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A doação de cabelo é um ato de solidariedade, que pode ajudar a resgatar a autoestima de mulheres em tratamento ou que sofreram um acidente. Para incentivar essa prática, a UNAMA – Universidade da Amazônia promove, por meio do curso de Estética e Cosméticos, a quarta edição do projeto “Meu Cabelo é Seu”, entre os dias 26 e 28 de maio. O projeto vai receber doações de cabelos das 8 às 18 horas, na Clínica de Estética da UNAMA Alcindo Cacela. 

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A ação irá proporcionar a confecção de perucas destinadas às vítimas de escalpelamento e pacientes em tratamento quimioterápico que perderam os cabelos. A programação já ocorre desde 2017, porém as atividades foram interrompidas por conta da pandemia. Em 2021, seguindo todos os protocolos sanitários contra a covid-19, o curso de Estética e Cosméticos da UNAMA retoma as atividades.

A coordenadora do curso, Bete Rodrigues, explica que a ação é um ato solidário realizado em conjunto com alunos e professores. “Essa é uma ação de compromisso que o curso e a UNAMA como instituição de ensino têm perante a sociedade. Junto com nossos professores, alunos também estarão engajados nessa causa para que possamos realizar mais uma ação de sucesso como o ‘Meu Cabelo é Seu’”, afirmou a professora.

Os interessados em participar podem ir até a Clínica de Estética e fazer o corte de cabelo no local ou levar o material já cortado. A recomendação é que os cabelos sejam preferencialmente virgens ou com pouca química, com no tamanho mínimo de 20 cm. Para outras informações entre em contato pelo número 4009-3069.

Serviço

Projeto "Meu Cabelo é Seu".

Data: 26 a 28 de maio. 

Hora: 8h às 18h.

Local: Clínica de Estética da UNAMA (Av. Alcindo Cacela, 359 – Umarizal).

Da Ascom UNAMA.

O UNOPS, organismo das Nações Unidas responsável pela prestação de serviços de compras, infraestrutura e gestão de projetos, e o Ministério Público do Trabalho vão oferecer um curso gratuito de capacitação e empoderamento econômico para mulheres vítimas de escalpelamento – acidente causado pelo contato com o motor de barcos – dos Estados do Pará e Amapá.

As principais vítimas do acidente são as mulheres que lidam com diversas consequências que ultrapassam as dores físicas. O escalpelamento afeta diretamente a vida delas e de suas famílias, causam sequelas que também envolvem os campos emocional e o psicossocial, além de comprometer a empregabilidade e a capacidade de geração de renda.

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De acordo com pesquisa realizada pela Coordenadoria Nacional de Trabalho Portuário e Aquaviário (CONATPA), 71,1% de 43 mulheres vítimas do acidente não trabalham e 73,3% têm interesse em começar o próprio negócio. A iniciativa da capacitação é mostrar a possibilidade de integração dessas vítimas ao mercado de trabalho de forma mais igualitária, permitindo-lhes autonomia e independência financeira.

Além do CONATPA, o projeto também conta com o apoio e participação da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação do Trabalho (Coordigualdade) e da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância). Os recursos para a realização do projeto foram obtidos por meio da atuação judicial ou extrajudicial dos procuradores do MPT que fazem parte do GT Escalpelamento por Embarcações.

A Procuradora do Ministério Público do Trabalho e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) “Escalpelamento por Embarcações” do MPT, Tatiana Amormino, diz que o grupo tem como um dos eixos de atuação a promoção da melhoria das condições de vida e de trabalho das vítimas que possuem, em sua maioria, deficiências físicas, como perda parcial ou total da visão e da audição, além de baixa escolaridade.

“O MPT entende pelo enquadramento das vítimas de acidentes com escalpelamento no conceito de pessoas com deficiência, considerando o ordenamento jurídico nacional e internacional, inclusive para fins de preenchimento da cota estabelecida em lei para a contratação pelas empresas e para o direito ao Benefício de Prestação Continuada - BPC. Por isso, o MPT desenvolve articulações com diversas entidades com o objetivo de evitar a discriminação e promover a inclusão no trabalho de vítimas de acidentes com escalpelamento”, informa.

Tatiana explica que acidentes provocados por eixos descobertos em embarcações ocorrem, sobretudo, no contexto de vida de comunidades ribeirinhas, com estrutura de apenas igreja, escola e posto comunitário de saúde. “Famílias vivem, sobretudo, da pesca e agricultura, com destaque para a cultura do açaí, na Ilha do Marajó. Acidentes acontecem, por vezes, nos deslocamentos de famílias inteiras para vendas de produtos nas feiras dos Municípios”, esclarece.

Afirma ainda a coordenadora que há uma probabilidade de aumento dos acidentes em épocas de colheita. “As escolas possuem, muitas vezes, somente salas multisseriadas e ficam em locais distantes da residência. Acidentes acontecem, por vezes, em deslocamentos de crianças e adolescentes para as escolas”, complementa.

Tatiana destaca que a pesquisa do UNOPS resultará em um diagnóstico que será essencial para a atuação do MPT em prol da erradicação dos acidentes com escalpelamento em embarcações e da promoção de melhores condições de vida e trabalho para as vítimas e suas famílias e que tem fundamental importância para conhecimento das necessidades das vítimas em relação às questões financeiras. “Isso porque é essencial conhecermos essas necessidades para a definição das melhores estratégias para o curso que será oferecido”, explica.

Informa também a procuradora que parte das atividades do projeto executado pelo UNOPS será implantada em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, instituição que atua há mais de dez anos no trabalho de empoderamento das mulheres, garantindo independência financeira e de decisão das mulheres sobre seus negócios e vidas.

Por Isabella Cordeiro e Valdenei Souza.

 

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Acidentes de escalpelamento são frequentes no Pará. Ocorrem quando o eixo do motor de uma embarcação arranca o couro cabeludo de uma pessoa, deixando sequelas para o resto da vida. De acordo com a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), cerca de 93% dos casos acontecem com mulheres.

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As consequências para quem passa por essa situação envolvem problemas físicos, emocionais e sociais, como a discriminação e o desemprego. Visando à melhoria da qualidade de vida dessas vítimas, o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou parceria com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) para instruir sobre empreendedorismo e o mercado de trabalho. O UNOPS é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU).

A coordenadora do Grupo de Trabalho de Escalpelamento e procuradora do MPT, Tatiana Amormino, disse que um dos eixos de atuação é a melhoria das condições de vida e trabalho dessas mulheres, que em sua maioria possuem deficiências físicas como perda de audição (total ou parcial) e da visão. “O Ministério Público do Trabalho entende pelo enquadramento das vítimas de acidente com escalpelamento no conceito de pessoas com deficiência inclusive para fins de preenchimento das cotas estabelecidas em lei, para contratar ação pelas empresas, assim como para o direito de benefício de prestação continuada chamado BPC”, disse Tatiana.

“O MPT desenvolve articulações visando evitar discriminação e promover a inclusão do trabalho de vítimas de acidentes com escalpelamento, por isso esse projeto com a UNOPS. De acordo com a pesquisa realizada com mulheres vítimas de escalpelamento, 71,1% não trabalham e 73,3% possuem interesse em abrir um próprio negócio. Aí surgiu essa parceria estratégica com a UNOPS”, falou Tatiana.

A parceria promoverá capacitação gratuita sobre empreendedorismo para as mulheres vítimas de escalpelamento com um curso com 50 vagas. “Esse projeto promove a formação empreendedora dessas mulheres que sofreram acidente, visando à efetiva inserção dessas vítimas no mercado de trabalho e à possibilidade de geração de renda”, ressaltou a coordenadora.

“Destaco ainda que há uma outra frente de atuação do MPT, que busca a conscientização da sociedade sobre medidas simples que podem evitar os acidentes com escalpelamento - como a colocação da proteção do eixo do motor nas embarcações”, relatou Tatiana.

Assistência voluntária

Além dessa iniciativa do MPT, existem outras instituições que vêm ajudando essas vítimas há bastante tempo, como a ONG dos Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor (Orvam). Na Orvam é oferecida assistência a essas mulheres, por meio da realização de trabalhos com o intuito de aumentar a autoestima e combater o preconceito. Também há iniciativas para a confecção de perucas e doação às mulheres que sofreram escalpelamento.

A ONG surgiu em 2010, como ideia de duas vítimas de escalpelamento que pediram a ajuda de uma assistente social para mandar uma carta para o Programa do Gugu, de uma rede de televisão, pedindo ajuda com perucas e um computador. “Acabou que a assistente social foi além. Ela fez uma carta pedindo para que ele montasse um espaço para as meninas para que elas pudessem ser apoiadas, direcionadas, trabalharem com cabelo. Então ela fez isso, e foi sorteada a carta e o Gugu veio para Belém do Pará com sua equipe e viu a necessidade que existia para se ter uma casa de apoio às meninas. A Cristina, assistente social, foi até o prefeito na época, era o prefeito Duciomar Costa, ele cedeu o terreno e o Gugu, da Record na época, fez o espaço físico e nasceu a Orvam”, relatou Darci Lima, presidente da ONG.

“É muito gratificante trabalhar com elas, olhar pra elas e ver quando elas recebem uma peruca, quando a gente faz um trabalho de autoestima, aquele sorriso no rosto delas, uma mudança extrema no rosto das meninas, é muito bom e me faz sentir uma pessoa melhor”, comentou Darci sobre sua experiência trabalhando na Orvam.

A presidente destacou que a maior dificuldade da Orvam é a falta de apoio do governo e dos empresários, pois a ONG sobrevive somente de doações, tanto financeiramente quanto de cabelo, para fazer as perucas. "A gente pede para as pessoas ajudarem a Orvam, para que não venha a fechar, porque a gente não só recebe cabelos, a gente tem despesa com luz, água, telefone, material da peruca, higienização da peruca, limpeza do prédio, e infelizmente a gente não tem quem nos apoie e ajude financeiramente”, disse.

A Orvam auxilia as vítimas com encaminhamento para os parceiros credenciados,  como dentista e esteticista, e ajuda na busca de autoestima e informações para que as vítimas do escalpelamento recebam o benefício de que necessitam. “Nós temos parceria com dentista, elas têm esse atendimento, fizeram um convênio com a gente e fazem um trabalho voluntário. Temos a Kelly, que faz trabalho com as sobrancelhas, também um trabalho voluntário. Encaminhamos as meninas para que elas possam se sentir melhor, porque a maioria não tem sobrancelha”, relatou Darci.

Sobre os projetos do MPT, Darci espera um olhar especial para as mulheres, pois muitas têm dificuldade para arranjar um trabalho. “Seria ideal que eles olhassem por esse lado, que as meninas pudessem ser aposentadas, receber o benefício com todos os direitos que elas têm. São ribeirinhas e moram em municípios distantes, elas precisam ter uma renda e os municípios onde elas moram não oferecem”, finalizou a presidente da ONG.

Dor e preconceito

Naelane Moraes Barreto, de 26 anos, moradora da cidade de São Sebastião da Boa Vista, interior do Pará, sofreu escalpelamento aos 9 anos quando voltava de férias na casa de sua tia, no interior de Anajás. “No meio da viagem aconteceu o acidente comigo. Foi umas meia noite, eu não lembro direito o dia, nem o mês, nem o ano, porque eu era bem criança. Cheguei na minha cidade no outro dia eram 6 horas da manhã, me avaliaram no hospital e fizeram os primeiros atendimentos, depois me mandaram para Belém e foi quando me eu fiquei internada no Pronto-Socorro e de lá me encaminharam para a Santa Casa, onde fiz a minha primeira cirurgia de enxerto, tiraram a pele da minha coxa e colocaram na minha cabeça. Só esperei cicatrizar e me deram alta”, relatou Naelane.

“Apoio do governo nesse momento, por enquanto, nenhum. Eu tenho um benefício do BPC LOAS mas eu consegui não pelo acidente, mas sim pelo problema de visão que tenho, glaucoma”, disse a vítima sobre a assistência dada a ela.

“A maior dificuldade que eu enfrentei foi eu ter voltado pra escola e passar por bullying, assim como pelo acidente e pela falta de visão também”, disse Naelane. Hoje ela diz não sentir mais tantas dificuldades e afirma que a Orvam ajudou muito na recuperação, para trazer a sua autoestima de volta.

Por Yasmin Ismael Seraphico.

 

 

A falta de proteção dos eixos dos motores das embarcações tem provocado o escalpelamento e até a morte de mulheres e meninas ribeirinhas no norte do país. Só no Pará, foram mapeados mais de 400 casos. Para conscientizar a sociedade a respeito das medidas simples que podem evitar estas tragédias, o Ministério Público do Trabalho (MPT) realiza uma série de ações no Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, em 28 de agosto. Clique no ícone abaixo e ouça chamada para a campanha.

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"Trata-se, muitas vezes, de um acidente de trajeto, e portanto um acidente de trabalho, tipicamente amazônico, que preocupa o MPT e requer tanto ações de prevenção quanto de combate à discriminação sofrida pelas vítimas, num cuidadoso processo de reabilitação para inserção no mercado de trabalho, quando na idade e no momento apropriados para tanto", afirma a titular da Coordenadoria Nacional de Trabalho Portuário e Aquaviário (Contapa), do MPT, a procuradora Flávia Bauler.

Além de materiais informativos veiculados nas redes sociais do MPT, foi produzidoa uma edição especial do podcast Prosa de Trabalho sobre o tema e elaborados spots para rádio que foram distribuídos às emissoras de rádio da região.

Entre as entrevistas do podcast, você vai conhecer a história da diarista Ane Almeida, de 34 anos, moradora de Abaetetuba, no Pará, que foi vítima de escalpelamento quando tinha apenas 15 anos. “Fui secar a água do barco e na hora que eu me abaixei, o meu cabelo estava preso com rabo de cavalo e enrolou no eixo. Tive a perda total do couro cabeludo, parte do rosto e fratura em um dos braços”, relembra.

Segundo Jureuda Guerra, psicóloga da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará e presidente do Conselho Regional de Psicologia do Pará e do Amapá, “muitas desenvolvem síndrome do pânico, de ansiedade, transtorno de angústia em relação ao acidente. O próprio desenvolvimento cognitivo das crianças, a aprendizagem, a memória recente, são afetadas”.

Até o momento, Ane Almeida já passou por 36 cirurgias. “Cada dia a gente supera um pouco, principalmente a autoestima, é uma coisa que vai se recuperando diariamente”, conta ela. Mas a psicóloga Jureuda reforça: as sequelas vão muito além. “Se olha muito do couro cabeludo para fora e a gente precisa olhar da caixa craniana para dentro. Tem áreas do cérebro que são atingidas e mexem com o sistema nervoso, com questões neurológicas”, diz.

Acidentes de trabalho e de gênero

“Os casos acontecem em embarcações familiares e muitas vezes quando estão em trânsito para os locais de trabalho”, acrescenta a coordenadora da Contapa do MPT. Para Flávia Bauler, é preciso fortalecer as iniciativas de prevenção e conscientização junto às comunidades ribeirinhas sobre os riscos do escalpelamento e ampliar a divulgação dos procedimentos de proteção.

A psicóloga Jureuda Guerra, que também integra o Comitê Estadual de Enfrentamento e Erradicação ao Escalpelamento, concorda com a coordenadora da Conatpa. Ela argumenta que “durante décadas só se falou do escalpelamento como uma questão estética e não é. Precisamos olhá-lo como uma questão de política pública, como um acidente de trabalho, e como um acidente de gênero, porque ele atinge mulheres de qualquer idade”.

Com o objetivo de erradicar o problema e combater a discriminação que as vítimas sofrem, o MPT criou o Grupo de Trabalho sobre Escalpelamento por Embarcações. “Fazemos articulação com vários órgãos para oferecer apoio do ponto de vista social, médico e do acesso a direitos, uma vez que as vítimas devem ser reconhecidas como pessoas com deficiência, com garantia de recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC)”, esclarece a procuradora do MPT no Pará e Amapá Tatiana Amormino, que coordena o GT.

Para a promotora de Justiça Suely Catete, do Ministério Público do Pará, “os nossos rios são nossas ruas e, como tal, a gente tem que ter cuidado. Da mesma forma que tenho que olhar para os lados para saber se eu posso atravessar uma avenida, tenho que ter cuidados ao entrar numa embarcação, mesmo nas pequenas”, compara ela, que também possui intensa atuação no enfrentamento ao escalpelamento.

Medidas preventivas 

Na pele de quem já viveu essa tragédia, a vítima de escalpelamento Ane Almeida avisa que todo o cuidado é pouco para uma prevenção efetiva. “É prender o cabelo, colocar touca, boné e não se aproximar do motor, porque por qualquer descuido, acaba acontecendo”, ressalta.

Uma medida preventiva muito simples pode evitar esse tipo de acidente: a Marinha realiza a instalação gratuita do material para a cobertura de eixo dos motores das embarcações. No entanto, ainda há muitas embarcações que não são inscritas na Capitania dos Portos, seja por questões culturais ou até mesmo pela distância, como relatou o capitão dos portos da Amazônia Oriental, Manoel Oliveira Filho.

“Nosso desafio maior é chegar a estas pessoas e passar as orientações para uma navegação segura. É importante que os proprietários de barcos tenham essa preocupação, uma simples cobertura de eixo salva vidas e protege sua família, suas pessoas queridas. Procurem, levem suas embarcações para instalar a cobertura e dar segurança a estas pessoas”, afirma o capitão.

Em caso de emergência, entre em contato pelo Disque 185. Violações relacionadas às medidas preventivas ou situações de discriminação no trabalho sofridas pelas vítimas de escalpelamento também podem ser denunciadas pelo aplicativo MPT Pardal ou pelo site mpt.mp.br.

Da assessoria do MPT.

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Ação ajuda na autoestima de vítimas do escalpelamento

Através de sua conta no Instagram, Débora Dantas, 19 anos, tenta mostrar um pouco da sua luta para a recuperação plena depois que sobreviveu ao escalpelamento. Sempre sorridente, nesta segunda-feira (11), a jovem compartilhou uma foto mostrando boa parte da sua cabeça que, antes, ela não mostrava tanto. 

"A questão é que sempre há o que aprender, o que se conquistar e todos tem um pedaço disso. Minha filosofia de vida é salvar outras vidas, respeitar o direito e o dever, se eu nasci com isso? Não, nós nos construímos a cada dia que vivemos, a vida é linda quando aprendemos com os erros. Escolha o seu caminho e conquiste-o", escreveu Débora. 

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No dia 11 de agosto, a jovem sofreu o escalpelamento quando pilotava um kart num espaço montado dentro do supermercado Walmart, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Depois de passar por 15 cirurgias, Débora recebeu alta médica no dia 12 de outubro.

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A auxiliar de ensino Débora Dantas de Oliveira - vítima de escalpelamento enquanto pilotava um kart, na Zona Sul do Recife - deverá receber alta do Hospital Especializado de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, neste sábado (12). Internada na unidade desde o dia 18 de agosto, ela já realizou 15 procedimentos cirúrgicos para reconstruir a área afetada.

Mesmo com a "folga" no tratamento, a jovem de 19 anos deve permanecer hospedada na cidade, visto que há a necessidade de trocar os curativos duas vezes por semana, até o fim de outubro. De acordo com a equipe médica, ao término do mês, Débora poderá retornar para o Recife e ficar ao lado dos familiares até o fim de dezembro. A recuperação estética está prevista apenas para o início de 2020.

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O acidente

No dia 11 de agosto, ela e o namorado, Eduardo Tumajan, foram à pista de kart Adrenalina, que funcionava dentro do supermercado Walmart, em Boa Viagem. Na segunda volta, o cabelo dela ficou preso no veículo e arrancou todo o couro cabeludo de Débora.

Débora foi socorrida para o Hospital da Restauração, na área Central do Recife, e passou por procedimentos de emergência até seguir para o hospital de referência no interior de São Paulo.

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Na manhã desta quinta-feira (12), o Hospital Especializado de Ribeirão Preto, em São Paulo, divulgou um vídeo de Débora Dantas de Oliveira afirmando que se recupera de "maneira maravilhosa" e agradecendo o carinho recebido de diversas partes do mundo. A jovem, de 19 anos, foi vítima de escalpelamento enquanto pilotava um kart no dia 11 de agosto, em Recife, capital pernambucana.

No dia 2 deste mês, ela realizou um enxerto no couro cabeludo e, desde então, apresenta uma boa recuperação. A paciente relatou que caminha entre os corredores do centro médico e conversa com outros pacientes.

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Débora agradeceu aos profissionais que auxiliam seu tratamento e revelou que recebe mensagens de carinho de diversos países como, Suíça, Japão e Inglaterra. "A gente tá muito feliz em saber que existem pessoas boas do lado de fora. Uma das coisas que mais tem me motivado e me deixado feliz", declarou ao lado do namorado Eduardo Tumajan.

O quadro da auxiliar de ensino infantil aparentemente é tão positivo que ela chegou a brincar com sua condição, "eu já sinto até minha cabeça coçar de vez em quando". E reafirmou que segue estudando para realizar o sonho de ser médica, como já havia dito.

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O namorado de Débora Esthefany Dantas de Oliveira divulgou uma campanha de arrecadações e respondeu algumas perguntas nas redes sociais sobre o estado de saúde da jovem, nessa quarta-feira (21). O casal continua em São Paulo para o tratamento dela, que foi vítima de escalpelamento no último dia 11, enquanto pilotava um kart na Zona Sul do Recife.

Juntos desde novembro do ano passado, Eduardo Tumajan revelou que a companheira está otimista quanto aos procedimentos. Sobre sua reação no momento do acidente, relatou: "Ela me acalmou e me pediu para não desmaiar. Foi todo caminho ao hospital consciente, sem a ajuda dela eu não conseguiria".

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Eduardo também divulgou uma vaquinha virtual realizada pela comunidade DPKin (Desafio Pernambucano de Kart indoor) para suprir os custos em São Paulo, visto que é estimado que Débora fique internada no Hospital Especializado de Ribeirão Preto por dois anos. Lançada na última sexta-feira (16), o objetivo da campanha é arrecadar R$ 50 mil. Até o momento da publicação desta matéria, foram doados cerca de R$ 10.700. 

Caso tenha interesse em ajudar nas doações para garantir suporte à Débora, basta acessar o link vaka.me/682749.

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Na noite dessa quarta-feira (21), Débora Esthefany Dantas de Oliveira, de 19 anos, utilizou o Instagram para agradecer o apoio recebido e revelou o desejo de ser médica. Ela foi vítima de um escalpelamento enquanto pilotava um kart no último dia 11, na Zona Sul do Recife. Desde então, passou por reconstrução do couro cabeludo no Hospital da Restauração (HR) e seguiu para o Hospital Especializado de Ribeirão Preto, em São Paulo, onde realizará novos procedimentos nesta quinta-feira (22) e no sábado (24).

A auxiliar de ensino infantil publicou: "Quero agradecer a todas as pessoas que estão orando por mim. Infelizmente, não conseguirei responder todas, entretanto, prometo que tentarei ler todas as mensagens, pois sei que são de carinho. Eu só quero dizer que estou muito bem e toda experiência vai me ajudar a ajudar as pessoas quando eu for médica. Eu tenho certeza de que vai dar tudo certo, esse é o meu lema".

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Desde o último domingo (18) ela está sendo acompanhada pelo hospital paulista referência em microcirurgias de alta complexidade. Ainda nesta quinta-feira, ela passará por uma cirurgia de reconstrução de pálpebras. No sábado, um transplante microcirúrgico será realizado, devido a uma trombose venosa que rejeitou o procedimento feito no HR.

O transplante é delicado e deve durar cerca de sete horas, sob o auxílio do médico Marco Maricevich, que atua em Houston, nos Estados Unidos, e chega a São Paulo nessa sexta-feira (23). O tecido muscular do dorso de Débora revestirá o crânio -que está exposto, para futuramente receber enxertos. A estimativa é que os procedimentos cirúrgicos e estéticos se estendam por dois anos.

Em entrevista ao LeiaJá, o tio de Débora Esthefany confirmou o interesse dos familiares em transferi-la para um centro de referência nos Estados Unidos. Douglas Nascimento revelou que mantém contato com a jovem e falou sobre o apoio oferecido pelo Walmart, empresa que alocava a pista de kart onde ela foi escalpelada, na tarde do último domingo (11). 

Após dois procedimentos emergenciais, o organismo de Débora rejeitou o reimplante do couro cabeludo e a equipe médica sugeriu sua transferência para um centro de referência. "A gente tá tentando muito fazer com que isso aconteça, até porque não é fácil e depende do acordo com o Walmart. Se houver a possibilidade, vamos fazer [a transferência] o mais rápido possível", relatou Douglas. Uma das unidades que podem receber a paciente é a Baylor College of Medicine, localizada em Houston, no Texas, Estados Unidos.

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O tio da jovem também garantiu que os representantes da rede de supermercados estão oferecendo apoio à família e pretendem custear o tratamento. "Ele [o representante] deu carta branca para que a gente pudesse buscar o melhor para ela. Ele disse que o que fosse preciso, iria custear".

Débora apresenta um quadro estável e segue internada na UTI do Hospital da Restauração (HR). Consciente, ela conversa com a família, que tenta confortá-la. "Ela ainda tá um pouquinho debilitada, mas conversa com a gente. Até o momento, falamos de outras coisas para tentar deixar ela confortável e ciente que a família tá ali junto com ela", revelou.

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Alunos do curso de Cosmética e Estética da UNAMA - Universidade da Amazônia, campus Alcindo Cacela, realizaram, na terça-feira (18), uma ação para arrecadar cabelos que serão usados na confecção de perucas para as vítimas de câncer e escalpelamento. Quem doou o cabelo recebeu certificado, corte e maquiagem.

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Os alunos que apoiam o projeto ficaram animados com o sucesso do evento. “Estamos ajudando a devolver a autoestima, que com a perda do cabelo baixa totalmente, e reanimar elas”, disse Luciana Suzuki, aluna de Cosmética e Estética, que participou da ação.

O evento faz parte do projeto Meu Cabelo é Seu, que existe desde o ano passado. O projeto começou com a arrecadação dos cabelos para as vítimas de escalpelamento, mas esse ano trouxe o diferencial que é a confecção das perucas pelos alunos UNAMA. “Com esses cabelos serão feitas perucas pelos estudantes do curso de Estética e Cosmética, aqui, na própria universidade”, disse Elizabete Rodrigues, coordenadora do curso de Estética e Cosmética.

A emoção foi grande para quem participou do evento. “É uma emoção imensa saber que estou praticando uma boa ação e que vai beneficiar outras pessoas, contribuindo para a autoestima delas. É uma causa belíssima. É um ato de solidariedade. Fiquei muito feliz em doar. Essa sensação não tem preço”, contou Beatriz Manarte, aluna de Jornalismo, que doou seu cabelo durante a ação.

A integração dos alunos tanto para a arrecadação quanto para a confecção das perucas atraiu elogio dos profissionais que apoiam o projeto e estavam presentes no evento. “Acho o evento muito importante pela ação de integração social e pela disponibilidade dos alunos”, disse Analaura Corradi, professora do programa de pós-graduação da UNAMA.

Um dos espaços que são referência no atendimento às vítimas de câncer e escalpelamento é o Espaço Acolher, que existe há dez anos e fica na Santa Casa de Misericórdia, centro de Belém, onde é prestada assistência às vítimas e aos familiares. No espaço são atendidas mais de mil vítimas ao ano e são realizadas oficinas de bijuterias, pinturas em garrafa e tecido e crochê. Para mais informações: (91)3228-1609 Maria Luzia, da coordenação do espaço.

 Por Rosiane Rodrigues.

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A data de 28 de agosto é registrada como o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento. Para chamar a atenção ao tema, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançaram este mês uma campanha nacional com o intuito de conscientizar e dar visibilidade à realidade de exclusão e violência enfrentadas pelas vítimas de escalpelamento.

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Desde o dia 3, a campanha está nos perfis do MPT nas redes sociais, onde também será publicado, no próximo dia 28, um vídeo promocional com participação da atriz paraense Dira Paes.

O escalpelamento (escalpo – nome científico do couro cabeludo) é o arrancamento brusco e acidental do couro cabeludo de diversas formas, entre elas a partir do enrolamento dos cabelos nos eixos e partes móveis dos motores dos barcos. Esse tipo de acidente é bastante comum na Amazônia, onde as embarcações de pequeno porte (“rabetas” e “popopôs”) muitas vezes não possuem proteção nos motores, possibilitando o puxamento de cabelos de passageiros quando próximos. As consequências do acidente podem ser, além do arrancamento do couro cabeludo, a mutilação de orelhas, sobrancelhas e de parte da pele do rosto e pescoço, levando a deformações graves e até a morte.

Segundo dados da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), órgão pertencente à Marinha do Brasil, responsável pela segurança dos rios amazônicos, a maioria das vítimas de escalpelamento são do sexo feminino (93% dos casos), especialmente crianças (65% dos casos). As consequências do acidente são muito graves e variam conforme as áreas afetadas na ocorrência, como crânio, pálpebras, orelhas e face.

As principais sequelas incluem dores de cabeça ou cervicais crônicas, dificuldade na audição, fala e visão. Essas disfunções comprometem a qualidade de vida, o lazer e o emprego das vítimas, que muitas vezes ficam impossibilitadas de trabalhar.

Em novembro do ano passado, o MPT em Macapá realizou uma audiência coletiva sobre a inserção das vítimas de escalpelamento no mercado de trabalho amapaense. O evento, realizado na sede do Ministério Público do Estado, contou ainda com a presença da Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia e de várias associadas, cujos depoimentos ajudaram a mostrar a realidade dessas mulheres.

Na ocasião, foram debatidas questões referentes às dificuldades enfrentadas pelas vítimas do acidente no atendimento junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como o preconceito que sofrem para admissão e permanência nos empregos. Uma carta compromisso foi assinada pelas entidades presentes, que se comprometeram a promover ou viabilizar o acesso ao mercado de trabalho, a qualificação profissional e admissão empregatícia das vítimas de escalpelamento, além de apoiar ações de prevenção e erradicação desse tipo de acidente, por meio da conscientização da população ribeirinha e da instalação de protetores nos motores, eixos e partes móveis de embarcações.

Da assessoria do MPT.

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Alunos de Psicologia da Universidade da Amazônia (Unama) fizeram ação beneficente, na sexta-feira (8), em Belém, para arrecadar cabelos naturais e sintéticos para a confecção de perucas às vítimas de escalpelamento. O escalpelamento, arrancamento do couro cabeludo, é um acidente comum nos rios amazônicos, e acontece pela falta de proteção nos motores das canoas e rabetas, principal meio de transporte dos ribeirinhos.

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Leila Queirós, psicóloga e organizadora do evento, disse que o principal meio de combate a esses acidentes é a prevenção. “Trabalhamos com projetos nas escolas, palestras e seminários, levando o conhecimento do escalpelamento para prevenção, para preveni-los de novos acidentes”, informou.

Além do acidente físico, as vítimas de escalpelamento também sofrem psicologicamente, principalmente com a perda da autoestima. “A gente perde a autoestima, perde muita coisa da nossa adolescência. É um trauma. Ficamos tristes. A gente só consegue recuperar com o tempo”, afirmou Balbina Figueiredo, vítima do escalpelamento aos 11 anos de idade.

Esse tipo de acidente é uma preocupação para os evolvidos na ação. “Eles usam as embarcações para se locomover. Então, essas pessoas estão em constante perigo. Principalmente as crianças, quando esse eixo não é coberto”, disse Josy Marinho, aluna de Psicologia que faz parte do projeto.

O evento foi no campus Alcindo Cacela e teve apoio de várias voluntárias que doaram seus cabelos. “Me sinto muito feliz em ajudar. Faz dois anos que não corto o cabelo para fazer essa doação”, disse Fernanda Braga (45), advogada.

A cobertura dos motores é gratuita para os ribeirinhos. Para dúvidas sobre o processo de aquisição é só procurar a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, pelo telefone 08002807200.

Por Rosiane Rodrigues.

 

Um dos maiores problemas enfrentados pela população ribeirinha foi tema da programação de fisioterapia do Congresso Multidisciplinar de Saúde realizado no campus BR da Unama, em Ananindeua, nesta sexta-feira (1). O mestre em Planejamento e Políticas Públicas André Gustavo Moura Guimarães abordou a contribuição da fisioterapia na assistência às vítimas de escalpelamento e reforçou que a ocorrência desses acidentes é uma forma de agressão contra as mulheres da região.

Em entrevista ao LeiaJá, o fisioterapeuta André Guimarães explicou que a temática do evento é bem característica da Amazônia. "Se você for para as regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, você não tem as embarcações como seu principal veículo de locomoção. Nós sabemos que o deslocamento dos ribeirinhos é feito na maioria das vezes por pequenas embarcações, e com isso os acidentes de escalpelamento são mais frequentes", disse o pesquisador, referindo-se aos casos em que pessoas perdem o couro cabeludo quando se aproximam de motores sem proteção adequada.

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Para André Guimarães, os acidentes de escalpelamento se tornaram banais e por conta disso muitas vezes são esquecidos pelo poder público e cidadãos. "Para nós, amazônidas, é uma realidade próxima. Mas esquecemos que o escalpelamento acontece, e continua acontecendo. Quem mora na capital acaba por ignorar uma realidade tão próxima", disse. 

O fisioterapeuta explicou que numa simples travessia rio um grave acidente de escalpelamento pode acontecer. "Os acidentes de escalpelamento são mais frequentes do que imaginamos. Não podemos negar que eles ainda acontecem e que, por descaso do poder público, há uma grande falta de assistência para com as pessoas que sofreram esses acidentes”. 

Mobilização - De acordo ele, é importante também uma mobilização por parte da sociedade civil: "A própria população pode se mobilizar, divulgando os acidentes de escalpelamentos, que são recorrentes em nossa região. A partir do momento em que começarmos a divulgar, com certeza vamos ter um grande retorno evitando esse tipo de acidente”.

André Guimarães defende que o escalpelamento feminino é uma violência contra a mulher. "Eu faço parte do Observatório de Violência Contra a mulher, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde foi inserido meu trabalho (de dissertação), e ele foi colocado como (exemplo de) uma violência contra a mulher justamente porque mais uma vez não é visto o lado da mulher. Será que todas as embarcações recebem fiscalização devida para que a mulher possa entrar no barco protegida?", questionou. 

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