Tópicos | Epidemia

Os médicos do Hospital Mugda, em Daca, na capital de Bangladesh, estão sobrecarregados. Três das dez alas do estabelecimento estão lotadas de pacientes com dengue, em uma epidemia sem precedentes no país.

Nupur Akter, de 21 anos, tenta alimentar sua irmã mais nova, Payel, mas a criança não tem apetite. A menina teve que ser hospitalizada às pressas há duas semanas devido a "tremores incontroláveis".

O jovem está atento a qualquer sinal de melhora, mas tem a impressão de que sua irmã está mais fraca.

Bangladesh enfrenta, neste ano, sua pior epidemia de dengue, com um recorde de 1.030 mortes e mais de 210.000 casos confirmados desde o início de 2023.

No ano passado, a doença transmitida por mosquitos matou 281 pessoas deste país do sul asiático.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse aumento se deve à mudança climática.

A doença endêmica em zonas tropicais causa febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dores musculares e, nos casos mais graves, hemorragias que podem levar à morte.

Segundo o diretor do Hospital Mugda, Mohammad Niamatuzzaman, os clínicos gerais ficaram sobrecarregados e tiveram que chamar seus colegas de serviços especializados.

- "Tenho medo"-

"É uma emergência, mas uma emergência de longo prazo", declarou Niamatuzzaman à AFP. Neste ano, seu hospital já registrou 158 mortes relacionadas à dengue, um índice cinco vezes maior do que no ano passado.

Mohammad Sabuj, um joalheiro de 40 anos, teve que ser hospitalizado às pressas. Agora ele está melhor, mas está preocupado em ver que "quase cada família" de seu bairro tem alguém doente com dengue.

Um de seus amigos, um médico, faleceu. "O fato de um médico não ter conseguido se salvar é algo que me assusta", acrescenta. "Se algo acontecer comigo, o que acontecerá com meus filhos?" ele questiona, preocupado.

A hospitalização é gratuita, mas os pacientes precisam pagar por alguns medicamentos. O centro público de análises médicas está lotado e os laboratórios privados são muito caros para grande parte da população.

Abdul Hakim, um trabalhador da construção civil de 38 anos, cuida de seu filho de dois anos. Ele conta que perdeu o emprego desde que seu filho adoeceu - seu salário era a única fonte de renda da família.

"Tive que fazer um empréstimo para pagar pelos exames, medicamentos e outras despesas (...) para salvá-lo", explica.

Um quarto dos pacientes com dengue no Hospital Mugda são crianças. No mundo, 10% dos mortos são crianças com menos de 15 anos.

Bangladesh registra casos de dengue desde a década de 1960, mas sua primeira epidemia confirmada foi em 2000.

Os cientistas atribuem o surto de 2023 à irregularidade das chuvas e às temperaturas mais quentes durante o período de monções, que criaram condições ideais para a reprodução dos mosquitos.

Segundo a OMS, a dengue e outras doenças como chikungunya, febre amarela e zika, transmitidas por mosquitos do gênero Aedes - também conhecidos como mosquito-tigre -, se espalham mais rápido e para lugares mais distantes devido à mudança climática.

O diretor do Hospital Mugda observa que agora seu estabelecimento está recebendo pacientes de áreas rurais onde nunca antes foram registrados casos de dengue.

Alep Kari, de 65 anos, veio do distrito rural de Shariatpur, onde os serviços de saúde não sustentam a demanda.

"Raramente na minha vida ouvi falar dessa doença", diz o homem, cuja esposa, também com dengue, foi hospitalizada.

"É a primeira vez que temos essa febre em nossa aldeia", afirma. "Muitas pessoas foram infectadas".

A enxurrada de desinformação que passou a circular na pandemia de covid-19 com mais força deixou sequelas, impactou serviços de saúde e se comporta como uma epidemia, avaliaram pesquisadores na Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Florianópolis, pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A diretora da SBIm e integrante do grupo consultivo da Vaccine Safety Net da Organização Mundial da Saúde, Isabela Ballalai, compara a desinformação à uma doença de fácil transmissão.

"A desinformação pode causar doenças, pode matar, deve ser considerada uma doença e merece prevenção, vigilância, ações planejadas. A gente precisa acompanhar, diagnosticar. Contra um surto de sarampo, a gente não tem que planejar? É a mesma coisa".  Organizar essa resposta se torna ainda mais importante porque movimentos antivacinistas se tornaram mais estruturados na América Latina com a pandemia de covid-19, recebendo inclusive recursos transnacionais. No caso do Brasil, esses grupos chegaram a contar também com apoio do governo de Jair Bolsonaro, que deu voz a antivacinistas em uma audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação pediátrica contra a covid-19.   Isabela Ballalai chama a atenção para o planejamento de uma comunicação que chegue até as pessoas, uma vez que pacotes de internet mais baratos muitas vezes dificultam o acesso a páginas oficiais e fontes confiáveis de informação, mas garantem a comunicação por redes sociais, local em que conteúdos virais de desinformação circulam fortemente.    "Os picos de desinformação e hesitação se dão quando há a divulgação de uma nova informação, uma nova política de saúde, ou relato de possível problema de saúde", afirma.  “Esses grupos são muito estruturados e têm dinheiro”, acrescenta.  Estresse vacinal Um exemplo emblemático desse padrão foi a campanha de desinformação contra a vacina do HPV no Acre, entre 2014 e 2019. A vacina é indicada para adolescentes de 9 a 14 anos, e é de grande importância para prevenir casos de câncer, como o cérvico-uterino. Episódios de reações à vacina, chamados de estresse vacinal, entretanto, levaram a uma forte campanha de desinformação que atribuiu falsamente à vacina o risco de causar paralisias e epilepsia.  O psiquiatra Renato Marchetti, professor da Universidade de São Paulo, explica que reações de estresse pós-vacinação têm como gatilhos dor, medo e ansiedade e podem se proliferar quando uma pessoa vê imagens ou testemunha outra pessoa sofrendo dessa reação. Esses sintomas afetam principalmente adolescentes do sexo feminino, são involuntários e se parecem com sintomas neurológicos, mas suas causas são psicossociais.  "Uma parte importante para o desfecho do estresse vacinal depende do conhecimento das pessoas que sofreram o problema, dos familiares, dos médicos e de outras pessoas da sociedade sobre o assunto. É preciso saber que existe a reação de estresse vacinal, que aquilo não é uma doença desconhecida, e, sim, um problema que pode acontecer também devido a outros tipos de estresse. A divulgação científica das reações psicogênicas seria um ponto importante", avalia.  "A gente conviveu com muitos médicos que atenderam às meninas no Acre, e a maior parte deles não eram pessoas mal intencionadas. Eles [médicos] tinham dúvidas sobre o que estava acontecendo porque essa reação não é bem conhecida nem entre os médicos". 

##RECOMENDA##

Situações como essa são registradas desde a década de 1990, com diferentes vacinas, e principalmente durante a imunização escolar. Com a divulgação de imagens e relatos pela imprensa ou grupos contrários à vacinação, esses casos se alastram.  Foi o que ocorreu no Acre, em que imagens de adolescentes desmaiadas causaram forte temor e levaram até mesmo profissionais de saúde a contraindicarem a vacinação. O desconhecimento dos profissionais da imprensa e da saúde sobre as reações de estresse vacinal agravaram a situação. O temor e o pico de informação antivacina, explica Marchetti, causa um fenômeno chamado hesitação vacinal reativa transmissível, um surto de hesitação vacinal. No caso do Acre, a cobertura da vacina HPV chegou a menos de 1%.  "Toda vez que ocorre um evento com repercussão, você tem uma infodemia, uma propagação aguda que responde às mesmas modelagens matemáticas de uma epidemia de causas biológicas", explica.

Até pediatras A desinformação sobre as vacinas covid-19 pode ter aumentado a hesitação vacinal (relutância ou recusa) até mesmo entre pediatras, indica um estudo ainda em andamento com quase mil médicos brasileiros dessa especialidade.  Por meio de entrevistas em que os profissionais declaravam concordar ou discordar de afirmações, os pesquisadores detectaram uma forte correlação entre a crença de que as vacinas contra a covid-19 ainda são experimentais e a desconfiança de que as vacinas não são seguras de forma geral.

A pesquisa é resultado de uma parceria entre a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Instituto Questão de Ciência (IQC), e busca produzir material direcionado à conscientização desses profissionais, recuperando sua confiança nas imunizações. Foram ouvidos 982 pediatras - 90% fizeram residência médica, 60% declararam que atuam nas redes pública e privada e 41% estavam com o calendário vacinal em dia. 

Coordenador do trabalho e diretor de educação científica do IQC, Luiz Gustavo de Almeida apresentou que os pediatras se posicionaram sobre as seguintes afirmações: "as vacinas covid-19 em pediatria ainda podem ser consideradas experimentais"; "a vacina covid-19 de RNAm pode acarretar algum risco de modificação do DNA da criança"; e "a vacinação de crianças é fundamental, pois está é uma doença importante na pediatria que pode levar a casos graves". As duas primeiras afirmações são falsas e frequentemente usadas em campanhas de desinformação. Já a terceira é verdadeira e comprovada por estudos científicos e autoridades sanitárias de diversos países.

Além das frases sobre as vacinas contra a covid-19, também foram apresentadas outras como "eu tenho total confiança de que as vacinas são seguras"; "a vacina tríplice viral causa autismo"; e a "a vacina HPV administrada na adolescência pode favorecer o início da vida sexual". As duas últimas frases são mentiras usadas pelo movimento antivacinista.

   "A covid abalou a confiança em todas as outras vacinas. Essa é a mensagem final que a gente tem no artigo. Por conta das vacinas da covid, alguns pediatras acabaram perdendo a confiança nas outras vacinas, como a de HPV".  Almeida disse que a pesquisa constatou forte coesão entre todas as respostas contrárias à confiança nas vacinas, mostrando que a desconfiança propagada contra as vacinas covid-19 pode ter contaminado as crenças sobre outros imunizantes.

Residência médica

O estudo também pode indicar que profissionais que fizeram residência médica estão menos sujeitos a hesitar na recomendação de vacinas para seus pacientes. Os dados preliminares mostram que, entre o grupo minoritário que respondeu à entrevista demonstrando desconfiar das vacinas, a característica mais comum era a ausência de residência médica na formação.

Almeida explicou que os pesquisadores ainda estão debruçados sobre os dados para interpretá-los, mas as respostas já permitiram identificar dois perfis: um que concorda fortemente que as vacinas são confiáveis, e outro que se declara neutro em relação a isso ou discorda parcial ou integralmente. Esse segundo grupo somou cerca de 10% dos respondentes. 

De acordo com Almeida, os pediatras estão entre o grupo médico que mais confia nas vacinas. Ele afirmou que a maioria dos que responderam o questionário é favorável à imunização. "Teve esses 10% que têm uma outra visão que não é a mais prevalente. E a ideia de formar esses perfis é munir [com informações] todos que têm dúvidas e não acreditam nas vacinas".

Entre os que concordam fortemente que as vacinas são seguras, o perfil foi de profissionais que fizeram residência médica, não têm mestrado nem doutorado e atuam nas redes pública e privada. Almeida afirma que uma hipótese dos pesquisadores é que a vivência dos serviços de saúde durante a residência médica reforça a confiança de que as vacinas são seguras e importantes para prevenir doenças. 

"Isso é algo que ainda estamos discutindo. Quem passou direto da faculdade para o atendimento talvez não teve esse contato principalmente com o atendimento na rede pública", diz. "Quem não fez residência pode ter visto nos jornais, mas não viu crianças sofrendo em hospitais". 

*O repórter viajou para Florianópolis a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações

A China, criticada por sua falta de transparência sobre a epidemia de covid-19, anunciou neste sábado (14) pelo menos 60.000 mortes relacionadas ao vírus desde que retirou as restrições de saúde no país há um mês.

Após três anos impondo algumas das restrições mais draconianas do mundo, a China suspendeu abruptamente a maior parte de suas disposições de saúde contra o coronavírus no início de dezembro, após protestos contra a gravidade dessas medidas em várias cidades do país.

Desde então, o número de pacientes aumentou consideravelmente. Os hospitais estão sobrecarregados com pacientes idosos e os crematórios registram um grande número de corpos. Apesar disso, as autoridades até agora relataram apenas um pequeno saldo de mortes.

Em dezembro, Pequim revisou sua metodologia de contagem de mortes por covid-19 e agora apenas pessoas que morreram diretamente de insuficiência respiratória relacionada ao coronavírus estão incluídas nas estatísticas.

Essa mudança controversa de metodologia significa que um grande número de falecimentos não é mais registrado como causado pela covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou esta nova definição chinesa de morte por covid como "muito limitada".

O diretor-geral da organização internacional, Tedros Adhanom Ghebreyesus, solicitou neste sábado "um seleção cronológica mais detalhada dos dados por província”, em conversa telefônica com Ma Xiaowei, segundo um comunicado da entidade.

- Primeiro balanço após nova metodologia -

Em uma conversa telefônica com Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, Tedros pediu que "este tipo de dado detalhado continue a ser compartilhado" com a OMS e com a sociedade.

No sábado, as autoridades de saúde divulgaram sua primeira avaliação da pandemia desde a suspensão das restrições sanitárias no mês passado.

"Um total de 59.938" mortes relacionadas com a covid-19 foram registradas "entre 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro de 2023", disse Jiao Yahui, chefe do gabinete de administração médica da Comissão.

O número inclui 5.503 mortes causadas por insuficiência respiratória diretamente devido ao vírus e 54.435 mortes provocadas por doenças subjacentes combinadas com a covid, explicou Jiao. Este saldo, porém, que não inclui os óbitos registrados fora dos hospitais, está provavelmente subnotificado.

A OMS expressou várias dúvidas sobre os dados epidemiológicos de Pequim, solicitando informações mais rápidas, regulares e confiáveis sobre o número de hospitalizações, mortes e um sequenciamento mais completo do vírus em tempo real.

O governo chinês rejeitou as críticas e pediu à OMS que assuma uma postura "imparcial" em relação à covid-19.

Na quarta-feira, as autoridades de saúde chinesas disseram que "não era necessário" no momento focar no número exato de mortes relacionadas ao vírus.

"A principal tarefa durante a pandemia é tratar os pacientes", disse o epidemiologista Liang Wannian.

Liang Wannian também argumentou que não havia consenso internacional sobre como classificar uma morte relacionada à covid.

Se "não for possível chegar a um consenso, cada país classificará de acordo com sua própria situação", afirmou Liang.

A China poderia determinar os números de falecimentos examinando o excesso de mortalidade após o fato, sugeriu Wang Guiqiang, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital nº 1 da Universidade de Pequim.

No momento da coletiva de imprensa da última quarta-feira, apenas 37 mortes relacionadas à covid haviam sido contabilizadas desde o mês passado na China, que tem uma população de 1,4 bilhão de habitantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o ministro da Saúde de Uganda anunciaram nesta quarta-feira (11) o fim da epidemia de Ebola neste país africano, menos de quatro meses depois de seu início e após 55 mortos.

"Controlamos com sucesso a epidemia de Ebola em Uganda", disse a ministra da Saúde, Jane Ruth Aceng, em uma cerimônia em Mubende, o epicentro da epidemia.

Segundo os critérios da OMS, um surto é considerado encerrado quando não houver novos casos por 42 dias consecutivos, o dobro do número de dias de incubação da doença.

O surto foi declarado em Mubende em 20 de setembro e depois se espalhou por todo país, com uma população de 47 milhões de pessoas.

Ainda não há vacina para essa doença, mas três imunizantes experimentais estão sendo testados no país.

Uganda sofreu sete surtos de Ebola, cinco deles causados pela chamada cepa "sudanesa", disse a ministra da Saúde, acrescentando que a origem do surto de setembro passado "ainda é desconhecida".

"Parabenizo Uganda por sua resposta robusta e abrangente que resultou na vitória de hoje contra o Ebola", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

O ebola é uma febre hemorrágica viral frequentemente mortal. Deve seu nome a um rio na República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectada em 1976.

Uganda sofreu seis surtos de ebola, o último deles, em 2019. Quatro foram causados pela chamada cepa sudanesa.

O vírus é transmitido por fluidos corporais. Seus sintomas habituais são febre, vômitos, sangramento e diarreia. As pessoas infectadas se tornam contagiosas após o início dos sintomas, passado um período de incubação de 2 a 21 dias.

A doença tem seis cepas diferentes, três das quais já causaram grandes epidemias. Epidemias são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.

Mesmo com persistente taxa de infecção, alto volume de mortes e apresentando desafios que podem sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS), um programa abrangente de controle da Covid-19 não aparece nos planos de governo de candidatos à Presidência, alerta um grupo de mais de cem pesquisadores. A vacinação e a preparação para epidemias futuras também não constam entre os tópicos abordados nos documentos.

O estudo é da Rede de Pesquisa Solidária, que reúne cientistas políticos, sociólogos, médicos, psicólogos e antropólogos, de instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Alagoas e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Eles analisaram como temas relacionados à saúde pública aparecem nos planos dos postulantes.

##RECOMENDA##

De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, o País soma mais de 34,6 milhões de casos confirmados e 685,8 mil mortes pela Covid-19. A média móvel de novas infecções está em 6.809 e de vítimas, 57.

Coordenadora científica da Rede e professora do departamento de Ciência Política da USP, Lorena Guadalupe Barberia avalia que a pandemia no debate eleitoral parece ser uma "questão do passado" e "superada", quando, na verdade, mundialmente, "fatos novos estão sendo esclarecidos".

"Como o Brasil é o segundo país com mais óbitos no mundo - proporcionalmente, se pensamos em óbitos por 100 mil habitantes -, chama atenção que o enfrentamento do desafio não está contemplado de uma forma detalhada nos planos dos candidatos."

De acordo com o estudo, nem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem Jair Bolsonaro (PL) apresentam propostas sobre vigilância epidemiológica, atuação do Ministério da Saúde (articulação e níveis de governo) e acesso a tratamentos para reduzir gravidade de casos de covid e evitar morte pela doença. O petista aborda apenas a retomada de exames e consultas represados na pandemia e a assistência a pacientes com covid longa e sequelas, além de vacinação.

Levantamento do Estadão mostrou que a pandemia não retirou apoio a Bolsonaro nas cidades com mais óbitos pela covid. O presidente venceu o primeiro turno da eleição para o Palácio do Planalto em 66 dos cem municípios com maior mortalidade para doença, enquanto Lula foi o mais votado em 33. Ambos empataram em Ribeirão do Sul (SP).

O Estadão procurou as campanhas de Lula e de Bolsonaro, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

A epidemia da varíola do macaco está recuando, mas os especialistas e autoridades de saúde dizem que a vitória não deve ser cantada antes do tempo. Apontam que a circulação do vírus nos países africanos, muito antes deste ano, deve ser levada em consideração.

"Estamos caminhando para o fim, mas ainda não chegamos lá", declara o virologista Jean Claude Manuguerra à AFP.

Com mais de 70.000 casos em centenas de países desde maio, "uma epidemia de varíola do macaco tão importante em tão pouco tempo é algo nunca visto", relembra Manuguerra, chefe da unidade de Meio Ambiente e Riscos Infecciosos no Instituto Pasteur.

Desde meados de julho, a curva de contaminação diminuiu de forma considerável, especialmente na Europa Ocidental e na América do Norte. Entretanto, alguns países da América Latina enfrentam um aumento.

A varíola do macaco foi eleita emergência internacional de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 23 de julho, e permanece nessa classificação, assim como a Covid-19.

"Uma epidemia que desacelera pode ser mais perigosa, pois você pode pensar que a crise acabou e abaixar a guarda", o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou no início desse mês.

Apesar disso, segundo especialistas, o declínio da epidemia se deve em grande parte às mudanças de comportamento nas comunidades de risco, embora a imunização também tenha desempenhado um papel importante.

Os comportamentos evoluíram graças ao papel "das associações, talvez mais ouvidas que as autoridades e mais envolvida com o terreno", sugere Manuguerra.

Em relação à vacinação, "ajudou, mas o número de doses disponíveis segue sendo baixa", diz Carlos Maluquer de Motes, professor de virologia na universidade britânica de Surrey, à AFP.

A vacina continua sendo recomendada para prevenção e pós-exposição. Segundo a Agência Europeia de Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), sua eficácia clínica ainda não é sustentada por "dados definitivos", mas apresenta resultados preliminares positivos.

"Ainda há incertezas significativas sobre a evolução da epidemia", destaca a agência europeia.

A epidemia, mais letal, se deve principalmente ao contato com a vida selvagem nas áreas rurais dos países endêmicos da África Central e Ocidental.

Nos últimos meses, "foi visto novamente que as estratégias globais só são implantadas quando os países do norte são afetados, o que não isenta as autoridades de saúde africanas", diz Maluquer de Motes.

O vírus não possui fronteiras e a resposta deve ser local, insistem os defensores da abordagem "One Health", que combina saúde humana, animal e ambiental.

Seus especialistas traçam quatro cenários, dois desfavoráveis que representam um rebote da epidemia relacionado com o retorno de comportamentos de risco ou uma circulação reduzida do vírus com surtos esporádicos.

As duas situações favoráveis envolvem o declínio contínuo da epidemia ou a erradicação da doença na Europa.

Evitar que a varíola do macaco, causada por um vírus de DNA maior e com menos chance de mudanças genéticas brutais do que o vírus de RNA, se torne mais perigosa ou se instale em países sem casos permanece como o prinicipal objetivo.

Após o aumento exponencial de casos de varíola dos macacos nos últimos meses, a doença é melhor compreendida, mas muitas dúvidas permanecem, cruciais para saber até que ponto a epidemia pode ser contida.

- Um vírus novo? -

A varíola dos macacos já era conhecida há várias décadas em uma dezena de países africanos. Entre seus sintomas estão a febre e as lesões corporais.

Mas a novidade é que este ano se espalhou para outros continentes. Atualmente, o número de casos supera os 35.000 e também foram registradas as primeiras mortes por esta doença.

O perfil dos infectados também mudou. Trata-se principalmente de homens adultos que mantêm relações com outros homens, em contraste com o que acontece na África, onde a doença afeta principalmente crianças.

Daí vem a primeira pergunta: o vírus mudou por meio de mutações?

"Examinando o genoma, vemos que existem de fato algumas diferenças genéticas", disse a OMS à AFP nesta semana.

"Mas não sabemos nada sobre a importância dessas alterações genéticas e há pesquisas em andamento para estabelecer as [possíveis] consequências dessas mutações na transmissão e gravidade da doença", explicou.

- É sexualmente transmissível? -

Os pesquisadores hesitam em classificar a varíola dos macacos como uma Infecção Sexualmente Transmissível (ISTs), mas está comprovado que os contágios atuais estão principalmente relacionados às relações sexuais.

Esta conclusão, apoiada por vários estudos baseados em centenas de casos, mina a hipótese de um papel importante para a transmissão aérea. Também questiona a necessidade de manter os infectados em quarentena, como é feito em vários países.

No entanto, uma dúvida permanece: o vírus é transmitido simplesmente pelo contato físico durante a relação sexual ou também pelo sêmen?

- Transmissão aos animais ? -

Originalmente, a varíola dos macacos foi identificada como uma doença transmitida principalmente aos seres humanos por meio de animais, especialmente roedores e raramente primatas.

O alto nível de transmissão de pessoa para pessoa é uma característica nova. Mas ainda resta saber se os humanos podem transmitir a doença para os animais.

A questão não é anedótica, pois os animais podem constituir um reservatório de contaminação no qual o vírus pode continuar evoluindo de maneira potencialmente perigosa.

Um estudo de caso publicado na revista The Lancet descreveu recentemente uma primeira infecção de humanos para um cão. Mas até agora é um caso único e, segundo a OMS, o perigo seria que o vírus fosse transmitido a animais selvagens.

"É através do processo de um animal infectar o próximo e o próximo e o próximo que vemos a rápida evolução do vírus", disse Michael Ryan, especialista da OMS, nesta semana.

- Assintomáticos transmitem? -

Ainda não se sabe até que ponto pessoas infectadas com o vírus, mas sem sintomas, podem transmitir a doença.

Um estudo realizado na França e publicado na revista Annals of Internal Medicine, registrou a presença do vírus em alguns pacientes assintomáticos, mas sem determinar se eram transmissíveis.

Esse é um "motivo adicional" pelo qual temos que considerar a varíola dos macacos "como um problema de saúde pública", afirma Stuart Isaac, pesquisador independente do estudo.

- As vacinas são eficazes? -

Diversos países iniciaram campanhas de vacinação, mas as vacinas contra a varíola não foram desenvolvidas especificamente para combater a varíola dos macacos.

Portanto, seu nível de eficácia permanece incerto, embora não reste dúvidas de que fornece certo nível de proteção.

Porém, há sinais promissores no Reino Unido, onde parece que a epidemia está desacelerando. As autoridades britânicas acreditam que a vacina "deveria ter um efeito significativo na transmissão do vírus".

Durante a pandemia do Covid-19, tornou-se muito importante discutir sobre o valor dos infectologistas e profissionais da área da saúde. Graças à atuação dos infectologistas, pudemos entender e atuar contra o virus do Sars-CoV, além de orientar a população sobre as medidas necessárias para desacelerar o avanço e proliferação da doença. Hoje (11) é Dia Do Infectologista.

Trata-se de um profissional que está envolvido em grande parte do ciclo dos profissionais da saúde, desde a vigilância epidemiológica das doenças quanto na população geral (focando nos aspectos de saúde pública). Seja dentro ou fora dos hospitais, esses profissionais atuam e assistem diretamente aos pacientes, além de atuarem na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças.

##RECOMENDA##

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), só em 2015 estima-se que cerca de um bilhão de pessoas foram alvos ou receberam tratamento para algum tipo de DTN (Doenças Tropicais Negligenciadas). Para combater este tipo de doenças, é necessária uma atuação em conjunto de médicos, profissionais da saúde, biólogos, infectologistas e um corpo científico. Desde 2007 a OMS realiza ações para conter o avanço de DTN’s nos países emergentes, obtendo um alto nível de sucesso nas regiões dos trópicos.

Todas as doenças que possuem um agente infectológico são tratadas e pesquisadas por infectologistas, algumas delas são: gripes, meningite, abscessos cerebrais, sinusite, bronquite, pneumonia, hepatite, DST’s, tuberculose, infecções de pele e dos ossos e outras doenças tropicais. Além de realizar o acompanhamento, o infectologista também trabalha quando há um surto de alguma doença, como foi o caso do Covid-19, H1N1, Febre Amarela etc.

A desinformação sobre a área de atuação de um infectologista faz com que as pessoas geralmente busquem outro profissional da saúde para tratarem seus problemas. Quando são afetados por uma pneumonia, buscam um pneumologista, por cistite, um urologista, e assim segue. Isto acontece pois, quando a infecção atinge um órgão em específico, é comum que busquem o médico especialista naquela região. O infectologista, por ser um médico mais habituado a lidar com enfermidades situadas em múltiplos órgãos do corpo, também possui uma visão mais geral sobre o estado de saúde do paciente.

Neste 11 de abril é importante celebrar e reafirmar a importância desta área tão nobre e vital na qualidade de vida e saúde da população como um todo.

Por Matheus de Maio

[@#galeria#@]

 Recomendadas incessantemente para controlar a pandemia da Covid-19, as máscaras de proteção foram deixadas de lado por parte dos recifenses a partir da aplicação das vacinas. Apesar do uso adequado ainda ser desrespeitado, neste sábado (8) uma maior adesão ao item foi percebida no comércio do Centro da cidade.

##RECOMENDA##

O receio de ser contaminado pelo surto de gripe H3N2, que sobrecarrega hospitais públicos desde a segunda quinzena de dezembro, ou até mesmo receber o diagnóstico de coinfecção pelos dois vírus, fez com que o interesse pela barreira sanitária individual fosse reavivado.

No primeiro fim de semana de 2022 com movimentação nas ruas e lojas do comércio do Centro, a maior parte dos consumidores optou em reforçar os cuidados indicados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que deve anunciar a volta de medidas restritivas nesta semana.

A demanda por doses contra o surto da gripe secou os estoques de vacina no Recife e obrigou a Prefeitura a solicitar mais de 160 mil doses ao Ministério da Saúde nessa sexta-feira (7). O levantamento oficial aponta que só restam 3.680 doses remanescentes da campanha do ano passado e considera o esgotamento das reservas. 

O prefeito João Campos (PSB) pressionou o Governo Federal e disse que o envio de novas remessas é fundamental para ampliar a distribuição à população. "Aqui no Recife, por exemplo, o nosso estoque termina no dia de hoje, tendo em vista a vacinação acelerada e cada vez mais intensa que estamos nós fazendo para garantir uma cobertura vacinal ampla”, constatou.

Com a epidemia que atravessa a pandemia da Covid-19, o índice diário de casos confirmados para H3N2 saltou de 8 para 138 entre 13 e 29 de dezembro, com picos de 314 casos no dia 27.

Ao todo, 599 mil doses contra a gripe foram aplicadas no Recife e, só entre 21 de dezembro do ano passado e a última quin ta (6), 91.624 vacinas foram disponibilizadas pela rede municipal de Saúde nas 150 salas de imunização e nos cinco shoppings da cidade, de segunda à sexta, das 8h às 16h. Ações itinerantes em locais vulneráveis também compõem o plano municipal.

Além do reforço de profissionais da saúde, 70 leitos foram abertos para pacientes com quadro de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (HECPI) junto com mais dois pontos de testagem para a H3N2 no no Parque Urbano na Macaxeira e no Compaz Ariano Suassuna.

Como vice-presidente de Relações Institucionais do Consórcio Conectar, que reune mais de 2 mil municípios, João Campos ainda enviou um ofício ao Ministério da Saúde para fornecer mais medicamentos e estrutura para o combate à gripe.

“Precisamos de um reforço de estrutura tanto pra montagem de estruturas de fixas e móveis para aumentar a capacidade de testagem e também o aumento do número de remédios antivirais. Com esses remédios é possível tratar de maneira imediata a influenza e os estoques nos municípios brasileiros estão bastante reduzidos”, reiterou o gestor.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), reuniu-se na manhã desta sexta-feira (7), por videoconferência, com prefeitos de todas as regiões do Estado para compartilhar o atual momento da pandemia da Covid-19 e a aceleração dos casos de Influenza.

O gestor prometeu que a ampliação da rede de leitos de terapia intensiva, do número de testes rápidos e o incentivo à vacinação serão intensificados. Além disso, Paulo solicitou ainda a colaboração dos prefeitos para o reforço no atendimento nas unidades municipais de saúde. 

##RECOMENDA##

“Apresentamos aos prefeitos os dados atualizados tanto da Covid, quanto da Influenza, para que todos estejam cientes da gravidade do momento atual. Voltamos a abrir leitos, adquirimos vans e caminhonetes para ajudar os municípios a vacinar, e também distribuímos testes rápidos. Precisamos também da colaboração de todos para que a atenção básica seja reforçada. Nosso papel sempre será de prestar as informações corretas, as orientações necessárias e dar apoio às prefeituras para proteger e atender a população”, afirmou Paulo Câmara.

Também estiveram presentes na conversa o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota; o procurador-geral do Ministério Público de Pernambuco, Paulo Augusto de Freitas Oliveira; e o secretário estadual de Saúde, André Longo.

As demandas colocadas pelos prefeitos se concentraram na falta de insumos gerada pelo aumento repentino da demanda e na preocupação com eventos privados. “Todos esses pontos estão sendo levados em consideração e serão analisados na reunião do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 na próxima segunda-feira. Uma série de temas serão abordados, inclusive a possibilidade de novas restrições”, concluiu o secretário André Longo.

*Com informações da assessoria de imprensa

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, confirmou durante a coletiva da pasta nesta quinta-feira (30) que o estado passa por uma epidemia de gripe, influenciada principalmente pelo surto do tipo A da doença, a H3N2. “Estamos vivendo uma epidemia de H3N2 dentro da pandemia da Covid”, declarou Longo. Pernambuco acumulou mais de 2,4 mil casos de influenza nas últimas duas semanas e o número de óbitos subiu de cinco para 11.

Pela alta circulação da doença, os quadros de síndrome respiratória aumentaram, inflando a demanda por leitos de terapia intensiva no estado. Do total de registros, até o momento, 139 (5,6%) apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

##RECOMENDA##

Também durante a coletiva, a Secretaria de Saúde anunciou abertura de novos leitos de UTI no Plano de Contingência. De acordo com o gestor, nos últimos dias, o Governo do Estado abriu 193 vagas, sendo 36 de UTI. Ao longo das próximas semanas, ainda serão abertos mais 200 leitos, sendo 128 de terapia intensiva.

Os novos leitos foram abertos, a partir da última sexta-feira (24), nos hospitais Agamenon Magalhães (32); de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem (10); Maria Lucinda (10 de enfermaria e 6 de UTI); Santa Maria, em Vitória de Santo Antão (20); Brites de Albuquerque, em Olinda (20 de enfermaria e 10 de UTI); Maria Vitória, em São Lourenço da Mata (15); Maria Vitória no Recife (10 de UTI); Evangélico (10); Apami Vitória (40); e Otávio de Freitas (10 de UTI). Nesta quinta-feira, ainda há a previsão de abertura de outros 20 leitos de UTI no Hospital Otávio de Freitas e no Memorial Guararapes. Atualmente, Pernambuco conta com 1.496 leitos para pacientes com SRAG, sendo 741 de UTI – a maior rede pública entre os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

“As contaminações estão ocorrendo dentro das residências. Então, se você tiver qualquer sintoma de gripe, faça o autoisolamento e coloque a máscara, mesmo estando dentro de casa. E precisamos de uma atenção toda especial com os idosos, as crianças e pessoas com comorbidades severas, que são mais suscetíveis ao agravamento. Este é um momento de proteger as pessoas que amamos. E as pessoas que amamos só estarão seguras se reforçarmos os cuidados individuais”, destacou o secretário estadual de Saúde.

Ao todo, dos 11 óbitos (sendo cinco masculinos e seis femininos), foram confirmados pela nova cepa do subtipo A (H3N2). Os pacientes eram residentes do Recife (6), Ipojuca (1), Olinda (1), Goiana (1), Tracunhaém (1) e São Lourenço da Mata (1). As idades dos pacientes variam entre 1 e 92 anos. As idades dos pacientes variam entre 1 e 92 anos. As faixas etárias são: 1 a 9 (1), 20 a 29 (1), 30 a 39 (1), 40 a 49 (1), 60 a 69 (5) e 80 e mais (2). Todos os pacientes apresentavam comorbidades e possuíam fatores de risco para complicação por influenza como diabetes, doença cardiovascular, doença renal crônica, cardiovasculopatias, hipertensão arterial e sobrepeso.

Dois bebês de um ano foram diagnosticados com coinfecção por Covid-19 e Influenza no Ceará. As crianças foram internadas, no entanto, não apresentaram complicações  e já receberam alta. Além delas, um homem de 52 apresentou os dois vírus respiratórios ao mesmo tempo, mas, não precisou de internação e está em isolamento.

Os casos de coinfecção, por Influenza e Covid-19, foram registrados nas últimas semanas na cidade de Fortaleza, de acordo com dados divulgados pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

##RECOMENDA##

As informações preliminares não apontam por qual variante do novo coronavírus e Influenza os bebês e o homem foram infectados. Por isso, a Secretaria reforçou os cuidados preventivos com crianças, idosos e gestantes, que são considerados grupo de risco para H3N2. 

O aumento de pacientes que se queixam de lesões misteriosas na pele, acompanhadas de coceira, fez a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) emitir um alerta epidemiológico e começar a investigar um surto de "lesões cutâneas a esclarecer" na capital.

Até o momento, 79 pessoas, entre dois e 96 anos, alegaram os sintomas, mas não há registro de hospitalização, nem agravamento dos quadros até o momento.

##RECOMENDA##

A Sesau explica que os pacientes informaram que as lesões surgiram no intervalo de 1º de outubro a 11 de novembro. Ainda no início deste mês, a Vigilância Epidemiológica do município recebeu cinco casos de crianças, todas moradoras do Córrego da Fortuna e Sítio dos Macacos, ambos na Zona Norte do Recife.

O número de casos fez com que a Sesau ficasse em alerta e solicitasse que a rede pública e privada notifique imediatamente novas ocorrências ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).

Diante da patologia ainda indefinida, a pasta destaca que "tem discutido os casos com equipe clínica e que as investigações epidemiológica, entomológica e laboratorial estão em andamento".

Uma situação "grave e complexa": a capital chinesa reforça suas restrições sanitárias, num momento em que o país enfrenta um surto de Covid-19 a 100 dias dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

A cidade imperial, que organizou os Jogos de Verão de 2008, deve se tornar a primeira cidade do mundo a receber também os Jogos de Inverno.

Neste contexto, as autoridades, que aplicam uma política de tolerância zero em relação aos casos de covid-19, têm adotado fortes medidas para erradicar um surto, por ora muito limitado, com menos de 300 casos.

No entanto, quatorze províncias são afetadas e o vírus chegou a Pequim há dez dias.

Se esses números podem parecer irrisórios em comparação com os registrados diariamente em outras partes do mundo, pressionam as autoridades a redobrar a vigilância na preparação para as Olimpíadas de Inverno, que terão início em 4 de fevereiro.

Para conter os contágios, todos os cinemas no distrito de Xicheng, em Pequim, terão que permanecer fechados até 14 de novembro, anunciou a prefeitura.

Este distrito, que inclui os bairros localizados a oeste da Praça Tiananmen, tem mais de um milhão de habitantes.

A decisão foi anunciada depois que a China reportou, em nível nacional, 59 novos casos de covid de origem local, um número recorde desde meados de setembro.

Neste contexto, o parque Universal Studios, inaugurado no final de setembro, anunciou hoje a presença de casos de contato entre seus visitantes no último final de semana.

Todos os funcionários tiveram resultado negativo e nenhum vestígio do vírus foi detectado, garantiu o parque, que intensificou a realização de testes entre seus funcionários e a vacinação.

A China, onde os primeiros casos de covid-19 foram descobertos há quase dois anos, controlou amplamente a epidemia em seu solo. A vida voltou ao normal desde a primavera de 2020 e o país registrou apenas duas mortes em mais de um ano.

No entanto, focos localizados aparecem esporadicamente. O mais recente diz respeito a uma área na fronteira com a Mongólia. Um casal de idosos, que havia viajado para lá em uma excursão, ajudou a espalhar o vírus para outras regiões.

No plano sanitário, a situação é "grave e complexa", admitiu à imprensa o porta-voz do ministério da Saúde, Mi Feng, destacando a rapidez de circulação do vírus.

A proporção de casos graves também é maior do que em surtos anteriores, observou Guo Yanhong, funcionária do ministério da Saúde. Segundo ela, 40% dos pacientes têm mais de 60 anos.

Por precaução, cerca de seis milhões de chineses em todo o país estão confinados.

Assim, e com um rastreio em grande escala, a propagação do vírus pode ser controlada "dentro de um mês", disse neste sábado o virologista Zhong Nanshan, uma das autoridades da luta contra a covid.

Ele alertou, porém, que o vírus "não pode ser erradicado a curto prazo".

A entrada em várias regiões está condicionada à apresentação de um teste negativo, especialmente para viajantes de áreas onde foram reportados casos.

Muitos voos nos principais aeroportos de Pequim foram cancelados na sexta-feira, e as autoridades desaconselham deixar a capital.

O governo de Guiné declarou neste domingo (14) o retorno da epidemia de ebola no país após quatro mortes terem sido confirmadas. Há ainda três pessoas internadas em estado grave.

Segundo o chefe da Agência Sanitária da Guiné, Sakoba Keita, a primeira vítima em cinco anos foi uma enfermeira, que se sentiu mal e foi enterrada no dia 1º de fevereiro. Do funeral, oito pessoas foram infectadas, apresentando sintomas como vômito, diarreia e febre. Tanto as outras três mortes como as internações estão relacionadas ao enterro.

##RECOMENDA##

"Nesta manhã, muito rapidamente, o laboratório de Conakry confirmou a presença do vírus ebola", acrescentou Keita.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que está acompanhando a situação e assegurou uma "rápida assistência" a Guiné para conter a crise sanitária. O país africano havia erradicado a doença em 2016, após três anos de um surto que deixou mais de 11,3 mil mortes. 

Da Ansa

Uma jornalista cidadã que cobriu a epidemia de Covid-19 em Wuhan foi condenada nesta segunda-feira (28) a quatro anos de prisão, enquanto o governo chinês insiste no sucesso de sua gestão para combater a doença que em um ano se propagou por todo planeta.

Zhang Zhan "parecia muito abatida quando a sentença foi anunciada", declarou à AFP um de seus advogados, Ren Quanniu, que expressou "muita preocupação" com o estado psicológico da cliente.

##RECOMENDA##

Os jornalistas e diplomatas estrangeiros que compareceram ao tribunal de Xangai em que a ex-advogada de 37 anos foi julgada foram impedidos de entrar na sala de audiências.

Alguns simpatizantes de Zhan foram afastados pelas forças de segurança. Zhang Zhan poderia ser condenada a até cinco anos de prisão.

Natural de Xangai, ela viajou em fevereiro a Wuhan, na época o epicentro da epidemia, e divulgou reportagens nas redes sociais, a maioria delas sobre a caótica situação nos hospitais.

De acordo com o balanço oficial, a metrópole de 11 milhões de habitantes registrou quase 4.000 mortes por Covid-19, ou seja, a maior parte dos 4.634 óbitos contabilizados em toda China entre janeiro e maio.

A resposta inicial da China à epidemia foi muito criticada. Pequim só decretou a quarentena em Wuhan e sua região em 23 de janeiro, apesar da detecção de casos desde o início de dezembro de 2019.

Há praticamente um ano, em 31 de dezembro de 2019, o primeiro caso foi comunicado à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Porém, ao mesmo tempo, os médicos que mencionaram o surgimento de um misterioso vírus foram interrogados pela polícia e acusados de "propagar boatos".

Um deles, o médico Li Wenliang, morreu vítima da covid-19 no início de fevereiro, o que provocou indignação nas redes sociais.

- Êxito "extraordinário" -

Zhang foi detida em maio e acusa de "provocar distúrbios", uma terminologia frequentemente utilizada contra os opositores do regime do presidente Xi Jinping.

O tribunal a acusou de ter divulgado informações falsas pela internet, informou à AFP outro advogado de defesa, Zhang Keke.

Zhang iniciou uma greve de fome em junho para protestar contra sua detenção, mas foi alimentada à força por uma sonda, segundo os advogados.

"Quando a vi na semana passada, ela afirmou: 'Se receber uma sentença pesada, vou recusar qualquer alimento até o fim'. Ela acredita que vai morrer na prisão", explicou Zhang Keke.

Nos textos que divulgava na internet, Zhang denunciava o confinamento imposto em Wuhan e mencionou uma "grave violação dos direitos humanos".

Outros três jornalistas cidadãos, Chen Qiushi, Fang Bin e Li Zehua, também foram detidos após a cobertura dos eventos. A AFP não conseguiu entrar em contato com seus advogados.

O processo de Zhang aconteceu um pouco antes da chegada de uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) a China, em janeiro, para investigar as origens da epidemia.

Os dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC) elogiaram, após uma reunião do gabinete político, o que chamaram de êxito "extremamente extraordinário" no combate à pandemia, informou na sexta-feira a agência estatal Xinhua.

O governo chinês frequentemente condena os opositores durante as festas de fim de ano, quando diminui a atenção do resto do mundo.

Nesta segunda-feira também estava prevista a abertura em Shenzhen (sul) do processo de um grupo de ativistas de Hong Kong que foram detidos em agosto, quando tentavam fugir de barco da ex-colônia britânica, rumo a Taiwan.

Na análise da última semana epidemiológica (47) de Pernambuco, a Secretaria de Saúde registrou uma oscilação de 12% para mais nos casos da Covid-19, quando comparado com a semana 46. No entanto, o secretário de Saúde do estado André Longo diz que isso ainda configura uma queda de 16,4% dos casos quando comparado com a semana epidemiológica 45.

O líder da pasta assume que o estado está vivendo oscilações dos casos da Covid-19, para mais e para menos. 

##RECOMENDA##

Sobre as mortes provocadas pelo novo coronavírus, mesmo considerando haver um retardo nas informações, maior do que nas divulgações dos casos de contágio, Longo informa que Pernambuco teve uma queda de 12,4% dos óbitos em comparação com a semana epidemiológica 46 - além de uma situação de estabilidade.

Já sobre as ocupações dos leitos dedicados aos pacientes da Covid-19, a Secretaria aponta que na quarta (25) e na quinta-feira (26), as taxas das UTIs atingiu o patamar de 80% da ocupação. "Isso foi motivado também pela retirada do sistema de regulação de leitos que compunham o hospital de campanha de Petrolina. Como já tínhamos dito, Pernambuco estuda a reposição desses leitos na cidade", reforça Longo.

Para isso, estão sendo feitas tratativas com o Hospital Universitário e com a organização social que cuida da Unidade Pernambucana de Atenção Especializada para a reposição desses leitos. 

O Plano de Contingência de Pernambuco prevê o desbloqueio e aberturas de novos leitos caso esse percentual de 80% da ocupação das UTIs se sustente por mais tempo. "O Governo de Pernambuco planeja disponibilizar até a próxima semana mais vinte vagas de UTI adulto, sendo dez vagas no antigo Alfa, e outras dez na maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda - além de 50 novos leitos de enfermaria que estão sendo providenciados nessas unidades", garante o secretário de Saúde.

Longo reforça que tudo está sendo monitorado pelo governo do estado e, caso seja necessário, mais vagas de leitos devem ser abertos para o tratamento de pacientes com a Covid-19. O secretário pede que a população não abandone os cuidados de combate ao novo coronavírus para que os números possam melhorar em Pernambuco.

Um caso suspeito de peste bubônica foi registrado no norte da China, segundo autoridades de saúde. A notícia surge poucos dias depois de dois casos semelhantes terem sido reportados na Mongólia.

O caso foi registrado em um hospital na região chinesa da Mongólia Interior, aponta comunicado da Comissão de Saúde local.

##RECOMENDA##

O caso fez com que a China elevasse o estado de alerta para o terceiro nível devido ao potencial surgimento de epidemia na região. O alerta entrou imediatamente em vigor e permanecerá até o final deste ano.

Acredita-se que o paciente esteja com uma peste bubônica que provoca inchaço dos gânglios linfáticos e é considerada a forma da doença que pode ser tratada com mais facilidade.

A peste pode surgir também em uma forma pneumônica e septicêmica, que pode matar o infectado em apenas um dia.

Na semana passada na Mongólia, duas pessoas que tiveram contato direto com pelo menos 146 pessoas e mais 504 pessoas de forma indireta foram infectadas com peste bubônica ao consumir carne de marmota.

A peste bubônica matou de 75 milhões a 200 milhões de pessoas na Eurásia e África do Norte no século XIV, com mortalidades significantes na Europa, onde dizimou até 60% da população, e recorrendo periodicamente ao longo dos séculos.

Da Sputnik Brasil

Para alguns especialistas a pandemia do novo coronavírus pode ser apenas o começo do problema. Em entrevista à BBC, Eduardo Massad, médico da USP e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou que ‘'talvez a grande pandemia ainda esteja por vir’’.

Segundo o professor, a interação de grupos com baixo acesso à proteína com o consumo de animais silvestres como ratos, morcegos e aves, além dos grandes circuitos migratórios e cadeias de produção global, bem como as grandes aglomerações humanas, são alguns dos fatores que contribuem para a ideia de que a pandemia de coronavírus é apenas o começo.

##RECOMENDA##

Massad adianta que ela poderia ter similaridade ao coronavírus no que se refere ao surgimento: provavelmente de origem zoonose.

“A Grande Epidemia seria uma pandemia de proporções catastróficas que poderia matar algo como 2 bilhões de pessoas no mundo em um ano. Ela causaria uma queda significativa na expectativa de vida da humanidade: da média atual de 72 anos para aproximadamente 58 anos. Essa possibilidade existe e se baseia, em parte, em eventos históricos como a peste bubônica”, afirmou o professor à BBC.

Tendo como referência a peste negra, que assolou o mundo no século 14 e dizimou, segundo estimativas, 60% da população europeia, Massad afirma que uma grande epidemia ainda poderia acontecer.

A sua visão é corroborada pelo epidemiologista Ian Lipkin, professor da Universidade de Columbia, que também acredita que logo após o coronavírus podemos enfrentar outra pandemia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, em 2018, sobre o potencial de uma ‘’doença X’’, de origem e efeitos similares ao coronavírus. Porém as autoridades não levaram a sério, expressando a falta de investimento em pesquisa.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando