etapas da educação básica tem caráter excepcional e valerá apenas enquanto durar a situação de emergência de saúde pública. A adesão das escolas será voluntária.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a medida atende mais a uma demanda das escolas e faculdades privadas do que serve como solução para a rede pública de ensino. Diretores da rede particulares vinham cobrando o MEC por um dispositivo que as deixasse mais seguras de poder descontar os dias com atividade a distância dos 200 dias letivos exigidos por lei. Na sexta-feira, o Conselho Nacional de Educação (CNE) já havia emitido ofício, informando entender que juridicamente a reposição dos dias perdidos pode ser feita no próximo ano, mas que os 200 dias e as 800 horas anuais precisam ser cumpridas - o entendimento seria o mesmo usado em 2009, quando aulas foram suspensas na epidemia de H1N1.

Para Luiz Miguel Garcia, presidente da Undime (entidade que reúne os secretários municipais de educação), a liberação do ensino a distância para a educação básica não garante a qualidade e nem que todos os estudantes serão atendidos. "Não conhecemos metodologia, ainda mais em caráter emergencial, que garanta um ensino de qualidade para crianças nessa faixa etária que permita a substituição. Estamos falando de uma fase em que os alunos estão sendo alfabetizados."

Além da qualidade, ele também destaca que a maioria das escolas da rede pública não tem recursos para oferecer ensino a distância e, ainda que tivessem, nenhuma teria como garantir que todos os alunos podem assistir às aulas nessa modalidade de casa. "Como garantir que toda criança tem um celular, um computador com internet para fazer as atividades? Vamos deixar muitos alunos de fora porque a realidade do Brasil está muito distante de permitir isso. O princípio básico da equidade não será garantido", disse.

Álcool gel

O ministério também informou que vai antecipar a liberação de R$ 450 milhões do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para que os colégios da rede pública tenham recursos para comprar álcool em gel e outros produtos de higiene. O recurso estava previsto para ser liberado em abril e setembro, mas as parcelas foram adiantadas diante do avanço do novo coronavírus. Secretários de Educação de Estados e municípios destacam que não se trata de um recurso extra e que pode reduzir a compra de materiais pedagógicos.

Faculdades

Levantamento da Abmes (associação que reúne donos de faculdades de particulares) encontrou ao menos 17 Estados que estão com aulas paralisadas na educação básica ou superior. A instituição recomendou a suspensão das atividades e pede para que estratégias, como a modalidade a distância, sejam consideradas.

O Secretário de Saúde da capital pernambucana, Jailson Correia, deu uma entrevista, neste sábado (14), para falar a respeito das medidas anunciadas pela Prefeitura do Recife (PCR) para a conteção dos casos de Coronavírus. O titular da pasta também reforçou quais as estratégias que devem ser tomadas pela própria população para evitar idas aos centros de saúde sem a real necessidade, além de afirmar que medidas mais radicais, como a suspensão de aulas da rede municipal de ensino, ainda precisam ser estudadas.

“No momento, enquanto nós não temos a confirmação de transmissão local na nossa região, a questão das escolas continua como uma possibilidade, mas para ser usada onde ela pode ser mais efetiva”, disse o secretário. Ele afirma que outros estados da federação tiveram medidas diferentes porque neles, há casos de transmissão comunitária ou seja, quando o paciente infectado não esteve em países com registro da doença e mesmo assim transmite a doença para outra pessoa, que também não viajou.

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Jailson afirma que, por não ser uma situação encontrada no Recife, a paralisação das atividade ainda está sendo estudada. “Pode ser que a gente, daqui a alguns dias, venha a discutir esse assunto. No momento, entendemos não ser aplicado a questão de suspensão das aulas das escolas e creches”, disse. 

Em caso de suspeita, calma

O Secretário de Saúde também instruiu que a população não deve correr aos centros de referência em saúde a primeira tosse. “É fundamental que (a população) não vá aos hospitais de referência. Nem ao Oswaldo Cruz, nem ao Hospital Correia Picanço para este fim. Se a pessoa está muito bem de saúde, mas tem uma tosse, um pequeno espirro, um pouco de catarro, mas está se sentindo bem, não tem para que ela ir para um centro de saúde neste momento”, afirma. 

O titular da pasta afirma que pessoas que estejam de volta de viagens do exterior podem fazer o isolamento por conta própria. “O Ministério da Saúde tem recomendado 7 dias de isolamento em casa, mesmo que não tenha sintomas clínicos. Se tiver sintomas clínicos que incluem febre e sintomas respiratórios passa a preencher critério para casos suspeitos e esse período fica um pouco maior, 14 dias”, explica. 

O caminho indicado pelo secretário caso haja a presença de sintomas segue a seguinte ordem: “Se a pessoa apresenta sintomas respiratórios como febre, tosse e outros com mais relevância, deve-se ir ao posto de saúde mais perto de casa ou as UPAs e policlínicas. Nunca aos hospitais de referência”, reforça. Para quem fizer o isolamento caseiro voluntário a indicação é não compartilhar os mesmos utensílios que os outros moradores da residência. “Esta é uma forma de proteger quem está em casa”, finaliza. 

Nesta sexta-feira (13), após a Assembleia Geral realizada no Teatro da Boa Vista, área central do Recife, os professores da Rede Municipal de Ensino saíram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista, como forma de protesto para reivindicar condições melhores de trabalho.

Entre as reinvindicações da categoria, está o pagamento do piso salarial da classe por parte da Prefeitura do Recife e respeito à educação e valorização dos profissionais de ensino. “A gente está solicitando que a Prefeitura abra as negociações com os professores, porque os professores estão abertos a negociação. A categoria quer que a prefeitura cumpra a lei. Vários municípios já pagaram o piso a partir de janeiro, como Paulista, Camaragibe, Olinda. E a Prefeitura do Recife, uma das mais ricas País, nega-se a pagar o piso dos professores. A gente quer a reabertura das negociações e o repasse do piso”, explicou Carlos Elias, diretor do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere). Segundo o sindicato, 95% dos docentes estão paralisados e 90% das escolas estão fechadas.

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Durante o protesto, a diretora de comunicação do Simpere, Sandra Souza, falou em nome da categoria dizendo que: “A gente (os professores) não vai dispersar aqui na rua, não. A gente vai dispersar ali, na porta da Câmara. É lá que a gente tem que chegar. Porque a casa do povo tem que receber essa categoria que aguenta o ano inteiro. Essa caminhada é fichinha para o que a gente passa o ano inteiro nas escolas, sofrendo com o calor, com as péssimas condições de estrutura”, disse.

Sobre as reinvindicações que estão sendo feitas, a coordenadora geral do Simpere, Cláudia Ribeiro, alega que a ilegalidade é do prefeito Geraldo Júlio. “Os professores e professoras do Recife continuam em greve. Nós consideramos que quem está ilegal é o prefeito Geraldo Júlio por não atender às condições mínimas de trabalho, de condições das escolas públicas continuarem funcionando em situação digna para as crianças que mais precisam do acesso à educação pública. A gente precisa, também, que esses senhores que se colocam como representantes do povo entendam, abram também caminhos para que a Prefeitura do Recife possa atender o nosso pleito”, comentou.

Os professores decidiram manter a greve sem prazo para acabar, embora tenha sido decretada ilegal pela Justiça. “Nós, professoras, entendemos que a luta tem que ser unificada. Que só indo para a rua mostrando a população a verdadeira face de Geraldo Júlio (prefeito do Recife), de que ele não quer negociar conosco. Para nós, não é confortável estarmos na rua, levando sol ou chuva, deixando as nossas crianças sem atendimento na escola", disse Lívia Tavares, professora da educação infantil da Escola Municipal Chico Science.

Cláudia Ribeiro disse, ainda, que as atividades que terão até o grande ato são a reunião dos professores com o grande comando de greve, nesta sexta-feira (13); piquete nas comunidades, na próxima segunda-feira (16); nova assembleia, na terça-feira (17); e, no dia 18 de março, os professores irão aderir à Greve Nacional da Educação do Serviço Público. A classe dispersou em frente à Câmara dos Vereadores e segue em planejamento de outras atividades no Simpere.

*Com informações de Maya Santos

Alegando atrasos na carga horária em 21 unidades de ensino do Recife, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou, nessa terça-feira (18), que a Prefeitura do Recife e a Secretaria Municipal de Educação reveja o planejamento educacional do semestre para repor as aulas perdidas antes do início das férias.

A recomendação do MPPE pretende cobrar dos poderes competentes as reposições de aulas perdidas em escolas e creches do Recife a fim de sanar o "déficit pedagógico" dos alunos. Segundo o texto da recomendação, as Promotorias de Justiça de Defesa da Educação da Capital ressaltam que o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) apresentou manifestação sobre o descumprimento da carga horária mínima anual prevista em lei para a educação infantil e o ensino fundamental.

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Preocupados com o ensino dos infantes, 266 pais de alunos afetados reivindicam, por meio de um abaixo-assinado, providências a respeito da carga horária anual de cada etapa de ensino. Em contra partida, os promotores de Justiça Eleonora Rodrigues e Muni Catão apuraram, através de diversos procedimentos que tramitam nas Promotorias de Justiça, que a reposição das aulas promovida nas escolas e creches municipais não é realizada de forma eficaz porque os alunos não comparecem às aulas extras, que geralmente são marcadas para dias de sábado. “A demora na reposição das aulas interfere na aquisição dos conteúdos e também ocasiona desperdício de recursos, pois há a alocação de pessoal, preparo de alimentação escolar, gastos com água e energia para realização das atividades no sábado, quando a frequência é inexpressiva”, destacaram os promotores de Justiça.

Outra medida recomendada pelo MPPE é a recomposição do quadro de professores, a fim de permitir a substituição imediata nos casos de educadores afastados legalmente. O planejamento da reposição das aulas deve ser realizado em conjunto pelos coordenadores pedagógicos das unidades de ensino, pelos docentes das turmas com carga horária deficitária e pelos professores contratados para eventuais substituições ou reposições.

As autoridades da Prefeitura do Recife e da Secretaria de Educação têm até o dia 19 de maio para informar sobre as medidas adotadas para dar cumprimento da recomendação. O documento foi publicado na íntegra no Diário Oficial Eletrônico do MPPE na terça-feira.

O Campus Ipojuca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), inicia, neste primeiro semestre de 2020, novas turmas para o ensino médio integrado. A oportunidade é para os estudantes que concluíram o ensino fundamental e desejam ingressar nesta modalidade para realizar na instituição o ensino médio regular juntamente com a formação técnica em Mecânica ou Segurança do Trabalho.

A introdução da nova modalidade no Campus é uma ação de verticalização do Ensino, que faz parte da natureza dos institutos federais. “Esta é uma característica especial da rede federal de educação tecnológica: oferecemos oportunidades de uma formação completa, que vai do Ensino Médio à pós-graduação. Hoje, são cerca de 600 campi dos institutos federais em todo o Brasil”, disse o diretor-geral do Campus Ipojuca, professor Enio Camilo de Lima.

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Na segunda-feira (3), os estudantes da modalidade foram recebidos pela equipe de direção em uma aula inaugural. Antes, representantes estudantis do Grêmio acompanharam as turmas em uma visita às dependências do Campus. “A estrutura é ótima, impressiona para quem está acostumado com escola pública”, disse Cauã Paixão, que vai iniciar o curso técnico integrado em Mecânica.

As estudantes Gabriela Amorim e Erika Patrícia, calouras do curso de Segurança do Trabalho, também aprovaram a aula inaugural, e esperam pelo início das aulas. “Gosto de Matemática e Física, e também espero pelas aulas de Filosofia”, conta Erika.

A professora Luciene Souza, diretora de Ensino do Campus Ipojuca, também falou aos estudantes na aula inaugural. “O IFPE traz um mundo de oportunidades. Vocês não terão apenas a formação técnica de qualidade, mas uma formação humana, com aprendizados que são importantes para toda a vida”, afirmou ela. “Vocês conquistaram este lugar em um Vestibular concorrido, e agora precisam fazer valer , estudando e participando das atividades propostas, como as ações de Pesquisa e Extensão, por exemplo”.

Escolher uma área para fazer residência médica pode ser demorado e tão difícil quanto conseguir a aprovação na seleção. Nesse processo, a experimentação prática e acadêmica durante a graduação é importante para dar autoconhecimento, experiência e melhorar o currículo do estudante e futuro residente. As ligas acadêmicas de saúde, que se assemelham a estágios estimulando atividades de ensino, pesquisa e extensão, podem ser boas alternativas para os alunos de medicina decidirem que área querem seguir. Além disso, rendem pontos para a etapa de análise curricular nas seleções de programas de residência médica.

Compostas por ciclos de seis meses a um ano, as ligas são formadas obrigatoriamente por um professor coordenador com especialidade na área e estudantes escolhidos por meio de um processo seletivo que varia de liga para liga, conforme o edital publicado, contendo provas e, em alguns casos, entrevistas. Os ciclos de duração das ligas são de seis meses a um ano, a depender da universidade e do edital de cada uma, e os estudantes podem solicitar renovação até atingir o tempo máximo de permanência. 

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De acordo com Maria Helena Araújo Mariano, que é professora da disciplina de saúde do adulto, presidente e coordenadora da Liga Acadêmica de Reumatologia da UNINASSAU (LAREUNI), é muito importante participar de qualquer liga que seja, para que o aluno direcione suas aptidões através das atividades desenvolvidas no tripé ensino, pesquisa e extensão. “Primeiro, o aluno vai estudar acrescentando o conhecimento sobre a área. Segundo, vai ter interação muito grande com a comunidade e outra coisa importante é a parte de pesquisa. Na nossa liga, enviamos sete trabalhos para o Cogresso Nacional e cinco foram escolhidos”, explicou ela. 

Complementar à formação acadêmica fornecida pela sala de aula com atividades práticas, de acordo com Maria Helena, é mais uma vantagem que as ligas oferecem às habilidades dos futuros médicos. “A liga tem esse papel complementar e suplementar, quando chegar no internato o estudante vai ter uma visão muito mais holística e global do que um aluno que não teve a chance de participar de uma liga”, afirmou a professora.

Taís Simplício tem 25 anos, é estudante do 11º período de medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e há três anos está na coordenação da Liga de Psiquiatria da instituição. Na opinião dela, as ligas ajudam os alunos a escolherem uma residência e contam pontos para a seleção, mas vão além. Para Taís, as atividades desenvolvidas pelos ligantes (como são chamados os alunos das ligas) ajudam a aprimorar o currículo e, consequentemente, facilitam a aprovação nos processos seletivos da residência. “As ligas em geral facilitam a participação em pesquisas, publicação de trabalhos científicos e realização de extensões, entre outras atividades que também incrementam o currículo do aluno e acabam contribuindo no processo seletivo da residência. Como os alunos são estimulados a se inserirem nas atividades, acabam gerando produções que também contam pontos durante o ano”, disse ela. 

Foi o que aconteceu com o estudante Pedro Augusto Kuczmynda da Silveira, de 23 anos, graduando do 9° período de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE), O jovem integra a Liga de Clínica Médica da instituição desde 2018. Ele conta que esta é sua segunda liga e confirma o seu desejo quanto à área desejada para a residência. 

“O estudante tem mais contato com a área na qual a Liga está inserida, com a rotina, com profissionais do segmento, com o tipo de carreira. Pode ajudar no processo de decisão, como é com algumas pessoas, tanto para se aproximar quanto para se afastar de alguma área após conhecer mais de perto. No meu caso em específico, confirmei meu gosto pela área e agora estou decidido a seguir na clínica médica, apesar de querer seguir em outra área após a primeira residência”, afirmou o estudante. 

Ana Clara Torres tem 23 anos, é aluna do 5° período de medicina da UNINASSAU e já fez provas de ligas para diversas áreas, sendo aprovada nas de psiquiatria e imagem, da qual irá participar durante o ano de 2020.  Ela conta que a preparação para a seleção das ligas deve ser boa, pois há concorrência pelas vagas e só são aprovados os alunos que conseguem um alto percentual de acertos nas provas. Questionada sobre sua forma de estudar para os processos seletivos, Ana citou as referências listadas nos editais e também simpósios organizados pelas próprias ligas. 

“A prova depende de cada liga, mas geralmente fazem simpósio com os assuntos e depois fazem prova, e outros só colocam referência no edital. Você tem que administrar o pouco tempo que você tem para estudar e muitas vezes tem que estudar assuntos que você ainda não viu. Eu pego os conteúdos do edital, pego as referências, procuro vídeos, e vou aos simpósios. Você tem que seguir o edital e o jeito de estudar é muito pessoal”, explicou a jovem. 

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Nesta segunda-feira (27), o segundo embarque do Programa Ganhe o Mundo (PGM) de 2020 leva 47 alunos rumo aos Estados Unidos (EUA). Durante um semestre letivo, os alunos da rede estadual de ensino de Pernambuco irão aperfeiçoar o inglês no exterior.

A estudante Thais de Souza Alves, 17 anos, é a primeira de sua família a realizar um intercâmbio e fala sobre sua expectativa em conhecer outro país. “Espero que tudo dê certo. Que seja como eu sempre sonhei e que eu consiga aprimorar mais o meu inglês, estudar mais a língua e voltar melhor”, disse aluna da Escola Técnica Estadual Alcides do Nascimento Lins, localizada em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, ao LeiaJá.

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A família de Thais conta que a conquista da vaga para o intercâmbio é motivo de orgulho para todos. Nesta segunda (27), 47 famílias de Arcoverde, Caruaru, Limoeiro, Palmares, Garanhuns, Vitória, Nazaré e outras cidades da Região Metropolitana da capital pernambucana se despedem dos estudantes no Aeroporto Internacional do Recife, na Imbiribeira, Zona Sul da cidade.

Além da experiência de estudar no exterior, os jovens contam com seguro de saúde internacional, acomodações em casa de família com refeições garantidas, como também bolsa-auxílio no valor de R$ 719.

Neste ano, já foram realizados dois embarques para o país norte americano. Desde o início, o PGM já embarcou cerca de oito mil estudantes da Rede Estadual. Atualmente, o programa oferece a opção de dez países destino, sendo cinco de língua inglesa (Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra), quatro de língua espanhola (Espanha, Argentina, Chile e Colômbia) e a Alemanha.

A Prefeitura do Ipojuca, por meio da Secretaria Municipal de Educação, está oferecendo 5.100 mil vagas para os alunos novatos que desejam ingressar na Rede Municipal de Ensino. As vagas são para as áreas de Educação Infantil, Fundamental, Inclusiva e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

As inscrições seguem até o dia 31 de janeiro e os responsáveis devem comparecer às unidades de ensino ou à Secretaria de Educação municipal munidos dos seguintes documentos: certidão de nascimento do aluno (cópia e original), comprovante de residência, transferência provisória ou histórico escolar, documento de identificação do responsável, carteira de vacinação e duas fotos 3x4.

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As matrículas serão preenchidas de acordo com o número de vagas existentes nas respectivas unidades de ensino. Do total de vagas ofertadas, quatro mil foram disponibilizadas na área urbana do município e 1.100 direcionadas para a Zona Rural do Ipojuca.  

A inscrição dos novos estudantes para escolas da Zona Urbana deve ser realizada nas unidades escolares da Rede Pública Municipal e, para os alunos da Zona Rural, pode ser feita na própria sede da Secretaria de Educação do Ipojuca. 

“Essa ampliação no número de vagas representa o cuidado que nós temos dado para garantir que todas as nossas crianças, adolescentes e jovens possam estudar e galgar um futuro melhor, com um ensino de qualidade reconhecido e uma infraestrutura digna para receber os estudantes. A construção de novas creches e a implantação do Centro de Formação para professores são exemplos claros do nosso compromisso com a melhoria da educação do povo ipojucano”, destacou a prefeita Célia Sales. 

Segundo o secretário municipal de Educação, Francisco Amorim, Ipojuca garante vagas para todas as crianças do município de quatro a 14 anos. “Além disso, estamos ampliando o número de vagas para as crianças de zero a três anos com a entrega das creches. Em breve vamos inaugurar a maior creche do estado, que atenderá 350 crianças e será localizada em Maracaípe”, destacou o secretário.  

A prefeitura de Ipojuca também está oferecendo curso de idiomas, com aulas de inglês, espanhol e libras. Esta última, surgiu, principalmente, da demanda de pais de alunos com deficiência auditiva, mas também atende à necessidade de alguns servidores, sobretudo da saúde, a aprenderem libras para atenderem melhor a este público.

O edital contendo todas as informações sobre o processo está disponível no portal do SEI (Sistema Educacional do Ipojuca) e em todas as unidades da rede ensino do município.

Estão abertas, até o dia 31 de janeiro, as inscrições para monitorias no Grupo de Apoio Preparatório (GAP), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O objetivo é selecionar um monitor na área de Ciências Humanas e quatro para voluntários, sendo priorizados monitores de física, química, matemática e demais áreas. O GAP ainda está ofertando uma vaga para bolsista. Os interessados em participar do processo seletivo devem enviar um e-mail para professoresdogap@yahoo.com.br

A seleção exige que os candidatos enviem um e-mail contendo no campo assunto “SELEÇÃO MONITORES DO GAP 2020” e as disciplinas que têm aptidão para ministrar. Já no corpo do e-mail, devem ser colocadas as experiências e habilidades, como formação acadêmica, sobretudo o curso atual daqueles que ainda estão em graduação, disciplinas nas quais tem habilidade para ministrar aulas, e anexar uma cópia do currículo (optativo). Os selecionados saberão, posteriormente, o dia e a hora da entrevista. Após os processos, os aprovados passarão por uma entrevista nos dias 3 a 6 de fevereiro. 

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Para os que desejam concorrer à vaga de monitor-bolsista, é preciso ser estudante de graduação da UFPE; ministrar ao menos uma disciplina por aulão; acompanhar a equipe do projeto na visita às escolas, para convidar os alunos, ao menos uma vez ao mês; manter comunicação com instituições parceiras para divulgação dos aulões; participar de reunião semanal, via internet, com previsão de duração de cerca uma hora.  

Quem pretende se candidatar para a vaga de monitor voluntário deve ministrar uma ou mais disciplinas em ao menos dois aulões por mês, cujas datas serão previamente combinadas com antecedência de pelo menos duas semanas.  

Os certificados serão entregues, em novembro de 2020, a todos os monitores no final do projeto, contendo a carga horária combinada com a coordenação do GAP. As atribuições poderão ser modificadas em comum acordo entre a equipe do projeto. 

O GAP oferece aulas gratuitas para estudantes que farão provas de vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Grupo fica na Praça de Casa Forte, 365, no bairro de mesmo nome, Zona Norte do Recife. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail professoresdogap@yahoo.com.br.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, nesta quarta-feira (18), o edital para o Processo Seletivo 2020 do pré-vestibular da instituição. As inscrições online iniciam na sexta-feira (20) e vão até 15 de janeiro de 2020. Já as presenciais, ocorrem entre 6 a 30 de janeiro de 2020.

Os interessados devem optar por apenas um modo de inscrição, sendo cobrada uma taxa única no valor de R$ 20,00 para efetivar a matrícula.

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Ao todo, serão ofertadas 140 vagas para estudantes do sistema público de ensino. O projeto oferece monitorias, apoio pedagógico, salas e materiais de estudo.

Podem se candidatar aqueles que em 2020 estejam matriculados no 3º ano do Ensino Médio ou que já tenham concluído. Após a realização da inscrição (online ou presencial), os candidatos irão participar de um processo seletivo composto por duas etapas: a prova objetiva e a análise socioeconômica. As etapas são sucessivas e de caráter eliminatório/classificatório.

As inscrições presenciais deverão ser realizadas no Diretório Acadêmico de Medicina Umberto Câmara Neto (Damuc), localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE.

As matrículas de alunos novatos nas escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife começam na próxima segunda-feira (9). São oferecidas 21 mil vagas para turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Estudantes de anos anteriores têm suas matrículas renovadas automaticamente. O prazo para realizar as matrículas através da internet vai até o dia 27 de dezembro. 

Após realizar a reserva da vaga pelo site, é preciso comparecer à escola escolhida entre 6 e 10 de janeiro para confirmar a matrícula. Para isso, é preciso apresentar comprovante da reserva de matrícula online, documento de transferência da escola de origem, duas fotos 3x4 recentes e iguais, cópias da certidão de nascimento ou de casamento, cópia do CPF do estudante, cópia da carteira de vacinação, cópia de cartão do SUS, cópia do comprovante de residência atualizado com o CEP e cópia do comprovante do tipo sanguíneo e do fator RH do estudante. Beneficiários do Bolsa Família também devem levar cópia do Número de Identificação Social (NIS). 

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Em caso de dúvidas, mais informações podem ser obtidas através do telefone 0800.200.6565, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, ou pelo canal 'Fale Conosco', no site da matrícula.

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O ensino de Libras (Língua Brasileira de Sinais) é o tema do podcast Na Pauta. A professora, tradutora e intéprete Natália Barbosa conversa com Brenna Pardal sobre a comunicação em Libras e a importância de iniciativas inclusivas. A produção é de Jesiel Farias.

Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem quase 10 milhões de pessoas surdas. Isso equivale a 5% da população. A Libras foi oficialmente reconhecida como uma língua brasileira em 2002, na Lei nº 10.436, de 24 de abril. Clique no ícone abaixo e ouça o podcast.

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De acordo com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o símbolo do fracasso na educação é representado na lápide, construído na entrada do Ministério da Educação (MEC) , o Mural Paulo Freire. “O símbolo máximo do fracasso da gestão do PT começou quando foi construída a lápide da educação. Ela está lá embaixo na entrada do MEC, que é esse mural do Paulo Freire. Representa esse fracasso total e absoluto”, disparou o ministro.

A declaração veio após a divulgação do resultado do Programme for International Student Assessment (PISA), nesta terça-feira (3). O PISA é o maior exame de estudantes do mundo e tem seu resultado divulgado a cada três anos.

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Os novos resultados divulgados não foram favoráveis para o Brasil, que ficou entre os 20 piores países do ranking mundial ocupando a 57° posição, sendo atribuído 413 no quesito Leitura, 384 em Matemática (70°) e 404 em Ciências (64°).

De acordo com Weintraub, a culpa pelo resultado do país é integralmente da gestão do PT. “Dinheiro só não resolve. É técnica, é ciência. (Esse resultado) é integralmente culpa do PT, integralmente culpa dessa doutrinação esquerdófila sem compromisso com o ensino. Quer discutir sexualidade e não quer ensinar a ler e escrever” concluiu.

A UniNorte – Centro Universitário do Norte passou a integrar o grupo Ser Educacional, que possui instituições de ensino superior em todas as regiões do Brasil. A intenção da aquisição do Centro Universitário foi anunciada em abril deste ano, mas aguardava a análise do Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor (Cade), que deliberou de forma positiva.

Com a efetivação do processo, o Ser Educacional fortalece, ainda mais, sua presença na região Norte, absorvendo as 10 unidades acadêmicas da UniNorte na capital amazonense, localizadas no Centro da cidade, no Manaus Plaza Shopping e na zona Norte. Por meio delas, oferta 87 cursos de graduação e 36 de pós-graduação lato sensu.

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O Ser Educacional possui, atualmente, duas universidades, UNAMA - Universidade da Amazônia, em Belém (PA), e Universidade UNG, em Guarulhos (SP). Além dos Centros Universitários Maurício de Nassau (UNINASSAU), Faculdades UNINASSAU, Centros Universitários Joaquim Nabuco (UNINABUCO), Centro Universitário Universus Veritas (UNIVERITAS) e Faculdade UNIVERITAS e, agora, a UniNorte, em Manaus (AM).

“A aquisição do maior centro universitário de Manaus fortalece a presença do Ser Educacional no Norte do país e faz parte da continuidade da expansão do grupo na região. Com mais de 20 anos de história, a UniNorte é uma marca reconhecida na capital amazonense e, juntos, vamos unir forças para levar uma qualidade de ensino superior para os alunos, agregando as expertises das duas instituições, ampliando as ações de redes sociais e levando ainda mais tecnologia e modernidade”, destaca o presidente do grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz.

O Grupo, que iniciou sua atuação em 1994 com o Bureau Jurídico, tem como premissa o comprometimento com o ser humano e sua realização pessoal e profissional. E tem como missão o compromisso com a empregabilidade e o empreendedorismo, resultado da consciência de seu papel na formação de indivíduos focados no crescimento pessoal em termos mais amplos.

Seus valores e diferenciais estratégicos estão na excelência do ensino e no modelo de gestão voltado à cultura da qualidade total e valorização do mérito. É um grupo que defende a diversidade, respeito às diferenças, culturas e ideias.

*Da assessoria

O Brasil ocupa, hoje, a penúltima posição no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar a educação em 40 países. O desafio de melhorar os índices educacionais do país, no entanto, enfrentam diversos obstáculos, como a falta de interesse de estudantes jovens pela carreira de professor: uma pesquisa que também foi realizada pela OCDE constatou que entre 2006 e 2015, a taxa de adolescentes brasileiros com 15 anos de idade que desejam seguir a carreira de professor caiu de 7,5% para 2,4%. 

Nesta terça (15), dia em que é celebrado o Dia do Professor, o LeiaJá ouviu profissionais com mais de 20 anos de docência para entender como eles avaliam os rumos que a educação brasileira e a carreira de professor seguiu nas últimas décadas e o que a categoria deseja para o futuro. 

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“A escola pública segue a mesma”

André Luiz Vitorino de Souza tem 34 anos de carreira como professor de Biologia nos ensinos fundamental, médio e superior. Ao decidir qual profissão seguiria, décadas atrás, ele conta que o que o moveu em direção às salas de aula foi a percepção de que o Brasil necessita de mais pessoas ensinando para poder se desenvolver. “Eu percebi que o país precisava muito de profissionais de educação, foi por perceber uma necessidade social. Como eu gostava muito de biologia, segui por aí”, disse. 

Em sua percepção, houve alguns avanços nos rumos e na estrutura da educação e da carreira docente durante os seus anos de trabalho até agora, mas sem apresentar melhoras muito significativas, fazendo com que, para André, a situação do trabalho com ensino seja a mesma de 30 anos atrás: precarização. 

“Houve avanços, o ensino superior entrou pelo interior [dos Estados], a escola pública deu uma ligeira melhorada, algumas já têm ar-condicionado e quadro piloto, na época em que eu comecei tudo isso era mais raro. No entanto, a escola pública segue a mesma de sempre e a particular também”, afirmou o professor.

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na avaliação de André, apesar dos avanços que houve em algumas escolas no que diz respeito à estrutura, o exercício da profissão vem ficando mais difícil com o passar do tempo. “Hoje é mais difícil exercer o ofício, o respeito de aluno por professor está abalado e a sociedade, ao avesso. A violência escolar tem piorado, antes o aluno vinha mais educado de casa e hoje a gente tem que fazer junto educação de casa e do colégio. Nunca tive problemas (com violência) mas conheço muitos colegas que já (tiveram)”, contou ele. 

Perguntado sobre as razões que vê para a queda do interesse de estudantes jovens pela docência, o professor afirma que “a propaganda de que é uma profissão qualquer e a remuneração é muito baixa” contribuem para esse cenário de desinteresse pelo ensino. 

André também destaca o acúmulo de dificuldades que os alunos têm para aprender ao longo dos anos de escola como um dos problemas que derrubam os índices de educação do Brasil cada vez mais para baixo. “No ensino fundamental é onde está a dificuldade maior. No médio, o aluno já traz vícios e no ensino superior há uma cultura de fazer o curso de qualquer jeito. Pouquíssimos vão pra faculdade para estudar de fato. Se fossem, teríamos alunos melhores, instituições melhores e profissionais melhores”, afirmou o professor. 

Ensino e empreendedorismo lado a lado

Erotides Marinho é diretor de uma escola e se tornou professor de matemática há 35 anos, oficialmente. Mas desde cedo já percebia que gostava de ajudar as pessoas a aprender e dava aula aos colegas para ajudá-los, mesmo sem pensar em ser professor naquela época. Marinho começou de vez sua carreira na educação durante a década de 80, quando ainda cursava engenharia. 

“O que me motivou, e tem sido assim até hoje, é ver como transferir conhecimento para o outro é algo libertário, que ao mesmo tempo traz uma alegria diferenciada para quem aprende. Surgiu a oportunidade de ensinar em cursinho e aí eu vi que poderia tentar com as habilidades que eu já tinha desenvolvido dando aula particular em casa”, explicou Marinho, como é conhecido o professor. 

 

Foto: Lara Torres/LeiaJáImagens

Ele explica que sua experiência ajudando os colegas na escola o ajudou nessa nova fase. “Já deu, logo de início, muito certo, porque eu já vinha com uma bagagem de entender como as pessoas aprendiam. Eu via que aquilo dava certo e eu comecei a me desenvolver aí. Havia uma crise na engenharia e eu comecei a migrar para a educação. Com apenas cinco anos de sala de aula, eu já tinha sido convidado para ser diretor de ensino de uma rede educacional cheia de professores de primeira linha”, contou Marinho, que fez a maior parte de sua carreira no ensino médio, cursinhos, matérias isoladas e preparação para concursos públicos. 

O professor explica que se tornar diretor foi um grande desafio pois, na época, ainda era muito jovem e estava trabalhando com profissionais mais experientes que ele. Alguns anos depois, Marinho foi convidado para ser sócio da escola. “Quando me foi dada a condição de me tornar sócio, tive que assumir as responsabilidades na mão. Quando encabecei, vi que eram desafios muito grandes e também muito convidativos e atrativos. Empreender, multiplicar isso seria muito bom porque víamos resultado de transformação de vidas. Decidi mergulhar nessa área, empreender em desenvolvimento humano através de mecanismos facilitadores para uma educação diferenciada”, contou o diretor.

Nesse sentido, Marinho fala de sua experiência e aponta o empreendedorismo na educação como um caminho possível para profissionais de educação que também têm conhecimentos sobre gestão e desejam iniciar um projeto pedagógico.

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No que diz respeito à situação educacional dos últimos anos no ensino público e privado e focando na carreira fora de uma lógica de empreendedor, Marinho analisa que o quadro de qualidade educacional e as condições de trabalho docente têm sofrido mudanças radicais para pior.

“O agravamento de problemas na educação tem crescido tanto em intensidade como em diversidade. Muitas famílias estão passando por uma progressiva disfunção, e essa carga termina sendo transferida para o professor, que não foi preparado academicamente para lidar com tal sobrecarga”, afirmou o diretor. 

Na avaliação de Marinho, há também “uma crescente banalização da absorção do conhecimento escolar” que leva a “crises de respeitabilidade às figuras de autoridade”. A causa desse problema, para o diretor, são os “direitos desenfreados dos estudantes, respaldados por familiares, que neutralizam de forma impactante a capacidade de gerar modelagem evolutiva através da educação” e, segundo ele, têm levado muitos professores a mudar de área ou ir migrar para funções que não exigem contato direto com o estudante em sala. 

A reversão dessa situação, de acordo com Marinho, deve aliar “um investimento realista, maciço no professor com ferramentas como inteligência emocional, neurociência, otimização dos currículos” com investimentos na valorização da figura do professor, “estabelecer níveis de exigência adequados para que se possa alcançar a qualificação de professor” e  “atrelar, via legislação, a participação dos familiares passando por cursos de capacitação em gestão familiar”. 

“Nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro”

Carmem Dolores Alves faz parte do Fórum Municipal Popular de Educação, é da Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco - Uiala Mukaji, onde atua como pesquisadora e militante de uma educação antirracista. Ela se aposentou depois de uma carreira construída na Rede Municipal de Ensino do Recife e, atualmente, dá aulas no ensino superior. 

A carreira de Carmem no ensino teve início cedo, quando ela tinha 15 anos e foi convidada a dar aulas a crianças com deficiência e outras necessidades especiais em decorrência de paralisia cerebral. “Depois passei no concurso da rede municipal e trabalhei como professora, gestora, coordenadora e fui da equipe de formação”, contou ela. 

Na opinião de Carmem, apesar de haver problemas e precariedade também na rede privada de ensino, a situação das escolas e da carreira docente é mais grave - e vem piorando - no ensino público. “O professor recebe uma exigência muito grande, além de ensinar, acabamos assumindo a tarefa de educar, que não é nossa tarefa principal. A falta de materiais, salas de aula inadequadas e carga de trabalho sobre humana porque o salário é precarizado, então o professor tem que trabalhar três ou dois horários, isso faz com que não dê tempo de preparar material, planejar a aula, trazer algo diferente. As salas estão cada vez mais lotadas, e a violência, a falta de apoio e sensibilidade da prefeitura do Recife faz com que muitos professores adoeçam no seu trabalho”, conta a professora. 

Carmem explica que, na busca da categoria por valorização da carreira, as maiores demandas dos professores hoje estão diretamente ligadas à garantia de direitos já instituídos por lei. “O Plano Nacional da Educação determinou determinou que o professor da educação básica iria ganhar pela sua formação, se você tiver doutorado, por exemplo, deveria ganhar igual a um professor da universidade, mas isso não acontece. A educação básica e infantil, que é a base, não é valorizada. O professor faz um mestrado, um doutorado, e não recebe por esse curso”, explicou ela. 

Foto: Cortesia

A professora também cita o não cumprimento do piso salarial determinado por lei federal anualmente, a falta de garantia da aula-atividade, tempo reservado para que os professores possam preparar aulas e planejar o projeto pedagógico e a não-inclusão de gratificações salariais por dedicação exclusiva na aposentadoria dos professores da rede pública. A falta de uma boa rede de atendimento de saúde e o adoecimento mental e vocal frequentes devido às condições de trabalho e a falta de liberação dos professores para que possam estudar e melhorar sua formação também não passam despercebidas pela categoria. 

Para Carmem, a instituição desses direitos são conquistas muito importantes dos professores, mas que nunca foram integralmente garantidos e estão ameaçadas devido a questões políticas. “No entanto, todas essas nossas conquistas estão ameaçadas pelo governo Bolsonaro, que infelizmente escolheu os professores e a educação como inimigos. Tenta, inclusive, influenciar a sociedade a essa postura. A sociedade acha que o professor é vagabundo, não quer trabalhar e é inimigo devido a esse discurso pela escola sem partido, dizendo que o professor doutrina os estudantes são posturas que nos afetam, abalam e nos deixa desgostosos da nossa profissão. Você não pode ensinar sem contextualizar a realidade, como eu vou falar de Pernambuco sem falar da população indígena e sem detalhar as condições dessa população?” questiona a professora. 

Na análise de Carmem, a maior dificuldade que os jovens que desejam seguir carreira no ensino enfrentam “é lidar com esse processo de desvalorização e criminalização da profissão”. Ela explica que o professor “trabalha tanto em dois esforços porque o trabalho não é só na escola. Você tem que se formar, se atualizar e se informar, então tudo leva a um esforço sobre-humano para pouca recompensa financeira e reconhecimento social. O grande desafio é lidar com essa contradição do interesse pelo compromisso histórico de ensinar com a desvalorização galopante da nossa profissão”, contou Carmem.

Mas nem tudo é tristeza no dia-a-dia profissional dos professores. Questionada sobre qual é a maior gratificação que teve em todos esses anos trabalhando em sala de aula, Carmem apontou a consciência de que contribuiu para que muitas pessoas mudassem de vida e pudessem ter uma carreira através da dedicação aos estudos. “Sou uma professora com compromisso político e social, sou daquelas que se precisar faço visitas à casa do estudante e converso com a família. Através da minha persistência, compromisso e animação eu contribuí para que muita gente seguisse o caminho dos estudos, pudesse acreditar na superação e que é possível uma pessoa pobre, em um bairro pobre, conseguir estudar. Com certeza a professora, diretora e gestora Carmem Dolores contribuiu muito para mudar a vida de muitos jovens”, disse ela. 

A professora analisa que, para melhorar o quadro de rejeição dos jovens à carreira de professor, é necessário e urgente criar medidas e políticas públicas de valorização profissional na educação. “Essa carreira precisa ser mais prestigiada socialmente, reconhecida pelos poderes públicos. Nós não podemos ter um presidente da república que considera o professor seu inimigo e considera a profissão como sendo exercida por pessoas que vão repassar outras coisas que não seja conhecimento. Infelizmente, na atual conjuntura, é desanimador ser professor no Brasil. Resolvi antecipar minha aposentadoria em função da falta de valorização profissional”, afirmou ela.

“O governo dá com uma mão e tira com a outra” 

Fernando Melo é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe). Ele afirma que a valorização é sempre utilizada como bandeira política e eleitoral, mas que essas afirmações por parte dos candidatos em campanha normalmente fica apenas no discurso e promessas que não se cumprem. Fernando explica que mesmo questões básicas de garantia do pagamento do reajuste no piso salarial dos professores gera a necessidade anual dos professores irem brigar com o governo por meio de paralisações e greves. 

“Esse ano, os professores que ganhavam abaixo do valor determinado em 1º de janeiro só tiveram os salários atualizados em setembro, pago em outubro com valor retroativo a janeiro. Já os que ganhavam acima lutam pela atualização salarial em respeito ao plano de carreira. Nessa briga, o governo dá com uma mão e tira com a outra, alegando que não pode ajustar os salários por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o professor e sindicalista, que também citou questões como a aula-atividade, a sobrecarga de trabalho, estrutura das escolas e a baixa remuneração como problemas que afetam negativamente a categoria. 

“Falta estrutura tecnológica na maioria das escolas. Existem aquelas escolas que são postas na vitrine de propaganda do Governo e muitas outras em situação precária, sem segurança, sem internet, nem espaço adequado. Tudo isso causa estresse e leva ao adoecimento mental de muitos professores”, explicou Fernando. 

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A Procuradoria-Geral da República, a Câmara dos Deputados e o Palácio do Planalto - por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) - fecharam acordo para que R$ 1,06 bilhão do Fundo da Lava Jato seja direcionado às ações de prevenção, fiscalização e combate ao desmatamento e outros ilícitos ambientais nos Estados da Amazônia Legal, incluindo a faixa de fronteira. Outro R$ 1,6 bilhão será destinado para a Educação. Um requerimento conjunto para destinação dos valores ainda deverá ser homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Fundo da Lava Jato é resultado de acordo firmado entre o Ministério Público Federal no Paraná, a Petrobras e os Estados Unidos, via Departamento de Justiça, para destinar parte da multa imposta à petrolífera em ações no Brasil.

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André Mendonça, ministro-chefe da AGU, e Raquel Dodge, procuradora-geral da República, se reuniram com Moraes para tratar sobre o tema nesta quinta-feira, 5. "Acho que é o momento de o Brasil celebrar que aquele valor aplicado de multa pelos Estados Unidos, a partir desse consenso vai ser possível uma destinação pública, correta, justa e que atenda ao interesse público", disse André Mendonça.

Amazônia

O acordo prevê que, da quantia global, R$ 630 milhões deverão ser destinados para ações diretas da União, como operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama, e ainda ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para ações de apoio à regularização fundiária e de assistência técnica e extensão.

Os R$ 430 milhões restantes deverão ser investidos de forma descentralizada para articulação entre governo federal e Estados. Para Raquel, a defesa da Amazônia vai viabilizar recursos para a prevenção de queimadas. "São áreas muito importantes que serão atendidas com esse dinheiro." Nas últimas semanas, a Amazônia entrou no centro das preocupações após avanço das queimadas. O número de focos de incêndio em agosto foi quase o triplo do registrado no mesmo mês de 2018. Nesta quinta, a H&M, segunda maior varejista de moda, informou que parou de comprar couro do País temporariamente por causa das preocupações ambientais.

Educação

O acordo sobre o dinheiro da Lava Jato ainda prevê R$ 1,6 bilhão para a Educação - R$ 1 bilhão será para ações de educação infantil e R$ 250 milhões para o Ministério da Cidadania com foco em iniciativas de desenvolvimento integral na primeira infância.

Outros R$ 250 milhões ficarão a cargo do Ministério da Ciência para ações de empreendedorismo e manutenção de bolsas de pesquisa. Por fim, R$ 100 milhões deverão ser colocados em ações socioeducativas em cooperação com os Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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