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Coronel da reserva da PM e pesquisador na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Robson Rodrigues demonstra preocupação com a ação de grupos de justiceiros na zona sul carioca. Leia a seguir os principais trechos de sua entrevista ao Estadão.

O que motiva os grupos?

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Vários fatores. Os últimos acontecimentos evidentemente exaltam e geram um clamor público, porque eles geram uma sensação de fragilidade, de fraqueza do Estado em fornecer o direito à segurança das pessoas. Há também um fator emocional, de psicologia social. Pesquisadores que trabalham com casos de linchamento mostram ligação entre a sensação de fragilidade em sociedade, enquanto grupo, com a possível não capacidade do Estado em oferecer segurança, o que gera esse tipo de comportamento. Mas é algo perigoso, que fere todo o pacto social. O Estado precisa ficar atento. Não é porque o Estado falha que se pode fazer justiça com as próprias mãos, isso é um crime. E não se pode resolver um crime com outro crime.

Além de usarem as redes para se unirem, eles as utilizam para postar vídeos das ações e fotos dos acusados. Como o sr. vê esse tipo de exposição?

É problemático, mas não podemos fechar os olhos porque as redes são um fenômeno que está aí. Só que, ao mesmo tempo que eles fazem essas postagens como ostentação, deixam uma pegada de crime, estão publicizando seus atos criminosos. Cabe à polícia fazer uma investigação o mais rápido possível.

É muito difícil coibir esse tipo de ação?

Quando se toma esse vulto emocional, se perde um pouco da responsabilidade. E ela pode transbordar para resultados nefastos. As forças de governo e de segurança precisam reagir o quanto antes para desestimular a adesão social. É uma conduta criminosa, é bom que se diga isso de maneira bastante clara. É preciso ação da Polícia Civil investigando - porque essas condutas são puníveis - e também ajudando a solucionar essas falhas da segurança pública. É bom que o Estado seja inteligente. A situação é complexa, mas é dever do Estado se debruçar sobre isso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No próximo dia 24 de outubro (segunda-feira), às 14h, o Centro Municipal de Educação Adamastor receberá um evento em celebração ao Dia Mundial da Alimentação, com o tema “Segurança alimentar e nutricional: um direito de todos”. A programação conta com palestras de especialistas em nutrição e educadora ambiental. O evento será aberto ao público e não precisará de inscrição prévia. 

Programação:  

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14h – Abertura  

Soraya Brites Pontífice - Nutricionista da Prefeitura de Guarulhos e vice-presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsan) de Guarulhos;  

 14h10 – Palestra: A importância do Conselho Municipal de Segurança Alimentar Nutricional – Comsan para as políticas públicas  com Soraia Januária dos Santos – Nutricionista, presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsan) e mestranda em Políticas Públicas na Universidade Federal do ABC (UFABC); 

14h30 – Palestra: Fome, desperdício e aproveitamento integral dos alimentos com Fabiana Flávia de Marchi – Coordenadora de Nutrição de Doremus Alimentos; 

 15h – Palestra: A importância da compostagem no ciclo do alimento humano com Celi Aparecida Pereira – Educadora Ambiental, chefe da divisão técnica de educação ambiental no Departamento de Limpeza Urbana da Secretaria de Serviços Públicos de Guarulhos; 

 15h30 – Palestra: Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Sisan e o combate à fome com Edgard Aparecido de Moura – Coordenador da Comissão Nacional de Soberania e Segurança Alimentar dos Agentes de Pastoral Negros, membro da coordenação da Conferência Popular de Segurança Alimentar e membro do Conselho Gestor da Frente Contra Fome e Sede. 

O Adamastor fica localizado na avenida Monteiro Lobato, 734 – Macedo, Guarulhos, São Paulo. 

 

Participar de uma entrevista de emprego é um momento crucial para a vida profissional e que pode causar medo em muitos candidatos. Com o objetivo de explicar mais sobre o tema e auxiliar os profissionais, o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) realizou uma pesquisa e com o tema “qual a sua maior dificuldade em uma entrevista de emprego ou estágio?”e trouxe a opnião de Vitória Ribeiro, selecionadora da empresa.

Cerca de 41,26% dos entrevistados (8.858) citaram a dificuldade em controlar a ansiedade e o nervosismo como o principal obstáculo no processo seletivo. Segundo Vitória, estar preparado já auxilia bastante. Para isso, conhecer um pouco sobre a empresa, o cargo e os planos para a carreira trarão mais confiança. “Além disso, é importante respirar, inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Parece simples, mas ajuda a se comunicar melhor. Isso deve ser feito antes da conversa e, se necessário durante, nos períodos de pausa. Essa prática traz mais segurança e clareza”, afirma, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa.

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Como consequência, 26,61% (5.713) não sabem como demonstrar suas competências em um diálogo. Para a especialista, é possível demonstrar as habilidades contando a história acadêmica e profissional, focando principalmente em situações de destaque e êxito, como desafios solucionados em trabalhos em grupo, ideias de melhoria propostas e implementadas, entre outros. Ela ainda reitera ser fundamental trabalhar a objetividade para ser assertivo na hora de contar essas situações. 

Já 8,04% (1.725) não sabem como falar de si naquele curto espaço de tempo. Vitória orienta que, antes da seleção, é interessante avaliar quais são as vivências determinantes para a oportunidade oferecida, algum trabalho voluntário ou acadêmico e como contribuíram para sua formação. “É preciso filtrar as informações imprescindíveis para aquele instante, usando-as a seu favor e compartilhando as partes mais relevantes de sua trajetória.” 

Da mesma forma, 18,61% (3.996) não sabem como falar os pontos fracos e fortes na entrevista. De acordo com a recrutadora, é preciso ser honesto e não dar respostas vagas como “proativo”, “perfeccionista” e “comunicativo”. O candidato deve buscar em seus comportamentos quais características podem agregar à corporação e explicar os motivos para ser escolhida. Em relação aos pontos de melhoria, o indicado é pensar em suas limitações e ao mesmo tempo contar como lida com esse aspecto para não afetar na produtividade da empresa. 

Por fim, para 5,48% dos entrevistados (1.176) não é fácil mostrar ao recrutador o tamanho da vontade de ingressar naquela vaga. "É essencial ser honesto e entender internamente o motivo do interesse por aquele posto. Pode estudar um pouco as atividades e decifrar porque elas despertam algum interesse, ou seja, qual parte naquela rotina chama a atenção? Se imagina ali daqui vários anos? Teria satisfação profissional? Respondendo essas perguntas a si mesmo, ficará mais fácil de pontuar ao selecionador”, conclui a selecionadora.

Com o início das convenções partidária para oficializar as candidaturas majoritárias e proporcionais na quarta-feira (20), que vai até o dia 15 de agosto, ao menos seis partidos já oficializaram as candidaturas em Pernambuco até então, que foram: PSDB, PL, Solidariedade, União Brasil e UP. Especialistas evidenciaram, ao LeiaJá, a apresentação da experiência política por alguns dos postulantes, e a crítica ao atual governo, sem propostas de possíveis melhorias aos pontos considerados críticos. 

A professora e cientista política Priscila Lapa, observou que quando iniciou-se a movimentação eleitoral em Pernambuco, se viam mais discussões de viabilidade, possibilidades de alianças, formação de palanques, do que promessas e modelos de estruturas. “Ainda está tudo muito confuso para o eleitor, até para a gente que está acompanhando mais, para saber qual é, de fato, o grande diferencial das candidaturas, a não ser a própria vinculação político-ideológica. A gente tem clareza de quem é mais à direita, centro e esquerda, mas o que isso representa em termos propositivos para a eleição?”, questionou ela, ao afirmar que ainda não há nenhuma característica forte neste processo eleitoral. 

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Para ela, os postulantes estão apresentando as experiências como gestores à disposição da população. “Estão sinalizando que os seus governos provavelmente serão a continuidade daquelas ações que eles já vinham desenvolvendo no Executivo, na sua respectiva região e, no caso de Marília Arraes, ela está vinculando fortemente as suas ideias ao lulismo, a uma espécie de governo Lula em Pernambuco”, explicou. 

Em consonância com as ideias de Priscila, o cientista político Alex Ribeiro explicou que os discursos para as convenções são mais elaborados, já que é o cartão de visita do candidato ao eleitorado, e que nenhum detalhe pode passar despercebido. “No caso da ex-prefeita Raquel Lyra, ela irá utilizar de seu legado na gestão do município de Caruaru e de não nacionalizar a campanha; o ex-prefeito Anderson Ferreira coloca também sua experiência de gestor como diferencial em sua candidatura e a defesa da família e de Deus - estes últimos já utilizados em sua vida pública; já o candidato Miguel Coelho também prefere não nacionalizar a campanha e prefere o debate de ideias. Eles utilizam estratégias já traçadas antes mesmo de subirem no palanque. A exceção é da deputada Marília Arraes: líder nas pesquisas, a candidata, ao contrário dos últimos discursos,  prefere não partir para o embate e fugir de um desgaste durante o pleito”, pontuou. 

Ribeiro ressaltou a mudança de estratégia ao longo da campanha, tendo em vista os rumos que podem mudar o pleito. “Eles podem utilizar novos instrumentos para atrair o eleitorado. Lembrando que, em uma campanha nacional polarizada, entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro, fugir do debate nacional pode diminuir as chances dos postulantes ao governo do Estado. Neste caso, o desafio maior será para os candidatos Miguel Coelho e Raquel Lyra”, disse o especialista. 

Priscila, por sua vez, complementou que há uma adesão dos postulantes em crítica a forma que a atual gestão de Pernambuco tem gerenciado a competitividade econômica. “A gente percebeu isso em todos os discursos que já vem sendo dito ao longo desses eventos de pré-campanha. A postura é muito mais de dizer que tem um equívoco no direcionamento do governo estadual atualmente, na construção dessa agenda econômica, como se tivesse faltado visão política. Um modelo que pudesse, de fato, tornar o Estado mais competitivo economicamente”, salientou. 

De acordo com Lapa, os candidatos até então não demonstraram nenhuma proposta para os pontos que criticam. “Os candidatos tentam discursar em torno disso, de que Pernambuco precisa retomar o desenvolvimento, que é o Estado do desemprego, da pobreza, falta infraestrutura. Mas falta, de fato, como seria feito, como esses candidatos pretendem reverter essa situação que eles aponto como sendo críticas, e as principais estruturas que precisam ser transformadas numa próxima gestão atual”, analisou. 

Nesta quinta-feira (31) é comemorado o Dia da Saúde e Nutrição. Muitas pessoas fazem as dietas da moda, extremamente populares (especialmente nas redes sociais), para conseguirem o processo de emagrecimento de forma mais rápida. 

A perda de peso, na maioria dos casos, é importante para manter a saúde, desde que feita da forma correta, respeitando o corpo, seu metabolismo e necessidades e adicionando mais elementos à sua rotina, como exercícios físicos. Veja as dietas mais populares das redes:

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Dieta Paleolítica - Também conhecida como “a dieta do homem das cavernas”. Se concentra em alimentos que, teoricamente, podem ser encontrados na natureza. Promove a ingestão de alimentos integrais, de origem animal e vegetal, como carne, peixe, frutas, entre outros. Evita alimentos industrializados e processados como açúcar, laticínios e grãos. Ao contrário da maioria das dietas, essa não envolve contagem de calorias, apenas restrição dos grupos alimentares citados acima. 

Dieta Low Carb – O próprio nome especifica: limita carboidratos e dá preferência a alimentos ricos em proteínas e gorduras boas (carnes, ovos, queijo, sementes, castanhas). É utilizada para perder peso, além de reduzir os fatores de risco para doenças graves como diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Caso não esteja seguindo de forma correta, é possível causar deficiência de algumas vitaminas essenciais para o corpo gerando fraqueza nos ossos. 

Dieta Mediterrânea - Possui princípios básicos de uma alimentação saudável, já que se concentra em culinárias tradicionais de países próximos ao Mar Mediterrâneo. Inclui frutas, verduras, peixes, cereal integral e limita gorduras não saudáveis. É recomendada para tratar o coração, pois estes alimentos são essenciais para a saúde deste órgão e todo excesso do alimento é prejudicial. 

Dieta Atkins - É precursora da Low Carb. Criada em 1960 pelo cardiologista Robert C. Atkins, também restringe carboidratos e enfatiza proteínas e gorduras. Seu objetivo é mudar os hábitos alimentares aos poucos para perder peso de forma correta e mantê-lo. Nessa dieta, os riscos são os mesmos da Low Carb. 

Jejum intermitente - É um padrão alimentar e não uma dieta em si. Consiste na oscilação entre os períodos de jejum e alimentação. Existem várias maneiras diferentes de fazer esse jejum, o que envolve dividir o dia ou a semana em períodos de alimentação. As mais populares são: Método 16/8; Comer-jejuar-comer; Dieta 5/2. Ao reduzir a ingestão de calorias, todos esses métodos prometem a perda de peso, desde que a pessoa não compense a fome de forma exagerada durante os períodos de alimentação. 

Dieta Dukan Desenvolvida pelo método francês Pierre Dukan na década de 1970, consiste em quatro etapas: ataque, cruzeiro, consolidação e estabilização. O primeiro passo é calcular a própria meta de peso com base em sua idade para depois seguir as quatro etapas. O importante é procurar manter a fase uma por uma, pelo menos um dia da semana e fazer exercícios físicos regulares. Infelizmente, ainda não há estudos científicos suficientes para determinar se a dieta Dukan é segura ou benéfica para a saúde. Neste caso, procure a opinião de um especialista, pois a alta ingestão de proteínas pode impactar nos rins e na saúde óssea. 

Por Camily Maciel

 

 

 

 

A falta de noites bem dormidas pode gerar ganho de peso, aumento da vontade de comer e diminuição da sensação de saciedade. Segundo alerta do Instituto do Sono, por ocasião do Dia Mundial da Obesidade, lembrado nesta sexta-feira (4), os impactos negativos no organismo decorrentes da falta de sono ocorrem em pessoas de todas as idades, principalmente pela desregulamentação metabólica.

“Tem se comprovado nos últimos anos, cada vez mais, tanto em crianças ou adolescentes quanto em adultos, que dormir pouco tem suas consequências. E uma delas é o ganho de peso”, destaca a especialista em Medicina do Sono e pesquisadora do Instituto do Sono, Érika Treptow.

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“Um dos motivos [para o ganho de peso] é que a gente desregula o organismo. Algumas substâncias começam a ser produzidas de maneira que não é o normal. Por exemplo, há uma substância chamada grelina, que está associada à vontade de comer, e ela aumenta bastante [com a falta de sono]. Apenas uma noite que a gente dorme pouco já é o suficiente para aumentar essa substância”, afirma.

Além da elevação da grelina, a falta de sono pode reduzir a produção da leptina, que é o hormônio associado à saciedade, ressalta a pesquisadora. Estudo publicado em 2022 na revista científica JAMA Internal Medicine, mostrou que o aumento de 90 minutos de sono por noite foi capaz de reduzir em 270 Kcal a ingestão calórica diária, o que, a longo prazo, pode resultar em perda de peso significativa.

Segundo a pesquisadora, o sono insuficiente também encurta o jejum que ocorre quando o corpo está adormecido. “Quem acaba dormindo menos tem tempo maior, oportunidade maior, número maior de horas em que pode se alimentar. O dormir menos também dá muito cansaço, então a pessoa tem dificuldade maior de realizar exercícios, por exemplo”.

Mas não é somente a falta de sono que acaba por gerar ganho de peso. O contrário também pode ocorrer. De acordo com Treptow, o excesso de gordura pode atrapalhar o sono. “Quando a gente ganha muito peso, principalmente dependendo do local onde esse peso se acumula, há tendência ao ronco, à apneia do sono e a um sono de pior qualidade”.

Para melhorar o sono, a especialista recomenda, principalmente, a regularidade dos horários de dormir. “Nosso organismo funciona conforme um ritmo e esse ritmo é ditado, principalmente, pelo nosso horário de dormir, de levantar, pelo horário das nossas refeições e pela luminosidade que a gente recebe durante o dia”.

“Todas as células do organismo funcionam conforme esse ritmo. A partir do momento em que eu durmo a cada dia num horário diferente, essa saída do ritmo provoca maior chance de doenças”, ressalta.

Érika Treptow orienta as pessoas a não se alimentarem, ingerirem bebidas alcoólicas ou estimulantes em horário próximo ao de dormir. O indicado é realizar uma refeição leve no período noturno. “As pessoas não devem também levar os problemas para a cama. Uma dica que a gente dá é ter um diário de preocupações, onde a pessoa anota tudo aquilo com que está preocupada, é como se esvaziasse a cabeça e conseguisse ir pra cama dormir”.

De acordo com a pesquisadora, outra dica importante é sair da cama, caso a pessoa acorde no meio da noite e não consiga mais dormir. “Tome um copo d'água, vá ao banheiro e depois você volta a dormir. Porque ficar fritando na cama, como algumas pessoas dizem, também reduz a chance de trazer qualidade boa do sono”.

Um ambiente adequado também é recomendado. O quarto deve ter pouca luminosidade, pouco barulho, uma temperatura boa. “Isso, agora no verão, a gente vê como prejudica para adormecer”.

Chamado de Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) pode ajudar a limpar a imagem do presidente e impulsionar a sua popularidade na camada mais pobre do país. Além disso, esse "novo" programa social só deve ser votado pela Câmara dos Deputados no final deste ano ou no início de 2022, o que pode auxiliar Bolsonaro a angariar votos para a sua reeleição.

Esta "limpeza" na imagem do presidente e possível aumento de sua popularidade são previsíveis, tendo em vista que políticas assistencialistas tendem a trazer um bom retorno eleitoral. O exemplo foi quando o auxílio emergencial começou a ser pago no Brasil, que aliviou - bem mais no início - os problemas econômicos de boa parte dos brasileiros. 

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Em dezembro do ano passado, por coincidência ou não, os pagamentos do auxílio emergencial ajudaram para que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro batesse recorde positivo. Na época, 37% das pessoas reconheciam o governo como ótimo ou bom. A avaliação negativa (ruim/péssimo) registrou uma expressiva queda, chegando a 32%, índice mais baixo desde que o Bolsonaro assumiu o poder.

O cientista político Elton Gomes avalia que Bolsonaro age, primeiro, na tentativa de reduzir o cenário da crise econômica e da dificuldade de acesso aos recursos básicos, como alimentação. No Brasil, por exemplo, segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 19 milhões de pessoas passaram fome na pandemia.

A segunda reflexão levantada pelo especialista é que a remodelagem do Bolsa Família é uma tentativa do governo federal, que passa por um momento difícil, desgastado e com acusações de corrupção, para conseguir uma recuperação da imagem do presidente.

"Essa medida de aumento e nova roupagem do programa visa reabilitar a imagem do presidente da República e ganhar pontos com as camadas menos favorecidas, que estão na base da pirâmide social brasileira, para poder potencializar as suas chances de reeleição em 2022".

Elton aponta que nem a esquerda deve se opor ao Auxílio Brasil. "O centrão fisiológico, a esquerda liderada pelo lulopetismo e a direita bolsonarista têm um entendimento de que esse projeto tem que passar, porque traz uma medida muito popular. O ideal é que essa medida seja aprovada mais proximamente ao período eleitoral. Neste período, os parlamentares devem votar outras reformas, como a tributária e a administrativa, mas logo em seguida a pauta (do novo Bolsa Família) já é dada como certa", detalha.

O cientista político lembra que Bolsonaro não é o primeiro a enxergar na transferência de renda uma oportunidade de se manter no poder e melhorar a sua imagem perante o eleitorado. Ele salienta que em 2006, o Bolsa Família foi essencial para que o então presidente Lula (PT) fosse reeleito. 

O mesmo aconteceu em 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT), já sofrendo indícios de acusações de corrupção na Operação Lava Jato, aumentou um pouco o valor das transferências de renda, trazendo um resultado positivo na reeleição. 

"No entanto, lembre-se que Bolsonaro é um ator político que fez sua carreira pela via do confronto, e não pela concertação política. Mesmo que ele consiga melhorar parte de sua imagem com o eleitorado mais pobre, é bem provável que até a eleição, Bolsonaro continue se envolvendo em polêmicas, gestando crises e embates com outros poderes porque ele sabe que isso é importante para o seu eleitorado orgânico, aqueles 25% ou 30% de bolsonaristas raiz”, assevera o especialista.

Medida Provisória e valor

A medida provisória que reformula o programa Bolsa Família foi entregue por Bolsonaro ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), no dia nove de agosto. O Auxílio Brasil deve ampliar o valor, que só deve ser definido em setembro, e o número de beneficiários.

Na época, o presidente afirmou que o tem atuado com responsabilidade e preocupação social. “São propostas para dar transparência e responsabilidade aos gastos, incluindo aí o viés social do nosso governo. Sabemos que a pandemia trouxe uma inflação para alimentos para o mundo inteiro e não podemos deixar desassistidos os mais vulneráveis”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro prometeu um aumento de, no mínimo, 50% no valor médio do Bolsa Família, que atualmente é de R$ 189, poderia ir para R$ 283,50.

A pandemia de Covid-19, que matou mais de 3,3 milhões de pessoas e devastou a economia mundial, "poderia ter sido evitada", afirmam especialistas independentes de um painel estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em um relatório publicado nesta quarta-feira (12), eles denunciam o verdadeiro "Chernobyl do século XXI" e pedem de maneira urgente amplas reformas dos sistemas de alerta e prevenção.

"A situação em que nos encontramos hoje poderia ter sido evitada", afirmou uma da copresidentes do painel, Ellen Johnson Sirleaf, ex-presidente da Libéria.

Apesar de severo, o relatório não aponta nenhum culpado. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou a China e a OMS, que ele considerava uma instituição que se submeteu a Pequim, as únicas responsáveis pelo desastre sanitário e econômico no planeta.

Pelo contrário, "a situação se deve a uma miríade de fracassos, lacunas e atrasos na preparação e resposta à pandemia", destacou Sirleaf, em uma entrevista coletiva.

"É evidente que a combinação de más decisões estratégicas, de falta de vontade para abordar as desigualdades e de um sistema mal coordenado criou um coquetel tóxico que permitiu à pandemia virar uma crise humana catastrófica", destaca o texto.

- "Atrasos em todos os lugares" -

Estabelecido pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em aplicação a uma resolução aprovada em maio de 2020 pelos Estados-membros da organização, o grupo independente, formado por 13 especialistas, passou os últimos oito meses examinando a propagação da pandemia e as medidas adotadas pelo organismo e os países para enfrentar a doença.

Desde o início, a OMS foi criticada por suas respostas à crise, principalmente pela demora a recomendar o uso de máscara. A organização foi acusada pelos Estados Unidos de ter sido extremamente complacente com a China, onde surgiu o novo coronavírus, e por ter demorado a declarar estado de emergência de saúde mundial. O governo chinês, por sua parte, foi acusado de tentar camuflar a epidemia.

"Com certeza podemos dizer que aconteceram atrasos na China, mas aconteceram atrasos em todos os lugares", disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark, que é copresidente do painel de especialistas.

"Passou muito tempo", destaca o grupo, entre a notificação de um foco epidêmico de pneumonia de origem desconhecida na segunda quinzena de dezembro de 2019 e a declaração, em 30 de janeiro pela OMS, de uma emergência de saúde pública de alcance internacional, o mais elevado nível de alerta.

De acordo com os especialistas, esta declaração poderia ter sido feita desde a primeira reunião do Comitê de Emergência da OMS em 22 de janeiro.

Porém, mesmo que a OMS tivesse declarado emergência sanitária uma semana antes, as coisas não teriam mudado muito diante da "inação de tantos países", reconheceu Clark.

Porque apenas em 11 de março, quando o diretor-geral da OMS classificou a situação como pandemia, os governos compreenderam realmente o perigo.

- Fevereiro de 2020, um "mês perdido" -

Neste sentido, fevereiro de 2020 foi um "mês perdido", durante o qual muitos países poderiam ter adotado medidas para deter a propagação do vírus.

"Atrasos, hesitações e negacionismo" permitiram a explosão da epidemia e depois pandemia, concluiu o relatório.

O grupo de especialistas recomenda aos governos e à comunidade internacional adoção, sem demora, de um conjunto de reformas para transformar o sistema mundial de preparação, alerta e resposta às pandemias.

Para isto, o relatório propõe várias medidas, incluindo a criação de um Conselho Mundial de Luta contra as Ameaças Sanitárias, assim como um novo sistema mundial de vigilância baseado na "transparência total".

Este sistema daria à OMS o poder de publicar de maneira imediata informações sobre epidemias que podem virar pandemias, sem a necessidade de solicitar a aprovação dos países.

O relatório também faz uma série de recomendações de aplicação imediata para acabar com a propagação da covid, com pedidos em particular aos países ricos para que distribuam mais de dois bilhões de doses até meados de 2022, com pelo menos um bilhão antes de setembro.

A atenção à gestante voltou a ser foco nas discussões recentes do Ministério da Saúde, que investiga inserir o público nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Já consideradas grupo de risco, gestantes estão mais suscetíveis às infecções sistêmicas e graves, podendo assim comprometer a própria vida e também a vida do feto. Nesta sexta-feira (16), o secretário de Atenção Primária da pasta, Raphael Câmara Medeiros Parente, já anunciou que a nova recomendação da pasta, alinhada com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), é de incluir as futuras mães ou pais. Também nos próximos dias, os municípios devem receber R$ 247 milhões para prevenir a disseminação da Covid-19 entre gestantes.

Enquanto a vacina não chega para todos, o cuidado segue fazendo parte da rotina daqueles que precisam atenção redobrada à saúde, seja porque realizam atividades fora de casa ou porque convivem com quem vai e volta diariamente da rua. Para o obstetra pernambucano André Buarque Lemos, entrevistado nesta reportagem, o sentimento não é somente forte entre gestantes, como tem se intensificado de forma geral, por um efeito da segunda onda de casos, “pois há mais informações do que há um ano, mas há também mais óbitos e poucas vacinas”.

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Em Pernambuco, os casos de Covid-19 entre gestantes seguem na casa inferior a 1%, diferente de outros estados como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde as infecções entre grávidas passaram por uma crescente de casos e os destacam que cerca de 10% das gestantes e puérperas com Covid-19 têm casos graves da doença.

Desde janeiro de 2021, o Governo do Estado disponibilizou a Cartilha de recomendações para gestantes e puérperas frente à pandemia da Covid-19, para informar e atualizar o grupo quanto ao contexto pandêmico e sua relação com o acesso, situação e assistência à saúde. Segundo a futura mãe, Eduarda Serafim, 29 anos, grávida de seis meses, as orientações prescritas no protocolo têm sido aplicadas no cotidiano da Saúde, ao menos nas unidades em que precisa visitar para o pré-natal e exames de rotina, no Grande Recife.

“Desde o início estou bem tranquila em relação a isso. Meu maior receio é sobre o dia de parir, de estar no hospital, onde a incidência [das infecções] parece maior. Eu já fiquei sabendo que no hospital onde eu estava imaginando ter a bebê, não estão recebendo grávidas porque lá só recebem pessoas que tenham sintomas da Covid-19 e sintomas relacionados, nenhum outro tipo. O resto é encaminhado ao Hospital da Mulher, que é onde provavelmente eu terei a bebê. Estão acontecendo superlotações por conta disso, mas lá eles estão tomando todas as medidas cabíveis para que tudo flua da melhor maneira. Sempre nas consultas eles nos confortam e nos informam. No hospital de pré-natal, que é perto de onde eu moro também há distanciamento entre as grávidas, a prioridade da consulta e dia específico para comparecimento. Isso me conforta muito”, relata Serafim.

Com uma vida ativa, Eduarda é professora de dança e ainda dá aulas presenciais semanalmente, tendo contato com as ruas e ambientes fechados, mas de convivência coletiva. Em casa, além do companheiro, também tem a responsabilidade de cuidar de sua filha mais velha, Fernanda, 8, fazendo o possível para não levar o vírus até dentro de casa. Se aproximando da reta final, Serafim diz que já se isola mais, evita idas ao supermercado e delega as atividades ao marido e aos sogros.

“O medo é existente, demais, principalmente agora, gestante. Até então não peguei, e se peguei, foi assintomático. Mas eu tenho muito medo. Quando eu descobri que estava grávida no meio da pandemia, fiquei desesperada. As pessoas que estão ao meu redor têm essa consciência também, estão tendo esse cuidado. Eu ainda estou trabalhando, de forma presencial e dou aulas de dança, mas tomo todos os cuidados desde sempre, em dobro agora. Agora ando mais isolada do mundo, só saio uma vez na semana para trabalhar. Não pego mais transporte público, mas é porque tenho a sorte de ter carro e moto. No geral, faço agora tudo o que estava fazendo há um ano”, completa, explicando que só se vê mais tranquila porque tem tido um acompanhamento “bacana” dos profissionais de saúde da rede pública, que focam no acompanhamento psicológico de gestantes durante a pandemia.

Covid-19 pode trazer complicações antes e no pós-parto

Assim como a gestante recifense, a potiguar Tatiane Lourenço, 24 anos, também passou por uma gravidez sossegada, mas foi pega de surpresa a menos de duas semanas do seu trabalho de parto, quando testou positivo para a Covid-19. A publicitária está trabalhando em regime home-office desde o início da pandemia e vivia em Vera Cruz-RN, sua cidade natal, até se mudar para o Recife em junho do ano passado. Dias após chegar à capital pernambucana, se descobriu grávida. Apesar de todos os cuidados, Lourenço contraiu a doença e acredita ter sido em algum momento durante as suas frequentes idas ao Rio Grande do Norte, onde realizava o pré-natal.

“Escolhi fazer assim porque como o bebê ia nascer lá, toda a minha rede de apoio está lá [no RN]. Passamos oito meses nos cuidando, eu e meu companheiro, sem Covid. Peguei a doença já no nono mês. A gente achava que estava indo tudo bem, até que no nono mês eu fui pro Rio Grande do Norte de vez, porque perto da hora de parir ficamos naquela iminência de que o bebê pode vir a qualquer momento e então comecei a apresentar alguns sintomas como tosse, moleza e coriza, mas não tive dor no corpo, nem febre, só sintomas gripais. Falei para a médica como estava me sentindo e ela disse que era bom fazer o teste. E foi bem num período que estava muito quente e do nada chovia, então a gente pensou até que podia ser uma crise alérgica”, relata a publicitária sobre o começo da sua relação com a doença.

Para ela, o ponto alto do seu período infectada foi quando precisou ser encaminhada a um outro hospital e se separou do filho. Temendo desenvolver um caso de SRAG e uma internação mais longa, diz ter pensado que poderia morrer: “Meu maior medo era ser separada do meu filho. Lembrei do que vemos nos jornais sobre os quadros respiratórios, fiquei com medo de piorar e precisar ser intubada. Entregar o meu filho para a minha mãe e seguir sozinha para o hospital foi cruel”.

Hoje, Tatiane está curada e o seu filho, Arthur, tem pouco mais de um mês de nascido. O bebê nasceu dia 6 de março, quando a mãe ainda estava com 11 dias de sintomas da Covid-19. Apesar do susto, a criança nasceu bem e não contraiu a doença. No entanto, ela não consegue mais amamentar, após ter a lactação interrompida por um processo anêmico grave, piorado pela doença e durante a sua internação, também não teve direito a acompanhante. 

Cuidados

Para alertar sobre os cuidados necessárias que as gestantes devem ter, o LeiaJá convidou o médico e especialista em saúde da família e ginecologia obstetrícia André Buarque Lemos, coordenador do programa Nascer Bem, da rede Hapvida. Lemos também é médico intensivista e trabalha na linha de frente da Covid-19, tendo demandas dos dois grupos — gestantes e pessoas com Covid positivo.

LeiaJá: Qual o protocolo para atendimento de gestantes durante a pandemia? Há demanda com dúvidas e medos relacionados à Covid?

ABL: O cuidado da gestante e da não gestante, de prevenção, é o mesmo: evitar contato com quem teve contato com a doença recentemente, respeitando o período dos quatorze dias de quarentena. O tratamento também vai ser o mesmo da gestante para a não gestante. A dificuldade da gestante é que ela é uma paciente que tem uma imunodepressão pela gestação. Então ela tem uma tendência de o caso ter uma porcentagem um pouco maior de evoluir para casos moderados e graves. Lembrando que a Covid tem um percentual de chance de 85% da população ter sintomas leves. E 15% ali, 10% a 15%, vai ter sintomas moderados a graves. Grave mesmo, na realidade, apenas 5%, e desses, apenas 1% a 2% podem ter chance de risco de morte.

*LeiaJá: Como é que a Covid atua durante uma gestação?

ABL: A gestante é imunodeprimida. A gestação em si causa inflamações no corpo que diminuem o sistema imunológico da mulher, deixando ela mais suscetível a infecções sistêmicas, que é o maior medo dos médicos, se tratando de gestantes que contraem Covid. Por isso, nós obstetras também temos medo de uma infecção urinária ou de uma infecção vaginosa se tornar uma infecção maior. Porém, na prática médica, a gente não observa essa grande quantidade de gestantes graves e óbitos de gestantes [por Covid]. A gente não tem um número tão expressivo, seguindo mais ou menos a lógica que a gente tem visto no normal, com apenas 1%, menos de 1%, 0.5%, 0.3%, de óbitos entre as gestantes. Realmente é um grupo de risco, mas elas estão seguindo os grupos [de vacinação] conforme as comorbidades. Elas não estão pulando na frente de idosos e jovens; estão seguindo o critério.

*LeiaJá: Quais os perigos para a saúde do feto e da criança, durante a recepção do corpo ao vírus?

ABL: O grande risco de a mulher [gestante] pegar Covid é essa infecção se tornar uma infecção sistêmica. E o corpo, durante a infecção, vai querer se proteger, vai querer viver. A primeira forma de ele querer viver é querer expulsar esse feto e ser iniciado um trabalho de parto prematuro, levando, assim, ao aborto ou a uma perda fetal. Um exemplo muito conhecido disso aqui no Brasil foi o caso da esposa de Alok (DJ), cuja Covid evoluiu para um caso tão grave que acabou com o corpo tendo que expulsar a criança. Como ela já tinha trinta e três semanas gestacionais, a criança era uma com viabilidade e sobreviveu. A gente ainda não tem estudos que relatem se a imunidade da mãe passa pra criança; ainda não tem nada em relação a isso. Sobre a transmissão [da doença] da mãe para o feto, não passa, muito pelo contrário. O que a  gente observa é que em RNs e em crianças, a doença não desenvolve. Muito se coloca devido à hemoglobina, porque a hemoglobina das crianças é fetal, então ela, com o passar do tempo, vai se transformando em hemoglobina normal, que é a que tem os adultos.

*LeiaJá: Sabemos que os estudos sobre a reação dos imunizantes da Covid em gestantes ainda caminham de forma um pouco mais lenta que os demais. Qual a orientação médica quanto à imunização desse público?

ABL: A recomendação é tomar a vacina. A gente sabe que a nossa realidade é a seguinte: a gente não tem ainda números que deem relatos de que tomar ou não tomar a vacina pode causar algum problema para a restante, mas a gente sabe que uma gestante com Covid é preocupante e ainda há dificuldade no acesso à vacina por parte da população. Independente de qual seja a vacina, a gestante ou lactante podendo tomar, deve tomar. Tanto para sua segurança, quanto para a segurança do seu lar. Então essa celeuma de possíveis contra indicações ainda não tem números, ainda não tem dados, pra gente em nenhuma hipótese alarmar ou criar esse pânico para a população. Então, acho que a corrente é incentivar e, a partir daí, com a população vacinada é que infelizmente a gente deve conseguir dados. A gente sabe que é uma pandemia, sobre a vacina foram feitos estudos, mas a gente não sabe realmente as reações mas a gente sabe de fato que as gestantes, principalmente que pegarem no segundo ou terceiro trimestre, podem ter maiores chances abortivas e aí sim o perigo ser maior para a criança e para a vida dessa mãe.

*LEIAJÁ: O que pode ser feito para proteger o bebê depois que nasce?

ABL: O que se sabe é que o aleitamento materno traz anticorpos pra criança de forma geral. Então a criança bem amamentada vai pegando esses anticorpos e vai estar forte pra qualquer infecção. E mais uma vez: a gente não tem visto COVID como problema pra RN, neonatos, e ainda um problema pediátrico. 

 

 

Nesta sexta-feira (2), às 20h, a fonoaudióloga Maria Bethânia Mendes, especialista em desenvolvimento infantil e autismo, realizará uma live gratuita. O objetivo do encontro virtual é celebrar o 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Na live, a especialista discutirá a pauta “Autismo e Maternidade - desafios de uma mãe autista coterapeuta de uma criança autista nível 3”. Também participará da transmissão Daniele Freitas, mãe autista nível 1 e que tem um filho autista. O público poderá acompanhar o papo por meio do Instagram @bethaniamendes_fono.

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Os usuários deverão tomar alguns cuidados ao utilizar os QR Codes, atualmente presentes nos processos eletrônicos de pagamentos ou obtenção de informações de forma ágil, alertam especialistas.

Criminosos estão se aproveitando para aplicar golpes por meio da substituição dos QR Codes dos estabelecimentos por códigos fraudulentos. Assim, ao apontar a câmera do dispositivo para a leitura, o usuário é redirecionado para um endereço com pragas virtuais, que infectam o celular ou tablet.

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"Ao acessar um QR Code falso, o usuário poderá ter seus dados roubados, possibilitando que os criminosos apliquem vários golpes, como o da fraude de identidade", disse Marcio D’Avilla, especialista em segurança digital da empresa Certisign, certificadora digital.

Para evitar problemas, o usuário nunca deverá usar QR Codes que foram enviados de um remetente desconhecido, por e-mail ou mensagens instantâneas. 

Após escanear o QR Code, a pessoa deve ficar atenta ao endereço ao qual está sendo direcionada. Se houver erros de digitação, domínios desconhecidos ou se o endereço estiver encurtado, a chance de ser um golpe é grande. Se o usuário for levado até algum formulário, nunca deve fornecer senhas ou dados pessoais sensíveis.

Com os devidos cuidados, D’Avilla ressaltou que o QR Code é uma ferramenta importante para agilizar o dia a dia dos clientes e empresas. "Sem dúvida, é uma tecnologia segura, quando usada com os devidos cuidados. Tanto que ele é utilizado por instituições bancárias como segundo fator de autenticação e como forma de pagamento", finalizou.

Frente à 5ª semana de alta nos índices da Covid-19 em Pernambuco, a iminência da 'segunda onda' de infecções põe em xeque a estratégia das autoridades de controle e evidencia o descompromisso da população. A descoordenação na distribuição da vacina e a falta de colaboração, que mais uma vez deve ser corrompida nas festas de fim de ano, traz ares pessimistas para 2021, como explica a Vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Bernadete Perez, em entrevista ao LeiaJá.

A supervisora do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ratifica que a pandemia nunca esteve controlada, e sim, freada pelas medidas de distanciamento mais rígidas em maio. Contudo, a flexibilização considerada precoce e irresponsável, e a condução das campanhas eleitorais em uma situação de iminente colapso da rede de saúde projetam um futuro adverso. "Infelizmente, a gente tem que esperar o pior porque combinar essa pandemia arrastada, com o cansaço e com esse Governo Federal criminoso, que tem sido completamente ausente. Como não temos previsão para a chegada da vacina, janeiro com certeza estará pior", alerta Bernadete.

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O último boletim divulgado informa que o estado acumula 210.081 casos e 9.459 vítimas fatais. Independente da crescente, o horário do comércio foi estendido, setores considerados não-essenciais e bares são reincidentemente notificados por desrespeitar as regras do Plano de Convivência. Por outro lado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se orgulha de ainda ter 19% leitos de UTI disponíveis, no entanto tal relação é classificada 'perversa' pela especialista. "Eu discordo quando dizem 'se tiver UTI liberada, libera a flexibilização'. Isso é um absurdo. É como dizer 'eu sei que as pessoas vão se infectar, eu sei que em torno de 5% vão morrer'. Isso é muito perverso", criticou.

LeiaJáImagens/Arquivo

Um novo lockdown geral seria inviável, porém a flexibilização deva ser reavaliada, mesmo com o recuo no setor de eventos. "Restrição de mobilidade, rigidez no isolamento, distanciamento físico de pessoas, proteção social e políticas de controle e fiscalização de aglomerações", foram elencados pela médica, que lamenta a inversão de prioridades em relação às reaberturas. Para ela, a conquista de uma condição segura deveria privilegiar primeiro as escolas.

Em absoluta desaprovação, Bernadete repudia a narrativa tomada pelo presidente Jair Bolsonaro, que enfraquece o combate à Covid-19 e propaga a desconfiança quanto ao imunizante. "A mensagem é de completo abandono do povo brasileiro. O governo passa que é um problema menor e continua negando o impacto da pandemia. Se apega em kits mágicos ineficazes de medicamentos e negam a gravidade", assegurou.    

Na sua visão, o plano de imunização ao invés de comemorado, encontrará dificuldades para ser posto em prática por sua falta de planejamento. "Ao mesmo tempo que o presidente diz 'quanto antes a gente conseguir a imunidade coletiva, melhor'. Só que a imunidade coletiva sem vacina, que é o que eles tão fazendo, significa milhares de mortos", acrescentou. 

A Europa ainda pode controlar a expansão da nova cepa do vírus da Covid-19 registrada no sul da Inglaterra, a qual levou vários países a fecharem suas fronteiras com o Reino Unido - afirmou a dra. Emma Hodcroft, especialista em mutação de vírus.

Existe, porém, a possibilidade de que a cepa já esteja circulando em outros países e que tenha passado despercebida, afirmou a dra. Emma.

A epidemiologista anglo-americana, que trabalha na Universidade de Berna (Suíça), também pediu o desenvolvimento do sequenciamento das variações do genoma do SARS-CoV-2, vírus responsável pela covid-19, para poder melhor seguir o caminho percorrido por suas inevitáveis mutações.

A dra. Hodcroft codesenvolveu o projeto Nextstrain, que busca explorar em tempo real as informações sobre agentes patógenos que os dados genéticos podem fornecer.

- É tarde demais para controlar a difusão desta cepa? -

"Em nível europeu, acho que não", afirmou a pesquisadora, embora considere que existe a possibilidade de que "haja mais casos desta variante na Europa do que detectamos até agora".

"Ainda é possível que essa variante possa ser contida em níveis baixos. Se for encontrada em poucas pessoas e essas pessoas fizerem um bom trabalho, cumprindo as medidas, usando máscara, talvez não se expanda mais", disse.

"Nunca podemos evitar a mutação de um vírus, mas podemos melhorar nossas chances, limitando o número de casos", declarou Emma Hodcroft, insistindo na necessidade de se respeitar medidas como o uso de máscara, lavagem das mãos e distâncias. Essas medidas são fundamentais, levando-se em conta que, segundo as autoridades britânicas, a cepa recém-descoberta é muito mais contagiosa.

"Quanto menos o vírus circular, menos chance ele terá de infectar pessoas diferentes, com diferentes sistemas imunológicos, com diferentes históricos de vacinação", explicou.

"Assim, reduzimos as chances de que acabe em algum lugar favorável para novas mutações" que, talvez, possam ser prejudiciais aos humanos, acrescentou.

O mais difícil será evitar que a variante deixe o Reino Unido, alertou.

"Isso será mais complicado, porque é mais difícil pôr limites" no Reino Unido.

"A Bélgica pode dizer coisas como: 'Nenhum voo britânico pode pousar aqui', mas no Reino Unido não é possível dizer: 'Todo mundo em Londres, estamos fechando as estradas, não podem sair'", completou.

"Não estou dizendo que não valha a pena tentar, mas será difícil conter [o vírus] no sudeste da Inglaterra, principalmente com o Natal, que está chegando", acrescentou.

- Qual é o impacto da propagação da deformação na viagem?

"Infelizmente, pelo que sabemos, a variante espanhola, por exemplo, que se espalhou durante o verão na Europa, mostrou que viagens e férias podem transmitir o vírus, ou cepas, de forma incrivelmente eficaz", frisou Emma Hodcroft, pouco depois de vários países europeus anunciarem o fechamento de suas fronteiras a pessoas procedentes do Reino Unido.

"No final das contas, é uma questão de quanto tempo você espera (...), tentando encontrar o equilíbrio entre não agir muito rápido, mas sabendo que, se você esperar muito tempo, pode perder a chance de conter" o vírus, explicou.

A Suíça impôs uma quarentena obrigatória para qualquer pessoa que tenha chegado do Reino Unido, ou da África do Sul, após 14 de dezembro.

- Por que é importante o sequenciamento?

"O método mais seguro de detectar essa cepa é o sequenciamento", afirmou a dra. Hodcroft, o que significa examinar de modo minucioso o código genético da variante para descobrir exatamente onde sofreu mutação.

"O mais importante é rastrear essas diferentes variantes e tentar identificar se alguma delas mostra algo preocupante, como uma taxa de transmissão mais alta, resistência a uma vacina, ou uma forma mais grave" da doença, acrescentou.

"Esta não será, certamente, a última variante que nos interessa saber onde está e como se desloca", disse a pesquisadora.

Nitidamente fragmentada em Pernambuco, a esquerda conseguiu eleger o prefeito do Recife, João Campos (PSB), neste domingo (29), mas sofrerá as consequências da disputa. O resultado definiu o racha ideológico, já exposto durante a campanha. Antes aliado, o PT perdeu seu protagonismo em todos os recortes, o que lhe impôs o papel de oposição à atual gestão.

Embora as pesquisas dividissem as intenções de voto em 50%, a cientista política Priscila Lapa entende que o resultado no Recife não surpreendeu, visto que o PT acumulou derrotas nas capitais do país. "Isso não foi surpresa, sabe? Ele já vinha nesse movimento de perda de estrutura política e de capital eleitoral desde 2016, passou pela derrota em 2018 e agora ele sequer conseguiu ter candidatos competitivos nos grandes centros urbanos", afirmou, ao apontar que a legenda impôs concorrência apenas em Pernambuco e no Espírito Santo.  

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Na visão da especialista, o enfraquecimento ainda é reflexo dos desgastantes casos de corrupção e da tentativa de se reafirmar sem coligações. Tal condição permitiu que partidos "menos radicais" da ala ideológica, como o PDT, PDB e PSOL, adotassem o discurso antipetista. "O PT perdeu uma conexão com a agenda da sociedade e o voto da classe C. Ele trabalhou políticas de inclusão no processo produtivo, nas universidades e achou que para sempre haveria uma fidelidade desse eleitor", analisou.

Para o cientista político Arthur Leandro, "a campanha de 2020 no Recife pode ter gerado sequelas que inviabilizam a renovação da chapa PT/PSB, que reelegeu Paulo Câmara em 2018". Dessa forma, a 'oficialização' do racha foi evidenciada, por isso ele espera que o PT entregue os cargos dentro do Governo do Estado, visto que a própria candidata Marília Arraes indicou uma nova oposição em Pernambuco.

Considerado o principal reduto da esquerda no Nordeste, a vitória no Recife representa uma sobrevida ao candidato vencedor. "O PSB dependia totalmente da eleição de João Campos no Recife para tentar não ser rebaixado à 'terceira divisão da política nacional'. Digamos que era o jogo do rebaixamento para o PSB", comparou o especialista.

Implodido no cenário local e nacional, o PT catalisou o sentimento de revolta e cansaço do eleitorado. Neste cenário, as urnas favoreceram aos candidatos do Centrão, composto por partidos sem grande inclinação ideológica, "indicando que a tradicional divisão em esquerda e direita tem se mostrado insuficiente para explicar a dinâmica eleitoral do Brasil", assegurou o cientista político.

Frente ao sucesso da aliança PDT/PSB /PCdoB, Leandro indica que possivelmente haverá mais de uma candidatura da esquerda nas eleições presidenciais de 2022. Ele aponta que, embora derrotado, Guilherme Boulos (PSOL) conseguiu mobilizar o eleitorado de São Paulo e ganhou visibilidade como porta-voz contra o bolsonarismo. Por isso, "existe a possibilidade do PSOL ser uma alternativa competitiva nas eleições", complementou.

Não é necessário ser um grande conhecedor sobre telefones celulares para se proteger de criminosos cibernéticos. Dmitry Kuramin, especialista do laboratório de análise prática de segurança da empresa russa Jet Infosystems, salientou à agência Prime que basta vigiar o tráfego de Internet do aparelho. Um repentino consumo excessivo é um sinal de pirataria.

Criminosos cibernéticos buscam antes de tudo telefones inteligentes para acessar dados ou utilizar o aparelho para outros fins, indica o especialista. De qualquer forma, integram constantemente o dispositivo com um servidor através da Internet.

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"O usuário pode detectar esta atividade de maneira autônoma através da vigilância de recursos do sistema operacional Android", explicou. "Para se proteger contra criminosos cibernéticos, é recomendado utilizar um programa antivírus para celulares e vigiar as estatísticas de consumo de tráfego de Internet de diversos aplicativos."

"Por exemplo, se o aplicativo "calculadora", que não se espera que use Internet, começar a acessá-la, isso "é um sinal de 100% de que algo não vai bem", comenta.

Portanto, além de reinicializar seu aparelho para a configurações de fábrica, convém reinstalar o sistema operacional.

Aplicativos maliciosos

Estes vírus chegam geralmente aos telefones quando usuários tentam instalar aplicativos "não oficiais", ou seja, que não se encontram na loja de aplicativos Google Play. Um exemplo típico é baixar uma versão "desbloqueada" de um jogo que normalmente é pago.

Contudo, nem todos os programas disponíveis na loja da Google são confiáveis. De fato, especialistas espanhóis em segurança cibernética da NortonLifeLock e do Instituto Madrileno de Estudos Avançados (IMDEA) estudaram aproximadamente oito milhões de aplicativos, determinando que entre 10% e 24% dentre estes estavam infectados.

Da Sputnik Brasil

Esta segunda-feira (16) marcou a estreia oficial do Pix, nova ferramenta de transferências instantâneas, que traz comodidade aos clientes de bancos. Como toda novidade, a forma facilitada de movimentar dinheiro atrai a ação de golpistas e o LeiaJá conversou com um especialista, que repassou dicas valiosas para não cair em fraudes.

O especialista em segurança cibernética, Oswaldo Souza, explica que o Pix é seguro por dois motivos fundamentais. "Ele tem o sigilo bancário, que de fato traz uma segurança ao usuário, e uma criptografia de ponta à ponta entre as transações", destaca.

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Ele adverte que este esquema de transferência de dados não inibe, mas dificulta a atividade de criminosos. "Não é impossível, mas é muito difícil uma pessoa ‘descriptografar’ um dado que tá sendo enviado", garante.

Na sua opinião, a insegurança é motivada pelo alto índice de fraudes de natureza social, como o envio de mensagens e e-mails falsos, estratégia conhecida como ataques de phishing. Após clicado, o link malicioso deixa o usuário desprotegido e o dispositivo -celular, computador, smart TV - fica vulnerável. "Quando a população fica mais à vontade, é aí que tá o problema. É nesse conforto e nessa comodidade que tá a bronca", alerta Oswaldo.

--> Pix pode aumentar sequestros relâmpago, diz sindicato

Para reduzir a incidência de crimes de engenharia social, ele indica uma instrução simplificada aos clientes e funcionários das próprias instituições financeiras, e cobra reforço do Banco Central para, além da fiscalização, unificar o sistema. "O foco hoje é a educação da população, com tutoriais claros e transparentes de como utilizar o Pix, já que cada banco tem seu padrão", pontua.

A segurança quanto ao uso da nova ferramenta depende do próprio usuário. Por isso, o especialista elencou métodos para evitar ser alvo dos cibercriminosos. Acompanhe:

Tenha certeza que está acessando o site/aplicativo correto da instituição;

Confira o endereço do link e fique atento às letras ou nomes trocados;

Não confie em contatos feitos por canais suspeitos;

Realizar, preferencialmente, pagamentos via QRCode ou chave direta;

Sempre alterar as senhas para evitar ser hackeado;

Sempre atualizar os aplicativos;

Sempre usar antivírus;

Atenção ao falso contato feito por telefone e e-mail de golpistas se passando por funcionários das instituições financeiras. Bancos não ligam para os clientes.

A amamentação é fonte de benefícios para crianças e mães, além de ser ambientalmente segura e natural, mas há algumas dificuldades comuns entre elas no início desse processo. A coordenadora da assistência em aleitamento materno do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e enfermeira pediátrica, Maíra Domingues, mostra sinais que ajudam a revelar se o bebê está mamando da forma correta: troca de fraldas do bebê frequente, mama mais leve após a mamada e ausência de dor.

No entanto, em caso de dor e dificuldade na pega correta do bebê, ela ressalta que, em alguns casos, o melhor caminho é buscar ajuda profissional. “O ideal, muitas vezes, é a família buscar apoio e suporte especializados diante das dificuldades”, disse. Os 222 bancos de leite humano no Brasil são locais de apoio à amamentação para mães e estão realizando atendimento também por teleconsultas no período da pandemia. Eles estão listados no portal da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e há ainda o SOS Amamentação, pelo telefone 0800 026 8877. Ela lembra que existem hoje objetos com a proposta de formar bico ou de ajudar o bebê a ter um bico, mas que todos eles atrapalham a amamentação e, por isso, não são recomendados.

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Confira, a seguir, detalhes da entrevista da enfermeira pediátrica Maíra Domingues à Agência Brasil.

Agência Brasil: Quais são os benefícios da amamentação?

Maíra Domingues: A amamentação é considerada uma das principais intervenções com grande impacto para redução da mortalidade e morbidade neonatal e infantil. Os benefícios do leite materno são de conferir proteção para doenças diarreicas, infecções respiratórias, diminui o risco de diabetes e obesidade na criança, é um alimento que contém todas as propriedades nutritivas e imunológicas que a criança precisa. E esses benefícios também se estendem à saúde da mulher: tem uma proteção maior para câncer de mama, de ovário, o corpo da mulher retorna mais rápido ao que era antes da gestação com a amamentação, também reduz o risco de uma hemorragia após o parto.

Agência Brasil: Quais as principais dificuldades que as mães têm durante a amamentação?

Maíra Domingues: Muitas vezes elas podem sentir dor, o próprio choro frequente do recém-nascido gera insegurança e a dúvida se a produção de leite dela é adequada. Vale destacar que a grande maioria das mães produz leite em quantidade e qualidade suficiente, mas essa dúvida é muito comum entre as mulheres. Outra dificuldade que pode ocorrer é de posicionar e fazer o bebê pegar corretamente no peito e ter a certeza que ele está de fato ganhando peso.

Agência Brasil: Em relação à posição e pega correta, quais os cuidados que as mães devem ter?

Maíra Domingues: Não existe uma posição ideal, qualquer posição que a mulher queira amamentar seu bebê e ela esteja confortável e o bebê também, de forma a conseguir uma boa pega, é a posição melhor naquela mamada. Com relação à pega correta, existem alguns sinais indicativos. Por exemplo, o lábio inferior [do bebê] fica virado para fora, as bochechas ficam arredondadas, a gente consegue visualizar mais a aréola por cima da boca do bebê do que abaixo, o nariz não encosta na mama, o queixo encosta na mama e muitas vezes é possível ouvir o bebê deglutir - tem um som específico – e, claro, a mulher não sente dor. Se ela está sentindo dor, possivelmente a pega não está correta ou tem alguma outra intercorrência e, nesse caso, ela deve buscar apoio e suporte especializados precocemente para amamentar.

Agência Brasil: Você falou que não é normal sentir dor na amamentação, como prevenir fissuras e o que pode ser usado para aliviar o desconforto que isso traz?

Maíra Domingues: Não é normal sentir dor, a amamentação deve ser prazerosa. Então se está sentindo dor, procure ajuda. O que fazer diante da dor enquanto a ajuda não chega? Tentar corrigir pega e posição. Tira o bebê, coloca de novo, até conseguir não sentir ou diminuir a dor. Se já estiver ferido o mamilo, ela deve passar o próprio leite materno. O leito materno contém elementos que são cicatrizantes e bactericidas e protegem a mama não só de uma possível infecção, mas também auxilia na cicatrização da área que está ferida. Nós não recomendamos nenhum outro produto para cicatrização porque, de acordo com um estudo robusto em que foram avaliadas outras intervenções, como pomadas, foram comparados diversas estratégias para melhoria dessa dor no mamilo e o leite materno foi apontado como a melhor forma de tratar a fissura junto, claro, à correção da pega e posição.

Agência Brasil: Quais meios existem para que as mães busquem informações?

Maíra Domingues: Existem grupos educativos durante a gestação. Os bancos de Leite Humano oferecem gratuitamente esses cursos para casais grávidos, de orientação sobre o aleitamento materno ainda nesse período do pré-natal. É muito importante destacar que esses grupos educativos e cursos são um preparo para a amamentação, aliás, é o melhor preparo. Quando a mulher ouve, junto com o pai, os benefícios da amamentação, geralmente faz com que eles tenham maior possibilidade de ter sucesso com a amamentação e, quando apresentam dificuldades inicialmente, eles sabem onde procurar ajuda. Após o nascimento, uma boa forma de buscar ajuda é com o profissional de saúde que está acompanhando ela - o obstetra, pediatra ou enfermeiro - como também unidades básicas de saúde e os bancos de Leite Humano, que são verdadeiras casas de apoio à amamentação, oferecendo assistência clínica especializada.

Agência Brasil: Mulheres com mamilo invertido conseguem amamentar? Que cuidados elas devem tomar?

Maíra Domingues: Essa é uma dúvida de muitas mulheres. O que a gente sempre destaca é que independentemente do tipo de mamilo, a amamentação pode ter sucesso. O bebê deve pegar em toda ou quase toda aréola. Se ele pega no mamilo, ele fere, então independe de a mulher ter mamilo para dentro – que a gente chama de invertido –, mamilo plano ou mamilo para fora, que a gente chama de protuso. O que a gente deve ensinar ao bebê é pegar corretamente na aréola. Quando a mulher tem o mamilo para dentro, diante da dificuldade, o que vai acontecer é ele pegar e escorregar a boca até apreender a pegar corretamente. E quando a mulher tem o mamilo protuso - para fora - o que vai acontecer se ele pegar errado é que vai ferir. 

A gente atende muitas mulheres com mamilo invertido, não orientamos uso de bicos de silicone, nem de exercícios com a mama, não deve ser feito isso, muito menos utilizar bomba para formar bico, não é necessário nenhum tipo de objeto para formar o bico. O que é necessário é o apoio e suporte de um profissional de saúde especializado no assunto para que, de fato, ela possa ter a ajuda e, independente do tipo de mamilo, ter sucesso com a amamentação se ela assim desejar e escolher amamentar.

Agência Brasil: Como saber que o bebê mamou o suficiente?

Maíra Domingues: Alguns sinais mostram isso. O primeiro deles é que a amamentação aconteceu sem dor. Se o bebê está mamando, está sugando, sem dor, muito bom. O segundo sinal é que após a mamada a mãe sente uma leveza na mama, sente a mama um pouco mais murcha. E destaco: sempre vai ter leite no peito, sempre vai continuar leite no peito, mas ela sente essa leveza, porque o bebê realmente mamou. E, por último, um terceiro sinal importante para saber que ele está mamando bem é a frequência de troca de fralda ser ideal, o bebê geralmente urina por, pelo menos, cinco ou seis vezes em 24 horas. Então, se a mãe não está sentindo dor, se ela sente a mama mais leve e se ela depois vê que o bebê tem urinado, muito possivelmente ele está mamando e crescendo adequadamente.

Agora, claro, o melhor indicador de crescimento da criança é o peso. A avaliação do crescimento acontece na consulta pediátrica ou na consulta com enfermeiro nas unidades de saúde. Nessa avaliação, vai se confirmar aquilo que a mãe e o pai já estavam suspeitando a partir desses três primeiros sinais, que já trazem certa segurança para os pais no domicílio, antes mesmo da consulta.

Agência Brasil: O ideal é ter horários para amamentação ou a livre demanda?

Maíra Rodrigues: Não existe tempo, não é recomendado amamentar em horários pré-estabelecidos. O nome disso é amamentação sobre livre demanda, lembrando que a livre demanda deve ser da criança, quando demonstrar sinais de fome - levando a mãozinha na boca, procurando o seio, botando a linguinha para fora -, mas também a livre demanda é feita pela mãe, quando ela está com a mama cheia ou quando ela quer amamentar mais cedo para poder descansar um pouco depois em outro horário. Então a livre demanda é quando a mãe ou o bebê quer que aconteça. A mamada em si também não deve ter tempo estipulado previamente, o bebê demonstra quando está saciado: ou ele larga o seio ou ele simplesmente dorme.

Vale destacar que ela deve oferecer preferencialmente os dois seios por mamada, para que a mãe e o bebê tenham um bom descanso entre as mamadas e o bebê cresça adequadamente. Isso não é uma regra, mas geralmente a mãe deve estar oferecendo os dois seios a não ser que o bebê não queira.

Agência Brasil: Qual intervalo um bebê pode ficar sem mamar?

Maíra Domingues: O pediatra que está acompanhando o bebê na maternidade dará maiores esclarecimentos sobre a amamentação até a primeira consulta para avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança, que acontece por volta de 7 a 15 dias de vida.

Destaco que se a mãe verifica uma boa frequência na troca de fralda e, além disso, o pediatra ou o enfermeiro avaliam um adequado crescimento para a idade na primeira consulta do bebê, ela não precisa se preocupar em acordar o bebê para mamar, pois ele mesmo irá acordar sozinho e demonstrar sinais de fome. Não existe intervalo preestabelecido para a amamentação. Existe a livre demanda.

Os tempos são atípicos. E junto com eles vêm as incertezas, que por muitas vezes geram desmotivação no trabalho, seja home office ou presencial, e consequentemente reduzem a produtividade dos funcionários em diversas empresas. Para superar as instabilidades, especialista indica caminhos para que as pessoas possam se motivar no trabalho, mesmo em tempos pandêmicos.

Em entrevista ao LeiaJá, a especialista em gestão, qualidade e produtividade, Lu Bazante, explica que existem diversos sinais de desestímulo no emprego. Entre eles estão a “apatia, a indiferença na realização das atividades, atrasos constantes, conflitos repetidamente, faltas e queda na qualidade do trabalho", entre outros, segundo a expert no assunto.

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Em tempos de dúvidas, e para além da pandemia, profissionais tendem a demonstrar certo desencorajamento ao desempenhar as funções do ambiente de trabalho, muitas vezes influenciados por cobranças excessivas.

O atendente de farmácia Livingstone Gomes, 30 anos, que tem uma atividade considerada essencial, explica que a rotina mudou depois da pandemia. “Meu chefe tá acumulando trabalho, coisa que eu não fiz esse período todo. Por incrível que pareça a rotina me desmotiva, todo dia fazer a mesma coisa; e o fato da empresa só cobrar, principalmente por estar relacionado a venda”, desabafa.

O que é motivação?

O processo de motivação é um exercício intrínseco e que pode receber estímulos externos. Nesse sentido, a especialista Lu Bazante destaca que para pensar no tema é importante pensar sobre vida. Ela ainda acrescenta que o autoconhecimento pode ser a resposta para compreender como se manter motivado para, assim, produzir com qualidade. “Busco contribuir para que as pessoas consigam melhores resultados, sendo que as pessoas precisam estar motivadas para conseguirem bons resultados. Considerando que a motivação é o motivo para ação”, explica.

“Se as pessoas buscam autoconhecimento, aprendem a potencializar os seus pontos fortes e melhorar os pontos fracos. Se entendem claramente as suas prioridades e conseguem estabelecer corretamente os seus objetivos, atingir melhores resultados é só uma questão de tempo [para entender como se manter motivado]”, completa a especialista.

A gestora de marketing e de produção e desenvolvimento, Wivian Abreu, 23 anos, explica que já passou por diversas empresas, considerando boas experiências em corporações que a enxergavam como uma “peça essencial para o negócio” e não somente uma “fonte de lucro”.

Durante sua jornada profissional, Wivian diz ter encontrado a fonte da sua motivação. “Quando me perguntam o que me motiva todos os dias, minha única resposta é: eu sei do meu potencial e sei onde quero chegar, pois descobri que precisamos ver sempre o lado bom de todas as coisas, aprendi que não tenho fases difíceis, tenho fases desafiadoras, nas quais serão preciso eu me reinventar para superá-las, e isso é fantástico”, nos relatou em entrevista ao LeiaJá.

Segundo Lu Bazante, que também atua como Coach, a produtividade pode ser impactada positivamente pela elevação dos motivos para desempenhar as atividades profissionais. Em uma conceituação, ela traz novos elementos para o significado de produtividade. "Como o conceito de produtividade, da forma que, hoje, conhecemos está muito relacionado às revoluções industriais, as pessoas têm uma ideia simplista de que produtividade é trabalhar mais ou fazer mais com menos recursos”, apontou.

“No entanto, com a evolução de vários conceitos, costumo adicionar alguns elementos a mais nessa fórmula e trabalho com meus clientes que a produtividade está  relacionada à felicidade, realização e energia. E tudo isso é sobre vida. Por que razão uma pessoa se motiva? Não é para ter uma vida melhor?  Sendo uma pessoa produtiva você consegue direcionar seu tempo para as pessoas e situações que são prioritárias para você, então se motiva diariamente por saber que está no caminho certo e usufruindo o melhor da sua vida”, acrescentou Bazante.

Papel das empresas

Por causa da pandemia global do novo coronavírus, profissionais de diversos seguimentos atravessam novos desafios que modificam totalmente a relação com o ambiente de trabalho, presencial ou remoto, chegando a alterar as atribuições dentro da empresa. 

Mesmo com horário reduzido, devido a pandemia da Covid-19, e assumindo novas responsabilidades dentro da empresa, a auxiliar administrativo Jesyka Alves, 26 anos, afirma que consegue desempenhar as funções designadas a ela com tranquilidade, pois faz tudo no seu tempo.

“Devido à suspensão contratual do meu chefe por dois meses, além do mês de férias que ele tirou, totalizando 3 meses de ausência, a carga de trabalho aumentou, porque assumi a minha função e a dele. No entanto, o trabalho estava muito mais tranquilo porque eu fazia tudo no meu tempo. Quando ele está no escritório é difícil de trabalhar porque a sala só vive cheia de gente e é muito barulhenta. E nesse período até música eu conseguia ouvir o que deixa meu trabalho mais produtivo”, explica Jesyka. 

De acordo com Bazante, as empresas, e em específico os setores de Gestão de Pessoas, mais conhecido como recursos humanos, também ocupam um papel significativo para o engajamento dos seus colaboradores. “Mesmo sabendo que a motivação é algo intrínseco, ou seja, acontece de dentro para fora, é possível que as organizações criem estímulos para que as pessoas se sintam motivadas e, assim, atinjam um melhor nível de produtividade. Para se ter uma ideia da relação entre motivação e produtividade, em uma pesquisa realizada com mais de 30 mil indivíduos pela consultoria de RH norte americana Right Management, foi constatado que pessoas motivadas podem produzir até 50% a mais”, garante. 

O estímulo pode ser efetuado através de ferramentas simples, no entanto com eficácia para manter um clima organizacional favorável à motivação do colaborador, sobretudo em tempos de emergência sanitária de saúde. “As empresas podem criar estímulos para que seus funcionários se sintam motivados e poderíamos citar diversos, mas ressalto que podem ser fatores simples, como pedir a opinião da equipe em assuntos relevantes, dar feedback periodicamente, demonstrar confiança, desenvolver uma cultura voltada para pessoas, entre outras ações”, enfatiza. 

A especialista ainda afirma que as pessoas em cargos de liderança também possuem um papel importante na manutenção dessa motivação. “A liderança tem uma grande responsabilidade em manter as pessoas produtivas e motivadas nessa nova realidade, definindo novas formas de estabelecer metas e objetivos, de monitorar a realização das tarefas, de engajar as pessoas e mantê-las informadas quanto aos resultados da organização e de suas tarefas, mostrando que a organização se importa com suas vidas. Por exemplo, podem ser providenciadas cadeiras ergonômicas para os funcionários em suas casas, atendimento psicológico, flexibilização dos horários, promoção de reuniões mais participativas, entre outros”, orientou. 

Dicas

Como a motivação é algo intríseco, a especialista Lu Bazante elaborou uma lista com ações que estimulam os motivos para obter mais satisfação no emprego. Confira, abaixo, algumas dicas para recuperar a motivação:

É necessário autoconhecimento, para refletir sobre quais as razões que acendem a motivação;

Conheça bem o seu propósito de vida, assim consequentemente entenderá o propósito profissional;

Trabalhar para o que se sente realizado é a principal chave para que o colaborador entenda se a atividade profissional que desempenha lhe traz satisfação;

Ao viver momentos de baixa energia, é necessário resgatar na mente os momentos de pico de produtividade para ativar os mesmos sentimentos; 

Focar nos pontos positivos e aprender com os erros;

Estabelecer objetivos e metas claros;

Cultivar um olhar grato as realizações, sejam pequenas ou grandes conquistas.

Bazante também acrescenta caminhos para melhorar o ambiente de trabalho na modalidade home office. “O modo home office, por exemplo, tem exigido de muitos que usem de bastante criatividade para conseguir manter os resultados profissionais, sem deixar de também executar as tarefas do lar. Cada um deve buscar a sua fórmula, testando dicas, como definir um local iluminado e organizado para trabalhar, evitar distrações, fazer uma agenda da semana que também contenha atividades domésticas, entre outras”, indica Lu Bazante.

Além dessas instruções, a Coach recomenda o uso de ferramentas que otimizem e organizem as demandas, como a Trello, Evernote, e-mail ou a própria agenda do celular.

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Quem não fez tem até às 23h59 desta terça-feira (30) para declarar o Imposto de Renda. A Receita Federal espera por 32 milhões de declarações e até às 15h desta segunda-feira (30), 27.366.386 declarações foram recebidas pelo sistema. Quem ainda não regularizou a situação deve ficar atento para não ter que pagar multa e cometer um crime contra a Ordem Tributária.

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Para facilitar a vida na hora de declarar o imposto, a organização de todos os documentos é bem vinda. "É essencial que ao longo do ano a gente vá guardando os comprovantes para que quando for fazer a declaração esteja com todas as documentações em mãos", revela Ana Cláudia Utumi, advogada especialista em tributação. 

Antes de mais nada, para conseguir fazer a declaração é necessário baixar o aplicativo que está disponível no site da Receita Federal e escolher a versão compatível com o sistema operacional da sua máquina. O que também pode facilitar é o Certificado Digital, que possibilita que o portador consiga puxar do próprio site da Receita Federal uma declaração pré-preenchida, com todas as informações que recebeu sobre os rendimentos que a pessoa teve ao longo do ano. Mas para isso é necessário contratar o certificado na internet - o serviço é pago e varia de certificadora para certificadora. 

Ana Cláudia reforça que quando fizer as declarações é necessário guardar os documentos em um lugar que preserve bem os papéis porque essa documentação tem que ficar guardada por mais cinco anos, já que a Receita Federal pode querer comprovar alguma coisa que foi declarada. 

Quem não declarar o imposto de renda pode ficar com o CPF irregular e se, ao longo dos anos isso não for regularizado, a pessoa pode ter o seu CPF suspenso, o que faz com que ela não possa nem manter uma conta bancária, por exemplo. 

"A suspensão do CPF acaba sendo uma medida bem forte para a pessoa. Por isso é melhor fazer a declaração incompleta e, assim que possível, fazer a retificação do que deixou de entregar, já que assim não corre o risco de pagar multa mínima de R$ 165,74 e máxima de 20% do imposto devido.

Quem deve declarar? 

- As pessoas que receberam mais de R$ 28.559,70 de renda tributável no ano (salário, aposentadoria ou aluguéis, por exemplo)

- Recebeu mais de R$ 142.798,50 em atividade rural ou tem prejuízo rural a ser compensado no ano-calendário de 2019 ou nos próximos anos

- Vendeu um imóvel e comprou outro num prazo de 180 dias usando a isenção de IR no momento da venda

- Ganhou mais de R$ 40 mil isentos, não tributáveis ou tributados na fonte no ano (como indenização trabalhista ou rendimento de poupança)

- Teve ganho com a venda de bens

- Comprou ou vendeu ações na Bolsa

- Era dono de bens de mais de R$ 300 mil

 -Passou a morar no Brasil em qualquer mês de 2019 e ficou no país até 31 de dezembro

A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus fez com que as pessoas tivessem que mudar seus hábitos, uma vez que é preciso evitar a circulação desnecessária para combater a propagação do vírus. E diante dessa realidade, profissionais tiveram que começar a trabalhar em home office para seguir as recomendações de distanciamento social.

Para melhorar esse processo de trabalho em home office, a prática de treinos cerebrais pode ser uma boa aliada. A especialista em ginástica do cérebro do Método SUPERA Olinda, Gizella dos Anjos, conta que manter o foco e a disciplina é o desafio para quem está trabalhando no formato home office. Segundo ela, intensificar a atenção é o primeiro passo.

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“Potencializar a atenção é primordial, pois ela é a porta para uma memória ativa e um bom aprendizado. É importante condicionar o cérebro através de atitudes simples, como aprender algo novo - a quebra da rotina com a inserção de uma nova atividade ou fazê-la de uma forma diferente, fortalece as conexões neurais - ; manter os horários bem definidos, dividindo-os entre os afazeres e lazer – é importante realizar pequenas pausas entre uma atividade e outra, pois o nosso cérebro mantém-se concentrado em uma determinada tarefa no período de 50 a 60 minutos – ; praticar atividades relaxantes favorece a atividade cerebral; dormir e se alimentar bem mantém o bom funcionamento do órgão; realizar jogos de tabuleiro estimula habilidades cognitivas; fortalecer a memória, buscando memorizar coisas simples do dia-a-dia , exemplo: lista de compras”, alega a especialista.

Segundo Gizella, fazer o treino constantemente gerará uma maior produtividade e uma melhor performance. Para isso, é preciso que o cérebro receba estímulos diferentes e de qualidade. “O que não implica em uma carga horária alta. A consistência e a qualidade são mais relevantes”, acrescenta.

De acordo com a especialista, ginástica para o cérebro “é a prática de exercícios que estimulam e potencializam habilidades cognitivas e socioemocionais, tais como: atenção, memória, raciocínio lógico, coordenação motora, autoconhecimento". Ela traz mais detalhes: "Utilizamos ferramentas pedagógicas, tendo como base a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se adaptar de acordo com estímulos recebidos”.

Gizella conta que o intuito da ginástica é manter o cérebro em atividade contínua, melhorando a capacidade de aprendizado, memorização e raciocínio, o que gera um melhor desempenho nas mais diferentes funções do cotidiano, assegurando maior reserva cognitiva. Sobre os recursos utilizados na ginástica para o cérebro, a especialista conta que são os seguintes: “Ábaco – principal ferramenta utilizada no Método SUPERA -, exercícios variados com níveis de desafio crescente, jogos, dinâmicas, Supera Online (plataforma de jogos on-line com jogos que estimulam raciocínio lógico, visão espacial, memória, atenção e linguagem) e neuróbicas”.

A diretora acadêmica do Método SUPERA, Solange Jacob, diz que o principal objetivo do processo é proporcionar às pessoas a emoção de pensar e agir de maneira inovadora. “E para isso, a ginástica para o cérebro se faz importante em todas as idades e nas mais diferentes áreas da vida. Primeiro precisamos entender o que é ter um cérebro bem exercitado, estimulado e funcional. Existe um conceito científico que sustenta a importância de se exercitar o cérebro por toda a vida. É o conceito científico de neuroplasticidade, que mostra que todo mundo pode se modificar, ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras", complementa a especialista.

De acordo com Solange, a organização é peça fundamental durante a realização de exercícios cerebrais. Há, também, a necessidade de um trabalho em cojunto com o corpo. "Atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos, então é por meio dos estímulos de qualidade organizados é que ele é capaz de criar novas conexões, restabelecer conexões neurais e melhorar seu desempenho. Exercitar nosso cérebro sistematicamente de diversas maneiras é tão importante quanto o exercício para o nosso corpo. Esta ‘malhação’ para o cérebro acontece quando nos dedicamos a aprender algo, quando criamos o hábito de nutrir e exigir mais do cérebro com experiências variadas de qualidade. 

Sobre como devem ser feitos os treinos cerebrais para ajudar as pessoas que estão trabalhando em home office, Solange Jacob conta que as evidências indicam que o treinamento cognitivo pode ajudar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui exercícios para desafiar o cérebro. “As evidências sugerem que o treinamento cognitivo pode melhorar alguns aspectos da memória e do pensamento e inclui atividades para desafiar o cérebro, como palavras cruzadas, situações para tomada de decisão, memória, criatividade, raciocínio lógico, quebra-cabeças de Sudoku e jogos digitais sob medida. Eles fornecem exercícios mentais direcionados a diferentes domínios cognitivos e, portanto, podem fornecer uma 'dieta equilibrada' de atividades cognitivas", exemplifica.

O trabalho remoto ou o trabalho em home office, em que o uso excessivo do computador pode causar fadiga ocular, ansiedade e insônia, exige que o treino cerebral seja feito de maneira constante, uma vez que deve ser considerada a premissa de que ‘quanto mais você usa o seu cérebro, mais cérebro você tem’. "A maioria das atividades que realizamos em nossas vidas diárias depende de várias funções cerebrais ou cognitivas, incluindo memória, linguagem, planejamento e velocidade de processamento. Uma diversidade de atividades oferece a oportunidade máxima de praticar muitas habilidades importantes de pensamento", acrescenta a diretora acadêmica. 

Dicas importantes 

O psicólogo Dino Rangel diz que, em casa, no home office, a pessoa terá que ter uma prática maior do autocontrole e da autodisciplina, por isso o treino cerebral é importante, pois vai ajudá-la no exercício dessas capacidades cognitivas. “As pessoas que trabalham em home office, elas, de alguma forma, precisam ter maior autodisciplina, elas precisam ter um maior autocontrole do tempo. Por quê? Porque diferente do ambiente do trabalho, que elas já terão o tempo pré-determinado, pré-estabelecido, em casa elas terão que ter uma autodisciplina maior, porque elas terão que lidar com a não-quebra da não-interrupção desse trabalho. Ou seja, a pessoa que trabalha em casa, ela tem que ter um cuidado com o perigo da distração permanente", alerta Rangel.

"O indivíduo pode se distrair facilmente, o tempo todo. Olha a geladeira, uma televisão, um jogo, um filme. Por quê? Porque ali ele não está sendo supervisionado, e por não ter uma supervisão superior, pode boicotá-la, pode conduzi-lo a uma distração maior.

O psicólogo conta também que os treinos cerebrais podem gerar um maior aperfeiçoamento dos aspectos cognitivos do indivíduo. “Os treinos cerebrais podem trazer um maior aperfeiçoamento exatamente dos aspectos cognitivos da pessoa. Podem desempenhar um maior autocontrole, uma maior autodisciplina, pode desempenhar um maior foco, uma maior auto concentração, uma maior capacidade de desenvolvimento melhor da atividade, maiores habilidades, aptidões, capacidade de desenvolvimento melhor de compreensão, de leitura, de interpretação, de foco, de compreensão e inteligência emocional de você lidar com o tempo”, explica.

Para o psicólogo Dino Rangel, esses exercícios precisam ajudar e elevar o bem estar das pessoas. No entanto, caso as dificuldades permaneçam, os treinos, sozinhos, não resolverão os problemas.

"O treino cerebral pode ajudar, mas é preciso entender que se há aspectos negativos, neurobiológicos ou psicológicos, a pessoa precisa de uma ajuda especializada com um psicólogo. Se a pessoa não está conseguindo desempenhar bem a sua atividade no trabalho em home office nesse momento de pandemia, ela deve procurar um profissional da área psicológica", alerta Dino Rangel.

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