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O prefeito de Nova York, Eric Adams, viu seu nome envolvido em uma série de escândalos recentemente, incluindo uma acusação de agressão sexual e denúncias de corrupção que poderiam inviabilizar suas ambições políticas.

O FBI e o Ministério Público local investigam se uma construtora nova-iorquina, supostamente ligada ao governo turco, utilizou "laranjas" para doar dinheiro à campanha de Adams para a prefeitura, cargo que assumiu em 2022.

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Outrora visto como um possível candidato presidencial pelo Partido Democrata, o segundo prefeito negro de Nova York luta agora pela sua sobrevivência política.

O ex-governador do estado de Nova York Andrew Cuomo, que renunciou em 2021 em meio a denúncias de má conduta sexual, sugeriu aos aliados que poderia concorrer à prefeitura se Adams fosse afetado pelo escândalo, informou o site Politico.

Cuomo assediou sexualmente 13 funcionárias públicas, segundo o acordo alcançado na sexta-feira com o Departamento de Justiça.

A posição de Adams nas pesquisas despencou quando ele tentou efetuar cortes orçamentários, incluindo o fechamento das bibliotecas aos domingos, o que ele atribui ao desvio de fundos para enfrentar o fluxo sem precedentes de imigrantes para a cidade.

A cidade que nunca dorme enfrenta preços estratosféricos de aluguel, alimentação e lazer.

Mas a analista Mary Snow, que em uma pesquisa recente registou que apenas 28% dos nova-iorquinos aprovam a gestão de Adams, não descarta as suas chances de reeleição.

"A história nos mostra que é possível que o prefeito Adams supere os 28% de aprovação em seu trabalho", afirma.

"Em 2003, o ex-prefeito Mike Bloomberg tinha 31% de aprovação por seu trabalho e ganhou mais dois mandatos".

- Oposição aumenta -

Os adversários de Adams reagiram com cautela à denúncia de agressão sexual, apresentada no último minuto com base em uma lei municipal especial que permitia que ações civis para casos expirados fossem apresentadas durante um ano, até novembro passado.

A denunciante acusou Adams de agressão sexual, lesões e discriminação laboral com base em gênero e sexo em 1993.

"Não me lembro de ter conhecido essa pessoa. Eu nunca machucaria ninguém dessa forma", disse o prefeito aos repórteres.

Adams é alvo de outra investigação sobre a origem dos fundos para a sua campanha para a Prefeitura de Nova York, que busca determinar se ele recebeu dinheiro do governo turco.

Eric Leroy Adams, de 63 anos, criado por mãe solo, começou sua carreira na polícia de Nova York, onde foi capitão, antes de entrar para política local no Partido Democrata. Foi deputado estadual e presidente do distrito do Brooklyn, em Nova York, antes de ser eleito prefeito da metrópole de 8,5 milhões de habitantes em 2021.

- "Grande fatura política" -

No cargo, Adams tornou-se tão famoso por suas gafes quanto por suas roupas elegantes.

O prefeito fez da imigração um ponto central de sua campanha política, atacando o governador republicano do Texas, Greg Abbott, por transportar migrantes da fronteira sul para a cidade, e o governo federal que parece ignorar seus pedidos de ajuda.

Adams disse à imprensa que o atração dos imigrantes por Nova York é consequência de ser "vítima de seu próprio sucesso".

Mas os recursos da cidade ficaram escassos, apesar de um conjunto de medidas destinadas a conter o fluxo de migrantes. Uma política para expulsar imigrantes com crianças dos abrigos da cidade após 60 dias provocou indignação entre os ativistas.

O professor de Política da Universidade de Columbia, Robert Shapiro, disse que "embora possa ser uma oportunidade para Adams mostrar seu valor enfrentando o governador do Texas e outros, sem apoio estadual, federal e outros apoios financeiros, esta questão pode lhe render uma grande fatura política".

"Acredito que esta questão e a corrupção na questão do financiamento de campanha podem ter o seu preço politicamente", disse ele à AFP.

Snow, a pesquisadora, alertou que "há um alto nível de preocupação entre os eleitores de que a cidade de Nova York não será capaz de acomodar o fluxo de imigrantes".

"Apenas 26% dos eleitores aprovam a forma como ele está lidando com a crise", acrescentou,

No entanto, o início do ano rendeu a Adams uma espécie de colete salva-vidas depois do anúncio de que a cidade se beneficiará de um superávit orçamentário de 2,6 bilhões de dólares (12,7 bilhões de reais) em 2024, o que poderá mitigar a necessidade de cortes drásticos em serviços essenciais, como a segurança.

Muito se fala sobre a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser preso por algum dos casos no qual é investigado. São inúmeros os argumentos que apontam para uma possível condenação de Bolsonaro, ou ao menos para uma prisão preventiva. No entanto, o terreno é mais arenoso quando se trata de sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL), apesar de seu nome já ter sido associado a algumas alegações.  

Do ponto de vista jurídico  

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Apesar da convocação para depor, Michelle ainda não é considerada ré em nenhum processo. Segundo a advogada e historiadora Gabriella Paiva, os procedimentos aplicados na investigação estão obedecendo os precedentes do Estado Democrático de Direito. “O indiciamento da ex-primeira-dama deve ser devidamente fundamentado pelo Delegado responsável pelo caso, que deve apresentar um lastro mínimo probatório que conclua pela autoria de determinado crime”, explicou ao LeiaJá

Paiva analisou que o trabalho da PF tem sido mais atencioso na coleta de evidências e provas, para evitar nulidade do processo, como aconteceu no caso do presidente Lula, na ocasião da investigação do triplex do Guarujá. “No entanto, pelo acirramento das investigações que já demandaram a quebra de sigilo bancário da Michelle, é possível que em breve ela seja indiciada. Uma vez indiciada, ela passa a responder pelo processo criminal e pode, sim, vir a ser presa”, ponderou. 

Histórico de escândalos  

Michelle Bolsonaro já esteve envolvida em outros casos escandalosos no passado, quando residia no Palácio do Planalto. Repasses somados em R$ 89 mil foram feitos na conta bancária da então primeira-dama foram alvos de apontamentos contra ela, em 2021. À época, o STF arquivou o pedido de abertura do inquérito, alegando não haver indícios de crime nos depósitos. 

No entanto, ainda se levantam hipóteses de irregularidades no caso, como explicou a advogada. “De fato, o caso das joias sauditas é o que mais tem chamado a atenção da Polícia Federal, mas há outros escândalos que podem levá-la ao banco dos réus, como o suposto pagamento de contas de pessoas próximas e uso do cartão corporativo, atos que podem configurar o crime de peculato, que é o desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro”, disse Gabriella Paiva. 

A escolha pelo silêncio 

Durante seu depoimento à PF, na última quinta-feira (31), Michelle optou por ficar em silêncio diante das perguntas sobre o caso das joias. Ela se manifestou nas redes sociais esclarecendo que se dispõe a falar “na esfera competente”. O caso, no entanto, pode ser levado para outras esferas. 

“Ao contrário do conhecimento popular de que “quem cala, consente”, no direito, os investigados podem permanecer inteiramente calados ou responder apenas o que lhes aprouver. “Na nota emitida pela ex-primeira-dama, ela questionou a competência do STF, visto que, conforme previsto no artigo 102, I, b, o Supremo só teria competência originária para julgar Presidente da República, e que, na época dos supostos delitos, nenhum deles detinha prerrogativa de foro, por isso, estaria ocorrendo uma supressão de instância. Assim, o processo desceria para o Juízo da 6ª Vara Federal de Guarulhos/SP”, afirmou a advogada. 

“Diante das informações emitidas pela PF, as investigações já apontam para o indiciamento da ex-primeira-dama pelo crime de peculato. Já em relação ao direito de permanecer calada, este é legítimo, embora caiba aqui a ressalva do artigo 198, do CPP que prevê o direito ao silêncio, mas a possibilidade de sua utilização para constituir elemento para a formação do convencimento do juiz e isto, pelas últimas notícias, já vem ocorrendo pelos ministros do STF”, disse ainda. 

Do ponto de vista político 

Por um lado, aliados ainda se mantêm ao lado da presidente nacional do PL Mulher, defendendo a idoneidade da mandatária, e ajudando-a a se fazer presente em pesquisas eleitorais futuras. Ao LeiaJá, o cientista político Victor Barbosa avalia que o cenário pode se mostrar desfavorável em determinado momento, pelo fato de seu caminho ainda ser considerado precoce. “Uma possível consequência dos desdobramentos das investigações é a potencial interrupção desse processo. O ônus político de ter sua imagem associada a ela pode aumentar, reduzindo, de certa forma, as chances de vitória de seus aliados, por exemplo”, explicou Barbosa. 

Por outro lado, Michelle ainda aproveita os louros da ala bolsonarista fervorosa, podendo surfar na crista da onda e crescer seu eleitorado herdado do esposo. “Se ela conseguir se destacar entre outros possíveis ‘herdeiros políticos’ de Jair Bolsonaro, como Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, ainda existe a possibilidade de uma transferência bem-sucedida de votos do ex-presidente para ela”, observou o cientista. 

O que pode acontecer 

Mesmo havendo o risco de seu nome ficar mais manchado, Michelle ainda pode ter outras cartas na manga, se fazendo valer do mesmo discurso conspiratório já utilizado por Bolsonaro desde as eleições de 2018. “Muitas variáveis precisam ser consideradas. A mera condenação dela ou do marido não é suficiente para arruinar sua imagem. Neste cenário especulativo, ela poderia alegar ter sido vítima de perseguição política e judicial”, ponderou Barbosa. 

Acusações, investigações e ironias à parte 

Desde o despontamento do escândalo das joias, em março desde ano, Michelle sempre responde aos questionamentos da imprensa, do público e de seus aliados com ironia. Em visita ao Recife, no último sábado (26), ela alfinetou o caso declarando que iria lançar uma nova coleção de joias intitulada “Mijoias”. 

“O tom irônico que a ex-primeira-dama adotou desde que o caso se tornou público parece ter o propósito de gerar conteúdo para ser compartilhado nas redes sociais, com o intuito de minimizar discursivamente a gravidade das acusações e desviar os holofotes para uma possível perseguição à qual Bolsonaro estaria sendo submetido. Por outro lado, esse sarcasmo pode comprometer ainda mais a sua imagem. Estamos tratando de um caso de grande materialidade, envolvendo joias cujo valor a maioria da população consegue mensurar e visualizar, relacionadas a um Presidente que procurava transmitir uma imagem pública de simplicidade. Zombar de algo assim pode causar uma percepção negativa”, observa o cientista. 

No dia 1º de janeiro de 2023 a primeira governadora mulher de Pernambuco tomou posse no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. Raquel Lyra, junto com sua vice-governadora, Priscila Krause, realizou grandes feitos, desde a vitória nas urnas, e a assinatura do livro que oficializa seu mandato como chefe executiva do estado pelos próximos quatro anos. O primeiro deles foi o de ter sido eleita a primeira governadora mulher na história do estado, entre um mar de 57 governadores do passado. Outro grande feito foi a ruptura de quatro mandatos do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que esteve à frente do estado desde Eduardo Campos, em 2011.

Mas, entre os grandes feitos estão misturados acertos e erros, atitudes polêmicas e conflitos, que configuram os 100 primeiros dias, segundo especialistas, como uma longa introdução de um livro que ainda está sendo escrito. A partir da análise de especialistas políticos, o LeiaJá traçou um parecer geral de como a “Era Lyra” está sendo vista na política local e nacional.

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Segundo a cientista política Priscila Lapa, ainda é considerado cedo demais para estabelecer uma agenda de governo propriamente dita, principalmente diante de tantas mudanças realizadas ainda nos primeiros dias de mandato. “Em geral, a gente não pode falar ainda de uma agenda de governo estabelecida. Os primeiros dias foram marcados muito mais por uma destituição do que já estava estabelecido, em termos de modelo de gestão no estado, do que propriamente a implantação de novas coisas”, pontua.

Uma das primeiras ações de Lyra após a posse foi a exoneração de cargos comissionados e gratificados no governo do estado. Isso causou uma grande movimentação dentro e fora do gabinete, e passou uma imagem de retomada da ordem da máquina pública. “Ela tentou dar uma reorganização na máquina administrativa do estado retirando pessoas que estavam à disposição em outros órgãos, fazendo todo um freio de arrumação que causou desgastes políticos, tanto que, aos pouquinhos ela foi cedendo e voltando atrás em algumas dessas decisões, cedendo novamente servidores, concedendo novamente as licenças que haviam sido suspensas. Então o que a gente pode falar é muito mais no sentido de reorganização da estrutura administrativa do que propriamente de ter conseguido emplacar grandes ações de governo”, observa Lapa.

Mas não só de cortes vive o atual governo de Pernambuco. Com a perda do prazo para revogar o reajuste da folha do gabinete, o salário de Lyra teve um aumento de 126%, assim como outros salários também subiram, causando um impacto de R$ 25 milhões no orçamento do estado para 2023. Indo além do recorte, o cientista político e professor universitário, Arthur Leandro, explicou ao LeiaJá que outros gastos foram reduzidos nos últimos meses, em comparação ao mesmo período do ano passado.

“O governo anunciou o plano de qualidade de gastos públicos, que anunciou já no no início do mês de março redução de R$ 225 milhões na despesa do estado quando comparado com o mesmo período de 2022. Então, a gente está falando aí dos meses de janeiro e fevereiro, esse plano fez essa redução basicamente a partir [da não renovação] dos contratos de aluguel, combustíveis e outros itens que estavam sendo anunciados”, comentou Leandro.

O docente ainda apresenta outros feitos do governo nestes primeiros meses, levando em consideração as promessas de campanha, como o encerramento dos lixões em Pernambuco, a ampliação de escolas em tempo integral no estado, a extensão do funcionamento das delegacias da mulher, agora com atendimento 24h por dia, sete dias por semana, inclusive nos fins de semana e feriados, e o início do programa Mães de Pernambuco, que prevê um auxílio de R$ 300 para as famílias que já são beneficiadas pelo programa Bolsa Família. Em relação à educação, o LeiaJá fez uma análise dos principais pontos de realizados pela governadora no setor no estado.

Espaços e acordos

No entanto, a imagem do governo ainda se encontra em processo de formação, com algumas tentativas, segundo o cientista, de buscar apoio de outros blocos partidários, para assim, conquistar espaços no legislativo, por exemplo. “Tem sido uma estratégia do governo, no sentido de construir uma maioria necessária na Assembleia Legislativa. E tanto é que o governo tem distribuído cargos e espaços a políticos dessas legendas. Importante destacar, por exemplo, a Secretária de Educação, Ivani de Dantas, era secretária de Anderson [Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes] pessoa ligada ao PL; o Guilherme Coelho (PSDB), que foi seu candidato ao senado, tá como assessor no gabinete, a CEASA está no controle de Bruno Rodrigues (PSDB); o Instituto de Terras de Pernambuco, Henrique Queiroz (PP), então o governo tem feito a distribuição de espaços de poder no sentido de tentar viabilizar politicamente o seu projeto”, pontuou Arthur Leandro.

Para Priscila Lapa, a questão é uma peça fundamental na montagem do quebra-cabeça do atual governo, tendo em vista as modificações estruturais que aconteceram desde o início da gestão. “Ela garante uma governabilidade, uma certa tranquilidade nessa relação com o legislativo, apesar que seu partido, o PSDB, tem uma bancada muito diminuta, a coligação que a levou ao poder, uma coligação muito diminuta, e o PSB, as forças de oposição, continuam sendo as bancadas mais numerosas. Mas isso não foi empecilho para que ela conseguisse intervir de alguma forma na composição dos colegiados dentro da Assembleia, das comissões temáticas principalmente que ela não tem enfrentado no seu projeto, por exemplo, da aprovação do seu projeto de reforma administrativa e do seu próprio projeto de remanejamento de recursos do orçamento, como ela conseguiu emplacar agora um crédito suplementar expressivo, para que consiga atender de forma emergencial algumas áreas do estado que são consideradas como prioritárias”, destacou a especialista.

Caminho trilhado

Compreendendo a incipiência do atual governo, mesmo com novidades e ações afirmativas já realizadas desde o início da gestão, Lapa acrescenta em seus comentários que ainda é cedo para afirmar o que realmente tem sido feito por Raquel Lyra. “Mas até o momento a gente vê ainda mais movimentações de bastidores do que propriamente entregas para a sociedade.”

Portugal apresentou, nesta segunda-feira (13), uma investigação sobre as agressões sexuais contra menores na Igreja Católica, um escândalo que também afetou a instituição em países como Estados Unidos, Chile e Austrália.

- Portugal -

O clero católico de Portugal abusou sexualmente de pelo menos 4.815 menores desde 1950, de acordo com uma comissão de investigação.

A maioria dos crimes denunciados prescreveu, mas 25 acusações foram transmitidas às autoridades judiciárias, que abriram investigações.

- Estados Unidos -

Entre 1950 e 2018, a Igreja Católica nos Estados Unidos recebeu denúncias de mais de 20.000 menores que afirmaram ter sido vítimas de abuso por parte de cerca de 7.000 membros do clero, segundo o site bispo-accountability.org, que compila casos.

Em 2002, o jornal Boston Globe revelou que a hierarquia católica de Boston, incluindo o arcebispo Bernard Law, encobriu agressões sexuais cometidas por quase 90 padres ao longo de décadas.

Em 2019, o papa Francisco expulsou o cardeal Theodore McCarrick da igreja por acusações de que ele abusou sexualmente de adolescentes na década de 1970.

- Chile -

Mais de 200 membros da Igreja chilena foram investigados por 150 casos de agressões sexuais. Mais de 240 vítimas foram identificadas, 123 delas menores de idade.

O escândalo mais divulgado foi o que envolveu o padre Fernando Karadima por seus ataques contra menores entre as décadas de 1980 e 1990 em uma rica paróquia da capital Santiago.

Em uma polêmica visita ao Chile em 2018, o papa Francisco foi acusado de não agir, apoiando um bispo acusado de encobrir crimes atribuídos a Karadima. O pontífice fez um mea culpa e em Roma aceitou a renúncia de sete bispos chilenos.

- Alemanha -

Uma pesquisa de 2017 descobriu que pelo menos 547 menores de um coro católico de Regensburg foram abusados entre 1945 e o início dos anos 1990.

Em 2018, um estudo de acadêmicos concluiu que 3.677 menores foram vítimas de violência sexual na Alemanha entre 1946 e 2014.

O papa Bento XVI, que morreu em dezembro do ano passado, foi questionado quando já era emérito em 2022 por sua gestão da pedofilia na Alemanha quando era arcebispo de Munique.

Segundo um relatório desta diocese, entre 1945 e 2019 pelo menos 497 pessoas, a maioria crianças e adolescentes, foram vítimas de agressões sexuais.

- França -

Uma comissão independente apresentou em outubro de 2021 uma investigação sobre a violência sexual dentro da igreja católica francesa e calculou que 330.000 menores foram vítimas de padres, religiosos e pessoas próximas a instituições católicas desde 1950. Esses números são estimativas.

- Irlanda -

Na Irlanda, as primeiras alegações surgiram na década de 1980.

A partir de 2008, a Igreja iniciou uma série de investigações internas sobre alegações de agressões sexuais cometidas desde 1975 por pelo menos 85 padres.

- Polônia -

Desde 2018, a Igreja Católica na Polônia recebeu centenas de denúncias sobre agressões sexuais contra menores atribuídas ao clero.

Em 2019, admitiu que quase 400 padres abusaram sexualmente de crianças ao longo de três décadas.

- Austrália -

Após uma série de escândalos, uma comissão do governo investigou, entre 2013 e 2017, a igreja católica e outras instituições que abrigam menores.

O relatório concluiu que 7% dos religiosos católicos receberam denúncias de agressões sexuais contra menores entre 1950 e 2010, sem que isso implique uma investigação dos fatos.

O presidente Jair Bolsonaro costuma repetir que não há corrupção em seu governo. O chefe do Executivo já fez essa afirmação em diversas ocasiões, formais e informais - até quando se dirigiu à Assembleia Geral da ONU, em 2021 -, tentando indicar que não tolera desvios de conduta de seus auxiliares. Mas seu mandato, como os de seus antecessores desde a redemocratização, também registra denúncias e suspeitas de crimes envolvendo nomes importantes da gestão federal e aliados, que geraram investigações como a que levou à prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação.

Relembre dez acusações de corrupção nas quais integrantes ou aliados do governo Bolsonaro foram ou são acusados de envolvimento.

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Outubro de 2019: Ministro do Turismo

Em outubro de 2019, a Polícia Federal indiciou o então ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação - investigação sobre suposto desvio de recursos por meio de candidaturas femininas laranja nas eleições 2018.

A PF imputou ao ministro de Bolsonaro os crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita. Na ocasião, Marcelo Álvaro Antônio ocupava o posto de presidente do PSL em Minas.

À época, o presidente disse que pretendia manter o ministro no cargo e 'aguardar o desenrolar do processo'. Segundo as investigações, o então partido do presidente Bolsonaro - ele saiu do PSL em novembro daquele ano - utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. Os investigadores atribuem ao ministro o papel de articulador do esquema de laranjas.

Abril de 2021: Ricardo Salles

Em abril de 2021, o então ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, foi acusado de dificultar a ação de fiscalização ambiental e patrocinar diretamente interesses privados de madeireiros investigados por extração ilegal de madeira. Segundo notícia-crime encaminhada pela PF para o Supremo Tribunal Federal (STF), Salles, "na qualidade de braço forte do Estado", integrava organização criminosa orquestrada por madeireiros alvos da Operação Handroanthus com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza.

Salles pediu demissão do cargo em junho daquele ano, alegando uma suposta "criminalização" de opiniões divergentes na área ambiental. O inquérito contra ele ainda tramita na Polícia Federal.

Maio de 2021: Tratoraço

Em maio de 2021, o Estadão deu início à série de reportagem que revelou um esquema montado pelo presidente Bolsonaro para manter sua base de apoio no Congresso. O chefe do Executivo criou, em parceria com o Congresso, o chamado orçamento secreto. O primeiro lote de emendas exposto pela reportagem incluía a liberação de R$ 3 bilhões. Boa parte dessas emendas foi destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

No esquema montado por Bolsonaro, parlamentares que apoiavam o governo conseguiam mais recursos em emendas para seus redutos eleitorais. O caso virou alvo de investigação por parte da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU). O Supremo Tribunal Federal determinou mudanças no esquema do orçamento secreto, cobrando mais transparência na dotação das emendas. O Congresso, até o momento, atendeu apenas em parte a determinação.

Maio de 2021: George Divério

No mesmo mês, o governo federal teve de demitir George da Silva Divério do cargo de Superintendente Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro devido a uma suspeita de corrupção. Ele, que é coronel do Exército, havia sido nomeado para o cargo pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

O caso veio à tona após reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo. Segundo a emissora, Divério assinou, em novembro de 2020, contratos de R$ 29 milhões com duas empresas, sem licitação, para fazer reformas em prédios da pasta no Estado. As obras foram consideradas urgentes, por isso a licitação foi dispensada. Depois de assinados, os contratos foram anulados pela Advocacia-Geral da União (AGU), que não constatou razão para a dispensa de licitação.

Junho de 2021: Covaxin

Em plena pandemia e em meio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mais uma denúncia de corrupção foi desvelada na Saúde. Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostraram que o governo aceitou negociar a compra da vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.

A ordem para a aquisição da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro e a negociação durou somente cerca de três meses, um prazo bem mais curto que o de outros acordos. Os recursos para a compra da vacina chegaram a ser empenhados pelo governo, mas, após investigação da CGU, a aquisição foi suspensa. Depoimentos à CPI da Covid mostraram a pressão interna para acelerar a compra da Covaxin, o que foi decisivo para o pedido de indiciamento do relatório final que pesou sobre o próprio Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo.

Junho de 2021: Propina de US$ 1

Em junho de 2021, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias foi acusado de pedir propina para autorizar a compra de vacinas pelo governo. Segundo a denúncia, ele teria condicionado a aquisição de imunizantes da AstraZeneca ao recebimento ilícito de US$ 1 por dose.

Dias chegou ao cargo por apadrinhamento do Centrão e foi exonerado do posto em 29 de junho, depois da denúncia. Ele foi alvo da CPI da Covid e chegou a receber ordem de prisão durante sua oitiva.

Março de 2022: Gabinete paralelo do MEC

O Estadão revelou que dois pastores capturaram o Ministério da Educação e passaram a interferir na agenda do então titular da pasta, Milton Ribeiro, para privilegiar determinados municípios no empenho de recursos do órgão. Gilmar dos Santos e Arilton Moura levam demandas de prefeitos a Ribeiro e conseguem a liberação dos recursos em tempo recorde.

Os municípios mais beneficiados são aqueles governados pelos partidos do Centrão - PL, Republicanos e Progressistas. Em conversas reveladas pelo Estadão, os próprios pastores admitem priorizar as demandas de prefeitos ligados à igreja Assembleia de Deus, da qual eles fazem parte.

O ex-ministro Ribeiro acabou preso pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre o caso.

Abril de 2022: Ônibus escolares

Em abril deste ano, o Estadão revelou que uma licitação bilionária do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) previa a compra de ônibus escolares com preços inflados. O alerta partiu de instâncias de controle e da própria área técnica do fundo. Segundo documentos obtidos pela reportagem, o governo aceitava pagar até R$ 480 mil por um ônibus que, de acordo com o setor técnico, deveria custar no máximo R$ 270,6 mil. Os recursos sairiam de um programa destinado a atender crianças da área rural, que precisam caminhar a pé quilômetros em estradas de terra para chegar à escola.

Após a publicação da reportagem, o governo recuou e reduziu na véspera as cotações dos veículos. Por fim, o pregão ficou R$ 500 milhões a menos do que o governo estava disposto a pagar quando os preços estavam superestimados.

Abril de 2022: Escolas fake

Também em abril, o Estadão mostrou que, apesar da falta de recursos para terminar 3,5 mil escolas em construção há anos, o MEC autorizou a construção de outras 2 mil unidades. Bom para mostrar no palanque de campanha, o projeto não tinha recursos previstos no orçamento, e só faria aumentar o estoque de escolas não entregues pelo governo e esqueletos de obras inacabadas. Mesmo assim, os colégios já vinham sendo anunciados por deputados e senadores aos seus eleitores.

O esquema de "escolas fake" tinha como base o FNDE, controlado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por meio de um apadrinhado. O fundo precisaria ter R$ 5,9 bilhões para tocar todas as novas escolas contratadas. Com o orçamento atual, levaria 51 anos para isso.

Maio de 2022: Farra do caminhão do lixo

Em maio, o Estadão revelou que o investimento público federal com coleta de lixo virou foco de despesas milionárias crescentes e fora do padrão nos últimos anos.

Nas mãos do Congresso e do governo, a compra e distribuição de caminhões de lixo para pequenas cidades saltaram de 85 para 488 veículos de 2019 para 2021.

Avaliados com cuidado, esses gastos revelam transações difíceis de entender, como a da cidade do interior de Alagoas que tem menos lixo do que caminhões para recolhê-lo ou a diferença de R$ 114 mil no preço de veículos iguais, comprados no espaço de apenas um mês.

A distribuição de caminhões compactadores de lixo é usada por senadores, deputados e prefeitos para ganhar a simpatia e o voto dos eleitores de cidades pobres, onde a chegada desse tipo de auxílio é visível e faz enorme diferença. Até a publicação da reportagem, o governo havia destinado R$ 381 milhões para essa finalidade.

A reportagem identificou pagamentos inflados de R$ 109 milhões. A diferença dos preços de compra de modelos idênticos, em alguns casos, chegou a 30%.

Ao mudar o nome para Meta, o chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, tenta desviar a atenção dos escândalos, mas também faz uma aposta gigantesca, a do metaverso, à qual vai dedicar dezenas de bilhões de dólares sem ter certeza de sua lucratividade.

Após o anúncio de quinta-feira, muitos brincaram ou criticaram o que consideram uma medida para distrair o público dos escândalos recentes no Facebook.

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Para Zuckerberg, o novo nome demonstra o compromisso da empresa com a construção do "metaverso", uma versão em realidade virtual da internet que busca interações online, como bater um papo com amigos ou assistir a um show.

"Isso significa que o metaverso não é um projeto acessório", estima Colin Sebastian, analista da Baird, para quem "a empresa está totalmente comprometida com o desenvolvimento da próxima plataforma digital, sucessora da internet móvel".

Zuckerberg "está fazendo um movimento para controlar o futuro da internet", acrescenta Evan Greer, da ONG Fight for the Future.

O Facebook anunciou que planeja contratar 10.000 pessoas nos próximos cinco anos na Europa para seu projeto de metaverso.

Na segunda-feira, durante a apresentação dos resultados do grupo, Zuckerberg estimou que os recursos destinados ao Facebook Reality Labs, ponta de lança do metaverso, amputariam o lucro do grupo em cerca de 10 bilhões de dólares este ano.

"E planejo que esse investimento cresça a cada ano no futuro", revelou o cofundador da rede social.

Uma quantia de dinheiro que a empresa sentirá falta, pois antes de transformar o metaverso em realidade tangível, deverá continuar a rentabilizar o seu modelo atual, baseado na publicidade, que vive sob pressão.

Documentos internos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen mostram que o grupo de Menlo Park (Califórnia) se preocupa em não atrair o interesse de jovens usuários, não só no Facebook, tendência há tempos, mas também no Instagram.

Além disso, a recente atualização do sistema operacional do iPhone - que permite aos usuários bloquear o rastreamento de dados - perturbou seu relacionamento com os anunciantes, que agora não têm visibilidade suficiente sobre a eficácia de suas campanhas publicitárias.

Mas deixar de lado a Apple e todos os intermediários ao propor um ecossistema autossuficiente também é uma das principais apostas do projeto metaverso, explica Audrey Schomer, analista do gabinete eMarketer.

Zuckerberg insistiu muito na necessidade de interoperabilidade (facilidade de transferência entre universos virtuais): convidou atores externos para se juntarem à aventura, enquanto continuou se posicionando como o criador e referência de um sistema universal como a App Store da Apple, o motor de busca Google ou mesmo a internet como um todo.

- Importância -

A criação do Meta é diferente a da Alphabet, que se tornou controladora do Google em 2015, já que esta não representou uma mudança de paradigma. E, para Sebastian, "não é um 'momento iPhone'", referindo-se ao lançamento da marca Apple, que mais tarde se tornou seu carro-chefe.

O então CEO da Apple, Steve Jobs, tinha um produto disponível para apresentar, o que não é o caso de Zuckerberg, destaca o analista. Mas Sebastian vê o lançamento do Cambria, o novo capacete de realidade virtual do Facebook/Meta previsto para o próximo ano, como "uma fase crucial para os produtos VR (realidade virtual) e AR (realidade aumentada)".

No entanto, a popularidade cada vez menor dos VR e AR levanta a questão do apelo de um universo paralelo.

"Hoje, a realidade virtual ameaça estagnar completamente e se tornar nada mais do que uma pequena parte do universo para os fãs de videogame", disse o especialista em tecnologia Benedict Evans em seu blog.

Para Schomer, grande parte desse fracasso se deve ao preço dos aparelhos de realidade virtual, mas também ao fato de que "não há conteúdo atraente disponível o suficiente".

Para acelerar a penetração desses aparelhos, Zuckerberg quer vendê-los "a preço de custo ou subsidiá-los", ou seja, vendê-los com prejuízo ou doá-los, embora avise: "Devemos cuidar para não perder muito dinheiro desta forma".

Os anúncios feitos por Zuckerberg desde segunda-feira não preocupam os analistas por enquanto, que, com poucas exceções, continuam aconselhando a compra ou a manutenção de ações do Facebook.

"O caminho do Facebook para o metaverso é relativamente claro", afirma Eric Seufert, analista do site Mobile Deb Memo, no Twitter.

Segundo ele, o grupo está entrando "no caminho do inevitável", que fará "da empresa a mais importante na vida da maioria das pessoas nos próximos 20 ou 30 anos".

Uma série limitada de tênis com referências satânicas e uma gota de sangue gerou escândalo nos Estados Unidos, e a empresa que os projetou em colaboração com o rapper Lil Nas X foi processada pela gigante de equipamentos esportivos Nike.

Os "Sapatos de Satanás" foram colocados à venda pela empresa MSCHF, especializada em produtos de série limitada que são vendidos na internet.

Os sapatos foram feitos em colaboração com o rapper americano Lil Nas X, famoso por sua música "Old Town Road", um dos maiores hit em 2019.

O modelo é inicialmente um tênis Air Max 97 fabricado pela Nike, ao qual foram adicionados símbolos que aludem ao diabo, como uma estrela de cinco pontas invertida, e ao qual também foi injetada uma gota de sangue na sola, segundo o MSCHF.

"Os 'Tênis de Satanás' foram produzidos sem um acordo ou autorização da Nike", disse um porta-voz da empresa à AFP. “A Nike não está ligada a esse projeto de forma alguma”, acrescentou.

A Nike exige a suspensão da entrega dos calçados que foram esgotados nesta segunda-feira ao preço de US$ 1.018 o par. A gigante de Oregon também exige uma compensação por danos e juros, mas não especificou o valor em questão.

A Nike diz que o modelo em questão é uma fonte de confusão e expôs a empresa a um possível boicote.

Nos últimos dias, o rapper de 21 anos também lançou um vídeo no qual se mostra fazendo uma dança erótica para o diabo.

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Personagem chave da Espanha do século XIX, o rei emérito Juan Carlos I desfrutou de décadas de popularidade ao liderar o país para a democracia e frear um golpe de Estado, mas os escândalos arruinaram sua reputação e o forçaram ao exílio.

Cercado por investigações judiciais na Espanha sobre sua suposta fortuna escondida no exterior, Juan Carlos I se exilou em agosto do ano passado em Abu Dhabi.

Uma decisão dolorosa com a qual buscou preservar a imagem da monarquia, representada pelo seu filho Felipe VI e da qual abdicou em 2014 depois de 38 anos de reinado.

A polêmica sobre suas finanças começou quando foi revelado que em 2008 ele recebeu 100 milhões de dólares da Arábia Saudita, depositados em uma conta secreta na Suíça. Somaram-se a isso novas informações sobre supostas estruturas em paraísos fiscais para sonegar impostos, e o suposto uso de cartões vinculados a contas bancárias de terceiros.

Nesta sexta-feira (26), seu advogado confirmou que o rei emérito pagou cerca de 4,4 milhões de euros (5,3 milhões de dólares) em impostos não pagos por voos em jatos particulares, com o financiamento de uma fundação com sede em Liechtenstein pertencente a um de seus primos.

Seus problemas não são novos. Começaram com a investigação por corrupção contra seu genro Iñaki Urdangarin, depois preso, e sua filha mais nova Cristina, acusada em 2014 e declarada inocente.

Juan Carlos parecia ainda mais cansado do que em 18 de abril de 2012, quando surpreendeu o país ao pronunciar um pedido de desculpas histórico na televisão: "Sinto muito. Eu errei e isso não acontecerá novamente".

Alguns dias antes, surgiram controvérsias sobre uma caçada a elefantes em Botsuana, de onde foi repatriado com uma fratura no quadril, acompanhado por sua então amante, a alemã Corinna Larsen, a quem teria presenteado com 65 milhões de euros, segundo a imprensa.

Outra aparição na televisão, 31 anos antes, marcou o auge de seu reinado: em 23 de fevereiro de 1981, o monarca em uniforme militar ordenou que os oficiais que ocupavam o Congresso retornassem ao quartel, tornando-se o salvador da jovem democracia espanhola.

Embaixador do luxo

O acidente em Botsuana marcou um antes e um depois para Juan Carlos, coroado aos 37 anos, em 22 de novembro de 1975, dois dias após a morte de Franco, que conduziu a Espanha em sua modernização.

A naturalidade do chefe de Estado, apreciador de esportes e discreto em sua vida pessoal, ganhou ao longo dos anos respeito dentro e fora de seu país.

O prestígio internacional não resistiu à crise econômica que, a partir de 2008, diminuiu repentinamente a prosperidade do país e provocou desconfiança dos cidadãos nas instituições.

Com sua reputação prejudicada, Juan Carlos cedeu a coroa a seu filho Felipe VI em 2014 e, em 2019, se aposentou da vida pública.

Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón nasceu em 5 de janeiro de 1938 em Roma, onde seu avô, rei Alfonso XIII, se exilou após a proclamação da Segunda República Espanhola em 1931.

Seu pai, Juan de Borbón, nunca assumiu o trono, afastado por Francisco Franco devido a opiniões que ele considerava muito liberais.

O ditador, que chegou ao poder com o fim sangrento do regime republicano após a Guerra Civil (1936-39), preferiu o jovem Juan Carlos, a quem chamou em 1948 a continuar seus estudos na Espanha, longe dos pais exilados em Portugal.

Aos seus 18 anos, ocorreu a morte de seu irmão mais novo Alfonso, de 14, pelo disparo acidental de uma arma, quando os dois estavam em um quarto da mansão familiar em Estoril.

"Ainda sinto muito a sua falta", disse o monarca, com os olhos marejados, em um documentário francês gravado no final de seu reinado.

Propulsor da democracia

O jovem monarca, nomeado sucessor do ditador em 1969 e coroado em 1975, rapidamente se livrou do pesado legado franquista e partiu para o caminho da transição democrática.

Juan Carlos definiu sua missão da seguinte maneira: "A ideia principal da minha política era garantir que os espanhóis nunca mais se dividissem em vencedores e perdedores".

Ao contrário do que os nostálgicos de Franco esperavam, em pouco tempo lançou as bases do Estado democrático: legalizou partidos políticos, nomeou um presidente de governo - o centrista Adolfo Suárez - a quem encarregou de organizar eleições e aprovar por referendo uma nova Constituição em 1978.

Sua intervenção histórica de 23 de fevereiro de 1981 confirmou seu papel como propulsor da transição.

"Eu sabia que os militares me aceitariam porque fui nomeado por Franco (...), porque havia passado por todas as academias militares e conquistado a amizade de muitos", afirmou.

E "acima de tudo, porque eu era o chefe supremo das Forças Armadas", disse ele.

Depois de completar seu treinamento militar e seus estudos em direito e economia, o futuro monarca casou-se em 1962 em Atenas com a princesa Sofia, filha mais velha do rei Paulo I da Grécia. O jovem casal se estabeleceu no Palácio Zarzuela, perto de Madri, onde vive desde então.

Do casamento nasceram a infanta Elena em 1963, Cristina em 1965 e Felipe, seu sucessor, em 1968.

Uma série de casos de corrupção com desvios de fundos astronômicos e um alto dirigente foragido no exterior mancham a reputação do setor espacial russo e sua ambição de recuperar a grandeza do passado.

A Rússia tenta há anos sanar esta indústria, fonte de orgulho na época soviética mas que ficou arruinada após a queda da URSS e que recentemente sofreu vários fracassos humilhantes.

Os escândalos de corrupção continuam eclipsando os anúncios de projetos de novos foguetes ou de estações lunares.

"Roubaram bilhões" do conglomerado estatal Roskosmos, que agrupa as empresas do setor, disse em maio o chefe do Comitê de Investigação, Alexandr Bastrykin, citado pela agência Ria Novosti.

Há investigações em andamento "há ao menos cinco anos e ainda não terminaram", acrescentou.

Em abril, o diretor do Instituto de Pesquisa de Construção de Equipamentos Espaciais, Yuri Yaskin, abandonou a Rússia em direção a um país europeu, de onde anunciou sua demissão, segundo o jornal Kommersant.

Uma auditoria havia sido lançada em sua empresa e temia-se a descoberta de malversações, segundo fontes do jornal.

Roskosmos confirmou à AFP a demissão de Yaskin, cuja sociedade participou na implementação do sistema russo de navegação por satélite Glonass, que aspira a competir com o GPS americano.

Os desvios de fundos afetaram dois grandes projetos da última década: Glonass e a construção de um novo cosmódromo, Vostotchny, situado no Extremo Oriente russo, que deveria substituir Baikonur, no Cazaquistão.

Quase todas as empresas principais do setor, incluindo os construtores de foguetes Jrunichev e Progress, foram afetadas por escândalos financeiros, que em alguns casos terminaram com penas de prisão por fraude em grande escala.

O tribunal de contas avalia as malversações financeiras na Roskosmos em 760 bilhões de rublos (mais de 10 bilhões de euros) em 2017, o que representa cerca de 40% das infrações descobertas em todos os setores da economia russa.

A Roskosmos afirma cooperar com as investigações em andamento. "A erradicação da corrupção é um dos objetivos principais da direção", disse o conglomerado à AFP.

Em abril, o presidente Vladimir Putin pediu que se "resolva progressivamente os problemas evidentes que freiam o desenvolvimento do setor espacial". "Os preços e os prazos para realizar os projetos em muitos casos não têm fundamento", afirmou.

Mais dinheiro, mais corrupção

Para o Kremlin, sanar o setor espacial é uma questão de prestígio porque simboliza o orgulho russo e sua capacidade de estar na primeira linha mundial, sobretudo no contexto de novas tensões com os Estados Unidos.

Após se arruinar nos anos 1990, o setor se mantinha em funcionamento graças aos contratos comerciais estrangeiros. "Mas ainda restavam diretivos de alto nível profissional e havia menos acidentes durante os lançamentos", aponta Vitali Egorov, autor de um blog sobre o espaço (zelenyikot.com).

O primeiro módulo da Estação Espacial Internacional (ISS), Zarya, foi fabricado na Rússia e lançado em 1998 apesar das dificuldades financeiras.

Paradoxalmente a situação piorou no início dos anos 2000, apesar de que se resolveram alguns problemas, quando a chegada de fundos públicos suscitou fraudes.

"Hoje o setor espacial funciona com o princípio de 'deem-nos dinheiro e faremos algo... algum dia'", explica Egorov.

Só a ISS continua sendo "uma torre de marfim inquebrantável" mas tem sobretudo "um papel político" para manter a cooperação internacional e não fornece nada a nível científico, aponta o especialista.

Os analistas consideram que o diretor-geral da Roskosmos, Dmitri Rogozin, ex-vice-primeiro-ministro conhecido por suas declarações antiocidentais nomeado há um ano, não consegue resolver os problemas do setor.

Os meios científicos o criticam por seu desconhecimento.

"Poderia ter sido um excelente porta-voz da Roskosmos", diz Egorov, embora reconheça que "nem o Super-Homem teria podido gestionar esta avalanche de problemas".

Nem chegou aos 100 dias de gestão e o governo Bolsonaro já dá abertura a muitos questionamentos. Entre os maiores deles, a seguinte: a crise envolvendo o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, pode afetar o seu mandato? Entre muito vai e vem e confusões, há quem diga que o governo do militar da reserva está de mal a pior se for levado em conta a sua principal bandeira de campanha: novas práticas políticas longe de qualquer tipo de corrupção.

De acordo com a cientista política Priscila Lapa, toda essa polêmica pode, sim, “manchar” de certa forma a imagem do presidente da República. “Quando vem um escândalo mostrar que o partido de Bolsonaro está envolvido ou que, pelo menos, há a suspeita de que algumas atitudes tomadas pelo partido com as suas principais lideranças com um cargo de ministro e que foi um grande articulador  da campanha eleitoral, não era qualquer ator político, era uma ator relevante, influente, ele começa a ver suspeita sobre a conduta dele”, observou.

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Em seguida, explica Lapa, a crise leva a um embate entre as versões dos fatos. “Começa a criar uma mancha nessa imagem que o partido tinha ou que ao menos o presidente tinha de protagonizar um novo projeto político para o Brasil, isso ganha opinião pública porque não se trata de qualquer ator, qualquer partido”.

Ainda que fosse outro partido aliado, a cientista disse que se o mesmo estivesse envolvido em suspeita de desvio de recursos públicos para patrocinar candidaturas laranja, estaria em crise também.

Outro ponto que ficou evidente no processo é a crise do discurso. “Há uma certa fragilidade da figura presidencial no momento em que o presidente faz uma afirmação e no outro dia, por meio dos veículos, é divulgado uma informação que desmente o que o presidente foi dito isso levanta, no mínimo, aquela história da pulga atrás da orelha como se diz na linguagem popular”, ponderou.

“Mesmo os eleitores que mantiveram a sua confiança no presidente, mas no mínimo por mais que os fatos narrados nos áudios não revelem um ato ilícito, mas ele por si só fragilizam a ideia de um presidente altivo, de um presidente braço forte para comandar uma mudança no País como foi criado a expectativa durante o processo eleitoral”, completou a estudiosa.

Lapa ainda destaca outro fator que tem se revelado nesse início do governo: a tamanha influencia dos filhos nas decisões políticas do governo. “Se neste momento não configura em si um problema, concretamente algo que isoladamente poderia estar ocorrendo ali, mas mostra que pode ter uma influência na agenda do governo, nas decisões tomadas, que podem de alguma maneira pode gerar outros conflitos, outras fontes de confronto e prejudicar a condução de algumas políticas e de algumas ações”, disse.

A cientista política cita como exemplo a polêmica envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro (PSL). “Na política, nenhum gesto é neutro. Isso, obviamente, pode gerar no mínimo suspeitas na formação dessa coalizão de apoio ao governo. Pode fragilizar obviamente a imagem”, mencionou.

Por último, a especialista ressalta o “tamanho da força” que se dá nos bastidores entre Bolsonaro com o clã militar dentro do governo. “O Bebianno fala, claramente, que ele não era aceito, que havia suspeitas em relação a figura dele, mostrando talvez algo que ainda não esteja totalmente escancarado para a sociedade, mas que a presença dos militares. Ela é muito mais incisiva do que se imagina num primeiro momento”, salientou Priscila Lapa.

“No geral, é preciso observar o desenrolar desses fatos para saber o quanto de fato é possível ainda desvincular o clã dos escândalos. Do quanto eles sabiam do quanto participaram porque é, no mínimo, suspeito achar que o candidato a presidente não tinha conhecimento sobre a forma de que os recursos eram distribuídos. Ele pode não ter tomado as decisões, pode não ser o ator dos atos, mas no mínimo há de se investigar se havia o conhecimento sobre isso”, finalizou.

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O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) criticou neste sábado (9), durante ato para a comemoração do aniversário de 39 anos do partido, o presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a família dele está "mais enrolada" em 30 dias de governo do que o partido dele em toda sua história, em uma menção velada ao caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O petista disse ainda que o militar reformado só o derrotou nas eleições por causa de "fake news".

"Colocaram uma família no poder que está mais enrolada em 30 dias que esse partido em 39 anos. Não conseguem explicar nada e vão surgindo escândalos. Vão fugindo dos debates, fazendo o que fizeram na campanha. Eles fogem porque não têm o que explicar", disse, durante discurso.

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Haddad prometeu ainda que o PT estará forte nas próximas disputas eleitorais. "Eles que nos aguardem em 2022 e, antes disso, em 2020, vamos para a disputa, e para vencer", afirmou. Antes disso, criticou as eleições de 2018.

"Ganharam (as eleições) na mão grande para apresentar projetos que não correspondem aos anseios populares", disse o petista, ressaltando que os projetos apresentados por Bolsonaro e sua equipe nos primeiros 30 dias "são os mais atrasados já apresentados para o povo brasileiro". "Todos os projetos jogam o Brasil 30, 40, 100 anos para trás."

Lula

Haddad usou a primeira parte de seu discurso para criticar a segunda condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu nesta semana sentença em primeira instância de 12 anos 11 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em ação da Lava Jato sobre o sítio Atibaia.

Segundo Haddad, a Justiça não conseguiu demonstrar que houve crime. "Se você não disser qual foi o ato cometido pelo Lula que tenha contrariado o interesse do povo brasileiro, você não pode condenar nem o Lula nem nenhum servidor público", disse.

O ex-prefeito disse que Lula é investigado há 40 anos, mas sem que irregularidades tenham sido encontradas. "Todo mundo presta atenção em tudo o que o Lula faz e fala, e assina, tudo passou por exame. Eles não conseguiram, em anos de investigação, mostrar um ato, um único ato do Lula que tivesse contrariado interesse do povo."

Haddad disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff foi tirada do poder por um impeachment sem base legal e sem crime de responsabilidade e em seguida "eles se apressaram em condenar o Lula" para retirá-lo da disputa presidencial.

O cineasta italiano Bernardo Bertolucci, falecido nesta segunda-feira aos 77 anos em Roma, conquistou fama nos anos 1970 com "1900" (1976), filme sobre a luta de classes na Itália que virou um clássico, e com o escândalo mundial provocado por "Último Tango em Paris" (1972).

Atraído pela pesquisa, mas também pelas relações dos indivíduos com a história, foi um dos poucos cineastas italianos a desenvolver parte de sua carreira no exterior.

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Em "Último Tango em Paris", o astro Marlon Brando interpretou um de seus últimos grandes papéis. Mas uma polêmica cena de sodomia provocou a proibição do filme na Itália.

Bertolucci contou anos depois que a jovem atriz Maria Schneider, então com 19 anos, ficou profundamente abalada com a cena que simulava sodomia, pois não havia sido plenamente informada antes das filmagens sobre o teor, sobretudo o famoso momento em que uma manteiga é utilizada.

Paris também foi cenário do filme "Os Sonhadores" (2003).

O italiano filmou ainda na China ("O Último Imperador") África ("O Céu que nos Protege") e Butão ("O Pequeno Buda").

Nascido em 16 de março de 1941 em Parma, nordeste da Itália, onde se passa o filme "Antes da Revolução" (1964, prêmio da crítica em Cannes), Bertolucci cresceu em um ambiente rico e intelectual.

Iniciou sua paixão pelo cinema com o filme "La Dolce Vita", de Federico Fellini. Seu pai, poeta, professor de História e crítico de cinema, o presenteou com sua primeira câmera 16mm aos 15 anos.

Em Roma, onde estudou Literatura, conheceu Pier Paolo Pasolini e foi seu assistente nas filmagens de "Accattone". Também foi roteirista de "Era uma Vez no Oeste", um "western spaghetti" dirigido por Sergio Leone.

Em "O Conformista", filme inspirado em um romance de Alberto Moravia, Bertolucci, membro do Partido Comunista italiano, aborda as motivações de um jovem burguês para comprometer-se com os fascistas de Mussolini.

O sucesso de "Último Tango em Paris" permitiu que filmasse, três anos depois, "1900", que percorre a história da luta de classes no rico vale de Po através do destino de dois amigos de infância no início do século XX.

O filme tem um prestigioso elenco internacional, com Robert De Niro, Gérard Depardieu, Burt Lancaster e Dominique Sanda, entre outros.

A paixão de Bertolucci pela psicanálise também foi demonstrada em "La Luna", que fala sobre a relação perturbadora entre uma cantora lírica e seu filho adolescente.

Mas a consagração veio com "O Último Imperador", que recebeu nove estatuetas na cerimônia do Oscar em 1988, incluindo melhor filme, diretor e roteiro adaptado. O longa-metragem suntuoso sobre a vida do último imperador chinês obteve sucesso sem precedentes em todo o mundo.

Depois de "O Céu que nos Protege" e "O Pequeno Buda", Bertolucci retornou à Itália para rodar "Beleza Roubada" (1996), história de uma viagem de iniciação de uma jovem cuja mãe cometeu suicídio.

Em 2003, Bertolucci retorna a Paris com "Os Sonhadores", que retrata as paixões políticas e a revolução sexual em 1968.

Em setembro de 2007, o cineasta, que nos últimos usou uma cadeira de rodas, recebeu um Leão de Ouro no Festival de Veneza pelo conjunto de sua obra.

Em uma entrevista à AFP em 2013, ele afirmou que provavelmente permaneceria nos corações dos amantes do cinema como aquele que "descobria jovens atrizes", depois de escalar em seus filmes Dominique Sanda, Maria Schneider, Liv Tyler e Eva Green.

A ONG americana More Than Me, muito conceituada na Libéria, reconheceu neste sábado (13) a ocorrência de sérios erros internos depois que as alunas de uma escola destinada a combater a exploração sexual denunciaram ter sido sistematicamente estupradas pelo cofundador da organização humanitária, Macintosh Johnson.

"Sentimos muito", afirmou a ONG em seu site após a repercussão do escândalo registrado na escola localizada em uma favela de Monróvia. Algumas vítimas tinham dez anos e teme-se que Johnson tenha infectado algumas delas com o vírus da aids, o que causou sua própria morte, segundo informou o site de pesquisas ProPublica em um artigo publicado em conjunto com a revista Time.

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"Para todas as meninas que foram estupradas por Macintosh Johnson em 2014 e antes: nós falhamos com vocês", declarou a More Than Me. "Nós demos a Johnson um poder que ele explorou para abusar de crianças", continuou a ONG.

"Nossa administração deveria ter reconhecido os sinais antes e nós usamos e continuaremos usando programas de treinamento e conscientização para que não nos escape novamente", acrescentou.

Os abusos ocorreram em uma escola em West Point, um conhecido bairro da capital Monróvia. O centro abriu em 2013 com grande publicidade e tornou-se a primeira das 18 escolas que o More Than Me inaugurou no empobrecido país da África Ocidental para empoderar meninas.

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) procurou desvincular-se de seu ex-partido, o MDB, durante o lançamento de sua candidatura ao governo do Rio, na manhã deste domingo (29). Ao ser questionado por jornalistas o motivo pelo qual não ter mencionado o tema da corrupção, nem os políticos do MDB presos pela Lava Jato, em seu discurso, Paes disse que responde pelos seus atos e que o "seu CPF é outro".

O ex-prefeito disse que trata do que é o seu procedimento dentro da vida pública e que sempre buscou agir com correção em suas ações. "Eu respondo pelos meus atos, meu CPF é outro. Eu sempre fiz alianças, sempre me dei com partidos. Mas meu compromisso é com a população. Eu respondo pelos meus atos como indivíduo, como homem público, e na Prefeitura do Rio", disse.

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Paes admitiu que a prisão de seu ex-aliado, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), contribuiu para a crise do estado, mas não citou o desvio de recursos públicos dos cofres fluminenses, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF). "É obvio que, quando você tem uma perda de liderança, de comando, e isso vinha acontecendo há muito tempo, estimula a crise que a gente vive", afirmou.

Paes também justificou, na entrevista para imprensa, que a corrupção é um tema que deve ser premissa de qualquer governo, mas culpou os órgãos de controle público. "A gente precisa rediscutir o tema do sistema de controle brasileiro, que tem se mostrado extremamente ineficaz. Os controles formais de governo não têm dado conta desse desafio", disse.

A poucos dias do Oscar, a indústria do cinema dos Estados Unidos tenta adotar um tom reflexivo, humilde, após os escândalos que abalaram Hollywood e o lento progresso em temas de diversidade.

Do #OscarsSoWhite (Oscars Tão Brancos), protesto contra a ausência de indicados negros na cerimônia de 2016 às denúncias de abuso sexual contra o outrora poderoso Harvey Weinstein, a Academia tem consciência da necessidade de projetar uma imagem mais íntegra e honesta.

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A boa notícia é que a audiência e os anunciantes milionários, que tornam o show possível, apostam cada vez mais na marca.

"Não há dúvidas de que o Oscar deu uma guinada total", disse o especialista em marcas de celebridades Jeetendr Sehdev, autor de um estudo sobre a temporada de prêmios de Hollywood.

"É uma conquista fenomenal para os diretores da Academia, não apenas porque sua marca foi muito desacreditada e repleta de desconfiança nos últimos anos, mas também pelo ambiente politicamente carregado em Hollywood".

Sehdev, um acadêmico influente, com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, mantém uma pesquisa desde 2012 na qual solicita, periodicamente, opiniões sobre os ricos e famosos em uma seleção aleatória de 2.000 adultos nos Estados Unidos.

Na sondagem mais recente, com o título "O poder do Oscar, 71% dos entrevistados afirmaram que confiavam na marca Oscar - contra 51% em 2015 - e 75% consideraram o show "inovador".

Esta última resposta foi obtida apesar do caos observado na cerimônia do ano passado justamente no momento de anunciar o vencedor de melhor filme: Warren Beatty e Faye Dunaway receberam o envelope errado entregaram o prêmio para "La La Land", quando na verdade o vitorioso era "Moonlight".

- Minorias sub-representadas -

Para renovar a confiança, a Academia de 8.500 membros iniciou um processo de reformas, depois que pelo segundo ano consecutivo, em 2016, todos os indicados nas categorias de interpretação eram brancos, o que gerou pedidos de boicote e indignação nas redes sociais.

Muitos integrantes não ativos na indústria - a maioria homens brancos - perderam os privilégios de voto, enquanto a maioria dos 1.500 convidados a entrar para a Academia entre 2016 e 2017 eram mulheres ou negros.

Um estudo da universidade UCLA destaca que os dois grupos estão "consideravelmente sub-representados" em Hollywood.

"Relatórios nesta série demonstram repetidamente que os filmes e séries de televisão com um elenco adaptado à diversidade dos Estados Unidos tende a registrar as maiores bilheterias e audiências", afirma o documento, baseado na produção de 2016.

Segundo o estudo, as minorias têm 13,9% dos papéis de protagonista no cinema e 18,7% na televisão, com apenas 12,6% na direção do cinema.

As mulheres dirigem apenas 6,9% dos filmes.

- US$ 2,6 milhões por 30 segundos -

A credibilidade do Oscar importa porque vencer a estatueta se traduz em dinheiro, recorda Sehdev, autor do livro "The Kim Kardashian Principle".

"Os vencedores do Oscar terão, inevitavelmente, melhores ofertas de patrocínios, já que as marcas buscam celebridades que possam influenciar a geração 'millennial', a mais multicultural até hoje".

Oito em cada 10 entrevistados por Sehdev concordaram que os negros eram responsáveis pela percepção de confiança e respeito, enquanto cinco em cada 10 atribuíram às mulheres, o que poderia sugerir que o movimento #MeToo teve menos impacto que o #OscarsSoWhite.

"As mulheres corajosas de Hollywood que revelaram os casos de assédio e abuso sexual, no entanto, são vistas como vitais na mudança de imagem do Oscar", ressaltou o professor.

Os anunciantes mantêm a aposta na premiação de 4 de março, apesar do escândalo Weinstein, da controvérsia #OscarsSoWhite, do "Envelopegate" de "Moonlight" ou, talvez o mais importante, a queda da audiência, que em 2017 foi de 33 milhões de pessoas, a menor em nove anos.

O canal ABC, que exibe a premiação, vendeu todos os espaços publicitários, supostamente a 2,6 milhões de dólares por 30 segundos.

Diretores de cinema adotaram um tom de otimismo sobre a sequência de escândalos de assédio sexual em Hollywood, considerando um momento "positivo" que pode acabar com décadas de abuso e servir de exemplo para outros setores.

Na noite de sábado (11), vários profissionais disseram à AFP, na festa de gala anual do Governors Awards, que a enxurrada de acusações contra Harvey Weinstein, Kevin Spacey e outros pode, enfim, ser o ponto de partida de uma reforma na cultura do entretenimento e proteger futuras estrelas.

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O director dos filmes da franquia "Guardiães da Galáxia" da Marvel, James Gunn, avaliou como "algo muito positivo para a indústria".

"É algo que existiu por muito tempo. É algo que detinha o ritmo de trabalho, prejudicava a criatividade e o fazer dinheiro, e simplesmente não é bom para nós", afirmou, antes da cerimônia de entrega de Oscar honorário ao veterano canadense Donald Sutherland por uma carreira de seis décadas e mais de 100 filmes.

"Muitas pessoas em Hollywood são, realmente, pessoas terríveis, e isso está vindo à luz", acrescentou.

Depois das revelações sobre Weinstein, o outrora poderoso produtor acusado de assédio sexual e até de estupro por várias mulheres, as notícias não pararam de surgir, envolvendo ainda astros como Dustin Hoffman e Richard Dreyfuss.

Em conversa com a AFP, o diretor de "A chegada" e Blade Runner 2049", Dennis Villeneuve também disse ver "algo muito positivo" no fato de as vítimas de abuso finalmente estarem rompendo seu silêncio.

"Hollywood é um espelho da sociedade e penso que o que acontece aqui, espero, vai se espalhar pela sociedade, porque essas coisas não podem acontecer", afirmou.

"Estamos em 2017. Não posso acreditar que isso continue acontecendo agora. O que eu escuto é que as pessoas estão tristes e, ao mesmo tempo, há um sentimento de alívio agora que se tornou público", comentou.

Alguns esperam que as revelações no mundo artístico se repitam nos corredores do poder.

"Com esperança, algo bom sairá disso, e é que as pessoas que estão em posições de poder não poderão sentir que podem sair por aí sendo intolerantes, praticando maus-tratos, sendo predadores e abusando do poder", disse o ator Andy Serkis, mais conhecido por seus personagens digitais em "O Planeta dos Macacos" e "O Senhor dos Anéis".

Na cerimônia, realizada no salão Ray Dolby de Hollywood, o roteirista e diretor independente Charles Burnett, o diretor de fotografia Owen Roizman e os cineastas Agnès Varda e Alejandro G. Iñárritu também receberam Oscars honorários.

A atriz Jessica Chastain quer romper com a cultura do silêncio que reina em uma indústria de Hollywood "insalubre" e oferecer um alto-falante às vítimas de agressões sexuais, após uma avalanche de acusações, principalmente contra os produtores Harvey Weinstein e Brett Ratner.

"Não fico confortável com o silêncio", afirmou à AFP aquela que detém o papel principal do primeiro filme dirigido por Aaron Sorkin, "A grande jogada".

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"Se estamos numa indústria insalubre, somos parte do problema e nossa inação significa cumplicidade", acrescenta a estrela ruiva de 40 anos.

"É importante para mim usar qualquer plataforma à disposição para amplificar a voz daqueles que arriscam tudo para salvar outras pessoas", assegura, sobre as mais de 100 mulheres que decidiram denunciar os assédios, agressões sexuais ou estupros cometidos por Harvey Weinstein e outros titãs da sétima arte.

Entre elas estão várias estrelas, como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Léa Seydoux, mas também muitas anônimas da indústria do cinema, e além.

"Eu tenho muitos amigas que foram maltratadas, abusadas", diz ela, em uma entrevista por ocasião da estreia de o "A grande jogada", onde interpreta uma ex-campeã de esqui que se tornou rainha do pôquer, papel que poderia lhe valer uma indicação ao Oscar.

Um dos seus últimos tuítes sobre o caso que agita Hollywood fez muito barulho, uma vez que se dirige ao produtor de um dos seus próximos filmes, "X-Men: Dark Phoenix".

"Não vamos esquecer", ela escreveu, retuitando um artigo sobre as acusações de abuso sexual cometido por Bryan Singer, um dos coprodutores de "X-Men", contra um menor de idade.

Singer tem sido alvo de várias denúncias similares nos últimos anos, todas abandonadas ou arquivadas.

Um representante de Bryan Singer disse à AFP que toda acusação "sem provas é imprudente e escandalosa".

Jessica Chastain, que alterna filmes independentes como "O ano mais violento" (2014) e grandes produções como "Perdido em Marte" (2015), justificou sua presença em "X-Men" afirmando que Singer não participou das filmagens e garantindo que não sabia que ele esra co-produtor até recentemente.

- Como mudar as coisas -

"Eu acredito que as pessoas deveriam prestar atenção (para saber) com quem trabalham", acrescentou.

Com voz suave mas determinada, Jessica, revelada em "A árvore da vida", de Terrence Malick, onde interpretou a esposa de um pai violento, relata que se tornou feminista ao crescer e ser criada por uma mãe solteira.

"Eu a vi lutando para nós sempre tivéssemos algo para comer e eu vi as injustiças ao redor dela", lembra.

A atriz também tomou consciência da discriminação contra as mulheres no início de seus estudos na prestigiada escola de artes Julliard de Nova York.

"Havia dois terços de homens e um terço de mulheres nas salas de aula. Perguntei a um professor: 'Por que não é 50/50?' e ele me disse 'há mais papéis para homens do que para mulheres', ao que retruquei 'como vamos mudar as coisas se não mudarmos essa mentalidade?", diz ela.

Para Jessica, que acabou de gravar com o canadense Xavier Dolan, não é a indústria cinematográfica que está em questão, mas o sistema patriarcal como um todo.

"Em qualquer setor de nossa sociedade onde há um grupo demográfico responsável pelo sustento dos outros, vemos abuso de poder. Na política, em Wall Street, na mídia e em Hollywood. Devemos nos esforçar e lutar por mais diversidade em posições de poder", argumenta.

Idris Elba, que interpreta seu advogado em "A grande jogada", acredita que "o sofá de promoção em Hollywood é conhecido há muito tempo".

O astro britânico de 45 anos conclui que depois "das coisas horríveis que descobrimos sobre o que alguns atores passaram, a boa notícia é que vamos ganhar uma indústria mais saudável e transparente".

Batalhas de estilo, contestação política ou acessos de raiva. Em 70 edições, muitos escândalos atingiram a história do Festival de Cannes e contribuíram, também, para sua lenda.

- "Dolce Vita"/"Avventura": escândalos à italiana -

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Em 1960, "L'Avventura" ("A Aventura"), de Michelangelo Antonioni, desconcerta o público ao lançar pelos ares as convenções narrativas clássicas. A projeção é um desastre. O filme é vaiado, a atriz, Monica Vitte, começa a chorar. Trinta e sete artistas, incluindo Roberto Rossellini, enviam uma carta de apoio a Antonioni, que recebe o Prêmio do Júri.

Retrato deslumbrante de uma Itália desencantada, "La Dolce Vita" ("A Doce Vida"), de Federico Fellini, chega no mesmo ano a Cannes precedida de um cheiro de enxofre. O Vaticano condena um filme decadente, rebatizado por ele de "La sconcia vita" (A vida repugnante). Apoiado pelo presidente do Júri, o romancista Georges Simenon, leva a Palma de Ouro.

- O ambiente de maio de 1968 inunda Cannes -

No dia 10 de maio de 1968, enquanto Paris se cobre de barricadas, as estrelas se encontram no 21º Festival de Cannes. Os ventos do protesto cruzam rapidamente as portas do festival. Truffaut, Godard, Lelouch propõem interromper o festival e ocupar o palácio. Cineastas contestatários detêm uma projeção; os membros do júri renunciam, os diretores retiram seus filmes da competição. O Festival de Cannes de 1968 será uma manifestação sem vencedor.

- Cannes digere mal "A Comilança" -

Em 1973, a seleção francesa comove a Croisette. Cru e provocativo, "La maman et la putain" ("A mãe e a puta"), de Jean Eustache, divide a crítica e os presentes no Festival. A investida verbal do triângulo amoroso de Jean-Pierre Léaud, Françoise Lebrun e Bernadette Laffont é classificada de "obra-prima" por uns e de "escândalo" por outros.

E isso não é nada comparado com "La grande bouffe" ("A Comilança"), de Marco Ferreri. O suicídio coletivo em forma de festa gigantesca de Marcello Mastroianni, Michel Piccoli, Philippe Noiret e Ugo Tognazzi provoca assobios, vaias, náusea, mas também aplausos por esta feroz crítica à sociedade de consumo.

Os dois filmes levam o prêmio da crítica internacional e "A mãe e a puta" o Grande Prêmio Especial do Júri.

- Os fotógrafos ignoram Adjani -

Em 1983, Isabelle Adjani, protagonista feminina de "L'été meurtrier" ("Verão assassino"), deixa os jornalistas na mão ao se negar a comparecer à tradicional coletiva de imprensa. Privados de suas imagens, os fotógrafos se vingam na mesma noite.

Para protestar contra o capricho da artista, deixam suas lentes no chão e lhe dão as costas quando sobe as escadas do Palácio dos Festivais para a projeção oficial.

- O punho ameaçador de Pialat -

No dia 20 de maio de 1987, Maurice Pialat coloca fim a 21 anos de penúria para os diretores franceses ao ganhar a Palma de Ouro por "Sous le soleil de Satan" ("Sob o sol de Satã"), adaptado do livro de Georges Bernanos. Mas o prêmio foi mal recebido pelos presentes no Festival, que lançam assobios. No palco do Palácio dos Festivais, o irascível cineasta alfineta: "Vocês não gostam de mim, pois saibam que também não gosto de vocês", com o punho cerrado.

- Lars von Trier, persona non grata -

Em 2011, Lars Von Trier, que participava com "Melancholia" ("Melancolia"), provoca polêmica com comentários ambíguos sobre Hitler e o nazismo. Na coletiva de imprensa, expressa sua "simpatia" por Hitler e declara que "Israel é um pé no saco".

Apesar de seu pedido de desculpas, a direção do festival declara o diretor dinamarquês "persona non grata", uma sanção sem precedentes.

"Melancolia" segue, no entanto, em competição e a atriz americana Kirsten Dunst recebe o prêmio de melhor interpretação feminina por seu papel no filme.

O diretor dinamarquês, premiado em 2000 com a Palma de Ouro por "Dancer in the dark" ("Dançando no escuro"), não foi convidado ao Festival desde então.

O papa Francisco disse sentir "vergonha" por "todas as vezes" que membros da Igreja Católica "escandalizaram ou feriram" a instituição e a mensagem de Cristo. A crítica foi feita nesta sexta-feira (14), durante a celebração da Via Sacra, no Coliseu, em Roma, assistida por 20 mil pessoas e sob um forte esquema de segurança.

"Sinto vergonha por todas as vezes que nós, bispos, sacerdotes, batizados e batizadas, escandalizamos e ferimos teu corpo, a Igreja, e esquecemos o nosso primeiro amor, o nosso primeiro entusiasmo, a nossa total disponibilidade, deixando nosso coração e nossa consagração corroídas", disse Francisco em seu discurso final na Via Sacra.

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"Também sinto vergonha por todas as imagens de devastação, de destruição, de naufrágio que se tornaram ordinárias na nossa vida. Vergonha pelo sangue inocente que diariamente é derrubado de mulheres, de crianças, de imigrantes e de pessoas perseguidas pelas cores de suas peles, ou por sua etnia e classe social, ou pela própria fé", acrescentou.

A atriz americana Zsa Zsa Gabor, Miss Hungria de 1936, falecida neste domingo aos 99 anos de um ataque cardíaco, ocupou as manchetes por seus nove casamentos, suas escapadas e seus problemas legais e financeiros.

"Escandalosa, mas generosa, que nunca odiou um homem o suficiente para devolver-lhe seus diamantes", definiu-se em seu livro "Como encontrar um homem, como mantê-lo e como se livrar", publicado em 1970.

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Após casar-se aos 20 anos com um diplomata turco vinte anos mais velho, Zsa Gabor teve oito outros cônjuges, todos eles deveriam dar-lhe peles, joias e uma vida extravagante.

Ela se divorciou sete vezes e seu oitavo casamento foi anulado no dia seguinte, uma vez que seu último divórcio não estava completo.

Ela casou com, entre outros, o magnata do ramo da hotelaria Conrad Hilton, com o ator britânico George Sanders e o mais recente, há 30 anos (1986), com o príncipe alemão "autoproclamado" Frederic von Anhalt, que alega ter sido adotado, adulto, pela princesa alemã Maria Augusta de Anhalt, que morreu em 1983.

Em 2010, aos 93 anos, Zsa Zsa Gabor foi hospitalizada em Los Angeles. Na época disse que queria confiar ao polêmico anatomista alemão Gunther von Hagens seu corpo para ser "plastificado" após sua morte.

"Minha esposa sempre sonhou que sua beleza fosse imortal", diz von Anhalt, citado pelo jornal alemão Bild.

Franca e bem-humorada

Nascido em Budapeste, em 6 de fevereiro de 1917, de um pai comerciante de diamantes e uma mãe que sonhava em ser atriz, Sari Gabor tinha 24 anos quando, em 1941, deixou a Hungria com suas duas irmãs Eva e Magda para os Estados Unidos.

As "Gabor sisters" tornaram-se famosas em Hollywood, onde Zsa Zsa, notada por sua franqueza e humor, começou na TV.

Ela atuou no cinema em "Travessuras de casados" (Edmund Goulding/1952), "Moulin Rouge" (John Huston/1952) e "Lili" (Charles Walters/1953), depois em "O inimigo público nº 1"(Henri Verneuil/1953), "A marca da maldade"(Orson Welles/1958).

Uma verdadeira celebridade em Hollywood, ela interpretou a si mesmo em vários filmes, como no de terror "A Hora do Pesadelo - Os Guerreiros dos Sonhos" (1987).

Assim como colecionou maridos e amantes, entre os quais ela cita Frank Sinatra, Richard Burton e Sean Connery, Zsa Zsa Gabor acumulou problemas judiciais e financeiros.

Dessa forma, foi condenada a três dias de prisão por arranhar um policial em 1989, e depois a pagar 200.000 dólares por um rompimento de contrato publicitário em 1993.

Em 1994, foi colocada sob proteção da lei de falências para escapar de seus credores, depois de ter sido condenada a pagar 3,3 milhões de dólares por difamar a atriz Elke Sommer.

Ele processou sua única filha, Francesca Hilton, acusando-a de ter roubado-lhe dois milhões de dólares, tomando um empréstimo imobiliário garantido pela luxuosa mansão da mãe de Bel-Air (Los Angeles). Um ataque cardíaco matou Francesca em 5 de janeiro de 2015, aos 69 anos de idade.

A vida perdeu grande parte da cor para a atriz em novembro de 2002, quando sofreu um grave acidente de carro em Hollywood, que a deixou parcialmente paralisada. Um processo judicial contra sua cabeleireira, que estava dirigindo, garantiu-lhe dois milhões de dólares em indenização.

Enfraquecida, sofreu várias hospitalizações, especialmente depois de um acidente vascular cerebral (2005), uma operação de quadril devido a uma queda (2010), a amputação da quase toda uma perna (2011) seguida de problema cardíacos e pulmonares.

Para pagar suas despesas médicas (21.000 dólares por mês, de acordo com o seu marido), ela foi então forçada a vender sua mansão de 28 quartos em Bel Air.

Aos 74 anos, em sua biografia escrita com Wendy Leigh em 1993, Zsa Zsa Gabor lamentou que "a vida é muito curta."

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